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SMITH, A. A riqueza das nações. Investigação sobre sua natureza e suas causas. São Paulo:
Nova Cultural, 1996.

P.65- “O maior aprimoramento das forças produtivas do trabalho, e a maior parte da


habilidade, destreza e bom senso com os quais o trabalho é em toda parte dirigido ou
executado, parecem ter sido resultados da divisão do trabalho.”

- “É comum supor que a divisão do trabalho atinge o grau máximo em algumas manufaturas
muito pequenas (...) acontece, porém, que nessas manufaturas menores, destinadas a suprir
as pequenas necessidades de um número pequeno de pessoas, o número total de
trabalhadores é necessariamente menor, e os trabalhadores empregados em cada setor de
trabalho muitas vezes podem ser reunidos no mesmo local de trabalho e colocados
imediatamente sob a perspectiva do espectador.”

P.66- “A divisão do trabalho, na medida em que pode ser introduzida, gera, em cada ofício,
um aumento proporcional das forças produtivas do trabalho.”

“Essa diferenciação, aliás, geralmente atinge o máximo nos países que se caracterizam pelo
mais alto grau da evolução, no tocante ao trabalho e aprimoramento; o que, em uma
sociedade em estágio primitivo, é o trabalho de uma única pessoa, é o de várias em uma
sociedade mais evoluída.”

P.67- “A natureza da agricultura não comporta tantas subdivisões do trabalho, nem uma
diferenciação tão grande de uma atividade para outra, quanto ocorre nas manufaturas.”

“(..) o aprimoramento das forças produtivas do trabalho nesse setor nem sempre acompanha
os aprimoramentos alcançados nas manufaturas.”

“As nações mais opulentas geralmente superam todos os seus vizinhos tanto na agricultura
como nas manufaturas; geralmente, porém, distinguem-se mais pela superioridade na
manufatura do que pela superioridade na agricultura.”

“Na agricultura, o trabalho do país rico nem sempre é muito mais produtivo do que o dos
países pobres (...)”

“Todavia, embora um país pobre, não obstante a inferioridade no cultivo das terras possa,
até certo ponto, rivalizar com os países ricos quanto aos baixos preços e à qualidade do
trigo, jamais poderá enfrentar a competição no tocante às suas manufaturas; ao menos se
essas indústrias atenderem às características do solo, do clima e da situação do país rico.”

P.68- “Esse grande aumento da quantidade de trabalho (...) é devido a três circunstâncias
distintas: em primeiro lugar, devido à maior destreza existente em cada trabalhador; em
segundo, à poupança daquele tempo que, geralmente, seria costume perder ao passar de um
tipo de trabalho para outro; finalmente, à invenção de um grande número de máquinas que
facilitam e abreviam o trabalho (...).”
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“(...) a divisão do trabalho, reduzindo a atividade de cada pessoa a alguma operação


simples e fazendo dela o único emprego de sua vida, necessariamente aumenta muito a
destreza do operário.”

“A rapidez com a qual são executadas algumas das operações dessas manufaturas supera o
que uma pessoa
Que nunca o presenciou acreditaria possível de ser conseguido pelo trabalho manual.

“É impossível passar com muita rapidez de um tipo de trabalho para outro, porque este é
executado em lugar diferente e com ferramentas muito diversas.”

P. 69- “O hábito de vadiar e de aplicar-se ao trabalho indolente e descuidadamente


adquiridos naturalmente — e quase necessariamente — por todo trabalhador do campo que
é obrigado a mudar de trabalho e de

ferramentas a cada meia hora e a fazer vinte trabalhos diferentes a cada dia, durante a vida
toda, quase sempre o torna indolente e preguiçoso (...).”

“(...)a invenção de todas essas máquinas que tanto facilitam e abreviam o trabalho parece ter
sua origem na divisão do trabalho.”

“Grande parte das máquinas utilizadas nas manufaturas em que o trabalho está mais
subdividido constituiu originalmente invenções de operários comuns, os quais, com
naturalidade, se preocuparam em concentrar sua atenção na procura de métodos para
executar sua função com maior facilidade e rapidez (...).”

P.70- “alguns desses aperfeiçoamentos foram obra de pessoas denominadas filósofos ou


pesquisadores (...).”

“Como qualquer outro ofício, também esse está subdividido em grande número de setores
ou áreas diferentes, cada uma das quais oferece trabalho a uma categoria especial de
filósofos (...).”

“É a grande multiplicação das produções de todos os diversos ofícios — multiplicação essa


decorrente da divisão do trabalho — que gera, em uma sociedade bem dirigida, aquela
riqueza universal que se estende até as camadas mais baixas do povo.”

P.71- “Se examinarmos todas essas coisas e considerarmos a grande variedade de trabalhos
empregados em cada uma dessas utilidades, perceberemos que sem a ajuda e cooperação de
muitos milhares não seria possível prover às necessidades, nem mesmo de uma pessoa de
classe mais baixa de um país civilizado, por mais que imaginemos — erroneamente — é
muito pouco e muito simples aquilo de que tais pessoas necessitam.”
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P.137- “O aumento e a diminuição dos lucros do capital dependem das mesmas causas que
o aumento e a diminuição dos salários do trabalho, do estado de progresso ou de declínio da
riqueza da sociedade (...).”

“O aumento do capital, o qual faz subir os salários, tende a baixar o lucro. Quando o capital
de muitos comerciantes ricos é aplicado no mesmo negócio, naturalmente sua concorrência
mútua tende a reduzir seus lucros (...).”

“O lucro flutua tanto, que a própria pessoa que desenvolve determinado negócio nem
sempre tem condições de dizer-nos qual é a média de seu lucro anual.”

P.138- “Conforme, portanto, a taxa habitual de mercado dos juros variar em um país,
podemos ter certeza de que os lucros do capital variarão com ela: baixam quando ela baixa,
e sobem quando ela sobe.”

“Em uma cidade próspera, as pessoas que dispõem de grandes capitais a investir, muitas
vezes não conseguem ter a quantidade de trabalhadores de que necessitam, e por isso
concorrem entre si para conseguir a quantidade possível, o que aumenta os salários e
diminui os lucros do capital.”

P.139- “Nas regiões afastadas do país, muitas vezes não há capital suficiente para empregar
todos os trabalhadores, e nesta situação eles concorrem entre si para conseguir emprego, o
que faz baixar os salários e subir os lucros do capital.”

P.140- “Uma colônia nova sempre deve, durante algum tempo, ter maior carência de capital
em comparação com a extensão de seu território, e ser mais subpovoada em comparação
com a extensão de seu capital, do que a maioria dos outros países.”

P.141- “O capital aplicado na compra e no aprimoramento dessas áreas necessariamente


produz um lucro muito grande, podendo-se, portanto pagar juros muito altos.”

“À medida que a colônia se desenvolve, os lucros do capital diminuem gradualmente.”

“Na medida em que aumentaram a riqueza, os melhoramentos e a população, os juros


declinaram. Os salários do trabalho não baixam com a diminuição dos lucros do capital.”

“Um capital grande, embora produza lucros pequenos, geralmente aumenta com maior
rapidez que um capital reduzido com lucros elevados. Segundo diz o provérbio, dinheiro
gera dinheiro. Quando se tem um pouco de capital, muitas vezes é fácil conseguir mais. O
grande problema é conseguir esse pouco inicial.”

P.142- “Entretanto, a diminuição do estoque do capital de uma sociedade, ou dos fundos


destinados à manutenção da mão-de-obra, assim como baixa os salários, aumenta os lucros
do capital, e conseqüentemente também os juros do dinheiro.”
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“ (...)têm condições para colocar suas mercadorias no mercado com despesas menores do
que antes podendo vendê-las mais caro(...).”

“Pelo fato, portanto, de estarem lucrando tanto na compra como na venda delas, podem
permitir-se pagar juros mais altos.”

“Em um país totalmente povoado, tanto em relação ao território necessário para manter essa
população, quanto em relação ao capital necessário para dar-lhe emprego, a concorrência
para conseguir emprego necessariamente seria tão grande que reduziria
os salários ao estritamente necessário para conservar o número de trabalhadores, sendo que
esse número jamais poderia ser aumentado, pois o país já estaria, no caso, totalmente
povoado.”

P.143 –“Um país que negligencia ou menospreza o comércio exterior, e que só permite a
entrada dos navios de outras nações em um ou outro de seus portos, não pode efetuar o
mesmo volume de negócios que teria condições de fazer com leis e instituições diferentes.”

“Em cada setor, a opressão dos pobres deve levar ao monopólio dos ricos, os quais,
reservando todo o comércio para si, terão condições de auferir lucros extraordinários.”

“Quando a lei não obriga o cumprimento dos contratos, ela coloca os tomadores de
empréstimos no mesmo pé e situação em que se encontram, em países mais bem
organizados, os que foram à bancarrota ou as pessoas de crédito duvidoso.”

“A incerteza de recuperar o dinheiro emprestado faz com que o emprestador de dinheiro


pratique o mesmo grau de usura que geralmente se espera de quem foi à bancarrota.”

P.144-“Analogamente, a taxa normal mínima de juros deve ser algo mais do que o
suficiente para compensar as perdas ocasionais às quais está exposto quem dá o
empréstimo, mesmo usando de razoável prudência. Se a taxa de juros não englobar esse
algo mais, os únicos motivos que levam ao empréstimo só podem ser a caridade ou a
amizade.”

“Em um país que tivesse atingido seu grau pleno de riqueza, (...) a taxa normal de lucro
líquido seria muito baixa, da mesma forma a taxa normal de juros de mercado admissível
seria tão baixa, que seria impossível uma pessoa viver dos juros de seu dinheiro, a não ser
que se tratasse dos indivíduos mais ricos.”

“Seria necessário que praticamente cada um fosse um homem de negócios, ou se


empenhasse em algum tipo de comércio. A província da Holanda parece estar se
aproximando desse estágio. Lá está fora da moda não ser um homem de negócios.”

P.145- “A proporção que a taxa comum de mercado dos juros deve manter com a taxa
normal de lucro líquido, necessariamente varia conforme o lucro aumentar ou diminuir.”
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“Em países que avançam rapidamente para a riqueza, a baixa taxa de lucro pode, no preço
de muitas mercadorias, compensar os altos salários do trabalho, e possibilitar a esses países
vender tão barato quanto seus vizinhos menos prósperos, entre os quais os salários do
trabalho podem ser mais baixos.”

“Ao aumentar o preço das mercadorias, o aumento dos salários opera da mesma forma que
juros simples o fazem no acúmulo do débito, ao passo que o aumento do lucro opera como
juros compostos.”

P.185- “A renda da terra, considerada como o preço pago pelo uso da terra, é naturalmente
a maior que o arrendatário pode permitir-se pagar, nas circunstâncias efetivas da terra.”

“Toda e qualquer parcela da produção ou — o que é a mesma coisa — toda parcela do


preço da produção que ultrapasse a porcentagem destinada ao arrendatário, o dono da terra
naturalmente procura reservá-la para si (...).”

“Por vezes, de fato, a liberdade do proprietário — mais freqüentemente, a ignorância dele


— o leva a contentar-se com uma parcela algo inferior a isso; por outro lado, às vezes,
embora mais raramente, a ignorância do arrendatário o faz submeter-se a pagar algo mais do
que a citada porcentagem, (...).”

P.186- “Conseqüentemente, a renda da terra, considerada como o preço pago pelo uso da
terra, é naturalmente um preço de monopólio. De forma alguma é ela proporcional àquilo
que o proprietário pode ter investido na melhoria da terra, ou àquilo que ele pode extrair
dela; mas ela é proporcional ao que o arrendatário pode pagar.”

“(...)só podem ser comercializados aqueles produtos da terra, cujo preço normal é suficiente
para repor o capital que deve ser empregado para colocar os produtos no mercado,
juntamente com os lucros normais desse capital.”

P.187- “Se o preço de uma mercadoria é alto ou baixo, é porque se precisa pagar salários e
lucro altos ou baixos para comercializá-la.”

“Os alimentos sempre podem comprar ou comandar um volume maior ou menor de


trabalho, e sempre é possível encontrar alguém disposto a fazer algo para consegui-los.”

“A terra, em quase todas as situações, produz uma quantidade maior de alimentos do que o
suficiente para manter toda a mão-de-obra necessária para colocá-los no mercado, por mais
liberal que seja a remuneração paga à mão-de-obra.”

“Também o excedente é sempre mais do que suficiente para repor o capital que deu
emprego a essa mão - de- obra, juntamente com o lucro desse capital.”
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P.188- “A renda da terra varia não somente conforme a fertilidade — qualquer que seja seu
produto — mas também de acordo com a sua localização, qualquer que seja a fertilidade.”

“As boas estradas, os canais e os rios navegáveis, por diminuírem as despesas de transporte,
fazem com que as regiões mais longínquas do país possam aproximar-se mais do nível
vigente nas proximidades de uma cidade.”

“Embora introduzam algumas mercadorias concorrentes no mercado tradicional, abrem


muitos mercados novos para sua produção.”

P.189-“Um campo de cereais de razoável fertilidade produz uma quantidade muito maior
de alimento humano do que a melhor pastagem de igual extensão.”

“Por isso, se nunca se julgasse que uma libra-peso de carne de açougue valesse mais do que
uma libra de pão, esse excedente maior seria em toda parte de valor maior,(...).”

“Há mais carne de açougue do que pão, e por isso é em torno do pão que encontramos a
maior concorrência, o que faz subir seu preço.”

P.190- “Já que, portanto, um acre de terra produzirá uma quantidade muito menor de um
tipo de alimento do que do outro, a inferioridade da quantidade deve ser compensada pela
superioridade do preço.”

“Em certas situações locais especiais acontece bem outra coisa, sendo a renda e o lucro das
pastagens muito superiores ao que se pode auferir plantando cereais.”

P.191-“Além disso, em um país aberto, cujo produto principal é o trigo, uma área bem
delimitada e cercada de pastagem muitas vezes produzirá mais do que qualquer campo de
trigo das proximidades.”

“A vantagem do cercado é maior para as pastagens do que para o trigo. Poupa a mão-de-
obra necessária para guardar o gado, que também se alimenta melhor quando não está
sujeito a ser perturbado pelo guardador ou por seu cão.”

P.192- “Em todos os grandes países, a maior parte das terras cultivadas é empregada para
produzir alimento humano ou alimento para o gado.”

“A renda e o lucro dessas terras determinam a renda e o lucro de todas as outras terras
cultivadas. Se um determinado produto proporcionasse
renda e lucro menor, a terra seria logo utilizada para trigo ou pastagem; e se outro
proporcionasse renda e lucro maior, parte das terras de
trigo ou de pastagem seria logo empregada para plantar aquele produto respectivo.”
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“Com efeito, os produtos que exigem uma despesa inicial maior de aprimoramento da terra
ou uma despesa anual maior para o cultivo, a fim de preparar a terra para esses produtos,
geralmente parecem proporcionar uma renda maior do que o trigo ou as pastagens(...).”

P.193-“Em um campo de lúpulo, em um pomar, em uma horta, tanto a renda do proprietário


como o lucro do arrendatário geralmente são maiores do que em um campo de trigo ou de
pastagem. Mas é maior a despesa que se requer para preparar a terra para esses tipos de
cultivo.”

“Ao que parece, a vantagem auferida de tais melhorias pelo dono da terra nunca foi maior
do que o suficiente para compensar as despesas originais para implantá-las.”

“(...)parece que a produção de uma horta era pouco mais do que o suficiente para cobrir a
cultura extraordinária e a despesa da irrigação(...).”

P.194- “Que os vinhedos, quando devidamente plantados e mantidos à perfeição,


representavam a parte mais valiosa da propriedade rural,
parece ter sido uma máxima pacificamente aceita na agricultura antiga(...).”

“(...)tais comparações entre o lucro e a despesa de projetos novos são geralmente muito
enganosas, sobretudo na agricultura. Se os ganhos auferidos efetivamente com tais
plantações tivessem sido geralmente tão grandes como ele imaginava, não poderia ter
havido controvérsia sobre o assunto.”

“A alegação desse regulamento era a escassez de trigo e de pastagens e a superabundância


de vinho.”

“Diminuir o número daqueles que são capazes de pagar isso certamente constitui um meio
muito pouco promissor para estimular o cultivo do trigo. É como a política que pretendesse
promover a agricultura, desestimulando as manufaturas.”

P.195- “Por isso, a renda e o lucro desses produtos que exigem uma despesa original maior
para aprimorar a terra para prepará-la para a (...)
na realidade são regulados pela renda e pelo lucro dessas colheitas comuns.”

“Toda produção pode ser utilizada por aqueles que estão dispostos a dar algo mais do que é
suficiente para pagar a renda total, os salários e o lucro necessários para cultivar e
comercializar o produto, de acordo com suas taxas naturais, ou então de acordo com as
taxas com as quais são pagos, na maior parte de outras terras cultivadas.”

“A diferença de preço é maior ou menor, conforme o prestígio ou a escassez do vinho


fizerem com que os concorrentes à compra sejam mais ou menos afoitos. Qualquer que seja
o preço, é certo que a maior parcela dele vai para a renda do proprietário da terra.”
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P.196- “Por isso, uma pequena parcela desse preço é suficiente para pagar os salários da
mão-de-obra
extraordinária empregada em seu cultivo, bem como o lucro do capital extraordinário que é
necessário para manter em ação essa mão-de-obra.”

“A esses vinhedos preciosos podem ser comparadas as colônias açucareiras dominadas


pelas nações européias nas Índias Ocidentais.
A produção total dessas colônias é insuficiente para atender à demanda efetiva
européia(...).”

“Costuma-se dizer que um plantador de cana-de-açúcar espera que a aguardente e o melaço


cubram a despesa integral do cultivo e que o açúcar seja lucro líquido em sua totalidade.”

“vemos sociedades de comerciantes em Londres e em outras cidades comerciais comprarem


terras devolutas em nossas colônias açucareiras, terras essas que esperam melhorar e
cultivar com lucro, através de seus feitores e representantes(...)

P.197- “Nos Estados da Virgínia e Maryland, prefere-se o cultivo do tabaco, como sendo
mais rentável que o dos cereais.”

“Todavia, a cultura do tabaco não parece ter sido tão vantajosa como a da cana-de-açúcar.”

P.198- “É dessa maneira que a renda da terra cultivada, na qual se produz alimentos para o
homem, regula a renda da maior parte das
outras terras cultivadas.”

“Nenhum produto específico pode proporcionar uma renda inferior a essa, pois se tal
acontecer a terra seria imediatamente empregada para outro tipo de cultura(...).”

“Na Europa, o trigo é o produto principal da terra(...) é a renda da triticultura na Europa que
regula a renda de todas as outras terras cultivadas.”

“Um arrozal produz uma quantidade maior de alimento que o mais fértil campo de trigo.(...)
Por isso, nos países cultivadores de
arroz, em que este é o alimento vegetal comum e favorito da população,(...).”

P.199- “O alimento produzido por um campo de batatas não é inferior em quantidade ao


produzido por um arrozal, e é muito superior ao que é produzido por uma plantação de
trigo.”

“Se algum dia essa planta tuberosa viesse a se tornar em alguma região da Europa, como o
arroz em alguns países, o alimento vegetal comum e favorito da população(...) sobraria um
excedente maior, após repor todo o capital e pagar toda a mão-de-obra empregada no
cultivo.”
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“ Maior seria também a parcela desse excedente que pertenceria ao dono da terra. A
população se tornaria mais densa, e as rendas aumentariam muito mais do que atualmente.”

P.200- “O alimento humano parece ser o único produto da terra que sempre e
necessariamente proporciona alguma renda ao proprietário da terra.”

“A terra, em seu estado original e não tratada, é capaz de proporcionar os materiais para o
vestuário e para a moradia a um número muito maior de pessoas do que ela pode
alimentar.”

P.201- “(...)sempre existe alguém disposto a pagar por cada parcela desses materiais, mais
do que é suficiente para cobrir as despesas necessárias para a sua comercialização. Seu
preço, portanto, sempre pode proporcionar alguma renda ao proprietário da terra.”

“As peles dos animais de maior porte constituíram os primeiros materiais de vestuário.”

“Se não houvesse nenhum comércio exterior, a maior parte desses materiais seria jogada
fora como objetos sem valor.”

P.202- “Os países são populosos não em proporção ao número de pessoas que podem se
vestir e morar com seus produtos, mas em proporção ao número de pessoas que podem
alimentar.”

“A outra metade da população, portanto, ou ao menos a maior parte dela, pode ser
empregada em produzir outras coisas ou para atender a outras necessidades ou caprichos da
humanidade.”

P.203- “Os objetos principais para satisfazer a maior parte dessas necessidades e caprichos
são representados pelo vestuário e pela moradia,pelos móveis domésticos e pelo que é
chamado de equipamentos.”

“O rico não consome mais alimento do que seu vizinho pobre. Pode haver muita diferença
na qualidade(...)”

“O desejo de alimento é limitado em cada um pela restrita capacidade do estômago


humano; mas o desejo de comodidades e de artigos ornamentais para a casa, do vestuário,
dos pertences familiares e da mobília parece não ter limites ou fronteiras definidas.”

“Daí surge uma demanda por todo tipo de material que a criatividade humana pode
empregar(...)”

“(...)o alimento não é somente a fonte original da renda, mas qualquer outra parte do
produto da terra que depois proporciona renda,”
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“Contudo, esses outros produtos da terra, que depois geram renda, não a geram sempre.
Mesmo em países desenvolvidos e cultivados, a demanda desses produtos nem sempre é tal
que garanta um preço maior do que o suficiente para pagar a mão-de-obra e repor,
juntamente
com seus lucros normais, o capital que precisa ser aplicado para comercializá-los. Se a
renda é ou não suficiente para tanto, depende de várias circunstâncias.”

P.204-“Outras existem cuja produção é apenas suficiente para pagar a mão-de-obra e repor,
juntamente com seu lucro normal, o capital investido na exploração.”

P.206-“O valor de uma mina de carvão para o proprietário muitas vezes depende tanto de
sua localização quanto de sua riqueza. O de uma
mina de metais depende mais da riqueza e menos de sua localização(...)

“Seu mercado não se limita aos países próximos à mina, mas estende-se ao mundo inteiro.”

P.207-“Por isso, o preço de cada metal em cada mina, já que é regulado, até certo ponto,
pelo seu preço nas minas mais ricas do mundo efetivamente em operação(...).”

“Portanto, ao que parece, na maior parte das minas a renda da terra representa uma pequena
parcela no preço dos metais menos nobres, e uma parcela ainda menor do preço dos metais
preciosos.”

P.209-“O preço mínimo pelo qual se pode vender os metais preciosos (...) é regulado pelos
mesmos princípios que determinam o preço normal mínimo de todos os demais bens.”

“Entretanto, o preço máximo dos metais preciosos não parece ser necessariamente
determinado por outro fator a não ser a escassez ou abundância dos próprios metais.”

“A demanda desses metais provém em parte de sua utilidade e em parte de sua beleza. Se
excetuarmos o ferro, são talvez mais úteis do que qualquer outro metal.”

“O mérito principal dos metais preciosos, porém, reside em sua beleza, que os torna
particularmente indicados para ornamentos do vestuário e do mobiliário.”

“O mérito de sua beleza é grandemente realçado pela sua escassez. Para a maior parte das
pessoas ricas, o prazer principal da riqueza consiste na ostentação dessa riqueza(...).”

P.211-“Tudo aquilo que aumenta a fertilidade da terra na produção de alimentos aumenta


não somente o valor das terras nas quais se implantam aprimoramentos, mas contribui
igualmente para aumentar o valor de muitas outras terras, criando uma nova demanda de
sua produção.”

“O alimento não somente constitui a parte principal das riquezas do mundo, mas é a
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abundância de alimentos que confere a parcela principal de valor a muitos outros tipos de
riqueza.”

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