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Controle de Produção
Material Teórico
Sistemas de gestão de estoques
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Sistemas de gestão de estoques
Introdução
Gestão de estoques
Para o melhor aprendizado, é importante que você leia e estude o material teórico, assim
como se aproprie da bibliografia recomendada. Também é fundamental sua participação
nas atividades propostas para esta Unidade dentro dos prazos estabelecidos.
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Unidade: Sistemas de Gestão de Estoques
Contextualização
Aspectos do dia a dia de nossa vida pessoal acontecem também nas atividades profissionais.
Exemplo disso é a necessidade da consolidação de estoques, da mesma forma ocorre nas
indústrias de manufatura e empresas prestadoras de serviços. Toda vez que são estabelecidos
objetivos de produção é necessário formular planos sobre como atingi-los. Nesse planejamento,
além das atividades inerentes ao setor produtivo, é importante definir e organizar instalações
de armazenagem e transporte de produtos. No âmbito da administração da produção, este
processo é realizado pela função de gestão de estoques, que é uma das atividades da Logística.
Exemplificando com fatos do cotidiano, o que é necessário para manter a alimentação diária
de uma família? Quais produtos podem ser armazenados? Quanto tempo pode ser armazenado?
Quais as condições de armazenagem? Qual quantidade deve ser armazenada? O que devemos
comprar diariamente? Como controlar a quantidade de produtos armazenados? Tendo essas
informações, estabelecem-se as quantidades de cada produto e os equipamentos necessários
para a armazenagem (prateleiras, geladeiras, frízeres etc.). Podem surgir questões sazonais, como
aniversários: quantas pessoas estarão presentes na festa? Quanto cada indivíduo consumirá de
bebida, doces e salgados? Essas preocupações quanto à armazenagem são similares quando se
compara com as necessidades de uma empresa.
Uma empresa pode passar por situações mais complexas, como armazenagem de matéria-
prima, de produtos em trânsito e acabados. Mas, similarmente ao nosso cotidiano, faz-se
necessário estimar a sazonalidade da demanda de seus produtos.
A gestão de estoques no dia a dia de uma residência atinge níveis de excelência após o
conhecimento dos inúmeros aspectos inerentes à cada família. O mesmo ocorre com as empresas.
A experiência acumulada pelos membros da equipe da gestão de estoques é o ponto
fundamental para o sucesso da empresa, no atendimento à demanda de produtos pelos
seus clientes.
Assim, com este exemplo simples de nosso cotidiano, lembre-se que as organizações podem
ter situações mais complexas em sua rotina.
Cabe ao engenheiro de produção identificar as características de sua empresa e construir um
sistema de gestão de estoques capaz de atender suas necessidades produtivas e de mercado.
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Introdução
Níveis baixos de estoque são almejados pela indústria, mas sem acarretar, ou acarretando
o mínimo possível, perdas no nível de atendimento às demandas dos clientes ou custos mais
elevados. O excesso de estoques pode acarretar diversos problemas para a empresa, em termos
de custos (necessidade de mais espaços, aumento do custo de seguros , aumento dos cuidados
com o material estocado etc.) e de perdas financeiras (o produto estocado pode ser visto como
dinheiro parado).
A Logística consiste no processo de gerenciamento estratégico da aquisição, movimentação
e armazenagem de materiais, peças, produtos semiacabados, produtos acabados e informações
correlatas, através da organização e seus canais de marketing.
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Unidade: Sistemas de Gestão de Estoques
Por exemplo, no caso do fornecimento de leite para a produção de queijos, o leite é vendido
in natura para os donos de tanque de resfriamento ou diretamente para os laticínios. O queijo
é uma maneira de conservar o leite por longos períodos de tempo. Os principais conservantes
que dão ao queijo essa longevidade são o sal e os ácidos. Como referências numéricas de
rentabilidade na produção de queijos, tem-se:
··Doze litros de leite produzem um quilo de queijo gruyèra (tipo suiço);
··Dez litros de leite produzem um quilo de queijo muçarela;
··Cinco litros de leite produzem um quilo de queijo fresco (tipo Minas).
Atenção
Avanços tecnológicos no processo de fabricação de queijos que melhorem a rentabilidade entre litros
de leite e quilos de queijo fabricados resultarão em aumento da lucratividade do laticínio.
No processo de fabricação de queijos, por exemplo, o leite sofre diversas transformações até
adquirir propriedades interessantes e sabores deliciosos para tal finalidade. Existem algumas
diferenças no processo de produção dos queijos, porém algumas fases são comuns, como
descrito a seguir:
··Coagulação da caseína do leite: enzimas de origem vegetal ou mesmo de bactérias para
causar a coagulação;
··Formação da coalhada: adição de cloreto de cálcio (para acelerar a coagulação, ajudando
a firmar o coágulo) e de nitrato de sódio ou de potássio (para inibição da ação de
possíveis microorganismos contaminantes);
··Corte da coalhada: liberação do soro;
··Enforme e prensa da massa do queijo;
··Salga e embalagem;
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Na maioria dos casos, a maturação dos queijos é realizada em câmaras com controle de
temperatura e umidade (quando os queijos são maturados fora da embalagem). Quanto maior
o tempo de maturação, mais firme o queijo ficará e mais intenso será o seu sabor. Em um tempo
de maturação curto, o queijo apresenta sabor e consistência mais suaves.
A Figura 3 apresenta um galpão com revestimento externo e isolamento térmico que auxilia
no processo de maturação de queijos ao controlar a temperatura interna, enquanto a Figura 4
mostra em detalhe a manta de espuma que garante tal revestimento térmico.
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Unidade: Sistemas de Gestão de Estoques
Isso basta? Não! É necessário preocupar-se também com o tipo de abastecimento de energia
à planta industrial e que permitirá, por exemplo, o correto resfriamento do leite. Nesse ponto
a análise não deve ser apenas financeira, pois a garantia e constância do fornecimento são
aspectos fundamentais.
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As figuras 7 e 8 apresentam duas opções de abastecimento energético: gás derivado de
petróleo (Figura 7) e energia elétrica (Figura 8).
Alguns controles e procedimentos simples facilitam a gestão de estoques:
··Controle físico e financeiro de estoques;
··Política de compras;
··Análise comparativa: estoque atual versus estoque desejado;
··Análise comparativa: estoque atual versus valores a pagar aos fornecedores;
··Custo econômico dos estoques excedentes;
··Armazenagem e arrumação adequada dos produtos.
O controle físico e financeiro de estoques devem ser realizados conjuntamente. Por que? Não
basta atender as necessidades do sistema produtivo, é necessário estar em sintonia com o fluxo
de recursos financeiros: Existem recursos financeiros para honrar esses compromissos? Como
programar esses pagamentos?
A existência de uma política de compras orienta sobre os quesitos de escolha de fornecedores
e formas de pagamento, dentre outros aspectos.
Quanto à política de estoques, é importante lembrar que o excesso de estoque e falta de
recursos financeiros não combinam! É necessário identificar os níveis de estoques necessários
em cada tipo de produção e empresa.
A armazenagem e arrumação adequada, nesse exemplo, pode ser explicada analisando
dois tipos de queijo: o queijo amarelo tipo parmesão e o queijo branco. O primeiro pode
ser armazenado fora da geladeira durante meses, isso permite uma adaptação às variações
de demanda de consumo. Já o queijo branco é mais sensível às variações de temperatura,
necessitando de refrigeração, dado que possui curto prazo de validade. Esses dois perfis indicam
que a gestão de estoques do queijo parmesão é menos complexa, de modo que o queijo amarelo
pode ter um incremento em sua produção caso o preço do leite esteja em baixa porque pode ser
estocado por mais tempo. No caso do queijo branco o aumento da produção está intimamente
ligado ao aumento da demanda.
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Unidade: Sistemas de Gestão de Estoques
A Figura 9 apresenta fatias de queijo amarelo embalados em filmes plásticos (sem refrigeração),
enquanto a Figura 10 ilustra uma fatia de queijo branco (essa com necessidade de refrigeração).
Prever com maior precisão a demanda de produtos é, sem dúvida, uma das grandes
dificuldades encontradas pelas empresas. Existem incertezas relacionadas ao mercado e ao
processo produtivo das organizações no mundo real. Além disso, a taxa de consumo de produtos
não é totalmente previsível, podendo variar consideravelmente em torno da média.
A dificuldade de armazenamento também ocorre em pizzarias e restaurantes. O popular queijo
muçarela tem um aspecto amarelo que requer refrigeração, mas seu razoável prazo de validade
permite que pizzaiolos e cozinheiros utilizem uma peça durante alguns dias. Assim, é mais fácil
encontrar refeições em que o queijo oferecido é o amarelo, dado seu maior prazo de validade.
Em síntese, a principal função da administração de estoques é maximizar o uso dos recursos
envolvidos na área logística da empresa e com grande efeito dentro dos estoques.
Tipos de estoques
O objetivo da previsão de demanda não se relaciona diretamente com erro zero, mas sim
com a minimização de erros devido ao acesso à base de dados da economia e de informações
cada vez mais condizentes com o mercado. Os métodos de previsão de demanda podem ser
divididos em dois grupos: qualitativos ou quantitativos.
Os métodos de qualitativos previsão de demanda dependem da experiência acumulada pelos
especialistas para predizer a probabilidade do resultado de eventos. Esses são necessariamente
utilizados quando dados são insuficientes ou inadequados para uma análise quantitativa. Descrevem
a complexidade de determinado problema, sendo necessário compreender e classificar os processos
dinâmicos vividos nos grupos, contribuir no processo de mudança, possibilitando o entendimento das
mais variadas particularidades dos indivíduos. Os dados qualitativos incluem também informações
não expressas em palavras, tais como fotografias, desenhos e filmes.
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Por sua vez, os métodos quantitativos de previsão de demandase baseiam principalmente na
utilização de números e técnicas estatísticas, objetivando resultados que evitem possíveis distorções
de análise e interpretação, possibilitando maior margem de segurança. É necessário identificar
as variáveis específicas que possam ser importantes, para assim poder explicar as complexas
características de um problema. Os métodos quantitativos podem ser subdivididos em:
··Métodos de série temporais: análise estatística de dados passados;
··Métodos causais: análises estatísticas de realizações passadas, relacionadas às variáveis
de interesse para a previsão solicitada.
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Unidade: Sistemas de Gestão de Estoques
Gestão de estoques
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Diálogo com o Autor
Devido à simplicidade que geralmente existe em suas operações, o modelo reativo é intensamente
utilizado. Eventualmente, os gestores fazem hipóteses sobre o comportamento da demanda durante a
determinação dos parâmetros iniciais que operam os modelos. O modelo atua reagindo à demanda
e à eficiência em se manter níveis de estoque e perdas de oportunidades dependem de quanto a
demanda se afasta de um comportamento constante estacionário.
O desempenho e a eficácia dos estoques podem ser aumentados substancialmente através
da integração da informação (previsões, pedidos, planos) para toda a cadeia de distribuição
e empresa em geral. As ferramentas de integração mais adequadas são o Efficient Consumer
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Unidade: Sistemas de Gestão de Estoques
Para Pensar
Deem-me erros frutíferos, cheios de sementes, rebentando com as suas próprias correções. Podem
guardar a vossa verdade estéril para vós mesmos (Vilfredo Pareto).
No que diz respeito à análise de clientes, a curva ABC serve para analisar a dependência ou
risco face a um cliente, ou ainda para quais tipos de clientes a organização deve focar. Consiste
em ordenar os clientes por ordem decrescente em relação a contribuição desses para a empresa,
de modo a ser possível segmentá-los por grau de dependência, de risco ou ainda por outro
critério a ser definido:
··Classe A: diz respeito aos principais itens em estoque de alta prioridade, foco de atenção
do gestor de materiais, pois são materiais com maior valor, devido à importância
econômica desses. Estima-se que 20% dos itens estocados correspondem a 80% do
valor em estoque;
··Classe B: compreende os itens que ainda são considerados economicamente preciosos,
logo após os itens de classe A e que recebem cuidados medianos. Estima-se que 30%
dos itens estocados correspondem a 15% do valor em estoque;
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··Classe C: corresponde aos itens que não deixam de ser importantes, pois a ausência
desses pode inviabilizar a continuidade do processo. No entanto, o critério estabelece
que seu impacto econômico não é dramático, o que possibilita menos esforços. Estima-
se que 50% dos itens estocados correspondem a 5% do valor em estoque.
Material (1) Preço Unitário (2) Consumo (3) Valor do consumo (4) Classificação (5)
Mat 1 1,5 15 22,5 5
Mat 2 0,96 20 19,2 7
Mat 3 2,14 50 107 2
Mat 4 3,56 90 320,4 1
Mat 5 0,88 10 8,8 9
Mat 6 0,32 14 4,48 10
Mat 7 1,45 15 21,75 6
Mat 8 1,33 22 29,26 4
Mat 9 2,01 15 30,15 3
Mat 10 1,43 10 14,3 8
Depois disso, colocam-se em ordem os itens de acordo com a classificação (5). Para cada
item, lança-se o valor de consumo acumulado (6), que é igual ao seu valor de consumo somado
ao valor de consumo acumulado da linha anterior. Para cada item, calcula-se o percentual sobre
o valor total acumulado (7), que é igual ao seu valor de consumo acumulado dividido pelo valor
de consumo acumulado do último item. Veja a Tabela 2:
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Unidade: Sistemas de Gestão de Estoques
Material (1) Valor do consumo (4) Consumo acumulado (6) Porcentagem (7)
Mat 3 320,4 320,4 55,45
Mat 4 107,00 427,4 73,97
Mat 9 30,15 457,55 79,18
Mat 8 29,26 486,81 84,25
Mat 1 22,5 509,31 88,14
Mat 7 21,75 531,06 91,90
Mat 2 19,2 550,26 95,23
Mat 10 14,3 564,56 97,70
Mat 5 8,8 573,36 99,23
Mat 6 4,48 577,84 100,00
Administração de estoques não visa apenas a sua organização, mas também a área de
segurança nos transportes. Nesse sentido, a segurança do trabalho na gestão de estoques
necessita observar as seguintes regras:
··Manter limpo e em bom estado o espaço onde os materiais são transportados;
··Usar equipamentos necessários para sua proteção pessoal, como luvas, óculos, botas etc.;
··Não levantar sozinho materiais em peso excessivo, para não correr o risco de os derrubar;
··Não guiar os veículos destinados à movimentação de carga em velocidade excessiva
dentro da fábrica.
Ideias-chave
A gestão de estoques aliada a adequadas instalações e controle eficiente dos prazos e quantidades
permite que o cliente tenha uma satisfatória prestação de serviço.
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Material Complementar
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Referências
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
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Anotações
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Campus Liberdade
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CEP 01506-000
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