O capítulo descreve a visão de mundo de Cristóvão Colombo e sua descoberta e conquista da América no século XVI. Colombo via a empreitada principalmente por uma perspectiva religiosa, buscando riquezas para uma cruzada e o paraíso terrestre com base em passagens bíblicas. Sua comunicação com os povos indígenas foi limitada porque não estava interessado em compreendê-los, vendo-os como parte da natureza ou potenciais escravos. O capítulo explora as contradições nas visões de Col
Descrição original:
O presente resumo analisa as perspectivas que os espanhóis tinham antes de cruzar o Novo Mundo.
Título original
TODOROV. “Descobrir”. in a Conquista Da América - Resumo
O capítulo descreve a visão de mundo de Cristóvão Colombo e sua descoberta e conquista da América no século XVI. Colombo via a empreitada principalmente por uma perspectiva religiosa, buscando riquezas para uma cruzada e o paraíso terrestre com base em passagens bíblicas. Sua comunicação com os povos indígenas foi limitada porque não estava interessado em compreendê-los, vendo-os como parte da natureza ou potenciais escravos. O capítulo explora as contradições nas visões de Col
O capítulo descreve a visão de mundo de Cristóvão Colombo e sua descoberta e conquista da América no século XVI. Colombo via a empreitada principalmente por uma perspectiva religiosa, buscando riquezas para uma cruzada e o paraíso terrestre com base em passagens bíblicas. Sua comunicação com os povos indígenas foi limitada porque não estava interessado em compreendê-los, vendo-os como parte da natureza ou potenciais escravos. O capítulo explora as contradições nas visões de Col
TODOROV, Tzvetan. “Descobrir”. In: A Conquista da América.
São Paulo: Martins Fontes: 1991. pp. 3 – 48 Elbert Mauricio Alves Reis
No primeiro capítulo do livro “ A Conquista da América, Todorov conta a história da
descoberta e conquista da América no sec. XVI, na região da meso america na perspectiva de como os espanhóis, e especialmente Cristóvão Colombo, viam os nativos. Sua narrativa mistura historicidade ao utilizar-se de fragmentos de cartas, com o mito, presente nas descrições e posicionamentos do colonizador. É uma leitura rica em detalhes pois comenta quais seriam as motivações da empreita de Colombo ao partir para as Índias. Percebemos que não se tratava apenas da busca de riquezas ou da imposição da fé crista, mas também de um certo mapeamento do território para os reinos espanhóis, os financiadores da jornada. O autor desenvolve a ideia da busca do ouro sempre atrelada a questão religiosa. Cristóvão Colombo inspirado pela literatura e pelo contexto de profunda religiosidade pretende chegar a esses lados com o intuito de conseguir riquezas para fazer uma cruzada de reconquista da Terra Santa, ideia retrograda até para o seu tempo. Outro aspecto interessante do texto é ótica com que Colombo vê sua empresa. Quase tudo é interpretado ou permeado pelo aspecto religioso, aliás, ele está buscando o paraíso terrestre, juntamente com suas crenças míticas. Para isso passagens da Bíblia servem como bússola para que ele confirme suas antecipações ao deparar-se com o novo mundo, além de constantes referências a sereias, amazonas, ciclopes, etc. Nesse sentido, o autor afirma a existência de três esferas que dividem o mundo de Colombo: uma é natural, a outra divina, a terceira humana. Elas estão por detrás dos impulsos para a conquista: o primeiro humano (a riqueza), o segundo divino, e o terceiro ligado à apreciação da natureza. Podemos observar aqui como as crenças de Colombo influenciam suas interpretações. Para o autor, Colombo não tem nada de um empirista moderno: o argumento decisivo é o argumento de autoridade, não o de experiência. Ele conta com detalhes a natureza e interpreta os fenômenos em função de seus interesses. Nomeia vários lugares evidenciando um comportamento de apropriação das terras em nome do reino da Espanha. Outro detalhe que podemos observar é que Colombo não é bem-sucedido na comunicação humana com as populações que encontrou porque não estava interessado nela. Além do mais, falará dos índios porque eles se confundem com a própria natureza. O Autor fala ainda que sua atitude em relação cultura do outro é, na melhor das hipóteses, a de um colecionador de curiosidades, e nunca vem acompanhada de uma tentativa de compreender de fato as dinâmicas que compunham essa sociedade. Por exemplo, quando diz que os índios são generosos e covardes, ele lança as bases do mito-preconceito do bom selvagem, e que demonstravam condições favoráveis para serem cristianizados, claro, em troca da exploração das riquezas. Outro elemento que convém destacar é que o assimilacionismo, estabeleceu as hierarquias considerando os indígenas como inferiores e passiveis de serem escravizados, pois não tinham a cultura do colonizador. O autor encerra o capítulo provocando-nos com a seguinte questão: Como Colombo pode estar associado a estes dois mitos aparentemente contraditórios, um onde o outro é um "bom selvagem" (quando é visto de longe), e o outro onde é um 'cão imundo", escravo em potencial? Leva-nos a refletir que alteridade humana é simultaneamente revelada e recusada. Enfim o autor apresenta o perfil do personagem Colombo e sua relação com os índios a partir de vários elementos que mostram outras intenções e contradições.