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A Igreja e Sua Relevancia No Mundo Pos-M PDF
A Igreja e Sua Relevancia No Mundo Pos-M PDF
DE ABREU
1DRISCOLL, Mark. Reformissão: Como levar a mensagem sem comprometer o conteúdo. Niterói: Tempo de
Colheita, 2009, p. 51-52.
2 Emprego um termo mais abrangente, em vez de emergente, para incluir vários grupos e movimentos.
3Para um discursão sobre o termo emergente, ver: DeYONG, Kevin; KLUCK, Ted. Não Quero ser um Pastor
Bacana: e Outras Razões para não Aderir à Igreja Emergente. São Paulo: Mundo Cristão, 2011, pp. 17-25.
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Jr., temos uma exortação não à aceitação de “tradições” extra bíblicas, como
entendem os católicos, mas sim para nos apegarmos ao ensino que
certamente foram transmitidos pelos apóstolos.22
Por outro lado, muitas vezes as igrejas tradicionais, além de se
apegarem à tradição genuinamente apostólica, se apegam a alguns
costumes, “tradições”, que são meros costumes e estilos de uma época ou
lugar, caindo assim no tradicionalismo. Assim, o que muitas vezes ocorre, é
que essas “tradições” ou costumes acabam sendo transmitidas juntamente
com o ensino bíblico como se elas também fizessem parte intrínseca e
inequívoca da mensagem bíblica.23 Cada um de nós tem que responder à luz
do ensino claro da Bíblia algumas questões como essas: o pastor tem que
vestir batina, toga, clerical ou terno? O culto tem que começar com confissão
(catolicismo) ou louvor (protestantismo histórico)? Existe afinal uma ordem
litúrgica determinada pela Bíblia ou esta é uma convenção e julgamento do
que cada grupo considera melhor e mais lógico? Cada hino ou cântico tem
que vir intercalado com leitura bíblica e oração? Devemos cantar salmos,
hinos ou cânticos pop? Devemos responder a essas e outras perguntas
sabendo fazer uma clara distinção entre o ensino bíblico claro e os nossos
costumes e preferências eclesiásticas que forma o conjunto de tradições de
cada igreja.
O que muitas vezes observamos é que alguns argumentam que não
alteram isso ou aquilo na igreja porque não querem se acomodar a nossa
cultura para serem mais agradáveis. Porém, muitos se esquecem de que
muito daquilo ao qual se apegam hoje como mais sagrado, foi introduzido
no passado como algo que era o mais natural e relevante culturalmente para
sua sociedade e que se encaixavam, ao mesmo tempo, ao momento
reverente de culto a Deus. Aquilo que antes era popular e típico de sua
época, com o correr do tempo tornou-se o tradicional e clássico, ou melhor,
se tornou o “sacro” de hoje. O que antes foi usado por ser relevante, hoje é
sacralizado e mantido mesmo sendo irrelevante. J. I. Packer chama isso de
“conservadorismo carnal”.
O conservadorismo carnal pode surgir e surge logo que um grupo
cristão começa a valorizar alguma coisa em sua tradição como o
ideal de Deus, tratando sua própria visão aquilo como essencial
para o testemunho e fidelidade ao Senhor. Observa-se quando
uma congregação tem feito (ou não tem feito) determinada coisa
por uma geração, essa coisa torna-se o foco do conservadorismo
carnal, no momento que uma mudança for sugerida.24
22MACARTHUR JR, John F.. A Suficiência da Palavra Escrita: Respostas aos modernos apologistas católicos-
romanos. In: BEEKE, Joel; et al. Sola Scriptura: Numa época sem fundamentos, o resgate do alicerce bíblico. São
Paulo: Cultura Cristã, 2000, pp. 138-50.
23Cf.: PACKER, J. I.. O Conforto do Conservadorismo. In: BOICE, James; et al.. Religião de Poder. São Paulo:
Cultura Cristã, 1998, p.232-36, 238-41.
24 PACKER, J. I. Op. Cit., p. 239.
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muitas coisas, mas sem saber que diferença (além da mera informação) esse
conhecimento faz em suas vidas. Muitas vezes a mensagem é tão carregada
de informação técnica e seca que nem pessoas com inclinação fortemente
intelectual conseguem se concentrar e se interessar por ela. Olhe que
estamos falando isso com relação às pessoas que já são crentes, imagine
então como se sentem perdidos, confusos e entediados os incrédulos que
visitam nossas reuniões. Diante disso, Olyott nos adverte: “Não pode haver
muitos pecados maiores que esse – cansar as pessoas com a Palavra de
Deus!”35
Contudo, como observa Lidório: “Frequentemente percebo iniciativas
evangelísticas que possuem uma ótima abordagem humana, clara
comunicação, relevante apelo social. Porém peca onde não podemos errar:
na ausência da Palavra no ato evangelístico.” 36 Por isso, devemos atentar
para a afirmação de Driscoll:
o evangelho deve ser contextualizado de um modo que o torne
acessível à cultura ao mesmo tempo que o mantenha fiel às
Escrituras, o povo de Deus deve revisar constantemente a sua
apresentação do Evangelho, para certificar-se de que o formato no
qual o estão apresentando seja o mais eficiente.37
35 OLYOTT, Stuart. Ministrando como o Mestre: Aprendendo com os métodos de Cristo. São José dos Campos:
Fiel, 2005, p. 29.
36 LIDÓRIO, Ronaldo. Op. Cit., p. 23.
37 DRISCOLL, Mark. Op. Cit., p. 55.
38 Cf.: NICODEMUS, Augustus. Op. Cit., p. 198.
39 Cf.: OLYOTT, Stuart. Op. Cit., p. 26.
40 SOUSA, Ricardo Barbosa de. A Trindade e a Espiritualidade. In: O Caminho do Coração: Ensaios sobre a
Trindade e a Espiritualidade Cristã, 5ª ed.. Curitiba: Encontro, 2004, p. 52.
41 Cf.: SOUSA, Ricardo Barbosa de. Op. Cit., pp. 51-92, passim.
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42TORRANCE, James B. In: PACKER, J. I.; WILKINSON, Loren (editores). Alive to God: Studies in Spirituality.
Downers Grove: InterVarsity Press, 1992, p. 141. Apud: SOUSA, Ricardo Barbosa de. Op. Cit., p. 60.
43 LIDÓRIO, Ronaldo. Op. Cit., p. 23.
44 LIDÓRIO, Ronaldo. Op. Cit., p. 82.
John; DAVID, Mathis (editors). With Calvin in the Theater of God: The Glory of Christ and
45PIPER,
Que Jesus Cristo, Pastor que sempre foi e será relevante, nos ajude e
nos torne capazes da sublime tarefa de levar sua Palavra a um mundo
carente da verdade.
BIBLIOGRAFIA
BEEKE, Joel; et al. Sola Scriptura: Numa época sem fundamentos, o resgate
do alicerce bíblico. São Paulo: Cultura Cristã, 2000.
BOICE, James. Religião de Poder. São Paulo: Cultura Cristã, 1998.
DeYONG, Kevin; KLUCK, Ted. Não Quero ser um Pastor Bacana: e Outras
Razões para não Aderir à Igreja Emergente. São Paulo: Mundo Cristão,
2011.
DRISCOLL, Mark. Reformissão: Como levar a mensagem sem comprometer o
conteúdo. Niterói: Tempo de Colheita, 2009.
LIDÓRIO, Ronaldo. Plantando Igrejas: Teologia bíblica, princípios e
estratégias de plantio de igrejas. São Paulo: Cultura Cristã: 2007.
McGRATH, Alister. Apologética Cristã no Século XXI: ciência e arte com
integridade. São Paulo: Vida, 2008. 364 p.
MORRIS, Linus. Uma Igreja de Alto Impacto. São Paulo: Mundo Cristão,
2003.
NICODEMUS, Augustus. O que Estão Fazendo com a Igreja? São Paulo:
Mundo Cristão, 2008.
OLYOTT, Stuart. Ministrando como o Mestre: Aprendendo com os métodos
de Cristo. São José dos Campos: Fiel, 2005.
PIPER, John; DAVID, Mathis (editors). With Calvin in the Theater of God: The
Glory of Christ and Everyday Life. Wheaton: Crossway, 2010
PIPER, John. Vídeo disponível em: <http://youtu.be/-Znky32IaGE>. Acessado
em: 27 de Outubro de 2011.
SOUSA, Ricardo Barbosa de. O Caminho do Coração: Ensaios sobre a
Trindade e a Espiritualidade Cristã, 5ª ed.. Curitiba: Encontro, 2004.