Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
113
4.1. O Tutor Em EaD
114
três categorias profissionais, que devem estar em
constante qualificação, são essenciais para uma ofer-
ta de qualidade:
• docentes;
• tutores;
• pessoal técnico-administrativo.
Seguem os detalhes das principais competências
de cada uma dessas classes funcionais.
Docentes
Em primeiro lugar, é enganoso considerar que
programas a distância minimizam o trabalho e a
mediação do professor. Muito pelo contrário, nos
cursos superiores a distância, os professores veem
suas funções se expandirem, o que requer que sejam
altamente qualificados.
Em uma instituição de ensino superior que
promova cursos a distância, os professores devem ser
capazes de:
a) estabelecer os fundamentos teóricos do projeto;
b) selecionar e preparar todo o conteúdo curri-
cular articulado a procedimentos e atividades peda-
gógicas;
c) identificar os objetivos referentes a competên-
cias cognitivas, habilidades e atitudes;
d) definir bibliografia, videografia, iconografia,
audiografia, tanto básicas quanto complementares;
e) elaborar o material didático para programas
a distância;
115
f) realizar a gestão acadêmica do processo de en-
sino-aprendizagem, em particular motivar, orien-
tar, acompanhar e avaliar os estudantes;
g) avaliar-se continuamente como profissional
participante do coletivo de um projeto de ensino su-
perior a distância.
(...)
Tutores
O corpo de tutores desempenha papel de fun-
damental importância no processo educacional de
cursos superiores a distância e compõem quadro di-
ferenciado, no interior das instituições.
O tutor deve ser compreendido como um dos
sujeitos que participa ativamente da prática peda-
gógica. Suas atividades desenvolvidas a distância
e/ou presencialmente devem contribuir para o de-
senvolvimento dos processos de ensino e de apren-
dizagem e para o acompanhamento e avaliação do
projeto pedagógico.
116
A visão de professor, como detentor do conhe-
cimento, tem seu paradigma quebrado na perspectiva
da modalidade de EaD. Em relação à ação educativa,
o tutor está presente e tem seu foco na construção
de um processo educativo alicerçado na interativida-
de e na criatividade, provocando discussões, dúvidas
e instigando a aprendizagem dos estudantes. Indica
caminhos e possibilita a construção do conhecimen-
to. É um mediador e motivador deste processo de
aprendizagem em que o conhecimento é juntamente
construído e não mais transmitido.
Veremos nos próximos capítulos algumas
orientações que permeiam a ação do tutor em sua
prática, mas esclarecemos que não existe uma re-
ceita única e fechada para garantir a excelência na
atuação do tutor.
De acordo com o contexto e com as expecta-
tivas de cada curso, cabe ao tutor, primeiramente,
planejar sua prática pedagógica e sua atuação fren-
te aos alunos, individualmente ou em grupo, res-
pondendo às suas expectativas e garantindo todas
as formas de interação, comunicação, incentivo e
construção do conhecimento.
É fundamental experimentar, avaliar e avançar
nas propostas pedagógicas de um ensino on-line, pois
um professor inserido em um ambiente virtual e em
rede é um incansável pesquisador, um profissional
que aceita os desafios para se aprimorar cada vez mais.
117
Cabe ao tutor o exame crítico de si mesmo, pro-
curando orientar seus procedimentos de acordo com
os anseios dos seus alunos na busca de um ensino
com qualidade, tendo sempre como foco a aprendi-
zagem dos alunos (Kenski, 2003, apud Ribas 2011).
Segundo Azevedo (2005, p.75, apud Ribas
2011), é preciso que o tutor crie e organize rotinas e
escolha de modo consciente aquilo que vai e o que
não vai fazer de acordo com o que é realmente im-
portante. A sensação de presença constante do pro-
fessor é resultado da combinação de dois fatores:
a assíncrona, que permite a comunicação, mesmo
quando as pessoas não estão conectadas ao mesmo
tempo e a regularidade de conexão do tutor, que não
precisa ocorrer o tempo todo, mas deve seguir um
padrão (pela manhã, à tarde, toda noite, ou um pou-
co em cada turno).
118
[...] como uma ação orientadora global, cha-
ve para articular a instrução e o educativo. O
sistema tutorial compreende, desta forma, um
conjunto de ações educativas que contribuem
para desenvolver e potencializar as capacidades
básicas dos/as estudantes, orientando-os a obte-
rem crescimento intelectual e autonomia, e para
ajudá-los a tomar decisões em vista de seus de-
sempenhos e suas circunstâncias de participação
como aluno. (SOUZA et al., 2004, p. 5-6)
119
A tutoria a distância atua a partir da institui-
ção, mediando o processo pedagógico junto a estu-
dantes geograficamente distantes, e referenciados aos
polos descentralizados de apoio presencial. Sua princi-
pal atribuição deste profissional é o esclarecimento de
dúvidas através de fóruns de discussão pela Internet,
pelo telefone, participação em videoconferências, en-
tre outros, de acordo com o projeto pedagógico.
O tutor a distância tem também a responsabi-
lidade de promover espaços de construção coletiva de
conhecimento, selecionar material de apoio e sustenta-
ção teórica aos conteúdos e, frequentemente, faz parte
de suas atribuições participar dos processos avaliativos
de ensino-aprendizagem, junto com os docentes.
120
údos específicos, bem como ao uso das tecnologias
disponíveis. Participa de momentos presenciais
obrigatórios, tais como avaliações, aulas práticas
em laboratórios e estágios supervisionados, quando
se aplicam. O tutor presencial deve manter-se em
permanente comunicação tanto com os estudantes
quanto com a equipe pedagógica do curso.
Cabe ressaltar que as funções atribuídas a tutores
a distância e a tutores presenciais são intercambiáveis
em um modelo de educação a distância que privilegie
forte mobilidade espacial de seu corpo de tutores.
121
Vamos, neste momento, ampliar e complemen-
tar, com base em outras fontes de pesquisa, as infor-
mações acerca das competências dos tutores aponta-
das pelos Referenciais de Qualidade para Educação
Superior a Distância.
122
A Commonwealth of Learning (COL) é uma organização
empenhada em apoiar os governos membros da Com-
monwealth para tirar o máximo partido das estratégias e
tecnologias do ensino a distância para proporcionar um au-
mento de acessibilidade equitativa à educação e formação
para todos os seus cidadãos. A Commonwealth of Learning
é uma organização intergovernamental criada pelos gover-
nos da Commonwealth em Setembro de 1988, na sequên-
cia do encontro dos Chefes de Governo que teve lugar em
Vancouver em 1987. Tem a sua sede em Vancouver e é a
única organização intergovernamental da Commonwealth
localizada fora da Grã-Bretanha.
123
Resolução de
Comunicação Motivação
problemas
Uma boa comu- Promover a moti- As competências
nicação é impor- vação é uma com- de identificação e
tante no apoio aos petência impor- resolução de pro-
alunos na EaD. tante na tutoria, blemas são essen-
pois os alunos da ciais.
EaD enfrentam
muitos desafios, e
poderão precisar
de um incentivo
extra para enfren-
tarem esses desa-
fios.
Inclui: A motivação, com Incluem a capaci-
• escutar as competências dade de:
• responder de comunicação • clarificar proble-
• manter contato e de resolução de mas;
• uso eficiente dos problemas, pode: • identificar qual é
meios de comuni- o tipo de ajuda ne-
• incentivar os alu-
cação cessária;
nos a desenvolve- • determinar se o
rem estratégias no tutor pode e deve
ajudar.
enfrentamento das
dificuldades que
afetam sua apren-
dizagem.
124
As competências Além de motivar É provável que o
de escuta são im- os alunos na reso- tutor seja a primei-
portantes, quer se lução dos proble- ra pessoa que o
esteja a ouvir a voz mas específicos, aluno contate so-
de um aluno ou a um bom tutor in- bre um problema,
mensagem de um clui mensagens de ou a primeira pes-
aluno numa co- incentivo na sua soa a reconhecer
municação por es- comunicação com que um problema
crito. O tutor deve os alunos. exista. O tutor
interpretar ambas não precisa resol-
as mensagens ex- ver todos os pro-
plícitas e implícita blemas, mas deve
ajudar os alunos
a obterem a ajuda
de que necessitam.
As barreiras à co- Os problemas que
municação podem os tutores normal-
ser causadas por: mente encontram
• diferenças cultu- incluem:
rais entre aluno e • problemas aca-
tutor; dêmicos. Dificul-
• conhecimento dades em:
incompleto da lín- - compreender o
gua de ensino; conteúdo do cur-
• diferenças de lin- so;
guagem como dia- - fazer o trabalho
leto ou coloquial; do curso;
• ideia de os tuto- - dominar as com-
res serem inabor- petências necessá-
dáveis; rias para a disci-
• deficiência que plina.
impeça os alunos • exigências con-
de falar ou escre- flitantes de traba-
ver fluentemente. lho ou família que
poderão fazer com
que os estudantes
por vezes não pos-
sam dedicar tem-
po ao estudo;
125
• problemas de
gestão do tempo.
Em contraste com
a situação anterior,
os alunos têm difi-
culdades em:
- organizar o seu
tempo;
- planejar um tem-
po de estudo;
- prever e trabalhar
segundo prazos.
• problemas pes-
soais, como um fa-
miliar doente ou a
perda do emprego,
que afetem a capa-
cidade do aluno
em se concentrar
nos estudos.
126
• Resolução de problemas acadêmicos.
O quadro a seguir foi constituído com base
na síntese das informações apresentadas no refe-
rido documento.
12 7
Usar conhe- Familia-
cimentos Dar feedba- rizar os Resolução
do conte- ck aos alu- alunos com Estabelecer de proble-
údo para nos no seu as conven- elos mas acadê-
dar uma trabalho ções da micos
orientação disciplina
Implica em P r o v a v e l - Cada disci- Os tutores O tutor pre-
ajudar os mente será plina tem as podem aju- cisa saber
alunos a en- o aspecto suas próprias dar os alunos identificar
contrarem o mais visível convenções. a estabelece- problemas
seu sentido e que exige O tutor po- rem a ligação acadêmicos
de orientação mais tempo derá envolver entre o con- que tragam
no conteúdo: na função do e familiarizar teúdo do cur- dificuldades
• fornecendo tutor. os alunos so e os seus aos alunos,
pistas que O tutor pre- com: objetivos de tais como:
eles possam cisa ser profi- • a manei- aprendiza- • bases insu-
usar para or- ciente em: ra como as gem específi- ficientes na
ganizarem as • estabelecer ideias são de- cos, e a com- área do con-
suas ideias; e comunicar senvolvidas e preenderem teúdo;
• sugerindo expectativas apresentadas as potenciais • falta de
fontes de claras para o na sua disci- aplicações acesso a re-
infor mação trabalho dos plina; do conteúdo cursos apro-
adicionais ou alunos; •as estraté- à sua área de priados;
alternativas; • identificar gias de pes- i n t e r e s s e s. • falta de co-
pontos for- quisa acei- Para isso, os nhecimento
tes e fracos táveis e não tutores preci- sobre como
na maneira aceitáveis; sam: utilizar os re-
como os alu- • os requisi- • conhecer os cursos;
nos executa- tos específi- objetivos dos
ram o traba- cos de reda- alunos e qual
lho; ção na sua a sua apren-
área. dizagem an-
terior;
• propor um
diálogo com
os alunos
sobre as suas
ideias e pers-
pectivas.
128
• apresentan- • identificar • falta de co-
do maneiras áreas do con- nhecimentos
diferentes de teúdo que numa área
ver as ques- eles tenham específica;
tões. compreen- • problemas
dido e áreas com os ma-
que sejam teriais do
menos claras curso.
para eles; Para resolver
• sugerir es- problemas
tratégias para acadêmicos
consolidarem individuais,
o que sabem o tutor pode
e para me- ajudar os alu-
lhorarem as nos a:
suas profici- • reconhece-
ências. rem lacunas
na sua apren-
dizagem;
• desenvol-
verem os co-
nhecimentos
base ou pro-
ficiências de
que necessi-
tam;
129
• desenvol-
verem pro-
ficiências na
localização
dos recursos
apropriados
ou a apren-
derem a usá-
-lo.
Para proble-
mas relacio-
nados com
os materiais
do curso, o
tutor pode:
• desenvol-
ver recursos
alternativos
que permi-
tam aos alu-
nos trabalhar
com essa
seção ou tó-
pico;
• recomendar
alterações
aos materiais
do curso.
130
• Ajudar os alunos a aplicarem essas competên-
cias adequadamente como indivíduos ou em grupos.
O quadro a seguir foi constituído com base na
síntese das informações apresentadas no referido
documento.
131
• resolução de problemas, ajudando os alunos a
identificarem e lidarem com métodos de aprendiza-
gem ineficientes, ou com déficits de competência que
dificultem a sua aprendizagem, como sejam compe-
tências linguísticas ou matemáticas.
132
As competências adminis- As competências adminis-
trativas utilizadas pelos trativas utilizadas pelos
tutores em função da
tutores em função dos instituição de ensino são
estudantes são para para
• comunicação – os tutores • gerir e transmitir informa-
poderão ser responsáveis ções dos alunos, manutenção
por assegurar que os alunos de registros, comunicação
serão informados sobre os de notas, e assegurar que as
prazos e procedimentos rela- informações sobre os alunos
tivos a candidaturas, exames, são transmitidas à pessoa
certa na altura certa;
desistência de cursos, preen- • manter os padrões de prá-
chimento de requerimentos, ticas, assegurando a familia-
etc.; rização dos alunos com as
• resolução de problemas – práticas acadêmicas, e iden-
os tutores utilizam a sua fa- tificando qualquer possível
miliaridade com os processos violação dos padrões aca-
acadêmicos e administrativos dêmicos, de uma forma que
para ajudarem os alunos a seja justa para todos a quem
entrarem em contato com a diz respeito.
unidade ou a pessoa respon-
sável que pode ajudar a re-
solver problemas específicos.
Os tutores podem também
ter um papel a desempenhar
em situações envolvendo alu-
nos individualmente, como
sejam questões relacionadas
com a integridade acadêmica,
plágio, etc.;
• planejamento – os tutores
muitas vezes estão em po-
sição de ajudar os alunos a
identificarem as suas necessi-
dades de aprendizagem para
além do curso específico, e
a planejarem a forma mais
apropriada de ir ao encontro
das suas necessidades.
133
4.3. Responsabilidades dos Tutores no Apoio aos Alunos
134
(...) é importante contactar os alunos próximo
do início do curso, para:
• estabelecer uma comunicação
• superar qualquer relutância em o contactarem
• lhes dizer que é altura de começarem a traba-
lhar no curso
• indicar-lhes que você está disponível para res-
ponder a questões que eles queiram colocar-lhe
• lhes transmitir a sua expectativa de que eles
se mantenham em contacto consigo, lhe façam per-
guntas sobre problemas, mantenham o seu calendá-
rio de estudos, entreguem trabalhos, participem em
tutoriais ou outras actividades, etc.
A sua primeira comunicação define o tom para
futuras interacções. O estilo depende do contexto, do
meio (telefone, carta, e-mail) e da natureza do curso.
Nalgumas situações, você poderá transmitir algo da
sua própria personalidade; noutras, poderá precisar
de ser mais formal e profissional, mas sempre amis-
toso e positivo. Sempre que contacte com um aluno,
tome nota da data e do propósito do contacto.
(...) A maioria dos alunos irá responder depois
de você ter iniciado o contacto. É importante que
eles compreendam que o contacto não é um even-
to esporádico, mas um processo contínuo. Siga os
alunos que não responderam o mais rapidamente
possível, para saber se receberam a sua mensagem e
porque é que não responderam.
135
(...) A experiência do aluno num curso divide-se
em várias etapas, e o tutor precisa de adaptar as suas
comunicações em conformidade. Estas etapas vão
desde um entusiasmo inicial ou apreensão, passando
pela ansiedade do primeiro trabalho (e possivelmen-
te ansiedade em posteriores trabalhos e exames) e ao
longo de todo o curso.
136
(...)Os estudos de educadores como Gibbs indi-
cam que os tutores podem incentivar estratégias de
aprendizagem aprofundadas, que forneçam motiva-
ção intrínseca, que apoiem a aprendizagem activa
e a interacção entre os alunos, e que ajudem os alu-
nos a integrarem os conhecimentos existentes com a
nova aprendizagem. Estas incluem:
• permitir aos alunos fazer escolhas na sua
aprendizagem
• criar um ambiente de aprendizagem apoiada
• incentivar a aprendizagem baseada em pro-
blemas
• incentivar a reflexão sobre o processo e o con-
teúdo da aprendizagem
• incentivar a aplicação do conhecimento,
através de actividades de aprendizagem e do traba-
lho em grupo
• oferecer aos alunos escolhas nas tarefas para
avaliação
• conceber uma avaliação que envolva a reso-
lução de problemas em vez de memorização.
137
suas notas irão permitir-lhe recuperar informações sobre
os alunos rapidamente quando os alunos o contactarem,
ou quando os administradores lhe pedirem informações
• poderá consultar as suas notas quando estiver
a pensar em estratégias para ajudar um aluno. Por
exemplo, ‘Tem acesso limitado a uma biblioteca’ irá
recordar-lhe que sugira fontes alternativas, em vez
de recomendar um trabalho de pesquisa especializa-
da que requeira muita pesquisa numa biblioteca
• outras pessoas esperam que você mantenha e
lhes dê informações actualizadas sobre a progressão
do aluno, como seja entrega de trabalhos, notas, e
quaisquer necessidades pessoais.
Assim, irá precisar de manter registros para:
• apoiar o seu trabalho como tutor de forma a
poder manter a continuidade e ir buscar informações
sobre o aluno quando precisar delas – as informações
serão extensas, documentando as suas comunicações
com cada aluno e a actividade de cada aluno
• manter registros formais num formato esta-
belecido pela instituição de ensino, de forma a que
as informações possam ser usadas para fins oficiais
• manter um registro das datas mais importan-
tes para o curso e para a instituição de ensino, como
sejam datas de trabalhos, datas de exames e férias.
As informações que você registra para os seus
fins como tutor irão depender do que você precisa de
saber sobre os seus alunos como tutor.
138
(...) Para confirmar os requisitos da sua insti-
tuição no que diz respeito à manutenção de regis-
tros, você poderá ter de consultar o pessoal admi-
nistrativo da sua instituição. Deve confirmar ter
identificado todas as informações de que necessita, e
em conformidade com a legislação sobre a protecção
de dados no seu contexto.
139
tos sobre comunicação e resolução de problemas, e de
conhecimentos sobre:
• os regulamentos acadêmicos e administrati-
vos que regem o EAD na sua situação
• directrizes e protocolos sobre as questões ad-
ministrativas que você pode tratar, e quais as que
deverá delegar, e a quem.
• os papéis dos administradores do EAD, as
suas áreas de responsabilidade, e como contactá-los.
Neste papel, poderão pedir aos tutores que expli-
quem aos alunos:
• a sequência dos cursos, e a razão para essa se-
quência
• quais os pré-requisitos para um ou mais cur-
sos, e se os alunos podem provar que reúnem esses
pré-requisitos através de Prior Learning Assessment
and Recognition (PLAR) (avaliação e reconheci-
mento prévio da aprendizagem)
• as razões e a finalidade dos métodos de ava-
liação usados num curso
• um requisito institucional para um curso,
programa, ou avaliação
(...) O tutor poderá ter também de explicar à
instituição (ao administrador que trate do tipo de
situação) a situação de um aluno que não pode fazer
o seu trabalho final, devido a uma crise familiar.
Fonte: Instituto Nacional de Educação a Distância. Tutoria
em EAD – Um manual para tutores. Commonwealth of Learning.
140
Disponível em: http://www.abed.org.br/col/tutoriaead.pdf
4. Afetividade Em EaD
141
to mediador das relações sociais. Verifica indícios
de afetividade em fóruns realizados no Módulo
Introdutório do Ciclo Básico do Programa de For-
mação Continuada em Mídias na Educação/MEC,
ressaltando o papel do tutor enquanto promotor da
afetividade necessária à aprendizagem colaborativa
142
Ao tutor, no início de uma nova atividade, tur-
ma ou projeto, é importante a pesquisa e obtenção
dos dados referentes ao perfil dos alunos e o públi-
co-alvo do curso em questão.
143
aluno de EAD ter de cinco a 10 anos mais do que o estudante
tradicional, ser casado e ter filhos na maioria dos casos, ele
também é uma pessoa motivada e organizada.
— Um curso a distância não é para qualquer um. O aluno
precisa ter características específicas: não pode ser uma pessoa
que precise da atenção ativa do professor e deve ter disciplina
— diz Litto.
A organização e a disciplina devem ainda estar acompa-
nhadas da automotivação, pois, apesar de contar com a ajuda
do professor, do tutor e dos colegas, ele também precisa ter
muita vontade de estudar, pois o contato com essas pessoas é
quase sempre virtual.
— Os cursos a distância são melhores para pessoas mais
velhas, com maior capacidade de autogerenciamento. Normal-
mente, os jovens precisam do contato presencial mais frequen-
te — opina Sérgio Franco, presidente da Rede Gaúcha de En-
sino Superior a Distância (Regesd).
No que pensar na hora de escolher um curso em EAD
No Brasil, nem sempre o estudante opta por um curso a
distância por ter o perfil para a modalidade, mas pela dificulda-
de de chegar aos grandes centros e, consequentemente, às boas
universidades. Essa é a opinião de Sérgio Franco, presidente da
Rede Gaúcha de Ensino Superior a distância (Regesd) e mem-
bro do Conselho Nacional da Educação, ligado ao Ministério
da Educação.
— Em países como a França, o Canadá, a África do Sul
e a Alemanha, isso não acontece. Nesses lugares, a educação a
distância já está mais consolidada — diz Franco.
144
O ideal, segundo os especialistas, é que a pessoa opte pela
modalidade por ter um perfil adequado. É mais fácil ajustar um
curso a distância à rotina, mas é preciso também abrir espaço
e se organizar.
Curiosidades
> Do total de 30.420 cursos de graduação, 29.376
(96,6%) são na modalidade presencial, e 1.044 (3,4%), na mo-
dalidade a distância.
> Segundo o Censo da Educação Superior de 2011, do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), a idade dos alunos que ingressam em um curso
de graduação a distância varia mais do que em um curso pre-
sencial, ficando na média de 33 anos.
Fonte: Inep/MEC
> A maioria dos alunos de cursos EAD estuda e trabalha,
e a maior porcentagem de alunos que somente estudam é for-
mada por aqueles que estão cursando disciplinas obrigatórias
em EAD de cursos presenciais
Fonte: Associação Brasileira de Educação a distância
O que é preciso para ser um aluno de educação a dis-
tância
> Ter capacidade de automotivação
> Ser organizado
> Saber ler com foco
> Conseguir se autogerenciar, sem precisar da interven-
ção sistemática do professor ou dos colegas
> Internet de qualidade à disposição
> Ter facilidade com os ambientes virtuais
145
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noti-
cia/2013/06/conheca-o-perfil-de-aluno-que-busca-a-modalida-
de-de-educacao-a-distancia-4158455.html
146
do novos caminhos para superar problemas e fazer
emergir novas práticas educativas (LIMA, 2002).
147
pontos fortes e fracos como alunos; feedback sobre a
qualidade das actividades e recursos do curso, e um
mecanismo para verificar os resultados alcançados
pelos alunos
•a instituição – com a prova de terem sido al-
cançados os objectivos visados, validação de cursos e
programas, e feedback sobre a eficácia das estratégias
de ensino e aprendizagem.
•a sociedade – com a confirmação de que os
alunos alcançaram um determinado standard e es-
tão preparados para certas ocupações, e informações
sobre a eficácia da instrução numa determinada ins-
tituição.
Fonte: www.abed.org.br/col/tutoriaead.pdf
Para os alunos, a avalia- A avaliação ajuda o tutor
ção pode: a:
Servir para verificar os pro-
Identificar áreas de compre-
gressos feitos, indicando o
ensão da matéria dos alunos
que foi conseguido, e o que
individualmente.
precisa de ser feito.
Avaliar as competências
de estudo, como sejam as
Fornecer uma nota que sirva 'competências acadêmicas'
de ponto de referência para na pesquisa, na escrita, ou na
futuro trabalho. análise, ou as competências
técnicas na aplicação prática
de princípios.
Localizar áreas de dificulda-
Criar oportunidades de fazer de relacionadas com a falta
perguntas ao tutor ou levan- de bases ou com uma área
tar questões relacionadas mais fraca, e a desenvolver
com o conteúdo. estratégias para ajudar o alu-
no a lidar com a dificuldade.
148
Saber mais sobre os interes-
Esclarecer padrões espera-
ses e preocupações individu-
dos para os trabalhos.
ais do aluno.
Identificar padrões de erros
Fornecer informações sobre
no trabalho de grupos de
recursos adicionais para
alunos que possam indicar
responder a áreas fracas ou
problemas com materiais
seguir tópicos com maior
do curso ou com estratégias
profundidade.
instrucionais.
149
• meio de verificar e validar o que foi alcança-
do pelos alunos
• indicadores dos pontos fortes e fracos dos ma-
teriais do curso
• indicadores para a instituição de ensino de
questões de qualidade.
Iremos considerar cada um destes objectivos da
avaliação no EAD em maior profundidade.
150
midade. Alguns trabalham de uma forma experimen-
tal: primeiro tentam fazer o trabalho, e recorrem aos
materiais do curso quando encontram algo que não
conseguem fazer. Assim sendo, trabalhos que sejam in-
consistentes com os objectivos ou o conteúdo do curso
poderão conduzi-los na direcção errada.
(...)
INDICADORES DE PROGRESSÃO
Alunos e tutores contam com as actividades dos
trabalhos para:
• terem uma noção do progresso feito
• identificar os pontos fortes e fracos dos alunos
• diagnosticar áreas que necessitem de reforço
ou correcção.
Importante para os alunos do EAD, as avaliações
respondem à questão ‘Como é que me estou a sair?’ Os
alunos do EAD contam com o feedback e os comentá-
rios do tutor, porque estão distanciados do contexto de
aprendizagem e não recebem o feedback informal que
os alunos recebem num ambiente presencial. Os alunos
adultos que regressam a uma aprendizagem formal po-
derão sentir falta de confiança nas suas competências
e conhecimentos, e por isso ter uma maior necessidade
de feedback externo, confirmando a sua competência
como alunos. Como diz um aluno:
‘Estudar o curso, em comparação com o fazer o
trabalho, é como a diferença entre praticar um des-
porto e competir’. (SSRG/45/2002)
151
(...)
UM PONTO FOCAL PARA O DIÁLOGO
As actividades de avaliação são um ponto focal
para as actividades instrucionais e de tutoria. Alu-
nos que estejam relutantes em contactar o tutor po-
derão ter maior facilidade em fazer perguntas sobre
trabalhos do que em colocar questões gerais sobre o
curso. Os trabalhos e as avaliações devem estimular
o diálogo sobre os conceitos no curso e os desafios no
material. A preparação de um trabalho e a obtenção
de feedback pode iniciar um diálogo entre o aluno e
o tutor, ou entre um grupo de alunos e o tutor.
152
As preocupações com a validação podem ser cor-
respondidas, sem colidir com os objectivos e a filosofia
do curso, com actividades de avaliação e estratégias de
classificação que incluem: • trabalhos que requerem al-
gum input baseado na experiência do aluno • trabalhos
que são cumulativos, de forma a que cada trabalho se
baseie no anterior • interligando componentes em tra-
balhos que têm de ser consistentes no estilo e no tema,
como sejam actividades de reflexão entregues durante
o curso, e um diário de aprendizagem entregue no fim.
153
lidade, como seja a eficiência do curso, a adequação
dos pré- requisitos, standards de admissão, e standar-
ds para a conclusão do curso. Se um número signifi-
cativo de alunos que correspondia aos standards de
admissão e cumpria os pré-requisitos fracassar em
etapas do processo de avaliação, poderá haver um
problema com o curso, com as estratégias instrucio-
nais, ou os requisitos serem muito avançados.
As informações reunidas através do processo de
avaliação podem ser usadas para identificar proble-
mas, para documentar a eficiência de materiais de
curso, ou para destacar diferenças entre os diferentes
grupos de tutores ou estratégias.
154
• razões claras e um método pedagógico con-
sistente
• valores, objectivos, standards e critérios ex-
plícitos
• tarefas autênticas e holísticas
• estrutura facilitante (o equilíbrio certo entre
encaminhamento e flexibilidade)
• avaliação formativa suficiente e atempada
• consciência do contexto de aprendizagem e
percepções.
155
alunos e que dêem um tratamento igual a trabalhos
com valor idêntico.
Claros
Na concepção dos trabalhos, a clareza assegura
que a tarefa é fácil de compreender e sem ambiguidades.
Na avaliação dos alunos, os princípios e os métodos de
avaliação devem ser apresentados com clareza, quan-
do é dada a tarefa de avaliação, para que os alunos os
possam utilizar como guias na realização do trabalho.
Centrais
Os trabalhos devem ser concebidos de forma
a que a tarefa solicitada esteja relacionada com um
elemento importante do curso, de forma a desenvol-
ver e testar os conhecimentos e as competências cen-
trais ao conteúdo do curso. A avaliação dos alunos
deve centrar-se nos objectivos e nos elementos essen-
ciais do trabalho.
Convenientemente exigentes
Na concepção dos trabalhos, a tarefa a realizar
deverá ser tal que a maioria dos alunos a possa fa-
zer bem, mas deve testar ou desenvolver novas com-
petências e conhecimentos. A avaliação dos alunos
deve basear-se em expectativas razoáveis em relação
aos alunos nesse contexto, considerando os objecti-
vos, o conteúdo e o nível do curso.
Interessantes
A tarefa de avaliação deve ser intrinsecamente
interessante para os alunos, e a sua execução valer a
156
pena, em vez de apenas se exigir a execução de exer-
cícios irrelevantes. A avaliação dos alunos deve re-
lacionar-se com os interesses e objectivos dos alunos,
e com os objectivos do curso.
Responsivos
Na sua concepção, o trabalho deve permitir aos
alunos seguirem os seus próprios interesses ou aplicarem
aquilo que aprenderam a uma situação prática, ou ao
seu próprio contexto. A avaliação dos alunos deve reco-
nhecer as diligências dos alunos na abordagem dos seus
interesses específicos e contexto no seu trabalho.
Útil para a próxima etapa de aprendizagem
Os trabalhos e as avaliações devem fornecer
uma orientação quanto às estratégias de aprendiza-
gem e conceitos mais importantes na etapa seguinte
do curso ou de outros cursos.
Eficazes
Os trabalhos devem permitir aos alunos de-
monstrarem a sua interpretação do conteúdo do
curso. A avaliação dos alunos deve identificar clara-
mente a interpretação e as competências dos alunos
quanto a um determinado aspecto do curso, e permi-
tir aos tutores diagnosticarem os pontos fortes e fra-
cos dos alunos e fornecerem um feedback adequado.
Flexíveis
Á execução dos trabalhos deve ser viável para
alunos com diferentes níveis de conhecimentos e
competências, trabalhando a um nível que seja apro-
157
priado para eles, aumentando-se ou diminuindo-se a
complexidade do trabalho conforme as suas necessi-
dades. A avaliação dos alunos deve ser adaptável às
necessidades dos alunos, ao mesmo tempo que deve
manter os standards acadêmicos.
Fomentar aprendizagem e diálogo
Quer os trabalhos quer a avaliação dos alunos de-
vem promover a discussão entre o tutor e o aluno sobre
o trabalho do aluno e sobre os conceitos no curso.
Fonte: www.abed.org.br/col/tutoriaead.pdf
158
Tipos de traba- Competências e Estratégias de
lhos conhecimentos classificação
Temas, relatórios, Pensamento críti- Dê feedback so-
diários. co e fazer juízos. bre cada tópico
principal e sobre
métodos de apre-
sentação. Atribua
a nota à qualidade
da análise, clareza,
coerência e pleni-
tude.
Trabalho indivi- Resolução de Dê feedback so-
dual ou em grupo problemas e de- bre o processo e o
sobre case studies, senvolvimento de resultado. Atribua
cenários. planos. nota à coerência e
plenitude de análi-
se e soluções, mé-
todos de apresen-
tação e provas de
efetividade de in-
teração em grupo.
Resolução de pro- Aplicação de co- Dê feedback sobre
blemas específicos nhecimentos téc- o processo, esco-
da disciplina (ma- nicos à resolução lha da metodolo-
temática, ciências, de problemas. gia, métodos de
medicina). aplicação, precisão
e clareza. Atribua
nota a processos e
resultados.
Avaliação em la- Execução de pro- Dê feedback so-
boratório ou no cedimentos e téc- bre a escolha e a
local de trabalho, nicas de demons- aplicação de mé-
d e m o n s t r a ç õ e s tração. todos. Atribua
em vídeo, reuniões nota ao processo,
on-site. resultados, conhe-
cimentos e com-
petências demons-
trados.
159
Contratos de Gestão e desen- Dê feedback so-
aprendizagem, di- volvimento pró- bre a plenitude e
ários de aprendi- prio coerência. Atribua
zagem, portfólios. nota à análise, à
sua aplicação na
prática, e à quali-
dade da apresenta-
ção dos portfólios.
Desenvolver uma Aceder e gerir in- Dê feedback so-
base de dados ou formações bre a identificação
bibliografia ano- da tarefa, plane-
tada, execução de jamento e imple-
uma tarefa que mentação. Atribua
requeira reunir in- nota à consistência
formações ou da- da análise e aplica-
dos de pesquisa. ção, plenitude e
coerência da pes-
quisa.
Projetos, portfó- Concepção, cria- Dê feedback sobre
lios, atuações em ção e execução a análise, planeja-
vídeo ou cassete mento, concepção
de áudio. e implementação.
Atribua nota ao
processo, resulta-
do, prova de uso
eletivo de compe-
tências e qualidade
da apresentação.
Relatórios, diários, Comunicação Dê feedback so-
temas, gráficos, bre a análise, sele-
mapas, debates em ção de métodos e
direto ou gravados meios de comuni-
em vídeo ou áu- cação, eficácia da
dio, apresentações, aplicação de méto-
encenações, deba- dos. Atribua nota
tes em conferência ao processo, resul-
por computador. tado, uso eficiente
de competências,
adequação e eficá-
cia da aplicação de
métodos/meios.
Fonte: www.abed.org.br/col/tutoriaead.pdf
160
Apresentamos diferentes informações em um
contexto macro sobre a atuação e as práticas de tu-
toria em EaD.
Pretendemos que o estudo deste material seja
mais uma fonte de contribuição à ampliação de seus
conhecimentos e que traga a você, aluno (a), o incen-
tivo para pesquisar e aprimorar-se nesta área.
A importância deste estudo não está em de-
corar todas as informações apresentadas, e sim,
em confrontá-las com outras fontes, de forma a
construir e assimilar, em seu contexto, conheci-
mentos úteis que o conduzam à excelência em sua
aplicação profissional.
161
Exercícios Propostos
162
Referências
BRANDÃO, H. P. GUIMARÃES, T. de A.
Gestão de competências e gestão de desempe-
nho: tecnologias distintas ou instrumentos de
um mesmo construtor? RAE, São Paulo, v. 41,
n. 1, Jan./Mar. 2001. Disponível em: <http://rae.
fgv.br/rae/vol41-num1-2001/gestao-competencias-
-gestao-desempenho-tecnologias-distintas-ou-ins-
trumentos-mesm>. Acesso em 22 jul.2013.