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MATERIAL DE APOIO

Disciplina: Criminologia
Professor: Gustavo Junqueira
Aulas: 01 e 02 | Data: 19/02/2016

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

MODERNOS MOVIMENTOS DE POLÍCIA CRIMINAL


1) MOVIMENTO DE LEI E ORDEM
2) MOVIMENTO DO DIREITO PENAL DO INIMIGO
3) GARANTISMO PENAL
4) ABOLICIONISMO PENAL

MODERNOS MOVIMENTOS DE POLÍCIA CRIMINAL

Existem 4 movimentos:

a) movimento de lei e ordem.

b) movimento do direito penal do inimigo.

c) movimento do garantismo penal.

d) movimento do abolicionismo penal.

1) MOVIMENTO DE LEI E ORDEM:

James Wilson (“Pensando sobre o crime”)

George Kelling (“Concertando janelas quebras”)

Ralf Dahendorf (“Lei e Ordem”)

É necessária o uma reação em favor da comunidade honesta e ordeira que é majoritária. O interesse da
coletividade honesta deve prevalecer diante da minoria desonesta. A polícia foi organizada para manter a ordem.
Hoje a principal função é a investigação de crimes. A função original deveria ser revalorizada.

Deve ser incrementado o poder da polícia com menor controle judicial: “as pessoas do bairro não querem
nem precisam de um juiz para julgar vagabundos, mendigos e prostitutas. O Policial é suficiente e mais eficiente
se tiver liberdade de atuação” (Wilson). Bêbados, mendigos e prostitutas são capazes de destroçar uma
comunidade mais rápido que uma equipe de profissionais. Mais que tratar a doença , a polícia deve promover a
saúde.

Deve ser empregar forte intervenção diante de pequenas infrações (tolerância zero): teoria das janelas
quebradas. A teoria das janelas quebradas se refere a uma metáfora e a um experimento, a metáfora da casa: A
sociedade é comparada a uma casa em ruinas. A reforma deve ser iniciada não pela fundação, mas pela vidraça
para comunicar a existem da ordem. O experimento: foi feito por Zimbardo. Dois carros são posicionados em dois
bairros próximos, mas com diferença de renda. Quebrada a vidraça do primeiro carro (bairro pobre), o veículo é
alvo de furto e destruição enquanto o outro permanece intacto. Em momento posterior o segundo carro tem o

DELEGADO CIVIL DIURNO


CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
vidro quebrado e também é alvo de furto e destruição. O experimento demostra que não é a pobreza que gera o
crime, mas sim a sensação de abandono.

Dahendorf argumenta que mesmo que o número de crimes violentos não diminua o movimento é
legítimo pois o cidadão tem direito a sensação de segurança.

2) MOVIMENTO DO DIREITO PENAL DO INIMIGO:

Gunther Jakobs (“Direito penal do inimigo”).

Base: distinção cidadão X inimigo.

Inspiração: autores clássicos como Hobbes, Kant, Rousseau.

O cidadão participa do contrato social e se praticar crimes será processado e punido de acordo com as
regras do contrato. O Inimigo se coloca fora do contrato e atenta contra sua existência. Será respeitada sua opção
de esta fora do contrato, mas não terá direito aos limites e regras do contrato.

Jakobs parte da premissa que a base da sociedade é a comunicação e a função do direito é a manutenção
das expectativas essenciais para a vida em sociedade. O cidadão mesmo depois de praticar um crime continua
como uma fonte de expectativas confiáveis (terceiros fazem negócios com eles, frequentam a casa). O inimigo
pratica crimes tão graves que deixa de ser uma fonte de expectativas confiáveis, não participa do processo
regular de comunicação. O inimigo é uma fonte de perigos que deve ser eliminada.

Silva Sanches explica o inimigo a partir das velocidades do direito penal:

1ª) direito penal clássico: altas penas e altas garantias.

2ª) direito penal consensual: baixa penas e baixas garantias

3ª) direito penal do inimigo: altas penas e baixas garantias

3) GARANTISMO PENAL:

Ferrajoli (“Direito e razão”)

Busca uma releitura do direito penal clássico. “O garantismo se opõe ao autoritarismo e ao decisionismo.
É o governo das leis e não dos homens. É o direito penal mínimo contra o máximo”.

Ferrajoli despreza a distinção direito natural X direito positivo, pois os direitos humanos já foram
positivados. Para o autor o grande conflito atual está na normatividade X efetividade.

Duas grandes bases:

a) diminuição da violência: toda violência deve ser diminuída: a violência do crime e a violência da
pena, pois não adiantaria trocar uma pela outra.

b) proteção do oprimido: em três momentos:

1º: momento do crime: é a vítima.

2º: momento do processo: é o réu.

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3º: momento da execução: é o condenado.

4) ABOLICIONISMO PENAL:

Hulsman (“Penas perdidas”)

Christie (“Uma quantidade razoável de crime”)

O direito penal é o pior dos instrumentos de solução de conflito. Outros instrumentos são mais racionais e
eficazes. (lembrar da metáfora da república dos estudantes - televisão).

Na metáfora Hulsman contrapõe a solução punitiva a uma medida reparadora, a um tratamento e uma
reconstrução na comunidade e conclui que a punitiva é a pior.

Para Hulsman o direito penal é seletivo e discriminatório.

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