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Suicídio

na adolescência
III Semana de Psicologia Social
UNIFACS

Salvador, 05 de Novembro de 2019


Suicídio
Divórcio entre EU e a linha
Suicídio
Divórcio entre o corpo e a imagem do corpo
O suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos
no mundo, atrás apenas de acidentes de trânsito. E a cada 40
segundos uma pessoa se suicida, sendo que 79% dos casos se
concentram em países de baixa e média renda. Esses e outros dados
fazem parte de um novo relatório da Organização Mundial da Saúde
(OMS), divulgado nesta segunda-feira, 9, véspera do Dia Mundial de
Prevenção ao Suicídio (10 de setembro).
ESTADÃO, 2019
Quando olhamos para uma faixa etária ainda mais jovem - de 15 a 19
anos -, o suicídio aparece como segunda causa de mortes entre as
meninas, após as complicações na gravidez, e a terceira entre
meninos, depois de acidentes de trânsito e violência.

ESTADÃO, 2019
A OMS estima que cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio
por ano - os números do relatório são referentes a 2016. No Brasil,
foram registrados 13.467 casos, a grande maioria (10.203) entre
homens, segundo a entidade.

ESTADÃO, 2019
Os números da publicação apontam que a taxa global de suicídio foi
de 10,5 por 100 mil habitantes. Há diferenças quando se observa a
renda dos países. Nos de média renda, o índice foi de 9 por 100 mil;
nos de baixa, de 10,8 por 100 mil; e nos de alta renda, 11,5 por 100
mil - nesses, o número de mortes de homens foi quase três vezes
maior que o de mulheres.
ESTADÃO, 2019
Segundo o levantamento da organização, as principais formas de
cometer suicídio foram: enforcamento, envenenamento com
pesticidas e uso de armas de fogo. Restringir o acesso aos meios que
podem ser utilizados para cometer o ato é uma das ferramentas para
diminuir casos de suicídio, de acordo com a OMS.

ESTADÃO, 2019
Depressão causa tristeza profunda e pessimismo, sentimentos que podem
culminar em comportamentos suicidas. Segundo o Ministério da Saúde, os
sinais mais frequentes são irritabilidade, ansiedade, angústia, desânimo,
cansaço fácil, e diminuição ou incapacidade de sentir alegria.

ESTADÃO, 2019
Há também outros comportamentos que devem ser observados, de
acordo com o Ministério da Saúde: aumento de sentimentos de medo e
baixa autoestima, dificuldade de concentração, perda ou alta do apetite e
do peso, raciocínio mais lento e episódios frequentes de esquecimento.

ESTADÃO, 2019
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 9 em cada 10
mortes por suicídio podem ser evitadas e a prevenção é fundamental.
O assunto ainda é considerado tabu, e é fundamental que em
momentos difíceis as pessoas consigam pedir ajuda para familiares,
amigos ou um médico.

ESTADÃO, 2019
9

6 Baggio et al. (2009) investigaram a


5 prevalência de planejamento
4 suicida e fatores associados em
3 adolescentes escolares da região
2 metropolitana de Porto Alegre.

0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Linha
9

Foi encontrada uma prevalência de 6,3% de


7
planejamento suicida entre esses
6
adolescentes, com taxas maiores de
5 planejamento entre as meninas. Com relação

4 aos fatores associados ao planejamento, os


adolescentes que relataram sentimentos de
3
solidão e tristeza apresentaram prevalência
2
mais alta de planejamento suicida do que
1
adolescentes sem esses sentimentos.
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Linha
9

7
Sentimentos de tristeza,

6
desesperança, humor depressão, falta

5
de motivação, diminuição do

4
interesse ou prazer, perda ou ganho

3
significativo de peso, problemas de

2
sono, capacidade diminuída de
pensar ou concentrar-se, dentre
1

outros.
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Linha
O comportamento suicida
pode ser dividido em três
categorias:

IDEAÇÃO TENTATIVA SUICÍDIO


SUICIDA DE CONSUMA
SUICÍDIO DO
A ideação
suicida

Pensamentos, ideias,
planejamento e desejo de se
matar. É um importante preditor
de risco para o suicídio, sendo
considerada o primeiro "passo"
para sua efetivação.

Werlang et al., 2005.


Tentativa de
suicídio

Um ato de autoagressão cuja


intenção é a morte.
Suicídio
consumado

Um ato intencional de autoagressão


que resulta em morte.
■ A literatura aponta que existe uma grande probabilidade de, após uma
primeira tentativa de suicídio, outras virem a surgir, até que uma possa
ser fatal.

Borges et al., 2008; Dutra, 2002; Espinoza-Gomez et al., 2010.


■ A trajetória estabelecida entre a ideação suicida, tentativas e
concretização da morte pode oferecer um tempo propício para a
intervenção.

Krüger e Werlang, 2010.


Motivações para o suicídio

■ Falta de convivência com os pares ■ Enfrentamento das exigências sociais;


durante a infância ou a adolescência;
■ Conflitos na família;
■ Bullying (agressores, vítimas,
testemunhas); ■ História de suicídio na família;

■ Abuso sexual; ■ Exposição à violência;

■ Múltiplos papéis sociais; ■ Pressão familiar e escolar;

■ Presença de transtornos mentais;


■ Abuso de álcool e drogas....
A solidão é um sentimento muito comum
em adolescentes que tentam o suicídio.
Dutra (2002)
O suicídio é uma tragédia global, pessoal e também familiar.

“Uma tragédia silenciosa que, muitas vezes, é uma denúncia de uma crise
coletiva. Toda morte fala algo da sociedade em que ela ocorre. Por isso,
precisamos pensar o suicídio como problema de saúde pública e em criar
políticas públicas que atendam essa demanda.”
Para a psicóloga Rosane Granzotto, do Conselho
Federal de Psicologia (CFP)
O Luto daqueles que ficam
O luto por suicídio não é somente um fenômeno que pertence ao território da
pessoa que se mata, mas trata de uma morte que pertence ao coletivo.

Fukumitsu,(2013, p.75)
Além da necessidade de compreender a morte, surge a redefinição
de seu papel na família. Trata-se de um imenso investimento
emocional, pois a morte da pessoa amada exige um
reposicionamento diante de novos papéis.

Fukumitsu,(2013, p. 70)
O sobrevivente precisa lidar com uma diversidade de fatores relevantes
relacionados ao impacto do ato suicida na família: sentimentos ambivalentes
de alívio e culpa, arrependimento, choque, autoacusação, raiva, busca de boas
lembranças, vergonha, estigmatização e isolamento, rejeição e falta e busca
de sentido – destacadas ainda as dificuldades para se compreender o porquê.
FUKUMITSU, (2013, p. 78)
Os vínculos afetivos e humanizados vão se tornando cada vez mais
frágeis. A falta de referências nos deixa a deriva, pois tudo é
passageiro e substituível e nós também somos. Estamos em um
mundo onde sequer somos vistos, pois estamos atrás de um
aparelho nos comunicando com ninguém.
Granzotto,(2014)
Ressignificar
sofrimentos
O papel da Psicologia é acolher e
ressignificar esses sofrimentos, a
partir do entendimento de como são
produzidos nas instâncias sociais,
históricas e culturais, sempre em
diálogo com outros campos do
saber.
CFP, 2018
ESTUDO DE CASO
Queixa inicial: Ansiedade
Número de sessões: 18 - início 16/06/2019.
■ Sexo: feminino;

■ Idade: 15 anos;

■ Pais separados;

■ Status social: classe média;

■ Mãe: área educacional;

■ Pai; área educacional;

■ Vivência familiar traumática;


■ Infância: com 06 anos de idade
presenciou o pai chegar em casa e
quebrar tudo;

■ MUITO ANSIOSA;

■ MUITAS CRISES;

■ Dificuldade de namorar;

■ Gosta de desenhar;

■ Automutilação 2019;
■ Ideação suicida;

■ Filha de gêmeas, a irmã morreu.


Complicação na gestação;

■ MEDO DO PAI - COMPLEXO


PATERNO NEGATIVO;

■ Psiquiatra: Verotina 20 mg e Kitapen


25mg(quetiapina);
■ Na família da mãe e do pai tem casos
de esquizofrenia;

■ Narra ter ficado bloqueada na sessão


psiquiatra. "Não me conectei“;

■ A paciente foi abusada sexualmente


pelo ex namorado da mãe (2017);

■ Constelação e mobilização
emocional. Sinais: pernas, boca e
quase o corpo todo;
■ Dias dois pais: O pai surtou com uma
tia;

■ Momento de sensibilidade
emocional: " Qual é a minha doença?
Eu tenho esquizofrenia?“;

■ Sentiu duas vezes vontade de cortar o


braço;

■ Medo de ser uma psicótica – consulta


psiquiátrica;

■ Recaída - Abuso do padrasto;

■ A paciente se cortou novamente em


dois lados do corpo;
■ Colégio... - " foi minha pior vivência
escolar“

■ Trauma do boxe "duas garotas, altas,


loiras e dois olhos azuis do Vieira" a
presença dessas meninas deixava a
paciente mobilizada por conta do
passado;

■ Técnica do espelho - dificuldade de


olhar no mesmo e identificar suas
qualidades;
Feedbacks - Conclusões de temáticas

terapêuticas:

■ 1º Colégio A.....

■ 2º Rancor Paterno e Materno.

■ Paterno: Comportamentos violentos.

■ Materno: Não acreditar nas suas

ansiedades e chamar ela um dia de

EGOÍSTA. Namorado abusador.

■ 3º Generalizar homens te olhando /

mudança do corpo / terminou com o

último namorado por desconforto


Japão: 42% dos homens e 44,2% das mulheres entre 18 e 34 anos são virgens
atualmente.

QUAL É O ÓRGÃO
Em 2050 a população japonesa encolherá 21%

SEXUAL
CONTEMPORÂNEO?
O IMPÉRIO DAS IMAGENS
TODOS VIGIADOS
O DECLÍNIO DA INTIMIDADE
GOZO DAS IMAGENS
INSEGURANÇA NARCÍSICA
MEU IDEAL DO EU
JUNTOS E SEPARADOS
DESEPRENDER O DESEJAR
Onde buscar ajuda para prevenir o
suicídio?

• CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos


e Centros de Saúde);

• Psicoterapia;

• UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospitais;

• Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita).


■ Millenium Empresarial - Av. Prof.

Locais de Magalhães Neto, 1450 - Pituba, Salvador -


BA, 41810-012.
Atendimentos ■ Psiquê Clínica de Psicologia e Centro de

Clínicos Estudos C. G. Jung - R. Amazonas, 172 -


Pituba, Salvador - BA, 41830
■ Santuário Arquidiocesano Nossa
Senhora da Conceição Aparecida - Rua
das Araras, 1210 - Imbuí, Salvador - BA,
41706-200.
■ Clínica Amor Saúde Salvador - Av. Sete
de Setembro, 400 - loja 2 - Dois de Julho,
Salvador - BA, 40060-001.
■ Clínica Amor Saúde Lauro de Freitas -
R. São Mateus, 44 - Vila Praiana, Lauro de
Referencias

■ WERLANG, B.S.G.; BORGES, V.R.; FENSTERSEIFER, L. 2005. Fatores de risco ou


proteção para a presença de ideação suicida na adolescência. Revista Interamericana de
Psicologia, 39(2):259-266.
■ BORGES, V.R.; WERLANG, B.S.G. 2006. Estudo de ideação suicida em adolescentes
de 15 a 19 anos. Estudos de Psicologia, 11(3):345-351.
■ KOKKEVI, A.; ROTSIKA, V.; ARAPAKI, A.; RICHARDSON, C. 2010. Changes in
associations between psychosocial factors and suicide attempts by adolescents in Greece
from 1984 to 2007.European Journal of Public Health, 8(2):1-5.
■ DUTRA, E. 2002. Comportamentos autodestrutivos em crianças e adolescentes:
Orientações que podem ajudar a identificar e prevenir. In: C.S. HUTZ (Ed.), Situações
de risco e vulnerabilidade na infância e adolescência: Aspectos teóricos e estratégias de
intervenção. Porto Alegre, Casa do Psicólogo, p. 53-87.
OBRIGADO!
E-mail. jonatastourinho@gmail.com
Tel. 71 98192-4306

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