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Políticas Pú blicas de

Saú de no Brasil
Ma. Carolinny Nunes Oliveira
Enfermeira
Apresentação
Ma. Carolinny Nunes Oliveira – Enfermeira
COREN-BA 394.356

• Enfermeira graduada pela Universidade Federal da Bahia – UFBA


• Especialista em Saú de Coletiva com ênfase em Programa de
Saú de da Família pela UNIGRAD
• Especialista em Mediaçã o de Processos Educacionais na
Modalidade Digital pela Faculdade Sã o Leopoldo Mandic
• Mestre em Saú de Coletiva pela Universidade Federal da Bahia –
UFBA
Introdução
Introdução
• Sã o conjuntos de programas, açõ es e
decisõ es tomadas pelos governos que
afetam a todos os cidadã os.

• Participaçã o direta ou indireta da sociedade


civil, visando assegurar um direto a
determinado serviço, açã o ou programa.
Introdução
• A compreensã o das políticas de saú de brasileira na atualidade
está relacionada com o formato que vem adquirindo desde
suas origens.
Histó rico
Brasil Colô nia
Brasil Colônia (1500 – 1822)

• Manutençã o das forças de produçã o saudáveis.

• Barbeiro ou prá tico - sangrias;


• Curandeiros e pajés – ervas medicinais e rituais;
• Jesuítas – isolamento e cuidados bá sicos;

• Santas Casas de Misericó rdia – Santos (1543) e Salvador (1549);

• Vinda da família real (1808) – estruturaçã o de uma política médica – primeira


faculdade de medicina e primeiro hospital psiquiá trico (RJ-1852).
Brasil Colônia (1500 – 1822)

• As primeiras açõ es de saú de pú blica (políticas de saú de) voltaram-se


especialmente para:

• Proteçã o e saneamento das cidades, principalmente as portuá rias;

• Controle e observaçã o das doenças e doentes, inclusive e principalmente


dos ambientes;

• Teorizaçã o acerca das doenças e construçã o de conhecimento.


Brasil Colônia (1500 – 1822)

• Lazareto (1810);
Brasil Colônia (1500 – 1822)

• Teoria miasmá tica.

• Muitas das medidas atuais de saú de


pú blica, tais como: o enterro de
cadáveres, a implementaçã o de
sistemas de esgotos, recolha do lixo,
a drenagem de pâ ntanos, basearam-
se no conceito miasmá tico da doença.
Brasil Império
Repú blica Velha
Brasil Império (1822 – 1889)

• Era bacterioló gica e a unicausalidade;


República Velha (1889 – 1930)

• Avanço da bacteriologia;

• Medicina higienista;

• Planejamento das cidades;

• Medidas impositivas – vacinaçã o


obrigató ria, notificaçã o de doenças,
vigilâ ncia a saú de.
República Velha (1889 – 1930)

• Nomeaçã o de Oswaldo Cruz a diretor geral de saú de pú blica


(1903);
República Velha (1889 – 1930)

• Segunda fase do movimento sanitarista


com Oswaldo Cruz (1910 e 1920)-
saneamento rural e no combate a
ancilostomíase, malá ria e doença de
Chagas.

• Em 1920, foi criada a Diretoria Nacional de


Saú de Pú blica (DNSP), reforçando o papel
do governo central e a verticalizaçã o das
açõ es em saú de.
República Velha (1889 – 1930)

• 1920 – Carlos Chagas –


Reestruturaçã o do Departamento
Nacional da Saú de – Propaganda e
Educaçã o Sanitá ria.

• 1923 - Lei Eloy Chaves – caixas de


aposentadoria e pensã o (CAP);
Era Vargas
Anos 50
Autoritarismo
Nova Repú blica
Era Vargas (1930 – 1945)

• 1930 – Criado o Ministério da Educaçã o e Saú de Pú blica


(MESP);

• 1933- Institutos de aposentadoria e pensã o (IAP);


Anos 50
• Agricultura – Industrializaçã o;

• Surgem os grandes hospitais, com


tecnologias de ú ltima geraçã o e com a
incorporaçã o da ló gica de
especializaçã o dos recursos humanos;

• 1953- Criaçã o do Ministério da Saú de;


Autoritarismo (1964 – 1985)

• 1966 – INPS – Instituto nacional de previdência social –


unificaçã o dos IAPS – filas - corrupçã o;
• 1977 – INAMPS – Instituto nacional de assistência médica e
previdência social;
Autoritarismo (1964 – 1985)

• Final dos anos 70 - MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁ RIA;


• A saú de é um direito de todo cidadã o, independente de
contribuiçã o ou de qualquer outro critério de discriminaçã o;
• As açõ es de saú de devem estar integradas em um ú nico
sistema, garantindo o acesso de toda populaçã o a todos os
serviços de saú de, seja de cunho preventivo ou curativo;
Autoritarismo (1964 – 1985)

• A gestã o administrativa e financeira das açõ es de saú de deve


ser descentralizada para estados e municípios;
• O Estado deve promover a participaçã o e o controle social
das açõ es de saú de.

• Conferência de Alma-Ata (1978);


Nova República (1985 – 1988)

• Redemocratizaçã o;

• 8ª conferência nacional de saú de


(1986);

• SUDS – Sistema Unificado e


Descentralizado de Saú de (1987) –
estratégia ponte para criaçã o do SUS;

• 1988 – Constituinte e criaçã o do SUS;


Sistema Ú nico de Saú de - SUS
Sistema Único de Saúde - SUS

• Art. 194 e 195 - Seguridade Social.


• Art. 196 - A saú de é direito de todos
e dever do Estado.
• Art. 197 - Atribuiçõ es do Poder
Pú blico.
• Art. 198 - Diretrizes do SUS.
• Art. 199 - Participaçã o da iniciativa
privada.
• Art. 200 - Atribuiçõ es do SUS.
Sistema Único de Saúde - SUS

• Constituiçã o Federal de 1988 – art. 196 a 200 - cria o SUS;

• Lei 8.080/90 – lei orgâ nica da saú de – organizaçã o e regulaçã o


das açõ es de saú de no territó rio nacional;

• Lei 8.142/90 - estabelece a participaçã o popular no SUS e


dispõ e sobre as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na á rea da saú de.
Princípios Doutrinários do
SUS

• UNIVERSALIZAÇÃ O DO ACESSO
• INTEGRALIDADE DA ATENÇÃ O
• EQUIDADE
Diretrizes/Princípios
Organizativos do SUS

• DESCENTRALIZAÇÃ O, COM DIREÇÃ O Ú NICA DO SISTEMA -


promover uma maior democratizaçã o do processo decisó rio
na saú de. É uma estratégia para o enfrentamento das
desigualdades regionais e sociais.
• REGIONALIZAÇÃ O
• HIERARQUIZAÇÃ O
Diretrizes/Princípios
Organizativos do SUS

• PARTICIPAÇÃ O POPULAR (LEI 8.142/1990) - capacidade de


articulaçã o do movimento social no contexto da saú de.
• Conselhos de saú de – canais permanentes de comunicaçã o.
• Conferências de saú de – a cada 4 anos.
Diretrizes/Princípios
Organizativos do SUS

• RESOLUBILIDADE
• -Densidade tecnoló gica e
• Complexidade tecnoló gica
• -Regulaçã o

• COMPLEMENTARIEDADE DO
SETOR PRIVADO
1991 – CIT, CIB, NOB 91 e PACS
NOB 93 e 96
Programa de Saú de da Família
1991 – CIT, CIB, NOB 91 e PACS

• Criada a Comissã o de Intergestores Tripartite (CIT) com


representaçã o do Ministério da Saú de, das Secretarias
Estaduais de Saú de e das Secretarias Municipais de Saú de e da
primeira norma operacional bá sica do SUS, além da Comissã o
de Intergestores Bipartite (CIB) para o acompanhamento da
implantaçã o e da operacionalizaçã o da implantaçã o do recém-
criado SUS.
1991 – CIT, CIB, NOB 91 e PACS

• As duas comissõ es, ainda atuantes, tiveram um papel


importante para o fortalecimento da ideia de gestã o colegiada
do SUS, compartilhada entre os vá rios níveis de governo.

• Programa de Agente Comunitá rios (PACS).


NOB 93
• Restaurou o compromisso da implantaçã o do SUS e estabelecer o
princípio da municipalizaçã o.

• Também definiu diferentes níveis de responsabilidade e competência


para a gestã o do novo sistema de saú de (incipiente, parcial e semiplena,
a depender das competências de cada gestor).

• Consagrou e reafirmou os organismos colegiados com grau elevado de


autonomia: as Comissõ es Intergestoras (Tripartite e Bipartite).
1994 – Programa Saúde da Família

• A Estratégia Saú de da Família visa à reversã o do modelo


assistencial vigente, em que predomina o atendimento
emergencial ao doente, na maioria das vezes em grandes
hospitais.

• A família passa a ser o objeto de atençã o, no ambiente em que


vive, permitindo uma compreensã o ampliada do processo
saú de-doença.
NOB 96
 As principais inovaçõ es da NOB 96 foram:

• a) a concepçã o ampliada de saú de

• b) o fortalecimento das instâ ncias colegiadas e da gestã o


pactuada e descentralizada – consagrada na prá tica com as
Comissõ es Intergestores e os Conselhos de Saú de
NOB 96
• c) as transferências fundo a fundo com base na populaçã o e
em valores per capita previamente fixados

• d) novos mecanismos de classificaçã o determinam os está gios


de habilitaçã o para a gestã o, nos quais os municípios sã o
classificados em duas condiçõ es: gestã o plena da Atençã o
Bá sica e gestã o plena do sistema Municipal.
NOAS 2002
Pacto pela Saú de
Política Nacional em Atenção Básica
NOAS 2002
• A Norma Operacional de Assistência à Saú de, cuja ênfase
maior é no processo de regionalizaçã o do SUS, a partir de uma
avaliaçã o de que a municipalizaçã o da gestã o do sistema de
saú de, regulamentada e consolidada pelas normas
operacionais, estava sendo insuficiente para a configuraçã o do
sistema de saú de por nã o permitir uma definiçã o mais clara
dos mecanismos regionais de organizaçã o da prestaçã o de
serviços.
Pacto pela Saúde - 2006

• É um conjunto de reformas institucionais pactuado entre as três


esferas de gestã o (Uniã o, estados e municípios) do Sistema Ú nico de
Saú de, com o objetivo de promover inovaçõ es nos processos e
instrumentos de gestã o.

• Sua implementaçã o se dá por meio da adesã o de municípios, estados e


Uniã o ao Termo de Compromisso de Gestã o (TCG), que, renovado
anualmente, substitui os anteriores processos de habilitaçã o e
estabelece metas e compromissos para cada ente da federaçã o.
Pacto pela Saúde - 2006

• As transferências dos recursos também foram modificadas,


passando a ser divididas em seis grandes blocos de
financiamento (Atençã o, Bá sica, Média e Alta Complexidade da
Assistência, Vigilâ ncia em Saú de, Assistência Farmacêutica.
Política Nacional de
Atenção Básica

• Em 2006, no contexto do Pacto pela Saú de, foi publicada a


primeira ediçã o da PNAB. Que incorporou os atributos da
atençã o primá ria à saú de abrangente, reconheceu a Saú de da
Família como modelo substitutivo e de reorganizaçã o da
Atençã o Bá sica.
Política Nacional de
Atenção Básica

• Em 2011, iniciou-se um movimento de mudança da PNAB com


o Requalifica UBS (reformas, ampliaçõ es, construçõ es e
informatizaçã o), o Programa de Melhoria do Acesso e da
Qualidade (PMAQ) e o Programa Mais Médicos (PMM). Além
disso, foi criado o e-SUS AB, incluindo a oferta de prontuá rio
eletrô nico gratuito para os municípios. Destaca-se ainda a
criaçã o de diferentes modalidades de equipes (consultó rios na
rua, ribeirinhas e fluviais, por exemplo).
Política Nacional de
Atenção Básica

• Em 2017 houveram muitas mudanças na PNAB, como a:


• Possibilidade de reduçã o do nú mero de ACS e ampliaçã o de
suas atribuiçõ es.
• Carga horá ria fracionada dos profissionais das equipes de
atençã o bá sica.
• Ampliaçã o do escopo de atuaçã o do NASF (Previne Brasil –
extinçã o do incentivo federal).
Política Nacional de
Atenção Básica

• Exclusã o de carga horá ria para formaçã o continuada.


• Definiçã o sobre o papel do gerente de unidade bá sica de
saú de.
• Noçã o de padrã o essencial e ampliado, na portaria sã o
apresentados de modo genérico e com risco de apropriaçõ es
que retornam à APS seletiva.
Previne Brasil
Desafios
Previne Brasil
• O programa Previne Brasil foi instituído pela Portaria nº 2.979,
de 12 de novembro de 2019.
Previne Brasil
• O novo modelo de financiamento altera algumas formas de
repasse das transferências para os municípios, que passam a
ser distribuídas com base em quatro critérios: capitaçã o
ponderada, pagamento por desempenho, incentivo para açõ es
estratégicas e Incentivo financeiro com base em critério
populacional.
Desafios
• Magnitude (populacional e em tipos de
açõ es);

• Heterogeneidade do país (econô mico e


social);

• Participaçã o popular (imaturidade política,


baixa noçã o de direito e cidadania,
valorizaçã o da individualidade);
Desafios
• Mudanças do perfil de saú de.

• Mudança de paradigma nas prá ticas


de saú de – integralidade – formaçã o
de profissionais.

• Medidas de austeridade fiscal.


Obrigada!!

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