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“Genética da doença Xeroderma Pigmentoso”

MAYARA AMABILE PETERSEN TEIXEIRA


Disciplina: Genética Geral
Curso: Psicologia – 1o Período – noite
Professor: Luiz Fernando Ribeiro

Curitiba
2010
A doença chamada Xeroderma Pigmentoso é genética, e tem como
principais sintomas a sensibilidade à luz solar.
é uma fotogenodermatose na qual ocorre grande sensibilidade à radiação UV,
bem como alterações no processo de reparação do DNA, distúrbios na
pigmentação cutânea com aparecimento de lesões distróficas suscetíveis de se
transformarem em câncer de pele. São comuns também problemas oculares e
neurológicos, sendo em muitos casos a fotofobia o primeiro sintoma
perceptível.
XP é uma doença rara, cuja incidência na população mundial é de 2 a 4
casos por milhão(5,10). Tais valores sofrem ampla variação geográfica. Nos
EUA, por exemplo, o número de casos é reduzido a um por milhão. No entanto,
em outras regiões como Norte da África (Tunísia, Argélia, Marrocos, Líbia e
Egito), Oriente Médio (Turquia, Síria e Israel) e Japão a incidência sobe para
cerca de 10 a 15 casos por milhão, particularmente em comunidades onde o
casamento consanguíneo é comum.
Atinge indistintamente a ambos os sexos, podendo surgir em qualquer
raça, sendo a doença normalmente detectada antes dos 12 anos de idade(4,7).
Conforme descrito por Kraemer, no Brasil, entre 1953 e 1995 foram reportados
48 casos de pacientes com XP 15 deles tiveram acompanhamento médico,
sendo que em oito destes a consanguinidade esteve presente. Todos
apresentaram carcinoma espinocelular e 14 basocelular oito apresentaram
melanoma maligno(5). Esporcatte et al. relataram também o caso de três
irmãos da raça negra, procedentes de uma área rural do Estado do Rio de
Janeiro, acometidos pela doença. A idade dos pacientes era de 3, 5 e 13 anos,
respectivamente.
O câncer de pele representa a maior causa de mortalidade nestes
pacientes. A idade média de aparecimento da primeira lesão cancerosa (mais
comumente carcinomas baso e espino celulares) é por volta dos oito anos, ao
passo que na população geral é aos 58 anos. Pacientes com XP e idade
inferior a 20 anos possuem risco aumentado em 2.000 vezes de
desenvolverem melanoma.

Podemos considerar que essa doença é causada por uma mutação


genética, por um organismo chamado dímeros de pirimidinas, formado por
duas bases pirimidínicas sucessivas ou espacialmente próximas numa
seqüência de DNA, unidas por uma ligação covalente. É um composto
relativamente estável, resistente a ação de agentes químicos e enzimas. Sua
formação está condicionada a agentes externos, e portanto é considerado um
dano ao material genético, e sua presença pode impedir o processo de
replicação do DNA, causando morte celular.
Os dímeros de pirimidina são formados principalmente mediante a ação
de radiação ionizante. A radiação promove a quebra das ligações entre as
pirimidinas e as purinas na fita oposta e a pronta união entre as pirimidinas
adjacentes, ou próximas entre si por ocasião de uma dobra na cadeia. A
estabilidade desta nova ligação faz com que as duas fitas do DNA percam
permanentemente o contato entre si nos pontos onde os dímeros são
formados, prejudicando a codificação de RNA e comprometendo as funções da
célula ainda em intérfase. No momento da replicação celular, a enzima DNA-
Polimerase é a responsável pelo reconhecimento e correção de danos nas fitas
de DNA, bem como pela sua separação e síntese de novas fitas. No entanto,
esta enzima é incapaz de corrigir os dímeros de pirimidina, bem como de
reconhecer estas bases pirimidínicas no momento da separação das fitas e da
polimerização de novas fitas, virtualmente paralisando todo o processo de
replicação de maneira irreversível. O DNA então se torna inoperante, causando
a morte celular.
As lesões cutâneas estão presentes nos primeiros anos de vida
evoluindo de forma lenta e progressiva e estão diretamente relacionadas à
exposição solar; aos 18 meses cerca de 50% dos indivíduos afetados
apresentam algum tipo de lesão cutânea nas áreas de exposição solar, aos
quatro anos cerca de 75%, e aos 15 anos, 95%. Os primeiros sinais clínicos
iniciam-se em forma de eritema (vermelhidão da pele produzida pela congestão
dos capilares), descamação, hiperpigmentação difusa e lesões cutâneas que
se assemelham a sardas. A evolução das lesões cutâneas leva ao
aparecimento de áreas de despigmentação, telangiectasias (dilatação
permanente de vasos sanguíneos da pele, criando pequenas lesões vermelhas
focais), atrofia cutânea e ceratoses actínicas (lesões pré-malignas). Podem
então aparecer os mais variados tipos de câncer da pele, mais comumente
carcinomas basocelulares e espinocelulares, com menor freqüência
melanomas.

Como vimos, o caso de Sara foi provocado por um problema em seus


genes, pelo falo de seus pais serem consangüíneos. Esses genes têm a função
de detectar e consertar as alterações nas estruturas de DNA causador pelo raio
UV. O que não acontece com Sara, pois as células alteradas pela luz não são
corrigidas podendo-se transformar em câncer de pele.
Referências:

Dalva Baptista D´Aurea Machado, Estrela. Apresenta os principais aspectos


relacionados ao xeroderma pigmentoso. Dispoível em:
http://www.gbeth.org.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=177&catid=24&Itemid=6. Acesso em 23
de agosto de 2010.

Doenças causadas por defeitos no reparo do DNA: Xeroderma pigmentoso,


Síndrome de Cockayne e Tricotiodistrofia. Disponível em:
http://genoma.ib.usp.br/pesquisas/doencas_xeroderma-pigmentoso.php.
Acesso em 24 de agosto de 2010.

Minelli ,Lorivaldo. Santos Gon, Airton. Regina Siega, Flávia. Xeroderma


pigmentoso. Disponível em: http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?
fase=r003&id_materia=4045. Acesso em 24 de agosto de 2010.

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