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Curso de Especialização em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância

Módulo II – Sistemas de Tutoria em Cursos a Distância

Nome: Vitor Gustavo da Silva


Pólo: Diadema Grupo: 08 Tutor: Bernardo
Interatividade,Tutoria e a Construção da Autonomia do Aluno.
A partir das reflexões no fórum, do estudo dos materiais complementares, das suas pesquisas e dos comentários feitos pelo seu/sua
tutor/a sobre as suas tarefas anteriores, construa a terceira parte do seu texto.

Juntamente com a disseminação do ensino a distância no contexto brasileiro há um grande esforço


daqueles que estão envolvidos e cativados pelo prazer da busca por conhecimento e suas multi-formas de
absorção, no intento de fomentar e repensar as atuais práticas pedagógicas para uma evolução conceitual,
vislumbrando maior eficiência no alcance dos objetivos da educação: promover conhecimento.
Nas práticas da educação a distância, por necessidade, surge a figura de um mediador entre o professor
especialista responsável pela disciplina e o aluno, que recebe a incumbência de caminhar junto com os
professores e alunos facilitando o processo de aprendizagem. Sendo uma ponte ou um elo que aproxima as
partes ao desejo comuns de aprender. Não só no que diz respeito ao aluno, mas também ao professor e a
criação, aplicação e avaliação de materiais didáticos que estejam claros, de objetivos bem definidos, que
leve a absorção de tais conteúdos. No papel daquele que protege, que guarda e que busca garantir a
construção dos saberes não haveria melhor definição se não a de tutor.
Seu grande trabalho é auxiliar os alunos no processo de aprender a aprender. Talvez não seja sua função
ensinar o tema da disciplina, no entanto, auxiliar no esclarecimento de dúvidas e situações do cotidiano.
Seu grande desafio é o de cativar os alunos e com isso deve explorar sua criatividade ao utilizar
ferramentas diversificadas mostrando-se sempre disponível ao aluno. Ele encontrará alunos inseridos nos
mais diversos cenários de medos, inseguranças, culturas, paradigmas que contribuem para certa fragilidade
que somados as dificuldades de aprendizagem, resulta no abandono do curso sem conseguir perceber o
potencial do curso. Acredito que os primeiros contatos são fundamentais na socialização e exploração da
plataforma de ensino. Conseguir mostrar o quanto o curso EAD não é um aprendizado solitário e que há
muita interatividade entre pessoas e não entre máquinas torna-se crucial. Fazê-los entender que o EAD
pode ser tão caloroso quanto o ensino presencial.
Definimos interatividade como a capacidade de influenciar/estimular e receber influência/estímulo. A
interatividade que os AVAs e a web proporciona entre os atores da educação expõem uma miscelânea de
várias práticas e formatações já pensada ou ainda não exploradas e aplicadas a outras realidades. Estes
agregam grande enriquecimento na formação acadêmica do aluno lhe apresentando a possibilidade de se
tornar responsável pelo seu aprendizado e ser um dos maiores cooperadores não só em sua própria
formação, mas também, na formação dos demais participantes do curso, através de um ou mais meios de
interatividade se beneficiarão de sua evolução atingindo maiores aproveitamentos dos saberes
empregados. Torna-se uma reação em cadeia fomentada pela presença do tutor numa educação
participativa e colaborativa.
Como citado por Marcos Silva, “os alunos podem construir seus próprios mapas e conduzir suas
explorações, considerando os conteúdos como ponto de partida e não como ponto de chegada no processo
de construção do conhecimento".
Esta interatividade que falamos torna-se um desafio quando há o que a pesquisadora Maria Gonçalves
expressa com “silêncio virtual” por parte dos participantes. Diferente das salas de aulas presenciais, onde o
professor dirige um tema através de uma discussão em grupo e pode observar as reações de cada aluno,
até mesmo daqueles que não são nada participativos, por meio de expressões faceais ou gestos percebe
sua aderência as argumentações compartilhadas pelos mais participativos. Já num ambiente virtual não
temos esta facilidade. Saber identificar se este “silêncio” é um momento reflexivo, de construção e
assimilação dos conteúdos e tolerar “apagões” na comunicação pode contribuir ainda mais com o reforço de
confiança no aluno. Por outro lado quando identificado que há absenteísmo, através de reforço de incentivo
o tutor precisa atrair para si este aluno ausente. Selecionar as melhores ferramentas para esta "cobrança"
contribui muito para um resultado positivo.
Neste contexto identificamos a questão da autonomia fortemente atrelada ao perfil do aluno EaD. Todos os
esforços anteriores somente terão resultados se houver o desenvolvimento da capacidade de seu auto gerir
de forma independente. Para isso o status quo deve sofrer em alguns casos uma drástica alteração
desencadeada pela concepção da autonomia como habilidade fundamental que potencializa não só o
cumprimento de prazos, mas aprofundar-se na exploração de todo o potencial que poderá reter do
programa de ensino e seus agentes participantes.
No processo seletivo já selecionamos indivíduos considerados aptos para o programa, com pré-requisitos
mínimos. Segundo Gerard Vergnaud a associação de alguns campos conceituais possibilita o educando
partir para a construção de outros campos o remetendo ao conhecimento que almeja dominar. O tutor
precisará desenhar este mapa se quiser ter sucesso na investida de conscientização da autonomia neste
ambiente interativo, considerando a cultura sócio-educacional praticada em nossa realidade brasileira.
Isto posto, consideramos que tais potenciais do papel do tutor, das ferramentas de interatividade dos AVAs,
bem como o perfil do educando devem estar intrinsecamente enraizados no projeto pedagógico do curso
para potencializar não só as própria ações de educação, mas também as ações do educando.

Referências Bibliográficas:
AMARAL, Sérgio; MACEDO, Margarete; MEDEIROS, Leila; RIBEIRO, Vera. Sistemas de Tutoria em Cursos
a Distância.

CARVALHO, Maria Alice Pessanha de; STRUCHINER, Miriam. Um ambiente construtivista de


aprendizagem a distância: Estudo da interatividade, da cooperação e da autonomia em um curso de gestão
descentralizada de recursos humanos em saúde. Disponível em: http://www2.abed.org.br/
visualizaDocumento.asp?Documento_ID=87. Acesso em: 15/10/2010.

LEAL, Regina Barros. A importância do tutor no processo de aprendizagem a distância. Disponível em


http://www.rieoei.org/deloslectores/947Barros.PDF. Acessado em 26/10/2010.

GONÇALVES, Maria Ilse Rodrigues. Reflexões sobre "silêncio virtual" no contexto do grupo de discussão na
aprendizagem via rede. Disponível em: http://www.gestaouniversitaria.com/edicoes/28-28/133-reflexoes-
sobre-%5C. Acessado em 03/11/2010.

PRADO, Maria Elisabette Brisola Brito. Educação a distância: os ambientes virtuais e algumas
possibilidades pedagógicas. Disponível em http://atuar.multiply.com/journal/item/5/5 Acessando em
14/10/2010.

SILVA, Marco. Sociólogo, doutor em educação e professor da UERJ, UNESA e UVB, é autor do livro Sala
de aula interativa (Quartet, 2000). Disponível em http://www.saladeaulainterativa.pro.br/. Acessado em
20/10/2010.

VERGNAUD, Gerard. Disponível http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/


em:
arquivos/File/conteudo/artigos_teses/Ciencias/Artigos/moreiram.pdf Acessado em: 10/11/2010.

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