1º Semestre 2018
Ponto Central
Desenvolvimento da conceitualização
“O ensino direcionado à formalização é necessário, porém é preciso
levar em conta que as ideias científicas evoluem no aluno, durante
um longo período de desenvolvimento cognitivo, através de uma
variedade de situações e atividades e que qualquer conhecimento
formal e axiomatizado que o aluno apresenta pode não ser mais do
que a parte visível de um iceberg formado basicamente por
conhecimentos implícitos” (VERGNAUD, 1990, p. 21).
Gérard Vergnaud, diretor de pesquisa do Centro
Nacional de Pesquisa Científica (França), foi aluno
de doutorado de Piaget.
DiVERGÊNCIAS Gérard
Vergnaud
1º PONTO: Diferenças
Vergnaud “[...] amplia e redireciona, em sua teoria, o foco
piagetiano das operações lógicas gerais, das estruturas gerais
do pensamento, para o estudo do funcionamento cognitivo do
sujeito-em-situação” (MOREIRA, 2002, p.7).
2º PONTO : Diferenças
“Diferentemente de Piaget, [Vergnaud] toma como referência o
próprio conteúdo do conhecimento e a análise conceitual do
domínio desse conhecimento” (MOREIRA, 2002, p.7).
Teoria dos Campos Conceituais - INTRODUÇÃO
3º PONTO : Diferenças
“Para Vergnaud, Piaget não se deu conta de quanto o
desenvolvimento cognitivo depende de situações e de
conceitualizações específicas necessárias para lidar
com elas” (MOREIRA, 2002, p.7).
4º PONTO : Diferenças
Vergnaud argumenta que embora Piaget tenha feito
um trabalho muito importante para a educação, ele
não trabalhou dentro da sala de aula ensinando
matemática e ciências”(MOREIRA, 2002, p.7).
Teoria dos Campos Conceituais - INTRODUÇÃO
APROXIMAÇÕES
PIAGET&VERGNAUD
I) Conceitos de adaptação, acomodação e equilibração
como pedras angulares para a investigação em didática
das Ciências e da Matemática.
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Campo Conceitual
Campo Aditivo: Seis categorias
1. Composição (Situações onde se apresentam parte e todo);
Exemplo: Em um navio, viajam 185 passageiros na
primeira classe e 345 na segunda. Quantos passageiros
viajam no navio?
2. Transformação (Situações com um estado inicial, uma
transformação e um estado final);
Exemplo: Ana tem R$ 100,00 e gastou R$ 32,00 em
compras. Quantos reais sobraram para Ana?
3. Comparação (Situações que contém relação entre duas
quantidades, onde uma será o referente e a outra o referido);
Exemplo: André tem 5 anos de idade e Benê tem 9 anos
a mais que ela. Quantos anos têm Benê?
Campo Conceitual
Campo Aditivo: Seis categorias
4. Composição de duas transformações (Problemas onde há
duas transformações e busca-se a terceira por meio de
composição).
Exemplo: Cilene coleciona bonecas. Ganhou de sua mãe 7
bonecas novas e, daí, resolveu doar 3 para um lar de crianças
adotivas. Com quantos bonecas ficou Cilene?
5. Transformação de uma relação (Situações onde uma relação
sofre uma transformação, de modo a surgir uma nova relação);
Exemplo: Daiana deve 38 reais a sua amiga. Tendo pago R$
23,00, quanto ainda deve a sua amiga?
6. Composição de duas relações (Obtém-se uma nova relação
a partir de duas relações dadas). (adaptado de VERGNAUD,
1996, p. 172).
Exemplo: Eni deve R$ 30,00 a Fabiana, que lhe pediu
emprestado R$ 12,00. Quanto Eni ainda deve a Fabiana?
Vergnaud coloca que o ensino da multiplicação, na escola está
associado à ideia de adições repetitivas, da mesma forma que a
divisão está atribuída à subtração ‘n’ vezes do dividendo. Vergnaud
deseja que a multiplicação seja vista como uma função, uma
dependência existente entre duas variáveis. Desta forma, acredita-se
que as crianças consigam compreender melhor a relação inversa
que ocorre, por exemplo, entre o quociente e o divisor em uma
divisão.
Exemplo 13: Pesquisas de Teresinha Nunes
1) Rui e Ana tem juntos 15 livros. Rui tem 3 livros a mais que Ana. Quantos
livros têm cada um deles?
2) Rui e Ana tem juntos 15 livros. Rui tem o dobro de livros que Ana. Quantos
livros têm cada um deles?
Os resultados das pesquisas mostrou que a maioria das crianças (2/3) já
entram na escola sabendo fazer problemas que envolvem a estrutura
aditiva e multiplicativa em ação. Aquela taxa de 1/3, ou seja, aqueles que
não entram na escola com uma compreensão das ideias presentes nestas
estruturas apresentarão dificuldades com a Matemática.
“A escola precisa promover o uso desses esquemas nesse 1/3,
mas, ao mesmo tempo, precisa promover o desenvolvimento
desses esquemas de ação para transformá-los em pensamento
matemático. Então, um esquema de ação, é uma coisa que a
criança traz para a escola, mas é a escola que vai transformar
esses esquemas de ação em pensamento matemático para ajudar
a criança a ler o grande livro do Universo”
Exemplo 14: Pesquisas de Teresinha Nunes
https://www.youtube.com/watch?v=tolZ_DQaunw
Exemplo 15: Pesquisas de Teresinha Nunes
Problema: (Desenhado) Uma loja vende um tubo com 2
cápsulas, onde cada cápsula contem 4 drops. Deseja-se saber
quantos drops tem outro tubo (desenhado com 5 cápsulas)
33% de crianças de 6 anos resolveram a questão sem terem
nunca aprendido a multiplicar.
As estruturas multiplicativas, em ação, aparecem desde os 5
anos em crianças, paralelamente, porém tem origens diferentes.
O raciocínio aditivo provém de relações parte-todo.
Teresinha conta que a operação de multiplicação é a soma
repetida, porém este não é o conceito de multiplicação que
Vergnaud acredita.
Mas, o que caracteriza o raciocínio multiplicativo? Ele é
caracterizado por duas variáveis, numa relação um-a-um ou
um-a-vários, ou como diria Vergnaud, dois campos de medida
em que existe para cada numero num campo de medida existe
outro correspondente no outro campo de medida
Campo Conceitual das estruturas multiplicativas
Justificativas
- Prática da profissão docente
“[...] os alunos utilizam o algoritmo da divisão
sem compreender cada etapa que realizam no
mesmo, e ao chegar ao resultado final” (p.1).
Exemplo 17: Hipóteses da pesquisa
Fissuras
Quais fissuras existem na aprendizagem das crianças que
impossibilitam a compreensão da operação de divisão?
“Acreditamos que essas fissuras vêm, em parte, da falta
de compreensão dos conceitos envolvidos na
aprendizagem do sistema decimal, assim como o
significado posicional dos algarismos de um número e
dos conceitos que fundamentam as operações de
adição, subtração e multiplicação. Elas também vêm da
pouca familiaridade que os alunos têm com a situação
de divisão ou com a vivência da divisão” (p. 3).
Exemplo 17: Referencial Teórico
Legenda:
C: nº de alunos que acharam a resposta corretamente.
E: nº de alunos que erraram a resposta.
RG: registro geométrico
A: uso do algoritmo
Exemplo 19: Números Irracionais
REZENDE, V.; NOGUEIRA, C. M. I. Conhecimentos de Alunos Brasileiros e
Franceses Relacionados ao Campo Conceitual dos Números Irracionais.
Perspectivas em Educação Matemática. v. 7, p. 476-492, 2014..