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R A T C Roberts
R A T C Roberts
C
Roberts Apperception Test
for Children
I. Administração
“Tenho aqui uma série de imagens que te vou mostrar uma de cada
vez. Quero que inventes uma história sobre cada gravura. Diz-me o
que está a acontecer, o que aconteceu antes e como a história acaba.
Diz-me o que as pessoas estão a falar e o que estão a sentir. Usa a tua
imaginação e lembra-te que não há respostas certas ou erradas.”
A. Escalas adaptativas
cartões : 4, 7, 11, 16
complementa a escala anterior dado que reflecte a percepção da criança do seu sistema
de suporte
colocação de limites razoáveis por parte dos pais e de outras figuras de autoridade, em
resposta à violação de regras ou de expectativas. Elevação pode significar uma excessiva
preocupação da criança em agradar as figuras de autoridade ou com o respeito das normas
sociais. Redução pode reflectir ausência de envolvimento parental.
Cartões: 1, 8, 13, 14
Sub-escalas:
♠ Disciplina instrutiva-construtiva: Nível mais adequado de educação – envolve
discussão, explicação, entendimento e instrução.
♠ Punição efectiva-apropriada: Punição adequada ao comportamento.
♠ Punição inapropriada / abusiva: Quando a punição é demasiada ou é fisicamente
abusiva. A inclusão de palmadas nas histórias representa uma área a melhorar em
termos educativos. A codificação desta escala é vulgarmente também codificada ATY.
Codifica-se limite setting porque apesar da desadequação da punição a criança
compreendeu que o comportamento inadequado tem consequências.
♠ Resposta não-efectiva: Esta sub-escala não é codificada limite setting. Representa
estilos parentais não efectivos – indiferença, raiva, indecisão, gritar (quando não são
seguidos de punição aceitável).
Sub-escalas:
♠ Nível 1 (não codificado): descrição breve de uma reacção emocional ou
comportamento, sem explicação suficiente ou consciência da sua causa (“rapariga vai
atirar a cadeira porque está furiosa com a mãe”).
♠ Nível 2: descreve adequadamente as características físicas, concretas da situação mas
com projecção, explicação ou interpretação limitada.
♠ Nível 3: nível mais elaborado de identificação de problemas – incluiu não só
consciência dos sentimentos, conflitos ou problemas, mas também abstracções
relacionadas com o problema (procurar palavras como saber, pensar, decidir, confuso).
6. Resolução 1 (RES 1):
tendência para procurar soluções irrealistas, de carácter mágico. Nas crianças mais velhas
o aparecimento destas respostas pode significar elevada defensividade, ingenuidade,
denegação, ou incapacidade para se envolver em resoluções de problemas complexos.
Sub-escalas:
♠ Nível 1 – resolução mágica ou irrealista (apropriado para crianças até aos 6 anos).
♠ Nível 2 – resolução realista, mas sem as fases de resolução necessárias à resolução 2.
Sub-escalas:
♠ Nível 1 – incluiu um problema, uma resolução construtiva e alguma consciência do
processo de resolução de problemas, mas não existe resolução de sentimentos.
♠ Nível 2 – resultado incluiu resolução construtiva de comportamentos e sentimentos.
B. Escalas Clínicas
1. Ansiedade (ANX):
2. Agressão (AGG):
1 – raiva
2 – ataque verbal ou físico
3 – destruição de objectos
4 – acting out ou comportamento mal-adaptativo
cartões 9, 13, 14 (se nestes cartões não surgir agressão deve-se cotar ATY). Também
surgem respostas agressivas nos cartões: 3, 6, 8, 11, 12
3. Depressão (DEP):
cartões: 2, 12
Não se codifica no cartão 15 a rapariga pede ao rapaz para sair. Codifica-se MAL, se a
personagem rejeitada foge.
Cartões: 5, 6, 10, 16
5. Não-Resolvido (UNR):
C. Indicadores Clínicos
Para crianças com mais de 7 anos mais do que um score ATY, MAL ou UNR, recusa (REF) é
clinicamente significativo.
4. Sem score:
- Uma ou mais escalas clínicas elevadas, que podem indicar que a criança está a ser
inundada por emoções não controladas
- Elevação de não-resolvido
- Elevação da escala de depressão
- Perseveração de temas relacionados com a crise (ex.: divórcio) e projecção desse tema
em cartões que não o elicitam vulgarmente
- Sup-c e Sup-o baixo
- Scores de resolução abaixo do que seria de esperar
- Depender dos outros pode ser baixo ou alto, depende como a criança percebe o
sistema de suporte. De qualquer forma o facto de Sup-o ser baixo indica que este
sistema não é percebido como capaz de resolver os problemas ou nem sequer está
disponível
- Ausência de patologia severa indicado por ATY e MAL, que indica uma perturbação
de longo-termo (nem o teste da realidade, nem o pensamento está perturbado)
- Scores baixos nas escalas de resolução, ou elevado não resolvido (UNR). Baixa
capacidade para lidar com os sentimentos
- Reduzido score na identificação do problema
- Depender dos outros e Sup-o baixo (reduzido apoio do sistema de suporte)
- Baixo Sup-c
- Limite setting acima da média
- Elevação das escalas clínicas (particularmente da depressão e da agressão)
- Os indicadores variam, MAL tende a revelar acting out ou impulsividade
- Excessiva actividade durante o teste
- Níveis de projecção reduzidos. O conteúdo dos scores é semelhante aos das crianças
mais novas, frequentemente com uso somente da descrição física
- Níveis elevados da escala de depressão
- Elevados scores em rejeição e não-resolvido (UNR)
- A ansiedade e a agressão varia conforme o tipo de reacção da criança à desordem
- Scores baixos em depender dos outros e Sup-o – sistema de suporte inadequado
- Baixo score em Sup-c
- Baixo score em RES 1 e RES 2 – reduzida capacidade de resolver problemas
construtivamente
- Sem indicações de desordem de pensamento (ATY)
- MAL varia conforme a tendência para reagir com acting out
- Comportamento durante o teste em conformidade com o tipo de desordem
F. Características clínicas de abuso sexual:
- Depressão elevada
- Outras escalas clínicas elevadas, nomeadamente rejeição e ansiedade
- Não-resolvido (UNR) elevado – desânimo acerca da possibilidade de resolver
problemas
- ATY, reflectindo conteúdos suicidas. Sem presença de perturbações de pensamento
- ATY no cartão 4 baseado na resposta de morte (ou a morrer), que representa desânimo
- MAL reflecte morte de personagem principal, conteúdo suicida ou conteúdo passivo-
resistentes
- Escalas adaptativas reduzidas – sistema de suporte ausente, como surge indicado em
depender dos outros e Sup-o
- Sup-c reduzido
- Scores de resolução reduzidos
- Identificação de problema elevado ou médio (para crianças com nível médio de
inteligência)
- Pouca energia, apatia, esforço mínimo
J. Características clínicas da desordem de pensamento:
- ATY elevado
- Ideias bizarras, fragmentadas, não usuais, socialmente inapropriadas ou implausíveis
- Perturbações que apontam no sentido de desordem de pensamento, como por exemplo
perda de coerência, passagem de um assunto a outro, não relacionado
- Interpretação perceptiva desadequada das figuras
- Afecto inapropriado, como reacções emocionais não relacionadas com o conteúdo do
cartão
- Indicações de perda de coerência do self, que pode ser indicado na redução de Sup-c
ou nas escalas de resolução
- Motivação perturbada, dificuldade em manter o interesse na tarefa, resolução limitada
dos sentimentos e problemas, com depressão ou falta de energia
- Interacções sociais perturbadas, que ultrapassa os problemas interpessoais normais e
pode envolver isolamento, desvinculação emocional, preocupações egocêntricas,
ideias ilógicas e fantasias. A ausência de depender dos outros e Sup-o pode permitir a
identificar estes problemas dentro do sistema de suporte da criança
- Tendência para elaborar somente descrições concretas. Atenção aos detalhes físicos.
Elevado número de sem codificação e respostas que são codificadas somente ATY
- Elevado ATY
- ATY incluiu interpretação errónea das figuras, outras da actividade
- Perseverações de conteúdos simples ao longo dos cartões
- Elevado número de UNR – incapacidade de contar uma história completa
- Atitude geral de cooperação, sem recusas
- Escalas adaptativas reduzidas
- Reduzida riqueza e variedade de conteúdo
Procedimentos interpretativos
1. Indicadores clínicos:
- Frequência e conteúdo
2. Escalas clínicas:
- Frequência e conteúdo
3. Escalas adaptativas:
- Suporte-outros – grau como a criança percebe o sistema de suporte como positivo (ver
em conjunto com a anterior para avaliar a responsividade do sistema de suporte).
Verificar que auxilia e quem não o é. O evitamento destes scores nos cartões 2, 5 e 10
é significativo.
- Nível de resolução – Nível 1: típica dos 6 e 7 anos; Nível 2: típica dos 8 aos 12 anos e
Nível 3: dos 13 aos 15 anos. As crianças das amostras clínicas raramente têm scores de
nível 3.
4. Análises de conteúdo: