Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo
Existe uma grande variabilidade nas estruturas das organizações do setor farmacêutico. A
diversidade das estruturas evidencia uma possível influência de fatores contingenciais. O
presente artigo explora, com base na teoria da contingência estrutural, fatores
contingenciais que exercem forte influência sobre as empresas do setor farmacêutico.
Pressupõe que não existe um modelo “ótimo” ou “ideal” de estrutura para a organização
e sim um modelo que se adapta ao contexto das organizações.
Abstract
Maio de 2008
1. INTRODUÇÃO
O presente estudo possui duas partes: revisão bibliográfica e estudo empírico. A primeira
parte apresenta a teoria da contingência estrutural. Em seguida o panorama e
características do setor farmacêutico sob a óptica da teoria da contingência estrutural.
A proposição básica sustentada pela teoria da contingência estrutural é que “não há uma
estrutura organizacional única que seja altamente efetiva para todas as organizações. A
otimização da estrutura variará de acordo com determinados fatores, tais como a
estratégia da organização ou seu tamanho. Assim, a organização ótima é contingente a
esses fatores, que são denominados fatores contingenciais (Donaldson, 1999).
Por outro lado, nem todos no Brasil têm acesso a medicamentos. Segundo dados da
Febrafarma, um terço da população brasileira não tem acesso qualquer tipo de
medicamentos. É uma parcela que está fora do alcance da indústria farmacêutica e que
constitui uma barreira à expansão do número de consumidores.
A indústria farmacêutica tem se destacado como uma das mais inovadoras entre os
setores produtivos, com empresas multinacionais de grande porte capazes de estimular e
incorporar aos seus produtos os principais avanços de ponta, ocorridos nas ciências
biomédicas, biológicas e químicas. A contrapartida verifica-se nos resultados econômico-
financeiros dessas empresas, que as situam entre as mais rentáveis em escala global.
Essa posição conquistada tem sido defendida de forma agressiva, por meio da criação ou
manutenção de barreiras de entrada, principalmente pelo uso dos direitos de patente, do
processo de reestruturação empresarial, mediante fusões e aquisições, e do crescente
rigor, referendado pelos órgãos regulatórios nacionais ou supranacionais, nas exigências
sanitárias, na qualidade das instalações e na confiabilidade dos produtos.
Com o tamanho dilatado da organização pelo fato da fusão, a estrutura simples, compacta
e centralizada foi substituída por uma burocracia caracterizada por grande especialização
e por uma hierarquia exagerada. Essa burocracia tem permitido a descentralização pelo
fato dos funcionários serem mais controlados pela formalização (fôrma).
O processo de concentração que ocorre a nível global tem impacto sobre a indústria
farmacêutica brasileira, uma vez que o mercado nacional ainda é dominado pelas
subsidiárias das multinacionais. Plantas industriais foram fechadas no país por causa do
reposicionamento logístico das multinacionais. Por outro lado, as empresas de controle
nacional também passam por um processo de concentração. Movidas pela pressão
causada pelo novo ambiente regulatório e em busca de complementaridade em seus
portfólios e de sinergias operacionais, as empresas nacionais têm se consolidado. Como
exemplo, vale ressaltar a aquisição da Biosintética pelo Laboratório Aché, que o tornou
líder de mercado.
7. Conclusão
A estrutura organizacional dos competidores desse setor reflete a importância relativa das
diversas funções empresariais. É preciso acompanhar o mercado sempre a fim de buscar
parâmetros e informações que não só identifiquem como funcionam as estruturas, mas
também buscar informações sobre tecnologias adotadas e ferramentas disponíveis para a
área.
REFERÊNCIAS
DONALDSON, Lex. Teoria da contingência estrutural. In: CLEGG, Stewart, HARDY,
Cynthia, NORD, Walter. (Orgs.) Handbook de estudos organizacionais. Volume 1. São
Paulo Atlas, 1999. Organizadores da Edição Brasileira: CALDAS, Miguel, Fachin, Roberto,
FISCHER, Tânia. Capítulo 3, págs.105-133.
BERTERO: Carlos Osmar. Nota técnica: teoria da contingência estrutural. In: CLEGG,
Stewart, HARDY, Cynthia, NORD, Walter. (Orgs.) Handbook de estudos organizacionais.
Volume 1. São Paulo Atlas, 1999. Organizadores da Edição Brasileira: CALDAS, Miguel,
Fachin, Roberto, FISCHER, Tânia. Capítulo 3, págs. 134-136.