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Inteligências múltiplas, a teoria de Howard


Gardner
Inteligências múltiplas, a teoria de Howard Gardner

O trabalho de Howard Gardner em torno das inteligências múltiplas, publicado pela primeira vez em 1983
no livro Estruturas da Mente (Frames of Mind), teve e continua tendo um impacto muito grande na prática
educacional de escolas do mundo todo.

Dada a sua importância, esse artigo irá abordar essa revolucionária teoria, seus conceitos, aplicações práticas
e outros aspectos que possam influenciar no aprendizado de cada um de nós.

Você vai conhecer mais sobre cada um dos 7 tipos de inteligências — mais 2 tipos foram conceituados em
Inteligência, um conceito reformulado (Intelligente Reframed), de 1999 — propostos pelo pesquisador da
universidade de Harvard no início da década de 80, além de aprender como desenvolver cada um deles
através de exercícios de diversos tipos.

O que é a teoria das inteligências múltiplas?

Gardner afirma que todo ser humano possui múltiplos tipos de inteligência. Cada um deles pode ser
desenvolvido ou enfraquecido. Em 1983 foram definidos os primeiros sete tipos, posteriormente
complementados com mais dois, em 1999:

1. Inteligência verbal ou linguística:  habilidade verbal bem desenvolvida, sensibilidade aos sons,
significados e ritmos das palavras;
2. Inteligência lógico-matemática: habilidade de pensar de forma conceitual e abstrata, além da
capacidade de discernir padrões lógicos ou numéricos;
3. Inteligência musical:  habilidade de produzir e apreciar ritmos, tons e timbres;
4. Inteligência visual ou espacial: capacidade de pensar em forma de imagens, “visualizar” conceitos
abstratos;
5. Inteligência corporal ou cinestésica: capacidade de controlar o próprio corpo e lidar fisicamente
com objetos variados;
6. Inteligência interpessoal: capacidade de detectar e responder adequadamente aos humores,
motivações e desejos dos outros;
7. Inteligência intrapessoal: capacidade de ser auto-consciente e em sintonia com seus sentimentos
interiores, valores, crenças e processos de pensamento;
8. Inteligência naturalista: habilidade para reconhecer e categorizar plantas, animais e outros
elementos da natureza;
9. Inteligência existencialista: sensibilidade e capacidade para lidar com questões profundas em torno
da existência humana, como o significado da vida, por que morremos, ou como chegamos até aqui.

Gardner desenvolveu sua teoria baseando-se no estudo de diversas pessoas, com diferentes trajetórias de
vida, profissões e aspirações. Ele realizou entrevistas e pesquisas cerebrais com vítimas de derrame,
prodígios, crianças autistas e os chamados “idiotas-prodígios“.

De acordo com Gardner,

 Todos ser humano possui as nove inteligências em níveis variados;


 Cada pessoa tem uma composição intelectual diferente;
 Podemos melhorar o ensino se considerarmos os diferentes tipos de inteligência de cada aluno;
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 Essas inteligências estão localizadas em diferentes áreas do cérebro e podem trabalhar tanto isoladas
quanto juntas;

Você, que já deve estar curioso para saber em quais tipos de inteligência se sai melhor, pode fazer o teste
abaixo, que encontrei no Guia da Carreira. É interessante destacar, no entanto, que o próprio Gardner, no
livro Inteligências Múltiplas: A teoria na prática, afirma não endossar (mas nem dissociar-se) das
organizações que se esforçam por criar testes, experimentos e publicações, no sentido comercial, em torno
de sua teoria (GARDNER, 1995, p. 5).

Em que sentido a teoria das inteligências múltiplas difere da definição tradicional de inteligência?

A teoria de Gardner desafiou diversas crenças nos campos da educação e da ciência cognitiva.

De acordo com a definição tradicional, a inteligência é uma capacidade cognitiva uniforme com a qual as
pessoas nascem. Tal capacidade pode ser facilmente mensurada através dos chamados testes de respostas
curtas.

De acordo com Howar Gardner, a inteligência é:

 A habilidade de elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou


comunitários;
 Um conjunto de habilidades que permitem que uma pessoa resolva problemas;
 O potencial de encontrar ou criar soluções para problemas, o que envolve adquirir novos
conhecimentos.

De acordo com o conceito tradicional de inteligência, um sistema educacional eficiente deve basear-se em
testes de múltipla escolha para avaliação dos alunos. Na prática, então, resultados de testes de QI, ENEM,
Prova Brasil, etc. seriam a melhor forma de identificar os pontos fortes e fracos dos alunos.

O problema é que esse tipo de avaliação serve apenas para (des)qualificar alunos especiais, sejam os
superdotados ou aqueles com problemas de aprendizado.

O ainda frequente uso de testes de Q.I. nas escolas, por exemplo, tem contribuído muito mais para enquadrar
estudantes em categorias que a auxiliar pais e professores a identificar características cognitivas que
precisem ser desenvolvidas ou estimuladas no jovem.

Muitos educadores, pesquisadores, estudantes e pais já perceberam a ineficácia de testes padronizados como
forma de mensurar a inteligência. Porém, apesar de ser uma teoria levada muito em conta em escolas dos
Estados Unidos, no Brasil ainda não tem sido dada a devida atenção às I.M.

O artigo que você está lendo visa, pelo menos, alertar a todos envolvidos com a educação sobre a
necessidade de mudança de paradigmas em nosso sistema de ensino.

Como as inteligências múltiplas interferem em minha sala de aula?

Da mesma forma que existem numerosas maneiras de expressar-se, provavelmente há ainda mais maneiras
de adquirir conhecimento e entender o universo. Indivíduos são capazes, segundo Gardner, de entender e
dominar as áreas mais profundas do conhecimento humano. Muito antes da teoria das I.M. surgir, em 1983,
vários professores já buscavam promover formas diferentes de inteligência em seus alunos.

Imagine você em sua sala de aula com os seguintes alunos: J.K. Rowling, Sheldon Cooper, Elis Regina,
Pablo Picasso, Ronaldinho Gaúcho, Getúlio Vargas, Chico Xavier, Charles Darwin, e Jean Paul Sartre.
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 J.K. está escrevendo a próxima aventura de Harry Potter em pedaços de papel amassado.
 Sheldon está sonhando com equações que um dia possibilitarão a construção de um computador
quântico.
 Elis está cantando baixinho uma música incompreensível da qual você apenas distingue “É pau, é
pedra, é o fim do caminho”.
 Pablo, ao seu descuido, está pintando a parede do fundo da sala.
 Ronaldinho não pára quieto pois no próximo período tem aula de Educação Física.
 Getúlio está preocupado em montar sua chapa para o grêmio estudantil e não prestou atenção em
nenhuma palavra sua.
 Chico, apesar de muito introspectivo, está sempre conversando baixinho, preocupado com os
problemas dos colegas.
 Charles, diariamente, traz um inseto novo para impressionar os rapazes e assustar as meninas.
 Jean está rabiscando coisas absurdas à margem do caderno.

Não fossem os nomes conhecidos, certamente a maioria dos professores descreveria essa turma como
caótica e indisciplinada. Que tal se, na próxima vez que você tiver a chance de refletir sobre suas turmas,
imaginar cada aluno como alguém que conseguiu potencializar ao máximo suas inteligências?

Quais os benefícios do uso das Inteligências Múltiplas na minha escola?

 Você passa a considerar o conceito de habilidade intelectual como algo mais amplo. Desenhar,
compor ou ouvir música, assistir a uma apresentação — atividades assim podem ser vitais para o
aprendizado; tão importantes quanto escrever ou calcular. Estudos mostram que muitos alunos que
costumam ir mal em testes tradicionais passam a aprender rapidamente quando atividades artísticas,
atléticas ou musicais são incorporadas a sua rotina.
 Você vai oportunizar um aprendizado autêntico, baseado nas necessidades, interesses e talentos de
seus alunos. Uma sala de aula de múltiplas inteligências funciona como no mundo real: o autor e o
ilustrador de um livro são valorizados da mesma forma. Os alunos tornam-se mais ativos e
envolvidos.
 O envolvimento dos pais e da comunidade em geral com a escola aumentará. Isso acontece pois os
alunos terão a oportunidade de mostrar o próprio trabalho através de painéis e audiências. Essas
atividades envolvendo o aprendizado traz os membros da comunidade para dentro do processo.
 Os alunos poderão demonstrar e compartilhar as habilidades que dominam melhor, aumentando,
além de tudo, sua autoestima. Desenvolver seus pontos fortes costuma dar ao aluno a motivação
para, um dia, tornar-se um especialista na área.
 Quando você está ensinando para o entendimento, e não para as notas, seus alunos acumulam
experiências educacionais positivas e a capacidade de criar soluções para problemas do dia-a-dia.

De que forma isso ajuda os alunos aprenderem melhor?


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Eles começam a entender o quanto são inteligentes. Na visão de Gardner, o aprendizado é um processo
social e psicológico. Quando os alunos começam a entender o equilíbrio entre suas próprias inteligências,
passam a:

 Responsabilizar-se pelo próprio aprendizado


 Valorizar suas características pessoais

Da mesma forma, os professores passam a entender as inteligências dos alunos e de si mesmos. Sabendo
quais alunos possuem uma inteligência interpessoal mais forte, por exemplo, facilitará na criação de
oportunidades em que tal habilidade possa ser demonstrada aos demais colegas. É importante lembrar, no
entanto, que a teoria das inteligências múltiplas não tem por objetivo fornecer novas formas de categorizar
alunos, como fazem os testes de Q.I.

A própria palavra entendimento, a partir das inteligências múltiplas, passa a ser vista de diferentes ângulos.
O problema “O que é areia”, pode receber contribuições científicas, poéticas, artísticas, geográficas e até
mesmo musicais.

Todo esse processo permite que o aluno sinta-se membro atuante dentro de sua cultura, pois atividades
baseadas nas I. M. também se aterão a questões essenciais sobre a existência humana, tais como: de onde
viemos? Do que o mundo é feito? O que a humanidade já alcançou? O que ainda pode alcançar? Como se
pode ter uma vida satisfatória?

A inteligência linguística

Pessoas com inteligência linguística bem desenvolvida têm facilidade em usar a fala e a escrita. Se você é
uma dessas pessoas, uma de suas principais características é a facilidade de expressar-se, tanto verbalmente
quanto em forma de texto.

Você adora brincar com o significado e com o som das palavras, seja em forma de rimas, trava-línguas,
métricas ou combinações novas.

As pessoas o admiram pelo número de palavras cujo significado você sabe e pela facilidade que tem de falar
em público. Além disso, sua facilidade em aprender outras línguas — ou mesmo novas estruturas em sua
língua materna — sempre foram um fator que lhe ajudou em diversas situações.
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Pessoas com inteligência linguística devem explorar suas capacidades de fala e escrita.

Frases e carreiras comuns

Profissões que usam a inteligência linguística incluem as carreiras de escritor, político, jornalista e professor.
Porém, qualquer profissão que tire proveito de habilidades de oratória ou escrita são uma ótima escolha para
quem se dá bem com a língua.

Frases comuns proferidas por essas pessoas incluem:

 Diga-me palavra por palavra.


 Nos falamos mais tarde.
 A palavra que você está procurando é…
 Em outras palavras…
 Deixe-me soletrar para você.

4 Técnicas de aprendizado para alunos textuais

Priorize tudo que envolver a escrita ou a fala.

Repita a matéria em voz alta para si mesmo, use gravações com explicações de determinado conteúdo,
escreva resumos, simule a apresentação de um telejornal em que aquele conceito é explorado em uma
reportagem — use a imaginação.

Utilize rimas e ritmo sempre que puder.

Essas duas propriedades da língua vão lhe ajudar a lembrar da matéria. Pegue uma música conhecida e
escreva uma paródia que utilize o conteúdo que você precisa estudar. Veja um exemplo de paródia sobre
genética.

Utilize processos mnemônicos para memorizar listas de informação.

Eles consistem em utilizar a primeira letra de cada item e formar uma nova frase, mais fácil de lembrar, com
outras palavras que comecem com as mesmas letras. Saiba mais sobre o método mnemônico.

Um exemplo clássico para lembrar os nomes e a ordem dos planetas do Sistema Solar é Minha Velha Tia
Mandou Jogar Sal Úmido Nas Plantas — Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno,
Plutão.

Quando ler algo em voz alta, varie a entonação e crie formas dramáticas diferente.

Ao invés de usar uma voz monótona para ler aquele capítulo chato, torne o texto inspirado e vibrante
imaginando que ele seja o discurso de posse de um político, ou o monólogo de um personagem moribundo
em uma cena de teatro. Isso não apenas ajudará sua memória, mas também sua técnica de oratória melhorará
significativamente.

A inteligência lógico-matemática

Você que possui a inteligência lógico-matemática bem desenvolvida gosta de usar a razão para tarefas
complexas, reconhece padrões facilmente, bem como conexões entre conteúdos aparentemente não
relacionados.
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Isso tudo o torna capaz de agrupar informações de modo a aprendê-las e compreendê-las melhor.

Sua característica principal é trabalhar bem com números e outras atividades que exijam a lógica. Você
sabe usar o básico de trigonometria e matemática mesmo sem ter sido orientado formalmente quanto a isso e
impressiona as pessoas com sua capacidade de fazer cálculos de cabeça.

Normalmente, pessoas com inteligência lógico-matemática apurada trabalham em torno de problemas de


modo sistemático. Elas gostam de criar procedimentos para uso futuro e também de estabelecer metas
numéricas, avaliando seu progresso tendo em vista esses números.

Criar agendas, itinerários e listas de tarefas são formas típicas de organização dessas pessoas.

Seu modo científico de pensar o leva a, frequentemente, usar argumentos do tipo lógico ou estatístico para
defender seus pontos de vista, percebendo facilmente incoerências lógicas nas palavras ou ações de outras
pessoas, apontando-as sempre que puder — o que nem sempre é bem recebido.

Você gosta de imaginar estratégias e fazer simulações. Jogos como xadrez, gamão e damas, ou os
eletrônicos Dune II, Star Craft e Age of Empires são os seus passatempos prediletos.

O gosto por jogos como xadrez e damas caracterizam quem possui inteligência lógico-matemática bem
desenvolvida

Inteligência lógico-matemática: frases e carreiras comuns

Pessoas com fortes características lógicas normalmente buscam carreiras na ciência, matemática,
engenharia, direito ou programação de computadores.

Frases típicas pronunciadas por essas pessoas refletem, além de sua característica principal, o seu sentido de
aprendizado mais desenvolvido – visual, auditivo ou cinestésico. Ainda assim, é típico ouvirmos:

 Isso é lógico.
 Siga o passo-a-passo.
 Siga as regras.
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 Não existe padrão nisso.


 Vamos dividir em tópicos.
 Que estatísticas comprovam isso?

6 Técnicas de aprendizado acelerado para os amantes da lógica

Faça relações

Tenha como objetivo entender as conexões entre o conteúdo que está estudando com outros já estudados.
Entenda as razões, os motivos, as relações. Aprender não é o suficiente. Compreenda os detalhes de cada
matéria para que sua busca compulsória por novas informações permita que você memorize e aprenda
efetivamente determinada matéria.

Listas e Estatísticas

Enquanto estuda, crie listas com os tópicos principais do conteúdo. Você pode, além disso, querer usar
estatísticas para ajudá-lo a identificar áreas em que precisa focar-se mais: o número de páginas lidas de cada
assunto, o tempo que passou estudando cada capítulo e assim por diante.

Dê atenção a sua saúde física

Preste atenção a sua forma física, pois você tem uma tendência enorme de supervalorizar sua mente, em
detrimento do corpo. Lembre-se que você também é um “sistema”, como todos os demais equipamentos
com os quais você lida o tempo todo.

Busque entender o conteúdo como um todo

Faça o máximo que puder para entender as relações entre diversas partes de um sistema de modo a entender
aquele conteúdo como um todo — lembre-se da máxima de que o todo é normalmente maior que a soma das
partes. Por exemplo, você pode ter um ótimo entendimento sobre sistemas de navegação e interfaces de voo
em aviões, mas pode não compreender como isso influencia no equilíbrio da aeronave. Desenhe diagramas e
faça conexões para ajudá-lo na tarefa.

Rotina é sua palavra de ordem

Você acha difícil mudar determinados comportamentos ou hábitos, por mais que racionalmente saiba dos
benefícios que isso poderia trazer. Para amenizar tal situação, você pode tentar a técnica de mudar hábitos
ruins (que você identificou em si mesmo) por outros bons. A matéria de capa da revista Galileu de junho de
2012 é um ótimo guia.

Menos planejamento e mais ação

Em certos momentos é possível que você analise em excesso certos aspectos de seu aprendizado ou
treinamento. Isso pode levar a uma espécie de estagnação — você estará ocupado, mas não com algo que o
ajude a alcançar seu objetivo.

Quando perceber que já gastou muito tempo escolhendo, avaliando ou planejando, pare e tente focar-se em
atividades que lhe permitam avançar em outra área. Tenha em mente que planejar exatamente quanto tempo
deverá gastar com cada capítulo do livro só faz você perder tempo de leitura

Se você costuma sofrer com o tipo de paralisia analítica citado acima, escreva lembretes em letras
maiúsculas com “FAÇA AGORA” em torno de seu ambiente de trabalho ou estudo, em locais estratégicos.
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A Inteligência Espacial ou Visual

Pessoas com inteligência espacial ou visual aprendem, entendem e retêm novas informações quando
apresentadas com o auxílio de ilustrações, diagramas, gráficos, mapas e vídeos.

Esse é o tipo de inteligência mais presente nas salas de aula repletas de membros da geração Y.

Alunos visuais precisam escrever a matéria, visualizá-la em gráficos ou diagramas, destacá-la com cores e
estudar individualmente através de todos aparatos visuais de que dispuserem.

Quem possui esse tipo de inteligência tenta visualizar e conceitualizar novas ideias mentalmente. Seu
método de estudo preferido consiste em ler o material novamente e, frequentemente, reescrevê-lo em um
ambiente silencioso e sem a menor perturbação.

A inteligência espacial é a mais encontrada em alunos de escolas, atualmente.

Frases e carreiras comuns aos aprendizes visuais

Entre as atividades que melhor aproveitam a inteligência visual estão a arquitetura, a fotografia, o cinema, o
design, a navegação e, obviamente, as artes visuais.

Para um professor, pode ser interessante prestar atenção na fala de seus alunos. De acordo com o estilo de
aprendizagem de cada um, sua estrutura de raciocínio tende a manifestar-se oralmente. Veja como isso
acontece com a inteligência espacial ou visual:

 Vejamos de um modo diferente.


 Veja se isso funciona para você.
 Eu não estou conseguindo visualizar essa ideia.
 Vamos fazer em forma de gráfico?
 Eu gostaria de tentar uma perspectiva diferente.
 Tenho facilidade para lembrar o rosto das pessoas.

Ideias para melhorar a experiência de aprendizado


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O aprendizado de alguém com inteligência espacial bem desenvolvida será maximizado quando novas
informações, conceitos ou ideias forem apresentados através de meios que se utilizem de aparato visual.

Vejamos algumas ideias que podem ser usadas por professores em sala de aula e também por autodidatas:

Organize-se através de cores, use associações espaciais e palavras visuais como “ver”, “visual”,
“perspectiva”, “mapeamento”, etc. em suas asserções.

Use esquemas, também conhecidos como mapas mentais. Há diversas ferramentas on-line muito boas para
isso. As que eu mais gosto (que são grátis) são a MindMeister e a Mindomo.

Para momentos em que não tiver um computador à disposição, certifique-se de ter ao menos 4 canetas com
cores diferentes para desenhar diagramas que resumam o conteúdo que você está aprendendo.

Lembre-se sempre de fazer associações de forma hierárquica, para você entender rapidamente as relações
entre os diversos elementos daquela matéria. Quando possível, substitua palavras por desenhos ou colagens.

A técnica de criação de histórias que se utilizem de elementos de uma determinada matéria de forma visual
— chama de palácios da memória— é uma ótima forma de memorizar um conteúdo mais abstrato.

E agora algumas ideias específicas para professores:

Em suas aulas expositivas, utilize até dois elementos visuais, como um gráfico ou vídeo, para ilustrar o
conceito que está explicando. Lembre-se que suas instruções orais sempre devem ser complementadas com
outras, visuais.

Ao dar instruções sobre como os alunos devem realizar uma tarefa, abuse de elementos visuais. Pequenas
setas no quadro negro, criando uma espécie de passo a passo, farão uma grande diferença para o aprendiz
visual.

Promova atividades lúdicas que envolvam o uso de cartazes, cartões e outros elementos visuais. Permitindo
que os alunos produzam tal material você estará estimulando, inclusive, o desenvolvimento de outras
inteligências.

Inteligência espacial: desafios e dificuldades no aprendizado


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Como dizia o velho ditado: uma imagem vale mil palavras.

Os desafios e problemas de quem tem um estilo de aprendizagem visual aparecem quando a informação é
apresentada de maneira que não leve em conta sua necessidade básica: o uso de elementos visuais.

As maiores dificuldades dos alunos ocorrem quando:

 A informação é apresentada oralmente, seja através de aulas expositivas ou discussões que não se
utilizem de ilustrações para apresentar as ideias básicas.
 Há barulho excessivo, como conversas paralelas, música ou ruídos externos.
 Uma tarefa é solicitada sem instruções que possam ser visualizadas.

Portanto, palestras, atividades e instruções orais que não incluam um elemento visual podem causar sérios
problemas de aprendizagem a quem dispõe de inteligência espacial melhor desenvolvida. O barulho é outro
fator que influenciará negativamente esse processo.

Lembre-se que a abordagem das inteligências múltiplas é apenas uma das formas de encarar como cada um
de nós aprende.

Há ainda, por exemplo, os clássicos estilos de aprendizagem definidos como visual, auditivo e cinestésico.
Para saber mais sobre eles, confira nosso infográfico sobre o tema.

A inteligência interpessoal

Pessoas com inteligência interpessoal bem desenvolvida caracterizam-se por comunicar-se com facilidade,
seja verbalmente ou não.

Outras pessoas tendem a ouvi-las e procurá-las em busca de conselhos, pois são bastante sensitivas em
relação aos sentimentos e emoções dos outros, sendo capazes de ouvir e entender seus pontos de vista.

Você que possui esse tipo de inteligência em nível elevado tem o aprendizado potencializado através do
trabalho em grupo ou, por outro lado, em aulas particulares — momento perfeito para interagir de perto com
a pessoa do professor.
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Além disso, uma ótima forma de aprendizado a seu dispor é a comparação de suas ideias com as de outras
pessoas — o grupo, para você, é muito importante.

Um de seus costumes é ficar na sala após as aulas para conversar com o professor ou colegas sobre os temas
recém debatidos — novamente a atitude social como prioridade.

Entre seus interesses estão os jogos que envolvem outras pessoas, é claro, como cartas ou jogos de tabuleiro.
Nos esportes, todos os jogos em equipe, como futebol, vôlei e basquete lhe atraem.

Trabalhar em grupo é uma necessidade para quem possui inteligência interpessoal bem desenvolvida.

Frases e carreiras comuns aos mestres dos relacionamentos

Carreiras comuns a quem possui fortes habilidades interpessoais incluem psicologia, pedagogia, vendas,
política e recursos humanos.

Um termo que tem sido bastante usado no meio empresarial é o coaching, atividade que se refere ao ato de
encorajar, apoiar, manter a motivação e acompanhar o plano de ação de seu coachee — uma carreira perfeita
para quem possui forte inteligência interpessoal.

Assim como as pessoas com inteligência lógico-matemática, suas frases comuns refletem seu estilo de
aprendizado preferido — auditivo, visual ou cinestésico. Ainda assim, há afirmações muito características a
quem ama as relações interpessoais:

 Vamos trabalhar juntos nisso.


 Nós podemos resolver.
 Conte-me o que você está pensando.
 Ajude-me entender isso.
 Que tal reunirmos um grupo para discutir essa questão?
 Vamos explorar nossas opções.

Técnicas de estudo e aprendizado


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Trabalhe em grupos sempre que possível.

Seja engajado com sua turma e utilize sua habilidade de fazer amizades para motivar colegas a estudar com
você. Caso isso não seja possível, monte um grupo de estudos próprio, com amigos de outras turmas ou até
mesmo outras escolas que tenham um nível semelhante ao seu.

Ensine outras pessoas

Teste seu entendimento e as associações que fez entre os conteúdos falando-as para outras pessoas. O
simples fato de proferir oralmente seu conhecimento pode ser uma forma de expandi-lo e compreendê-lo de
um modo novo. Além disso, outras pessoas podem alertá-lo sobre pontos que nem lhe haviam passado pela
cabeça.

O uso de mapas mentais (também chamados de esquemas) em sala de aula, criados em grupo, pode ser um
recurso de aprendizado fantástico.

Aponte alguém que vá para o quadro elaborar o mapa conforme as ideias de outras pessoas vão surgindo.
Dessa forma, uma boa discussão pode acontecer quando vocês perceberem que uma ideia pode contradizer
ou complementar outra.

Ao trabalhar em grupos, preste atenção nos erros e acertos de cada um. Para não parecer impertinente, em
casa faça uma lista de erros e acertos de cada integrante (incluindo você) e tenha essa lista em mente para
um trabalho futuro.

Lembre-se de que num grupo há diversas pessoas que, possivelmente, possuem inteligências diferentes e
estilos de aprendizagem diferentes.

Vale a pena tirar um tempo para que cada um faça um teste das inteligências múltiplas. Baseando-se nisso,
fica mais fácil fazer um divisão de tarefas conforme a aptidão de cada integrante.

Referências

GARDNER, Howard. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.


_______. Estruturas da Mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: ArtMed, 1994.
_______. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
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Inteligência Múltipla – Descubra qual dos 9 tipos é


predominante em você
dezembro 13, 2016 Psico.Online

Inteligência Múltipla é o nome dado ao estudo produzido em 1983 pela equipe do psicólogo do


desenvolvimento Howard Gardner  que descreveu nove tipos de inteligência onde afirmava que o conceito
de inteligência, como tradicionalmente definido em psicometria (testes de QI) não era suficiente para
descrever a grande variedade de habilidades cognitivas humanas.

Esse conceito, precedia uma análise antecedente para classificação das habilidades que todo ser humano
pode ter. Esses critérios eram:

 Potencial prejuízo com dano cerebral, a exemplo das capacidades linguísticas no Acidente Vascular
Cerebral;
 Existência de gênios, ou indivíduos eminentes com habilidades especiais onde se pode observar tal
capacidade isolada ou prejudicada;
 Um conjunto de operações identificável. A música, por exemplo, consiste da sensibilidade de uma
pessoa para a melodia, a harmonia, o ritmo, o timbre e a estrutura musical;
 Uma história de desenvolvimento distintiva para cada indivíduo, junto com uma natureza definível
de desempenho especialista;
 Ser possível identificar os passos para atingir tais perícias, uma história evolutiva e plausibilidade
evolutiva, a exemplo das formas de inteligência espacial em mamíferos ou inteligência musical em
pássaros;
 Testabilidade, a exemplo dos testes psicológicos, distinções psicométricas susceptíveis de
confirmação e re-testagem com múltiplos instrumentos;
 Suscetibilidade para ser codificada em um sistema de símbolos. Códigos como idioma, aritmética,
mapas e expressão lógica, entre outros.

Mesmo se tratando de um assunto bastante sério, dada a facilidade de entendimento e de classificação, o


teste passou a ser utilizado no mundo todo como uma forma de balancear as teorias e demonstrar que todos
tem qualidades e que podem ser melhores em determinadas ações.

 Confira abaixo uma explicação resumida das inteligências múltiplas e um teste para mapear a
predominância dos tipos em você.
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Inteligência Múltipla, qual é a sua?


Naturalista (inteligência de natureza);
A Inteligência Múltipla chamada naturalista designa a capacidade de diferenciar os seres vivos e possuir  a
sensibilidade para outras características do mundo natural (nuvens, formações rochosas). Esta capacidade foi
claramente valorosa na evolução humana como características de caçadores, coletores e agricultores, e
continua sendo importante em profissões como botânica ou para chefes de cozinha. Também é percebida
em grande parte da nossa sociedade de consumo, quando exploramos as inteligências naturalistas, que
podem ser direcionadas na distinção e escolhas entre carros, tênis, tipos de maquiagem e afins.

Musical (inteligência de som)


A Inteligência Múltipla musical é a capacidade de perceber ritmo, timbres e tons. Permite que as pessoas
reconheçam, criem, reproduzam e reflitam sobre música, como demonstrado por vezes nas capacidades
inatas de compositores, maestros, músicos, vocalistas e ouvintes sensíveis. Curiosamente, muitas vezes há
uma ligação afetiva entre música e emoções. Além disso, inteligências matemáticas e musicais
compartilham processos de pensamento comuns. Adultos jovens com esse tipo de inteligência são
geralmente muito conscientes de sons que outros podem não notar.

Lógico-matemática (inteligência de números e raciocínio);


A Inteligência Múltipla lógico-matemática é a capacidade de calcular, quantificar, considerar proposições e
hipóteses e realizar operações matemáticas completas e complexas. Ela permite perceber relações e
conexões e usar pensamento abstrato e simbólico; ter habilidades de raciocínio sequencial; e padrões de
pensamento indutivos e dedutivos. A inteligência lógico-matemática é bem desenvolvida em matemáticos,
cientistas e investigadores. Adultos jovens com muita inteligência lógica são interessados geralmente em
padrões, categorias e relacionamentos. São atraídos por problemas de aritmética, jogos de estratégia e
experimentos.

Existencial (inteligência de vida);


A inteligência existencial é a sensibilidade e capacidade de abordar questões profundas sobre a existência
humana, tais como o sentido da vida, por que morremos, e como chegamos aqui. Muito utilizada em
filósofos e pensadores.

Interpessoal (inteligência de pessoas);


A inteligência interpessoal é a capacidade de compreender e interagir eficazmente com os outros. Trata-se
de uma comunicação eficaz verbal e não verbal, a capacidade de notar as distinções entre outros, a
sensibilidade aos humores e temperamentos dos outros, e a capacidade de ter múltiplas perspectivas.
Geralmente, professores, assistentes sociais, atores e políticos exibem inteligência interpessoal. Adultos
jovens com esse tipo de inteligência são normalmente líderes, bons em se comunicar e parecem
compreender sentimentos e motivações dos outros.

Corporal cinestésica (inteligência corporal);


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A inteligência corporal-cinestésica é a capacidade de manipular objetos e usar uma variedade de habilidades


físicas. Essa inteligência também envolve um senso de tempo certo e perfeição de habilidades através da
união mente-corpo. Atletas, dançarinos, cirurgiões e artesãos exibem essa inteligência bem desenvolvida.

Linguística (inteligência de palavras);


A inteligência linguística é a capacidade de pensar em palavras e usar a linguagem para expressar e apreciar
significados complexos. Nos permite compreender a ordem e significado das palavras e aplicar habilidades
metalinguísticas para refletir sobre nosso uso da linguagem. Essa inteligência é a competência humana mais
amplamente compartilhada e é evidente em poetas, romancistas, jornalistas e oradores públicos. Adultos
jovens com esse tipo de inteligência gostam de escrever, ler, contar histórias ou fazer palavras cruzadas.

Intrapessoal (auto inteligência);


A inteligência intrapessoal é a capacidade de compreender a si mesmo e seus pensamentos e sentimentos, e
usar esse conhecimento no planejamento e direcionamento da vida. Essa inteligência envolve não só a
valorização do eu, mas também da condição humana. É evidente em psicólogos, líderes espirituais e
filósofos. Estes jovens adultos podem ser tímidos. São muito conscientes de seus próprios sentimentos e são
automotivados.

Espacial (inteligência de imagens).


A inteligência espacial é a capacidade de pensar em três dimensões. Habilidades básicas incluem raciocínio
espacial, manipulação de imagem, habilidades gráficas e artísticas e imaginação ativa. Marinheiros, pilotos,
escultores, pintores e arquitetos exibem inteligência espacial. Adultos jovens com esse tipo de inteligência
podem ser fascinados com labirintos ou quebra-cabeças, ou gostar de desenhar e sonhar acordado.

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