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Idecan - Portugues PDF
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QUESTÕES DE PORTUGUÊS
SUMÁRIO
HC-UFPE – PROVA......................................................................................09
HC-UFPE – GABARITO.................................................................................11
INMETRO – PROVA.....................................................................................12
INMETRO – GABARITO...............................................................................14
Coisas antigas
Já tive muitas capas e infinitos guarda‐chuvas, mas acabei me cansando de tê‐los e perdê‐los; há anos vivo sem
nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu. Tenho apanhado muita chuva, dado muita corrida,
me plantado debaixo de muita marquise, mas resistido. Como geralmente chove à tarde, mais de uma vez me coloquei
sob a proteção espiritual dos irmãos Marinho, e fiz de O Globo meu paraguas de emergência.
Ontem, porém, choveu demais, e eu precisava ir a três pontos diferentes de meu bairro. Quando o moço de
recados veio apanhar a crônica para o jornal, pedi‐lhe que me comprasse um chapéu‐de‐chuva que não fosse
vagabundo demais, mas também não muito caro. Ele me comprou um de pouco mais de trezentos cruzeiros, objeto que
me parece bem digno da pequena classe média, a que pertenço, (uma vez tive um delírio de grandeza em Roma e
adquiri a mais fina e soberba umbrella da Via Condotti; abandonou‐me no primeiro bar em que entramos; não era coisa
para mim.).
Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda‐chuva a um canto e me pus a contemplá‐lo.
Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra guarda‐chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e
eu mesmo fiquei curioso de saber qual era a origem desse carinho.
Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o guarda‐chuva o objeto do
mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha
infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil
pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas
mudaram.
O guarda‐chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e
tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De
junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno.
Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e
algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante.
Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas
características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre teve,
apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus
amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou faça sol, apesar dos motejos alheios; a estes, respeita.
O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para fugir.
Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma
espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido que iria para cima do
telhado quentar sol, como fazem os urubus.
Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais: ele já era
funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem
não conseguiram modificá‐lo em coisa alguma.
Não sei há quantos anos existe a Casa Loubet, na Rua Sete de Setembro. Também não sei se seus guarda‐chuvas
são melhores ou piores que os outros; são bons; meu pai os comprava lá, sempre que vinha ao Rio, herdei esse hábito.
Há um certo conforto íntimo em seguir um hábito paterno; uma certa segurança e uma certa doçura. Estou
pensando agora se quando ficar um pouco mais velho não comprarei uma cadeira de balanço austríaca. É outra coisa
antiga que tem resistido, embora muito discretamente. Os mobiliadores e decoradores modernos a ignoram; já se
inventaram dela mil versões modificadas, mas ela ainda existe na sua graça e leveza original. É respeitável como um
guarda‐chuva me convém para resguardo da cabeça encanecida, e talvez o embalo de uma cadeira de balanço dê uma
cadência mais sossegada aos meus pensamentos, e uma velha doçura familiar aos sonhos de senhor só.
(BRAGA, Rubem. 1913‐1990. 200 crônicas escolhidas – 31ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
01
Assinale a alternativa que contém uma figura de linguagem denominada metonímia.
A) “Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas,...” (7º§)
B) “Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais:…” (9º§)
C) “Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva.”
(4º§)
D) “Como geralmente chove à tarde, mais de uma vez me coloquei sob a proteção espiritual dos irmãos Marinho, e fiz de
O Globo meu paraguas de emergência.” (1º§)
03
Segundo o autor, o rancor contra guarda‐chuvas cedeu espaço a um estranho carinho porque
A) herdou de seu pai o hábito de usar guarda‐chuva e de dar a eles um destaque nobre.
B) concluiu que esse objeto é adverso a mudanças e resiste intensamente à modernização.
C) herdou do pai comprá‐los sempre no mesmo lugar e isso lhe traz um certo conforto íntimo.
D) concluiu que esse objeto é austero e se presta a várias funções no cotidiano atribulado das grandes cidades.
04
Há erro na indicação da passagem do texto a que se refere o pronome destacado em:
A) “Senti então uma certa simpatia por ele;…” (3º§) – guarda‐chuva.
B) “Pensando bem, ele talvez derive do fato,...” (4º§) – guarda‐chuva.
C) “... mas ela ainda existe na sua graça e leveza original.” (11º§) – cadeira de balanço.
D) “Ele me comprou um de pouco mais de trezentos cruzeiros,…” (2º§) – o moço de recados.
05
Na frase “Suas irmãs as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até
caíram de moda.” (5º§), a oração sublinhada traz uma ideia de
A) causa. B) conclusão. C) explicação. D) consequência.
06
O segmento a seguir que apresenta adjetivo sem variação de grau é
A) “Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas.” (5º§).
B) “Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou;...” (6º§).
C) “... (uma vez tive um delírio de grandeza em Roma e adquiri a mais fina e soberba umbrella da Via Condotti;…).” (2º§).
D) “... e talvez o embalo de uma cadeira de balanço dê uma cadência mais sossegada aos meus pensamentos,...” (11º§).
07
Esse texto deve ser incluído, por suas marcas predominantes, entre o seguinte modo de organização discursiva:
A) Indutivo. C) Descritivo.
B) Narrativo. D) Dissertativo‐argumentativo.
08
Levando em consideração as regras de concordância nominal, escreva (1) para as frases corretas e (2) para as incorretas.
( ) Era meio dia e meia e a chuva não parava.
( ) Ele comprou bastantes guarda‐chuvas para presentear os amigos.
( ) A moça da loja ficou meia nervosa com o acontecido.
( ) Anexo a este documento envio‐lhe a fatura da compra das sombrinhas.
A sequência está correta em
A) 1, 1, 2, 1. B) 1, 1, 2, 2. C) 1, 2, 1, 2. D) 2, 2, 1, 1.
09
Assinale a alternativa que contém um exemplo de linguagem conotativa.
A) “Já tive muitas capas e infinitos guarda‐chuvas, mas acabei me cansando de tê‐los e perdê‐los;…” (1º§)
B) “Tenho apanhado muita chuva, dado muita corrida, me plantado debaixo de muita marquise, mas resistido.” (1º§)
C) “Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda‐chuva a um canto e me pus a contemplá‐lo.”
(3º§)
D) “Estou pensando agora se quando ficar um pouco mais velho não comprarei uma cadeira de balanço austríaca.”
(11º§)
SAÚDE PÚBLICA
GABARITO
11 01 - D
“Todo cidadão é igual perante o Sistema
02 - AÚnico de Saúde (SUS) e será atendido de acordo com suas necessidades.”
Essa é uma afirmativa muito abordada 03nas
- B legislações sobre o SUS e refere‐se à
04 - B
A) equidade. B) resolubilidade.
05 - D C) hierarquização. D) descentralização.
06 - A
12 07 - B
08 - B
“Trata‐se de um nível de atenção à saúde
09 - Bprestado por grandes hospitais geralmente especializados, os quais utilizam
de tecnologia mais complexa.” Esse nível de atenção é definido como:
10 - C
A) Primário. B) Terciário. C) Secundário. D) Quaternário.
13
“De acordo com o trecho anterior, o coeficiente de _________________ da dengue foi de ______ casos para cada 10
mil habitantes.” Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.
A) incidência / 4,2 B) incidência / 42,5 C) mortalidade / 21 D) prevalência / 42,5
14
Em relação ao número de óbito por dengue hemorrágica, calcula‐se:
A) A taxa de mortalidade geral. C) O coeficiente de morbidade da dengue.
B) O indicador global de mortalidade. D) A taxa de letalidade da dengue hemorrágica.
15
“Em uma área, havia em tratamento cerca de 100 pessoas em relação à hipertensão, até o momento foram
notificados mais 20 casos, cinco óbitos e cinco curas.” De acordo com esses dados, assinale a alternativa correta.
A) A incidência no momento seria de 110 casos.
B) A prevalência no momento seria de 110 casos.
C) A taxa de mortalidade seria de 2,5 para cada 100 mil habitantes.
D) É impossível calcular a prevalência apenas com os dados do texto.
16
Acerca dos alvos de controle e regras perante os serviços de vigilâncias sanitárias em âmbito municipal, estadual e
federal, analise as alternativas a seguir.
I. Medicamentos.
II. Alimentos.
III. Produtos domissanitários.
IV. Cosméticos.
Está(ão) correta(s) a(s) alternativa(s)
A) I, II, III e IV. B) II, apenas. C) I e II, apenas. D) I e IV, apenas.
17
Muitas doenças metaxênicas necessitam de controle epidemiológico, já que são consideradas epidemias de grande
relevância para a saúde pública. Entre as doenças a seguir, assinale as que se enquadram na situação de metaxênica.
A) Dengue e tuberculose. C) Toxoplasmose e giardíase.
B) Malária e leishmaniose. D) Febre amarela e hanseníase.
01
Considerando que a intencionalidade textual é a intenção do locutor de produzir uma manifestação linguística
coesiva e coerente; é correto afirmar, em relação ao emprego de expressões de uso coloquial no texto não adequadas
à linguagem formal, que
A) tal estratégia escolhida pelo autor torna o texto relevante na situação apresentada.
B) seu emprego demonstra o posicionamento do autor em relação ao conteúdo apresentado.
C) o critério de adequação textual está presente de acordo com a situação social em que o texto ocorre.
D) o emprego de tais expressões é de fundamental importância para compreensão do conteúdo apresentado.
02
Considerando a frase “Não fui eu que escrevi.” (2º§) é possível notar a aplicação de uma regra que a torna adequada
de acordo com o emprego da norma padrão da língua. Outra possibilidade que preserva tal adequação para a
expressão do mesmo conteúdo apresentado está indicada em:
A) Não foi eu que escrevi. C) Não fui eu quem escrevi.
B) Não fui eu que escreveu. D) Não foi eu quem escreveu.
03
Ainda em relação à frase “Não fui eu que escrevi.” (2º§) é correto afirmar em relação à estruturação que tal período é
constituído, na ordem em que aparecem as orações, de
A) oração adjetiva seguida de oração principal.
B) oração principal seguida de oração adjetiva.
C) uma oração principal seguida de duas adverbiais.
D) uma oração adverbial seguida de uma oração adjetiva.
05
Acerca da função sintática dos termos destacados, apenas uma das alternativas apresenta elemento que difere dos
demais. Assinale‐o.
A) “O pouco que vi do programa, [...]” (4º§)
B) “[...] que ela seja absolutamente genial.” (8º§)
C) “Como a daquela senhora que reagiu com indignação [...]” (8º§)
D) “Os ‘Big Brothers’ e similares fazem sucesso no mundo todo.” (5º§)
07
O texto é construído a partir de um diálogo em que
A) são apresentados argumentos contrários à utilização da internet.
B) são utilizados recursos argumentativos em favor do posicionamento apresentado pelo autor.
C) há uma divergência de conceitos entre os interlocutores que se desfaz após a argumentação feita.
D) a opinião do interlocutor mostra‐se forte o suficiente para refutar e anular os argumentos apresentados.
08
Em relação ao segmento “O mal que vejo, continuei, não está na enxurrada de opiniões as mais isso ou aquilo na
internet, [...]” (8º§) assinale o comentário verdadeiro.
A) O pronome “cuja” não apenas poderia substituir “as” como também eliminaria a ambiguidade presente no período.
B) Na substituição da expressão “na enxurrada de opiniões” por “nas opiniões”, o “as” receberia o acento grave
indicador de crase.
C) Caso a expressão “enxurrada de opiniões” seja substituída por “opinião”, o pronome “as” obrigatoriamente seria
substituído por “a”.
D) O pronome “as” pode ser substituído pelo pronome “que” devido à função por ele exercida na oração sem que haja
prejuízo semântico ou gramatical.
09
“Isso sem contar a imensa quantidade de textos apócrifos, muitas vezes até opostos ao pensamento do presumido
autor, falsamente presumido.” (8º§). Os vocábulos em destaque têm seu significado de forma correta indicado,
respectivamente, em:
A) aprazíveis / celebrado C) desequilibrados / possível
B) ilegítimos / conjecturado D) inclassificáveis / hipotético
10
No trecho “O gigante, depois da maldição de Netuno, tornou‐se um ser impaciente.” (10º§) é possível reconhecer
que, através da referência feita, o autor tem por principal objetivo
A) retomar e caracterizar seu amigo Adamastor.
B) conferir grandiosidade aos fatos mencionados.
C) reforçar os argumentos acerca das ideias apresentadas.
D) demonstrar grande conhecimento acerca da literatura com a citação dos personagens clássicos, o gigante Adamastor
e Netuno.
GABARITO
RACIOCÍNIO LÓGICO
01 - C
02 - C
11 03 - B
Trabalhando de quarta a sexta‐feira, seis
04 -jardineiros
A gastam cinco semanas para construir um jardim em uma
05 - A
residência luxuosa. Para realizar esse mesmo
06 - B
serviço, o número de semanas que cinco jardineiros gastariam
trabalhando de segunda a sábado, mantendo‐se
07 - B a mesma produtividade, será:
A) 3. B) 4. 08 - C C) 5. D) 6.
09 - B
10 - A
12
Eduardo desenha e vende caricaturas em três diferentes tamanhos, 30 cm, 50 cm e 80 cm e cobra, respectivamente, o
preço unitário de R$ 4,00, R$ 6,00 e R$ 8,00. Certo dia, vendeu 30 caricaturas e obteve, no total, R$ 170,00.
Considerando que o número de caricaturas de 50 cm vendidos é o triplo do número de caricaturas de 80 cm vendidos,
então, o número de caricaturas de 30 cm vendidos foi:
A) 5. B) 8. C) 12. D) 15.
01
A argumentação desenvolvida pela articulista apresenta como elemento motivador
A) uma informação infundada acerca de um discurso já proferido.
B) as questões éticas e morais que envolvem escola, família e estado.
C) as ações inconsequentes praticadas pela juventude de uma forma geral.
D) a preocupação acerca do legado que, provavelmente, será deixado aos jovens.
02
A tese em torno da qual gravitam os argumentos apresentados está corretamente indicada em:
A) É preciso que haja uma conscientização em relação às necessidades da juventude.
B) O jovem precisa de identificação com determinado grupo social, do qual passará a ser participante ativo.
C) O jornalismo irresponsável deve ser punido e repreendido, principalmente, quando prejudica a juventude.
D) Há uma grande lacuna na sociedade no que se refere ao papel de adultos e instituições tais como escola e família em
relação aos jovens.
03
O trecho “Sinto muito: essa, mais uma vez, não sou eu.” (1º§) foi reescrito evitando ambiguidades e/ou um novo
sentido em:
A) Essa não sou eu: mais uma vez sinto muito. C) Mais uma vez, essa não sou eu, sinto muito.
B) Mais uma vez sinto muito, essa não sou eu. D) Essa, mais uma vez, sinto muito. Não sou eu.
04
Quanto à linguagem utilizada no desenvolvimento do texto é correto afirmar que se apresenta
A) técnica e formal. C) caracterizada por certo subjetivismo.
B) objetiva e formal. D) inadequada quanto ao nível de formalismo.
05
O texto também se constitui de argumentações implícitas, ou seja, pressupostos e subentendidos. Acerca do trecho
destacado do texto, assinale o pressuposto corretamente identificado do que está implícito nos elementos
linguísticos empregados. “Lido com palavras a vida toda, foram uma de minhas primeiras paixões e ainda me
seduzem pelo misto de comunicação e confusão que causam, como nesse caso, e por sua beleza, riqueza e
ambiguidade.” (1º§)
A) O termo “seduzem” indica um ponto de vista da autora de que as palavras lhe trazem conflito.
B) “Foram” indica que, apesar de continuar a lidar com as palavras, a paixão não é mais a mesma.
C) Ao dizer que as palavras “ainda” seduzem‐na, pressupõe‐se que o mesmo não ocorre com as demais paixões citadas
anteriormente.
D) A partir da expressão “uma de minhas primeiras” pode‐se supor que as paixões vividas pela escritora aconteceram na
sua infância e adolescência.
06
“[...] nós, adultos e velhos, damos aos jovens tantos maus exemplos, [...]” (2º§). Acerca do trecho destacado, é
correto afirmar que caso o sujeito de “damos” fosse “adultos e velhos”, a forma usada seria
A) dão. B) deis. C) demos. D) désseis.
07
O significado da palavra em destaque está corretamente indicado em
A) “… todas as famílias disfuncionais.” (5º§) / despreparadas.
B) “… pelo mundo que lhes estamos legando.” (6º§) / compartilhando.
C) “… correndo desvairadamente atrás de mitos bobos,…” (2º§) / loucamente.
D) “Tenho muita empatia com a juventude, exposta a tanto descalabro,…” (3º§) / inconveniência.
08
De acordo com o sentido atribuído às expressões em destaque, classifique como um exemplo de denotação (D) ou
conotação (C).
( ) “Todos são motivo de alegria e esperança,...” (6º§)
( ) “..., sempre caindo de cansados e sem vontade...” (2º§)
( ) “... muitos deles a gente nem receberia em casa...” (4º§)
( ) “... correndo desvairadamente atrás de mitos bobos,...” (2º§)
A sequência está correta em
A) D, D, C, C. B) C, D, C, D. C) C, C, D, C. D) D, C, D, C.
09
Por algumas vezes a autora utiliza como recurso na construção da estrutura textual, a inserção de questionamentos
os quais, na maioria das vezes, são por ela mesma respondidos. Tal recurso tem por objetivo
A) construir a argumentação com base em questionamentos. GABARITO
01 - A 07 - C
B) encontrar soluções adequadas à problemática apresentada. 02 - D 08 - D
C) tornar o leitor participativo da discussão proposta através de reflexões. 03 - C 09 - D
D) investigar situações contrárias ao posicionamento assumido pela autora. 04 - C 10 - C
05 - C
06 - A
10
Dentre os trechos em destaque, assinale o que NÃO pode ser considerado um exemplo que indica determinado ponto
de vista da autora sobre o fato expresso.
A) “Necessária para muitos, a tribo é onde se sentem acolhidos, abrigados, aceitos.” (3º§)
B) “Tenho refletido muito sobre quanto deve ser difícil para a juventude esta época...” (2º§)
C) “Escrevo repetidamente sobre juventude e infância, família e educação, cuidado e negligência.” (2º§)
D) “Então, quando falo em dificuldades ou mazelas da juventude, é de nós que estou, melancolicamente, falando.” (6º§)
CONHECIMENTOS BÁSICOS
Os trovões de antigamente
Estou dormindo no antigo quarto de meus pais; as duas janelas dão para o terreiro onde fica o imenso pé de
fruta‐pão, a cuja sombra cresci. O desenho de suas folhas recorta‐se contra o céu; essa imagem das folhas do fruta‐pão
recortadas contra o céu é das mais antigas da minha infância, do tempo em que eu ainda dormia em uma pequena
cama cercada de palhinha junto à janela da esquerda.
A tarde está quente. Deito‐me um pouco para ler, mas deixo o livro, fico a olhar pela janela. Lá fora, uma galinha
cacareja, como antigamente. E essa trovoada de verão é tão Cachoeiro, é tão minha casa em Cachoeiro! Não, não é
verdade que em toda parte do mundo os trovões sejam iguais. Aqui os morros lhe dão um eco especial, que prolonga
seu rumor. A altura e a posição das nuvens, do vento e dos morros que ladeiam as curvas do rio criam essa ressonância
em que me reconheço menino, assustado e fascinado pela visão dos relâmpagos, esperando a chegada dos trovões e
depois a chuva batendo grossa lá fora, na terra quente, invadindo a casa com seu cheiro. Diziam que São Pedro estava
arrastando móveis, lavando a casa; e eu via o padroeiro de nossa terra, com suas barbas, empurrando móveis imensos,
mas iguais aos de nossa casa, no assoalho do céu – certamente também feito assim, de tábuas largas. Parece que eu
não acreditava na história, sabia que era apenas uma maneira de dizer, uma brincadeira, mas a imagem de São Pedro de
camisolão empurrando um grande armário preto me ficou na memória.
Nossa casa era bem bonita, com varanda, caramanchão e o jardim grande ladeando a rua. Lembro‐me
confusamente de alguns canteiros, algumas flores e folhagens desse jardim que não existe mais; especialmente de uma
grande touceira de espadas‐de‐são‐jorge que a gente chamava apenas de “talas”; e, lá no fundo, o precioso pé de
saboneteira que nos fornecia bolas pretas para o jogo de gude. Era uma grande riqueza, uma árvore tão sagrada como a
fruta‐pão e o cajueiro do alto do morro, árvores de nossa família, mas conhecidas por muita gente na cidade; nós
também não conhecíamos os pés de carambola das Martins ou as mangueiras do Dr. Mesquita?
Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava os que moravam do
outro lado da rua, onde as casas dão fundo para o rio. Como a casa dos Martins, como a casa dos Leão, que depois foi
dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando para o rio.
Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara a enchente. As
águas barrentas subiam primeiro até a altura da cerca dos fundos, depois às bananeiras, vinham subindo o quintal,
entravam pelo porão. Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu tanto que a família defronte teve
medo.
Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era uma festa, aquela faina de arrumar camas nas salas,
aquela intimidade improvisada e alegre. Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam muito, como se fazia café
e se tomava café tarde da noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava pelo nosso portão, e me lembro que nós, os
meninos, torcíamos para ele subir mais e mais. Sim, éramos a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha
quando, mal saltando da cama, íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo – aquilo era uma traição, uma
fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá para cima, pelo Castelo, tinha caído chuva muita,
anunciava água nas cabeceiras, então dormíamos sonhando que a enchente ia outra vez crescer, queríamos sempre que
aquela fosse a maior de todas as enchentes.
E naquelas tardes as trovoadas tinham esse mesmo ronco prolongado entre morros, diante das duas janelas do
quarto de meus pais; eles trovejavam sobre nosso telhado e nosso pé de fruta‐pão, os grandes, grossos trovões
familiares de antigamente, os bons trovões do velho São Pedro.
(BRAGA, Rubem – 200 crônicas escolhidas. 31ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2010.)
01
“... aquilo era uma traição, uma fraqueza do Itapemirim”. (6º§) O excerto anterior constitui uma figura de linguagem
denominada
A) anáfora. B) catacrese. C) anacoluto. D) pleonasmo. E) prosopopeia.
02
O uso do pronome demonstrativo “isso” na frase: “Isso para nós era uma festa,...” (6º§) se justifica por
A) referir‐se a algo já citado. D) comprovar a noção de espaço.
B) enfatizar o sentido da frase. E) referir‐se a algo próximo do falante.
C) referir‐se a um tempo futuro.
03
Em todas as frases relacionadas à palavra sublinhada pertence à mesma classe gramatical, EXCETO em:
A) “... desse jardim que não existe mais;...” (3º§)
B) “... pé de saboneteira que nos fornecia bolas pretas...” (3º§)
C) “… do vento e dos morros que ladeiam as curvas do rio…” (2º§)
D) “Aqui os morros lhe dão um eco especial, que prolonga seu rumor.” (2º§)
E) “... queríamos sempre que aquela fosse a maior de todas as enchentes.” (6º§)
04
Assinale a alternativa que, hoje, é classificada como politicamente incorreta.
A) “Aqui os morros lhe dão um eco especial, que prolonga seu rumor.” (2º§)
B) “Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda,…” (4º§)
C) “Era uma grande riqueza, uma árvore tão sagrada como a fruta‐pão e o cajueiro no alto do morro,...” (3º§)
D) “Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam muito, como se fazia café e se tomava café tarde da noite!”
(6º§)
E) “Sim, éramos a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha quando, mal saltando da cama, íamos
correndo...” (6º§)
05
“Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era festa, aquela faina de arrumar camas nas salas, aquela
intimidade improvisada e alegre.” (6º§) O vocábulo anteriormente destacado pode ser substituído, sem perda
semântica, por
A) ânsia. B) apatia. C) agonia. D) azáfama. E) azinhaga.
06
As recordações das vivências antigas feitas pelo narrador são desencadeadas
A) pelo calor da tarde em Cachoeiro. D) pelo sonho profundo a que ele se entrega.
B) pela audição do prenúncio da chuva. E) pela visão que ele vislumbra da casa antiga.
C) pelas montanhas recortadas contra o céu.
07
“E às vezes o rio atravessava a rua,...” (6º§) Assinale a alternativa em que a ocorrência de crase NÃO se justifica pelo
mesmo critério da empregada na frase anterior.
A) As chuvas caíam à tarde.
B) A enchente chegava à beira de nossa casa.
C) Os meninos riam à beça com toda aquela confusão.
D) À noite os adultos riam e conversavam tomando muito café.
E) Ela sempre se referia à chuva que caía abundantemente no verão.
08
O segmento do texto cujo elemento tem seu valor semântico INCORRETAMENTE indicado é:
A) “Deito‐me um pouco para ler,…” (2º§) – fim
B) “... recortadas contra o céu...” (1º§) – oposição
C) “... feito assim, de tábuas largas.” (2º§) – matéria
D) “... eles trovejavam sobre nosso telhado...” (7º§) – lugar
E) “… assustado e fascinado pela visão dos relâmpagos,…” (2º§) – tempo
09
Relacione adequadamente os termos em destaque com suas respectivas funções sintáticas.
1. Objeto direto. ( ) “Nossa casa era bem bonita,...” (3º§)
2. Sujeito. ( ) “... mas deixo o livro,...” (2º§)
3. Predicativo. ( ) “E naquelas tardes as trovoadas...” (7º§)
4. Adjunto adverbial. ( ) “Então vinham todos dormir em nossa casa.” (6º§)
A sequência está correta em
A) 3, 1, 4, 2. B) 3, 2, 1, 4. C) 2, 1, 3, 4. D) 1, 2, 3, 4. E) 4, 1, 2, 3.
10
“Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu tanto que a família defronte teve medo”. (5º§) Nessa
frase, a oração sublinhada traz uma ideia de
A) causa. B) condição. C) concessão. D) comparação. E) consequência.
12
Em um experimento utilizando‐se 41 ratos de laboratório constatou‐se que, após a aplicação de uma substância
química, 23 ratos foram curados de Alzheimer ao passo que 17 foram curados do Mal de Parkinson. Entretanto, nove
ratos não foram curados de Alzheimer nem do Mal de Parkinson e cinco foram curados apenas do Mal de Huntington.
Assim, o número de ratos que foram curados tanto de Alzheimer quanto do Mal de Parkinson é
A) 7. B) 8. C) 9. D) 11. E) 12.
13
Em uma repartição pública, um processo administrativo foi instruído e aberto no dia 07/11/2014. Da data de abertura
à decisão final do processo, correram exatamente 13 semanas e 2 dias. Dessa forma, a decisão final ocorreu, no ano
de 2015, em
A) 30/01. B) 08/02. C) 17/02. D) 01/03. E) 09/03.
14
Uma caixa contém 60 bolas coloridas sendo 20 verdes; 20 vermelhas; e, as demais, laranjas. De forma aleatória e com
reposição, duas bolas serão retiradas da caixa. Dessa forma, considerando que a probabilidade de se retirar uma bola
verde seja o dobro da probabilidade de se retirar qualquer outra bola, então a probabilidade de que sejam retiradas
da caixa uma bola verde e outra vermelha é
A) 3/8. B) 2/5. C) 1/4. D) 2/9. E) 1/8.
15
Em uma lanchonete, é vendida uma marca de sucos com sete sabores distintos. Além disso, um cliente pode optar pela
versão normal ou light, com menos calorias, e escolher uma dentre três embalagens possíveis: 500 ml, 1 L ou 1,5 L.
Dessa forma, o número de possibilidades para que um cliente escolha um suco dessa marca é
A) 42. B) 56. C) 84. D) 120. E) 294.
CONHECIMENTOS BÁSICOS
LÍNGUA PORTUGUESA
A partir da década de 70, tendo como marco histórico a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
diante dos problemas oriundos da degradação ambiental, iniciou‐se no mundo uma crescente consciência de que seria
necessária uma forma diferenciada do ser humano se relacionar com a natureza, e de gerar e distribuir riquezas.
Por outro lado, em paralelo a este movimento chamado “verde”, a desigualdade social foi nas últimas décadas
expandindo numa velocidade vertiginosa e com ela crescendo a exclusão social e a violência.
Em decorrência destes dois fatores deparamo‐nos, na década de 90, com um novo fenômeno social, qual seja a
proliferação do 3º setor: a esfera pública não‐estatal. Somado a isto, ganharam força os movimentos da qualidade
empresarial e dos consumidores. De agente passivo de consumo, o consumidor passa a ser agente de transformação
social, por meio do exercício do seu poder de compra, uso e descarte de produtos, de sua capacidade de poder
privilegiar empresas que tinham valores outros que não somente o lucro na sua visão de negócios. Assim, sociedade
civil e empresas passam a estabelecer parcerias na busca de soluções, diante da convicção de que o Estado sozinho não
é capaz de solucionar a todos os problemas e a responder a tantas demandas.
É diante desta conjuntura que nasce o movimento da responsabilidade social. Movimento este que vem crescendo
e ganhando apoio em todo o mundo, e que propõe uma aliança estratégica entre 1º, 2º e 3º setores na busca da
inclusão social, da promoção da cidadania, da preservação ambiental e da sustentabilidade planetária, na qual todos os
setores têm responsabilidades compartilhadas e cada um é convidado a exercer aquilo que lhe é mais peculiar, mais
característico. E, para que essa aliança seja possível, a ética e a transparência são princípios fundamentais no modo de
fazer negócios e de relacionar‐se com todas as partes interessadas.
À sociedade civil organizada cabe papel fundamental pelo seu poder ideológico – valores, conhecimento,
inventividade e capacidades de mobilização e transformação.
A responsabilidade social conclama todos os setores da sociedade a assumirem a responsabilidade pelos impactos
que suas decisões geram na sociedade e meio ambiente. Nesse sentido, os setores produtivos e empresariais ganham
um papel particularmente importante, pelo impacto que geram na sociedade e seu poder econômico e sua capacidade
de formular estratégias e concretizar ações.
Essa nova postura, de compartilhamento de responsabilidades, não implica, entretanto, em menor
responsabilidade dos governos, ao contrário, fortalece o papel inerente ao governo de grande formulador de políticas
públicas de grande alcance, visando o bem comum e a equidade social, aumentando sua responsabilidade em bem
gerenciar a sua máquina, os recursos públicos e naturais na sua prestação de contas à sociedade. Além disso, pode e
deve ser o grande fomentador, articulador e facilitador desse novo modelo que se configura de fazer negócios.
(Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/contextualizacao.asp. Acesso em dezembro de 2014.)
01
De acordo com o texto apresentado, é correto afirmar que
I. O crescimento da desigualdade social é um movimento que ultrapassa os limites da exclusão social e da violência.
II. O consumidor possui um papel determinante no processo de transformação em que a sociedade, do ponto de vista
econômico, está inserida.
III. As transformações operadas na sociedade, a partir da década de 90, demonstram a busca por soluções cuja
característica é o envolvimento de setores distintos tendo em vista os mesmos propósitos.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
A) I, II e III. B) I, apenas. C) I e II, apenas. D) I e III, apenas. E) II e III, apenas.
02
O 3º§ inicia‐se fazendo referência a fatores expostos anteriormente que são vistos como fundamentais para o
processo mencionado a seguir. Sobre tais fatores, é correto afirmar que
A) dispõem de elementos comuns com objetivos variados.
B) compõem uma analogia em que se aproximam através de determinadas características.
C) acumulam aspectos que se distanciam quanto aos benefícios produzidos a partir dos mesmos.
D) possuem características que indicam aspectos prejudiciais ao crescimento econômico da sociedade.
E) constituem metodologias relacionadas à necessária conscientização global quanto ao meio ambiente.
03
Em “Somado a isto, ganharam força os movimentos da qualidade empresarial e dos consumidores.” (3º§), o termo
em destaque é utilizado como um pronome anafórico. Tal emprego pode ser comprovado em sua relação
estabelecida com o(s)
A) crescimento de um segmento social e público.
B) fenômenos sociais de característica governamental.
C) movimentos liderados por consumidores conscientes.
D) desenvolvimento dos dois fatores apontados anteriormente.
E) fatores econômicos relacionados no texto a partir da década de 70.
04
De acordo com o texto, a sociedade civil possui um papel fundamental diante de seu “poder ideológico”; a partir do
efeito de sentido produzido pelo termo em destaque, é correto afirmar que a sociedade
A) age de forma excludente.
B) sustenta convicções e interesses do grupo.
C) sobrepõe os ideais a considerações práticas.
D) legitima o poder econômico da classe dominante.
E) expressa interesses revolucionários da classe dominada.
05
No 4º§ do texto, a oração “[...] para que essa aliança seja possível [...] ” denota, no período em que está inserida, o(a)
A) meio pelo pelo qual tal aliança se faz possível.
B) finalidade da aliança mencionada entre os vários setores.
C) entendimento de que a aliança entre os vários setores mencionados é possível.
D) razão por que a ética e a transparência são considerados princípios fundamentais.
E) objetivo da existência de elementos como ética e transparência nas relações citadas.
06
Considerando o emprego do pronome demonstrativo “este” em “Em decorrência destes dois fatores [...]” (3º§),
indique as frases a seguir que apresentam a mesma justificativa para sua utilização (considere suas variações).
I. Neste século, a ciência multiplicou‐se.
II. Isto que está aqui tem um grande peso.
III. Um dia destes ele decide seu destino e tudo se resolve.
IV. Consultada a juíza, esta se manifestou favoravelmente a nossa causa.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)
A) I. B) IV. C) I e II. D) II e III. E) II e IV.
07
Acerca dos elementos constitutivos do período “A responsabilidade social conclama todos os setores da sociedade a
assumirem a responsabilidade pelos impactos que suas decisões geram na sociedade e meio ambiente.” (6º§) é
correto afirmar que
A) não há dúvidas quanto à fonte de geração dos impactos mencionados.
B) a forma verbal “conclama” indica valor de ação acabada recentemente.
C) a responsabilidade social deve ser atribuída a todos os setores da sociedade.
D) ao substituir o agente de “conclama” por “sociedade”, é atribuída maior credibilidade ao conteúdo da informação
apresentada.
E) a atribuição de determinada responsabilidade aos setores da sociedade mostra que os impactos ambientais podem
ser revertidos.
08
Em “[...] iniciou‐se no mundo uma crescente consciência de que seria necessária uma forma diferenciada do ser
humano se relacionar com a natureza [...]” (1º§) preservando‐se a correção semântica e a adequação linguística, o
trecho em destaque poderia ser substituído por
A) sendo necessária. D) de que haveria necessidade de.
B) de que tenha sido. E) de que houvesse necessidade de.
C) de que fosse necessária.
09
A expressão “crescente consciência” é formada por vocábulos grafados corretamente com “sc”. Indique, a seguir, o
vocábulo que também deveria ser grafado com “sc”.
A) Abcesso. B) Excursão. C) Obsessão. D) Sucessivo. E) Concessão.
10
De acordo a predominância de certos elementos textuais, pode‐se afirmar que o texto apresentado é um exemplo de
A) injunção. B) narração. C) descrição. D) dissertação. E) conversação.
11
One of the OWM’ duties is to
A) conduct inspections throughout the USA. D) represent fifteen percent of the US GDP.
B) shape standards and regulatory conducts. E) compete for insurance at home and abroad.
C) cater to international sales’ achievement.
12
All of the itens fit into the same category EXCEPT:
A) Laws. B) Sales. C) Enables. D) Chemicals. E) Businesses.
13
One of the outcomes of the OWM action is:
A) Equality among weather systems. D) Consumer confidence improvement.
B) Reaching increased retail food sales. E) Regulate budget and the nation’s GDP.
C) Cutting on government expenditure.
14
“Weights and Measures laws in the US represent approximately 50 percent…” APPROXIMATELY is closest in meaning
to
A) hardly. B) clearly. C) almost. D) seldom. E) accurately.
As estações perplexas
Naturalmente, por culpa desses engenhos clandestinos que gregos e troianos estão atirando ao espaço, as estações
se equivocaram e o Inverno, de barbas brancas, insiste com a Primavera em que o seu tempo ainda não passou,
enquanto a Primavera, com suas coroas desmanchadas, vê avançar o Verão, de roupas de fogo, e não sabe o que fazer
de flores e pássaros.
As estações perplexas, mas bem‐educadas, apresentam suas razões com bons modos, não por desejarem estar no
cartaz, mas pela disciplina do próprio ofício. Elas, antigamente, executavam suas danças com grande acerto e, enquanto
uma andava no primeiro plano, com seus véus e outros acessórios, as outras, com muita elegância, evoluíam em planos
sucessivos, esperando o momento de se apresentarem, com todo o seu brilho e poder.
Mas com os tais engenhos que perfuram o espaço, embora tão miseráveis, em relação ao universo como um
espinho no pé de um elefante, creio que sempre há distúrbios: e só assim me parece explicável que neste mês de
novembro possamos ainda trazer roupas de lã.
Pelo jardim há numerosos estragos. As plantas andam meio loucas: gardênias, que costumam desabrochar em
dezembro, abriram repentinamente em outubro e agora estão secas e caem melancolicamente, querendo ainda
conservar o perfume e o aveludado nas pétalas queimadas. Qualquer flor que aparece, por saber que estamos na
primavera, vem o vento e a desfolha, vem o frio e a faz murchar, vem a chuva e arrasta‐a para o chão. Que aconteceu?
Pensam as flores. (Sim, porque as flores pensam.) E logo desaparecem, tristes. (Porque as flores também entristecem).
Quanto aos passarinhos, nesta região de sabiás e pardais, pintassilgos e cambaxirras, nesta região onde, o dia
inteiro, o ar está cheio de pios, de cantos, de lamentos, de beijinhos d’água e risadinhas verdes e azuis, os passarinhos
não sabem mais onde fazer seus ninhos e, por acharem tão fria esta primavera, abandonam as árvores de ar
condicionado e metem‐se pelo vão das telhas e pelos canos dos aquecedores.
Quanto aos pobres humanos, uns andam com gripes invernais muito prolongadas, outros não sabem o que fazer do
seu belo guarda‐roupa de verão. Todas as manhãs, olha‐se para o céu: onde estamos? Na Holanda? Em Paris? Na Suíça?
Vem o vento ríspido misturar os nossos papéis, sacudir as trepadeiras, estremecer as portas e distribuir lumbagos e
torcicolos. A lama respinga por toda a parte. Nunca se sabe se o pé vai entrar numa poça ou num bueiro... E a
Primavera, Primadona, espera no seu camarim, um pouco rouca, enquanto gregos e troianos jogam para o alto seus
engenhos, que valem palácios, museus, hospitais, universidades, teatros, pacíficas habitações terrenas que seriam
felizes com um pouco de graça e amor.
(MEIRELES, Cecília: crônicas para jovens; seleção, prefácio e notas biobibliográficas Antonieta Cunha – São Paulo: Global, 2012.)
01
Sobre a existência de uma relação de sinonímia entre a palavra destacada e o vocábulo entre parênteses, marque V
para as alternativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) “... engenhos clandestinos...” (1º§) – legais.
( ) “As estações perplexas,...” (2º§) – estupefatas.
( ) “... sempre há distúrbios:...” (3º§) – confusão.
( ) “... o vento ríspido misturar...” (6º§) – agreste.
A sequência está correta em
A) V, F, F, F. B) V, F, V, F. C) F, V, V, F. D) F, V, V, V.
02
“... as estações se equivocaram e o Inverno, de barbas brancas, insiste com a Primavera em que o seu tempo ainda
não passou...” (1º§). O excerto anterior constitui o exemplo de figura de linguagem denominada
A) antítese. B) paráfrase. C) metonímia. D) personificação.
03
Assinale a alternativa em que há um exemplo de estrutura que estabelece uma correlação de ideias.
A) “A lama respinga por toda a parte. Nunca se sabe se o pé vai entrar numa poça ou num bueiro...” (6º§)
B) “…e só assim me parece explicável que neste mês de novembro possamos ainda trazer roupas de lã.” (3º§)
C) “... enquanto uma nadava no primeiro plano, com seus véus e outros acessórios, as outras, com muita elegância,
evoluíam em planos sucessivos,...” (2º§)
D) “As estações perplexas, mas bem‐educadas, apresentam suas razões com bons modos, não por desejarem estar no
cartaz, mas pela disciplina do próprio ofício.” (2º§)
05
“Pelo jardim há numerosos estragos. As plantas andam meio loucas: gardênias, que costumam desabrochar em
dezembro, abriram repentinamente em outubro e agora estão secas e caem melancolicamente, querendo ainda
conservar o perfume e o aveludado nas pétalas queimadas.” (4º§) O segmento anterior possui linguagem
A) pejorativa. B) conotativa. C) denotativa. D) argumentativa.
06
“Quanto aos pobres humanos, uns andam com gripes invernais muito prolongadas,...” (6º§) A palavra que, nessa
frase, possui o sentido oposto de “prolongadas” é
A) adiadas. B) delongadas. C) encurtadas. D) expandidas.
07
Segundo o texto as estações
A) sofreram mutações porque o clima tem ciclos e mudanças eficazes.
B) ficaram bem definidas e se alternam de acordo com a mãe natureza.
C) estão “perplexas” porque provocam uma condição climática equilibrada no planeta Terra.
D) estão “perplexas” porque a interferência humana na natureza tem trazido transtornos ao meio ambiente.
08
“Mas com os tais engenhos que perfuram o espaço, embora tão miseráveis, em relação ao universo como um espinho
no pé de um elefante, creio que sempre há distúrbios:...” (3º§) A figura de linguagem presente no período anterior é
A) catacrese. B) sinédoque. C) comparação. D) antonomásia .
09
Em todas as alternativas a concordância nominal fez‐se corretamente, EXCETO em:
A) Naquele jardim há bastantes flores coloridas.
B) O vento da primavera trouxe menas lama para as calçadas.
C) As pessoas ficaram meio estranhas depois daquela chuvarada.
D) É necessário muita saúde para enfrentar as mudanças climáticas.
10
“Que aconteceu? Pensam as flores. (Sim, porque as flores pensam.) E logo desaparecem, tristes. (Porque as flores
também entristecem).” (4º§) Nesse segmento, a autora faz uma interrupção da narrativa. Essa interrupção se destina a
A) indicar uma ação em flashback. C) estabelecer intimidade com o interlocutor.
B) indicar uma pausa maior de pensamento. D) fazer uma reflexão do que está sendo exposto.
GABARITO
RACIOCÍNIO LÓGICO
11 01 - C
02 - D
Seja a sequência
03 - C
04 - B J ; 28 ; M ; 30 ; M ; 30 ; J ; 31 ;...
05 - B sequência é
O 10º termo dessa
06 - C
A) D. 07 - D B) O. C) 30. D) 31.
08 - C
12 09 - B
10 - C
O produto entre o quarto e o quinto termo de uma progressão aritmética de razão –17 é igual a 38. Considerando que
o primeiro termo é ímpar, então o menor termo positivo dessa sequência é
A) 11. B) 13. C) 15. D) 19.
Tempo incerto
Os homens têm complicado tanto o mecanismo da vida que já ninguém tem certeza de nada: para se fazer alguma
coisa é preciso aliar a um impulso de aventura grandes sombras de dúvida. Não se acredita mais nem na existência de
gente honesta; e os bons têm medo de exercitarem sua bondade, para não serem tratados de hipócritas ou de
ingênuos.
Chegamos a um ponto em que a virtude é ridícula e os mais vis sentimentos se mascaram de grandiosidade,
simpatia, benevolência. A observação do presente leva‐nos até a descer dos exemplos do passado: os varões ilustres de
outras eras terão sido realmente ilustres? Ou a História nos está contando as coisas ao contrário, pagando com
dinheiros dos testamentos a opinião dos escribas?
Se prestarmos atenção ao que nos dizem sobre as coisas que nós mesmos presenciamos – ou temos que aceitar a
mentira como a arte mais desenvolvida do nosso tempo, ou desconfiaremos do nosso próprio testemunho, e acabamos
no hospício!
Pois assim é, meus senhores! Prestai atenção às coisas que vos contam, em família, na rua, nos cafés, em várias
letras de forma, e dizei‐me se não estão incertos os tempos e se não devemos todos andar de pulga atrás da orelha!
A minha esperança estava no fim do mundo, com anjos descendo do céu; anjos suaves e anjos terríveis; os suaves
para conduzirem os que se sentarão à direita de Deus, e os terríveis para os que se dirigem ao lado oposto. Mas até o
fim do mundo falhou; até os profetas se enganam, a menos que as rezas dos justos tenham podido adiar a catástrofe
que, afinal, seria também uma apoteose. E assim continuaremos a quebrar a cabeça com estes enigmas cotidianos.
[...]
[...] Os pedestres pensam que devem andar no meio da rua. Os motoristas pensam que devem por os veículos nas
calçadas. Até os bondes, que mereciam a minha confiança, deram para sair dos trilhos. Os analfabetos, que deviam
aprender, ensinam! Os revólveres, que eram consideradas armas perigosas, e para os quais se olhava a distância, como
quem contempla a Revolução Francesa ou a Guerra do Paraguai – pois os revólveres andam agora em todos os bolsos,
como troco miúdo. E a vocação das pessoas, hoje em dia, não é nem para o diálogo com ou sem palavras, mas para
balas de diversos calibres. Perto disso a carestia da vida é um ramo de flores. O que anda mesmo caro é a alma. E o
Demônio passeia pelo mundo, glorioso e impune.
(Meireles, Cecília. 1901‐1964. Escolha o seu sonho. Crônicas – 26ª ed.– Rio de Janeiro: Record, 2005‐ Adaptado.)
01
A alternativa em que a palavra sublinhada tem seu significado corretamente indicado é
A) “... seria também uma apoteose.” (5º§) – fato
B) “… e os mais vis sentimentos…” (2º§) – infames
C) “… é preciso aliar a um impulso…” (1º§) – separar
D) “... a opinião dos escribas?” (2º§) – escrevinhador
02
Segundo o texto
A) há uma necessidade de que os conceitos hoje vigentes sejam perpetuados para o bem da humanidade.
B) há um inconformismo da sociedade a respeito das relações humanas e as consequências que elas suscitam.
C) existe uma descrença da autora no comportamento contemporâneo da sociedade, pois há uma inversão de valores.
D) existe uma necessidade de se falar sobre tudo e todos e, a partir daí, realizar‐se uma construção justa da sociedade.
03
Assinale a alternativa em que o termo destacado NÃO pertence à classe gramatical dos demais.
A) “varões ilustres” (2º§) C) “diversos calibres” (6º§)
B) “gente honesta” (1º§) D) “enigmas cotidianos” (5º§)
04
Assinale a alternativa que contém um exemplo de linguagem conotativa.
A) “Os pedestres pensam que devem andar no meio da rua.” (6º§)
B) “… e se não devemos todos andar de pulga atrás da orelha!” (4º§)
C) “Não se acredita mais nem na existência de gente honesta;...” (1º§)
D) “A minha esperança estava no fim do mundo, com anjos descendo do céu;…” (5º§)
06
As palavras sublinhadas nas frases a seguir têm o mesmo valor semântico, EXCETO:
A) “… para se fazer alguma coisa…” ( 1º§) C) “... e se não devemos todos...” (4º§)
B) “… se mascaram de grandiosidade,…” ( 2º§) D) “... os profetas se enganam,...” (5º§)
07
“Prestai atenção às coisas...”, “... dizei‐me se...” (4º§). As formas verbais assinaladas estão flexionadas no plural. Se
fossem reescritas no singular ficariam
A) presta – dize. B) presta – diga. C) preste – dize. D) preste – diga.
08
A autora depositava no fim do mundo suas esperanças porque acreditava ser uma forma de
A) se iniciar um novo julgamento.
B) punir os maus e recompensar os bons.
C) julgar as atitudes humanas e dar a elas uma redenção.
D) reflexão das pessoas em relação ao mundo em que vivem.
09
“... os que se sentarão à direita de Deus,...” (5º§). Assinale a alternativa em que o acento da crase foi utilizado pela
mesma razão da frase anterior.
A) “… atenção às coisas…” (4º§) C) Às vezes eles saíam sozinhos.
B) Os homens foram à cidade. D) Os motoristas se dirigiram à praça.
10
“E a vocação das pessoas, hoje em dia, não é nem para o diálogo com ou sem palavras, mas para balas de diversos
calibres.” (6º§) Infere‐se do excerto anterior que as pessoas
A) não resolvem conflitos de forma pacífica, a violência é a mediadora.
B) pouco se importam com o próximo, querem sempre o melhor para si.
C) não procuram, em suas relações, atenuantes para resolver os conflitos.
D) não sabem mais dialogar, precisam de gestos rápidos e olhares precisos.
RACIOCÍNIO LÓGICO
GABARITO
11 01 - B
Um compositor escreveu num período de02 - C anos um total de 50 canções.
cinco Considere que essas canções foram
03 - C
escritas de acordo com a tabela a seguir. 04 - B
05 - D
Ano 06 - C Número de canções escritas
2010 07 - A
08 - B
2011 09 - C 3 canções a menos que 2010.
2012 10 - A 8 canções a mais que 2011.
2013 Um terço das canções escritas em 2012.
2014 Metade das canções escritas em 2013.
Quantas canções esse compositor escreveu nos dois primeiros anos considerados?
A) 21. B) 22. C) 23. D) 24.
Texto
Uni, duni, tê
Nunca me dei bem com os números. Primeiro, apanhei nas aulas de matemática durante toda a vida escolar. Agora,
sofro para decorar telefones, senhas, datas e, principalmente, apartamentos. Batata: chego diante de um prédio, sei
que é ali o endereço em que devo ir, mas não decoro o bendito número do apartamento.
Quando há porteiros, o problema pode ser sanado com uma pequena dose de constrangimento. Digo o nome do
morador, confesso que esqueci o apartamento dele, recebo um pouco de boa vontade e consigo ser anunciado. Pior é
quando fico diante daquele painel de botões, todos com os mesmos números: 101, 102, 103 etc. Na base da sorte,
lembro o andar. Também parto para deduções: é nos fundos e, por convenção, os primeiros números contemplam os
apartamentos de frente. Logo, é 505, 506, 507 ou 508. Uni, duni, tê…
A violência urbana entra como fator complicador. Quando escolho o apartamento na base do palpite, e erro, quem
está ao interfone fica muito desconfiado. Menos quando é uma idosa, que abre a porta sem medo. Mas aí corro outro
risco: estou dentro do prédio, mas ainda não sei qual é o apartamento. Em edifícios antigos tudo é mais fácil – as portas
já estão repletas de diferenças. Ou tem uma samambaia, ou um vaso com Espada de São Jorge, ou o modelo da grade é
diferente, ou tem aquele capacho peculiar… Pior são os edifícios novos e seu padrão rígido de design, tão mais
harmônico quanto impessoal. Aí é torcer para que o amigo seja judeu e tenha à direita de sua porta o Mezuzá.
Minha redenção chegou em forma de tecnologia: telefone celular. Em sua agenda, posso colocar nome, números e
endereço. Ou basta ligar para o morador e avisar que estou ali na rua, já defronte ao prédio. O celular ainda conta com
uma vantagem adicional, que é a de não precisar mais decorar o número do sujeito. Digito o nome e ele já sabe (agora
mesmo que desaprendi os telefones dos amigos). Se eu perder o aparelho ou o chip, estou frito.
Em tudo sou diferente dos profissionais de portaria. Para eles, decorar os números é questão de qualidade. Os
apartamentos passam a ser uma espécie de sobrenome dos moradores. Se o jardineiro perguntar quem entrou agora
mesmo, o porteiro responderá que foi o seu João do 403. Quem? O esposo da dona Maria Rita do 403. Ah, o pai do
Julinho do 403! Nem Cunha, nem Santos, nem da Silva. A família (incluindo o cachorro) passa a ser os do 403. E não
apenas para consumo interno: se um prestador de serviços perguntar quem é o síndico, dirão o nome do seu Ivo do 607.
Saudade do tempo em que a maioria das pessoas com quem eu me relacionava habitava casas localizadas em
bairros. Bastava ir uma única vez e já estaria decorado. E, se fosse o caso de referir, dizia: o Roberto, da casa verde, de
esquina. Ou aquela do telhado alto, com janelas brancas, muro marrom. Nada de números, apenas imagens. Muito mais
humano! Afinal, quando estou diante do porteiro especulando um apartamento e o morador está em dúvida de quem
seja eu, ele não informa o RG. Sempre escuto: é um rapaz magrinho, branquinho, assim meio calvo…
(Rubem Penz. Disponível em: http://rubem.wordpress.com/2014/10/17/uni‐duni‐te‐rubem‐penz/. Adaptado.)
01
De acordo com o texto, é correto afirmar que, para o autor,
A) os números substituem sobrenomes.
B) os números facilitam a vida das pessoas, mas as imagens são mais fáceis de serem lembradas.
C) é fácil memorizar senhas pessoais, mas difícil saber o número do apartamento que se pretende ir.
D) é primordial saber, de cor, o telefone dos amigos, embora a agenda do celular facilite essa memorização.
02
Com base no trecho “Quando escolho o apartamento na base do palpite, e erro, quem está ao interfone fica muito
desconfiado.” (3º§), e de acordo com o disposto no texto, a desconfiança ocorre
A) por ser uma característica intrínseca do ser humano.
B) porque a pessoa que atende ao interfone não está esperando visitas.
C) pelo fato de ser inadmissível uma pessoa errar o número do apartamento de um amigo.
D) pelo desconhecimento da pessoa com quem se fala, visto que pode se tratar de pessoa com má intenção.
03
De acordo com o disposto no texto, os termos destacados podem ser substituídos pelos vocábulos relacionados, sem
que haja alteração de sentido, EXCETO:
A) “Minha redenção chegou em forma de tecnologia: telefone celular.” (4º§) – salvação
B) “Afinal, quando estou diante do porteiro especulando um apartamento [...]” (6º§) – bisbilhotando
C) “Agora, sofro para decorar telefones, senhas, datas e, principalmente, apartamentos.” (1º§) – padeço
D) “Quando há porteiros, o problema pode ser sanado com uma pequena dose de constrangimento.” (2º§) – remediado
05
Assinale a alternativa cuja função sintática do vocábulo “que” DIFERE das demais.
A) “[...] o porteiro responderá que foi o seu João do 403.” (5º§)
B) “Menos quando é uma idosa, que abre a porta sem medo.” (3º§)
C) “[...] chego diante de um prédio, sei que é ali o endereço [...]” (1º§)
D) “Ou basta ligar para o morador e avisar que estou ali na rua [...]” (4º§)
06
Assinale a alternativa em que as palavras apresentam o mesmo processo de formação.
A) complicador – referir C) portaria – apartamento
B) decorar – desconfiado D) morador – constrangimento
07
Analise as seguintes orações.
I. “Em tudo sou diferente dos profissionais de portaria.” (5º§)
II. “Bastava ir uma única vez e já estaria decorado.” (6º§)
III. “Pior são os edifícios novos e seu padrão rígido de design, tão mais harmônico quanto impessoal.” (3º§)
Acerca das orações anteriores é correto afirmar que
A) todas são formadas por orações absolutas. C) uma delas apresenta oração coordenada sindética.
B) todas possuem orações coordenadas assindéticas. D) uma delas apresenta oração subordinada adverbial.
08
Em relação aos termos da oração, analise os vocábulos destacados e a classificação atribuída a cada um deles. Em
seguida, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) “[...] o problema pode ser sanado com uma pequena dose de constrangimento.” (2º§) – conjunção
( ) “Nunca me dei bem com os números.” (1º§) – advérbio
( ) “Minha redenção chegou em forma de tecnologia: telefone celular.” (4º§) – aposto
A sequência está correta em
A) F, V, V. B) V, F, V. C) V, V, F. D) V, V, V.
09
Assinale a alternativa em que o verbo em destaque encontra‐se conjugado no Pretérito Imperfeito do Indicativo.
A) “Aí é torcer para que o amigo seja judeu [...]” (3º§) GABARITO
B) “Bastava ir uma única vez e já estaria decorado.” (6º§) 01 - A 06 - D
C) “Os apartamentos passam a ser uma espécie de sobrenome [...]” (5º§) 02 - D 07 - C
03 - B 08 - A
D) “Primeiro, apanhei nas aulas de matemática durante toda a vida escolar.” (1º§) 04 - B 09 - B
05 - B 10 - D
10
Assinale a alternativa em que a justificativa para o emprego da(s) vírgula(s) encontra‐se INCORRETA.
A) “Ou aquela do telhado alto, com janelas brancas, muro marrom.” (6º§) – separar termos enumerativos
B) “O celular ainda conta com uma vantagem adicional, que é a de não precisar mais decorar o número do sujeito.”
(4º§) – separar oração adjetiva explicativa
C) “Quando há porteiros, o problema pode ser sanado com uma pequena dose de constrangimento.” (2º§) – separar
oração subordinada adverbial anteposta à oração principal
D) “Digo o nome do morador, confesso que esqueci o apartamento dele, recebo um pouco de boa vontade e consigo ser
anunciado.” (2º§) – separar orações coordenadas sindéticas
01
De acordo com a tipologia textual, o objetivo principal do autor é
A) narrar. B) instruir. C) descrever. D) argumentar.
02
Considerando as informações expressas no texto, assinale a alternativa que refere‐se ao seu assunto principal.
A) A alta da inflação.
B) O ano de 2015 será um ano de recessão.
C) A necessidade de um planejamento financeiro para 2015.
D) É necessário planejar‐se para a declaração do Imposto de Renda em 2015.
03
De acordo com as informações apresentadas no texto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Em 2015, investir nas ações da Petrobras é garantia certa de lucratividade.
( ) As vendas cairão em 2015, por isso, será um bom ano para quem for comprar à vista.
( ) No ano de 2015, os juros cairão, portanto, é indicado que se compre parcelado.
( ) Com o aumento da inflação, as dívidas a longo prazo também são corrigidas.
A sequência está correta em
A) F, V, F, V. B) V, V, F, F. C) F, F, F, V. D) V, V, V, V.
04
No trecho “Quando esses especuladores jogarem a toalha, usarei parte de minhas reservas para fazer investimentos
bons e baratos. Mas não na Petrobras.” (2º§), o termo em destaque expressa uma relação de
A) ligação. B) contraste. C) conclusão. D) explicação.
05
Nos trechos a seguir todos os verbos destacados estão flexionados no mesmo tempo, EXCETO:
A) “Faltará renda, faltarão consumidores.” (3º§)
B) “Em 2015, cuidarei bem do meu dinheiro.” (1º§)
C) “É por esse mesmo motivo que, em 2015, evitarei as dívidas.” (3º§)
D) “Os juros estão altos e isso me convida a poupar, e não a alugar dinheiro dos bancos.” (3º§)
06
Nos fragmentos a seguir, os trechos sublinhados exercem a mesma função, EXCETO:
A) “O ano de 2015 será, mais uma vez, ruim para quem vende.” (3º§)
B) “Dívidas de longo prazo são corrigidas pela inflação, também em alta.” (3º§)
C) “Muita gente fala que, com a inflação e a recessão, pode perder o emprego ou os clientes.” (3º§)
D) “Quando morder meu bolso, eu nem saberei de onde terá vindo o ataque, não terei tempo de me defender.” (1º§)
07
Assinale a alternativa que apresenta ERRO ortográfico.
A) 2015 não será um bom ano para contrair dívidas.
B) O ano de 2015 será de restrisões, pois a inflação está elevada.
C) Aquele que não tiver dívidas em 2015 terá boas oportunidades para comprar à vista.
D) Os investidores estão esperando a recuperação do mercado de imóveis para investirem.
08
Em “Esses números mudarão bastante ao longo do ano.” (2º§), o termo em destaque exerce a função de advérbio de
A) modo. B) ordem. C) afirmação. D) intensidade.
09
As seguintes sequências de palavras foram retiradas do texto. Assinale a alternativa em que todas as palavras
apresentam dígrafos.
A) morder – essas – lazer C) verbas – manto – ganhou
B) inflação – cliente – renda D) dinheiro – chamadas – toalha
10
Em “Se a renda fixa paga bem, a compra à vista tende a me dar descontos maiores.” (3º§), o termo que introduz a
oração expressa uma ideia de
A) causa. B) condição. C) concessão. D) comparação.
RACIOCÍNIO LÓGICO
11 GABARITO
01 - D
Seja a proposição02composta
-C a seguir. “Se a garagem estiver trancada, então Marcos viajou.” A NEGAÇÃO dessa
proposição é: 03 - A
04 - B
A) A garagem não está trancada e Marcos viajou.
05 - D
B) A garagem está trancada
06 - D e Marcos não viajou.
C) Se a garagem não
07estiver
-B trancada, então Marcos viajou.
08 - D
D) Se a garagem estiver trancada, então Marcos não viajou.
09 - D
10 - B
12
Quatro bebês prematuros serão colocados cada um deles em uma das seis incubadoras disponíveis em uma
determinada maternidade. De quantas maneiras poderá ser feita a distribuição dos bebês nas incubadoras?
A) 270. B) 360. C) 420. D) 540.
13
Um certo mês do primeiro quadrimestre de um ano teve seu primeiro dia num sábado e o último dia num domingo. É
correto afirmar que o mês questão é
A) janeiro. B) fevereiro. C) março. D) abril.
CARGO: ENFERMEIRO
LÍNGUA PORTUGUESA
O poder das palavras
Sustentabilidade ou responsabilidade social empresarial? Mas por que apenas social? Não deveria ser
responsabilidade socioambiental? E onde foi parar o desenvolvimento sustentável? Essas e outras perguntas parecidas
têm rondado as conversas e os pensamentos de muita gente, sinalizando uma perigosa confusão. Cada um desses
conceitos tem um importante valor, e o que significam vai muito além dos modismos de gestão ou de comunicação.
É fácil errar quando uma empresa ou seus dirigentes não têm clareza sobre o que de fato significam as bonitas
palavras que estão em suas missões e valores ou em seus relatórios e peças de marketing. Infelizmente, não passa um
dia sem vermos claros sintomas de confusão. O que dizer de uma empresa que mal começou a praticar coleta seletiva e
já sai por aí se intitulando “sustentável”? Ou da que anuncia sua “responsabilidade social” divulgando em caros
anúncios os trocados que doou a uma creche ou campanha de solidariedade? Na melhor das hipóteses, elas não
entenderam o significado desses conceitos. Ou, se formos um pouco mais críticos, diremos tratar‐se de oportunismo
irresponsável, que não só prejudica a imagem da empresa, mas — principalmente — mina a credibilidade de algo muito
sério e importante. Banaliza conceitos vitais para a humanidade, reduzindo‐os a expressões efêmeras, vazias.
Hoje, vejo empresas criando áreas de “sustentabilidade” em paralelo com seus departamentos de
“responsabilidade social” ou simplesmente rebatizando as áreas que já tinham. Vejo tratarem “responsabilidade social”
como uma ideia fora de moda, envelhecida frente à atualíssima “sustentabilidade”. Isso já seria grave pela confusão que
cria entre seus funcionários. Porém, ainda mais grave é a dúvida transmitida ao mercado e aos demais stakeholders:
qual o real compromisso da empresa? É com a construção de um mundo socialmente justo, ecologicamente viável e
economicamente próspero? Ou é com seu desejo de parecer atualizada e sintonizada com as prioridades de momento?
A questão não é a precisão técnica das palavras utilizadas: é o que a maneira de usá‐las revela sobre quem
realmente somos e sobre o que de fato desejamos.
É bom que as empresas queiram ser sustentáveis e socialmente responsáveis. É ótimo que comecem a fazer algo
nesse sentido. Mas é péssimo quando, ao tentar fazer isso, elas reforçam os argumentos de quem deseja jogar a
responsabilidade social empresarial na vala comum das espertezas marqueteiras.
Para concluir, um lembrete prático: sustentabilidade é a qualidade do que é sustentável, ou seja, da situação que
pode se manter continuamente, pois não exaure os recursos de que necessita. É a situação que a humanidade almeja
para não correr o risco de sua auto extinção. Desenvolvimento sustentável é o modelo de progresso econômico e social
que permitirá que todos os seres humanos atinjam boas condições de vida — sem comprometer nossa sustentabilidade.
Finalmente, ter responsabilidade social empresarial (ou corporativa) é conduzir uma empresa de forma que ela
contribua para o desenvolvimento sustentável (incluindo assim tanto os aspectos ligados ao meio ambiente como os
ligados às condições sociais e às relações saudáveis com consumidores, trabalhadores e demais stakeholders).
Em suma, não são modas novas versus antigas ou conceitos que se substituem indiscriminadamente: são faces de
um mesmo processo. Peças do mesmo quebra‐cabeça que — juntos — estamos aprendendo a montar.
(BELINKY, Aron. O poder das palavras. Guia exame de sustentabilidade, São Paulo, Abril, 2008.)
01
O texto apresentado tem por principal objetivo
A) identificar fatores que podem contribuir para a realização de práticas sustentáveis.
B) esclarecer acerca das diferenças existentes entre o uso dos termos “sustentabilidade” e “responsabilidade social”.
C) discutir a respeito da incompreensão no uso de determinados conceitos demonstrada através do que é visto na
prática.
D) persuadir o leitor sobre a necessidade da existência de ações que contribuam para a construção de um mundo
sustentável.
02
De acordo com as ideias do 2º§, analise as afirmativas a seguir.
I. Os conceitos de “responsabilidade social” e “sustentabilidade” não foram compreendidos adequadamente por
algumas empresas.
II. O “oportunismo irresponsável” é resultado de uma série de práticas referentes à sustentabilidade citada pelo autor.
III. Medidas isoladas denominadas “sustentáveis”, como as citadas no texto, mostram‐se insuficientes diante do
propósito indicado.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)
A) I. B) I e II. C) I e III. D) II e III.
03
Diante do tipo textual apresentado é possível identificar posicionamento do autor em defesa de um ponto de vista.
Assinale o trecho destacado que NÃO pode ser identificado com tal característica.
A) “... sustentabilidade é a qualidade do que é sustentável,...” (6º§)
B) “Isso já seria grave pela confusão que cria entre seus funcionários.” (3º§)
C) “Na melhor das hipóteses, elas não entenderam o significado desses conceitos.” (2º§)
D) “Essas e outras perguntas parecidas têm rondado as conversas e os pensamentos de muita gente, sinalizando uma
perigosa confusão.” (1º§)
04
Dentre as palavras destacadas nos trechos a seguir, assinale a que expressa efeito de sentido diferente das demais.
A) “É com a construção de um mundo socialmente justo,...” (3º§)
B) “É fácil errar quando uma empresa ou seus dirigentes não têm clareza...” (2º§)
C) “Infelizmente, não passa um dia sem vermos claros sintomas de confusão.” (2º§)
D) “O que dizer de uma empresa que mal começou a praticar coleta seletiva...” (2º§)
05
Os termos destacados que se referem a elementos do texto constituem mecanismos linguísticos de coesão textual e
estão corretamente indicados em
A) “Ou da que anuncia...” (2º§)
B) “Essas e outras perguntas...” (1º§)
C) “Mas por que apenas social?” (1º§)
D) “... suas missões e valores ou em seus relatórios...” (2º§)
06
Em relação aos fatos linguísticos, assinale a afirmativa correta.
A) A expressão “... mal começou a praticar...” (2º§) demonstra uma ação por iniciar.
B) A forma verbal destacada em “Não deveria ser...” (1º§) indica a ocorrência de uma ação de forma pontual.
C) No fragmento “... pois não exaure...” (6º§) a flexão do verbo no singular demonstra a concordância com o sujeito
“situação”.
D) Nos trechos “Porém, ainda mais grave...” (3º§) e “Para concluir,...” (6º§), os termos em destaque introduzem um
adjunto adverbial.
07
Sendo as conjunções formas linguísticas portadoras de significado, é correto afirmar que o valor semântico do
elemento de coesão textual “ainda” em: “Porém, ainda mais grave é a dúvida transmitida ao mercado...” (3º§)
introduz
A) uma restrição ao que se disse anteriormente.
B) uma justificativa sobre o que foi dito anteriormente.
C) mais um argumento a favor da discussão estabelecida.
D) esclarecimento do que foi referenciado anteriormente.
08
“É fácil errar quando uma empresa ou seus dirigentes não têm clareza sobre o que de fato significam as bonitas
palavras que estão em suas missões e valores ou em seus relatórios e peças de marketing.” (2º§) Analise as
afirmativas a seguir considerando o período anterior e assinale a correta.
A) O período é composto apenas de orações coordenadas.
B) O período é composto apenas de orações subordinadas.
C) Há ocorrência de oração reduzida e orações subordinadas.
D) Uma oração subordinada adjetiva explicativa integra o período.
09
Assinale o exemplo em que, diferentemente do trecho do texto “... ligados às condições sociais e às relações
saudáveis...” (6º§), o acento grave indicador da crase foi usado INDEVIDAMENTE.
A) Não foi feito referência àquilo.
B) Fui à casa, mas voltei rapidamente.
C) O cordão de isolamento fica à distância de cinquenta metros.
D) Esta proposta é semelhante à que recebi na semana passada.
10
“Banaliza conceitos vitais para a humanidade, reduzindo‐os a expressões efêmeras, vazias.” (2º§) A forma verbal
“banaliza”, no texto, corresponde ao sentido de
A) tornar trivial. C) ridicularizar é importante.
B) tornar pueril. D) singularizar conceitos necessários.
SAÚDE PÚBLICA
11 GABARITO
01 - C Único de Saúde (SUS) se refere à minimização das desigualdades cobrindo as
“O objetivo do princípio do Sistema
02 - C
necessidades distintas.” A citação
03 - Aanterior trata‐se da
A) equidade. 04B)- B
aplicação. C) integralidade. D) universalidade.
05 - A
06 - C
12 07 - C
A relação entre o coeficiente 08
de- Cincidência entre casos “expostos” a um fator e casos “não expostos” reflete um
09 -B
indicador epidemiológico denominado
10 -A
A) risco relativo. C) coeficiente de prevalência.
B) coeficiente de morbidade. D) coeficiente de mortalidade.
13
A relação usada para mensuração dos coeficientes de mortalidade geral (total de óbitos) deve ser aplicada, dividindo
os óbitos por
A) nascidos vivos na região. C) total de pessoas maiores de 21 anos na região.
B) total de habitantes na região. D) total de pessoas com mais de 65 anos na região.
14
É correto afirmar que a frequência “habitual” de uma doença em uma área, independente de variáveis biológicas,
caracteriza essa patologia na região como
A) surto. B) endemia. C) epidemia. D) epidemia explosiva.
15
Muitas doenças se mostram como epidêmicas ou endêmicas, de acordo com variáveis implicadas aos seus ciclos de
transmissão e sua cadeia epidemiológica (vetores, hospedeiros animais, antroponoses etc.). De acordo com o
exposto, NÃO faz parte do quadro de antroponoses notificáveis aos serviços de vigilâncias em saúde:
A) Dengue. B) Rubéola. C) Sarampo. D) Leptospirose.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
16
Nos casos de mordida de cachorro sem suspeita de raiva, no momento da agressão, com ferimento leve, deve‐se
observar o animal durante 10 dias após o acidente. Caso o animal morra ou desapareça antes deste prazo é
recomendada a administração da vacina contra a raiva. Nesses casos, qual o esquema de profilaxia recomendado
pelo Ministério da Saúde?
A) duas doses nos dias 0 e 3. C) quatro doses nos dias 0, 3, 7 e 14.
B) três doses nos dias 0, 3 e 7. D) cinco doses nos dias 0, 3, 7, 14 e 21.
Texto
Livro: um objeto anacrônico?
Num artigo publicado em 2007, José Mindlin escreveu que o livro “tanto pode continuar sua trajetória de mais de
550 anos, como pode desaparecer em sua forma atual; mas apesar do risco de uma afirmação categórica, não tenho
dúvidas em afirmar minha convicção de que vai permanecer”. [...]
Concordo com o otimismo de Mindlin, cuja biblioteca eu tive o privilégio de conhecer: uma biblioteca tão grandiosa
e rica que você se sente inibido de escrever até um bilhete.
Há livros que servem apenas de entretenimento. E há livros cujo conteúdo e linguagem são bem mais complexos;
por exemplo, alguns dos livros que José Mindlin relia e cultuava: Grande Sertão: Veredas, os volumes de Em busca do
tempo perdido, Os ensaios, de Montaigne... Esses livros pedem e até exigem um leitor sofisticado, apaixonado e
corajoso. Do livro mais fácil ao mais complexo, há algo em sua elaboração, algo essencial que diz respeito ao
pensamento, a um modo particular de ver o mundo ou de imaginá‐lo. Deixando a subjetividade de lado – mas não
totalmente à margem –, penso que o livro eletrônico já é em certos países um concorrente ao livro de papel. Talvez seja
mais exato dizer, ainda citando Mindlin, que “a leitura encontrou formas paralelas de existência”. Ou seja, o texto na
tela é uma das alternativas ao livro.
Para um leitor compulsivo que viaja muito, é preferível levar um e‐book no bolso a carregar uma mala de livros.
Mas para um leitor razoavelmente sedentário – e aí entram a subjetividade e as delícias do gosto – é mais prazeroso
escolher um livro na estante de sua casa ou de uma biblioteca e lê‐lo com interesse e paixão, anotando frases ou
trechos que expressam uma ideia, reflexão, cena ou diálogo relevantes.
Apesar do avanço da tecnologia eletrônica – que um dia nos permitirá ler textos flutuando no ar –, o livro de papel
ainda tem algo de artesanal, na sua concepção e impressão. Talvez no futuro ele seja um objeto de culto e prazer de
uma imensa minoria de seres anacrônicos. Mas quem – a não ser cartomantes e poderosas mentes apocalípticas – pode
prever o futuro?
Não oponho qualquer resistência ao livro digital, muito menos ao computador, que facilitou a vida de todo mundo.
Afinal qualquer texto de Kafka, na tela ou no papel, será um texto de Kafka. A questão mais funda e, no limite, sem
resposta, é saber se no futuro haverá leitores de Kafka.
Outro dia soube que uma edição eletrônica de um dos meus livros já estava disponível. Minha reação foi tão fria
quanto a luz branca da tela. Porque nessa edição eletrônica não consigo sentir o processo da escrita desse texto: as
várias versões do manuscrito e as sugestões indicadas pelos editores. Um processo até certo ponto artesanal, que a
edição de um livro exige: da fonte a ser usada no miolo à escolha da capa, os textos da orelha e da quarta capa, o tipo
de papel, etc. Talvez muitos jovens de hoje não sintam falta desse processo que é ao mesmo tempo artesanal e
tecnológico. Mas para um dinossauro que ainda usa caligrafia para esboçar a primeira versão de um texto, o lado
artesanal é importante. Além disso, esta frase de um conto de Machado de Assis faz pleno sentido se lida no papel:
“Sim, minha senhora... As palavras têm sexo”.
Uma amiga embriagada por novidades eletrônicas me disse que ao manusear um e‐book ela pode escutar o
farfalhar das folhas de papel e até sentir o cheiro da tinta, como se a tela tivesse sido impressa. “Tudo é incrivelmente
parecido com um livro”, ela disse.
Bom, se o e‐book é uma espécie de duplo ou sósia virtual do livro de papel, então este viajante imóvel prefere o
original. [...] (HATOUM, Milton. O Estado de S. Paulo, 30 abr. 2010. Caderno 2. Adaptado.)
01
Assinale a alternativa em que o sinônimo da palavra sublinhada está correto.
A) “... usa caligrafia para esboçar...” (7º§) – enredar
B) “Para um leitor compulsivo…” (4º§) – comprometido
C) “... cena ou diálogo relevantes.” (4º§) – intermitentes
D) “… que José Mindlin relia e cultuava…” (3º§) – venerava
02
Uma crônica argumentativa é como se pode classificar o texto em questão porque nele predomina
A) intenção de apresentar um ponto de vista e fazer o leitor refletir.
B) preocupação de informar o leitor sobre o destino do livro no futuro.
C) narrativa sobre o mundo contemporâneo e suas vertentes particulares.
D) preocupação de instruir o leitor sobre o mundo contemporâneo e seus desafios.
04
“... então este viajante imóvel prefere o original” (9º§). Sem levar em consideração o contexto, a expressão sublinhada,
nessa frase, é exemplo de uma figura de linguagem denominada
A) perífrase. B) paradoxo. C) catacrese. D) anacoluto.
05
Em “... uma biblioteca tão grandiosa e rica que você se sente inibido...” (2º§), a oração “que você se sente inibido”
traz uma ideia de
A) causa. B) condição. C) concessão. D) consequência.
06
A palavra destacada no trecho “Talvez no futuro ele seja um objeto de culto...” (5º§), se refere ao
A) e‐book. B) computador. C) texto em tela. D) livro de papel.
07
O segmento do texto cujo elemento destacado tem seu valor semântico INCORRETAMENTE indicado é
A) “... o livro de papel...” (5º§) – matéria C) “… e lê‐lo com interesse e paixão…” (4º§) – modo
B) “… já é em certos países…” (3º§) – lugar D) “... usa caligrafia para esboçar...” (7º§) – referência
08
O termo sublinhado que, ao contrário dos demais, NÃO se refere ou substitui qualquer termo anterior é
A) “Afinal qualquer texto de Kafka...” (6º§)
B) “Esses livros pedem e até exigem...” (3º§)
C) “Há livros que servem apenas de entretenimento.” (3º§)
D) “… algo essencial que diz respeito ao pensamento…” (3º§)
09
A locução destacada em “Além disso, esta frase de um conto de Machado de Assis faz pleno sentido...” (7º§) expressa
um(a)
A) advertência ao que ainda não foi exposto.
B) conclusão em relação ao que já foi exposto.
C) acréscimo que reforça os argumentos já formulados.
D) motivo para a falta de entusiasmo com a edição eletrônica.
10
“Talvez no futuro ele seja um objeto de culto e prazer de uma imensa minoria de seres anacrônicos.” (5º§) A palavra
que possui o sentido oposto de “anacrônico” é
A) arcaico. B) obsoleto. C) hodierno. D) antiquado.