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FACULDADE DINÂMICA DO VALE DO PIRANGA (FADIP)

ESCOLA DE MEDICINA
MED 216 -Saúde Mental II

Seminário:
A MEMÓRIA E
SUAS ALTERAÇÕES

Integrantes: Miriam, Lindisley, Roberta e Valdilane


4º Período – Turma XV

Ponte Nova, MG
Março, 2024
Objetivo

 Entender as Neurociências da
Memória - suas definições
básicas, fases/elementos;
 Apontar os tipos específicos de
memória;
 Discutir as alterações patológicas
quantitativas da memória.
MEMÓRIA

Processo mediante o qual se adquire, se forma, se conserva e se


evoca a informação.

 Fase de aquisição: Aprendizagem;


 Fase de Consolidação;
 Fase de evocação: Lembrança.

(Lent, 2008)

“A imaginação cria condições de aprendizagem, enquanto


a memória possibilita a aprendizagem.”

Elvira Souza Lima


MEMÓRIA

O hipocampo, juntamente com outra parte do cérebro


chamada de córtex frontal, é responsável por analisar as
diversas entradas sensoriais e decidir se vale a pena
lembrar delas. Se valerem a pena, elas podem se tornar parte
de sua memória de longo prazo;

A criação de uma memória começa com sua percepção: o


registro de informações durante a percepção ocorre no breve
estágio sensorial, que geralmente dura somente uma fração
de segundo;
Tipos de Memória
1. Memória de Curto Prazo

 Dura por segundos ou até pouquíssimos minutos,


apenas enquanto a pessoa continua a pensar nos fatos;
 “Circuitos reverberativos”, causado pela atividade neural contínua resultante de sinais nervosos
que circulam repetidamente num traço de memória temporário;
 Facilitação ou Inibição Pré-Sináptica.

2. Memória Intermediária

 Muitos minutos até semanas;


 Serão perdidas a não ser que os traços de memória se tornem mais permanentes, tornando-se
em memórias longo prazo;
 Resulta de alterações químicas e/ou físicas temporárias.
Memória de Longo Prazo

 Alterações estruturais aos invés de


químicas;
 Há aumento da sensibilidade dos
neurônios = aumento da facilitação.

 Aumento dos locais onde as vesículas liberam os neurotransmissores;


 Aumento do número de vesículas;
 Aumento do número das terminações pré-sinápticas;
 Mudanças nas estruturas das espinhas dendríticas que permitem a permitem a transmissão de
sinais mais fortes.
Consolidação da Memória

o Memória a curto prazo -> longo prazo;


o A consolidação depende da repetição;
o A consolidação ocorre por codificação: uso de informações antigas para
ajudar no pensamento de novas informações – As novidades são sempre
associadas.
“Todos recordamos onde estávamos e o que estávamos fazendo na hora em
que morreu Ayrton Senna ou quando o segundo avião bateu na segunda
torre de Manhattan no famoso 11 de setembro. Ninguém se lembra do rosto
da pessoa que nos vendeu os ingressos na última vez que fomos ao
cinema...”

(IZQUIERDO, 2004, p. 36)


(Roxo et al, 2011)

“Da mesma forma que sem fome não aprendemos a comer e sem sede não
aprendemos a beber água, sem motivação não conseguimos aprender.”

(Iván Izquierdo)
“Um cachorro aprende a produzir saliva em resposta a um som, prevendo
que o mesmo será seguido de um pedaço de carne. Mas dificilmente
aprende a salivar em resposta a um som, se o que vem depois deste é algo
inútil.” (IZQUIERDO, 2004, p. 38)
Centros de Recompensa

o Fascículo Prosencefálico Medial (núcleos lateral e ventromedial do hipotálamo);

Centros de Punição
o Subs. Cinzenta do Aqueduto de Sylvius; Mesencéfalo, Hipotálamo e Tálamo;
o Amígdala e Hipocampo.
Papel de Regiões Específicas do Cérebro na Memorização

o Hipocampo – promove o armazenamento de


memórias;
o Pessoas sem hipocampo não conseguem estabelecer
novas memórias a longo prazo = amnésia anterógrada;
o Hipocampo esta ligado ao sistema límbico justificando
sua função nas recordações prazerosas;
o Incapacidade de evocar memórias passadas = Amnésia
retrógrada.
As amnésias retrógradas e anterógrada podem ocorrer
simultaneamente por lesões hipocâmpicas. Entretanto,
lesões em algumas áreas talâmicas podem causar
especificadamente amnésia retrógrada, sem causar
anterógrada.
plasticidade neural E
OS processos do
aprendizado e da
memória
A arte de esquecer

• Habituação
• Bloqueio
• Extinção
• Repressão
Habituação I
“Um trabalhador veterano das pistas de aeroportos já nem
responde ao estrépito da partida dos aviões.”

“A habituação é nosso aprendizado mais simples e um dos mais


importantes.”
Habituação II –Seletividade das Evocações

“...mães que dormem, exaustas


pela guerra, em meio a um
bombardeio; mas acordam ao
ouvir o leve choro de suas
crianças.”
Bloqueio

“...consiste num fenômeno aprendido


para ‘desintoxicar’ nossa memória de
trabalho...”.
Extinção
“Um cachorro que aprendeu a salivar em resposta a uma
campainha porque esta foi associada com a apresentação de um
pedaço de carne, irá salivar cada vez menos se a carne não for
mais apresentada.”

“Graças a ela deixamos de emitir respostas inúteis uma vez que


estas passam a ser despropositadas.”
Alterações Patológicas da Memória :
Alterações Quantitativas.

• Hipermnésias: aceleração geral do ritmo psíquico;

• Amnésia (ou hipomnésia): perda da memória, seja da


capacidade de fixar, manter e evocar antigos conteúdos.
As amnésias podem ser divididas em dois
grupos:

Psicogênicas ou Orgânicas
Dissociativas

Onde há perda de elementos Trata-se de uma amnesia


mnêmicos focais, os quais tem menos seletiva.
valor psicológico especifico.
Amnésia anterógrada e Retrógrada

• Anterógrada : O individuo não consegue mais fixar elementos


mnêmicos a partir do evento que lhe causou o dano cerebral

• Retrógrada: O individuo perde a memória para fatos ocorridos


antes do inicio da doença.
Referências

 SPRENGER, Marilee. Memória: como ensinar para o aluno lembrar. Porto Alegre: Artmed, 2008.
 ANTUNES, Celso. A memória: como os estudos sobre o funcionamento da mente nos ajudam a
melhorá-la. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
 MONTIEL, José M.; CAPOVILLA, Fernando C. organizadores. Atualização em Transtornos de
Aprendizagem. São Paulo Artes Médicas, 2009.
 MORAES, A. P O livro do Cérebro, 1, 2 e 3. São Paulo: Duetto, 2009 – ISBN 978-85-7902-041-4.
 GAZZANGA, S. Michel; IRVY, B. Richard; MANGUN, RGeorge. Et. All. Neurociência Cognitiva, a
biologia da mente. 2ª Ed. Porto Alegre. Artmed. 2006.
 ROTTA, Newra Tllecha. Transtornos da Aprendizagem. Artmed, 2006
 IZQUIERDO, Iván. A arte de esquecer. Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2004.

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