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PRINCIPAIS ESCOLAS SISTÊMICAS DE TERAPIA

FAMILIAR

As primeiras abordagens de Terapia Familiar, surgiram,


concomitantemente, em diferentes locais da América e
Europa
Introdução - Escolas precursoras
• ESTADOS UNIDOS

• Núcleo Sistêmico

• Na Califórnia, cidade de Palo Alto, nos anos 1950 surgiu e se organizou a “Escola de Palo Alto” ou “Invisible

College”, uma corrente de pensamento e pesquisa, formada por um grupo de pesquisadores e estudiosos de

diferentes áreas do conhecimento, interessados em desenvolver um modelo de comunicação específico para as

Ciências Humanas como uma alternativa ao modelo linear da teoria matemática e colocar a comunicação como

um processo social de compartilhamento e participação

• Seus expoentes: Gregory Bateson (antropólogo); John Weakland (engenheiro químico); Paul Watzlawick, filósofo,

psicólogo, sociólogo, escritor e teórico em comunicação; e ainda linguistas, psiquiatras, matemáticos e outros
Introdução - Escolas precursoras
• Em 1959, na mesma cidade de Palo Alto, Dom Jackson, psiquiatra, fundou o MRI (Instituto de Pesquisa Mental) um

núcleo de investigação e pesquisas sobre a mente humana, numa perspectiva ecológica, abarcando conceitos

cibernéticos para compreender os processos da psiquê humana de diferentes áreas do conhecimento

• Ele e seus colaboradores, como Jay Haley, e William Fry, associaram seus trabalhos aos do grupo de cientistas da

Escola de Palo Alto, e daí surgiu uma importante vertente da Terapia Familiar: A Terapia Estratégica Breve, com as

seguintes premissas: foco pragmático na solução de problemas; estratégias planejadas para superar a resistência e

provocar mudança, com ou sem a cooperação do sistema

• Terapeutas: Jay Haley e Cloé Madanes


Introdução - Escolas precursoras
• Núcleo Psicodinâmicos/ Trigeracional/ Experiencial
• Enquanto tudo aquilo acontecia na Califórnia, lá na Filadélfia, surgia um
núcleo psicodinâmico de terapia familiar – Clínica da Saúde Mental
Familiar cujos expoentes são: Ackerman, Boszormenyi-Nagy, Framo

• Ackerman era psiquiatra infantil e atendia as famílias das crianças. Ele


pretendia educar as famílias para assumirem suas funções com
maturidade
• Foi definido como exibicionista, teatral, onipotente, exageradamente
agressivo, excessivamente envolvido com as famílias e ainda
indubitavelmente brilhante, gênio insuperável, formidável terapeuta.
• Sua terapia foi definida como manipulativa, lavagem cerebral,
irreverente, além de um trabalho de bravura, e uma obra de arte

• Terapeutas: Ackerman, Bowen, Whitaker, Virginia Satir


Introdução - Escolas precursoras
• Escola Estrutural

• Entre as orientações Psicodinâmica e Sistêmica, surge, em New York surge a Escola

Estrutural de Salvador Minuchin: carismático, humano, inteligente, perspicaz,

respeitoso

• A teoria estrutural é, sem dúvida a mais popular e conhecida mundialmente. Isto

por ser simples, inclusiva e prática

• Para Minuchin, cada família só revela sua estrutura quando está em ação –

interagindo; praticando a convivência

• Seus conceitos básicos: fronteiras, subsistemas, alinhamento e

complementaridade – são facilmente compreendidos e aplicados

• Levam em conta o contexto individual, familiar e social, e fornecem uma estrutura

organizadora muito clara para se compreender e tratar famílias


Introdução - Escolas precursoras
• EUROPA

• Milão

• Núcleo Sistêmico

• O Grupo de Milão inspirado no modelo sistêmico de terapia estratégica breve de Palo Alto, criou um modelo próprio de Terapia Familiar

Sistêmica desenvolvendo um trabalho constante de pesquisa e tratamento, principalmente de famílias psicóticas

• Terapeutas: Mara Selvini Palazzoli, Luigi Boscolo, Gianfranco Cecchin e Giuliana Prata

• Roma

• Núcleo Sistêmico

• Luigi Cancrini – ideias estratégico-estruturais (Haley e Minuchin)

• Núcleo Psicodinâmico

• Através do pensamento de Watzlawick, Haley, Whitaker, Minuchin, Murray Bowen e James Framo – Maurizio Aldolfi foi aprimorando seu

próprio estilo ao desenvolver um trabalho com Terapia Familiar Trigeracional


Abordagens Terapia Familiar

Psicodinâmicas: Trigeracional
Experiencial

Cognitivo-Comportamental

Sistêmicas: Estratégica Breve


Grupo de Milão
Estrutural
Escola Estratégica
Escola Estratégica
• Terapia de Solução de Problemas

• Com sua compelidora aplicação da cibernética e da teoria dos sistemas, as abordagens estratégicas
cativaram a terapia familiar de meados dos anos de 1970 a meados dos anos de 1980.

• Parte do apelo era o seu foco pragmático na solução de problemas, mas também havia um fascínio
por estratégias que podiam ser planejadas para superar a resistência e levar as famílias a mudar, com
ou sem sua cooperação
Escola Estratégica
• Fundamentação Teórica

• Em seu livro A Pragmática da Comunicação Humana, Watzlawick, Beavin e Jackson tentaram desenvolver um cálculo da

comunicação humana que apresentaram em uma série de axiomas sobre as implicações interpessoais da conversação

• Estes princípios sobre a Comunicação Humana, em conjunção com conceitos da Teoria dos Sistemas e com a Cibernética,

formaram o arcabouço para o desenvolvimento da terapia estratégica. O conceito de circuito de feedback positivo se tornou a

peça central de seus modelos.

• A Teoria da Comunicação desenvolvida no projeto seminal de Gregory Bateson sobre a esquizofrenia - estudo e pesquisa sobre

paradoxo na comunicação, realizado no MRI - local de nascimento intelectual da terapia familiar, evoluiu em três modelos

terapêuticos: Terapia Breve, Terapia Estratégica e Terapia Sistêmica


Escola Estratégica
• As abordagens estratégicas introduziram dois dos mais poderosos insights de toda a terapia familiar:

• 1 - Que os membros da família com frequência perpetuam os problemas por suas ações

• 2 - Que as diretivas adaptadas às necessidades de uma família específica podem, às vezes, produzir
mudanças súbitas e decisivas
– Na maioria das famílias existem regras silenciosas que governam todo tipo de comportamento. Quando uma regra
promove soluções rígidas para um problema, não é simplesmente o comportamento, mas a regra, que precisa mudar.
Quando um comportamento específico em um sistema se modifica, esta é uma mudança de primeira ordem; quando o
que mudam são as regras, aí ocorre uma mudança de segunda ordem
Escola Estratégica
• Nos modelos estratégicos existem três explicações básicas de como os problemas se desenvolvem

• A primeira é cibernética: as dificuldades são transformadas em problemas crônicos por soluções mal orientadas,

criando escaladas de feedback positivo

• A segunda é estrutural: os problemas são resultado de hierarquias incongruentes.

• A terceira é funcional: os problemas surgem quando as pessoas tentam se proteger ou se controlar de forma

velada, de modo que seus sintomas têm uma função no sistema.

• O grupo do MRI limitava-se à primeira explicação, enquanto Haley e o Grupo de Milão adotavam todas as três.
Terapia Breve – MRI
• Princípio:

• é natural que as famílias encontrem muitas dificuldades no curso de suas vidas, mas uma

dificuldade só se torna um ‘problema’ conforme os membros da família reagirem a ela

• Isto é, as famílias muitas vezes fazem tentativas sensatas, mas mal orientadas, de resolver

suas dificuldades e, ao descobrirem que o problema persiste, aplicam mais das mesmas
soluções tentadas. Isto apenas provoca o aumento do problema, o que provoca mais do
mesmo, e assim por diante – em um círculo vicioso
Terapia Breve – MRI
• Outra premissa deste modelo é que as famílias seguem regras silenciosas que governam todo tipo de

comportamento; quando uma regra promove soluções rígidas para um problema familiar, não é simplesmente

o comportamento que deve mudar, e sim a regra. Como promover mudanças de regras?

• Através de técnicas estratégicas. Assim, a abordagem do MRI aos problemas era elegantemente simples:

• 1 – Identificar os circuitos de feedback positivo que mantêm problemas

• 2 – Determinas as regras que sustentam as interações problemáticas

• 3 – Encontrar uma maneira de modificar as regras; promover mudanças de segunda ordem reenquadrando ou

ressignificando
Terapia Breve – MRI
• Objetivos Terapêuticos

• Resolver problemas pontuais

• O grupo do MRI era orgulhosamente minimalista. Se o problema apresentado foi resolvido, a terapia
estava concluída.

• Mesmo quando outros problemas estavam aparentes, se a família não pedia ajuda para resolvê-los,
eles não eram tomados como alvos. Eles justificam essa posição minimalista afirmando que, já que
eles viam as pessoas com problemas como empacadas, em vez de doentes, sua tarefa era
simplesmente ajudá-los a se por em movimento novamente
Terapia Breve – MRI
• Técnicas Terapêuticas

• Procedimento terapêutico de seis passos a ser realizado em 10 atendimentos:

• 1 - introdução à organização do tratamento;

• 2 - investigação e definição do problema;

• 3 - apreciação dos comportamentos que mantém o problema;

• 4 - estabelecimento de objetivos de tratamento;

• 5 - seleção e execução de intervenções comportamentais;

• 6 – término

• O terapeuta concluía as preliminares definindo o problema e os objetivos terapêuticos; então questionava a família sobre as soluções já

tentadas para identificar as que perpetuavam o problema. A partir da identificação delas é que ele traçaria as estratégicas terapêuticas
Terapia Breve – MRI
• As soluções poderiam ser de três categorias:

• Se a regra fosse “negar o problema”, a estratégia seria prescrever ações adequadas. Por exemplo: Os pais não fazem nada

apesar de crescentes evidências de que o filho adolescente está envolvido com drogas.

• Se a regra fosse “ação sem objetividade” contra o que não fosse um problema, a estratégia seria prescrever a não-ação. Por

exemplo: Os pais castigam uma criança por se masturbar.

• E se a regra fosse “ação no nível equivocado, tornando impossível a solução”, a estratégia seria prescrever a ação de

maneira diferente. Por exemplo: O marido compra presentes caros para a mulher que está infeliz, quando o que ela quer é

afeição
Terapia Estratégica - Jay Haley
• Esta abordagem também era comportamental e, ainda mais do que a do grupo do MRI, minimizava a
importância do insight

• Haley desprezava as terapias que ajudavam os clientes a compreender porque faziam as coisas, mas
pouco os ajudavam a fazer algo diferente

• Sua abordagem reflete a ética estratégica de que a responsabilidade pela mudança cabe ao terapeuta

• Não devendo este, por a culpa do fracasso do tratamento na falta de motivação dos clientes; em vez disso
precisava encontrar maneiras de motivá-los

• Com esta convicção tinha a responsabilidade de desenvolver técnicas especializadas para todos os tipos
de problemas
Terapia Estratégica - Jay Haley
• Premissas básicas:

• Orientação franca para o sistema: o terapeuta tem o compromisso de aliviar as queixas apresentadas

• Os problemas são vistos como dificuldades cotidianas não resolvidas, resultantes de uma deformidade

estrutural do sistema

• A resolução do problema requer primeiramente a substituição de padrões de comportamento

• Promover mudanças através de meios que funcionem mesmo que possam parecer ilógicos

• “pensar pequeno”, ou seja, focalizar o sintoma apresentado e trabalhar em busca do alívio do mesmo
Terapia Estratégica - Jay Haley
• Técnicas Terapêuticas

• Procedimento terapêutico de cinco passos:

• 1 - Identificar problemas que podem ser resolvidos; formular uma imagem concreta e específica deles

• 2 - Estabelecer metas, identificando o padrão de comportamento que está mantendo o problema;


identificar comportamento que levaria à pequena mudança almejada deste padrão

• 3 - Criar intervenções, designando tarefas para promover tal mudança

• 4 - Examinar as respostas

• 5 - Examinar o resultado da terapia


Terapia Estratégica - Jay Haley
• A maioria das técnicas terapêuticas na terapia das comunicações consistia em ensinar regras de comunicação e

manipular interações por meio de manobras estratégicas variadas

• A estratégia de se ensinar as pessoas a se comunicar com clareza, apenas dizendo-lhes como fazer isso, parecia uma boa

ideia, mas não funcionava muito bem

• Ao reconhecer que as famílias muitas vezes não reagem bem a conselhos diretos, Haley passou a focar mais os padrões

familiares por trás dos problemas de comunicação e a usar meios de influência mais indiretos

• A abordagem de Haley é mais difícil de se descrever porque é adaptada aos requerimentos específicos de cada caso, e

implica em engenhosidade por parte do terapeuta.


Terapia Sistêmica de Milão
• Influenciada tanto pelo MRI quanto por Haley, a abordagem do Grupo de Milão, embora menos focada no problema e

mais interessada em mudar as crenças familiares do que a de outros terapeutas estratégicos, não era menos

manipulativa: a responsabilidade pela mudança cabia ao terapeuta, cuja tarefa era vencer a resistência

• Esta modalidade terapêutica se baseia em algumas premissas sobre o sistema familiar:

• O distanciamento e intimidade entre os membros de uma família se organizam em torno do paradoxo entre as duas

tendências e necessidades naturais do ser humano em desenvolvimento: todos os elementos da família dependem de

relacionamentos íntimos e de padrões estáveis de interação para obterem feedback sobre seus comportamentos e

percepções de si próprios e dos outros; mas ao mesmo tempo, esses relacionamentos estão sempre se modificando

devido ao desenvolvimento biológico de cada um deles e as influências externas exercidas sobre a família
Terapia Sistêmica de Milão

• Adeptos desta abordagem enfatizam que as famílias sintomáticas têm


tendência a comporta-se da seguinte maneira:

• Comportam-se como se o problema não existisse a nível sistêmico- mantêm


uma visão linear do problema

• Restringem a visão da realidade ou a distorcem

• Agem como se fosse intolerável obter uma informação acurada dos eventos e
relacionamentos que envolvem o problema
Terapia Sistêmica de Milão
• Processo Terapêutico

• Contato telefônico

• pré-sessão - antes do primeiro encontro com a família, a equipe organizava as informações obtidas pelo telefone e formulava

hipóteses que envolviam suposições de como a família se organizava em torno do comportamento sintomático do qual se

queixassem

• a sessão - durante a qual, os membros da equipe validavam, alteravam em parte ou modificavam totalmente a hipótese inicial;

• a inter - sessão - intervalo em que a equipe se reunia, sozinha, para a hipótese e chegar a uma intervenção;

• a intervenção - os co-terapeutas voltavam à família para por em prática a intervenção, ou dando uma conotação positiva ao

problema, ou prescrevendo um ritual a ser cumprido pela família, comentando a situação-problema para introduzir mudanças;

• a discussão pós-sessão -a equipe se reunia para discutir e analisar as reações da família e planejar a próxima sessão
Terapia Sistêmica de Milão
• A conotação positiva evitava a implicação de que os membros da família se beneficiavam dos sintomas do

paciente. Essa implicação, que segundo o grupo de Milão contribuía para a resistência, podia ser superada

se o comportamento do paciente fosse entendido não como se protegesse pessoas específicas mas como

se preservasse a harmonia global da família, era frequentemente explicada como útil ao sistema
– O terapeuta qualifica como positivos os aspectos que os familiares consideram como patológicos ou negativos

• Os rituais eram usados para engajar as famílias em uma série de ações que se opunham a regras e mitos

familiares rígidos ou que as exageravam


Exemplo Hipotético ilustrativo das diferenças entre os 3
modelos estratégicos
• Juan, um jovem de 16 anos começou a se recusar a sair de casa

• Um terapeuta do MRI poderia perguntar aos pais como eles tinham tentado fazer
com que ele se aventurasse a sair. O foco estaria na solução já tentada pelos pais, na
suposição de que isso, provavelmente, mantivesse a recusa de Juan; e também em
sua explicação ou “enquadre” do comportamento do adolescente, acreditando que
seu enquadramento do problema poderia ter criado a sua falsa solução
• Um terapeuta da escola de Haley poderia se interessar pelas soluções tentadas pelos pais, mas
também perguntaria sobre seu casamento, de que maneira Juan se envolvia nas brigas entre eles ou
entre outros membros da família, e ainda, sobre a possível natureza protetora do problema de Juan.
Ele estaria agindo sob a suposição de que o comportamento do adolescente poderia ser parte de um
triângulo disfuncional
• Um terapeuta sistêmico de Milão não focaria tanto nas soluções tentadas, mas em vez disto,

perguntaria sobre relacionamentos passados e presentes na família. Tentaria descobrir uma rede de

alianças de poder, com frequência transmitida através de gerações , que constituem o “jogo” da família.

Um jogo desses deixaria Juan na posição de ter de usar seus sintomas para proteger outros familiares. A

família poderia revelar, por exemplo, que se Juan crescesse e saísse de casa, sua mãe seria arrastada

novamente para uma luta de poder entre seus pais, o que ele evitaria sendo uma criança sintomática.

Igualmente, ao não ter sucesso na vida, Juan poderia proteger o pai da vergonha de ter um filho que o

superasse em realizações, exatamente o que ele não fizera com seu pai.
Terapia Estrutural
Terapia Estrutural
• Seu criador, Salvador Minuchin nasceu na Argentina em 1921

• Os comportamentos patológicos se manifestam, muito frequentemente, como efeito das dinâmicas familiares

• Para analisar os processos de interação familiar, parte de três construtos teóricos essenciais: Estrutura,

Subsistemas e Fronteiras

• Estes três construtos são interrelacionados de tal forma que fronteiras demasiadamente rígidas ou difusas

resultarão em estruturas familiares restritivas ou desagregadoras e subsistemas emaranhados ou desligados

• Cada uma destas características propicia ao sistema familiar e a cada indivíduo que o forma desafios relativos ao

seu desenvolvimento em relação a autonomia, independência, capacidade de fazer vínculos, sentir-se bem

sozinho, capacidade de pedir e de prestar ajuda, colaboração e solidariedade, etc


Terapia Estrutural
• Estrutura Familiar (formas apreendidas de se comportar)

• Refere-se ao padrão organizado em que os membros da família interagem

• A estrutura familiar é moldada em parte por questões universais (hierarquia,


autoridade, funções recíprocas complementares, etc.) e em parte por
limitações idiossincráticas (que podem obscurecer a origem das funções,
tornando-as necessárias ao invés de opcionais)
Terapia Estrutural

• Subsistemas Familiares (família de origem, casal, filhos, irmãos)


– São agrupamentos entre os membros da família, baseados em
geração, gênero e interesses comuns
Terapia Estrutural

• Fronteiras Familiares (triangulações, coalizões, alianças, sistema


hierárquico sistema de autoridade)

• São as demarcações (virtuais) interpessoais entre os indivíduos,


subsistemas e a família inteira, que, como barreiras invisíveis,
regulam o contato entre eles
Terapia Estrutural
• Objetivos da Terapia

• Os terapeutas familiares estruturais acreditam que os problemas são mantidos por uma organização familiar

disfuncional. Portanto, a terapia visa alterar a estrutura familiar para que a família possa resolver seus

problemas.

• O terapeuta familiar estrutural reúne-se ao sistema familiar para ajudar seus membros a mudarem sua

estrutura

• Ao alterar fronteiras e realinhar sistemas, o terapeuta muda o comportamento e a experiência de cada

membro da família.

• O terapeuta não resolve problemas: esta tarefa é da família. Ele ajuda a modificar o funcionamento familiar

de modo que os membros da família possam resolver seus problemas


Terapia Estrutural
• Técnicas Terapêuticas (Em geral, a terapia familiar estrutural segue sete passos)

• União e adaptação: Primeiro movimento do terapeuta: desarmar defesas e aliviar ansiedades; criar aliança de
entendimento com cada membro da família. Iniciar a sessão saudando cada um pelo seu nome e fazer um contato
amigável. Perguntar a opinião de cada um sobre o problema; validar cada uma delas. Dentro da perspectiva de cada um,
todos eles têm razão

• Encenação: A estrutura da família se manifesta na maneira pela qual os membros da família interagem e não pode ser
percebida através do que as pessoas a descrevem. Fazer com que as pessoas conversem entre si permite ao terapeuta
observar e perceber muitas coisas sobre a estrutura da família: quanto são claras, difusas ou rígidas a fronteiras,
demonstração de emaranhamento ou desligamento, quem é emaranhado ou desligado, como lidam com os conflitos, etc
Terapia Estrutural
• Mapeamento Estrutural: Os sintomas do paciente identificado são uma expressão dos padrões
disfuncionais que afetam toda a família. A observação das interações ocorridas na primeira sessão,
permite avaliação da interrelação entre os membros da família e o mapeamento da estrutura do
sistema (fronteiras, subsistemas e padrão relacional). Este mapeamento permite identificar as
mudanças desejáveis no sistema

• Focalização e Modificação de Interações: As interações entre os membros da família na sessão,


permitem ao terapeuta o terapeuta identificar as transações problemáticas. Para identifica-las o
terapeuta foca o processo e não o conteúdo dos conflitos. O terapeuta utiliza as intervenções enérgicas
ou de intensidade para refletir as intenções terapêuticas.

• Criação de Fronteiras: As intervenções visam realinhar fronteiras, aumentando ou a proximidade ou a


distância entre os subsistemas familiares, conforme a rigidez ou difusão dessas fronteiras
Terapia Estrutural
• Desequilíbrio: As fronteiras visam realinhar os relacionamentos entre os subsistemas; o desequilíbrio visa mudar

os relacionamentos dentro de um subsistema. Os familiares em conflito se fiscalizam e se equilibram, mantendo

um impasse que os congela na inação; ao criar o desequilíbrio o terapeuta possibilita o realinhamento do

sistema, mas não como um juiz, determinando quem está certo ou errado

• Desafiar Suposições Improdutivas: Ver a situação de formas diferentes pode ajudar as famílias a mudar sua

maneira de se relacionar. O terapeuta age às vezes como professor dando informações e conselhos sobre

questões estruturais; pode fazê-lo através de utilização de ficções pragmáticas que ajudem a família a

compreender sua funcionalidade disfuncional e a perceber alternativas interessantes e possíveis


Terapia Estrutural
• A teoria estrutural é popular por ser simples, inclusiva e prática. Os conceitos básicos –
fronteiras, subsistemas alinhamento e complementaridade – são facilmente compreendidos e
aplicados

• Levam em conta o contexto individual, familiar e social, e fornecem uma estrutura organizadora
muito clara para se compreender e tratar famílias

• O princípio mais importante desta abordagem é que toda família tem uma estrutura, e esta só
se revela quando a família está em ação
• Estas eram as Escolas Precursoras da Terapia Sistêmica. Ao longo do tempo esta abordagem
veio evoluindo e para entendermos seus rumos na atualidade, é necessário uma
retrospectiva, revendo aspectos da mudança paradigmática ocorrida na virada do século e
seus efeitos, que ainda reverberam na mentalidade dos terapeutas envolvidos em seu
processo transformador

• Revendo o contexto – anos 1970/1980/1990


Escola Construtivista
• Final da década de 70, utilizando os conceitos da cibernética de segunda ordem e de sua aplicação aos sistemas sociais,

surge a Escola Construtivista

• considera-se que a evolução de um sistema ocorre através da combinação de acaso e história em que, a cada patamar,

surgem novas instabilidades que geram novas ordens, e assim sucessivamente

• A crise não é mais um risco, mas parte do processo de mudanças, assim como o sintoma. Assim, os terapeutas de

família da Escola Construtivista passam a considerar a autonomia do sistema familiar partindo do estudo dos sistemas

auto-organizados, da cibernética de segunda ordem, e dos sistemas auto poéticos postulados por Humberto Maturana
• Ocorre, neste enfoque, uma ruptura entre o sistema familiar/observado e o
terapeuta/observador
• O sistema surge como construção de seus participantes

• O terapeuta estará interessado não mais no comportamento a ser


modificado, mas no processo de construção da realidade da família e nos
significados gerados no sistema
• Muitos pioneiros da terapia familiar tinham formação psicanalítica e abandonaram suas raízes em
busca do novo – a dinâmica dos sistemas

• Na década de 1980 ocorre o surpreendente:

• Os terapeutas familiares demonstraram renovado interesse pela psicologia do indivíduo. Este


renascimento refletia mudanças na psicanálise – do individualismo da teoria freudiana para as teorias
mais orientadas ao relacionamento, como a teoria das relações objetais e a psicologia do self – assim
como mudanças na própria terapia familiar, em particular a insatisfação com os elementos
mecanicistas do modelo cibernético
• Na passagem para o século XXI, ao abrir-se ao Pensamento
Complexo os terapeutas sistêmicos ampliaram seu interesse e
romperam com a postura excludente, passando a considerar
também os aspectos psicodinâmicos e comportamentais no
enfoque terapêutico
Terapia Sistêmica no Século XXI
• Erosão de fronteiras

• As fronteiras entre as escolas de terapia familiar foram aos poucos esmaecendo na década de 1990

• Terapeutas passam a incluir em seu repertório preceitos e práticas das demais escolas de terapia familiar como a

Terapia Transgeracional de Bowen, a Terapia Experiencial Emocional do genial Carl Whitaker, a Terapia Cognitivo-

Comportamental de Albert Ellis, bem como preceitos construtivistas

• Atualmente, os terapeutas sistêmicos abordam as famílias menos como especialistas confiantes na sua capacidade

de consertá-las e mais como parceiros que esperam fortalecer seus recursos. Esses recursos são influenciados não

apenas pela estrutura da família, mas também por forças políticas e econômicas além do seu controle
Terapia Sistêmica no Século XXI

• A ponte da terapia familiar para o século XXI foi

o construcionismo social

• Assim como, quando os pioneiros mudaram seu


foco dos indivíduos para a família, essa recente
mudança do comportamento para a cognição
está abrindo um novo mundo de possibilidades
Terapia Sistêmica no Século XXI
• Nas décadas de 1980 e 1990 , Harlene Anderson e Harry Goolishian traduziram o construtivismo em uma abordagem

que democratizou o relacionamento terapeuta-cliente

• Juntamente com Lynn Hoffman e outros, esses terapeutas colaborativos uniram-se em sua oposição ao modelo

cibernético e suas implicações mecanicistas

• Sua versão de pós-modernismo focalizava mais cuidar do que curar, e eles tentaram levar o terapeuta, da posição de

perito, para uma parceria mais igualitária com os clientes

• O que os terapeutas colaborativos compartilhavam era a convicção de que, com frequência excessiva, os clientes não são

ouvidos porque os terapeutas estão fazendo terapia para eles e não com eles. Para reparar essa atitude recomendam

que os terapeutas adotem uma posição de “não saber” que leva a conversas genuínas com os clientes, em que tanto a

perícia do terapeuta quanto a do cliente são empregadas para dissolver os problemas


ABORDAGENS TERAPÊUTICA DO SÉC. XXI
Abordagens terapêuticas do séc. XXI
• Terapia Focada na solução - Steve De Shazer

• Os pressupostos que fundamentam a terapia focada na solução são simples e fáceis

de compreender

• Seu objetivo é resolver as queixas apresentadas pela pessoa, ajudando-a a fazer ou

pensar algo diferente, para que se sinta mais satisfeita com sua vida. Trabalhar no

resgate da confiança pessoal para resolver seus problemas e das suas habilidades

para tanto

• Em resumo: ajudar a pessoa a estabelecer objetivos claros e exequíveis e a

aprender a pensar sobre o futuro diferente que ela deseja constituir para si
Abordagens terapêuticas do séc. XXI
• Terapia Narrativa – Michael White

• Os terapeutas narrativos não são solucionadores de problemas. Em vez disso

ajudam as pessoas a se separarem das histórias saturadas de problemas (e de

suposições culturais destrutivas) a fim de abrir espaço para uma visão nova e

mais construtiva de si mesmas

• A terapia narrativa visa transformar identidades de defeituosas em heroicas, e

não a fazer com que os membros da família se confrontem com seus conflitos;

visa separar pessoas de problemas e depois reunir a família para lutar contra um

inimigo comum

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