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O Ciclo da Vida 1º e 2º semestres

O ciclo da vida humana

1. Introdução

Poderia ser
o encanto do despertar
para as cores
todas as manhãs.

Mas não é só.

Poderia ser
o prazer do sabor
de todo alimento degustado.

Mas não é só.

Poderia ser
a emoção de ouvir
todos os sons do mundo
a um só tempo.

Mas não é só.

Poderia ser
o cheiro do mel em produção
ou de uma flor em botão.

Mas não é só.

É mais que o milagre de ver tantas cores.

É mais que a satisfação pelo alimento.

Mais que a felicidade


de ouvir uma música.

Mais que o sentir o perfume das coisas vivas e não.

É ainda
o merecer o doce e suave encanto

do toque
em outro ser...

Os sentidos. Thelma Prado Moraes (RBM MAI 00 V57 N5)

Por meio dos órgãos dos sentidos e no contato com o outro, iniciamos a
aprendizagem, a apreensão e atribuição de significados ao mundo. Goethe, disse... “Para
ser o que sou hoje, fui vários homens. E, se volto a encontrar-me com os homens que fui,
não me envergonho deles. Foram etapas do que sou. Tudo que sei custou as dores das
experiências. Tenho respeito pelos que procuram, pelos que tateiam, pelos que erram. E o
que é mais importante, estou persuadido de que minha luz se extinguiria se eu fosse o único
a possuí-la”. E como nos lembra o Prof. Rogério Wulf Aguiar, ex- presidente da

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O Ciclo da Vida 1º e 2º semestres

Associação Brasileira de Psiquiatria, na apresentação do livro O Ciclo da Vida Humana:


Uma perspectiva psicodinâmica (2001):

“A compreensão das demandas de cada faixa etária e das capacidades de se lidar


com ela enriquece extraordinariamente o trabalho clínico. Além da correta
identificação de sintomas, o clínico deve estudar a pessoa como um todo. Em que
contexto social ela está? Como se constitui sua família? Quais projetos de vida
sofrem a interferência de uma enfermidade? Quais mudanças ocorreram em sua
vida que poderiam ter contribuído para o desencadeamento de alguma doença?
Que suporte tem para lidar com suas limitações? Quais as fantasias poderá
desenvolver a partir de um sintoma? Essa e outras perguntas poderão ser
formuladas para melhor entender nosso paciente e seus familiares. Parece
complicado estar atento a tudo isso? Em alguns casos, talvez seja, mas, em
muitos deles, certamente é mais complicado não perguntar, não reservar um
pouco de tempo para conversar e observar a pessoa que temos a nossa frente.
Quanto atalho poderia ser descoberto a partir de uma boa conversa!”
(BASSOLS, 2001)

Resolvemos utilizar a seqüência do ciclo vital como linha mestra da aprendizagem


pois ela nos pareceu natural, importante de ser melhor conhecida e seria facilitadora da
compreensão do processo saúde/doença (aqui entendido como reflexo do processo de vida).
Atualmente vem se pensando o desenvolvimento como “um processo complexo no
qual o comportamento é organizado, pelo menos em parte, como uma conseqüência de o
organismo comportar-se no mundo, ao invés de ser um resultado da atividade genética ou
das forças do ambiente” (GREEN; GUSTAFSON, 1997, p. 08). Mas sabemos também que
caminhos diferentes podem levar a resultados semelhantes, da mesma forma que caminhos
semelhantes não conduzem necessariamente a resultados semelhantes. Temos aqui
colocada a idéia de contexto na sua relação com desenvolvimento, compreendida não
apenas como lugar ou situação, mas incluindo os sistemas sociais, as pessoas como
participantes ativos, processadoras de informação, com sua história, seus objetivos,
expectativas, etc..., todos interagindo mutuamente no tempo. Mas esta concepção inclui
também a compreensão do organismo em desenvolvimento, como um indivíduo criado pela
história filogenética de sua espécie, consubstanciada em uma herança genética particular,
que se expressa num fenótipo particular, variável nos limites da norma de reação.
Buscaremos assim ao longo deste ano, ir fazendo as aproximações às diferentes
etapas da vida e de algumas das suas vicissitudes. Nos aproximaremos de famílias, casais, e
suas expectativas com relação à concepção e chegada de um novo ser. Acompanharemos o
processo gestacional e suas implicações para a mãe, para o bebê, para a família e o
ambiente. Veremos também o desenvolvimento intrauterino do bebê, seu desenvolvimento
e crescimento. Acompanharemos sua adolescência, vida adulta e envelhecimento.
Faremos aproximações a aspectos do desenvolvimento, crescimento e
envelhecimento dentro da normalidade e dentro de aspectos patológicos. Buscaremos
compreender estes aspectos com enfoque bio-psico-social, não como jargão, mas dentro da
noção de contexto acima expressa.
Utilizaremos da compreensão da Medicina Baseada em Evidências, para nos
auxiliar no alcance destes nossos objetivos. Esta, é uma nova metodologia, uma forma de
aprendizagem, e um recurso para manter-se atualizado, que vem sendo discutido no mundo
inteiro.
A prática da Medicina Baseada em Evidências busca integrar a experiência clínica
individual com a melhor evidência externa (dados e informações extraídas de pesquisa
científica, cuja validade e significância são avaliadas por critérios científicos definidos)
disponível na literatura.
Esperamos contribuir para a melhor compreensão do ciclo vital e algumas de suas
vicissitudes, e auxiliar estudantes e profissionais na aproximação das pessoas, com atitude
receptiva de quem já sabe algo, mas que está de olhos, ouvidos e mente abertos para
aprender mais, para poder experimentar a indizível alegria de con-viver.

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2. Algumas considerações sobre a Unidade

Entende-se por experiência clínica individual, a capacidade do médico em


estabelecer um adequado padrão de comunicação com os pacientes para tomar uma história
clínica válida e “verdadeira” de cada paciente em particular, e, realizar um abrangente e
adequado exame físico para após, integrar os dados coletados e formular hipóteses
diagnósticas.
Ao se praticar a Medicina Baseada em Evidência, estamos conscientes de estarmos
tentando oferecer ao paciente e à comunidade o melhor cuidado possível e disponível a
cada momento.
A Medicina Baseada em Evidências tem como objetivo a utilização racional e
eficiente da melhor informação científica, assim como dos recursos existentes em termos de
diagnóstico, prognóstico e terapêutica, incorporando o conhecimento acumulado das
Ciências Sociais e do Comportamento.
Para se ter uma prática baseada em evidências são necessárias habilidades que
cada vez mais passam a fazer parte do treinamento das escolas médicas: a epidemiologia
clínica, informática e noções de bio-estatística. Estes conhecimentos vão ajudar a
identificar problemas e quais informações serão necessárias para resolvê-los. Conduzirão a
uma pesquisa efetiva da literatura, a seleção de artigos e aplicação de critérios de avaliação
para identificar as fraquezas e fortalezas do estudo, para definir sua validade e a sua
aplicação para resolver o problema.
Ao tentarmos estabelecer uma relação empática para mitigar o sofrimento do
paciente, devemos considerar suas expectativas e preferências sem nos esquecermos do
direito dos indivíduos de receberem o que de melhor a ciência pode oferecer em termos de
cuidado à saúde ... lembrando sempre que ... quando um paciente procura um médico para
uma consulta, ele certamente busca algo mais que apenas uma resposta científica ao seu
problema de saúde mas, esta não pode ser esquecida.
Vamos tentar nos aproximar um pouquinho da compreensão que o Homem vem
tendo de si, do seu viver, na História, em alguns aspectos relacionados ao ciclo da vida.
Sabemos que a noção de família, a compreensão dos processos de concepção, de gestação,
de crescimento e desenvolvimento, o modelo de saúde e de doença foram se modificando.
Como disse Ariès (1981, p. 9-27):

“... A sociedade nem sempre percebeu a infância da forma atual. Ela via mal a
criança e, pior ainda, o adolescente. A duração da infância era reduzida a seu
período mais frágil, enquanto o filhote do homem ainda não conseguia bastar-se;
a criança, então, mal adquiria algum desembaraço físico, era logo misturada aos
adultos, partilhando de seus trabalhos e jogos. De criancinha pequena, ela se
transformava imediatamente em homem jovem, sem passar pelas etapas da
juventude, que talvez fossem praticadas antes da Idade Média e que se tornaram
aspectos essenciais das sociedades evoluídas de hoje.
A transmissão dos valores e dos conhecimentos e, de modo mais geral, a
socialização da criança não eram, portanto, nem asseguradas e nem controladas
pela família. A criança se afastava logo de seus pais, e pode-se dizer que durante
séculos a educação foi garantida pela aprendizagem, graças à convivência da
criança ou do jovem com os adultos. A criança aprendia as coisas que devia saber
ajudando os adultos a fazê-las (não havia escolas).
A passagem da criança pela família e pela sociedade era muito breve e muito
insignificante para que tivesse tempo ou razão de forçar a memória e tocar a
sensibilidade. A infância era apenas uma fase sem importância que não fazia
sentido fixar na lembrança: havia tantas crianças cuja sobrevivência era tão
problemática. O sentimento de que se faziam várias crianças para conservar
apenas algumas, era e durante muito tempo permaneceu muito forte. Ainda no
século XVII, vemos uma vizinha tranqüilizar, assim, uma mulher inquieta que,
tendo cinco “pestes”, acabara de dar à luz: “Antes que eles te possam causar
muitos problemas, tu terás perdido a metade, e quem sabe todos.” Estranho
consolo! As pessoas não podiam se apegar muito a algo que era considerado uma
perda eventual. Isso explica algumas palavras que chocam nossa sensibilidade
moderna, como estas de Montaigne: “Perdi dois ou três filhos pequenos, não sem
tristeza, mas sem desespero. A opinião comum devia “não reconhecer nas
crianças nem movimento na alma, nem forma reconhecível no corpo.” Essa

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indiferença era uma conseqüência direta e inevitável da demografia da época.


Contudo, um sentimento superficial da criança – chamado “paparicação” –
era reservado à criancinha em seus primeiros anos de vida, enquanto ela ainda era
uma coisinha engraçadinha. As pessoas se divertiam com a criança pequena como
com um animalzinho, um macaquinho impudico. Se ela morresse então, como
muitas vezes acontecia, algumas podiam ficar desoladas, mas a regra geral era
não fazer muito caso, pois uma outra logo a substituiria. Quando ela conseguia
superar os primeiros perigos e sobreviver ao tempo da paparicação, era comum
que passasse a viver em outra casa que não a de sua família. Essa família se
compunha do casal e das crianças que ficavam em casa. Essa família antiga tinha
por missão a conservação dos bens, a prática comum de um ofício, a ajuda mútua
cotidiana, num mundo em que um homem e mais ainda uma mulher isolados não
podiam sobreviver, e ainda, nos casos de crise, a proteção da honra e das vidas.
Ela não tinha função afetiva. Isso não quer dizer que o amor estivesse sempre
ausente, mas não era necessário à existência e ao equilíbrio da família : se ele
existisse, tanto melhor.
A partir de certo período, fim do século XVII, uma mudança considerável
alterou o estado de coisas que acabamos de analisar. A escola substituiu a
aprendizagem como meio de educação, a criança deixou de ser misturada aos
adultos e de aprender a vida diretamente através do contato com eles e, deste
modo, a família tornou-se o lugar de uma afeição necessária entre os cônjuges e
entre pais e filhos, algo que ela não era antes. Esta afeição se exprimiu sobretudo
através da importância que se passou a atribuir à educação. A família começou a
se organizar em torno da criança e a lhe dar uma tal importância, que a criança
saiu de seu antigo anonimato, que se tornou impossível perdê-la ou substituí-la
sem uma enorme dor. Ela não pode mais ser reproduzida muitas vezes, e se
tornou necessário limitar o seu número para melhor cuidar dela. Até então, fins
do século XVII, o infanticídio era tolerado. Era praticado em segredo, camuflado
sob a forma de acidente: As crianças morriam asfixiadas naturalmente na cama
dos pais. A diminuição da mortalidade infantil observada no século XVIII não
pode ser explicada por razões médicas e higiênicas; simplesmente, as pessoas
pararam de deixar morrer ou de ajudar a morrer as crianças que não queriam
conservar ( a puericultura surge nesta época ).
As idades da vida eram uma das formas comuns de conceber a biologia
humana, em relação às correspondências internaturais e também eram
relacionadas às funções sociais, às atividades. Precisamos ter em mente que toda
a terminologia que hoje nos parece tão oca traduzia noções que na época eram
científicas, e correspondiam também a um sentimento popular e comum da vida.
Citemos alguns exemplos da Idade Média: Aqui, as idades correspondendo
aos planetas, em número de sete: A primeira idade é a infância que planta os
dentes, e essa idade começa quando a criança nasce e dura até os sete anos, e
nessa idade aquilo que nasce é chamado de enfant (criança), que quer dizer não
falante, pois nessa idade a pessoa não pode falar bem nem formar perfeitamente
suas palavras, pois ainda não tem seus dentes bem ordenados nem firmes. Após a
infância, vem a segunda idade... chama-se pueritia e é assim chamada porque
nessa idade a pessoa é ainda como a menina do olho, e essa idade dura até os 14
anos.
Depois segue-se a terceira idade, que é chamada de adolescência, que
termina no vigésimo primeiro ano mas, segundo Isidoro, dura até 28 anos... e
pode estender-se até 30 ou 35 anos. Essa idade é chamada de adolescência porque
a pessoa é bastante grande para procriar. Nessa idade os membros são moles e
aptos a crescer e a receber força e vigor do calor natural. E, por isso, a pessoa
cresce nessa idade toda a grandeza que lhe é devida pela natureza. O crescimento,
no entanto, termina antes dos trinta ou trinta e cinco anos, e até mesmo antes dos
28. Certamente devia ser ainda menos tardio numa época em que o trabalho
precoce mobilizava mais cedo as reservas do organismo.
Dividem as idades também em: a idade dos brinquedos, a idade da escola, a
idade do amor ou dos esportes e da cavalaria, a idade da guerra e, finalmente as
idades sedentárias.”

Mas vejamos, também, como atualmente se pensa e se compreende este ser em


transformação. A criança não é um ser adulto em miniatura. Ela é entendida como um ser
em formação, vulnerável, dependente e a caminho de uma independência relativa.
Esta dependência diz respeito não só à questão da estrutura familiar, mas também,
da forma como a sociedade concebe a criança e se organiza para responder às necessidades
desta formação, oferecendo serviços, instituições e proteção. Por exemplo: serviços de
saúde de qualidade, educação e lazer para todos, distribuição mais equânime das riquezas,
instituição para proteção e garantia dos direitos da criança etc.
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Assim, para compreender o processo de nascimento, crescimento e desenvolvimento


da criança até sua adolescência é necessário entender: 1) que o nascimento de um bebê, um
novo ser, representa uma transição da vida intra-uterina (dependente e protegida pelo
organismo materno) para uma vida própria extra-uterina, necessitando de algumas
adaptações cardio-respiratórias, térmicas, nutricionais, metabólicas, imunológicas,
psicológicas, etc.; 2) que o seu desenvolvimento é mais abrangente e refere-se também às
alterações da composição e funcionamento das células, à dimensão dos membros, à
maturação dos órgãos e à aquisição de novas funções. 3) que o seu crescimento, encarado
globalmente, é a somatória de fenômenos celulares, bioquímicos, biofísicos e
morfogênicos, cuja integração é feita segundo um plano pré-determinado pela herança e
modificado pelo ambiente de vida; "o desenvolvimento não é determinado, mas
possibilitado e circunscrito por um enorme conjunto de fatores e processos em interação
dinâmica, envolvendo, portanto, um alto grau de imprevisibilidade. Caminhos diferentes
podem convergir e, a partir de uma mesma rota, é possível chegar a pontos diferentes"
(CARVALHO et al, 2002).
Sabemos que há aspectos da condição humana tão conhecidos e, ao mesmo tempo,
tão intrigantes e desconhecidos. Encontramos na mitologia a idéia de como os povos, desde
a antigüidade, percebiam e pensavam a sexualidade e a reprodução.
No mito relativo ao nascimento dos deuses, e que freqüentemente se relaciona com
a formação do mundo, Eros - o Amor - aparece como oriundo do Caos inicial ou então
nascido do Ovo primordial engendrado por Nix - a Noite. Deste Ovo também teriam
surgido Urano, o Céu, e Gaia, a Terra. Tanto numa versão como noutra, Eros é uma força
preponderante na ordem do Universo, responsável pela perenidade das espécies e pela
harmonia do próprio Cosmos. (KURY, 1992).
Mencionava-se também outro Eros, filho de Hermes e de Ártemis – o Eros alado ou
não, dos escultores e dos poetas, e é ele e Psique que vemos na capa do caderno, ao fundo,
na foto da escultura de Antônio Canova. Ele é o Cupido, que é uma representação de Eros
na mitologia romana. Seu poder era irresistível, e a ele se dobravam não somente os
mortais, mas também os heróis e os próprios deuses, todos sujeitos às suas flechas certeiras.
Uma das lendas mais conhecidas em que aparece Eros é a relativa a Psique, por quem Eros
se apaixonou. (KURY, 1992).
Freud, por volta de 1900, mostrou através da criação da Psicanálise, uma nova teoria
do funcionamento psíquico, onde ele demonstrou a existência e importância do
inconsciente e especialmente a teoria dos impulsos, primordialmente os sexuais que ele
chamou de EROS (pulsão de vida) e TANATOS (pulsão de morte), utilizando assim idéias
da mitologia.
Em relação aos termos sexual e sexualidade, podemos dizer que têm significado
extremamente amplo. Também aludem aos órgãos masculinos e femininos e, além disso,
aos respectivos aparelhos, indicando funções distintas: as que regem a perpetuação da
espécie e, por outro lado, as que regem a aparição de características de cada sexo.
(AJURIAGUERRA, 1997).
A identidade sexual pode ser considerada como o resultado de todas as influências
sobre o indivíduo, tanto pré-natais como pós-natais. Ela é o resultado de vários
determinantes: sexo genético, sexo gonadal, genitália externa, interna, caracteres sexuais
secundários que aparecem na puberdade, e o papel atribuído pela sociedade em resposta a
todas essas manifestações do desenvolvimento sexual e da orientação da libido (energia
postulada por Freud como substrato das transformações da pulsão sexual). Ela inclui ainda
todos os comportamentos de conotação sexual, como gestos, maneirismos corporais,
hábitos de linguagem, preferências em recreação e conteúdo dos sonhos.
(AJURIAGUERRA, 1997)
A sexualidade no início da adolescência, é vista em muitas sociedades, através da
história, como período de celebração da aquisição da fertilidade. Com a fertilidade, o
adolescente se prepara para a reprodução. As profundas modificações que ocorrem no
comportamento sexual vigente na atualidade, o aumento das doenças sexualmente
transmissíveis, os aspectos bioéticos da interrupção da gestação e o advento das novas e
revolucionárias técnicas de reprodução humana mobilizam questionamentos que, implícita
ou explicitamente, aparecem no cotidiano do profissional médico.

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Na atualidade, a reprodução pode ocorrer não somente do encontro de um homem e


uma mulher; estamos avançando na fertilização in vitro, mas sabemos que a aceitação da
gravidez, o acolhimento social e familiar e seu acompanhamento pré- natal num bom
equilíbrio psíquico facilitam os processos de acomodação materno-fetal e resolução do
parto.
Existem questionamentos de como se dá esse desenvolvimento fetal e a adaptação
da gestação entre mãe e feto. O feto, surpreendentemente, em sua dependência da mãe, no
intercâmbio eficaz de produtos nutritivos e metabólicos, exerce influência ou controle sobre
o processo de troca e, portanto, sobre seu ambiente. Os métodos pelos quais um feto é
capaz de influenciar seu próprio crescimento e desenvolvimento envolvem uma variedade
de mensagens transmitidas, em muitos casos, por hormônios. Mensagens hormonais a partir
do concepto são capazes de afetar os processos metabólicos, o fluxo sangüíneo
uteroplacentário e a diferenciação celular, e até dar o sinal de seu desejo e prontidão para
deixar o útero, pela iniciação hormonal do parto.
Segundo Marília Largura, no livro “A assistência ao parto no Brasil”, vivemos numa
época caracterizada pelo consumismo, que, por sua vez, leva ao materialismo, à confiança
na tecnologia, à perda da individualidade. Vivemos numa época caracterizada, ao conforto
que estabiliza e impede o indivíduo de arriscar e criar novas situações, que transformou o
homem num simples “objeto” de consumo, que amortiza a consciência. Humanizar o parto
é respeitar e criar condições para que todas as dimensões do ser humano sejam atendidas:
espirituais, psicológicas, biológicas e sociais”... Que olhar se irá colocar neste novo ser que
chega ao mundo?...
Um outro aspecto que temos a considerar é: Qual é o padrão normal de conduta
humana? A conduta, é extremamente variável, dependendo do ambiente familiar em que a
criança é educada, do meio sociocultural em que vive, os padrões de comportamento que
ela adquirirá, bem como as crenças, os conceitos morais, os estilos de pensamento e a
expressão emocional diferirão grandemente. Entretanto, em praticamente todas as culturas
humanas conhecidas, há formas de pensar, de sentir e de atuar que são encaradas como
aberrantes, requerendo um tratamento especial por parte da comunidade.
Encarar a conduta diferente dos padrões habituais como doença ou transtorno, é um
fenômeno relativamente recente na história da civilização ocidental. Somente no século
XVII a custódia dos alienados passou da responsabilidade da Igreja para a então nascente
Psiquiatria. Na Grécia Clássica, o cuidado com os loucos era feito no templo-hospital de
Esculápio, tipificando a tendência prevalente de mesclar o tratamento das doenças com
religião e misticismo. Existem, ainda hoje, atitudes que se baseiam no conhecimento
científico mesclado a concepções mágicas da doença, principalmente quando falham os
tratamentos médicos ou psicoterápicos.
Dentre os diversos órgãos do corpo humano, os relacionados aos sentidos, vão
permear a relação do indivíduo com o mundo, vão influenciar no padrão de conduta que vai
ser estabelecido, e, pesquisas demonstram que as crianças brasileiras, mesmo com perdas
auditivas significativas, têm ainda, seu diagnóstico realizado tardiamente, em função da
falta de conhecimentos básicos, comprometendo assim todo seu desenvolvimento psico-
social. Embora as dificuldades de aprendizagem apresentem múltiplas causas, os problemas
de audição devem ser muito valorizados, pois 1 em cada 7 crianças tem algum tipo de perda
auditiva. Essas crianças podem ser confundidas ou rotuladas como deficientes, devido à
dificuldade de comunicação. No Brasil, a principal causa de deficiência auditiva profunda é
a rubéola materna, contraída durante a gestação.
Segundo a própria OMS, existem atualmente no mundo cerca de 45 milhões de cegos
e 135 milhões de pessoas visualmente incapacitadas. O dado mais chamativo é que 80%
das causas de cegueira são evitáveis, ou seja, preveníveis ou curáveis. A população de
cegos aumentará em 2 milhões de casos/ano, a menos que medidas enérgicas e eficientes
sejam tomadas.
Dentre as prioridades globais estabelecidas pela OMS para a erradicação da cegueira
evitável, citamos a catarata, as causas de cegueira na infância e os erros refratários.
As Campanhas de Reabilitação Visual Olho no Olho, coordenada pelo Conselho
Brasileiro de Oftalmologia, têm como meta atender mais de três milhões de estudantes
matriculados na 1a série do ensino fundamental de 44.740 escolas públicas (Estaduais e
Municipais) dos 607 municípios com mais de 40 mil habitantes. Das crianças que passarem
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pelo teste de acuidade visual, entre 306 mil e 459 mil (10 a 15%) serão encaminhadas para
consulta oftalmológica, entre 214 mil e 306 mil ( 7 a 10%) receberão óculos gratuitamente
e cerca de 150 mil ( 5% ) serão encaminhadas para outros tratamentos oculares. Segundo
dados da literatura mundial, estima-se que 10% desses escolares terão problemas de visão
que diminuirão ou mesmo impedirão seu pleno desenvolvimento intelectual e social,
contribuindo para os elevados índices de repetência e evasão escolar, caso os cuidados
necessários não sejam tomados.
Em 27 de maio de 2000 também teve início a Campanha Nacional de Redução da
Cegueira Decorrente da Retinopatia Diabética, que tem como meta imediata a realização de
150 mil procedimentos de fotocoagulação a laser até dezembro de 2000. Isto contribuirá
para reduzir consideravelmente a cegueira por retinopatia diabética no Brasil, considerada a
principal causa de cegueira irreversível na população economicamente ativa.
O desenvolvimento de recursos e habilidades das sociedades humanas modificou, de
maneira significativa, a composição etária das sociedades. Conquanto seja difícil delinear
conceitos universalmente aceitáveis, o envelhecimento pode ser considerado segundo as
dimensões biológica, populacional e psicológica.
“Velhice é um termo impreciso e sua realidade difícil de perceber. Quando uma pessoa
se torna velha? Aos 50, 60, 65 ou 70 anos? Nada flutua mais do que os limites da velhice
em termos de sua complexidade fisiológica, psicológica e social. Uma pessoa é tão velha
quanto suas artérias, seu cérebro, seu coração, seu moral ou sua situação civil? Ou é a
maneira pela qual outras pessoas passam a encarar certas características que classificam as
pes soas como velhas (VERAS, 1994).?”
Segundo Comfort (1979), o envelhecimento biológico é caracterizado pela falência na
manutenção da homeostase (equilíbrio interno) sob condições de estresse fisiológico,
falência esta que é associada à diminuição da viabilidade e ao aumento da vulnerabilidade
do indivíduo. Alguns fatos biológicos do envelhecimento são descritos por Hayflick (1996):
é universal e atinge a todos, é deteriorativo, diminuindo a função de células, órgãos e
organismo, e é irreversível. As definições biológicas do envelhecimento parecem
demasiadamente rígidas, e possivelmente não dão conta da descrição de um processo de
natureza complexa, em que há reducionismo até na comparação do novo com o velho, ou
seja, do jovem com o idoso. Tudo é curso, montante e jusante nesta travessia.
As repercussões sociais decorrentes do envelhecimento foram historicamente mais
reconhecidas em países desenvolvidos, onde o crescimento da população idosa ocorreu
predominantemente no século XIX. Há, contudo, um fenômeno global que se observa a
partir dos anos 80, quando mais da metade das pessoas que atingem a idade de 60 anos vive
em países do Terceiro Mundo, e, até 2025, prevê-se que três quartos da população idosa do
mundo estarão vivendo em países menos desenvolvidos (VERAS, 1994).
Isto envolve o Brasil, em meio à transição epidemiológica ou demográfica, que se
caracteriza pelo rápido crescimento do percentual de idosos na população, justificado pela
queda da fecundidade, controle parcial das doenças evitáveis (por exemplo, pela
imunização), e redução da mortalidade, sobretudo infantil (RAMOS et al, 1987).
Também em nosso Município de Marília é possível observar desdobramentos do
envelhecimento populacional, como o elevado custo para o Sistema Único de Saúde de
procedimentos decorrentes de doenças caracteristicamente incidentes em idosos, como as
fraturas do fêmur proximal (KOMATSU, 1998).
O envelhecer, em si, como fenômeno de natureza biopsicossocial complexa, repercute
fundo no íntimo de cada um de nós, interagindo com nossas estruturas e processos
interiores. O envelhecimento psicológico traz usualmente as marcas da pessoa, calcadas ao
longo da vida. Reconhecê-lo é algo estritamente necessário para a adequada compreensão
da pessoa que envelhece.
Seriam as alterações psíquicas que acontecem nesta etapa, necessariamente
decorrentes do envelhecimento normal? Não é esperada a manifestação de depressão ou
demência em todos os idosos, mas Veras (1994) identificou em seu estudo realizado no Rio
de Janeiro um maior risco associado ao envelhecimento de deficiências cognitivas e um
maior risco de depressão relacionado às doenças físicas freqüentes em idosos, o que nos faz
considerar uma maior suscetibilidade dos idosos aos déficits cognitivos, e dos idosos com
alguma enfermidade à depressão. Em outro estudo verificou-se um aumento do risco de

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mortalidade e demora na recuperação de doenças, para aqueles idosos que não têm um rede
social de suporte (familiares, amigos, vizinhos, etc...) consistente (STEINBACH, 1992).

Referências:

AJURIAGUERRA, J. Manual de psiquiatria infantil. 4. ed. Barcelona: Toray Masson,


1997. Cap. 12, p. 361.

ARIES, P. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981. p. 9-
27.

BASSOLS, A. M. S.; KAPCZINSKI, F.; EIZIRIK, C. L. O ciclo da vida humana: uma


perspectiva psicodinâmica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.

CARVALHO, A. M. A.; KOLLER, S. H.; LORDELO, E. R. (Org.). Infância brasileira e


contextos de desenvolvimento. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.

COMFORT, A. The biology of senescence. 3 rd ed. New York: Elsevier, 1979.


GREEN, J. A.; GUSTAFSON, G. E. Perspectives on an ecological approach to social
communicative development in Infancy. In: DENT, C.; READ, P.; ZUKON-GOLDRING
(Org.) Evolving explanations of development.. Washington: APA,1997. p. 515 – 546.
HAYFLICK, L. Como e porque envelhecemos ? Campus: Rio de Janeiro, 1996.

KOMATSU, R.S. Incidência de fraturas do fêmur proximal em Marília, São Paulo,


Brasil, 1994 e 1995. 1998. 105 f. Dissertação (Mestrado em Epidemiologia)-Universidade
Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina, São Paulo, 1998.

KURY, M.G. Dicionário de mitologia grega e romana. 3.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1994. p. 130.

RAMOS, L. R.; VERAS, R. P.; KALACHE, A. Envelhecimento populacional: uma


realidade brasileira. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 21, n.3, p.211-224. jun. 1987.

STEINBACH, U. Social networks, institutionalization, and mortality among elderly people


in the United States. J. Gerontol., Saint Louis, v. 47, n. 4, p. S183-S190, 1992.

VERAS, R. P. País jovem de cabelos brancos: a saúde do idoso no Brasil. Rio de Janeiro:
Relume Dumará, 1994.

3. Equipe de Organização da Unidade

3.1. Professores responsáveis pela Unidade

• Ana Helena Manzano – Medicina Intensiva


• Antonio Aparecido Tonhom – Psiquiatria
• Eder Massao Ueda – Oftalmologia
• Haydeé Maria Moreira - Fisiologia
• Heloísa C. E. Villar - Endocrinologia / Medicina baseada em evidências
• Kazue Kobare – Otorrinolaringologia
• Magali Aparecida Alves de Moraes – Psicologia
• Osni Lázaro Pinheiro - Farmacologia
• Reinaldo José Rafaelli - Urologia
• Rosa Maria Batista Dantas - Psiquiatria / Psicanálise
• Silvia Marin Iasco - Ginecologia e Obstetrícia /Medicina baseada em evidências
• Spencer Luiz Marques Payão - Genética
• Teresa Cristina França Sartori - Histologia
• Valdeci Oliveira Rigolin - Geriatria
• Zilda Maria Tosta Ribeiro - Pediatria/ Saúde Coletiva
Faculdade de Medicina de Marília 3ª série do Curso de Medicina /2004
O Ciclo da Vida 1º e 2º semestres

3.2. Colaboradores

• Alfredo Rafael Dell’ Aringa - Otorrinolaringologia


• Amauri Porto Nunes – Cirurgia Vascular
• Ana Paula C. Guimarães - Fisiologia
• Anete Maria Francisco Bagnariolli – Genética
• Carlos A. Lazarini - Farmacologia
• Edson K. Suzuki – Pediatria
• Eliana Ferreira Roselli - Psiquiatria
• Elza Aquimi Adachi – Pediatria
• Ernindo Sacomani Júnior - Psiquiatria
• Everton Sandoval Giglio – Patologia Clínica
• Francisco Antunes Ribeiro Neto - Psiquiatria
• Haydée Maria Moreira – Fisiologia
• Helena Maria da Costa Lima - Bibliotecária
• Izaura Ortunho Campos – Serviço Social
• José Antonio Galbiatti – Anatomia
• José Augusto Alves Ottaiano - Oftalmologia
• José Carlos Aguirre Monteiro - Geriatria
• José de Freitas Guimarães Neto – Cirurgia Pediátrica
• Luciene de Oliveira Conterno -Epidemiologia Clinica
• Luiz D. M. Melges - Neurologia Clínica
• Magali Aparecida Alves de Moraes – Psicologia
• Marco Antônio Mazzetto - Ginecologia
• Maria Elisabeth S. H. Corrêa - Epidemiologia
• Maria José Sanches Marin - Enfermagem
• Mércia Rezende Matos - Nutrição
• Nilton Eduardo Guerreiro - Neurocirurgia
• Olga Aparecida Angeli – Psicologia
• Paulo Marcondes Carvalho Júnior – Informática em Saúde
• Regina Helena Gregório Menita - Bibliotecária
• Renata Casadei Abumussi – Terapia Ocupacional
• Ricardo Shoiti Komatsu - Geriatria
• Rinaldo Henrique Aguilar da Silva - Bioquímica
• Rosana Terêsa Alves Lois Martin - Oftalmologia
• Selma Regina M. Pereira - Ginecologia
• Selma Tsuji – Psiquiatria/ Medicina baseada em evidências
• Teresa Prado da Silva – Anatomia
• Valeria Garcia Caputo - Psiquiatria / Medicina baseada em evidências

3.3. Assessoria Técnico – Pedagógica

• Eliana Claudia de O. Ribeiro – Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde


(NUTES – UFRJ )
• José Venturelli – Universidade de McMaster – Canadá
• Luis Branda – Universidade de McMaster – Canadá

3.4. Coordenadores da 3ª Série

• Antonio Aparecido Tonhom – Psiquiatria


• Heloísa Cerqueira César Esteves Villar - Endocrinologia

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O Ciclo da Vida 1º e 2º semestres

4. Período

A Unidade Ciclo da Vida I iniciar-se-á no dia 09/02/04, encerrando-se no dia 28/05/04 e o


Ciclo de Vida II iniciar-se-á em 02/08/04 encerrando-se em 03/12/04.

5. Semana Padrão

Período Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

Manhã Tutoria Habilidades Conferência Tutoria Habilidades


Clínicas Profissionais

Tarde * Interação * * *
Comunitária

* Atividades práticas/ tempo pró-estudo do estudante

6. Dias previstos de tutoria

6.1. Primeiro Semestre

09/02 01/03 01/04 03/05


12/02 04/03 05/04 06/05
16/02 08/03 08/04 10/05
19/02 11/03 12/04 13/05
26/02 15/03 15/04 17/05
18/03 19/04 20/05
22/03 26/04 24/05
25/03 29/04 27/05
29/03 - -

Obs: 22/04 – Congresso Paulista de Educação Médica

6.2. Segundo Semestre

02/08 02/09 04/10 04/11


05/08 13/09 07/10 08/11
09/08 16/09 14/10 11/11
12/08 20/09 18/10 18/11
16/08 23/09 21/10 22/11
19/08 27/09 25/10 25/11
23/08 30/09 29/11
26/08 02/12
30/08 -

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O Ciclo da Vida 1º e 2º semestres

7. Avaliação

Datas Instrumentos

11/03 Formato 3 (Avaliação do Desempenho do Estudante na


15/04 Sessão de Tutoria)
27/05
26/05 Teste Progressivo

EAC 1º EAC 2º EAC 3º EAC

Exercício de Avaliação Cognitiva (EAC1) 02/04 13/08 22/12

Exercício de Avaliação Cognitiva (EAC2) 28/05 13/08 22/12

Exercício de Avaliação Cognitiva (EAC3) 01/10 17/12 22/12

Exercício de Avaliação Cognitiva (EAC4) 03/12 17/12 22/12

8. Objetivo Geral

Proporcionar ao estudante uma visão integrada do ciclo da vida, reconhecendo que


trata-se de um processo dinâmico, influenciado pela realidade de cada um (fatores
constitucionais e ambientais), com repercussões em sua vida e na vida dos seus
circunstantes.
Contribuir para o reconhecimento da importância, do profissional da saúde como
agente de mudança, que possa estabelecer uma relação humana, empática e ética frente ao
sofrimento e também consciente do seu papel social, atuando na integração do
conhecimento interdisciplinar e no manejo de situações/problema mais freqüentes na
atenção à saúde, da criança, do adolescente, do adulto e do idoso, que culminarão na
prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e reabilitação do indivíduo e/ou comunidade, e
no pleno exercício da cidadania.
Desenvolver habilidades para realizar uma história clínica coerente e um exame físico
efetivo, nas várias etapas do ciclo de vida, envolvendo a avaliação de: fatores de risco,
convívio familiar e social, perfil de utilização de fármacos, estado mental, capacidade
funcional e estado nutricional, possibilitando identificar a situação clínica que esteja
ocorrendo, seja ela patologia, ou manifestação da fisiologia.
Estimular também a utilização sistemática de ferramentas de busca e de avaliação
crítica das informações disponíveis, para responder às questões de saúde nas dimensões
biológica, psicológicas e sócio-culturais.

9. Objetivos Específicos

9.1. Objetivos Específicos do primeiro semestre

Espera-se que durante o primeiro semestre o estudante possa:

1. Avaliar como as expectativas na família, acerca do nascimento de um bebê, as


condições da sua concepção, pré-natal, parto, e pós-parto, interferirão, no bebê, na
unidade mãe - bebê e na família.

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O Ciclo da Vida 1º e 2º semestres

2. Analisar a importância da assistência pré-natal como atividade de atenção à saúde


da mulher e da criança, identificando a diferença no cuidado oferecido à gestante na
rede pública e privada.
3. Reconhecer a importância do aconselhamento genético, frente às doenças
hereditárias (relacionadas aos órgãos dos sentidos).
4. Explicar os processos biológicos envolvidos na concepção, implantação,
desenvolvimento e crescimento do concepto durante a vida intra-uterina e
reconhecer a influencia dos aspectos emocionais da gestante nos referidos
processos.
5. Explicar o processo de formação da placenta, compreendendo sua importância para
o feto e para a mãe.
6. Explicar o processo de diferenciação do sistema reprodutor durante a vida intra-
uterina, do ponto de vista genético e morfológico, relacionando-o com os dados do
exame ultrassonográfico.
7. Avaliar os riscos e benefícios, para a mãe e para o bebê, do uso de fármacos e de
determinados tipos de alimentos, durante a gravidez e lactação (puerpério).
8. Avaliar os benefícios para a saúde da mulher e do bebê, proporcionados pelo
exercício pleno dos direitos trabalhistas do homem, da mulher gestante e puérpera.
9. Relacionar as mudanças físicas e emocionais que ocorrem na gravidez, puerpério e
lactação, com as alterações hormonais, metabólicas e os padrões nutricionais da
gestante.
10. Analisar os diferentes tipos de parto, segundo as suas indicações e implicações de
ordem cultural, psicológicas e biológicas, assim como seus custos financeiros.
11. Avaliar o significado clínico da idade gestacional e da vitalidade do recém-nascido,
relacionando com as ações para garantir a manutenção e/ou recuperação do bebê na
sala de parto.
12. Avaliar as adaptações morfológicas e funcionais que ocorrem nos sistemas
cardiovascular e respiratório do recém-nascido, desde o nascimento até o completo
desenvolvimento destes sistemas.
13. Avaliar as adaptações morfológicas e funcionais que ocorrem nos sistemas
(digestório, nervoso, térmico e genito-urinário) do recém-nascido, desde o
nascimento até o completo desenvolvimento destes sistemas.
14. Explicar a importância do aleitamento materno do ponto de vista nutricional, de
estabelecimento do vínculo mãe-bebê e como fator determinante na morbidade e
mortalidade infantil.
15. Avaliar como a maturação do sistema digestório e neuromotor interferem na
prescrição alimentar da criança de 0 a 2 anos de idade.
16. Avaliar o estado nutricional e reconhecer a importância das suas repercussões no
desenvolvimento da criança e do adolescente e na qualidade da saúde dos
indivíduos.
17. Identificar as diversas etapas do desenvolvimento dentário e a importância da saúde
bucal em todas as etapas do ciclo da vida.
18. Relacionar o desenvolvimento somático da infância à adolescência com o
desenvolvimento cognitivo, psicossexual e a estruturação da personalidade.
19. Identificar e compreender os fatores envolvidos no processo do crescimento
somático linear do indivíduo.
20. Interpretar os diferentes tipos de curvas e tabelas de crescimento usados como
referencial na avaliação das medidas antropométricas das crianças e adolescentes.
21. Identificar os riscos da ocorrência de doenças exantemáticas na gestação, e a
importância da vacinação na prevalência das doenças exantemáticas na infância.
22. Identificar a importância das doenças diarréicas como uma das principais causas de
morbimortalidade infantil e fazer a relação do uso da TRO (terapia de rehidratação
oral), como estratégia de controle destas doenças.
23. Analisar como a escola, a família e os meios de comunicação interferem no
processo de crescimento, desenvolvimento e socialização da criança e do
adolescente.

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O Ciclo da Vida 1º e 2º semestres

24. Identificar que o Estatuto da Criança e do Adolescente é um instrumento jurídico


(Constitucional), para garantir a qualidade de vida, saúde e cidadania, avaliando os
limites e possibilidades legais da ação do médico.

9.2. Objetivos específicos comuns ao primeiro e segundo semestres (que


ocorrem com características diferentes no ciclo da vida)

25. Identificar a importância cultural dos papéis masculino e feminino na nossa


sociedade, assim como a inter-relação destes com os fatores orgânicos, psíquicos,
familiares, sociais e religiosos, no exercício da sexualidade e da reprodução na
adolescência e na idade adulta.
26. Identificar as estruturas anatômicas os órgãos sexuais masculinos e femininos,
relacionados à sexualidade e à reprodução.
27. Explicar a fisiologia normal do aparelho reprodutor masculino e feminino, suas
modificações morfológicas e funcionais na puberdade, na adolescência, na vida
sexual ativa e na velhice e como o funcionamento neuro-endócrino e parácrino as
regula.
28. Relacionar a cronologia do calendário vacinal com o desenvolvimento e maturação
do sistema imunológico e conhecer as vacinas preconizadas para crianças, adultos e
idosos, assim como as contraindicações gerais das mesmas.
29. Conhecer os principais aspectos anatômicos, histológicos e funcionais do sistema
nervoso central e dos órgãos dos sentidos e suas inter-relações.
30. Conhecer os critérios de indicação dos exames complementares para diagnóstico e
acompanhamento dos problemas mais freqüentes que acometem os órgãos dos
sentidos (por exemplo o TANU - Triagem auditiva neonatal universal).
31. Identificar os recursos disponíveis na comunidade para a avaliação e reabilitação
visual e auditiva, avaliando criticamente suas possibilidades e limitações.
32. Reconhecer a importância da reabilitação durante todo o ciclo da vida, para a
integração social dos deficientes visuais e auditivos.
33. Conhecer a fisiopatologia das doenças mais freqüentes, relacionadas aos órgãos dos
sentidos, no ciclo da vida.
34. Identificar, por meio da história clínica e da propedêutica básica, as principais
patologias causadoras de perdas súbitas e progressivas da visão e audição.
35. Identificar a importância do lazer e da atividade física para o crescimento e
desenvolvimento da criança e do adolescente e para a qualidade de vida do adulto e
do idoso
36. Identificar os riscos de acidentes, repercussões e medidas de prevenção no lactente,
pré-escolar, escolar, adolescente, adulto e idoso.
37. Conceituar maus tratos, identificar os sinais clínicos de suspeição e suas
repercussões no crescimento e desenvolvimento da criança e adolescente e na
qualidade de vida do adulto ou idoso.
38. Reconhecer os principais sinais e sintomas das doenças mentais mais prevalentes,
identificando-os através dos critérios diagnósticos da Classificação Internacional
das Doenças (CID –10).
39. Avaliar as peculiaridades da farmacocinética e da farmacodinâmica nas diversas
etapas do ciclo da vida, suas implicações éticas e riscos, por meio da compreensão
dos critérios de escolha das vias de administração dos medicamentos e do porque da
utilização mais prevalente de determinados tipos de fármacos.

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O Ciclo da Vida 1º e 2º semestres

9.3. Objetivos específicos comuns ao primeiro e segundo semestres

40. Analisar os benefícios e limitações da abordagem às questões de saúde/doença ao


longo do ciclo da vida, por equipe multiprofissional.
41. Reconhecer o papel das crenças religiosas nas representações das pessoas sobre a
vida, a morte, o adoecer, a resolução dos problemas, e como estas representações
influenciam o processo saúde-doença no ciclo da vida.
42. Identificar como a história familiar e as relações interpessoais na família interferem
no desencadeamento, tratamento ou prevenção das modificações e alterações do
estado mental do indivíduo.
43. Identificar as instituições que a sociedade possui para assegurar o cuidado e
proteção dos direitos legais da criança, do adolescente, do adulto e do idoso.
44. Identificar como as políticas do sistema único de saúde (SUS), estão organizadas
para prestar assistência às diversas situações das etapas do ciclo de vida (USF, UBS,
UAS, CAPS, hospitalização, desospitalização, internação parcial, etc...), seu
impacto nas taxas de mortalidade, e as repercussões para o paciente, para a família e
para o Estado.
45. Identificar como as características da personalidade e a estruturação dos
mecanismos de defesa interferem nas respostas do indivíduo frente aos eventos do
cotidiano.
46. Conhecer os mecanismos de ação dos psicofármacos (hipnóticos, ansiolíticos,
antidepressivos, anticonvulsivantes e antipsicóticos) usados na terapêutica das
alterações do estado mental.
47. Conhecer os critérios diagnósticos para dependência, uso nocivo ou moderado e
intoxicação aguda às substâncias psicoativas, bem como, a conduta médica frente a
tais situações.
48. Conhecer as diversas estruturas anátomo-funcionais do sistema nervoso central, sua
histologia e seus componentes bioquímicos, principalmente seus neurotransmissores
(processo de síntese, armazenamento, liberação e inativação) e sua correlação com
as modificações no estado mental.
49. Ser capaz de avaliar as fontes habitualmente utilizadas para acessar as informações
científicas que embasam o conhecimento profissional.
50. Formular questões claras, objetivas e pertinentes para o equacionamento dos
problemas de saúde do indivíduo ou comunidade, no contexto em que ocorrem.
51. Identificar a natureza das questões formuladas: freqüência, causalidade, fatores de
risco associados, prognóstico, intervenções preventivas e terapêuticas.
52. Identificar as melhores informações disponíveis para responder as questões que os
problemas suscitam, realizando busca, inclusive eletrônica, de informações,
utilizando todos os recursos existentes, e as estratégias de pesquisa adequadas.
53. Caracterizar os diferentes tipos de estudos em relação às suas limitações, melhor
aplicação, adequação aos seus objetivos e a qualidade das evidências que
apresentam.
54. Identificar os princípios metodológicos dos diferentes tipos de estudos: estudo
transversal, caso-controle, coorte, ensaio clínico, revisões sistemáticas, guias de
condutas clínicas.
55. Interpretar e aplicar adequadamente os conceitos de: medidas de tendência central e
variabilidade, significância estatística, teste de hipótese, intervalo de confiança,
sensibilidade, especificidade, valor preditivos, medidas de associações de variáveis
como: odds ratio, odds ratio ajustado, risco relativo, risco atribuído.
56. Compreender a importância e contribuição das pesquisas quantitativas e qualitativas
no conhecimento e equacionamento dos problemas de saúde.
57. Integrar as informações obtidas e avaliar em que grau se aplicam ao problema em
estudo, e se podem ser generalizadas.
58. Avaliar os artigos segundo os roteiros de avaliação de estudos sobre diagnóstico,
causalidade, prognóstico, terapêutica, prevenção, revisão sistemática e guias de
conduta.

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O Ciclo da Vida 1º e 2º semestres

59. Ser capaz de avaliar criticamente as informações científicas obtidas, em relação a


sua relevância, validade metodológica, estatística e potencial de aplicabilidade ao
problema em questão.

9.4. Objetivos específicos do segundo semestre

60. Reconhecer os fatores de risco que levam à gravidez em adolescentes e os riscos


para o adolescente grávido (biológicos, emocionais, sociais), identificando o que
esta gravidez representa para a sociedade.
61. Conhecer os processos de concepção e contracepção naturais e artificiais,
analisando seus fundamentos fisiológicos e farmacológicos, bem como seus limites
éticos, religiosos e sua efetividade nos diferentes grupos sociais.
62. Analisar as principais causas do abortamento em nosso meio, estabelecendo as
diferenças entre as práticas abortivas utilizadas nos diferentes segmentos da
sociedade e os riscos para a saúde da mulher, bem como as dimensões ética, social
moral e legal do abortamento.
63. Reconhecer a importância do exame físico e identificar o exame específico para o
diagnóstico das principais patologias ginecológicas e urológicas.
64. Reconhecer a importância da abordagem da sexualidade e da reprodução pela
equipe de saúde para a prevenção de transtornos e patologias nestas áreas.
65. Analisar como as principais DSTs repercutem biologicamente e psicologicamente
nas práticas sexuais dos indivíduos, avaliando a eficácia das medidas preventivas
individuais e coletivas.
66. Explicar as principais disfunções sexuais, relacionando-as com as possíveis
interferências no relacionamento afetivo, sexual e reprodutivo do casal.
67. Descrever as causas mais freqüentes da infertilidade conjugal, identificando suas
implicações para o relacionamento afetivo e sexual do casal.
68. Identificar o mecanismo de ação dos principais fármacos no tratamento da
disfunção erétil.
69. Compreender como o desenvolvimento somático na infância e adolescência que se
relaciona com o desenvolvimento cognitivo e psicossexual vai repercutir na
estrutura de personalidade apresentada na idade adulta e na velhice.
70. Identificar como os tipos de estruturação, da personalidade e dos mecanismos de
defesa, interferem nas respostas dos indivíduos frente aos eventos do cotidiano.
71. Descrever as diferenças funcionais da epilepsia, diferenciando-as da crise
conversiva-dissociativa.
72. Analisar as implicações éticas da utilização inadequada de psicotrópicos na clínica
geral, discutindo seus riscos potenciais (dependência, utilização crônica do
medicamento sem a resolução do problema etc), bem como o ônus social e
econômico dessa prática, tanto para o indivíduo quanto para a sociedade.
73. Estabelecer o diagnóstico diferencial das alterações mais freqüentes do estado
mental determinadas por processos orgânicos e não orgânicos.
74. Reconhecer como a organização do trabalho pode levar ao desenvolvimento de
modificações no estado mental (a nível de transtorno ou dentro do ainda
considerado normal mas que também traz sofrimento para o indivíduo).
75. Identificar, por meio de propedêutica simples e adequada, as principais patologias
dos órgãos dos sentidos relacionadas às doenças sistêmicas.
76. Identificar os estressores psico-sociais freqüentes em idosos: perdas, incapacidade,
aposentadoria, mudanças ambientais e de vida, e manifestações clínicas de
ansiedade, depressão, alcoolismo e uso de drogas a eles associados.
77. Analisar como os hábitos de vida (exercícios, dieta, inserção social, lazer e trabalho)
repercutem sobre o processo do envelhecer.
78. Reconhecer clinicamente as entidades patológicas/quadros sindrômicos mais
freqüentes de alterações do humor-afeto, da cognição, e do comportamento em
idosos.
79. Realizar uma avaliação baseada nas evidências científicas existentes sobre os
potenciais benefícios do uso de: cosméticos, “anti-oxidantes”, hormônios e
anabolizantes.

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O Ciclo da Vida 1º e 2º semestres

80. Reconhecer as bases fisiopatológicas do desenvolvimento das incapacidades


(resultantes da: dor crônica, incontinência, alterações da percepção visual e auditiva,
deambulação, comunicação) e as propostas e limites da reabilitação.
81. Conhecer as possibilidades e desafios, para o suporte ao familiar/cuidador de
pacientes idosos com doenças crônicas.
82. Analisar as conseqüências sociais do envelhecimento populacional brasileiro para a
definição das políticas previdenciária e de saúde.

10. Recursos Educacionais

10.1. Habilidades Profissionais

• Professores responsáveis : Cássia Regina Rodrigues Varga, Magali Aparecida A. de


Moraes, Cleber José Mazzoni e Ieda Francischetti
• Atividades programadas seguindo o ciclo da vida: Semiologia, Comunicação e
Demonstração (Vide caderno Específico)

10.2. Biblioteca

• Bibliotecária responsável: Regina H. G. Menita

Os recursos educacionais que estarão disponíveis na biblioteca para que o estudante


alcance os objetivos propostos nessa Unidade serão os livros-textos básicos de pediatria e
neonatologia, anatomia, endocrinologia, propedêutica, psicologia do desenvolvimento,
psiquiatria, neurologia, cirurgia pediátrica, ciências sociais, fisiologia; periódicos (revistas),
folhetos, audio-visuais, CD-ROMs das disciplinas básicas e acesso às bases de dados
bibliográficos. Será disponibilizada uma pasta com material a ser reproduzido no xerox, e
anexo com alguns recursos educacionais sugeridos: Vide relação na recepção da Biblioteca
da FAMEMA.
Horário: Segunda à Sexta das 7:30 às 22:00 h/ Sábado das 8:00 às 12:00 h.

10.3. Laboratório de Informática

• Professor responsável: Paulo Marcondes C. Júnior- Informática em Saúde


• Horário: Segunda à Sexta-feira das 8:00 às 17:00 h e das 19:00 às 22:00 h.

Acesso às bases de dados e à Internet.

10.4. Laboratório Morfo-funcional

• Professora responsável: Ieda Francischetti


• Horário: Segunda à Sexta-feira das 8:00 às 21:00 h.

Estarão disponíveis peças de anatomia humana e modelos anatômicos, livros, vídeos,


painéis ilustrativos, tabelas e gráficos, etc.

10.5. Laboratório de Anatomia

• Professora responsável: Teresa Prado da Silva


• Horário: Segunda à Sexta-feira das 08:00 às 15:00h (entrada pelo Hospital) e
das 20:00 às 23:00h com monitor (entrada pela porta da frente).

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O Ciclo da Vida 1º e 2º semestres

10.6. Consultorias

Como sugestão, deixaremos na biblioteca, uma lista de consultores com os respectivos


ramais onde poderão ser encontrados.

10.7. Visitas

Objetivando enriquecer a aprendizagem dos estudantes, estes poderão agendar visitas a:


UBSs, Creches, APAE, Escolas Municipais e Particulares, Banco de Leite Materno,
Secretaria Municipal de Higiene e Saúde, Secretaria da Educação, Conselho Tutelar,
Cartório de Registro Civil, Casa do Pequeno Cidadão, Ambulatório de Saúde Mental,
Delegacia da Mulher, entre outros.

10.8. Atividades Práticas

10.8.1. Histologia aplicada ao Sistema Reprodutor Feminino

• Local : Laboratório Morfo Funcional


• Horário: 14h
• Responsável: Profa. Dra. Teresa Cristina França Sartori

Grupos Datas

1 e 10 01/03
2e9 04/03
3e8 08/03
4e7 11/03
5e6 15/03

Observação: Os grupos estão divididos conforme os grupos de tutoria

10.8.2. Anatomia do Sistema Reprodutor Feminino pelve e períneo

• Local : Laboratório de Anatomia


• Horário: 14h
• Responsável: Profa. Dra. Teresa Prado da Silva

Grupos Datas
1 e 10 04/03

2e9 11/03

3e8 18/03

4e7 25/03

5e6 01/04

Observação: Os grupos estão divididos conforme os grupos de tutoria

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10.8.3. Prática de Obstetrícia

• Local : Hospital Materno-Infantil (Maternidade e Centro Obstétrico)


• Horário: 13:15h às 17h
• Responsável: Profa. Dra. Sílvia Marin Iasco
• Datas e grupos: Verificar as datas e os grupos no mural da Sec. Geral a partir do dia
12/02/04

10.8.4. Prática Exame do Estado Mental

• Local : Hospital Materno-Infantil – Enfermaria da Psiquiatria


• Responsável: Dra. Valéria G. Caputo

Grupos * Sub-Grupos Horários Datas


1 1 13:30h às 15h 22/03 e 09/08
2 15h às 16:30h
2 1 13:30h às 15h 29/03 e 16/08
2 15h às 16:30h
3 1 13:30h às 15h 05/04 e 23/08
2 15h às 16:30h
4 1 13:30h às 15h 12/04 e 30/08
2 15h às 16:30h
5 1 13:30h às 15h 26/04 e 13/09
2 15h às 16:30h
6 1 13:30h às 15h 03/05 e 20/09
2 15h às 16:30h
7 1 13:30h às 15h 10/05 e 27/09
2 15h às 16:30h
8 1 13:30h às 15h 17/05 e 04/10
2 15h às 16:30h

* Observação: os grupos para esta prática estão divididos conforme os grupos de


Habilidades Profissionais 3

10.8.5. Demonstração do exame do récem nascido e da criança

• Local : Hospital Materno-Infantil


• Horário: 8 às 9:30h – Terça e Sexta
• Responsável: Dr. Edson K. Suzuki
• Datas e grupos: as datas e os grupos serão publicados posteriormente. Os grupos para
esta prática estão divididos conforme os grupos de Habilidades Profissionais 3.

10.8.6. Avaliação Crítica da Literatura

As informações sobre esta atividade prática serão comunicadas posteriormente.

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10.9. Conferências

• Local: Anfiteatro do Hemocentro


• Horário: 08:00h

11/02 Medicina Baseada em Evidências – 8h


Paulo Eduardo de Oliveira Carvalho

Estatística 1 – 14h
Sebastião M. R. de Carvalho

18/02 Estatística 2
Sebastião M. R. de Carvalho

03/03 Pré-natal
Mauro do Nascimento Filho

10/03 Assistência ao parto


Edson de Oliveira Miguel

17/03 Exame Estado Mental


Fernando Aranha Camargo

Reunião com a coordenação da 3ª série

24/03 Bases biológicas dos transtornos mentais/ transtornos depressivos e psicóticos


Carlos A. Lazarini

31/03
07/04
14/04
28/04 Os temas destas conferências serão comunicados posteriormente.
05/05
12/05
19/05
26/05

Faculdade de Medicina de Marília 3ª série do Curso de Medicina /2004


O Ciclo da Vida 1º e 2º semestres

10. Resumo dos Problemas

“Planejando com as melhores evidências...”

O problema aborda a situação de uma equipe multiprofissional que tem o objetivo de elaborar um
plano de ação referente a questões de saúde do adolescente, em particular a relação entre
desempenho escolar e drogas.

“Questionando informações ...”

O problema aborta a situação de uma tutoria onde os estudantes questionam as informações


trazidas.

"Nosso sonho..."

Casal, grávido do primeiro filho, inicia o acompanhamento da gestação. Quantas coisas


acontecem!!!...

"E chegou a hora da maternidade..."

Três gestantes com características socioculturais e clínicas diferentes dão à luz....

“Giulia Gam”

Atriz, 33 anos, apresenta tristeza e queda em seu rendimento profissional após nascimento de seu
filho. Este quadro é agravado pela separação conjugal.

"Os bebês de Ana Luiza, Maria Antonia e Cícera..."

Nascem três crianças em diferentes circunstâncias ...

" No primeiro ano de vida ..."

Maycon, 8 meses de idade, nascido de cesárea com sofrimento fetal, na avaliação pediátrica –
atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.
Tamires, com 11 meses, sem acompanhamento de puericultura...

"Acurácia ..."

“As aparências para a mente são de quatro tipos. As coisas ou são o que parecem ser; ou não
são, nem parecem ser; ou são e não parecem ser; ou não são, mas parecem ser. Posicionar-se
corretamente frente a todos esses casos é a tarefa do homem sábio” (Epictetus, Século II d.C.).

" Júnior dá um trabalho ..."

Júnior, 5 anos, sempre foi muito “ nervoso ” e sua mãe não sabe mais o que fazer ...

" Maycon na escola ..."

Maycon foi levado ao médico pela diretora da escola, por apresentar rendimento escolar
inadequado e dificuldade de relacionamento. É, também, o “menorzinho” da classe...

" Conflitos e mudanças ..."

Júnior e Tamires, agora adolescentes, são levados pelos seus pais ao médico apresentando
várias queixas...

"É a vida..."

Patrícia tem 16 anos, é casada e mora na casa dos pais com o marido. Está grávida de 10
semanas. Durante sua primeira consulta de pré-natal foram solicitados vários exames, dentre os
quais a sorologia para o vírus da imunodeficiência humana (HIV), que resultou positiva...

OBS: Temos listados aqui os problemas que serão trabalhados no primeiro semestre.

Faculdade de Medicina de Marília 3ª série do Curso de Medicina /2004

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