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Terapia do Esquema em Grupo

Renata Kemp de Souza Erdos

Formação em Terapia do Esquema


Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental
Especialista no tratamento da Dependência Química
Especialista no tratamento de Transtornos Alimentares
Leituras Sugeridas

2
Leituras Sugeridas

3
Leituras Sugeridas

4
Leituras Sugeridas

5
Psicoterapia Grupal
• Yalom (1995)

• 9 fatores terapêuticos

6
Fatores Terapêuticos

1. Instalação de esperança

7
Fatores Terapêuticos

2. Universalidade

8
Fatores Terapêuticos

3. Compartilhamento das informações

9
Fatores Terapêuticos

4. Altruísmo

10
Fatores Terapêuticos

5. Capitulação corretiva do grupo familiar


primário e do aprendizado interpessoal

11
Fatores Terapêuticos

6. Desenvolvimento de técnicas de socialização

12
Fatores Terapêuticos

7. Comportamento imitativo

13
14
Fatores Terapêuticos

8. Coesão Grupal

15
COESÃO ACEITAÇÃO

APOIO

CONFIANÇA

Bieling et al., 2008


16
Fatores Terapêuticos

9. Catarse

17
Fatores Terapêuticos

Interações “aqui e agora”

18
Quando um grupo de pessoas com
problemas comuns se unem há uma
mobilização no sentido de motivar para
mudança, inspirando os membros do
grupo a se confrontarem com o
problema.

19
TERAPIA DO
ESQUEMA EM GRUPO

20
Objetivos da Terapia do Esquema

• Alcançar e “curar” o modo criança vulnerável


• Diminuir o crítico punitivo/exigente
• Canalizar o modo criança zangada
• Limites saudáveis para o modo criança
impulsiva
• Evocar e desenvolver o modo criança feliz
• Desenvolver o modo adulto saudável para
executar esses funções – autonomia.
Farrell & Shaw, 2019.
https://www.yout
ube.com/watch?v
=SZ7S6lgsTiw

22
TE em Grupo (TEG)

• Desenvolvida últimos anos

• Técnicas TE adaptadas ao formato grupal

• Alternativa econômica

23
TE em Grupo (TEG)
• Fatores que NÃO estão presentes na terapia
individual que contribuem para a efetividade
do grupo:

Suporte e validação dos demais participantes,

Possibilidade de experimentar de forma


segura expressões emocionais e novos
comportamentos,
24
TE em Grupo (TEG)
Vínculos que possam ressignificar
representações de vínculos inseguros,

Confrontação empática entre os membros do


grupo,

Expansão da reparentalização limitada de um


participante para a “família” toda,
25
TE em Grupo (TEG)
Altruísmo,

Coesão grupal,

Diversas fontes de informação,

Modelagem,

26
TE em Grupo (TEG)
Aprendizagem vicária,

Aprendizado interpessoal,

Dessensibilização,

Prática de habilidades sociais.


Farrell, Reiss e Shaw, 2014.
Fatores terapêuticos e Esquemas do
Grupo - modos
Fator terapêutico do Esquema impactado Modo Impactado
grupo
Coesão/pertencimento Abandono Criança vulnerável

Recapitulação corretiva Desconfiança/abuso Todos os modos infantis


da família primária Privação emocional

Compaixão/altruísmo Punitivismo Modos críticos

Universalidade Defectividade/vergonha Criança vulnerável


Instalação de esperança
Fatores terapêuticos e Esquemas do
Grupo - modos
Fator terapêutico do Esquema impactado Modo Impactado
grupo
Transferência de Padrões inflexíveis Modos críticos
informação Dependência/incompetên
cia
Desenvolvimento de Isolamento/alienação Modo adulto saudável
técnicas de socialização social Modos de
Aprendizagem enfrentamento
interpessoal
Aprendizagem por Emaranhamento/self
observação subdesenvolvido
Fatores existenciais
Catarse Inibição emocional Modos de
Lazer/espontaneidade enfrentamento
TE em Grupo (TEG)
• Principal diferença = integra e combina
componentes ativos de processos coletivos,
tais como:
terapias psicodinâmicas
gestalt e interpessoal
técnicas cognitivas
técnicas comportamentais
TE em Grupo (TEG)
Potencializa componentes da TE:

Reparentalização Limitada

Ambiente mais próxima da família pode intensificar o trabalho


experiencial

As experiências com os colegas parecem mais “reais”

“Família estendida” acrescenta efeitos da reparentalização


TE em Grupo (TEG)
Potencializa componentes da TE:

Trabalho de mudança de modos

A experiência de pertencimento na “família” de pares é


poderosamente curadora.

Aprendizado pela observação é poderoso

Maior palco para trabalho experiencial

Modo encenação com “cadeiras cheias” fortalece o impacto.


TE em Grupo (TEG)
Potencializa componentes da TE:

Autonomia

Grupo age como uma “ponte” para a vida fora da terapia.

Farrell & Shaw, 2019.


TRATAMENTO

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Tratamento em Grupo
• Início tratamento: conceitos TE

Esquemas Modos
Esquemáticos

Consequências

Funcionamento
psíquico
Problemas atuais
35
Tratamento em Grupo
• Contrato:
Objetivo do grupo
Critérios de inclusão e exclusão do grupo
Estabelecimento das regras de funcionamento do
grupo*
* Estabelecer e respeitar limites das manifestações
de raiva e emoções desagradáveis.

36
Tratamento em Grupo
• Contrato:

Foco no processo grupal, não no individuo.

Frequência e comprometimento

Tempo de duração da sessão

37
Tratamento em Grupo
• Compromisso e metas:

Atingir a meta terapeutica é o melhor


preditor de comprometimento com o
tratamento.

38
Estágios do Tratamento em Grupo

1. Vínculo e regulação emocional,

2. Trabalho com modos esquemáticos,

3. Autonomia – modo adulto saudável.

Young, Klosko e Weishaar, 2003.

39
Trabalho com modos esquemáticos
• Traduzir problemas em termos de modo
Descreva o problema em que você Difícil fazer amigos – não tem
quer trabalhar. ninguém, solitário, sente-se um
perdedor.
Que necessidade está envolvida no Para não se sentir sozinho,
problema? companheirismo, validação, sentir-
se bem quisto, atenção.
Como o modo criança vulnerável Eu me sinto muito assustada
está envolvido? quando conheço alguém.
Sua ação é resultado de modos de Eu fico congelada, depois com raiva
enfrentamento desadaptativos? e empurro as pessoas para longe –
foi o que eu fiz na escola.

40
Trabalho com modos esquemáticos
• Traduzir problemas em termos de modo

Há outro modo infantil envolvido? Às vezes fico muito irritada porque


Como? me sinto presa entre a solidão e o
medo. Isso pode levar a uma ação
impulsiva – ate mesmo à
automutilação.
Há um modo crítico envolvido? Meu modo punitivo/crítico diz que
Como? sou estúpida, sem valor e que
ninguém vai gostar de mim. Escuto
isso constantemente.
Descreva o comportamento que Eu sou sarcástica e cínica.
você geralmente tem e o resultado. Eu sinto que o resultado é que as
pessoas me evitam.

Farrell & Shaw, 2019. 41


Estágios do Tratamento em Grupo

1. Vínculo e coesão – forte facilitador

2. Conflito – manejo e definição de limites

3. Normalização - facilitação

4. Processo grupal – autonomia/facilitação


Young, Klosko e Weishaar, 2003.
42
Componentes essenciais de
tratamento

Grupo de boas vindas Grupo educacional de TE

Sessão n1: regras base, exercício 5 sessões: psicoeducação


de conexão, bolha de segurança

Farrell & Shaw, 2019.

43
Tratamento em Grupo
• Psicoeducação
Sessão 2 e 3:
identificar e entender
Sessão 1: esquemas, os componentes
modos e como se cognitivos, emocionais,
estabelecem. Lista fisiológicos e
com os esquemas. comportamentais dos
esquemas de cada
paciente

44
Tratamento em Grupo
• Psicoeducação

Sessão 5: descrever
Sessão 4: identificar principais intervenções
os modos saudáveis em TE. Trabalho com
do indivíduo. imagens explicado e
discutido. Exercício
com imagem.

45
Componentes essenciais de
tratamento
Consciência dos Manejo de modos Modos de curas
modos

Reconhecer sua Estratégias cognitivas Foco na emoção,


experiência dos e comportamentais experiências
modos e aprender a para gerenciar emocionais corretivas
identificar a presença modos, desenvolver relacionadas ao
deles. um plano pessoal de modo, necessidades
gerenciamento de da infância,
modo. ressignificação
imagística e role-play
de modos.
Farrell & Shaw, 2019.
46
Gerenciamento de Modos
Componente de Metas e Foco
tratamento

Consciência de • Para os pacientes identificarem a


modo experiência inata da criança,
enfrentamento desadaptativo, crítica
disfuncionais e modos saudáveis.
• Ser capaz de identificar os gatilhos dos
modos e as necessidades subjacentes a
eles.
• Entender como os modos estão conectados
às primeiras experiências.
• Monitorar as atividades diárias.
Farrell & Shaw, 2019.
47
Gerenciamento de Modos
Situação Pensamentos Sentimentos Físico Necessidade Memórias
e Modo
Exemp Discussã Eu não Me sinto Estou Para não Está ligado ao
lo o em entendo o muito ficando me sentir ensino
Monit grupo que eles vulnerável. confuso, sobrecarreg fundamental
orame estão Estou com não ado, para se quando os
nto falando. medo. sinto sentir colegas me
Consci Eu sou meu seguro. intimidaram e
ência muito burro. corpo. disseram que
de Eu não eu era idiota.
modo posso deixar Eu tive esses
ninguém sentimentos
perceber o naquela
quão época
estupido eu também.
sou.

Farrell & Shaw, 2019. 48


Gerenciamento de Modos
Componente de Metas e Foco
tratamento
Manejo de • É assim que os pacientes usam sua
modos consciência das experiências dos Modos
para fazer escolhas ativas que melhor
atendam as suas necessidades.
• Desenvolver estratégias e técnicas
cognitivas, comportamentais e
experienciais para gerenciar modos e ações
saudáveis para atender às necessidades
subjacentes.
• Formule planos de gerenciamento de
modo individualizados e pratique o uso.
• Esses planos apoiam a quebra de padrões
Farrell & Shaw, 2019.
comportamentais. 49
Gerenciamento de Modos
• Exemplo monitoramento Manejo de Modos
Meu plano de mudança: “Ao invés de congelar e ficar bravo”
Qual PASSO você pode Eu poderia baixar a guarda em grupo e
tomar em alterar seu papel contar as pessoas sobre como fico com
no problema? medo de que todo mundo me odeie e
ninguém me entenda.

Como o GRUPO pode Eles poderiam me dar um feedback positivo


ajudar? quando eu me abrir. Eles poderiam validar
os sentimentos que eu expresso.
Como os TERAPEUTAS Eles podem perceber quando estou
podem ajudar? desconectado ou usando o Protetor
Zangado e gentilmente aponta-lo para mim
em grupo ou individual.

Farrell & Shaw, 2019. 50


Gerenciamento de Modos
Componente de Metas e Foco
tratamento

Trabalho • O trabalho experiencial focado nas


experiencial emoções da TE foca principalmente nos
Modo de Cura modos criança. Exercício imagístico,
ressignificação de imagens, role-plays de
modos. O terapeuta conduziu experiências
emocionais corretivas.
• A experiência de pertencimento e
aceitação em um ambiente próximo a
família.

Farrell & Shaw, 2019.


51
Principais intervenções TEG

1. Reparentalização limitada

2. Trabalho experiencial

3. Cognitivo

4. Quebra de padrões comportamentais

Farrell & Shaw, 2019.


52
https://www.youtube.com/watch?v=E67HcnUw1PY
53
TÉCNICAS

54
Técnicas Cognitivas
Principais Técnicas Cognitivas
Psicoeducação
Exercício de vantagens e desvantagens
Reestruturação cognitiva
Cartões de enfrentamento
Distorções cognitivas

Adaptado de Farrell e Shaw, 2012.

55
Técnicas Vivenciais

Principais Técnicas Vivenciais


Trabalho com imagens mentais – lugar seguro
Role-plays
Repaternalização limitada
Representação de situações em grupo
(dramatizações)
Adaptado de Farrell e Shaw, 2012.

56
Técnicas Vivenciais
Estilo de repaternalização limitada deve corresponder ao
estágio de desenvolvimento, modos e necessidades:

1. Trabalho no modo infantil: apego seguro aos pais, segurança,


proteção, cuidado, atenção e amor

2. Modos de enfrentamento desadaptativos: precisam de um


líder forte.

3. Trabalho no modo adolescente: múltiplas conexões,


identidade, competência, grupos de colegas são primordiais.

4. Modo adulto saudável mais forte: grupo de colegas.

Farrell & Shaw, 2019.


57
“Gostaria de contar uma história e queria que vocês
apenas fechassem seus olhos, ou olhassem para baixo, e
prestassem atenção em quaisquer sentimentos que
possam sentir enquanto escutam. Hoje eu ganhei um
cupom da minha loja de sorvetes favorita que diz que
posso levar 10 pessoas comigo para comerem qualquer
sorvete que queiram (sabor, quantidade,
acompanhamentos...). Então, estou convidando todos
vocês. Chegando à loja o proprietário nos recebe com
grande entusiasmo e me pede para começar a escolher
o que eu quero. Prontamente eu escolho minha
casquinha de sorvete recheada com chocolate.
58
Coloco uma bola de sorvete de baunilha com pedaços
crocantes de doce de leite. Vejo algumas frutas e coloco
uns morangos misturados com calda de caramelo por
cima. Finalizo com um biscoito de waffle cravado no
sorvete. Está enorme e eu pego outra casquinha para
poder distribuir o conteúdo. Agora é a sua vez, escolha
o que quiser e na quantidade que desejar [esperar
alguns minutos]. Todos tiverem tempo de escolher o
sorvete que queriam? Abram seus olhos e voltem para
o grupo.

59
Adaptado de Farrell et al., 2004.
Técnicas Comportamentais

Principais Técnicas Comportamentais


Checagem de evidências
Role-plays
Planejamento de modos de enfrentamento

Adaptado de Farrell e Shaw, 2012.

60
O GRUPO

61
O grupo
• Tamanho ideal: 8 participantes

• 1 terapeuta

• 1 coterapeuta

• Aberto ou fechado

62
O grupo
• Estrutura TCC individual e grupal:
Encontros
Agenda
Checagem do modo
Revisão tarefa de casa
Fechamento (conclusão)
Feedback
Planejamento tarefa de casa
63
O grupo
• Práticas Básicas: 90 minutos
Sessão
Começo: imagem de segurança – 5 min.
Período de Trabalho: 30 minutos
Intervalo; 10 minutos
Período de trabalho: 35 minutos
Encerramento: resumo – 5 minutos
Terminar com diversão ou imagem de
segurança: 5 minutos
64
O TERAPEUTA

65
O terapeuta na TEG
Preparação do terapeuta de Grupo
Experiências prévias em TCC e TE (individual e
grupal).
Curso/treinamento didático em modelos e técnicas
de TCC e TE.
Supervisão direta em múltiplos casos individuais
de TCC e TE.
Participação observacional em um grupo de TCC e
TE conduzido por outro terapeuta.
Assumir o papel de co-terapeuta.
Bieling et al., 2008. 66
O terapeuta na TEG
• É responsável por manter o grupo no rumo
certo de acordo com a agenda,
redirecionando-o quando necessário.

• É sensível ao estágio de desenvolvimento do


grupo, respeitando a evolução das dinâmicas
grupais e permitindo que o grupo tenha
autonomia suficiente para que os membros
trabalhe uns com os outros.

67
O terapeuta na TEG
• Serve como modelo

• Oferece suporte a cada paciente

• Energia para reparentalizar o grupo todo!

• Empático, acolhedor e genuíno.

• Ser ele mesmo e acreditar na sua intuição


Farrell e Shaw, 2012
68
O terapeuta na TEG
• O grupo representa uma “grande família”

 “O que um bom pai faria?”

• “Família substituta saudável”: oferece aos


pacientes um “lar seguro”.

Farrell e Shaw, 2012


69
O terapeuta na TEG

• Os “pais” de uma grande família devem


considerar todos os seus “filhos”, para isso é
fundamental que todos no grupo se sintam
seguros e aceitos.

Farrell e Shaw, 2012


70
O terapeuta na TEG

Família substituta saudável

aceitação Ressignificar o
modo criança
senso de pertença vulnerável

Farrell e Shaw, 2012


71
muitos pacientes têm sua primeira
experiência em uma família
validante e saudável durante as
sessões de terapia em grupo.

72
O terapeuta na TEG
• Autorrevelação: estratégia importante para
que os pacientes percebam o terapeuta como
um ser humano também vulnerável em alguns
momentos.

Facilita a expressão (modelagem) e valida a


parte vulnerável do paciente.

Farrell e Shaw, 2012


73
O terapeuta na TEG
• Ressignificação imagística com memória infantil
do terapeuta:
1) T1 conta uma lembrança de infância de quando precisou de
um bom pai e ninguém estava lá (trauma leve)
2) Pacientes “assistem” em imagens
3) Discutir observações de sentimentos e necessidades
4) Discutir um novo final, verifique com T1
5) T2 entra na imagem como bom pai e ressignifica
6) Os pacientes novamente observam os sentimentos e
necessidades de T1
7) Discuta o resultado
8) Em seguida, peça uma memória do paciente para reescrever.
Farrell e Shaw, 2019 74
O terapeuta na TEG
• Ressignificação imagística com memória infantil do
terapeuta:
Que tipo de memória do terapeuta usar?

1. Escolha algo de dificuldade média que precise de um


bom pai e sem ninguém lá.
2. Escolha algo que a maioria terá compaixão.
3. Indique como essa é uma memória importante, como
ela é relacionada ao esquema ou modo e significado
para você (ex.: relacionado a padrões inflexíveis)
4. Ressalte que a ressignificação ainda funciona para
traumas mais graves.
Farrell e Shaw, 2019
75
O terapeuta na TEG
• Deve manter contato visual com todos os
membros do grupo.

• Questionar reações verbais e não verbais


percebidas.

• Focado e atento ao grupo!


(importante trabalhar com coterapeuta)
Farrell e Shaw, 2012
76
O COTERAPEUTA

77
O coterapeuta na TEG
• Tem menor responsabilidade direta e por isso
pode atentar melhor para as interações
grupais e fatores processuais.

• Linhas de responsabilidades precisam ser


claras e bem definidas.

• “segundo par de olhos e ouvidos clínicos”


Bieling et al., 2008.
78
O coterapeuta na TEG
• Deve prestar atenção na reação e nos modos
de todos os participantes para questionar e
envolve-los no discussão.

• Dar suporte para as ações do terapeuta sem


interrompê-las ou mudar o rumo das
abordagens.

79
O coterapeuta na TEG
o Imprescindível a combinação de sinais não
verbais para que os terapeutas possam se
comunicar durante o andamento dos
encontros.

* Especialmente quando algum esquema do


terapeuta for ativado e precisar de apoio para
seguir o trabalho.

80
O coterapeuta na TEG
• Terapeuta e coterapeuta devem trabalhar unidos:
parceria e equipe!

• Encontro com terapeuta antes e após a sessão de


grupo.

* Avaliação pode servir como forma de supervisão


quanto à aplicação das técnicas e às intervenções
que foram realizadas, bem como verificar as
oportunidades que foram desperdiçadas.
81
O PACIENTE

82
O paciente

• Triagens individuais para averiguar o perfil do


sujeito e avaliar se tem indicação para o
tratamento em grupo.

Socialização antecipada
O paciente
• Entrevista de adequabilidade (Safran e Segal,
1990):

10 dimensões são avaliadas

84
Entrevista de Adequabilidade
1. Habilidade do individuo de perceber
pensamentos automáticos,

2. Consciência que o paciente tem das emoções


e a habilidade de distinguir vários estados
emocionais,

3. O grau em que o paciente aceita a


responsabilidade pela mudança,
85
Entrevista de Adequabilidade
4. A compatibilidade entre a compreensão que
o paciente possui de seu problema e o
modelo da TCC e da TE,

5. A extensão das dificuldades com os sintomas,

6. A habilidade do paciente em manter foco em


um problema específico,
86
Entrevista de Adequabilidade
7. O otimismo do paciente quanto à
possibilidade de mudança,

8. A habilidade do paciente e do terapeuta em


formarem uma aliança terapêutica inicial,

9. A habilidade do paciente de ter relações de


confiança na vida,
87
Entrevista de Adequabilidade

10.O grau em que vários processos


interpessoais e problemas podem interferir
na terapia.

88
O paciente
Critérios para a participação no tratamento em grupo
Pacientes com transtornos – ou traços – de
personalidade;
Indivíduos com traumas complexos ou sintomas
crônicos que não responderam a outros tratamentos;
Sujeitos motivados a aderir ao formato grupal –
considerando o tempo de duração do tratamento;
Disposição para executar tarefas de casa.
Farrell et al., 2014.
89
O paciente
Critérios de CONTRAINDICAÇÃO
Ideação suicida
Sintomas psicóticos
Comportamentos de automutilação
Agressividade
Uso/abuso de drogas.

Broersen & van Vreeswijk, 2012.

90
Por que um grupo?
- a versão do paciente -
 Diga o motivo pelo qual recomenda o grupo para ele
 Cite a contribuição importante do grupo para a cura
 Explique as oportunidades de experiências emocionais
corretivas (cura) na família do grupo
 Refira-se ao resulta das pesquisas para dar esperança
(experimente!)
 Bons pais transmitem competência e confiança. Já diga
ao paciente: “nós vamos mantê-lo seguro” – informe que
farão o que for necessário dentro dos suas limitações,
claro.
 A segurança é necessária para o trabalho de mudança!
Socialização: a função de um membro do grupo
- diferenças entre grupo e indivíduo -

Compartilhando informações pessoais:


 Vamos aprender a historia deles em pedaços ao
longo do tempo
 Essa abordagem é realmente mais confortável para
muitos pacientes (por ex.: TPB, fobia social, TEPT)
DESAFIOS E
PROBLEMAS NA
ESTRUTURA DO
GRUPO

93
TE em Grupo (TEG)
Em qualquer grupo, podem surgir problemas
relativos a 3 áreas:

1) Pacientes difíceis
2) Processo grupal
3) Liderança do terapeuta

94
TE em Grupo (TEG)

1) Pacientes difíceis:

Bieling et al., 2008.

95
Protótipo Descrição Procedimento
Terapêutico
Tipo quieto e • Participação no • Usar o grupo para
calado grupo é mínima ajudar a extrair
informações.
• Prefere manter-se
• Fazer perguntas
em silêncio. diretas para facilitar a
interação
• Tentar conectar as
experiências do
individuo e dos
demais.
• Quando for
apropriado, processar
pensamentos e
sentimentos acerca de
estar no grupo. 96
Protótipo Descrição Procedimento
Terapêutico
Tipo arrogante • Monopoliza o • Usar estratégias de
tempo. contenção para ajudar
a equilibrar o tempo
• Não tem
do grupo.
dificuldade em • Pode-se usar
compartilhar estratégias sutis de
informações. manejo (não reforçar
conversa prolongada
fazendo perguntas ou
contato visual),
• Pode acabar exigindo
estratégias de manejo
mais explícitas, como
interromper a pessoa
no meio da fala. 97
Protótipo Descrição Procedimento
Terapêutico
O ajudante • Sempre dá • Encorajar a pessoa a
conselhos que refletir sobre sua
própria experiência e
podem ou não ser
falar na primeira
úteis. pessoa.
• Pode falar de • Se o conselho for útil,
generalidades reforçar e direcionar a
usando “nós” e não pessoa para como
“eu”. pode estar focada em
suas próprias
• Pode focalizar os
questões.
outros, e não as • Se o conselho não for
próprias questões. útil, processar com o
grupo.
98
Protótipo Descrição Procedimento
Terapêutico
O descrente • Uma pessoa • Concordar/validar os
pessimista que não sentimentos do
membro e então
aposta de fato no
mudar a direção para
tratamento. enfatizar a
• Pode ter responsabilidade e a
experimentado escolha pessoal.
grupos outras
vezes.
• Pode desafiar o
terapeuta e a
terapia.

99
Protótipo Descrição Procedimento
Terapêutico
O errante • Às vezes aparece, • Discutir no grupo.
outras não. • Pode precisar ter
• Não aparenta um encontro
estar individual.
comprometido com
o grupo.
O membro não- • É problemático no • Reconhecer que suas
apropriado para o grupo porque suas necessidades podem
grupo. questões podem ser diferentes das dos
outros e ver como o
ser diferentes das
individuo pode ganhar
dos outros. com o grupo.
• Pode precisar sair
100
do
grupo.
TE em Grupo (TEG)
Problemas relativos ao
2) Processo grupal:

• Presença de qualquer dos protótipos de


membros problemáticos,
• Apresentar o material (psicoeducação) de
forma muito didática,

Bieling et al., 2008.

101
TE em Grupo (TEG)
• Sessão excessivamente estruturada,

• Subgrupos,

• Presença de observadores e pessoas em


treinamento.

Bieling et al., 2008.

102
TE em Grupo (TEG)

3) Condução do grupo por 2 terapeutas.

* Quanto maior for a frequência com a qual


os mesmos terapeutas trabalhem juntos,
mais a experiência do grupo se torna
tranquila e livre de problemas.

Bieling et al., 2008.

103
ARMADILHAS E
DICAS

104
Cuidado!

1) Não ser muito rígido com o protocolo


(engessado)!

2) Flexibilidade e sensibilidade para saber com


o que se deve ou não trabalhar, sem fugir da
meta terapêutica de cada encontro.

105
Cuidado!

Sessões Sessões
muito pouco
estruturadas estruturadas

106
Cartão lembrete do terapeuta
Tarefa básica do terapeuta de grupo: manter a “estrutura grupal”
que é, em outras palavras, manter a “harmonia da família”

 A “estrutura” do grupo é um lugar seguro e consistente, o que


torna o ambiente previsível, e isso gera segurança ao membros
do grupo
 Mantenha o ambiente – regras básicas, conexões
 Explique a estrutura das sessões
 Gentilmente limite o tempo
 Encoraje suporte mutuo
 Exija respeito mútuo
 Conecte-se com cada membro de alguma forma.
Ao fazermos isso, preenchemos necessidades básicas não satisfeitas
desde a infância para que, enfim, estes indivíduos obtenham a
previsibilidade necessária que gera a estabilidade emocional.
107
Avaliação Adicional:

• Frequência ideal das sessões


• Indicação de tratamento combinado de
terapia individual e em grupo
• Custo-benefício
• Eficácia do tratamento
• Treinamento adequado do terapeuta em TEG

108
https://www.youtube.com/watch?v=bzC6PqPoaGs

renata.erdos@terra.com.br

109

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