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DEEs- UFMG Concreto Armado II – Deslocamentos em Vigas

Concreto Armado II
Notas de Aula

Autores: Prof. José Marcio Calixto


Prof. José Miranda Tepedino
Prof. Marcio Dario da Silva
Prof. Ronaldo Azevedo Chaves

Março 2016

Uso exclusivo da disciplina Concreto Armado II do curso de Engenharia Civil da UFMG


DEEs- UFMG Concreto Armado II – Deslocamentos em Vigas

OBSERVAÇÃO INICIAL:

Estas notas de aula são de uso exclusivo da disciplina Concreto Armado II do curso de
Engenharia Civil da UFMG. Elas abrangem somente os critérios e as prescrições da NBR
6118/2014 para concretos com valor da resistência característica à compressão igual ou menor
que 50 MPa. Para outras classes de resistência do concreto, outras fontes deverão ser
consultadas.

Março, 2016
José Marcio Calixto
Ronaldo Azevedo Chaves

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DEEs- UFMG Concreto Armado II – Deslocamentos em Vigas

DESLOCAMENTOS EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO

1 - INTRODUÇÃO

Todo o cálculo dos deslocamentos de barras, devidas à flexão, tem por base a clássica
equação diferencial da linha elástica dada por:

d2 y M
=− , (1)
d2 x EI

onde:
M = momento fletor para uma seção genérica de abcissa x;
EI = rigidez efetiva à flexão da viga composta do módulo de elasticidade E e do momento
de inércia à flexão I;
y = ordenada da linha elástica correspondente à abcissa x, conforme mostra a figura 1.

Linha elástica: y = f (x)


y

Figura 1 – Deslocamentos em uma viga

Nas peças de concreto armado, sujeitas à flexão, ocorre, para cargas de serviço, fissuração da
parte tracionada de algumas seções transversais, passando nelas a valer o estádio II com concreto
apenas parcialmente ativo, o que representa, em geral, significativa redução do momento de inércia.
Porém, em outras seções a inércia continua ainda bruta (estádio I), conforme mostra a figura 2.
Comumente, o valor do momento de inércia para a seção fissurada situa-se entre 35 e 45% do
correspondente à seção bruta.

Figura 2 – Estado de fissuração em uma viga

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A dificuldade em calcular os deslocamentos de uma viga de concreto armado é, portanto, a


determinação correta de sua rigidez efetiva ao longo do vão visto ser esta rigidez variável em
função não só da viga apresentar seções fissuradas e não fissuradas como também ser a área de
armadura, em geral, diferente ao longo do comprimento, a qual influencia no cômputo do momento
de inércia.

2 – DETERMINAÇÃO DE FLECHAS EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO SEGUNDO


A NBR 6118/2014

A verificação dos deslocamentos em elementos estruturais lineares, de acordo com o item


17.3 da NBR 6118/2014, deve ser realizada através de modelos que considerem a rigidez efetiva
das seções, ou seja, levem em consideração a presença de armadura tracionada e comprimida, a
existência de fissuras no concreto ao longo dessa armadura e as deformações diferidas no tempo. O
modelo para a determinação da flecha admite, ainda, comportamento elástico e linear para o
concreto e o aço visto que os carregamentos atuantes são de serviço. A Norma prescreve também
que deve ser utilizado no cálculo o valor do módulo de elasticidade estático secante Ecs do
concreto, sendo obrigatória a consideração do efeito da fluência.

2.1 Flecha imediata

Para uma avaliação aproximada da flecha imediata em vigas, pode-se utilizar a seguinte
expressão de rigidez equivalente:

 
3  M 
3 
 M  I II  ≤ E CS × I C ,
( EI )eq = E CS  r  × I C + 1 −  r  (2)
 M a    Ma   
 
onde:
(EI)eq = rigidez equivalente da peça;
IC = momento de inércia da seção bruta de concreto;
III = momento de inércia da seção fissurada de concreto no Estádio II, calculado com
Es
n=
E cs
Ma = momento fletor na seção crítica do vão considerado, momento máximo no vão
para vigas biapoiadas ou contínuas e momento no apoio para balanços, para a
combinação de ações considerada nessa avaliação;
Mr = momento de fissuração do elemento estrutural;
ES = módulo de elasticidade do aço = 210000 MPa; e
ECS = módulo de elasticidade secante do concreto = α E x α i x 5600 f ck , com fck
em MPa.

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Momento de fissuração Mr

O momento de fissuração, conforme prescrições da NBR-6118, é dado por:

f ct
Mr = α × Ic , (6)
yt

onde:
α = fator que correlaciona aproximadamente a resistência à tração na flexão com a
resistência à tração direta do concreto;
α = 1,2 para seções T;
α = 1,3 para seções I ou T invertido;
α = 1,5 para seções retangulares;
fct = resistência à tração direta do concreto, com o quantil apropriado; no estado limite de
2
deformação excessiva este valor corresponde a f ct , m = 0 ,3 x f ck3 , fckem MPa;
yt = distância do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada; e
Ic = momento de inércia da seção bruta de concreto.

Momento fletor na seção crítica Ma


Para o cálculo do momento fletor na seção crítica deve ser adotada a combinação quase
permanente de serviço para o carregamento, que, de acordo com a NBR 6118/2014, corresponde a:
Fd, ser = Fgk + Σ ψ 2 Fqi,k , (5)
onde:
Fd, ser = valor de cálculo das ações para combinações de serviço;
Fgk = somatório de cargas permanentes diretas (peso próprio, reações permanentes das lajes,
alvenarias, etc);
ψ 2 = fator de redução de combinação quase permanente para o estado limite de serviço; e
Fqi,k = valor característico da ação variável direta i.

O fator de redução ψ 2 é dado na tabela abaixo:

ψ2
Cargas acidentais de edifícios residenciais 0,3
Cargas acidentais de edifícios comerciais, de 0,4
escritórios, estações e edifícios públicos
Biblioteca, arquivos, oficinas e garagens 0,6

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Momento de inércia da seção bruta de concreto IC

O momento de inércia da seção bruta de concreto é igual ao momento de inércia da seção


transversal plena considerando-se somente o concreto.

Momento de inércia da seção fissurada III

Na determinação do momento de inércia da seção fissurada admite-se comportamento


elástico e linear para o concreto e o aço. Assim para uma viga de seção retangular, o momento de
inércia da seção fissurada pode ser calculado conforme mostra a figura 3 abaixo.

A’s Es
n= = relação modular
E cs
d’ x • Posição da linha neutra x é dada pela solução da
d seguinte equação no intervalo (0 ≤ x ≤ d) :
b x2
As + ( n − 1 ) A's ( x − d ' ) = n A s ( d − x ) (3)
2
• Momento de inércia da seção fissurada III :
b
b x3
+ ( n − 1 ) A's ( x − d ' ) 2 + n A s ( d − x ) 2 (4)
3

Figura 3 – Momento de inércia da seção fissurada para uma seção retangular

Na relação modular acima o valor do módulo de elasticidade secante do concreto pode ser
calculado pela seguinte expressão:

E cs = α E x α i x 5600 f ck , onde

fck = resistência característica à compressão do concreto em MPa;


αE = coeficiente em função do tipo mineralógico do agregado graúdo usado no concreto:
αE = 1,3 para agregados graúdos de basalto e diabásio;
αE = 1,0 para agregados graúdos de granito e gnaisse;
αE = 0,9 para agregados graúdos de calcário;
αE = 0,7 para agregados graúdos de arenito;
f ck
αi = 080 + 0 ,2 . ≤ 1 ,00 com f ck ≤ 50 MPa .
80

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Para vãos de vigas contínuas, quando for necessária maior precisão, pode-se adotar, para a rigidez
equivalente EI, o valor ponderado com o critério estabelecido de acordo com a figura abaixo:

(7)

(EI)eq,1 = rigidez equivalente do trecho 1;


(EI)eq,2 = rigidez equivalente do trecho de momento positivo;
(EI)eq,3 = rigidez equivalente do trecho 3;
Em cada trecho a rigidez equivalente deve ser calculada considerando as armaduras existentes e
com Ma igual a M1, Mv, e M2 respectivamente. Pode-se adotar a1/l e a2/l aproximadamente iguais
a 0,15.

Expressões para cálculo de flechas imediatas em vigas

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2.2 Flecha diferida no tempo

A flecha adicional diferida, decorrente das cargas de longa duração em função da fluência,
pode ser calculada de maneira aproximada pela multiplicação da flecha imediata pelo fator αf dado
pela expressão:

∆ξ
αf = (8)
1 + 50 ρ '
onde:
A's
ρ' =
b .d

ξ é um coeficiente função do tempo dado pelas seguintes expressões:


∆ξ = ξ(t) − ξ( t0 ) ;
ξ(t) = 0,68 . (0,996 t ) . t 0,32 para t ≤ 70 meses;
ξ(t) = 2 para t > 70 meses ,
sendo:
t é o tempo, em meses, quando se deseja o valor da flecha diferida; e
t0 é a idade, em meses, relativa à data de aplicação da carga de longa duração.

Tabela - Valor do coeficiente ξ em função do tempo


Tempo (t) 0 0,5 1 2 3 4 5 10 20 40 > 70
meses

Coeficiente ξ 0 0,54 0,68 0,84 0,95 1,04 1,12 1,36 1,64 1,89 2

O valor da flecha total deve ser obtido multiplicando a flecha imediata por ( 1 + αf ).

Em vigas contínuas, o valor de ρ’ para cálculo da flecha diferida pode ser ponderado no vão
de maneira análoga a determinação da rigidez equivalente EI.

2.3 Valores limites para os deslocamentos

A NBR 6118/2003, no item 13.3, prescreve os seguintes valores para os deslocamentos


limites em vigas:
• vão/250 para o deslocamento total diferido no tempo, considerando todas as cargas
aplicadas; e
• vão/500 ou 10 mm para o acréscimo de deslocamento diferido no tempo após a
construção das alvenarias.

A norma esclarece ainda que os deslocamentos podem ser parcialmente compensados pela
especificação de contraflechas. Entretanto, a atuação isolada da contraflecha não pode ocasionar um
desvio do plano maior que o vão/350.

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FLEXÃO NORMAL SIMPLES – SEÇÃO RETANGULAR (TEPEDINO)

A’s d’ σcd=fc=0,85fcd
σ’s
A’s.σ
y=0,8x
Rcc=fcby
d

d-d’
d-y/2
As Md
Asfyd

K ≤ KL ⇒ K’ = K
Md
K=
f c bd 2
K > KL ⇒ K’ = KL

A s1 =
f c bd
f yd
(1 − 1 − 2K' )
A s ≥ A s1 + A s2

f c bd K − K'
A s2 =
f yd 1 − d'
d
A's = A s2 ÷ φ

Valor de KL
fck KL
≤ 50 MPa 0,295

Relações entre d’ e d para se ter o nível de tensão φ = 1


σ'sd
Aço fck ≤ 50 MPa Cálculo do valor de φ=
f yd
(d’/d) ≤ (d/d’) ≥

[ ( )]≤ 1
CA-25 0,317 3,155
d'
CA-50 0,184 5,435 73,5 0,45 - d
φ=
CA-60 0,131 7,634 f yd 0,45

com fyd em kN/cm2

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FLECHAS EM VIGAS – Exemplo 1


Verificar a flecha total diferida para a viga mostrada na figura abaixo. A viga é da periferia
do pavimento tipo de um edifício comercial com 25 andares localizado na região metropolitana de
Belo Horizonte. Considerar que a viga entrará em carga após 28 dias de sua execução.

O cálculo dos valores das reações de apoio já foi feito e se encontra indicado também na
figura.

P = 110 kN
q = 55 kN/m
75 cm

A B C D 25 cm

153,32 kN 534,18 kN 534,18 kN 153,32 kN

7,5 m 4,0 m 4,0 m 7,5 m

Dados: gpermanente = 35 kN/m


qvariável = 20 kN/m
Ppermanente = 70 kN
Pvariável = 40 kN
Concreto fck = 25 MPa e agregado de gnaisse
Aço CA 50

SOLUÇÃO

1) Diagramas dos esforços solicitantes

Diagrama da força cortante

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Diagrama do momento fletor

Tramos A-B e C-D

M max = 153 ,32 . 2 ,79 − 27 ,5 . (2 ,79 ) 2 = 213 ,70


M=0

Tramo B-C
x2
M = − 396 ,98 − 275 x − 55 válido para 0 ≤ x ≤ 4
2
M=0

x = 1,75

M max = − 396,98 + 275 . 4,0 − 27 ,5 . (4 ,0)2 = 263,03

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2) Dimensionamento à flexão

Tramos A-B e C-D – momento fletor positivo

M = 213,70 kN.m
0,85 x 2,5
fck = 25 MPa → 2,5 kN/cm2 ⇒ fc = = 1,518 kN / cm 2
1,4
Aço CA 50
b = 25 cm
d = 75 – 5 = 70 cm
M 1,4 x 213,70 x 100
k= = = 0,161 < kL ∴ k' = k e As' = 0
2 2
fc x b x d 1,518 x 25 x 70

f c x b x d 1 − 1 − 2.k ' 


As =  (
 = 1,518 x 25 x 70 1 − 1 − 2 x 0,161 = 10,79 cm 2 )
f yd 43,5

As = 10,79 cm 2 → 4 φ 20 mm (As real = 12,57 cm2 )


Tramos A-B e C-D – momento fletor negativo
M = -396,98 kN.m
1,4 x 396,98 x 100
k= = 0,299 > kL ∴ k ' = kL e As' ≠ 0
2
1,518 x 25 x 70
f xb xd
As' = c
(k − k L ) = 1,518 x 25 x 70 x (0,299 − 0,295) = 0,23 cm 2
f yd
x
 d' 
1 − d 
43,5 1− 5
70
( )
 

As1 =
(
1,518 x 25 x 70 1 − 1 − 2 x 0,295
= 21,97 cm 2
)
43,5

As'
As 2 = = 0,23 cm 2
φ

As = As1 + As 2 = 22,20 cm 2 (
→ 5 φ 25 mm As real = 24,55 cm 2 )
Tramo B-C – momento fletor positivo

M = 263,03 kN.m
1,4 x 263,03 x 100
k= = 0,198 < kL ∴ k' = k e As' = 0
2
1,518 x 25 x 70

As = =
(
1,518 x 25 x 70 1 − 1 − 2 x 0,198 )
= 13,61 cm 2 → 5 φ 20 mm As real = 15,71 cm 2 ( )
43,5

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3) CÁLCULO DO MOMENTO DE SERVIÇO

Considerando que:

q = 55 kN/m

P = 110 kN

Como:

Pode-se, de forma simplificada, considerar:

4) MOMENTO DE FISSURAÇÃO - Mr

α = 1,5 (seção retangular);

Mserviço > Mr → usar seção fissurada em parte do vão

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5) CÁLCULO DA INÉRCIA DA SEÇÃO FISSURADA

Es = 210.000 MPa

Ecs = α E x α i x 5600 x [ (
f ck = 1,0 x 0,8 + 0,2 x 25
80
)] x 5600 x 25 = 24150 MPa

E s 210000
n= = = 8,70
Ecs 24150

Posição da linha neutra – momento fletor positivo dos Tramos A-B e C-D

b x2
2
( )
+ (n − 1). As' . x − d ' = n . As . (d − x )

25 x 2
+ (8,70 − 1). 0 . (x − 5) = 8,70 .12,57 . (70 − x )
2

4 φ 20,0

25 x 2
= 109,36 . (70 − x ) ⇒ 25 x 2 + 218,72 x − 15310,4 = 0
2

− 218,72 ± (218,72)2 − 4 . 25 . (−15310,4 )


x= = 20,76 cm
2 . 25

Posição da linha neutra – momento fletor negativo dos Tramos A-B e C-D
As = 5 φ 25 mm → A s = 24,55 cm 2

As' = 2 φ 20 mm → A s' = 6,29 cm 2

25 x 2
+ (8,70 − 1). 6,29 . (x − 5) = 8,70 . 24,55. (70 − x )
2

25 x 2 + 524,04 x − 30386,23 = 0 → x = 25,92 cm

Posição da linha neutra – momento fletor positivo Tramo B-C

As = 5 φ 20 mm → A s = 15,71 cm 2

25 x 2
= 136,68. (70 − x ) ⇒ 25 x 2 + 273,35 x − 19135,2 = 0 → x = 22,73 cm
2

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Momento de inércia da seção fissurada

Momento fletor positivo – Tramos A-B e C-D

I II =
b x3
3
( )2
+ (n − 1). As' . x − d ' + n . As . (d − x )2

25 x 20,763
I II = + 8,7 x12,57 x (70 − 20,76)2 = 339.709 cm 4
3
Momento fletor negativo – Tramos A-B e C-D

25 x 25,923
I II = + (8,7 − 1) x 6,29 x (25,92 − 5)2 + 8,7 x 24,55 x (70 − 25,92)2
3
I II = 581.321 cm 4
Momento fletor positivo – Tramo B-C

25 x 22,733
I II = + 8,7 x15,71 x (70 − 22,73)2 = 403.261 cm 4
3

6) CÁLCULO DA RIGIDEZ EQUIVALENTE


 90  3   90  3  
 
6.1 – EI eq = 2415.   .878.906 + 1 −    . 339.709
 166,69    166,69   

EI eq = 2415. (138.338 + 286.240 ) = 2415 x 424.578 kN .cm 2

 90  3   90  3  
 
6.2 – EI eq = 2415.  
 .878.906 + 1 −  
 . 581.321
 309,64    309,64   

EI eq = 2415. (21.582 + 567.046) = 2415 x 588.628 kN .cm 2

 90 3   90  3  
 
6.3 – EI eq = 2415.   .878.906 + 1 −    . 403.261
 205,16    205,16   

EI eq = 2415. (74.198 + 369.217 ) = 2415 x 443.415 kN .cm 2

Tramos A-B e C-D


1
EI eq = [(2415 x 424.578 x 5,575) + (2415 x 588.628 x 1,925)]
7,5
EI eq = 2415 x (315.603 + 151.081) = 2415 x 466.684 kN .cm 2

Tramo B-C
1
EI eq = [2 x (2415 x 588.628 x 1,75) + (2415 x 443.415 x 4,50)]
8,0
EI eq = 2415 x (257525 + 249.421) = 2415 x 506.949 kN .cm 2

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7) CÁLCULO DA FLECHA IMEDIATA

Tramos A-B e C-D


q = 43 kN/m

A B M = -309,64
7,5 m kN.m

Através de tentativas, arbitrando-se valores para x, a flecha máxima encontrada é de 0,64


cm para x = 3,13 m.

Tramo B-C
P = 86 kN
q = 43 kN/m

M = -309,64
kN.m B C M = -309,64
kN.m
4,0 m 4,0 m
_
=

q = 43 kN/m P = 86 kN M = -309,64 M = -309,64


kN.m kN.m
+ +
B C B C B C
8,0 m 4,0 m 4,0 m 8,0 m
(1) (2) (3)

5 qL4 5 0,43 x 800 4


f estr . 1 = = x = 1,873 cm
384 EI equiv. 384 2415 x 506.949

PL3 1 86 x 800 3
f estr . 2 = = x = 0,749 cm
48 EI equiv. 48 2415 x 506.949

ML2 1 30964 x 800 2


f estr . 3 = − 2 =−2x x = − 2,023 cm
16 EI equiv. 16 2415 x 506.949

f total = 1,873 + 0,749 − 2,023 = 0,60 cm

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8) CÁLCULO DA FLECHA DIFERIDA NO TEMPO

t0 = 28 dias = 0,933 mês


ξ(t0) = 0,66
ξ(∞) = 2

Tramos A-B e C-D

f t = ∞ = (1 + 1,34) x 0,64 = 1,50 cm

f t=∞ < f admissível → OK!

Tramo B-C

f t = ∞ = (1 + 1,34) x 0,60 = 1,40 cm

f t=∞ < f admissível → OK!

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Flechas em Vigas – Exemplo 2


Uma viga em balanço com seção 20/60 cm foi executada conforme o detalhado na figura. O
escoramento da viga da figura foi retirado 15 dias após a concretagem, quando ela ficou
submetida ao seu peso próprio e uma carga permanente de 15 kN/m até a idade de 4 meses.
Somente após esse período é que foram colocadas as demais cargas, que correspondem a mais
40 kN/m.
Pergunta-se se esta viga atende às prescrições normativas da NBR 6118 relativas às
deformações.

Dados: Concreto fck = 25 MPa e agregado de gnaisse


Aço CA 50
q xl4
Flecha de viga em balanço com carga uniformemente distribuída: f =
8 x E cs x I

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SOLUÇÃO:

1ª fase
pp = 0,20 x 0,60 x 25,00 = 3,00 kN/m
g1 = 15,00 kN/m
TOTAL (1ª fase) = 18,00 kN/m (0,18 kN/cm)

X = -18,00 x 2,00² / 2 = -36,00 kN.m

Como

Ecs = α E x α i x 5600 x [ (
f ck = 1,0 x 0,8 + 0,2 x 25
80
)] x 5600 x 25 = 24150 MPa

I = I c = 360.000 cm 4

qL4 1 0,18 x 200 4


f1 = = x = 0,041 cm
8 EI c 8 2415 x 360.000

2ª fase

pp = 0,20 x 0,60 x 25,00 = 3,00 kN/m


g1 = = 15,00 kN/m
g2 = = 40,00 kN/m
TOTAL (2ª fase) = 58,00 kN/m (0,58 kN/cm)

X = -58,00 x 2,00² / 2 = -116,00 kN.m

Como

Uso exclusivo da disciplina Concreto Armado II do curso de Engenharia Civil da UFMG


DEEs- UFMG Concreto Armado II – Deslocamentos em Vigas

Cálculo de
As = 2 x 2,011 = 4,022 cm²
As’ = 2 x 0,312 = 0,624 cm²
E s 210000
n= = = 8,70
Ecs 24150

b x2
2
( )
+ (n − 1). As' . x − d ' = n . As . (d − x ) ⇒
20 x 2
2
+ (8,70 − 1) . 0,624 . ( x − 3) = 8,70 . 4,022 . (56 − x )

10 x 2 + 39,80 x − 1973,93 = 0 ⇒ x =12,20 cm

I II =
b x3
3
2
( )
+ (n − 1). As' . x − d ' + n . As . (d − x )2

20 x12,203
I II = + (8,7 − 1) x 0,629 x (12,20 − 3)2 + 8,7 x 4,022 x (56 − 12,20)2 = 79645 cm 4
3
 3   M 3  
 M r  
I eq =   . I c + 1 −  r   . I II 
 M a   Ma   
 
 46,08 3   46,08  3  
  4
I eq =   x 360 .000 +  1 −    x 79645  = 97219 cm < 360.000 cm 4
 116,00    116,00   

qL4 1 0,58 x 200 4


f2 = = x = 0,494 cm
8 EI c 8 2415 x 97.219

→ A flecha final será a somatória das flechas de cada fase acrescidas das flechas diferidas no
tempo.
As' 0,624
ρ' = = = 0,00056
b. d 20 x 56
→ Flecha devida à 1ª carga (de 15 dias a 4 meses)

αf =
∆ξ
=
(1,04 − 0,5) = 0,525
(
1+ 50 ρ ' )
(1+ 50 x 0,00056)
( )
f t = 4 meses = f1 . 1 + α f = (1 + 0,525) x 0,041 = 0,064 cm
→ Flecha devida à 2ª carga (de 4 meses a 70 meses)

αf =
∆ξ
=
(2,0 −1,04) = 0,934
(
1+ 50 ρ ' )
(1+ 50 x 0,00056)
( )
f t = ∞ = f 2 . 1 + α f = (1 + 0,934 ) x 0,494 = 0,955 cm
→ Flecha final
f total no t = ∞ = 0,064 + 0,955 = 1,02 cm

→ Verificação
2 L 2 x 200
f adm = = = 1,60 cm ⇒ f t = ∞ < f adm OK !!!!
250 250

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