Objectivos: conhecer o processo de fabrico e comercializaҫão
de medicamentos. O mercado farmacêutico tem crescido significativamente nos últimos anos, principalmente devido à expansão das empresas americanas e europeias que desenvolveram o seu negócio nos novos países emergentes da América Latina. considerando a necessidade de atualizar as Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos, com o objetivo de acompanhamento do desenvolvimento de novas tecnologias, nos últimos anos, e a relevância de documentos nacionais e internacionais a respeito do tema; considerando as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), sobre Certificação de Qualidade de Produtos Farmacêuticos, objeto do comércio internacional; considerando a necessidade de padronizar as ações de Vigilância Sanitária; adota a seguinte Resolução
Art. 1° Determinar a todos os estabelecimentos fabricantes de
medicamentos, o cumprimento das diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico das Boas Práticas para a Fabricação de Medicamentos; Art. 2° Instituir e aprovar a Classificação e Critérios de Avaliação dos itens constantes do Roteiro de Inspenção para Empresas Fabricantes de Medicamentos, com base no risco potencial de qualidade e segurança, inerentes aos processos produtivos de medicamentos; Art. 3° Instituir como norma de inspenção para fins da verificação do cumprimento das Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos, para os órgãos de vigilância sanitária do Sistema Único de Saúde, o Roteiro de Inspenção para Empresas Fabricantes de Medicamentos; Art. 4° As empresas fabricantes de medicamentos devem proceder auto- inspenções, conforme o Regulamento Técnico das Boas Práticas para a Fabricação de Medicamentos e o Roteiro de Inspenção em Indústria Farmacêutica, previstos nesta Resolução, como parte das medidas necessárias à implementação das mesmas. CONSIDERAÇÕES GERAIS Os medicamentos registrados somente devem ser produzidos por fabricantes licenciados, detentores de Autorização para Fabricação, que tenham suas atividades regularmente inspencionadas pelas Autoridades Sanitárias Nacionais competentes. Este Regulamento de Boas Práticas de Fabricação (BPF), deve ser tomado como referência na inspenção de instalações da fábrica, dos processos de produção e controle de qualidade e como material de treinamento dos inspectores na área de medicamentos, assim como, no treinamento de profissionais responsáveis pelo processo de produção e de Controle de qualidade nas indústrias. As BPF são aplicáveis a todas as operações envolvidas na fabricação de medicamentos, incluindo aqueles medicamentos em desenvolvimento destinados a ensaios clínicos. As Boas Práticas de Fabricação (BPF) descritas neste documento são passíveis de atualização contínua, de forma a acompanhar a evolução de novas tecnologias. Podem ser adaptadas ações alternativas de forma a atender necessidades específicas de determinado produto, desde que essas sejam validadas para garantir a qualidade do produto. As BPF não abrangem aspectos ligados à segurança do pessoal envolvido no processo de fabricação; tais aspectos são regulamentados por legislação especifica. Entretanto, o fabricante deve garantir a segurança de seus trabalhadores. Etapas de desenvolvimento na produҫão de medicamentos: Formulação Lotes de desenvolvimento Desenvolvimento analítico Lotes Pilotos Estabilidade Bioequivalência ou estudo clínico Registro Lotes comerciais As previsões de crescimento do mercado farmacêutico na América Latina tornam este mercado atrativo para as empresas farmacêuticas europeias que procuram desenvolverse em países fora da Europa. Com exceção de alguns países das Caraíbas, é obrigatório ser concedida pela autoridade local a Autorização de Introdução no Mercado (AIM) para um produto farmacêutico ser comercializado. A área regulamentar da empresa que é responsável pela obtenção das AIMs e gestão pós-AIM deverá conhecer os requisitos e procedimentos de registo em cada um desses países da região. Ao contrário da Europa e outras zonas tais como por exemplo os países ASEAN (associacao de nacoes do sudeste asiatico), ainda não existe uma legislação regulamentar harmonizada entre os países da América Latina. Existem, nesta zona geográfica, diferenças entre o conteúdo e formato dos dossiers, avaliações ou prazos de avaliação pelas Autoridades Reguladoras (ARs). Tradicionalmente o profissional de Assuntos Regulamentares de uma empresa europeia elabora os dossiers de pedido de AIM e de gestão pós-AIM com base nas normas europeias. No entanto, quando a empresa onde se encontra integrada é uma empresa que internacionaliza os seus produtos, o profissional deverá desenvolver os seus conhecimentos além dos requisitos europeus. Para entrarem no mercado, os medicamentos têm de dispor de uma Autorização de Introdução no Mercado válida emitida pelo país onde o produto pretende ser comercializado. Os procedimentos e requisitos variam consoante o país mas para todos os pedidos de AIM é necessário apresentar um dossier constituído por uma parte administrativa e uma parte técnica. A avaliação do dossier é realizada pelas ARs. Autoridades Reguladoras: As ARs apresentam vários instrumentos que lhes permitem cumprir com a missão de proteger a saúde pública. Entre as atividades exercidas pelas ARs destacam-se atividades de inspeção, avaliação técnico- científica, farmacovigilância, controlo da publicidade, controlo da qualidade, fixação de preços e comparticipações. Algumas destas atividades (exemplo fixação de preços) são por vezes também realizadas por outras entidades competentes. Com exceção de alguns países das Caraíbas, todos os países da América Latina apresentam ARs responsáveis pela regulamentação em cada um dos países e pela concessão da AIM de um determinado produto. REGULAMENTO TÉCNICO DAS BOAS PRÁTICAS PARA A FABRICAÇÃO DE MEDICAMENTOS CONSIDERAÇÕES GERAIS 1. Garantia da Qualidade 2. Boas Práticas de Fabricação para Medicamentos (BPF) 3. Controle de Qualidade 4. Sanitização e Higiene 5. Validação 6. Reclamações 7. Recolhimento de Produtos 8. Contrato de Fabricação e/ou de Análise 9. Auto- Inspeção e Auditoria da Qualidade 9.1 Equipe de auto-inspeção 9.2 Freqüência de auto-inspeçã0 9.3 Relatório de auto-inspeção 9.4 Ações de acompanhamento 9.5 Auditoria da qualidade 9.6 Auditoria de fornecedores 10. Pessoal 10.1 Generalidades 10.2 Pessoal Principal 10.3 Treinamento 10.4 Saúde, Higiene, Vestuário e Conduta 11. Instalações 11.1 Generalidades 11.2 Áreas auxiliares 11.3 Áreas de armazenamento 11.4 Área de pesagem 11.5 Área de produção 11.6 Área de controle de qualidade 12. Equipamentos 13. Materiais 13.1 Generalidades 13.2 Matérias-primas 13.3 Materiais de embalagem 13.4 Produtos intermediários e produtos a granel 13.5 Produtos terminados 13.6 Materiais e produtos reprovados e devolvidos 13.7 Produtos recolhidos 13.8 Produtos devolvidos 13.9 Reagentes e meios de cultura 13.10 Padrões de referência 13.11 Materiais residuais 13.12 Materiais diversos 14. Documentação 14.1 Aspectos gerais 14.2 Rótulos 14.3 Especificações e procedimentos de ensaio de controle de qualidade