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FUNDAMENTOS DE

PSICOMETRIA
Profª Me Érica Henke Garcia Martinet
psiericahenke
Cronograma
• Aula dia 11/11
• Fundamentos da psicometria
• Aula dia 25/11
• Testes
Agenda Aula 11/11
• Introdução
• Conceitos importantes:
• inferência,
• variável,
• distribuição de frequência,
• medidas resumo
• Correlação
• Teoria da Medida
• Teoria Clássica dos Testes
• Teoria de Resposta ao Item
• Critérios para avaliação dos testes psicológicos:
• Validade
• Fidedignidade
• Padronização

Quem sou eu?
• Érica Henke Garcia Martinet
• Graduada e Mestre em Psicologia pela UFRJ
• Pós-graduada em Logoterapia e Análise Existencial pela UCP
• Pós-graduada em Psicologia Existencial Humanista Pela UNESA
• Pós-graduanda em Avaliação Psicológica com Ênfase no Contexto de Saúde e
Hospitalar pela Artmed e PUC PR
• Psicóloga Clínica desde 2017
• Professora da Universidade Estácio de Sá desde 2019
• Supervisora de Estágio Clínico desde 2020
Psicometria
• Fundamenta-se na teoria da medida
• Usa o método quantitativo – representa o conhecimento da natureza com mais
precisão para descrever a observação de fenômenos naturais
• Origina-se da Psicofísica de Weber e Fechner
• Criador da Psicometria – Francis Galton
• Leon Louis Thurstone – criador da análise fatorial múltipla
• diferenciação entre psicofísica e psicometria: a psicofísica consiste na medida de
processos diretamente observáveis (estímulo e resposta), já a psicometria busca medir o
comportamento de um organismo por meio de seus processos mentais

(Pasquali, 2009)
Psicometria
• Definição mais aceita: medir consiste em assinalar números a objetos e eventos de
acordo com alguma regra

• “De um modo geral, a psicometria procura explicar o sentido que têm as respostas
dadas pelos sujeitos a uma série de tarefas, tipicamente chamadas de itens”

(Pasquali, 2009)
Psicometria
• “Tal como palavras os dados não se interpretam a si mesmos, mas devem ser lidos
com entendimento” (Moore, 2000 apud Schneider, 2016)
• A palavra estatística – status (latim) – o estudo do Estado
• Originalmente – coleção de informações de interesse para o Estado, sobre a
população e a economia
• Estatística é incluída no estudo da matemática 0 1970
• No Brasil acorre apenas em 1997
Para que serve?
• Pesquisa

• Análise de dados – diversos ambientes

• Interpretar os resultados trazidos pelos testes aplicados


Conceitos Importantes – Inferência

Observação do fenômeno – constatação – O que é inferência?


inferência (objetivo básico)
Possibilidade de fazer previsões sobre a amostra estudada
e assim tomar decisões
Conceitos Importantes – Inferência
• Como funciona o mecanismo da inferência?
• Coleta de dados
• Análise de dados
• Modelagem dos dados

• Cientistas podem testar suas teorias ou hipóteses


Conceitos Importantes – Variável
• Foco principal da pesquisa em ciências

• É algo que pode variar, assumindo valores ou categorias diferentes

• Necessidade pessoal em entender o motivo da sua variação

• Variáveis podem apresentar diferentes características


• Qualitativas – realização por meio da qualidade
• Quantitativas – realização por meio de uma medição ou contagem
Schneidr, 2016
Conceitos Importantes – Variável
• Variáveis qualitativas : nominal e ordinal
• Nominal – não existe uma ordenação nas possíveis realizações
• Ordinal – existe uma ordem nos seus resultados

• Variáveis quantitativas: discretas e contínuas


• Discretas – possíveis valores resultam de uma contagem finita, de números inteiros (Ex.:
quantidade de filhos)
• Contínuas – possíveis valores pertencem a um intervalo de números reais (Ex.: altura,
peso)
Qual a importância de saber o que é uma
variável?
• Quando identificamos o tipo de variável, podemos pensar em qual o tipo de
tratamento de dados utilizaremos com determinada variável

• Tratamento estatístico irá depender das características da variável estudada


Conceitos Importantes – Distribuição de
Frequências
• Análise da ocorrência de suas possíveis realizações

• Os resultados das variáveis estudadas

• Já são considerados um dado em si

• Forma de organizar as observações sobre uma variável

• A importância da porcentagem – igualdade de comparação


Conceitos Importantes – Medidas-resumo

Resumir o que a distribuição vem apresentando

Medidas-resumo mais comuns:

• Posição
• Dispersão
Conceitos Importantes – Medidas-resumo
Posição
• As medidas de posição são aquelas que apresentam valores representativos da
série toda, utilizando-se de uma redução drástica dos dados. Usualmente
emprega-se uma das seguintes medidas de posição (ou localização) central: média
aritmética, mediana ou moda.
• Média aritmética – razão entre a soma dos elementos e a quantidade de
elementos
• Mediana – elemento central do grupo.
• Moda – O(s) elemento(s) que mais aparece(m)
Conceitos Importantes – Medidas-resumo
Dispersão
• Medida central representativa de posição pode esconder toda a informação sobre
a variabilidade do conjunto de observações

• Medidas de dispersão
• Variância
• Desvio-padrão (desvio-médio)
Conceitos Importantes – Medidas-resumo
Dispersão
• Variância – mostra o quanto os valores estão distantes da média
• O cálculo da variância é obtido por meio da soma dos quadrados da diferença
entre cada valor e a média aritmética, dividida pela quantidade de elementos
observados.
• Ex.: Idades de alunos da turma de História da Psicologia
• 17, 18, 18, 19, 19, 19, 20, 22, 31, 56
• Variância = ∑ (x – média aritmética) ²/ xtotal
• Quanto maior a variância, mais distantes os valores estarão da média e o contrário
também ocorre
Conceitos Importantes – Medidas-resumo
Dispersão
• Em algumas situações o cálculo da variância não é suficiente
• Grande influência dos valores que estão distantes da média
• Desvio-padrão - resultado positivo da raiz quadrada da variância
• O desvio-padrão indica qual é o “erro”, ou, em outras palavras, qual a “margem de
segurança” que se pode usar
• Medidas de dispersão dão maior fidedignidade ao que se pretende analisar por
meio da estatística
(Schneidr, 2016)
Conceitos Importantes
• Traço Latente:
• Para a psicometria: habilidade ou proficiência em determinado assunto ou um
processo psicológico, representado em comportamentos (verbal ou físico)
• “O termo teoria do traço latente se refere a uma família de modelos matemáticos
que relaciona variáveis observáveis (itens de um teste, por exemplo) e traços
hipotéticos não-observáveis ou aptidões” (Pasquali, 2003)
• Para a estatística: é considerado um parâmetro estatístico chamado de escore
Correlação
• O que significa correlação?
• Para a estatística:
• “Correlação ou coeficiente de correlação, em teoria da probabilidade e estatística,
indica a força e a direção do relacionamento linear entre duas variáveis aleatórias,
ou seja, quando uma variável está, de alguma forma, relacionada com a outra.
Portanto, correlações são parâmetros estatísticos que verificam o quanto a
alteração de uma variável provoca alterações no valor da outra variável. O
coeficiente de correlação expressa o grau de correspondência (a relação) que
existe entre 2 escores.” (Schneidr, 2016)
Correlação
• A correlação será sempre um valor entre 1 e -1
• Correlação positiva – as duas variáveis comparadas correlacionam na mesma
direção
• Correlação negativa – as duas variáveis comparadas correlacionam em direções
diferentes
• Correlação igual a zero = as duas variáveis não tem uma relação
Correlação
• Na psicologia as relações entre variáveis são sempre claras?
• Não
• Como definir a magnitude de uma correlação então?
- Correlação pequena – 0,10 – 0,29;
- Correlação média – 0,30 – 0,49;
- Correlação grande – 0,50 – 1.
Teoria da Medida

• Uso do número na descrição dos fenômenos naturais – objeto da teoria da medida

• Natureza da medida
• Representação
• Unicidade
• Erro
Teoria da Medida – Representação
• Pode ser chamada de Isomorfismo também

• Questionamento sobre a legitimidade em se expressar através dos


números as questões naturais, ou seja, é justificável designar ou expressar
objetos ou fenômenos naturais através de números?

• Há intenção de se preservar as propriedades estruturais do número e as


características próprias dos atributos dos fenômenos empíricos?
(Schneidr, 2016)
Teoria da Medida – Unicidade
• O problema da unicidade da representação questiona se o número é a única e a
melhor representação dos objetos naturais pelo homem

• Para alguns, o uso dos números para representar fenômenos naturais é


consistente, contudo, a representação numérica apresenta níveis diferentes de
qualidade ou precisão, dependendo principalmente de características dos objetos
que se está focalizando. (Schneidr, 2016)
Teoria da Medida – Unicidade
• Problemática da unicidade da representação
• Criação de escalas de medida

• Escalas podem ser:


• Nominal
• Ordinal
• Intervalar
• Razão
Teoria da Medida – Unicidade – Escalas
Nominais
• “A escala nominal é aquela que divide os dados em categorias mutuamente
exclusivas e coletivamente exaustivas, o que implica que toda a fração de dados se
encaixe numa única categoria e que todos os dados se encaixem numa categoria
da escala. “
• Ex.: Número de CPF, número nas camisas de futebol, números de telefone

(Schneidr, 2016)
Teoria da Medida – Unicidade – Escalas
Ordinais
• “A escala ordinal mantém a característica da escala nominal, mas tem a
capacidade de ordenar os dados. Organiza os indivíduos numa série que varia de
inferior para superior, de acordo com as características que desejamos medir.”
• Ordem de ranking
• Não há uma constante intervalar
• Ex.: Classificação no vestibular, escores em escala Likert, escores totais em
instrumentos psicométricos

(Schneidr, 2016)
Teoria da Medida – Unicidade – Escalas
Intervalares
• Características das escalas ordinais, porém sabe-se qual a distância entre as
posições
• Os intervalos dizem a posição e o quanto as pessoas, objetos ou fatos estão
distantes entre si em relação a determinada característica
• Permite a discussão das diferença que separam dois objetos
• Expressa ordem e tamanho da diferença relativa entre as categorias na medida
• Permite comparar as diferenças das categorias
• Não permite concluir quanto à magnitude absoluta das medições
• Ex.: temperatura, atributos psicológicos como inteligência e personalidade
Teoria da Medida – Unicidade – Escalas de
Razão
• Possui todas as características das escalas anteriores

• Possui um zero absoluto ou uma origem significativa

• Acordo universal sobre onde fica o ponto inicial (zero)

• O ponto fixo zero não é arbitrário como na escala intervalar


Teoria da Medida – Unicidade – Escalas de
Razão
• Refletem sobre a quantidade real de uma variável

• Os números expressam a ordem relativa desses objetos e o tamanho da diferença


entre o objeto e o zero absoluto

• Ex.: Idade, peso, quantia em dinheiro, velocidade, aceleração

• Na psicologia – medição de uma característica mental através de unidades físicas


de alguma espécie. Ex.: tempo de reação, produtividade
Teoria da Medida – Erro
• Observação dos fenômenos empíricos está sempre sujeita a erros
• Instrumental de observação
• Diferenças individuais do observador
• Erros aleatórios sem causas identificáveis
• Toda medida vem acompanhada de um erro provável
• Os valores encontrados estão dentro dos limites de aceitabilidade da medida?
• Na matemática o número é inconfundível, contudo, na medida o número sempre
virá acompanhado da variância (erro)
(Schneidr, 2016)
Teoria da Medida
• Só é justificável utilizar o número se for possível responder afirmativamente às
duas questões seguintes:

- É legítimo utilizar o número para descrever os fenômenos da ciência?

- É útil, vantajoso, utilizar o número para descrever os fenômenos da ciência?


Psicometria

Teoria de Técnica de
medida dos medida dos
processos processos
mentais mentais
Psicometria
• Teoria Clássica dos Testes (TCT) – interesse em produzir testes de qualidade
• Interesse no escuro bruto total, além disso, enfoca também na presença do erro e busca
apresentar o menor erro possível

• Teoria de Resposta ao Item (TRI) – interesse em produzir tarefas (itens) de


qualidade
• Interesse nos itens especificamente – qual é a probabilidade e quais são os fatores que
afetam essa probabilidade de cada item individualmente ser acertado ou errado ou de
ser aceito ou rejeitado.
Teoria Clássica dos Testes
• Elaborada por Spearman e detalhada por Gulliksen

T =V + E

• T = escore bruto ou empírico do sujeito, que é a soma dos pontos obtidos no teste;
• V = escore verdadeiro, que seria a magnitude real daquilo que o teste quer medir
no sujeito e que seria o próprio T se não houvesse o erro de medida;
• E = o erro cometido nesta medida
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos
• Testes Psicológicos são ferramentas que auxiliam o psicólogo a fazer inferências
sobre um sujeito – quais são as legitimidades das inferências ditas?

• A psicometria se propõe a estudar os fundamentos dos testes psicológicos


• Validade
• Fidedignidade ou precisão
• Normatização
• Padronização
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Validade
• Medem aquilo que se propõe a medir?
• A validade diz respeito ao aspecto da medida de ser congruente com a
propriedade medida dos objetos, e não com a exatidão com que a mensuração,
que descreve essa propriedade do objeto, é feita.
• Na psicologia nem sempre essa resposta é óbvia

• Ex.: Balança mede o peso, teste de inteligência realmente mede intelgência?


Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Validade
Como evidenciar a validade?
• Análise do conteúdo dos itens do teste – o teste representa o construto teórico?
• Relações com outras variáveis

Relação entre a Relação entre


variáveis Relação entre
mesma variável variáveis distintas
correlatas
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Validade
• Processo de resposta – a resposta da pessoa é teoricamente/ empiricamente
plausível ou esperada?

• Estrutura interna dos itens - a estrutura do teste é coerente?

• Consequências de aplicação do teste – o resultado do teste trará benefícios para a


pessoa?
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Validade
• Validade de Conteúdo

• Validade de Critério

• Validade de Construto
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Validade de Conteúdo
• “A validade de conteúdo se refere ao quanto o teste pode ser uma amostra
representativa dos comportamentos que são a expressão do traço latente
em questão, ou, em outras palavras, se os itens do teste se constituem em
uma amostra representativa do universo de itens do construto.”
• O que garante a validade de conteúdo é a cobertura adequada de todos os
tópicos.
(Pacico & Hutz, 2015)

• Detalhamento do conteúdo do teste – explicitar a importância de cada


tópico dentro do teste
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Validade de Conteúdo
• A validade de conteúdo é basicamente garantida pela técnica de
construção do teste:
• definição do domínio cognitivo;
• definição do universo de conteúdo;
• definição da representatividade de conteúdo;
• elaboração da tabela de especificação (relacionar os conteúdos com os
processos cognitivos a avaliar);
• construção do teste;
• análise teórica dos itens;
• análise empírica dos itens.
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Validade de Critério
• A validade de critério está relacionada ao quanto o teste pode predizer o
desempenho do sujeito em tarefas especificadas (Anastasi & Urbina, 2000). O
desempenho nessa tarefa especificada torna-se o critério por meio do qual a
validade do teste será avaliada.
(Pacico & Hutz, 2015)
• Grau de eficácia em predizer um desempenho específico de um sujeito

• O desempenho do sujeito é o critério de avaliação da medida utilizada pelo teste

• Determinação de um critério válido


Critérios par Avaliação dos Testes
Psicológicos – Validade de Constructo
• Também conhecida como validade de conceito
• Forma mais fundamental de validade dos instrumentos psicológicos
• Maneira direta de verificar a hipótese da legitimidade da representação
comportamental dos traços latentes
• Não se descobre o construto a partir de uma representação existente (teste)
• A representação existente (teste) constitui uma representação legítima, adequada
ao construto?
Fidedignidade
• Também conhecida por precisão, confiabilidade, consistência
• Avalia a adequação (precisão/ confiabilidade) dos itens
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Fidedignidade
• Fidedignidade não garante validade
• O quão preciso o teste é?
• Toda avaliação apresenta algum nível de erro
• A fidedignidade procura saber qual a dimensão do erro de um teste
• Sujeitos testados em momentos diferentes respondem de forma igual ao teste?
• Correlação entre as aplicações deve ser alta
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Fidedignidade
• Coeficiente de consistência
• Quanto os escores de um teste são imunes às flutuações geradas por fatores
indesejáveis
• Fatores indesejáveis levam ao erro
• Erros produzidos pelos itens dos testes
• Subjetividade na forma de correção;
• Flutuações entre diferentes situações de avaliação;
• Problemas nos conteúdos das tarefas usadas na avaliação
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Fidedignidade
• Erros produzidos por fatores externos ao conteúdo do teste
• Variabilidade da amostra;
• Comprimento do teste.

• A fidedignidade pode ser verificada por meio de:


• Estudos transversais – dados coletados apenas uma vez no tempo
• Split-Half – divisão das metades – consiste em separar o teste em duas partes e calcular a
correlação entre elas
• Alfa de Cronbach – correlação entre as respostas dos respondentes
• Estudos longitudinais – dados coletados mais de uma vez no tempo
• Método Teste-Reteste
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Padronização
• Necessidade de existir uniformidade em todos os procedimentos no uso de um
teste válido e preciso, que vão desde as precauções a serem tomadas na aplicação
do teste até o desenvolvimento de parâmetros ou critérios para a interpretação
dos resultados obtidos

• A padronização objetiva uma avaliação tão exata quanto possível, diminuindo as


variâncias de erro
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Normatização
• Aplicação do teste em uma amostra representativa da população para a qual o
teste se destina, permitindo a comparação do desempenho entre pessoas
• “Dessa forma, na testagem de referência normativa, o escore individual do
testando adquire significado pela comparação com os escores do grupo. As
normas são o referencial utilizado como comparação, ou seja, os dados de
desempenho de um grupo em um teste específico que serão utilizados como
referência para a interpretação de escores individuais” (Anastasi & Urbina, 2000;
Cohen, Swerdlick & Sturman, 2014; Urbina, 2007 apud Pacico, 2015)
• As normas fornecem um padrão de comparação para a interpretação dos escores
individuais, utilizando como base os escores de uma amostra representativa da
população (amostra normativa) (Pacico, 2015)
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Normatização
• As normas oferecem ao psicólogo o padrão, fazendo todos os profissionais
contextualizarem os escores individuais utilizando o mesmo referencial. Isso
uniformiza a interpretação dos escores, pois evita que cada psicólogo tenha um
padrão diferente. (Pacico, 2015)
• Contextualizando o critério de normatização: uma pessoa obteve a pontuação 50
em um teste de inteligência, o que isso significa? Esta é uma pontuação alta ou
baixa?
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Normatização
• Qualquer escore deve ser referido a um padrão ou norma para que adquira sentido

• A norma permite:
• Determinar a posição que o sujeito ocupa no traço medido pelo teste que produziu tal
escore
• Comparar o escore deste sujeito com o escore de qualquer outro indivíduo

• A norma é construída a partir dos resultados obtidos pelas pessoas que


constituíram a amostra representativa na fase de construção do instrumento
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Normatização
• “O tamanho da amostra de normatização é outra questão que deve ser
considerada pelo pesquisador. Ele deve ser suficiente para garantir a estabilidade
do desempenho dos participantes (Guadagnoli & Velicer, 1988) e varia de acordo
com o teste e com as características da amostra-alvo. Pode ser composto por
centenas (testes para populações clínicas) ou milhares de pessoas (teste de
personalidade para a população em geral). As características da população podem
sofrer alterações com o passar dos anos, tornando obsoletos os dados obtidos
com a amostra normativa.” (Pacico, 2015)
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Normatização
• “Os escores individuais e da amostra normativa em geral serão referenciados em
termos de escore percentílico (posto percentílico) ou escore padrão (T ou Z).
Quando os escores são expressos em percentis, o escore bruto (escore que resulta
da correção do teste, quando se finaliza o levantamento conforme instruções do
manual do teste) deve ser transformado em escore percentílico. O escore
percentílico indica a posição que o desempenho no teste coloca o sujeito quando
comparado ao desempenho da amostra de normatização. Ele indica quantos por
cento da amostra normativa se encontra abaixo do testando.” (Pacico, 2015)
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Normatização
• O problema em expressar as normas utilizando postos percentílicos é que, quando
colocamos os escores brutos sobre uma distribuição normal, eles não apresentam
distância uniforme e tendem a agrupar-se em torno de um valor central, como
pode ser visualizado na Figura 3.1. Os escores padronizados podem auxiliar com
essa questão. (Pacico, 2015)
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Normatização
• Normas de desenvolvimento
• O significado é atribuído indicando-se o quanto o indivíduo aprendeu ao longo do
desenvolvimento normal.
• Estão divididas em:
• Idade mental
• Série escolar
• Estágios de desenvolvimento
• Medida de Quociente Intelectual (QI): QI = 100 x IM/IC , sendo IM = idade mental e
IC = idade cronológica
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Normatização
• Normas por meio de escores padrão
• Constituem um conjunto de processos que consistem em comparar as notas
brutas individuais com a média do grupo, sendo a média avaliada em unidades de
desvio-padrão da distribuição.
• Quando se utilizam os escores padrão, os escores brutos passam por uma
transformação linear. Ou seja, os escores brutos são transformados em escalas
que expressam a posição em relação a uma média "x" em termos de desvio-
padrão. Assim, o escore padrão do sujeito é a posição que o escore bruto ocupa
em relação a uma média "x", medida em unidades de desvio-padrão.
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Normatização
• O escore Z expressa a posição do escore bruto de um indivíduo em relação à média da
amostra normativa em termos de desvio-padrão. A média e o desvio-padrão do escore Z
são respectivamente 0 e 1. Assim, calculá-lo é bastante simples; pode-se fazer isso
utilizando a seguinte fórmula: Z = (escore bruto - média da amostra normativa) / desvio-
padrão da amostra normativa
• Exemplo: a média dos escores brutos da Escala de Satisfação de Vida é 21,8. O desvio-
padrão dessa escala é 7,3 (ver Tab. 3.1). Portanto, utilizando os escores do sujeito em
satisfação de vida e os dados da Tabela 3.1, se o escore bruto do sujeito for 27, seu escore
padrão Z será:
Z=(27-21,8)/7,3
Z = 0,71
(Pacico, 2015)
Critérios para Avaliação dos Testes
Psicológicos – Normatização
• O escore T é um dos mais utilizados em psicologia e consiste em uma
transformação a partir do escore Z para evitar a presença de números negativos.
Dessa forma o escore será expresso de forma mais conveniente para quem o
interpreta.
• A fórmula do escora T é a seguinte: Média + (desvio-padrão x escore Z)
• Sendo que convencionou-se 50 como média e 10 como desvio-padrão. Portanto, a
fórmula do escore T fica:
• T = 50 + 10Z
(Pacico, 2015)
Referência Bibliográfica
• Hutz, C.S., Bandeira, D.R., Trentini, C.M. (2015). Psicometria. Porto Alegre:
Artmed.
• Shineidr, E. (2016). Técnicas de Exame Psicológico I. Rio de Janeiro: Seses
OBRIGADA E BONS
ESTUDOS
psiericahenke
E-mail: erica.henke@outlook.com
Psicóloga clínica e Professora Universitária

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