Gênero e Desigualdades

Sociais em São Paulo

GRUPO DE TRABALHO DE GÊNERO DO OBSERVATÓRIO DE POLÍTICAS
PÚBLICAS DO TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
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Conceitos básicos
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 Mulheres
 Feminismos
 Gênero
 Desigualdades
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 MULHERES

Em termos simples, mulher não está somente associado ao sexo biológico, ou seja, também não
diz respeito às características biológicas que a pessoa tem ao nascer. Podem incluir
cromossomos, genitália, composição hormonal, entre outros. Em um primeiro momento, isso
infere que a pessoa pode nascer macho, fêmea ou intersexual

Mulher é um coletivo muito diverso e plural. As mulheres têm classe social, têm raça, têm etnia,
têm orientação sexual, têm território, as mulheres são de uma geração, as mulheres têm ou não
falta de capacidade, enfim. Quando falamos de mulheres é um coletivo muito maior do que
pensamos de representação.
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 FEMINISMOS
 Os feminismos representam um conjunto de teorias sociais e práticas políticas que se opõe
a concepções de mundo que excluem a experiência feminina de seu horizonte
epistemológico e político.
 O feminismo é um campo heterogêneo, plural, diversos e muitas vezes conflituoso.
 O feminismo revela e critica a desigualdade entre os sexos e entre os gêneros, ao mesmo
tempo em que reivindica e promove os direitos e interesses das mulheres. O movimento
feminista surge como consequência da consciência das mulheres a respeito de sua
condição de subordinação na sociedade.
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 FEMINISMOS
 Assim, os feminismos são um movimento político, social e cultural tem como objetivo
lutar pela igualdade de gênero e pelo reconhecimento dos direitos das mulheres.
 Os feminismos e suas ondas
 Primeira onda Feminista: início séc. XX – luta por igualdade em relação aos homens, por
direitos iguais de cidadania. Direitos civis: voto, divórcio, direito a estudar, trabalhar,
contratar, sair sem autorização do marido ou pai, etc
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 FEMINISMOS
 Os feminismos e suas ondas – o que são as ondas?
 Primeira Onda Feminista: início séc. XX – luta por igualdade em relação aos homens, por
direitos iguais de cidadania. Direitos civis: voto, divórcio, direito a estudar, trabalhar,
contratar, sair sem autorização do marido ou pai, etc
 Segunda Onda Feminista: O pessoal é político
 Terceira e Quarta Onda
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 GÊNERO
 Conceito formulado nos anos 1970, com profunda influência do movimento feminista. Foi
criado para distinguir a dimensão biológica da dimensão social, baseando-se no raciocínio
de que há machos e fêmeas na espécie humana, levando em consideração, no entanto, que
a maneira de ser homem e de ser mulher é realizada pela cultura, uma construção social.
Assim, gênero significa que homens e mulheres são produtos da realidade social e não
decorrência da anatomia de seus corpos.
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 GÊNERO
 O marco dessa “estreia” nos estudos feministas é o ensaio da antropóloga Gayle Rubin o
Tráfico de Mulheres, notas sobre a economia política do sexo”, em 1975.
 O gênero seria uma construção social desses papéis de ser homem e ser mulher na
sociedade.
 O gênero nunca está sozinho, o gênero se associa a outros marcadores sociais
 Isso nos leva a pensar e apresentar um conceito, a interseccionalidade,
consubstancialidade, nó, enfim, aqueles que buscam dar conta da pluralidade e
diversidade do que se entende do ser mulher
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 O feminismo se apropriou do conceito gênero para dizer que essas diferenças desses
papeis sociais de homens e mulheres que inferiorizam as mulheres que colocam a mulher
mais frágeis, sensíveis, maternais, na esfera privada
 Não existe uma essência, uma natureza feminina, naturalidade, mas sim uma construção
social desses corpos que são os corpos das mulheres
 O feminismo se apropria desse conceito para dizer que não existe nada natural, nada
biológico que inferioriza o ser mulher, ou seja, é uma construção social e como foi
construída pode ser alterada.
 Se a construção é social, a decorrência é que pode ser alterada.
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 DESIGUALDADE

 A noção de desigualdade refere-se à falta de igualdade.

 Ainda pode ser duas coisas, portanto, são desiguais quando não são as mesmas: ou seja,
quando são diferentes ou assimétricas.
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 A desigualdade social está ligada ao que acontece quando as pessoas vivem em condições
ou situações de dessemelhantes, ou seja, não semelhantes. Nesses casos, existe uma
discriminação, que pode ser negativa ou positiva de acordo com o prejuízo ou benefício
do indivíduo em questão.
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 Desigualdades, também se apresentam como:

 Tipos de desigualdade?

 Desigualdade econômica: desigualdade entre a distribuição de renda.

 Desigualdade racial: desigualdade de oportunidades para as diferentes raças: negro,
branco, amarelo, pardo.
 Desigualdade de Gênero: desigualdade de oportunidades entre homens e mulheres
 Desigualdade regional: disparidades entre regiões, cidades e estados.
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 Desigualdades, também se apresentam como:

 Classe
 Gênero
 Raça/etnia
 Geracional
 Território
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DESCONSTRUÇÃO DOS
ESTERIÓTIPOS DE GÊNERO
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 Desde cedo as crianças aprendem a se comportar de uma forma homogênea, definida de

acordo o seu sexo: meninos e meninas devem, de acordo as normas, comportarem-se de
uma determinada maneira. Essa relação construída socialmente, embora pareça ocorrer de
forma responsável e respeitosa, pode desenvolver a naturalização da superioridade entre
as várias diferenças, como a de gênero.
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 Os vieses de gênero não são intencionais, mas formam uma barreira invisível e poderosa
que dificulta o avanço dos direitos das mulheres, reduzem a chance da igualdade entre os
gêneros e favorecem os homens. A tomada de consciência sobre o impacto negativo dos
estereótipos de gênero é o passo inicial para eliminá-los
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HISTÓRIA E CONQUISTAS DO
MOVIMENTO DE MULHERES NO
BRASIL E EM SÃO PAULO
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 HISTÓRIA DO MOVIMENTO DE MULHERES NO BRASIL E SÃO PAULO

 Em 1789 foi assinada, na França, a “Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão”,
que afirmava a igualdade entre os homens. Três anos depois, a francesa Olympe de
Gouges quis incluir as mulheres nessa história com a “Declaração dos Direitos da Mulher
e da Cidadã”.

 A publicação exigia a igualdade política, social e jurídica das mulheres. Porém, além de
não ser atendida em sua demanda pela igualdade das mulheres, Olympe acabou sendo
condenada à morte na guilhotina por sua “afronta”.
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 No Brasil, a gaúcha Nísia Floresta, nascida em 1810, escreveu o livro Direito das
Mulheres e Injustiças dos Homens. É a primeira obra no país a abordar os
direitos das mulheres à educação e ao trabalho. Nísia é considerada uma das
precursoras do movimento feminista brasileiro.

 Outro nome emblemático é o da bióloga educadora Bertha Lutz, nascida em São

Paulo no ano de 1894. Sua luta resultou no direito ao voto feminino no país.
Deputada, ela também lutou para garantir a licença maternidade às mulheres.
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 1827 – Meninas são liberadas para frequentarem a escola

 1832 – A obra “Direitos das Mulheres e Injustiças dos Homens” é publicada
 1879 – Mulheres conquistam o direito ao acesso às faculdades
 1910 – O primeiro partido político feminino é criado1910 – O primeiro partido
político feminino é criado
 1932 – Mulheres conquistam o direito ao voto
 1962 – É criado o Estatuto da Mulher Casada
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 1974 – Mulheres conquistam o direito de portarem um cartão de crédito

 1975 - Declarado pela ONU como Ano Internacional das Mulheres.
 Foram realizados o 1º Encontro de Mulheres do Rio de Janeiro e o Encontro para
o Diagnóstico da Mulher Paulista, que deram origem ao centro de
Desenvolvimento da Mulher brasileira.
 1977 – A Lei do Divórcio é aprovada
 1979 – Mulheres garantem o direito à prática do futebol
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 1985 – É criado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CDDM)

 1985 – É criada a primeira Delegacia da Mulher
 1988 – A Constituição Brasileira passa a reconhecer as mulheres como iguais aos
homens
 2002 – “Falta da virgindade” deixa de ser crime
 2006 – É sancionada a Lei Maria da Penha
 2013 – PEC das Empregadas Domésticas
 2015 – É aprovada a Lei do Feminicídio
 2018 – A importunação sexual feminina passou a ser considerada crime
 2023 – Lei de Igualdade Salarial entre homens e mulheres
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Dados sobre gênero e desigualdade no

Brasil
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 9,8 %
No último trimestre de 2022, o índice de desocupação das mulheres era de 9,8% enquanto o
dos homens era de 6,5%.
 107°
O Brasil ocupa o 107º lugar no ranking mundial em diferença de renda por gênero
 14%
O percentual de mulheres negras com ensino superior completo é de 14,70% ante 29% das
brancas.
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 54,6%

• Das mulheres de 25 a 49 anos com crianças de até três anos de idade estavam empregadas
em 2019, enquanto a porcentagem dos homens na mesma condição é de 89,2%. ¹

 48%

• 48% das mulheres negras ocupadas estavam em ocupações informais, entre as mulheres
brancas, esse percentual foi de menos de 35%.”
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 21%
O rendimento médio mensal das mulheres no mercado de trabalho brasileiro é 21% inferior
ao dos homens – R$ 2.305 para elas e R$ 2.909 para eles.
38,5%

 38,5%
As mulheres negras respondem pela maior parcela de pessoas cadastradas, 38,5%, enquanto
as mulheres brancas representam apenas 17% e os homens brancos, menos de 13%.
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 16% e 18%
Mulheres vereadoras eleitas em 2020 e deputadas federais eleitas em 2022
 9,2% e 3,7%
Prefeitas eleitas em 2020 e governadora eleita em 2022
 38,5% (*)
Mulheres no Poder Judiciário
 12%
Mulheres nos Tribunais de Contas
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“Sempre que penso nas mulheres, me vem a imagem de um rio

enorme e caudaloso que temos que atravessar. Umas apenas
molham os pés e desistem, outras nadam até a metade e voltam,
temendo que lhe faltem as forças. Mas há aquelas que resolvem
alcançar a outra margem custe o que custar. Da travessia, vão
largando pedaços de carne, pedaços delas mesmas. E pode parecer
aos outros que do lado de lá vai chegar um trapo humano, uma
mulher estraçalhada. Mas o que ficou pelo caminho é tão somente
a pele velha. Na outra margem chega uma nova mulher...”

Zuleica Alambert
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 Muito obrigada

Maria Angélica Fernandes fernandes.angelica@gmail.com