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INTELIGÊNCIA

O que a inteligência reflete?

■ Conceito difícil de se definir. Tópicos


muitos discutidos na ciência psicológica:
– como o conhecimento e sua
aplicação na vida cotidiana se
traduzem em inteligência individual;
– grau relativo em que a
“inteligência” é determinada por
nossos genes e nosso ambiente.
Definição
■ Um atributo utilizado para descrever uma
pessoa, baseado nas suposições de que

(1) Toda pessoa tem uma gama de diferentes


capacidades e
(2) A inteligência pode ser igualada a como uma
pessoa é avaliada em uma escala de
capacidades específica, conforme valorizado
pela cultura.
Questões a serem discutidas:
1- Definições e medidas dependem do contexto e da
cultura;

2- Como a inteligência pode ser descrita de uma


maneira independente do contexto.

3- Avaliação do debate “natureza versus ambiente”


sobre a inteligência e seus determinantes.
1- Definições e medidas dependem do
contexto e da cultura

■ Primeiras tentativas- FRANCIS GALTON


(final século XIX): Definições operacionais
que vinculavam a inteligência à velocidade
das respostas neurais e à sensibilidade ou
acuidade dos sistemas sensoriais/perceptivos:
quanto mais rápidas as nossas respostas e mais
agudas as nossas percepções, mais espertos
seríamos.
O Desenvolvimento dos Testes de
inteligência
A inteligência pode ser medida?
Histórico

■ Século XX – governo francês obriga que todas


as crianças frequentem escolas.

■ Alfred Binet – contratado pelo governo para


identificar estudantes que precisassem de um
acompanhamento especial (grande diversidade
de repertório entre as crianças).
■ Binet não acreditava em capacidades inatas.
Primeiros testes de inteligência

■ Escala de Inteligência Binet-Simon.

■ Binet/Simon desenvolveram primeiros testes


para avaliar habilidades mentais que incluíam
capacidades “verbais”, “matemáticas” e
“analíticas”: memória, atenção, capacidade de
entender semelhanças e diferenças, habilidades
com números.
Observações de Binet

■ Crianças com 7 anos acertavam o mesmo nº de


questões de outra com 9 anos.

Conceito de idade mental – base para os testes de


inteligência atuais (Visão Clássica da inteligência)

■ Binet não acreditava que se tratava de uma inteligência nata


ou permanente, poderia ocorrer modificações com o tempo/
conceito amplo que não poderia ser reduzido a um número.
■ Recusou-se a categorizar “crianças normais” com base nos
testes. Considerava essas classificações injustas.
■ Reconheceu que muitos fatores individuais, como o nível de
motivação de uma criança, poderia afetar os resultados.
EUA

■ Grande interesse no teste desenvolvido por


Binet.
■ Psicólogo Lewis Terman – Stanford
University – fez a tradução e adaptação do
teste. Escala de Inteligência Sanford-Binet,
1916.
- Resultados eram expressos em termos
numéricos – quociente de inteligência (QI)
Cálculo QI – “Popularização testes de QI” -
TERMAN

■ Idade mental/idade cronológica X 100.

■ Criança de inteligência média, com idade mental e


cronológica igual, teria um QI de valor 100.
■ Uma criança “inteligente” de dez anos, com uma
idade mental de 13, teria um QI de 130
(13/10x100).
■ Uma criança “lenta”, com uma idade cronológica
de 10 anos e mental de 7, teria um QI de 70
(7/10x100).
1ª Guerra Mundial – EUA e o Teste de
Inteligência de Grupo

■ Necessidade de avaliar um grande número de


pessoas para selecionar os recrutas.
Desenvolvidos os testes:
– Army Alfa - escrito
– Army Beta – oral (quem não sabia ler)
■ Adaptação para sociedade civil.
■ Uso indiscriminado – prisioneiros, imigrantes –
forma de preconceito.
■ Apesar das preocupações com o mau uso dos
testes de QI, eles rapidamente se tornaram muito
populares. A crença de Binet de que os testes de
inteligência seriam úteis somente para identificar
pessoas que poderiam beneficiar-se com uma
educação especial desapareceu. Contrário às
ideias de Binet, assumiu-se que o resultado no
teste de QI era uma característica fixa e inata,
refratária a mudanças (Gould, 1993).

■ Terman acreditava que um QI alto indicava mais


do que simples sucesso na escola. Em 1926
pesquisa longitudinal com 1.500 criança com
“escores de gênios” acompanhando-as ao longo
da vida adulta.
Problemas no uso dos testes de QI
■ Duradoura suposição na sociedade ocidental de
que a inteligência é definida pelo desempenho da
pessoa nesse tipo de teste.

■ Os testes focalizam habilidades verbais e de


raciocínio que refletem bem a realização
acadêmica de jovens e adultos.

■ Viés popular na cultura ocidental de que as


pessoas que se saem bem nesses testes são
“inteligentes” e as que não se saem tão bem estão
condenadas à categoria das “menos inteligentes”.
Os limites da visão clássica

■ Testes são extremamente dependentes do


contexto (cultura, educação, classe
socioeconômica).

■ Acreditar que os testes de QI medem a gama


completa de capacidades intelectuais humanas
é uma visão deficiente e estreita.
2) A inteligência tem uma
estrutura modular
■ Propriedades mentais têm uma natureza inerentemente modular
e podem ser separadas em diferentes sistemas.

■ As raízes desta visão são encontradas na Neuropsicologia, em


que se sabe há muito tempo que as pessoas têm capacidades
mentais especializadas muito específicas.
■ O fato de que é possível as pessoas serem
extremamente proficientes em alguns domínios e
terrivelmente inadequadas em outros apóia
fortemente a visão de que a inteligência precisa
ser considerada em relação a uma série de
capacidades diferentes – não apenas aquelas
utilizadas para avaliar o QI.

■ Para minimizar vieses inerentes, uma medida da


inteligência precisa focar aspectos do intelecto
que sejam independentes do background cultural e
da escolarização.
Algumas teorias sobre a Inteligência
■ inteligência cristalizada: se refere ao
conhecimento adquirido por meio da
experiência, com a suposição de que as pessoas
que aprendem com suas experiências estão
demonstrando uma capacidade mental que está
ausente naqueles que não conseguem aprender
com a experiência.

■ Há correlação entre as duas.


Algumas teorias sobre a Inteligência

■ Inteligência como múltiplos fatores

■ Howard Gardner (1983): teoria das


inteligências múltiplas.
Teorias de Inteligência

Howard Gardner, psicólogo americano (1943- )

■ Observou tipos de habilidades e aquilo que é


valorizado em diferentes culturas.

■ Inteligências múltiplas – são independentes e


devem levar em conta o contexto cultural.
Teorias de Inteligência

Howard Gardner, psicólogo americano (1943)


■ Inteligência Verbal,
■ Inteligência Lógico-matemática,
■ Inteligência Musical,
■ Inteligência Espacial,
■ Inteligência Cinestésico-Corporal,
■ Inteligência Interpessoal,
■ Inteligência Intrapessoal,
3) Tanto os genes como o meio
ambiente influenciam a inteligência

■ Qual origem da inteligência?


■ Uma pessoa nasce inteligente ou ela se torna
inteligente?
■ Podemos herdar o potencial intelectual de
nossos pais, avós, ou é determinado pelo meio
que vivemos e nosso histórico de vida?
Os Papéis da Genética e do Meio na
Determinação da Inteligência

■ Consenso entre pesquisadores: há influência


de fatores genéticos e ambientais.

■ Discussão – qual o mais ‘importante’? Qual


exerce maior influência sobre a inteligência?
■ “gene como matriz”
– A genética como decisiva

■ “gene como um banco de dados”


– A pessoa herda os genes, mas a
manifestação destes irá depender da
interação com o meio. Ex: altura

A hereditariedade estabelece os limites


■ No estudo da inteligência a dificuldade em
determinar o que é da herança genética e o
que é do meio ocorre em função da
complexidade do conceito.

■ Ex: olhos claros – você tem ou não o gene.


No caso da inteligência – muitos genes
envolvidos.
■ Estudos com gêmeos

– Os estudos apontam que 50% das


diferenças entre QI dentro de uma
determinada população é em função de
fatores genéticos.
Diferenças entre grupos

■ Estudos demonstram diferenças de QI entre


grupos raciais.

■ Ex.: crianças japonesas e chinesas


apresentaram resultados mais altos de QI do
que crianças brancas norte-americanas.
■ 1ºs anos de vida:
norte americanas = chinesas = japonesas

■ Entre 11 e 13 anos
norte americanas < chinesas = japonesas

- Essa diferença começa a surgir com a entrada


na escola

A diferença não se deve a genética, mas ao


sistema educacional
Diferenças Intragrupos Versus Diferenças
Intergrupos

■ Diferenças intergrupos: deve-se ao


meio
■ Diferenças intragrupos: deve-se a
genética
■ Dentro dos EUA:
grupo de norte-americanos brancos >
grupo de norte-americanos negros

■ Estudos são baseados em diferenças entre grupos


e não diferenças individuais.

■ Diferenças dentro de uma mesma população (de


um grupo) são maiores do que as diferenças entre
grupos diferentes.
■ Scarr e Weinberg:
diferenças entre QI não se deve a raça, mas
sim a fatores socioeconômicos e valores
culturais.

■ Crianças negras adotadas por pais brancos –


desempenho acima da média nos testes.
■ Outros estudos sobre a influência do meio:

Diferenças significativas nos testes de QI


entre uma geração e outra: diferenças deve-se
ao meio.

- Período de tempo é muito curto para que


mudanças genéticas possam ser a explicação.

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