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Desenvolvimento humano

Profa. Dra. Angela Helena Marin


Aula 08
Ciclo vital – Parte 4
Temas que serão abordados nesta aula:

01. Segunda infância


02. Terceira infância
Surgimento de pesquisas
empíricas a partir de uma ótica
Reconhecimento enquanto contextualista: dinâmica
um período crucial do bidirecional entre o
desenvolvimento. adolescente e o ambiente.

Final do Primeira metade Segunda metade


Século XV
século XIX Século XX Século XX

Primeiras tentativas de Psicologia: estudo das


descrever a adolescência. mudanças sistemáticas
do comportamento.

(SENNA, DESSEN, 2012)


A adolescência é um conceito psicossocial, pois representa uma fase crítica no
processo evolutivo em que o indivíduo é chamado a fazer importantes ajustamentos
de ordem pessoal e social.

O adolescente começa a assumir determinadas funções e responsabilidades


características do mundo adulto: independência emocional, escolha de uma
profissão, identidade sexual.

(PAPALIA, MARTORELL, 2022) Fonte: Pixabay (2022)


53.759.457 de pessoas brasileiras têm
Ao redor do mundo, uma a cada seis
menos de 18 anos de idade.
pessoas tem entre 10 e 19 anos.

25%

Cerca de 25% da população nacional.

( OMS, 2020; UNICEF, 2020)


Puberdade ≠ adolescência

PUBERDADE
▪Processo biológico que se estende dos 9 aos 14 anos.
▪Início da atividade hormonal.
▪Aparecimento dos caracteres sexuais secundários.

ADOLESCÊNCIA

▪Fenômeno psicológico e social, que se manifesta diferentemente de acordo com o


ambiente social, econômico e cultural do adolescente.
▪Ambas estão relacionadas, mas o início de uma não implica necessariamente no início da
outra, assim como seu término.

(PAPALIA, MARTORELL, 2022)


Idade Desenvolvimento físico Desenvolvimento cognitivo Desenvolvimento psicossocial
Adolescência O crescimento físico e outras Desenvolvem-se a capacidade A busca pela identidade,
(dos 11 a mudanças são rápidos e de pensar em termos inclusive a identidade sexual,
aproximada profundos. abstratos e de usar o torna-se central.
mente 20 raciocínio científico.
anos) Ocorre a maturidade Os pares são importantes e
reprodutiva. O pensamento imaturo podem exercer influência
persiste em algumas atitudes positiva ou negativa.
Os principais riscos para a e comportamentos.
saúde surgem de questões
comportamentais, como A educação concentra-se na
transtornos alimentares e preparação para a faculdade
uso de drogas. ou para a profissão.
(MARTORELL, PAPALIA, FELDMAN, 2020)
Características da adolescência

▪ Transformação corporal.
▪ Evolução sexual manifesta.
▪ Tendência grupal: moda, atividades desportivas.
▪ Lutos: pelo corpo infantil, pelos pais da infância, pela identidade infantil.
▪ Necessidade de fantasiar e intelectualizar para compensar e elaborar seus lutos.
▪ Constantes flutuações do humor e do estado de ânimo (refletem perdas e ganhos).
▪ A vida afetiva encontra-se em reformulação, o equilíbrio emocional é instável e oscilante.
▪ Contradições sucessivas nas manifestações da conduta (ambiguidade e imprevisibilidade
que refletem o mundo interno).
▪ Deslocalização temporal (elaboração das noções conceituais de presente, passado e futuro).

(MARTORELL, PAPALIA, FELDMAN, 2020)


Relações

As relações na adolescência tornam-se mais abstratas e menos ligadas a elementos externos.

Amizade: tornam-se mais íntimas e complexas, requerendo confiança e lealdade.

▪“panelinhas”
▪“turmas”

As relações de amizade tornam-se veículos de transição entre a infância e a vida adulta.

A semelhança com o grupo se intensifica aos 13 e 14 anos e diminui à medida que o adolescente
desenvolve seu senso de identidade.

▪14 anos – alvo de suscetibilidade aos amigos em situações antissociais.


▪Nas situações neutras ou prossociais não há diferença entre as idades.

Início da atividade sexual: relacionado ao começo da puberdade (hormônios), a orientação religiosa


e a estrutura familiar.

(MARTORELL, PAPALIA, FELDMAN, 2020)


Relações com os pais

A intimidade com os pais diminui e aumenta a intimidade com os amigos.

Contudo, os pais seguem sendo fontes de carinho e atenção.

Aumento dos conflitos: não é ruim, mas necessário por fazer parte do
processo de individuação e separação.

Autonomia x manter a relação.

(MARTORELL, PAPALIA, FELDMAN, 2020)


Impacto da pandemia de COVID-19
Durante o período de distanciamento social, foi observado aumento nas prevalências de consumo de
hortaliças (de 27,34% para 30,5%), pratos congelados (de 13,26% para 17,3%), chocolates e doces (de
48,58% para 52,51%).

Houve diminuição da prática de atividade física (de 28,7% para 15,74%) e do consumo de bebidas
alcoólicas (de 17,72% para 12,77%).

23,9% daqueles entre 12 e 17 anos começaram a ter problemas no sono, e 59% sentiram dificuldades
para se concentrar nas aulas a distância.

70% dos brasileiros de 16 a 17 anos passaram a ficar mais de 4 horas por dia em frente ao computador,
tablet ou celular, além do tempo das aulas online.

O percentual de jovens que não faziam 60 minutos de atividade física em nenhum dia da semana antes da
pandemia era de 20,9%, e passou a ser de 43,4%.

48,7% dos adolescentes do país têm sentido preocupação, nervosismo ou mau humor, na maioria das
vezes ou sempre.

(ConVid Adolescentes; MALTA et al., 2021)


Referências bibliográficas
Fundo das Nações Unidas para a Infância (2020). Situação das crianças e dos adolescentes no Brasil. Retirado de
https://www.unicef.org/brazil/situacao-das-criancas-e-dos-adolescentes-no-brasil

Organização Pan-Americana de Saúde (2018). Folha informativa - Saúde mental dos adolescentes. Retirado de
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5779:folha-informativa-saude-mental-dos-
adolescentes&Itemid=839

MALTA, D. C. et al. A pandemia de COVID-19 e mudanças nos estilos de vida dos adolescentes brasileiros. Revista Brasileira de
Epidemiologia, v. 24, 2021.

MARTORELL, G.; PAPALIA, D. E; FELDMAN, R. D. O mundo da criança: da infância à adolescência. 13. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2020.

PAPALIA, D. E; MARTORELL, G. Desenvolvimento humano. 14. ed. Porto Alegre: AMGH, 2022.

SENNA, S. R. C. M., & DESSEN, M. A. (2012). Contribuições das teorias do desenvolvimento humano para a concepção
contemporânea da adolescência. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 28, n. 1, p. 101–108.

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