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REDESCOBRINDO O VIVER:

ADOLECENTES E A
EXPERIÊNCIA DO
DIAGNÓSTICO DE AIDS
Ana Vitória Amaral, Anny Caroliny Ferreira, Bruna Garcia, João Lucas
Coutinho, João Pedro Lopes, Julia Baptista e Maria Luísa Ataide.
Sobre a Aids Como tratar a doença
A OMS estima quase 1 milhão de A abordagem para a compreensão desse modo
pessoas estejam vivendo com o vírus de ser-com durante o tratamento deve ocorrer de
HIV no Brasil, onde são notificados 27 modo a atender a singularidades socioculturais e
mil novos casos/ano e 23 mil casos de subjetivas do indivíduo.
mortes/ano relacionadas ao vírus da A base para esse trabalho deve ser a tríade do
AIDS cuidado em saúde: aconselhamento,
acolhimento e assistência

Segundo Kourrouaki e
Ter uma condição crônica potencializa tais
Guerra e Said afirmam
a adesão de adolescentes à TARV pode sofrer
Limas
conflitos da fase do desenvolvimento e somam- influência de peculiaridades observadas nessa
fase do desenvolvimento, como negação da
se às repercussões em seu ambiente, atividades
diárias, vivência da sexualidade e relacionamento enfermidade desinformação em relação ao
com outras pessoas, gerando limitações físicas e tratamento e diagnóstico, comprometimento da
psicológicas. autoestima, dificuldades de obter apoio social
o adolescer está marcado por dois momentos, uma travessia entre
infância-adolescência e o futuro mundo adulto. Tais momentos não
são vistos no sentido cronológico, pois o ser do homem, nesse
período, transita entre dois momentos, um que vai acontecendo
(infância-adolescência) e o antes e depois (o diagnóstico de Aids),
que passa a se apresentar como algo permanente em seu existir.

a revelação do diagnóstico e o reconhecimento como ser-


adolescendo-com-Aids são um momento difícil de aceitar, uma
vez que morrer não está nos planos”
Conhecendo os participantes
sexo idade escolaridad transmissão Comunicaç
e ão
Harry M 18 anos Superior Horizontal 1 ano

Hermione F 13 anos Fundamental Vertical 2 anos

Severo M 17 anos Médio Vertical 2 anos

Remus M 12 anos Fundamental Vertical 2 anos

Alvo M 15 anos Médio Horizontal 1 ano

Lilian F 14 anos Médio Horizontal 1 ano


Conhecendo a vivência
O momento de comunicação e a vivência do diagnóstico de HIV é
caracterizado por diversos conflitos e pelo processo de aceitação e
compreensão por parte do paciente

Conflito, medo, preconceito e dor são marcas que permeiam à comunicação


do diagnóstico. O sofrimento aí presente é tão intenso que há dificuldade em
expressá-lo em palavras. Quando relembravam o vivido, os entrevistados
tendiam usar o termo “a doença” ou “o que eu tenho”, indicando uma não
atribuir um nome, uma denominação.
Jovens relataram que a família se tornou um lugar de intransigência,
imposições e limites sociais. Pais e mães impõem limites na convivência
dos jovens com outras pessoas, mostrando o que pode ou não ser feito,
aonde ir, o que comer, e até mesmo se é permitido ou não brincar com o
animal de estimação da casa

Um dos jovens relatou que a mãe não o deixava nem andar no sol com medo
de que aquilo pudesse agravar o seu caso, o que demonstra O nível de
desconhecimento dessas pessoas acerca da doença.
Porém, também é possível encontrar nos relatos das jovens atitudes de apoio e
empar, vindos de amigos que ficaram ao lado do jovem após a comunicação do
diagnóstico, dando apoio e suporte emocional

Após a aceitação do diagnóstico e a compreensão da


cronicidade da doença, o jovem começa a buscar o
autocuidado como maneira de se relacionar consigo mesmo e
com o diagnóstico

Conviver com a doença é buscar um novo ponto de


partida de transformação. É retornar a vida de outra
maneira, refletindo em mudanças na forma de olhar a
vida, no olhar a si mesmo e ao outro. O que antes doía,
agora não dói mais, apenas reflete a emoção do fenômeno
vivido.
O olhar da fenomenologia-existencial
O conceito de Ser se constrói pela compreensão da convivência do
adolescente com o diagnóstico do HIV/Aids. Com isso o adolescente
portador de HIV, em seu cotidiano, vai á escola, brinca, vai a festas,
conversa com os amigos, usa computador, fala de namoro e o de sua
imagem corporal

A diferença aqui presente é a presença do vírus HIV, solicitando assim


uma série de novos posicionamentos frente a essa condição como tomar
os remédios no horário certo, alimentar-se bem e fazer exercícios
físicos.
Se apresenta na maioria das vezes, não por meio de uma quantidade de dias,
Heider e sim como vive o dia-a-dia. Como diz esse autor “a cotidianidade significa
o modo como à presença “vive o se o dia”, quer em todos os seus
comportamentos, privilegiados pela convivência, é um modo de ser a qual
pertence sem dúvida à manifestação pública".

Nessa cotidianidade, O adolescente se mostra como ser-no-mundo-com o


comunicado do diagnóstico de HIV/Aids, o jovem de imediato se reporta
aque es saber sobre à doença, familiares que impõem sobre esse
fenômeno. Por conta disso, O adoles- co, sua existência está alicerçada
nas

A cotidianidade é a condição do homem inautêntico, sua existência esta


alicerçada nas experiências provenientes do mundo. Aqui, suas vivências são
fundadas pelo mundo que circunda seu próprio ser, sendo absorvido pelo
mundo no qual vive.
Heidegger enfatiza a importância da existência concreta e da vivência
temporal do ser humano, destacando o modo como cada indivíduo se
relaciona com seu próprio ser-no-mundo

No contexto dos adolescentes com HIV/AIDS, essa abordagem pode incluir a


compreensão das diferentes maneiras pelas quais esses jovens vivenciam sua condição
de saúde. Isso pode envolver a análise das preocupações existenciais, como o sentido
da vida, a relação com o corpo e a identidade, o enfrentamento do estigma social e as
perspectivas em relação ao futuro
Considerações finais
O cotidiano após a comunicação do diagnóstico torna-se um
aprendizado de compreender a si mesmo e encontrar novas formas de
existe, uma vez que são elaboradas ressignificações subjetivas.

Diante do que foi desvelado, percebemos que os adolescentes


necessitam de espaço para serem ouvidos em suas necessidades, pois
vivenciam as particularidades de viver com o diagnóstico.
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