Você está na página 1de 44

UC: Avaliação Psicológica II – Adultos

2º Ano, 2º Semestre, 1º Ciclo Psicologia


Profª Doutora Yamisel Chong Espino

Introdução à Avaliação
Psicológica-Adultos
A Avaliação Psicológica:
Disciplina da Psicologia que se ocupa da exploração e análise
do comportamento (de acordo com os níveis de
complexidade necessários) de um sujeito (ou grupo
específico de sujeitos) com diferentes objetivos (descrição,
diagnóstico, seleção / previsão, explicação, alteração e / ou
avaliação dos tratamentos ou intervenções).

(Fernández-Ballesteros, 2013, p.21).


o Processo de resolução de problemas e tomada de decisão
que começa com uma solicitação de um/a cliente ou
entidade a um psicólogo/a (de diagnóstico, orientação,
seleção ou intervenção);

o Envolve uma série de atividades científicas e profissionais,


realizadas numa sequência estabelecida, com as quais se
pretende atender ao pedido;

3
o Inclui diferentes procedimentos de recolha de dados,
tendo em consideração o contexto (clínico, educativo,
forense , desportivo,...);

o Fundamental no diagnóstico diferencial.

4
PRESSUPOSTOS DE UMA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

• Objetivos
• Teoria subjacente
• Definição de variáveis
• Metodologia (ciência)
• Técnicas
• Inferências (conclusões)
• Contextos
5
OBJETIVOS
o Conhecer
o Descrever
o Classificar
o Predizer
o Explicar
o Modificar o funcionamento
Influenciam as hipóteses levantadas, a
TEORIAS escolha das técnicas e as conclusões.
SUBJACENTES
o Comportamentais
- Aprendizagem: associação estímulo-
resposta

o Dinâmicas
- Estrutura da personalidade
- Dinamismos inconscientes
TEORIAS
SUBJACENTES o Sintomatológicas
- Sintomas psicológicos
- Sintomas biológicos

o Cognitivas
- Estruturas cognitivas
- Processos cognitivos
Elementos da Formulação teórica:
C: comportamento-resposta; P: var. Psicológicas-Pessoais;
O: organismo-biológico; A: ambiente-estímulo.

9
VARIÁVEIS o Internas (permanentes)
- Personalidade: traços, fatores, dimensões
- Organismo: entidades nosográficas (DSM-5),
transtornos biológicos
- Construções teóricas (estrutura
personalidade, dinamismos inconscientes)
- Representações cognitivas
VARIÁVEIS o Externas:
- Ambiente
- Comportamentos
MÉTODOS o Estratégias observacionais e
Correlacionais
- Relações entre variáveis
- Probabilidades

o Estratégias experimentais
- Relação causa efeito
- Laboratório
TÉCNICAS o A entrevista
(recolha de o A observação
dados) o Questionários
o Testes psicológicos
o Estudo de documentos
o Avaliações complementares.
TÉCNICAS Dificuldades:

o Tempo: passado, presente, futuro

o Situação: laboratório, situação natural

o Questões : fechadas, abertas,


semiestruturadas
TÉCNICAS Dificuldades (cont.):

o Respostas: abertas, dicotómicas, graduais,


ordem de preferência, etc.
o Simulação
o Desejabilidade social
o Tendência de resposta
INFERÊNCIA De acordo com :
o o método
o as técnicas
o as situações (laboratório, terreno)
CONTEXTOS o Clínico e saúde
o Escolar e educação
o Justiça
o Trabalho e organizações
o Comunitário
FASES DO Anteriormente procedimento reduzido à pura
PROCESSO E aplicação de testes
TOMADA DE ↘︎mais centrados nas informações de certos testes
DECISÃO para os diagnósticos, prognósticos ou previsões
AVALIATIVA ↘︎perspetiva mais categorial e menos compreensiva

Shapiro (1951) – 1.º a propor uma avaliação baseada numa abordagem


experimental em que técnicas de avaliação são utilizadas e até mesmo
manipuladas em função das hipóteses colocadas e objetivos de avaliação.

Avaliação baseada em testes é substituída


por uma baseada nas metas e objetivos do caso.
FASES DO
Metodologia "descritivo-preditiva" (DP) - se os objetivos
PROCESSO E
são diagnóstico, orientação ou previsão
TOMADA DE
DECISÃO Metodologia " interventivo-avaliativa" (IV) - intervenção
AVALIATIVA para promover uma mudança comportamental desejada

DP – o teste de hipóteses é realizado através da aplicação de técnicas ou


outros instrumentos de avaliação em quatro etapas essenciais;

IV - processo mais demorado, que, após um primeiro momento de análise


do caso (DP) e posteriormente uma contínua aplicação, avaliação e
monitorização de um tratamento específico.
Fases do processo descritivo-preditivo
FASES DO
PROCESSO E
TOMADA DE
DECISÃO
AVALIATIVA

1ª ENTREVISTA!
(cont.)

Fases do processo interventivo-avaliativo


OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA
OBSERVAÇÃO EM
PSICOLOGIA|
DEFINIÇÃO

Conduta deliberada de uma pessoa (observador), que


tem como finalidade recolher dados (do observado) a
partir de formas e técnicas variadas, que nos permitem
levantar hipóteses relativamente ao caso (Fernández-
Ballesteros, 2000).

24
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA

Habitualmente definida como a investigação de um fenómeno (comportamento


ou situação) sem que o investigador/examinador intervenha no desenrolar do
fenómeno para fazer variar fatores.

A observação pode ser casual ou organizada e sistemática e deve ser passível de


ser repetida e verificável.

25
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
Avaliação Psicológica
Observação ecológica: observação
Observação direta: sem direta e naturalista. Psicólogo no terreno.
intervenção de meios explícitos
(discreta) Áudio, vídeo. Não participativa…

Qualquer procedimento de avaliação


realiza-se através de uma ou outra
forma de observação

Auto-observação: Introspeção
Observação Assistida: (confronto autoimagem com hétero
servindo-se de instrumentos. imagem).
Importante em grupos, para normalizar.

26
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
Avaliação Psicológica

Técnicas de Observação Direta

 Gravação de som e de imagem

 Espelho unidirecional

 Observador à distância

 Observador identificado com o meio


27
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
Técnicas de observação direta

LABORATÓRIO
1. SITUAÇÃO
DE

28
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
Técnicas de observação direta

2. SITUAÇÃO
NATURAL

29
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
Técnicas de observação Assistida

- Apoiada em instrumentos – e.g., testes, grelhas e guias de


observação.
- Testes: importantes os resultados como todas as informações
recolhidas durante a aplicação. É uma observação
normalizada.
- Grelhas de observação: codificação uniforme.

30
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|Técnicas de
Observação Ecológica

 Observador no terreno e insere-se no ambiente. Entra no campo


do observado.

 Importância da forma como se desce ao terreno (via


normal/estrelas sociométricas).

 No terreno, depois de controlar a estranheza da sua presença,


poderá utilizar as mais variadas técnicas de observação

31
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
FASES DO MÉTODO OBSERVACIONAL
Coincidem com as da investigação científica em geral, dado que se trata de um
processo ou sequência de atividades que se orientam no sentido de ampliar os
nossos conhecimentos.

Análise e
Formulação de um Comunicação de
Recolha de dados interpretação dos
problema resultados
dados observados

32
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
UNIDADES DE OBSERVAÇÃO

Contínuo do Produtos de
Atributos Condutas Interações
comportamento condutas

)
upo, instituição…
gr
(Sujeito,
Estas unidades de observação podem ser avaliadas com base em
parâmetros quantitativos e qualitativos

33
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
UNIDADES DE OBSERVAÇÃO

Comportamento manifesto descrito em


Atributos
função de determinado atributo

Comportamento observado Inferência Traço

- Franze o sobrolho
- Mãos a tremer Preocupação
- Sai da sala Nervosismo Ansiedade
Evitamento

Fernández-Ballesteros, 2000 34
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
UNIDADES DE OBSERVAÇÃO
Comportamento manifesto como unidade de análise
Condutas Aspetos molares e/ou moleculares (unidades muito
específicas ou gerais).

IMPORTANTE:

- Especificar previamente o comportamento ou tipos de comportamentos a observar


- Seleção das unidades de análise com base na teoria os nos dados empíricos
- Níveis de inferência mínimos
- Definição dos intervalos de tempo/tempo de observação

35
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
UNIDADES DE OBSERVAÇÃO

Interações

Foco nas relações funcionais entre


eventos
Definição prévia dos comportamentos
ou classes de comportamentos a
observar
Às vezes, a unidade a ser observada não é formada, apenas, por um(s) comportamento(s) descrito(s) anteriormente, mas pela relação sequencial entre dois eventos
vindos de duas ou mais pessoas ou entre uma pessoa e uma dimensão ambiental.

36
DINÂMICAS FAMILIARES | DINÂMICA CASAL | DINÂMICAS NO TRABALHO | DINÂMICAS DE GRUPO
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
UNIDADES DE OBSERVAÇÃO

Produtos de
condutas

Foco na observação do resultado de um conjunto de


atividades internas ou externas que o sujeito(s) tem, quer em
situações naturais ou artificiais (laboratoriais).

37
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
UNIDADES DE OBSERVAÇÃO

UNIDADES DE OBSERVAÇÃO| CONSIDERAR


Ocorrência (se um fenómeno
ocorre ou não)

Frequência (nº de vezes que


ocorre o fenómeno)

Duração (tempo que ocupa o


(NPI) fenómeno objeto de estudo)

Dimensões qualitativas (intensidade ou


magnitude)
38
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
Fernandez-Ballesteros, 2000

Técnicas de registo
NARRATIVAS

ESCALAS de
Observação

Protocolos de
observação

MAPAS de
comportamento

39
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
Dificuldades na observação

 Presença do observador
 Possível influência múltipla entre observador
e observado
 Tempo (passado, etc)

 Local
 Atenção
 Memória (necessidade de apontar)
40
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
Dificuldades na observação

 Fenómenos de assimilação e contraste: diferenças num todo


podem ser diminuídas (assimiladas) ou empoladas
(contrastadas).
 Mecanismos de defesa social: fuga, evitamento,
desejabilidade social, agressividade, etc.
 Fatores sociais: grupo de origem, de pertença e de referência
 Resistências e defesas: projeção, interpretação.

41
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
Dificuldades na observação

 Referenciais teóricos com que nos identificamos (de


formação profissional)
 Expetativas: filtram e sugerem no sentido das ideias pré-
concebidas
 Efeito “halo”: Inferir com base na 1ª impressão. 2
resultados sucessivos do mesmo sujeito ou grupo -
tendência a aproximá-los ou diferenciá-los.
42
OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA|
Fernandez-Ballesteros, 2000

RESUMINDO
Unidade de análise Molecular ………………….. Molar

Nível de inferência Baixo ………………….. Alto

Tempo Presente ………………….. Passado

Protocolo Estruturado ………………….. Não(pouco) estruturado

Observador Especialista …………….. Pouco treinado

Participação Não participante ………….. Participante

Situação Natural ………….. Laboratorial


43
Leitura recomendada:

Fernández-Ballesteros, R (Dir). (2000). Evaluación Psicológica: Conceptos,


métodos y estudio de casos. 2da. Edição. Pirámide.
Capítulos 1, 2, 5 e 6.

Você também pode gostar