Você está na página 1de 20

Metabolismo do Glicogênio

Objetivos para estudo


1. Indicar os substratos e os produtos das reações catalisadas por:
a) proteína quinase;
b) glicogênio fosforilase quinase;
c) fosfoproteína fosfatase

2. Esquematizar as reações de degradação do glicogênio a glicose 1-fosfato.

3. Esquematizar as reações catalisadas por adenilato ciclase e fosfodiesterase.

4. Descrever os processos de ativação e inativação da adenilato ciclase e indicar de que depende a ocorrência de
um ou outro processo.

5. Mostrar a relação de AMP cíclico e de íons Ca2+ com a dergradação do glicogênio a glicose 1-fosfato.

6. Citar os hormônios que estimulam a degradação do glicogênio no fígado e no músculo e mostrar seu modo de
ação.

7. Esquematizar as reações de conversão de glicose 1-fosfato a glicose. Citar o tecido onde essas reações ocorrem.

8. Esquematizar as reações de síntese de glicogênio a partir de glicose.

9. Mostrar a relação entre AMP cíclico e a síntese de glicogênio.

10. Descrever a ação da insulina sobre o metabolismo de carboidratos quanto à:


a) permeabilidade da célula à glicose;
b) síntese de glicogênio;
c) síntese de glicoquinase (fígado).

11. Citar a função do glicogênio hepático e do glicogênio muscular.


1. Indicar os substratos e os produtos das reações
catalisadas por:

c) proteína quinase

Substrato: glicogênio sintase (ativa)


Produto: glicogênio sintase fosforilada (inativa)

b) glicogênio fosforilase quinase

Substrato: glicogênio fosforilase (inativa)


Produto: glicogênio fosforilase fosforilada (ativa)

c) fosfoproteína fosfatase

Substrato: glicogênio fosforilase quinase fosforilada (ativa)


Produto: glicogênio fosforilase quinase (inativa)

Obs.: Estas enzimas participam da regulação do metabolismo do glicogênio.


2. Esquematizar as reações de degradação do glicogênio
a glicose 1-fosfato.
2. Esquematizar as reações de degradação do glicogênio
a glicose 1-fosfato.

Degradação do glicogênio: remoção sucessiva de resíduos de glicose, a


partir das extremidades não-redutoras, por ação da enzima glicogênio
fosforilase. Esta enzima catalisa a fosforólise da ligação α-1,4, liberando um
resíduo de glicose como glicose 1-fosfato.

A ação da glicogênio fosforilase prossegue ao longo da cadeia, liberando um


a um os resíduos de glicose, mas termina 4 resíduos antes de uma ramificação.
A degradação pode continuar por ação da enzima desramificadora, que
apresenta duas atividades distintas: transferase e α-1,6 glicosidase:

• Transferase: transfere 3 dos 4 resíduos de glicose remanescentes junto à


ramificação para uma outra extremidade da cadeia de glicogênio, formando uma
nova ligação α-1,4.

•α-1,6 glicosidase: Hidrolisa a ligação α-1,6 do resíduo de glicose ligado à


cadeia principal.
3. Esquematizar as reações catalisadas por adenilato
ciclase e fosfodiesterase.

O AMP cíclico é sintetizado a partir de


ATP, por ação da adenilato ciclase, uma
enzima localizada na face interna da
membrana plasmática.
A presença de cAMP nas células irá
provocar alterações nas atividades de
determinadas enzimas e, por consequência,
a modificação do metabolismo que constitui
a resposta celular ao estímulo hormonal.
Esta resposta é temporária, porque o
cAMP pode ser hidrolizado a 5’-AMP por
uma reação catalisada pela fosfodiesterase.
A concentração de cAMP e, portanto, a
resposta ao hormônio estão na
dependência das atividades relativas da
adenilato ciclase e da fosfodiesterase.
4. Descrever os processos de ativação e inativação da
adenilato ciclase e indicar de que depende a
ocorrência de um ou outro processo.
4. Descrever os processos de ativação e inativação da
adenilato ciclase e indicar de que depende a
ocorrência de um ou outro processo.
Adenilato ciclase: catalisa a síntese de cAMP (segundo mensageiro de vários hormônios
peptídicos e catecolaminas).

Ativação: presença de hormônios estimuladores


Inativação: ausência desses hormônios

Eventos que levam à produção de cAMP a partir de hormônios estimuladores:

10. Ligação do hormônio ao receptor, na face externa da membrana plasmática.


11. O receptor, agora complexado com o hormônio, sofre uma mudança de estrutura,
que provoca sua ligação à proteína G.
12. A ligação do complexo hormônio-receptor à proteína G altera sua estrutura, fazendo
diminuir a afinidade da subunidade α por GDP e aumentar a afinidade por GTP. Em
consequência, o GDP é trocado por GTP.
13. A ligação do GTP a α promove sua dissociação das outras duas unidades da
proteína G, e o complexo α-GTP move-se pela membrana até ligar-se à adenilato
ciclase, formando o complexo α-GTP-adenilato ciclase.
14. A adenilato ciclase estava inativa, mas a ligação de α-GTP estimula esta enzima e,
portanto o cAMP é produzido.

A estimulação da adenilato ciclase é pouco duradora. A própria subunidade α tem


atividade GTPásica, ou seja, é capaz de catalisar a hidrólise de GTP a GDP.
4. Descrever os processos de ativação e inativação da
adenilato ciclase e indicar de que depende a
ocorrência de um ou outro processo.
Obs.: O mecanismo descrito refere-se à ação de hormônios estimuladores. Em outros
casos, ocorre o inverso, ou seja, há hormônios, reconhecidos por receptores diferentes
dos anteriores, que produzem uma inibição da adenilato ciclase.

Na verdade, existem dois tipos de proteínas G:

• Gs: com subunidade α chamada αs (s de stimulation), está associado a receptores de


hormônios que provocam o estímulo da adenilato ciclase, receptores denominados Rs.

• Gi: com subunidade α indicada por αi (i de inhibition), relacionado a receptores Ri.


Neste caso, há a formação de αi-GTP, um complexo que, ao se ligar à adenilato ciclase,
provoca a inibição da enzima.
5. Mostrar a relação de AMP cíclico e de íons Ca2+ com
a degradação do glicogênio a glicose 1-fosfato.

O AMP cíclico e os íons Ca2+ estimulam a degradação do glicogênio muscular.

Degradação do glicogênio
forma ativa das enzimas = fosforilada.

A fosforilação é catalisada pelas seguintes quinases:

• Proteína quinase dependente de cAMP: o estímulo hormonal trazido pela


adrenalina provoca a ativação da cAMP e, assim, a ativação desta enzima.
• Proteína quinase dependente de Ca2+.calmodulina: o estímulo nervoso
provoca a liberação de íons cálcio , levando à ativação desta enzima.
• Fosforilase quinase
5. Mostrar a relação de AMP cíclico e de íons Ca2+ com
a degradação do glicogênio a glicose 1-fosfato.
6. Citar os hormônios que estimulam a degradação do
glicogênio no fígado e no músculo e mostrar seu modo
de ação.
Músculo:
Adrenalina: Promove a ativação do cAMP que ativa a proteína quinase
dependente de cAMP, levando à ativação por fosforilação das enzimas que
participam da degradação do glicogênio e à inibição, também por fosforilação,
da glicogênio sintase, enzima que participa da síntese de glicogênio.

Fígado:
Glucacon: Mesmo modo de ação da adrenalina.

Obs.: O principal estímulo para a liberação de glucagon é a hipoglicemia. Seus


efeitos metabólicos são eminentemente degradativos, incidindo sobre o
glicogênio, lipídios e proteínas, em especial no fígado e tecido adiposo.
7. Esquematizar as reações de conversão de glicose 1-
fosfato a glicose. Citar o tecido onde essas reações
ocorrem.

A glicose 1-fosfato é convertida pela fosfoglicomutase a glicose 6-fosfato, tanto


no fígado quanto nos músculos.

No músculo, a glicose 6-fosfato pode ser degradada pela glicólise, formando


lactato.

No fígado, a glicose 6-fosfato é preferencialmente hidrolisada por ação da


glicose 6-fosfatase, produzindo glicose, que é liberada na circulação. Não há
glicose 6-fosfatase nos músculos.
8. Esquematizar as reações de síntese de glicogênio a
partir de glicose.
8. Esquematizar as reações de síntese de glicogênio a
partir de glicose.
O glicogênio é sintetizado por uma via diferente da via de degradação.

A síntese consiste na repetida adição de resíduos de glicose às extremidades de um núcleo de


glicogênio. A glicose a ser incorporada deve estar sob uma forma ativada, ligada a um
nucleotídeo de uracila, constituindo a uridina difosfato glicose (UDP-G).

O UDP produzido na reação catalisada pela glicogênio sintase é reconvertido a UTP à custa de
ATP, pela nucleosídio difosfato quinase, e o pirofosfato (PPi) é hidrolisado por ação da
pirofosfatase, produzindo fosfato inorgânico (Pi). Esta hidrólise, altamente irreversível, é um
fator importante para encaminhar os processos no sentido da síntese.

A glicogênio sintase catalisa apenas a síntese de ligações α-1,4. As ramificações são feitas por
uma enzima ramificadora, que transfere uma pequena cadeia de 6 a 7 resíduos de glicose da
extremidade para uma parte mais interna da molécula, criando uma ligação α-1,6.

A reação de síntese de glicogênio catalisada pela glicogênio sintase prevê a existência de uma
cadeia de glicogênio já constituida, à qual são agregados novos resíduos de glicose. Quando
isso não ocorre, uma proteina, chamada glicogenina, serve de apoio ao início da síntese,
através de um dos seus resíduos de tirosina. Ao radical OH do grupo R desta tirosina é
transferido o primeiro resíduo de glicose, sempre derivado de UDP-G, por ação de uma glicosil
transferase. A própria glicogenina, então, catalisa a incorporação de novos resíduos de glicose,
até formar uma pequena cadeia de 6 ou 7 resíduos. Neste momento entra em ação a glicogênio
sintase.
9. Mostrar a relação entre AMP cíclico e a síntese de
glicogênio.

O AMP cíclico inibe a síntese do glicogênio

Síntese do glicogenio:
forma inativa da glicogênio sintase = fosforilada

A fosforilação é catalisada pelas seguintes quinases:

• Proteína quinase dependente de cAMP: o estímulo hormonal trazido pela


adrenalina provoca a ativação da cAMP e, assim, a ativação desta enzima.

• Fosforilase quinase

• Proteína quinase dependente de Ca2+.calmodulina (músculo): o estímulo


nervoso provoca a liberação de íons cálcio, levando à ativação desta enzima.
9. Mostrar a relação entre AMP cíclico e a síntese de
glicogênio.

Obs.: As reações esquematizadas ocorrem nos músculos. No fígado não há


estímulo por cálcio e o cAMP é produzido a partir do estímulo do glucagon.
10. Descrever a ação da insulina sobre o metabolismo de
carboidratos quanto à:

a) permeabilidade da célula à glicose

A insulina aumenta o transporte de glicose para o interior das células. O


transporte de glicose através da membrana plasmática da maioria das células
humanas é um processo passivo, mediado por uma família de permeases,
denomiadas GLUTs.

Estes sistemas de transporte apresentam distribuição diferencial pelos tecidos e


são sensíveis ou não à insulina. GLUT4, por exemplo, é responsável pelo
transporte de glicose em células do tecido adiposo e muscular, que pode ser
aumentado por insulina em 10 vezes ou mais, em poucos minutos.

O mecanismo de atiavação por insulina envolve a mobilização de moléculas de


permease, armazenadas em vesículas membranosas, do interior da célula para a
membrana plasmática.
10. Descrever a ação da insulina sobre o metabolismo de
carboidratos quanto à:

b) síntese de glicogênio

A insulina promove a síntese de glicogênio. Um de seus efeitos conhecidos é


promover a desfosforilação das proteínas, por redução dos níveis de cAMP ou
por ativação de uma cascata de proteínas quinases. Com baixos níveis de cAMP,
cessam os efeitos inativadores exercidos pela proteína quinase dependente de
cAMP sobre a fosfoproteína fosfatase. Adicionalmente, uma das enzimas que
participam da cascata de quinases desencadeada pela insulina fosforila a
fosfoproteína fosfatase, que passa a exibir atividade máxima. De qualquer modo,
as ações da insulina convergem para a conversão da forma inativa da glicogênio
sintase na forma ativa.

c) síntese de glicoquinase (fígado)

A insulina determina grandes alterações na concentração de diversas enzimas


nos seus tecidos-alvo, por intervenção na velocidade de transcrição dos genes
que as codificam. O fígado depende deste hormônio para a síntese de
glicoquinase, sem a qual não pode utilizar a glicose.
11. Citar a função do glicogênio hepático e do
glicogênio muscular.

Glicogênio hepático: é degradado através da glicogenólise produzindo glicose,


que é exportada para manter a glicemia (concentração de glicose sanguínea)
nos períodos entre as refeições e no jejum noturno.

Glicogênio muscular: provê energia exclusivamente para a própria fibra


muscular em contração intensa, quando a demanda energética ultrapassa o
aporte de oxigênio. Nestas condições, apenas os carboidratos podem servir
como substrato para a obtanção de ATP, pois lipídios e aminoácidos só podem
ser degradados aerobiamente. Em anaerobiose relativa, o glicogênio é
convertido a lactato.

Você também pode gostar