Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Processo Penal Aulas Teoricas
Processo Penal Aulas Teoricas
2012/2013
O processo penal não serve para apanhar o criminoso; o criminoso só surge no trânsito
em julgado da sentença. Até lá (até ao trânsito em julgado da sentença) chama-se
arguido e presume-se inocente.
É preciso que esta coisa de o direito penal ser declarado e executado no processo
penal é uma garantia fundamental dos cidadãos. Tal encontra-se afirmado na reserva
dos tribunais (art.29º CRP). A CRP não diz que ninguém pode ser punido por, mas sim
que ‘’Ninguém pode ser sentenciado criminalmente senão em virtude de lei anterior
que declare punível (…)’’. A Jurisdição é o fim que qualifica o processo, e não a sua
marca. Tal não significa que o processo penal seja todo ele dominado por um tribunal
e que em todos os momentos ele tenha de intervir. A organização do processo pode
determinar que tal se encontre nas mãos do MP e não do tribunal.
Tal explica porque é que o arguido tem de ser a principal pessoa no processo: o
arguido não é o criminoso, mas é uma pessoa e por motivos de igualdade chama-se o
ao processo para esclarecer os factos. Deste modo, nós só podemos dizer que o
Processo Penal visa, na fase da declarativa, a declaração do direito penal se nessa
fase podermos incluir também a sentença de absolvição. O processo penal não visa a
declaração do direito penal, mas sim o caso julgado (decisão que se tornou
indiscutível depois de uma discussão processual sobre uma questão). O tribunal é o
foro onde se discute a prática do crime ou a sua inexistência.
Note-se que o art. 126º CPP e o art. 32º/8 CRP relacionam-se com o meio processual,
sendo que todos os meios ilegais podem ser meios que no caso concreto sejam os
únicos e mesmo sendo eficaz mas não são processualmente admissíveis. Existe uma
juridicidade diferente. Uma coisa é discutir se houve crime ou não, qual o crime e qual
a sentença; outra coisa é saber como processar (justamente ou injustamente).
O Processo Penal tem uma relevância fundamental no Estado de Direito: a maioria dos
acórdãos do Tribunal Constitucional em fiscalização concreta, o processo penal é a
área que tem maior incidência. No processo penal é que no fundo se organiza; o
processo penal é fundamental para saber o estado em que se encontram os nossos
direitos fundamentais, nomeadamente na preservação da inocência. Na forma em
que o processo penal está organizado quem surge na fase declarativa é o arguido,
que muitas vezes é inocente, e podem surgir indícios da prática do crime e mesmo
assim o arguido estar inocente. Além da preservação da inocência, o processo penal
é fundamental para a garantia dos nossos direitos fundamentais: muitas vezes, diz-se
que o processo penal tem excesso de garantias, mas por detrás de tal, está muitas
vezes o pressuposto de que arguido = criminoso, mas pensando bem, o processo
penal tem possibilidade evasivas da nossa esfera jurídica que mais nenhum processo
tem (escutas telefónicas, pedidos de estratos bancários, etc.). No processo penal,
dentro dos parâmetros proporcionais, o legislador diz que o esclarecimento de crimes
permite restrições da liberdade, da privacidade, do bom nome (quando os processos
penais são públicos). Ou seja as restrições dos direitos fundamentais devem-se ao fim
de esclarecimento da prática ou não de um crime. Uma deficiente regulamentação
Qual o tipo essencial de processo? Como é que o processo está organizado? Qual a
sua estrutura? Quais os vectores, linhas, que oferecem a feição essencial do processo?
Qual as escolhas fundamentais que permitem a escolha do tipo de processo? Qual o
modelo essencial do processo penal?
O juiz procura da verdade material, não estando limitado pela actuação probatória
do acusador e pelas alegações. O juiz tem um papel activo.
O processo inquisitório era o processo romano extraordinário, que nunca entre nós foi
verdadeiramente uma regra, mas na prática tornou-se o processo mais frequente.
Cada vez mais, à medida que a sociedade foi crescendo, o sistema passou a
depender menos do impulso dos particulares. Posteriormente, foi adoptado pelo
direito da igreja, mas é um processo que dominou as ordens jurídicas até ao
liberalismo, mais exactamente o processo penal reformado que apareceu no código
de instrução penal. A legislação liberal procurou ser um processo de natureza mista,
uma vez que procurava um processo com elementos de cada um dos modelos do
processo. Estamos face a um regresso ao processo acusatória, uma vez que procurava
se o sossego do tribunal enquanto alguém lhe formulasse uma acusação, se desseuma
oportunidade de defesa ao arguido, tendo por fim a garantia da defesa, mediante a
imparcialidade do juiz.
O Actual Processo Penal Português é acusatório quando à estrutura essencial, mas tem
aspectos inquisitórios.
Art. 32º/5 I parte CRP: o tribunal não pode nem mexer-se sem
acusação, nem exceder os limites da acusação.
Na Promoção
ÂMBITO DE INTRODUÇÃO
No CPP
E não por crime semi-público (art. 49º): crimes cujo procedimento depende de
queixa (exemplo: crimes contra o património sem violência)
Não é a mesma coisa dizer réu no processo civil e arguido no processo penal: a
simples submissão de uma pessoa a processo envolve uma restrição da sua esfera
jurídica de liberdade. A submissão a julgamento trás uma restrição para a esfera
jurídica da pessoa, que começa por ser no direito à honra, mas que depois também é
sempre de uma forma restrita de outros aspectos (qualquer arguido é submetido ao
termo de identidade e residência) e além disso ainda pode estar suspenso do
exercício de funções, preso preventivamente, etc. Não se pode sentar no banco dos
réusalguém de cara lavada: o processo penal não pode começar pela petição inicial.
Primeiro em vez de o processo se iniciar com a petição inicial, como só pode ir a
julgamento alguém quando existir indivíduos suficientes da pratica dos factos por ele,
o processo penal antecipa-se a uma fase de investigação (recolha da prova da
pratica da infracção), depois discute-se se existem indícios ou não e só depois é que
se passa para o julgamento. A contestação do arguido só é apresentada na fase de
julgamento.
FIM DO INQUÉRITO
Na base do Inquérito está sempre uma notícia da infracção. Deve ser possível que
aquele crime tenha sido praticado de forma a possibilitar este inquérito. Trata-se de
uma informação que baseia o juízo de que o crime pode ter sido cometido, pelo que
conduz a uma dúvida sobre a pratica do crime o que dá origem ao processo.
Note-se que o MP tem a direcção do inquérito, mas pode acontecer que os actos de
investigação sejam realizados pela polícia ou por outras entidades que sejam
legalmente autorizadas a fazê-lo. A direcção da investigação compete sempre ao
MP, mas a pratica dos actos de investigação pode ser delegada por ele. Alguns actos
não cabem ao MP, nomeadamente as escutas, em que a decisão de autorização
cabe ao juiz a pedido do MP. Se durante o inquérito for necessário praticar actos que
restrinjam direitos fundamentais eles terão de ser praticados pelo juiz, apesar da
direcção do inquérito caber ao MP.
FASE INQUISITÓRIA
REVISÃO DE 2007
Denúncia (lato sensu) – art. 242º e ss e art. 53º/1 al. a): qualquer pessoa (não
sendo o MP nem os OPC) comunica um facto com relevância criminal.
Queixa – crimes semi públicos e particulares (art. 49º e ss): para além de
ser uma declaração de ciência é também uma declaração de
vontade (a violência doméstica já não é um crime semi público, mas os
crimes contra a honra (injúria, difamação, etc.) são). Exemplo: eu vi o
senhor X a chamar ao senhor Y ladrão. Os titulares do direito de queixa
encontram-se consagrados no art. 113º do C.Penal – ofendidos, ou seja
o titular do bem jurídico/objecto imediato violado que a lei quis
salvaguardar com a incriminação. Se uma pessoa for injuriada, mas
morrer antes de apresentar a queixa (prazo de 6 meses) tal direito
transmite-se aos seus herdeiros.
Nos CRIMES PARTICULARES, nos termos do art. 50º, o MP só tem legitimidade (só pode
haver processo e continuação deste) se o titular do direito violado apresentar a
queixa, assumir a posição processual enquanto assistente do processo e já em veste
de assistente vier a deduzir a sua acusação particular.
Nos CRIMES SEMI PÚBLICOS, nos termos do art. 49º, a legitimidade do MP está
condicionada à apresentação de uma queixa por parte do titular do direito
respectivo. Se o titular da queixa desistir de tal o MP não tem legitimidade para
prosseguir o processo.
Como o art. 48º é a regra geral, se não existir nenhuma norma que diga o contrário,
não existe qualquer restrição à legitimidade do MP pelo que se está face a crime
público. Quando existe uma restrição/limite à legitimidade do MP tal tem se encontrar
consagrado no CPenal. Exemplo: art. 101, 142º e 188º/2 (crime semi público) e nº3
(crime particular) do CPenal. Note-se que como o crime é particular a legitimidade do
MP encontra-se condicionada pelos requisitos do art. 50º/1 CPP.
Nos termos do art. 262º/2 consagra-se a abertura de inquéritos estando tal sujeito ao
Princípio da Legalidade.Adquirida a notícia do crime, o MP é obrigado a instaurar o
inquérito, não existindo aqui poderes de oportunidade. O MP está estritamente
vinculado ao princípio da legalidade. Quais são as excepções previstas no nº2 I parte?
CONTEÚDO
DURAÇÃO
ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO
Agora contrapõe-se por um lado os crimes públicos e semi públicos, e por outro lado
os crimes particulares: no fim do inquérito não existe qualquer diferença entre os dois
primeiros, mas por outro lado nos crimes particulares existem os requisitos do art. 50º.
Nos termos do art. 286º/1, a instrução tem como finalidade imediata e última, ou seja
visa a comprovação (confirmação?), isto é em rigor um meio de impugnação da
decisão tomada no encerramento do inquérito. Tem natureza impugnatória.
Nos termos do art. 286/2, a instrução tem caracter facultativo nos termos do
art. 287º consagra-se o requerimento. Se o MP arquiva e ninguém requer a
abertura de instrução, o processo fica arquivado, se o MP tiver acusado e
ninguém impugnar o processo vai directamente para a fase do julgamento.
Nos termos do art. 86º/6 al. a), já é pública (desde de 2007 – na fase de
instrução já não vigora o segredo de justiça)
CONTEÚDO
FASE DOS ACTOS DE INSTRUÇÃO: actos de produção de prova (1º - prova que
o requerente de abertura de instrução pede ao juiz que seja produzida; 2º - o
juiz pode ainda oficiosamente determinar a pratica dos actos de instrução que
considere ser necessáriospara a descoberta da verdade e também deferir
aqueles que considere desnecessários)
Requerimento
Despacho de Abertura
Encerramento
o Despacho de Pronúncia
Acusação
Abstenção
ALTERAÇÃO SUBSTANCIAL DOS FACTOS art. 1º al. f) – aquela que tenha por efeito a
imputação ao arguido de crime diverso ou a agravação dos limites máximos das
sanções aplicáveis.
ACTOS DE INSTRUÇÃO
Os actos de instrução não são obrigatórios nos termos do art. 288º/4 e nos termos do
art. 289º/1.
Excepto interrogatório do arguido, a seu pedido nos termos do art. 292º/2 II. Se
o arguido requerer o seu próprio interrogatório o juiz não pode recusa-lo ouvir.
Um dos direitos fundamentais do arguido é o direito ao silencio. É o único acto
de instrução obrigatório, desde que o arguido o requeira ao juiz de instrução.
Não existe repetição (caracter complementar), nos termos do art. 291º/3. Em princípio,
a prova que já tiver sido produzida na forma de inquérito não vai ser repetida, salvo se
se demonstrar que não foram cumpridas as formalidades exigidas ou mesmo assim
existe a necessidade da sua repetição.
Os actos de instrução possuem uma estrutura contraditória nos termos do art. 289º/2.
DEBATE INSTRUTÓRIO
A sua finalidade encontra-se consagrada no art. 298º: apenas uma discussão oral, em
que cada um dos sujeitos processuais vai dizer quanto à prova resultou ou não indícios
suficientes. Se se justificou a submissão do arguido a julgamento.
Nos termos do art. 297º/3 consagra-se a notificação do despacho que designa data.
Decisão Instrutória
Despacho de Pronúncia: nos casos em que o tribunal ache que exista indícios
suficientes da pratica do crime. Segue-se para a fase de julgamento.
Despacho de Não Pronúncia: não há indícios da pratica de crime, seja por que
razão for. O processo ficara arquivado e não segue para julgamento.
Quanto à Impugnabilidade:
Princípio Geral da Recorribilidade nos termos do art. 399º, salvo exista menção
expressa em sentido contrário.
Excepções:
Despacho Liminar
Quanto aos direitos do arguido tal não consubstancia um ónus e existe a irrelevância
probatória: (1) de falta de contestação; (2) de não imputação especificada, (3) de
confissão.
Princípios Estruturais:
Imediação: o tribunal só pode julgar com base na prova que tiver sido
produzida na audiência de julgamento. no inquérito, as intimações das
testemunhas são feitas de forma inquisitória (pelo MP, sem que os sujeitos
processuais estejam presentes)
Oralidade
Nos termos do art. 355º consagra-se a garantia da audiência quanto aos meios de
prova.
Outros Princípios
FONTES
FONTES INTERNACIONAIS
LEI ORDINÁRIA
O CPP é de 1987:
Foi elaborado pela Comissão revisora presidida pelo Prof. Figueiredo Dias,
sendo a lei de autorização legislativa a nº43/86, de 26 de Setembro. Foi
publicado em 1987 superando as divagações das legislações pós revolução e
repondo uma estrutura acusatória e um MP com função activa.
Existiram várias reformas, sendo que a de 1998 foi presidida pelo Prof. Germano
Marques da Silva.
INTERPRETAÇÃO
A interpretação da lei penal é feita de acordo com as regras gerais que se encontram
no CC. É importante desde já salientar que a presunção de inocência (in dubio pro
reo) não é cânone interpretativo. Se existir uma duvida na veracidade de um facto
essa duvida deverá considerar-se a favor do réu, mas não é uma interpretação, mas
apenas um género de ónus da prova. Como regra de decisão terá que se dizer que
não é uma regra de decisão da matéria de direito.
Ou seja: não é proibida a analogia sendo esta utilizada nos casos omissos, com
excepção dos sectores de processo penal indicados em que esta é proibida.
O princípio do juíz natural – art. 32º/9 CRP: existe uma divergência doutrinal.
Sujeitos
Objecto
Actos
Prova
Medidas de Coacção e de Garantia Patrimonial
Relações com Autoridade Estrangeiras
Formas do Processo
Respectivas Fases
O processo penal em sentido real só tem uma parte: o arguido (o facto de o processo
ser decidido da forma X ou da forma Y só tem influência na esfera jurídica do arguido
e nesse sentido o processo penal só tem uma parte). A consequência jurídica do crime
é uma restrição, é uma pena que passa pela esfera jurídica do arguido este é a única
parte em sentido material no processo. Contudo, nos termos do art. 71º quando está
em causa um pedido de indemnização também se podem considerar as partes civis
como partes em sentido material.
PRINCÍPIO DA JURISDIÇÃO
Nas sociedades mais complexas (leia-se as não tribais) para existir o exercício da
função jurisdicional a jurisdição tem de ser repartida por uma serie de tribunais.
Uma vez que é a CRP a proceder à distinção anterior (distinção entre ordens
jurisdicionais), o exercício da função processual quando não exercida pelos tribunais
judiciais ou militares gera um vicio de falta de jurisdição o que conduz como efeitos à
inexistência dos actos processuais. O conhecimento por uma ordem de tribunais que
não tem à partida jurisdição penal não é uma questão de mera incompetência mas
sim de inexistência. As nulidades insanáveis constantes do art. 119º al. a) ou e), por
exemplo, será muito mais grave o regime do juiz que não tem jurisdição. As nulidades
encontram-se sempre taxativamente previstas na lei. A decisão final será a da
inexistência, não transitando em julgado e não sendo exequível.
LOFTJ: como se reparte a jurisdição penal pelos tribunais judiciais? É uma lei
geral que não se limita à matéria penal, tratando ainda da matéria civil e
comercial. Interessa antes de mais a instituição tribunal: exemplo, tribunal da
comarca da Covilhã. Coloca-se numa perspectiva institucional: como é que a
jurisdição civil e criminal se distribui pelos órgãos tribunal que existem em PT?
COMPETÊNCIA MATERIAL
Em suma, nos termos do art. 13º/1 e 14º/1 é preciso analisar a competência qualitativa,
depois verifica-se o processo sumário e só no fim é que questionamos a competência
quantitativa.
O processo sumário não se aplica aos casos do art. 1º al. m) e nos casos que a partida
seriam da competência do tribunal colectivo e do júri de acordo com o critério
qualitativo de acordo com o art. 13º/1 e 14º/1, mas aplica-se aos homicídios, por
exemplo. Ou seja, por regra basta que exista flagrante delito para se aplicar o
processo sumário. Sempre que se aplicar o processo sumário tal é da competência do
tribunal singular.
Quanto ao Recurso, pode existir uma diferenciação na marcha do recurso: art. 12º/3
al. b) e 11º/4 al. b), sendo necessário ainda verificar o art. 432º e 427º.
Art. 19º CPP. Existem regras subsidiárias quando não e conhece o lugar da infracção.
REGRAS ESPECIAIS
INCOMPETÊNCIA
O CPP não tem a mesma perspectiva técnica que baseia a teoria dos pressupostos
processuais. A teoria das excepções dilatórias correspondem à falta de pressupostos
processuais. O nosso código de 29’ tratava de algumas excepções, mas no código
actual tal encontra-se um pouco deslocado para a teoria das nulidades.
Independência tem que a ter cada qual para a saber usar – PROF. CAVALEIRO
FERREIRA
TIPOS DE GARANTIAS
O MINISTÉRIO PÚBLICO
Primeiro é necessário saber qual o serviço que se pretende (função) e depois organiza-
se (órgão constitucional).
Muitas Vezes diz-se que o MP tem o monopólio da acção penal, mas tal não é
verdade em PT, uma vez
É verdade que o princípio é o da legalidade, é verdade que a CRP permite que este
seja um mero orientador do sistema. Actualmente, só o arquivamento em caso de
dispensa de pena é um caso que alem de ser uma hipótese de diversão, é também
uma manifestação do principio da oportunidade. Tem-se entendido que o ‘’pode’’ no
art. 280º, embora isto seja um problema meramente dogmático, consubstancia um
poder-dever (pode desde que se verifiquem os pressupostos: ‘’Se o processo for por
crime (…) dispensa de pena’’ – é um pressuposto!).
Criou-se no seio das Reformas Liberais, sendo entendido inicialmente como um órgão
que representava o poder executivo nos tribunais. O MP era um comissário do governo
junto dos tribunais judiciais. O que sucedeu ao longo de dois seculos de evolução,
uma evolução nem sempre liminar mas ate aos últimos tempos bastante certa, foi no
sentido de transformar o antigo funcionário (publico) do governo (directamente
dependente do Ministério, actualmente, designado de Justiça) numa magistratura.
Magistraturaessa que se traduz na hierarquia. A substancia hierárquica judiciaria nos
tribunais corresponde à possibilidade de decisão de recurso. Existe ainda que limitado
um poder de decisão da magistratura do MP. Primeiro olha-se para o MP num todo,
dentro do qual existe o poder hierárquico, e posteriormente à posição de cada
magistrado.
Nos termos do art. 2º do Estatuto do MP (EMP) e de acordo com o art. 219º/2 CRP, o
MP deve obediência à lei, sendo tal importante na autonomia relativa ao governo e
ao tribunal.
Nos termos do art. 219º/4 CRP consagra-se a inamovivelidade do MP, ou seja ‘’não
podem ser transferidos, suspensos, aposentados ou demitidos senão nos casos
previstos na lei’’.
Hierarquia
Complexidade
O CSMP como garante da autonomia dos magistrados
I – DA EXISTÊNCIA DO PROCESSO
Segundo o CPP todas as ilegalidades que não sejam nulidades dá lugar a uma mera
irregularidade como sucede no caso de incompetência do MP quando haja
competência do tribunal.
EXCEPÇÕES À OFICIALIDADE
RESTRIÇÕES:
QUEIXA
ACUSAÇÃO PARTICULAR
Análise do art. 49º CPP: o único condicionamento positivo é a queixa. Pode ele
queixar-se e nem sequer constituir-se assistente. Antes do CPP de 82’ nos crimes semi
públicos desde o momento da queixa o processo prosseguia tal qual como se fosse
um crime público. O condicionamento era puramente inicial. Actualmente, embora
seja necessário apenas a apresentação da queixa e embora seja verdade que não é
preciso que ele faça nada mais, mas ele mantém sempre o poder de desistir da
queixa: a vontade deleesta latente sobre o processo.
Não são sujeitos do processo, não tendo qualquer poder de promoção autónoma do
processo. São uns órgãos em principio puramente auxiliares e na realidade são órgãos
auxiliares de todas as autoridades judiciarias que intervém no processo (não só do MP).
O CPP apenas se refere aos OPC mas não indica em concreto quem eles são: faz uma
definição puramente formal (art. 1º al. c)) e distingue das autoridades de policia
criminal (art. 1º al. d)).
Análise do art. 257º: disposição que fala das autoridades de polícia criminal e não dos
OPC.
Nos termos do art. 3º consagra-se que os OPC são instituições (corporações) policiais,
tendo competência para a investigação criminal (policia judiciária ou criminal), ainda
que ao lado de competência para actividade preventiva (policia administrativa ou
preventiva).
COMPETÊNCIA
O arguido é o único que não cumpre uma função, mas que exerce um direito, o
direito de defesa: é contra ele que são dirigidas as acusações e é ele que exerce o
direito de defesa pelo que se compreende que seja a personagem central do
processo. É a única parte em sentido material, quanto à questão penal. Quando se
fala em arguido fala-se no princípio da defesa pessoal (quem confessa ou não os
factos é o arguido mas através das suas declarações que presta pessoalmente).
I – POSIÇÃO ESTÁTICA
EXIGÊNCIAS CONSTITUCIONAIS
Segundo o art. 32º/1 Ip CRP o processo criminal assegura todas as garantias da defesa.
Deste modo, o art. 32º/1 CRP consubstancia uma cláusula aberta. Ou seja trata-se da
apreciação do processo na sua globalidade, tendo o processo de ser justo e
equitativo. Sempre que uma determinada solução possa colocar em causa a
estratégia de defesa do arguido e a justiça e equidade, a solução adoptada pelo
código acabara por violar a constituição. Quando se fala da exigência do processo
equitativo e justo historicamente tal representava o direito ao recurso, mas existem
outros aspectos nomeadamente o art. 417º/2 (conclusões em recurso). Quando se fala
no direito ao recurso é necessário ter em consideração a opinião jurisprudencial: o
recurso tem algumas exigências formais, nomeadamente a necessidade de nele
constar as conclusões alguma jurisprudência considerava que quando as
conclusões eram muito extensas não eram conclusões, pelo que o recurso não tinha
conclusões, pelo que consequentemente não seria conhecido.
Nos termos do art. 60º CPP, o arguido é sujeito do processo. Nos termos do art. 61º
consagram-se os direitos e deveres do arguido.
Ao silêncio (al. d); art. 359º/2 CP (nova lei) e art. 133º/1 al. a)) – E? ele
sempre pode mentir; não é punível se mentir (≠ as testemunhas e o
assistente não podem mentir). O arguido no processo penal é uma
‘’parte’’. No tempo do modelo inquisitório, a tortura podia ser utilizada
para saber se o arguido estava ou não a falar a verdade (o arguido é
uma ‘’testemunha’’ muito importante). Do direito ao silêncio deriva o
direito global de não ser obrigado a colaborar na sua própria
incriminação. Note-se que sobre os factos que lhe são imputados e os
esclarecimentos das declarações ele tem direito ao silêncio; mas ele
tem de responder com a verdade sobre a sua identidade (sob pena de
ser punível por falsa identidade) e sobre os seus antecedentes criminais.
Com a nova lei, só existe o dever de responder com verdade quanto à
identidade e já não quanto aos antecedentes criminais. O direito ao
silencio existe em todas as fases do processo, em todas as declarações
que ele prestar.
A defensor (al. e/f) e nº2; art. 32º/3 CRP): em qualquer fase do processo
tem direito à intervenção/assistência de defensor. Contudo, há certos
actos em que a lei obriga à intervenção de defensor casos de
assistência obrigatória
Nos termos do art. 57º assume a qualidade de arguido quando exista acusação ou
requerimento de instrução. Inicialmente, o arguido não tinha verdadeira necessidade
de intervir na fase de inquérito, estando a sua intervenção dependente de tal traduzir-
lhe ser ou não favorável. Só se interrogava o arguido quando existia alguma
esperança que ele se ‘’enterrasse’’ e confessasse a prática do crime. Actualmente,
nos termos do nº2 a qualidade do arguido conserva-se durante todo o decurso do
processo. Deste modo, os casos do art. 58º e 59º assentam na constituição do arguido
durante o inquérito. Antes de 1998 existia a regra que o arguido era constituído
quando era acusado e antes disso, durante o inquérito, so em certas circunstancias
pontuais é que a coisa se alterava: tal terminou em 1998.
Nos termos do art. 58º, pode adquirir a qualidade de arguido antes das situações do
art. 57º quando:
ART. 58º/1 al. a) + ART. 272º/1: quando esteja a correr o inquérito e haja
fundada suspeita contra determinada pessoa, esta seja prestada a prestar
declarações. Torna-se arguido no primeiro interrogatório daquele quando
exista fundada suspeita de ter praticado o crime. Trata-se da fundada suspeita
da prática da infracção.
ART. 58º/1 al. c) + ART. 254º al. a): quando exista a detenção do suspeito.
ART. 58º/1 al. d) + ART. 243º: quando exista o levantamento do auto de notícia
indicando o agente; constatação oficial do flagrante em delito;
Note-se que nos termos do art. 58º/3 e 6 quando a constituição do arguido feita por
órgão de polícia criminal encontra-se sujeita a validação da autoridade judiciária que
vai apreciar a existência de fundamento da constituição de arguido ou da sua não
inexistência.
PROF. JOSÉ LOBO MOUTINHO: sendo que o termo de identidade e residência conduz a
uma restrição da liberdade do arguido, quando proferido por órgão de polícia
criminal também se encontram sujeitos a validação pelo MP.
Posição Processual
O ASSISTENTE
art. 69º/2 al. b) – fora desses casos o assistente não pode deduzir
acusação fora dos casos aí previstos. O assistente faz um
requerimento de instrução, e não uma verdadeira acusação. O
assistente pode materialmente acusar ainda que o MP não o
faça. Ter em atenção o art. 287º in fine que remete para o art.
283º/3 al. b) e c): no nosso sistema, nesta fase crucial, pode
sempre deduzir ‘’acusação’’ ou não.
DINÂMICA
AS PARTES CIVIS
QUANTO À LEGITIMIDADE..
CPP 87: princípio do pedido (art. 77º) e do caso julgado (art. 82º)
Responsabilidade civil e penal estão especialmente conexas (art. 129º CP),
estão sujeitas ao Princípio do Dispositivo, e a decisão do tribunal faz caso
julgado da mesma forma que o faria se tivesse sido proferida no processo civil
ACTOS PROCESSUAIS
Trata-se de actos jurídicos com eficácia processual. Especifico dos actos processuais é
o facto de cada acto processual não valer só por si mesmo, vindo cada um na
sequência dos anteriores e preparando o seguinte (acto).
Os actos processuais são a expressão dinâmica do processo, sendo o acto como que
uma partícula do movimento e existindo uma conexão teleológica entre os actos
processuais.
B, dado nos jornais como um dos suspeitos, pergunta se, tendo-se iniciado o
processo há 4anos, não poderá já ter acesso a eleestá em causa o problema
do segredo de justiça interno (está-se dentro do processo)
O segredo nos termos do art. 86º/6 e 8, art. 89º e 90º pode ter o seguinte conteúdo:
Assistência
Narração (especialmente importante face aos meios de comunicação social)
Consulta de Autos e Obtenção de Cópias
JUSTIFICAÇÃO DO SEGREDO:
1. Nível Externo
EXCEPÇÕES:
Quando nos termos do art. 86º/1 se diz que o processo é público tal traduz-se na
assistência, consulta e autos e obtenção de cópias e à narração
2. Nível Interno
Acórdão 416/2003:
Acórdão 607/2003
Hoje em dia o arguido goza do direito à informação sobre os factos imputados, com
suficiente concretização e, se possível for, quanto aos meios de prova do processo.
Sobreosfactos: art. 61º/1 al. c) art. 141º/4 al. c) art. 143º/3 art
144º/1 art. 194º/4 e 6
O PRINCÍPIO DA ORALIDADE
FIM:
FORMA E DOCUMENTAÇÃO
Definição legal: dentro do processo, do modelo que cada acto deve seguir
para ser capaz de produzir os seus efeitos próprios.
TIPOS DE INVALIDADE
A ilegalidade nem sempre é afectada com uma imperfeição que é como se o acto
não existisse, mas existe sempre uma incapacidade para a produção de efeitos como
se fosse válido: pelo menos, a produção dos mesmos efeitos, mas em termos precários
(invalidades sanáveis).
Nos termos do art. 118º, quando o acto ilegal é irregular implica um regime muito
restrito de impugnação uma vez que não pode ser conhecida oficiosamente e tem de
ser alegada no próprio acto.
Quanto aos tipos de invalidade, o regime regra é o das irregularidade nos termos do
art. 118º/22, existindo tipicidade das nulidades nos termos do art. 118º/1.
Note-se que existe uma dupla tipicidade das nulidades insanáveis nos termos do art.
119º e 120º/1.
INEXISTÊNCIAS
O que foi praticado está de tal maneira afastado do modelo legal que lhe falta o
racionalmente imprescindível à substância do acto, não tendo qualquer relevância e
não produzindo efeitos!
Quanto ao regime: a fortiri a partir das nulidades insanáveis, não existindo a sanação
com transito em julgado e sendo inexequível a decisão.
NULIDADES INSANÁVEIS
Existe um Duplo numerus clausus: art. 119º e outros (art. 321º/1 e 330º/1, etc.)
Existe um numerus clausus consagrado no art. 120º/1 e 2 e outros no art. 283º, 309º e
379º.
Quanto aos regimes especiais atende-se ao art. 283º/3 e neste caso aplica-se o art.
120º/3 al. b).
AS IRREGULARIDADES
1. Este despacho sofre de algum vício? Como deve ser invocado? Qual a
consequência?
A PROVA
VER POWERPOINT A CERCA DA MATÉRIA DA PROVA (DADO ATÉ AO SLIDE 12, INCLUSIVE)
OBJECTO DO PROCESSO
NOÇÃO
Ambas as teses são demasiado radicais. Hoje em dia esta polémica esta um pouco
ultrapassada: em rigor nenhuma destas teses deve ser sido defendida, a não ser o Prof.
Cavaleiro Ferreira, de certo modo defensor da teoria naturalística, mas com certas
alterações.
De acordo com o nosso CPP a diversa qualificação jurídica dos factos não dá lugar a
um novo e distinto objecto do processo, integrando-se nas possibilidades de alteração
do objecto pré existente: depois de uma acesa polemica entre a jurisprudência do STJ
e o Prof. Germano Marques da Silva, hoje em dia o art. 358º/3 e o art. 303º vêm sujeitar
expressamente a alteração da qualificação jurídica ao regime da alteração não
substancial dos factos o que leva a concluir que embora existam algumas condições
para que a qualificação jurídica possa ser modificada, a verdade é que sempre que
há uma alteração de qualificação jurídica ainda se esta dentro do mesmo objecto
processual.
Quando o CPP entrou em vigor não existia qualquer norma que tratasse do regime
aplicável à alteração da qualificação jurídica dos factos. Deste modo, surgiram as
duas interpretações previsíveis:
Nos termos do art. 24º/1 e 25º visa-se estabelecer as situações/casos em que se tem no
mesmo processo diversos objectos processuais. O critério utilizado pelo legislador para
se ter uma situação de conexões do processo assenta no concurso de crimes ou de
pluralidade de crimes. Para o nosso legislador sempre que há uma pluralidade de
crimes cada um deles, em ultimo caso, pode ser conhecido em separado: mesmo nos
casos de concurso efectivo e real é ou não verdade que os vários crimes praticados
podem ser conhecidos em processos separados? Sim, basta que os processos estejam
em fases processuais diferentes. O legislador ao admitir que o concurso real de crimes
é um caso de conexão está a admitir que, por exemplo, no caso de concurso de
crimes, cada crime pode dar lugar a processos diferentes o que pressupõe vários
objectos de processos. Mesmos nos casos de concurso ideal existem diversos objectos
processuais.
Pode noutras situações suceder que se tenha um único crime apesar de ele ter sido
praticado em condições de tempo, modo e lugar diversas: crimes habituais ou
reiterado no crime de violência doméstica, apesar de a agressão poder não ser
todos os dias, existe apenas um crime e um único objecto processual.
Compete a cada lei estabelecer os limites para cada situação e que é ou não
possível a determinação de factos novos: art. 303º, art. 358 e 359º normas que
estabelecem os limites em que é possível o conhecimento de factos novos!
Nos termos do art. 303º. 358º e 359º utiliza-se como critério a alteração (não)
substancial dos factos:
A noção de alteração substancial dos factos encontra-se consagrada no art. 1º al. f).
Nos termos do art. 125º são admissíveis as provas que não forem proibidos por lei. Os
meios de prova atípicos não podem ser proibidos por lei. As proibições de prova têm
um conteúdo especial: estas proibições de prova valem quer para as provas
nominadas quer para as provas não nominadas. As proibições de prova é um aspecto
comum a todo o tipo de prova.
Até 2007 a disposição respeitante aos meios de prova admitidos era apenas o art.
118º/3 ‘’não prejudicam as normas deste Código relativas a proibições de prova’’ – tal
indica os seguintes aspectos:
i. Existe uma coisa chamada violação de provas que tem um regime próprio
(além da matéria das invalidades normais existe uma certa categoria de
proibições de prova). As proibições de prova encontram-se espalhadas pelo
código e possuem conteúdo variável. Nos termos do art. 126º trata-se de
proibições de método de prova: meios de obtenção de prova, meios de
produção de prova, etc. O art. 126º trata apenas do caso mais paradigmático:
meios de prova são nulos (nº1, nº2 e nº3), podendo apenas ser usados
exclusivamente nos termos do nº4. O art. 126º é um postulado do consagrado
no art. 32º/8 sendo de salientar que respeita sempre a direitos, liberdades e
garantias. Contudo existe um problema: às vezes o código não se exprime
dizendo que existe uma proibição de prova, mas analisando a norma através
da sua causa e conteúdo chega-se à conclusão que tal consubstancia uma
proibição de prova (exemplo: art. 355º - a consequência é igual aos casos do
proibição de prova, sendo de atender que neste caso não respeita a direitos,
liberdades e garantias; art. 167º - embora não fale em nulidade respeita a
certos dizendo indicando que são ilícitos)
DOUTRINA: analisam-se as proibições de método de prova (art. 126º e art. 32º/8 CRP),
de meios de prova (art. 355º) e de tema de prova (art. 137º - as testemunhas não
podem ser inquiridas sobre um determinado tema em que incide o segredo de
estado)
Muitas vezes no decurso do processo, um meio de prova não é essencial para provar
o facto mas sim para provar outros meios de prova. Esse meio de prova tem certas
consequências ao nível da investigação, nomeadamente não só para provar o que
diz sobre factos mas sim também para encontrar outros meios de prova que digam
respeito àquele. Isto gera o problema da extensão do meio de prova. A solução para
tal explicitamente não existe em termos claros no CPP, sendo encontrado pelo TC
através de uma aplicação do art. 122º: as nulidades tornam inválido o acto a que
respeitarem bem como aqueles que daquele acto dependerem (dependência
funcional). Recorreu-se à doutrina americana: parte-se da TEORIA DOS FRUTOS DA
ARVORE VENENOSA, ou seja serão inválidos os meios de prova que tenham vindo ao
processo através do meio de prova inválido. Simplesmente o Supremo Tribunal
Americano foi temperando esta teoria admitindo um conjunto de excepções:
APRECIAÇÃO DA PROVA
Em processo civil vigorou durante muito tempo o sistema tabulado dos meios de
prova, a fim de evitar o arbítrio dos tribunais, vinculando o juiz a decidir de um certo
modo se para tal apontassem determinadas provas. Nesta matéria é necessário
atender ao texto de Pascoal de Mello Freire, nomeadamente ao título V e ss.
Começou a criticar-se o sistema invocando que os juízes julgavam com, sem e contra
a prova!
Será necessário atender ao art. 428º e ao art. 410º/2 al. c): a fundamentação é
necessário para o controlo, sendo que desde 98 assumiu-se que o próprio juízo, a
apreciação da prova, esta sujeito ao controlo dos tribunais superiores.
LIMITAÇÕES AO PRINCÍPIO
Casos Claros
Valor Positivo
Valor Negativo
Art. 344º: se fosse só o nº1 e nº2 o sistema seria semelhante ao dos EUA.
O juiz decide em sua livre convicção sobre o caracter livre da confissão
ou sobre a sua veracidade, tal visa permitir ao juiz que caso ele fique
convencido dispensar no todo ou em parte a produção dos restantes
meios de prova – nº3 al. b). esta norma não estabelece uma restrição à
livre apreciação da prova, devido ao facto do nº3 al. b) permitir-lhe
sempre apreciar a veracidade da confissão, sendo que se o juiz ficar
convencido pode dispensar outros meios de prova.
Outros actos
TESTE!
PROVA PERICIAL (art. 151º e ss): este meio de prova é caracterizada pela sua
peculiaridade, ou seja exige um juízo técnico sobre certos meios de prova. Quanto ao
seu caracter tal é obrigatório ou facultativo? Sendo obrigatório tal se não for realizado
pode viciar o processo de nulidade (dependente de arguição) nos termos do art.
120º/2 al. d) II parte. Deste modo, o PROF. JOSÉ LOBO MOUTINHO E O CONSELHEIRO
MAIA GONÇALVES defendem o seu caracter obrigatório. Note-se que compete ao
julgador pegar na apreciação realizada pelo perito e de conjuga-la com outros meios
de prova. A função do perito tem sempre de se limitar ao aspecto cientifico, técnico
ou artístico de que ele é perito.
Pode ainda existir exames de outras coisas, isto é, coisas que não sejam
documentos (art. 171º)
A lei designa os meios coercivos como meios de obtenção de prova e a seu lado
estão as medidas coactivas e de garantia patrimonial mas no fundo ambas
completam-se,
Quanto a todas estas medidas às vezes existe o perigo da demora e são necessárias
medidas cautelares – art. 55º/2 (há situações em que a situação implica a tomada de
medidas de natureza cautelar que ainda não são medidas coactivas, mas se não
forem tomadas pode determinar a dissipação dos meios de prova). Antigamente os
actos compreendidos no art. 249º eram designados como actos de polícia
competente. São diligências cuja estrutura material são iguais (suprimir a posse de
quem a tinha para a colocar à ordem do processo), mas que são praticadas pelos
órgão de polícia criminal devido ao seu caracter urgente. Tal esta preparado para a
partida não poder ser transformado em meras palavras, sendo que a lei as permite
devido ao seu caracter de urgência, mas depois são obrigados a realizar um relatório.
Com a entrega do relatório ao MP ou ao juiz de instrução, sendo que é necessária um
acto de validação por estes.
MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA definem-se pela sua natureza coerciva, pelo que
os exames nem sempre são um meio de obtenção de prova. Os meios de obtenção
de prova são medidas coercivas/coactivas/restritivas da esfera jurídica que tem por
objecto a recolha de prova e a sua guarda no processo.
1. EXAMES
O exame serve para apreender da coisa que existe o seu valor probatório, isto é o seu
valor demonstrativo da realidade dos factos (imputados ou não). Enquanto é
actividade probatória que se tem sobre coisas, está sujeito ao regime geral. Só existe
exame enquanto meio de obtenção de prova quando interfere com direitos
fundamentais, nomeadamente quando não é consentido. É necessário atender ao
art. 172º/1: se ele consentir existe actividade probatória normal; se ele não consentir já
é meio e obtenção de prova, tendo de ser autorizado pela autoridade judiciaria
competente.
Nos termos do art. 178º quando se trata da apreensão de um bem que é mero
propriedade privada pode ser praticado pelo MP (tendo em consideração que os
actos do inquérito que se prendem com direitos fundamentais devem ser praticados
pelo juiz de instrução, não se entende o porque de aqui ser diferente).
Quando às medidas cautelares: art. 171º/2 e 4; art. 173º/4 e art. 249º/2 al. a).
2. REVISTAS E BUSCAS
Nos termos do art. 174º/1 e 2 consagra-se a noção e o objecto das revistas e buscas.
Quanto aos regimes especiais, a CRP e a lei, estabelecem certos regimes especiais.
quanto ao domicilio – art. 34º/2 e 3 CRP, art. 177º e art. 269º/1 al. c) -, quanto a
escritórios de advogados ou consultórios médicos – art. 175º/5 e art. 268º/1 al. c) –
quanto ao estabelecimento oficial de saúde – art. 175º/6 e art. 268º/1 al. c) – e quanto
ao estabelecimento bancário – art. 268º/1 al. c) nestes casos entra em jogo a
privacidade de muitas gente (uma busca num escritório de advogados faz com que
todos os casos sejam visíveis)
3. APREENSÕES
É necessário atender ao art. 178º/1, estando o seu regime geral consagrado no art.
178º/3. Mas existem casos especiais nomeadamente no que toca a correspondência
(art. 34º/4; art. 179º, 268º/1 al. d) e 269º/1 al. d); em escritórios de advogados ou
consultórios médicos (art. 180º e 268º/1 al. c); estabelecimento (art. 181º e 268º/1 al. c)
e quando se esteja obrigado a segredo (art. 182º art. 135º)
4. ESCUTAS TELEFÓNICAS
Foi um meio de obtenção de prova que teve ser o boom na década de 80/90 cujo o
regime foi sofrendo um aperfeiçoamento, em virtude sobretudo do TC.
MEDIDAS DE COACÇÃO
Enquanto a prisão preventiva visa o perigo de fuga, etc (finalidades do art. 204º); a
detenção visa as finalidades do art. 254º.
O inquérito é uma fase inquisitória uma vez que nesta fase não existe contraditório, a
não ser, por exemplo, quanto às declarações de memória futura, sendo que neste
caso o contraditório é fraco uma vez que quem interroga é o juiz. É um contraditório
mais fraco do que o contraditório é diferente do usado na fase do julgamento.
O inquérito é também uma fase escrita nos termos do art. 275º, sendo que o MP
apenas poderá decidir se irá acusar ou arquivar com base naquilo que constar dos
autos de inquérito.
Em princípio o inquérito é uma fase pública, mas poderá estar sujeita a segredo, sendo
que neste caso tal é requerido ou pelo juiz de instrução (art. 86º/2) ou pelo MP (art.
86º/3), sendo que neste último caso fica sujeito a validação pelo juiz o que
consubstancia uma medida cautelar. Note-se que o processo ainda que público para
dentro, pode ser secreto para fora – art. 89º/1.
Em casos em que o inquérito termina em que não foi possível pelas diligencias
efectuadas saber quem foi o arguido é impossível pedir a instrução, sendo a única
opção a intervenção hierárquica. Quando seja possível contudo requerer a instrução,
esta será uma opção mais viável do que deixar passar o seu prazo e requerer a
intervenção hierárquica.