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FAMILIAR
• Núcleo Sistêmico
• Na Califórnia, cidade de Palo Alto, nos anos 1950 surgiu e se organizou a “Escola de Palo Alto” ou “Invisible
College”, uma corrente de pensamento e pesquisa, formada por um grupo de pesquisadores e estudiosos de
Ciências Humanas como uma alternativa ao modelo linear da teoria matemática e colocar a comunicação como
• Seus expoentes: Gregory Bateson (antropólogo); John Weakland (engenheiro químico); Paul Watzlawick, filósofo,
psicólogo, sociólogo, escritor e teórico em comunicação; e ainda linguistas, psiquiatras, matemáticos e outros
Introdução - Escolas precursoras
• Em 1959, na mesma cidade de Palo Alto, Dom Jackson, psiquiatra, fundou o MRI (Instituto de Pesquisa Mental) um
núcleo de investigação e pesquisas sobre a mente humana, numa perspectiva ecológica, abarcando conceitos
• Ele e seus colaboradores, como Jay Haley, e William Fry, associaram seus trabalhos aos do grupo de cientistas da
Escola de Palo Alto, e daí surgiu uma importante vertente da Terapia Familiar: A Terapia Estratégica Breve, com as
seguintes premissas: foco pragmático na solução de problemas; estratégias planejadas para superar a resistência e
respeitoso
• Para Minuchin, cada família só revela sua estrutura quando está em ação –
• Milão
• Núcleo Sistêmico
• O Grupo de Milão inspirado no modelo sistêmico de terapia estratégica breve de Palo Alto, criou um modelo próprio de Terapia Familiar
• Terapeutas: Mara Selvini Palazzoli, Luigi Boscolo, Gianfranco Cecchin e Giuliana Prata
• Roma
• Núcleo Sistêmico
• Núcleo Psicodinâmico
• Através do pensamento de Watzlawick, Haley, Whitaker, Minuchin, Murray Bowen e James Framo – Maurizio Aldolfi foi aprimorando seu
Psicodinâmicas: Trigeracional
Experiencial
Cognitivo-Comportamental
• Com sua compelidora aplicação da cibernética e da teoria dos sistemas, as abordagens estratégicas
cativaram a terapia familiar de meados dos anos de 1970 a meados dos anos de 1980.
• Parte do apelo era o seu foco pragmático na solução de problemas, mas também havia um fascínio
por estratégias que podiam ser planejadas para superar a resistência e levar as famílias a mudar, com
ou sem sua cooperação
Escola Estratégica
• Fundamentação Teórica
• Em seu livro A Pragmática da Comunicação Humana, Watzlawick, Beavin e Jackson tentaram desenvolver um cálculo da
comunicação humana que apresentaram em uma série de axiomas sobre as implicações interpessoais da conversação
• Estes princípios sobre a Comunicação Humana, em conjunção com conceitos da Teoria dos Sistemas e com a Cibernética,
formaram o arcabouço para o desenvolvimento da terapia estratégica. O conceito de circuito de feedback positivo se tornou a
• A Teoria da Comunicação desenvolvida no projeto seminal de Gregory Bateson sobre a esquizofrenia - estudo e pesquisa sobre
paradoxo na comunicação, realizado no MRI - local de nascimento intelectual da terapia familiar, evoluiu em três modelos
• 1 - Que os membros da família com frequência perpetuam os problemas por suas ações
• 2 - Que as diretivas adaptadas às necessidades de uma família específica podem, às vezes, produzir
mudanças súbitas e decisivas
– Na maioria das famílias existem regras silenciosas que governam todo tipo de comportamento. Quando uma regra
promove soluções rígidas para um problema, não é simplesmente o comportamento, mas a regra, que precisa mudar.
Quando um comportamento específico em um sistema se modifica, esta é uma mudança de primeira ordem; quando o
que mudam são as regras, aí ocorre uma mudança de segunda ordem
Escola Estratégica
• Nos modelos estratégicos existem três explicações básicas de como os problemas se desenvolvem
• A primeira é cibernética: as dificuldades são transformadas em problemas crônicos por soluções mal orientadas,
• A terceira é funcional: os problemas surgem quando as pessoas tentam se proteger ou se controlar de forma
• O grupo do MRI limitava-se à primeira explicação, enquanto Haley e o Grupo de Milão adotavam todas as três.
Terapia Breve – MRI
• Princípio:
• é natural que as famílias encontrem muitas dificuldades no curso de suas vidas, mas uma
• Isto é, as famílias muitas vezes fazem tentativas sensatas, mas mal orientadas, de resolver
suas dificuldades e, ao descobrirem que o problema persiste, aplicam mais das mesmas
soluções tentadas. Isto apenas provoca o aumento do problema, o que provoca mais do
mesmo, e assim por diante – em um círculo vicioso
Terapia Breve – MRI
• Outra premissa deste modelo é que as famílias seguem regras silenciosas que governam todo tipo de
comportamento; quando uma regra promove soluções rígidas para um problema familiar, não é simplesmente
o comportamento que deve mudar, e sim a regra. Como promover mudanças de regras?
• Através de técnicas estratégicas. Assim, a abordagem do MRI aos problemas era elegantemente simples:
• 3 – Encontrar uma maneira de modificar as regras; promover mudanças de segunda ordem reenquadrando ou
ressignificando
Terapia Breve – MRI
• Objetivos Terapêuticos
• O grupo do MRI era orgulhosamente minimalista. Se o problema apresentado foi resolvido, a terapia
estava concluída.
• Mesmo quando outros problemas estavam aparentes, se a família não pedia ajuda para resolvê-los,
eles não eram tomados como alvos. Eles justificam essa posição minimalista afirmando que, já que
eles viam as pessoas com problemas como empacadas, em vez de doentes, sua tarefa era
simplesmente ajudá-los a se por em movimento novamente
Terapia Breve – MRI
• Técnicas Terapêuticas
• 6 – término
• O terapeuta concluía as preliminares definindo o problema e os objetivos terapêuticos; então questionava a família sobre as soluções já
tentadas para identificar as que perpetuavam o problema. A partir da identificação delas é que ele traçaria as estratégicas terapêuticas
Terapia Breve – MRI
• As soluções poderiam ser de três categorias:
• Se a regra fosse “negar o problema”, a estratégia seria prescrever ações adequadas. Por exemplo: Os pais não fazem nada
apesar de crescentes evidências de que o filho adolescente está envolvido com drogas.
• Se a regra fosse “ação sem objetividade” contra o que não fosse um problema, a estratégia seria prescrever a não-ação. Por
• E se a regra fosse “ação no nível equivocado, tornando impossível a solução”, a estratégia seria prescrever a ação de
maneira diferente. Por exemplo: O marido compra presentes caros para a mulher que está infeliz, quando o que ela quer é
afeição
Terapia Estratégica - Jay Haley
• Esta abordagem também era comportamental e, ainda mais do que a do grupo do MRI, minimizava a
importância do insight
• Haley desprezava as terapias que ajudavam os clientes a compreender porque faziam as coisas, mas
pouco os ajudavam a fazer algo diferente
• Sua abordagem reflete a ética estratégica de que a responsabilidade pela mudança cabe ao terapeuta
• Não devendo este, por a culpa do fracasso do tratamento na falta de motivação dos clientes; em vez disso
precisava encontrar maneiras de motivá-los
• Com esta convicção tinha a responsabilidade de desenvolver técnicas especializadas para todos os tipos
de problemas
Terapia Estratégica - Jay Haley
• Premissas básicas:
• Orientação franca para o sistema: o terapeuta tem o compromisso de aliviar as queixas apresentadas
• Os problemas são vistos como dificuldades cotidianas não resolvidas, resultantes de uma deformidade
estrutural do sistema
• Promover mudanças através de meios que funcionem mesmo que possam parecer ilógicos
• “pensar pequeno”, ou seja, focalizar o sintoma apresentado e trabalhar em busca do alívio do mesmo
Terapia Estratégica - Jay Haley
• Técnicas Terapêuticas
• 1 - Identificar problemas que podem ser resolvidos; formular uma imagem concreta e específica deles
• 4 - Examinar as respostas
• A estratégia de se ensinar as pessoas a se comunicar com clareza, apenas dizendo-lhes como fazer isso, parecia uma boa
• Ao reconhecer que as famílias muitas vezes não reagem bem a conselhos diretos, Haley passou a focar mais os padrões
familiares por trás dos problemas de comunicação e a usar meios de influência mais indiretos
• A abordagem de Haley é mais difícil de se descrever porque é adaptada aos requerimentos específicos de cada caso, e
mais interessada em mudar as crenças familiares do que a de outros terapeutas estratégicos, não era menos
manipulativa: a responsabilidade pela mudança cabia ao terapeuta, cuja tarefa era vencer a resistência
• O distanciamento e intimidade entre os membros de uma família se organizam em torno do paradoxo entre as duas
tendências e necessidades naturais do ser humano em desenvolvimento: todos os elementos da família dependem de
relacionamentos íntimos e de padrões estáveis de interação para obterem feedback sobre seus comportamentos e
percepções de si próprios e dos outros; mas ao mesmo tempo, esses relacionamentos estão sempre se modificando
devido ao desenvolvimento biológico de cada um deles e as influências externas exercidas sobre a família
Terapia Sistêmica de Milão
• Agem como se fosse intolerável obter uma informação acurada dos eventos e
relacionamentos que envolvem o problema
Terapia Sistêmica de Milão
• Processo Terapêutico
• Contato telefônico
• pré-sessão - antes do primeiro encontro com a família, a equipe organizava as informações obtidas pelo telefone e formulava
hipóteses que envolviam suposições de como a família se organizava em torno do comportamento sintomático do qual se
queixassem
• a sessão - durante a qual, os membros da equipe validavam, alteravam em parte ou modificavam totalmente a hipótese inicial;
• a inter - sessão - intervalo em que a equipe se reunia, sozinha, para a hipótese e chegar a uma intervenção;
• a intervenção - os co-terapeutas voltavam à família para por em prática a intervenção, ou dando uma conotação positiva ao
problema, ou prescrevendo um ritual a ser cumprido pela família, comentando a situação-problema para introduzir mudanças;
• a discussão pós-sessão -a equipe se reunia para discutir e analisar as reações da família e planejar a próxima sessão
Terapia Sistêmica de Milão
• A conotação positiva evitava a implicação de que os membros da família se beneficiavam dos sintomas do
paciente. Essa implicação, que segundo o grupo de Milão contribuía para a resistência, podia ser superada
se o comportamento do paciente fosse entendido não como se protegesse pessoas específicas mas como
se preservasse a harmonia global da família, era frequentemente explicada como útil ao sistema
– O terapeuta qualifica como positivos os aspectos que os familiares consideram como patológicos ou negativos
• Os rituais eram usados para engajar as famílias em uma série de ações que se opunham a regras e mitos
• Um terapeuta do MRI poderia perguntar aos pais como eles tinham tentado fazer
com que ele se aventurasse a sair. O foco estaria na solução já tentada pelos pais, na
suposição de que isso, provavelmente, mantivesse a recusa de Juan; e também em
sua explicação ou “enquadre” do comportamento do adolescente, acreditando que
seu enquadramento do problema poderia ter criado a sua falsa solução
• Um terapeuta da escola de Haley poderia se interessar pelas soluções tentadas pelos pais, mas
também perguntaria sobre seu casamento, de que maneira Juan se envolvia nas brigas entre eles ou
entre outros membros da família, e ainda, sobre a possível natureza protetora do problema de Juan.
Ele estaria agindo sob a suposição de que o comportamento do adolescente poderia ser parte de um
triângulo disfuncional
• Um terapeuta sistêmico de Milão não focaria tanto nas soluções tentadas, mas em vez disto,
perguntaria sobre relacionamentos passados e presentes na família. Tentaria descobrir uma rede de
alianças de poder, com frequência transmitida através de gerações , que constituem o “jogo” da família.
Um jogo desses deixaria Juan na posição de ter de usar seus sintomas para proteger outros familiares. A
família poderia revelar, por exemplo, que se Juan crescesse e saísse de casa, sua mãe seria arrastada
novamente para uma luta de poder entre seus pais, o que ele evitaria sendo uma criança sintomática.
Igualmente, ao não ter sucesso na vida, Juan poderia proteger o pai da vergonha de ter um filho que o
superasse em realizações, exatamente o que ele não fizera com seu pai.
Terapia Estrutural
Terapia Estrutural
• Seu criador, Salvador Minuchin nasceu na Argentina em 1921
• Os comportamentos patológicos se manifestam, muito frequentemente, como efeito das dinâmicas familiares
• Para analisar os processos de interação familiar, parte de três construtos teóricos essenciais: Estrutura,
Subsistemas e Fronteiras
• Estes três construtos são interrelacionados de tal forma que fronteiras demasiadamente rígidas ou difusas
• Cada uma destas características propicia ao sistema familiar e a cada indivíduo que o forma desafios relativos ao
seu desenvolvimento em relação a autonomia, independência, capacidade de fazer vínculos, sentir-se bem
• Os terapeutas familiares estruturais acreditam que os problemas são mantidos por uma organização familiar
disfuncional. Portanto, a terapia visa alterar a estrutura familiar para que a família possa resolver seus
problemas.
• O terapeuta familiar estrutural reúne-se ao sistema familiar para ajudar seus membros a mudarem sua
estrutura
membro da família.
• O terapeuta não resolve problemas: esta tarefa é da família. Ele ajuda a modificar o funcionamento familiar
• União e adaptação: Primeiro movimento do terapeuta: desarmar defesas e aliviar ansiedades; criar aliança de
entendimento com cada membro da família. Iniciar a sessão saudando cada um pelo seu nome e fazer um contato
amigável. Perguntar a opinião de cada um sobre o problema; validar cada uma delas. Dentro da perspectiva de cada um,
todos eles têm razão
• Encenação: A estrutura da família se manifesta na maneira pela qual os membros da família interagem e não pode ser
percebida através do que as pessoas a descrevem. Fazer com que as pessoas conversem entre si permite ao terapeuta
observar e perceber muitas coisas sobre a estrutura da família: quanto são claras, difusas ou rígidas a fronteiras,
demonstração de emaranhamento ou desligamento, quem é emaranhado ou desligado, como lidam com os conflitos, etc
Terapia Estrutural
• Mapeamento Estrutural: Os sintomas do paciente identificado são uma expressão dos padrões
disfuncionais que afetam toda a família. A observação das interações ocorridas na primeira sessão,
permite avaliação da interrelação entre os membros da família e o mapeamento da estrutura do
sistema (fronteiras, subsistemas e padrão relacional). Este mapeamento permite identificar as
mudanças desejáveis no sistema
sistema, mas não como um juiz, determinando quem está certo ou errado
• Desafiar Suposições Improdutivas: Ver a situação de formas diferentes pode ajudar as famílias a mudar sua
maneira de se relacionar. O terapeuta age às vezes como professor dando informações e conselhos sobre
questões estruturais; pode fazê-lo através de utilização de ficções pragmáticas que ajudem a família a
• Levam em conta o contexto individual, familiar e social, e fornecem uma estrutura organizadora
muito clara para se compreender e tratar famílias
• O princípio mais importante desta abordagem é que toda família tem uma estrutura, e esta só
se revela quando a família está em ação
• Estas eram as Escolas Precursoras da Terapia Sistêmica. Ao longo do tempo esta abordagem
veio evoluindo e para entendermos seus rumos na atualidade, é necessário uma
retrospectiva, revendo aspectos da mudança paradigmática ocorrida na virada do século e
seus efeitos, que ainda reverberam na mentalidade dos terapeutas envolvidos em seu
processo transformador
• considera-se que a evolução de um sistema ocorre através da combinação de acaso e história em que, a cada patamar,
• A crise não é mais um risco, mas parte do processo de mudanças, assim como o sintoma. Assim, os terapeutas de
família da Escola Construtivista passam a considerar a autonomia do sistema familiar partindo do estudo dos sistemas
auto-organizados, da cibernética de segunda ordem, e dos sistemas auto poéticos postulados por Humberto Maturana
• Ocorre, neste enfoque, uma ruptura entre o sistema familiar/observado e o
terapeuta/observador
• O sistema surge como construção de seus participantes
• As fronteiras entre as escolas de terapia familiar foram aos poucos esmaecendo na década de 1990
• Terapeutas passam a incluir em seu repertório preceitos e práticas das demais escolas de terapia familiar como a
Terapia Transgeracional de Bowen, a Terapia Experiencial Emocional do genial Carl Whitaker, a Terapia Cognitivo-
• Atualmente, os terapeutas sistêmicos abordam as famílias menos como especialistas confiantes na sua capacidade
de consertá-las e mais como parceiros que esperam fortalecer seus recursos. Esses recursos são influenciados não
apenas pela estrutura da família, mas também por forças políticas e econômicas além do seu controle
Terapia Sistêmica no Século XXI
o construcionismo social
• Juntamente com Lynn Hoffman e outros, esses terapeutas colaborativos uniram-se em sua oposição ao modelo
• Sua versão de pós-modernismo focalizava mais cuidar do que curar, e eles tentaram levar o terapeuta, da posição de
• O que os terapeutas colaborativos compartilhavam era a convicção de que, com frequência excessiva, os clientes não são
ouvidos porque os terapeutas estão fazendo terapia para eles e não com eles. Para reparar essa atitude recomendam
que os terapeutas adotem uma posição de “não saber” que leva a conversas genuínas com os clientes, em que tanto a
de compreender
pensar algo diferente, para que se sinta mais satisfeita com sua vida. Trabalhar no
resgate da confiança pessoal para resolver seus problemas e das suas habilidades
para tanto
aprender a pensar sobre o futuro diferente que ela deseja constituir para si
Abordagens terapêuticas do séc. XXI
• Terapia Narrativa – Michael White
suposições culturais destrutivas) a fim de abrir espaço para uma visão nova e
não a fazer com que os membros da família se confrontem com seus conflitos;
visa separar pessoas de problemas e depois reunir a família para lutar contra um
inimigo comum