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FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL – FACID WYDEN

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS


CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
DISCIPLINA: HUMANIDADES EM DIREITO
PROFESSORA: PALOMA TORRES CARNEIRO

SARAH IVYLA DO NASCIMENTO MOURA

TRABALHO DE HUMANIDADES EM DIREITO

TERESINA – PIAUÍ
2019
Os modernos
A- RACIONALISMO: DESCARTES E VICO
1- RENÉ DESCARTES

René Descartes é responsável pelo desenvolvimento do racionalismo cartesiano,


segundo o qual o homem não pode alcançar a verdade pura através de seus
sentidos: as verdades residem nas abstrações e em nossa consciência, na qual
habitam as ideias inatas. Diante do forte ceticismo na época do Renascimento,
muitas pessoas acreditavam que os métodos científicos eram falhos, incompletos e
sujeitos ao erro, de forma que seria impossível para o homem conhecer o mundo
real e fazer ciência de maneira verdadeira. A missão de Descartes era justamente
legitimar a ciência, demonstrando que o homem poderia conhecer o mundo real.
Para encontrar uma certeza inquestionável, Descartes duvidou de tudo.

A dúvida cartesiana é justificada por três argumentos. Primeiramente, a ilusão dos


sentidos, ou seja, não poderíamos confiar nos nossos sentidos, os quais são
limitados e enganosos. Em segundo lugar, não sabemos distinguir o mundo externo
daquilo que é produto de nossa mente (argumento dos sonhos). Em terceiro lugar,
há o gênio maligno: quem diz que não há um deus ou um demônio malévolo
poderoso e astuto que dedicasse todas suas energias para enganar os homens?
Descartes, então, cria uma ponte entre o pensamento subjetivo e a realidade
objetiva. Dessa forma, o filósofo afirmou que o pensamento, sua única certeza, seria
composto por ideias. Uma ideia seria válida na medida em que fosse clara e distinta
o suficiente para diferenciá-la das outras. Haveria, para ele, três tipos de ideias:
as ideias inatas (naturais, que se encontram no indivíduo desde o nascimento, de
modo que não adquirimos pela nossa experiência), as ideias adventícias (ou seja,
empíricas, que formarmos ao longo de nossa vida, a partir da experiência, estando
sujeitas à dúvida) e as ideias factícias ou da imaginação (que formamos na nossa
mente a partir das outras ideias).
É a partir das ideias inatas que Descartes fundamentou sua prova da existência de
Deus. A ideia de Deus, presente em nossa mente, é a ideia de uma entidade
perfeita. O homem por si só seria incapaz de chegar à clara e distinta ideia de
perfeição, já que não haveria nenhuma correspondência desse ideal no mundo
concreto. Assim, a ideia de perfeição seria inata, colocada no homem por Deus, a
grande marca do criador em sua obra.

2- GIAMBATISTA VICO

Vico considera que Descartes errou ao acreditar que a matemática, uma criação
humana, poderá entender o restante do universo que é uma criação divina. A razão
é a consciência do ser, mas não o conhecimento dele. A razão humana não é a
causa da existência do homem, não foi a razão que criou o meu corpo, portanto não
é ela que vai entendê-lo. A razão também não é a causa da minha mente pois a
nossa reflexão é um vestígio, um recurso utilizado pela mente para tentar conhecer,
mas não é a totalidade da nossa mente. O pensar nos dá o conhecimento da nossa
existência, mas não nos garante o conhecimento total de quem realmente somos.
Giambattista diz que os filósofos e historiadores de sua época estavam fazendo da
história uma invenção, uma ilusão criada para exaltar nações ou determinados
personagens históricos. A história como exaltação de fatos ou personalidade não
representa os princípios fundamentais do homem e da história, que é uma criação
do homem. A história tem que ter uma ligação real como o homem, caso contrário
ela não se sustenta nem cria tradição.
O homem é o personagem principal da história porque é originalmente um ser
sociável e ao se sociabilizar ele cria a história. Além de ser um animal sociável o
homem é livre e por isso a história da humanidade é o resultado das escolhas dos
homens de cada época. Segundo as palavras de Vico ?Enquanto animal o homem
pensa somente// em sua sobrevivência, mas quando cria família, tem mulher e
filhos, ele busca sobreviver junto com sua cidade?.
Seguindo um pensamento de Platão, Vico divide a história em três períodos: dos
deuses, dos heróis e dos homens, no primeiro os homens eram ignorantes,
insensatos e prevalecia a animalidade, nessa época os homens pouco ou nada
usam a reflexão, estão mais ligados aos sentidos. Na época dos heróis prevalece a
fantasia, a imaginação, é um período onde a força é a base da estruturação social.
No período dos homens o que se destaca é a razão, nessa época os homens
atingem a consciência crítica e a sabedoria.
A história é o resultado também das ações divinas mas não de forma direta, para
Vico a providência divina criou ideais a serem alcançados pelos homens. Ideais
como justiça, verdade e o bem são objetivos que o homem tenta alcançar e tenta
fazer isso de maneira livre.

B- EMPIRISMO INGLÊS : BACON, HOBBES, LOCKE, HUME

1- FRANCIS BACON
Em contrapartida ao racionalismo cartesiano, contudo, o empirismo representa uma
tradição filosófica que, tomando como lema a frase aristotélica “nada está no
intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”, acredita que todo
conhecimento resultaria de percepções sensíveis, desenvolvendo-se a partir desses
dados. O empirismo é uma forma de autonegação: deixe o objeto falar por si só, a
partir disso a verdade é acessível. Bacon visava a uma reforma filosófica que
garantisse o progresso das ciências contra a escolástica. Assim, seu pensamento
crítico tinha como objetivo libertar o homem de preconceitos, fantasias e
superstições que impediriam a construção do verdadeiro conhecimento. Nesse
contexto, encontra-se sua teoria dos ídolos. Os ídolos seriam obstáculos, distorções
ou ilusões que “bloqueiam a mente humana”, conduzindo o homem ao erro.

2- THOMAS HOBBES
O materialismo de Hobbes, segundo o qual as manifestações ditas espirituais não
passam de movimentos corpóreos, apresenta dois aspectos principais: teoria do
conhecimento e doutrina do Estado.

2.1. TEORIA DO CONHECIMENTO


A sensação é a origem de todo conhecimento. O universo é reconstruído
dedutivamente, entretando, os princípios fundamentais e universais estabelecidos
pela ciência não passam de “nomes” com que os homens exprimem o que hpa de
semelhante nas representações particulares. A atividade prática do homem também
é explicada pelos corpos e pelo movimento.
O objetivo da moral é disciplinar racionalmente os instintos egoísticos. Entretando,
somente no Estado é possível racionalizar o egoísmo.

2.2 DOUTRINA DO ESTADO


O homem entra na ordem moral entrando na vida civil, ou pelo pacto social. O
estado de natureza é o estado de guerra de todos contra todos. Apenas o Estado
absoluto é capaz de conseguir a paz.

3- JOHN LOCKE
A filosofia restringe-se a um problema crítico. Propõe-se a verificar o conhecimento
humano em três aspectos: origem, certeza e extensão. A eficácia do conhecimento
humano está em marcar ele os limites. Os limites são assinalados pela experiência.
A base e o objetivo da moral é o bem-estar. Todo homem tende ao prazer e foge da
dor. Entretanto, ao contrário de Hobbes, Locke não faz do egoísmo a essência do
homem. A lei da natureza, identificada com a lei divina, exprime uma ordem ético-
racional, na qual o útil aos indivíduos coincide com o bem-estar de todos.

4- DAVID HUME
Todo conhecimento Humano nasce da experiência sensível. Portanto, só as
percepções são objetos imediatos da mente. Autoridade e liberdade encontram-se
em luta continua em todas as formas de governo. Em todo o Estado encontra-se
muito sacrifício da liberdade. A autoridade não pode ser absoluta e incontrolável.

C- ILUMINISMO: MONTESQUIEU

1- MONTESQUIEU
1.1- TIPOS SOCIAIS E FORMAS DE GOVERNO
As leis são regularidades naturais, não estabelecendo, porém, princípios absolutos.
No que tange aos tipos sociais, caracterizam-se pelo grau de coesão social. Daí três
tipos: despótico, republicano e monárquico.

2.2- DETERMINISMO UNIVERSAL


A ordem social, como fato natural, está sujeita a leis. Negação da providencia divina
como diretriz.

D- NATURALISMO: Rousseau
Todos os homens são iguais no Estado de natureza, no estado social torna-se mau
porque a sociedade o corrompe. Todo esforço deve-se voltar para retonar ao estado
de natureza. A vontade geral não é o conjunto das vontades individuais. A vontade
geral não é criada pela maioria. Esta apenas indica onde ela está. É sempre boa e
oriunda da sociedade que surgiu pelo contrato social.

E- ECONOMISTAS: FISIOCRATAS, SMITH, MALTHUS , MILL


1- FISIOCRATAS
O liberalismo se formou na segunda metade do século 18, com os fisiocratas. O
seus princípios são: ordem natural, essa ordem é a melhor e há harmonia entre os
interesses individuais.
2- ADAM SMITH
O que cria a riqueza das nações é o trabalho do homem e não a terra.
Para A. Smith, a economia foi tomadas não apenas como o estudo da sociedade,
mas também como instrumento de reforma social. O liberalismo e o utilitarismo
foram por ele apresentados de maneira realista e completa.
3- MALTHUS
Afirmava que a população tende a crescer mais depressa do que os meios de
subsistência de que pode o homem dispor. População cresce em progressão
geométrica e alimentos em progressão aritmética.
4- MILL
Nessa época o problema humano se tornava mais evidente: revolução industrial,
miséria das classes operárias, aumento da população, imperialismo, colonialismo e
estruturação de sindicatos.

F- CRITICISMO : EMMANUEL KANT


Podemos distinguir quatro pontos fundamentas do pensamento de Kant: razão
especulativa, razão e ação, razão, fim e estética, vida social.
F.1) RAZÃO ESPECULATIVA:
O conhecimento não vai além do fenômeno que provoca a sensação. A realidade
em si é inacessível.
F.2)RAZÃO E AÇÃO:
A razão prática impõe a obrigação moral como fato indiscutível. O dever impõe-se à
consciência como um “imperativo categórico”. A lei moral é imutável, autônoma e
universal. Pela ideia do dever, a razão pratica leva-nos à afirmação de verdades
fundamentais.
F.3) RAZÃO, FIM E ESTÉTICA:
Analisa a razão na sua capacidade de apreender a finalidade e a beleza das coisas
e experimentar emoções estéticas. O belo é uma coisa procurada sem outro objetivo
que ela própria. A finalidade porem é o propósito intencional da ação da vontade
livre.
F.4) VIDA SOCIAL:
O objetivo do Estado é, através da moralidade e do direito, proporcionar a proteção
legal da propriedade, dos contratos, da segurança do individuo. O Estado nasce do
contrato político, que prevê a renuncia à agressão e à defesa pessoais em troca de
proteção da lei. Assim, o direito depende de poder coercitivo.
SOCIOLOGIA NO BRASIL E EM NOSSOS DIAS

No Brasil, podemos distinguir nitidamente na evolução da sociologia, dois períodos


bem confugurados (1880-1930 e depois de 1940), com uma importante fase
intermédia de transição ( 1930-1940). No primeiro é praticada por intelectuais não
especializados, interessados principalmente em formular princípios teóricos ou
interpretar de modo teórico global a sociedade brasileira. Duas palavras devem ser
invocadas para se entender a formação da Sociologia Brasileira: Direito e
Evolucionismo.
Nos anos 30 a sociologia, como atividade voltada para o conhecimento sistemático
e metódico da sociedade, só aparece na década de 30 com a USP. Entre os
principais temas abordados estava os êxodos rurais, a abolição da escravatura e a
questão do índio e da colonização. O primeiro passo dos sociólogos no país foi,
portanto, descobrir a verdadeira cultura brasileira, como contraponto à visão
etnocêntrica europeia. Até a década de 60 eram abordados temas vinculados às
classes trabalhadoras. A partir da década de 60 até os anos 1980 começou enfatizar
o processo de industrialização que o pais estava passando, a problemática da
reforma agrária e o fortalecimento dos movimentos sociais na cidade e no campo.
Na década de 80, após a ditadura militar, o tema abordado era voltado para a
economia e a politica diversificando seus leques e enfoques.
A Sociologia é uma ciência muito complexa, e para a realidade brasileira ela tem
uma particularidade. Mesmo vindo a parecer como método sistemático cientifico no
Brasil somente na década de 30, o pensamento sociológico surgiu nitidamente.

 Principais sociólogos brasileiros:


1) Gilberto Freire
2) Caio Prado
3) Plinio Salgado
4) Fernando Azevedo
5) Sergio Buarque de Hollanda
INSTITUIÇÕES
As instituições sociais assumem vários tipos, de acordo com as necessidades a
serem satisfeitas. Outrossim, tendem a especializar o próprio objeto, havendo o
aparecimento de novas pelo desmembramento das existentes.
Definição: São órgãos de controle social, que se compõem de normas aplicáveis a
determinada configuração sócia, destinando-se ao desempenho de funções
determinadas nessa configuração.
Tipos:

1) Família : Considerada “célula matter” da sociedade. Possui três funções


principais: procriativa, educativa e econômica.
2) Escola: É uma instituição sucedânea da família, filiada ao Estado ou
dependente dele, com o objetivo socializador e sobretudo profissionalizante.
A escola surgiu da necessidade de preparar profissionais, já que a família não
apresentava condições para tanto. As mudanças na estrutura econômica
passaram a exigir progressiva especialização de mão de obra.
3) Instituições econômicas: Encontram-se difundidas em outras instituições. São
objeto principal de estudo da Economia. A propriedade é a instituição
econômica que caracteriza o sistema distributivo básico, que se estabelece
em face da escassez de bens de produção e consumo.
4) Estado: É uma instituição dotada de poder, que visa à ordem, à segurança e
à justiça, idealizadas, contando como pré-requisitos formadores, com nação,
território e governo soberano.
5) Justiça: É a institucionalização do direito. É a justiça o alicerce das relações
interindividuais, entre o individuo e o grupo, intergrupais. O sentimento de
justiça apresenta-se sob forma tetraparte, isto é, encontramos quatro
expressões de justiça: legal, distributiva, comutativa e social.
6) Religião: É a instituição que atende às necessidades integrativas por meio do
papel desempenhado por suas normas morais, que dão respostas a questões
imersas no desconhecimento humano, apresentando concepções de bem e
mal, correlacionadas com a divindade. É interessante notar que, mesmo os
que se opõem à religião, vendo nela a fonte de males sociais, alienação,
alívio para sentimento de culpa, admitem-na como fenômeno social
superestrututal instituído.

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