Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
TEORIA DOS CAMPOS CONCEITUAIS
-1
Gérard Vergnaud
CNRS e Université René Descartes
O objetivo da teoria dos campos conceituaisé propiciar uma estrutura às
pesquisas sobre atividades cognitivas complexas,em especial com referência às
aprendizagens cientificas e técnicas. Traia-se de uma teoria psicoldgica do
conceito, ou melhor, da conceitualização do real, que pennite situar e estudar as
filia ões e ru tur do ponto de vista de seu conteúdo
conceitual. Ela tambémpossibilita analisar a relação entre os conceitos enquanto
conhecimentos explicitos e as invariantes operatórias impllcitas. nos
comportamentosdos sujeitos em detenninada situação, bem como aprofundar a
análise das relações entre significados e significantes. Os exemplosforam colhidos
em diversos campoS?conceituais: as estruturas aditivas, as estruturas
multiplicativas, a lógica das classes, ou a álgebra.
A teoria dos campos conceituais é uma teoria cognitivista, que busca propiciar uma
estrutura coerente e alguns princípios básicos ao estudo do desenvolvimento e da
aprendizagem das competências complexas, sobretudo as que dependem da ciência e da
técnica. Por fornecer uma estrutura à aprendizagem, ela envolve a didática, embora não
seja, em si uma teoria didática. Sua principal finalidadeé propor uma estrutura que
permita compreender as filiações e ru turas entre conhecimentos em crianças e
aaõl@cen es, entendendo-se por 'conhecimentos", tanto as a Ilidades quanto as
informações expressas. As idéias de filiação e ruptura tam em afêánçam as
mas estas ocorrem sob condições mais ligadas aos hábitos e
formas de pensamentoadquiridas, do que ao desenvolvimentoda estrutura fisica. Os
efeitos da aprendizageme do desenvolvimentocognitivo ocorrem, na criança e no
adolescente, sempre em conjunto.
CONCEITOS E ESQUEMAS
Um conceito não pode ser reduzido à sua definição, principalmente _se nos
interessamos por sua aprendizagem e seu ensino. E através das situações e dos
problemas a resolver que um conceito adquire sentido para a criança. Esse processo de
elaboração pragmática é essencial para a psicologia e para a didática, como também,
aliás, para a história das ciências. Falar em elaboração pragmática não significa abstrair a
natureza dos problemas para os quais um conceito novo oferece resposta - tais
problemas tanto podem ser teóricos, como práticos, Também não exclui a análise do
papel da linguagem e do simbolismo na conceitualização. Esse papel é muito importante,
Simplesmente, se pretendemos dimensionar concretamente a função adaptativa do
conhecimento,devemos preservar um lugar central para as formas que ela assume na
ação do sujeito. O conhecimento racional é operatório ou não.
nyra..d.-tq, T Coacz.A-
d» O nn-a,c.o Ed.uc¿eó
I• Seminário Internacional de Educação Matemática
Podem-se distinguir:
l) ciasses de situações em que o sujeito dispõe, no seu repertório, em dado
momento de seu desenvolvimento e sob certas circunstâncias, das
competências necessárias ao tratamento relativamente imediato da situação;
2) classes de situaçõesem que o sujeito não dispõe de todas as competências
necessárias, o que o obriga a um tempo de reflexão e exploração, a hesitações,
a tentativas frustadas, levando-o eventualmente ao sucesso ou ao fracasso.
O conceito de Ilesquema" interessaàs duas classes de situações, mas não frnciona
do mesmo modo nos dois casos. No primeiro caso, observam-se, para uma mesma classe
de situações, comportamentos amplamente automatizados, organizados por um só
esquema; no segundo caso, observa-sea sucessiva utilização de vários esquemas,que
podem entrar em competição e que, para atingir a solução desejada, devem ser
acomodados, descombinadas e recombinados, Este processo é necessariamente
acompanhado por descobertas.
2
IM/UFRJ
da última palavra-número pronunciada: dois, três, quatro, cinco seis,
sete sete!
O esquema da resolução de equações da forma ax + b. c atinge rapidamente
um alto grau de disponibilidadee confiabilidadeentre alunos de quinta e
quarta séries, iniciantes em álgebra, quando b e c têm valores numéricos
3 positivos e < (o que não ocorre quandoalguns dos parâmetrosa, h, g e g
- são negativos). A seqüência dos registros escritos produzidos pelos
alunos mostra claramente uma organização invariante, apoiada ao mesmo
tempo em hábitos adquiridos e em teoremas do tipo:
Percebe-se também com esses exemplos que os algoritmos são esquemas, ou ainda
que os esquemas são objetos do .mesmo tipo lógico que os algoritmos. Falta-lhes
eventualmente efetividade, ou seja, a capacidade de chegar a bom termo após um
número finito de passos. Os esquemas são, em geral, eficazes, mas nem sempre efetivos.
Quando a criança utiliza um esquema ineficaz para determinada situação, a experiência a
leva, seja a mudar de esquema, seja a modificar o esquema. Podemos dizer, como Piaget,
que os esquemas estão no centro do processo de adaptação das estruturascognitivas:
assimilação e acomodação.
3
Seminário Internacional de Educação Matemática
Explicitar tais regras é dificil, quase imppssível, para as crianças, mesmo que sejam
capazes de executar a série das operações. Sempre há muito de implícito nos esquemas.
quinta série teve que comparar o volume de um objeto sólido cheio, com o de um
recipiente (situação nova para eles). O primeiro esquema mobilizado foi . o da
comparação das alturas, como se se tratasse de comparar a quantidade de suco de laranja
em dois jarros de mesmoformato. Essa ação dé compararos níveis não leva a qualquer
conclusão. O segundo esquema observado foi o da imersão (parcial) do objeto cheio no
recipiente. Evidentemente, como o recipiente também estava cheio, a água transbordou.
A conclusão do aluno foi de que o objeto cheio era maior! Só depois, com a aplicação de
outras ações, mais operatórias, chegou-se a um procedimento verdadeiramente
"decisórion, que possibilitou a solução. Diversos esquemas, aparentados mas não
pertinentes, tinham sido tentados antes que surgisse a solução.
5
i• Seminário Internacional de Educação Matemática
1 0 EXEMPLO
Entre 5 e 7 anos, as crianças descobremque não é preciso recontaro todo para
achar o cardinalde A u B, se A e B já foramcontados.Este conhecimentopode ser
expresso por um teorema-em-ação:
2 0 EXEMPLO
Entre 8 e IO anos, com sucesso variável de acordo com os indivíduos, muitos
alunos compreendem que, se uma quantidade de objetos à venda é multiplicada por 2, 3,
4, 5, IO, 100 ou qualquernúmerosimples,seu preço será2, 3, 4, 5, IO ou 100 vezes
maior. Pode-se exprimir este conhecimento por um teorema-em-ação:
7
-r Seminário Internacionalde Educação Matemática
8
IM/UFRJ
CAMPOS CONCEITUAIS
Consideremos, primeiramente, um campo conceitual como um conjunto de
situações. Por exemplo: para o campo coficeitual das estruturas aditivas, o conjunto das
situações que requerem uma adição, uma subtração, ou uma combinação destas
e operações; para as estruturas multiplieativas, o conjunto das situações que requerem uma
multiplicação, uma divisão, ou uma combinação destas operações. A primeira vantagem
dessa abordagem pelas situações é permitir a produção de uma classificação baseada na
análise das tarefas cognitivas e dos procedimentosque podem ser adotados em cada um
deles.
9
10 Seminário Internacional de Educação Matemática
Tais conceitos não estão sozinhos.Eles não teriam alcance, se suas âmções não
lhes fossem dadas, no tratamento das situações, por teoremas verdadeiros:
f(nx) = n(x)
f(x) = ax x l/af(x)
10
IM/üFRJ
um aposento,a colocação de uma lâmpada num suporte (dois pólos, dois
fios, existência de corrente), a compreensão do circuito elétrico de uma casa
ou de um carro, a análise e a dissociação dos conceitos de intensidade;
tensão, resistêricia e energia para os cálculos de eletrocinética, etc.;
A u B = A B X = complementode X
AnB=AuB
Podemos considerar, de fato, os teoremas que abrangemcorrespondências entre
classes e cardinais, a exemplo da quantificação da inclusão:
Este último não é trivial. Ainda assim, alguns alunos de CM2 são capazes de
calcularCard (A u B) conhecendoos três outroscardinais,ou Card (A), ou ainda Card
(A n B). Esta última tarefa é a mais dificil das três. Para a lógica das classes, voltamos à
questão,já destacada anteriormente,dos conhecimentosnão explícitos suscetíveis de
orientaruma tentativade resolução. Os esquemasnecessáriosà solução dos últimos
problemas suscitados partieipam ao mesmo tempo da lógica das ciasses e das estruturas
aditivas.
11
Io Seminário Internacionaide Educação Matemática
SITUAÇÕES
O conceito de situação foi muito modernizado por Guy Brousseau, que não apenas
lhe deu alcance didático, que ele não tinha em psicologia, mas também uma significação
em que a dimensão afetiva e dramática interfere tanto quanto a dimensão cognitiva. A
utilização dos conceitos e dos procedimentos matemáticosé uma arte que se nutre tanto
da psicologia social, quanto da epistemologia e da psicologia da Matemática.
contar pessoas; lugares à mesa; jogar bolas de gude. Tudo isto, para uma criança de 6
anos, são atividades favoráveis ao desenvolvimento das conceitualizações matemáticas
relativas ao número,à comparação,à adição e à subtração.Na maior parte dessas
atividades, porém, a vida só propicia uns poucos casos entre os problemas possíveis. Na
atividade de comprar, por exemplo:
• Tenho dinheiro suficiente para comprar isto? E para comprar isto e aquilo?
e Quanto falta?
Por outro lado, nas situações da vida diária, os dados pertinentes estão
mergulhados num conjunto de informações pouco ou nada pertinentes, e as questões
suscitáveis nem sempre se expressam claramente. Desse modo o tratamento de tais
situações supõe, ao mesmo tempo, a identificação das questões e a das operações a
executar para resolvê-las. Isso convida à análise, embora não seja fácil partir de situações
da vida diária para estabelecer uma classificação sistemática.
12
IM/UFRJ
Toda situação, contudo, pode ser, em princípio,conduzida a uma combinação
de
relações de base com dados conhecidos e desconhecidos, que correspondem ao
número
de questões possíveis. A classificação dessas relações de bise e das classes de
problemas
que podem ser construídas a partir delas é um trabalho científico indispensável.
Nenhuma
ciência se constituiu sem um trabalho de classifiCaçãosistematica.Essa classificação
permite, por outro lado, abrir o campo das possibilidadese ultrapaSsaro quadro muito
limitado das situações da vida cotidiana.
O
O
VI
O : medida
13
Seminário Internacionalde Educação Matemática
Não cabe lembrar aqui as diferentes classes de problemas que permitem engendrar
essas relações de base, até porque cada uma das classes de problemas assim definidas
pode, ela própria, subdividir-se em subclasses, em frnção dos valores numéricos
utilizados e do domínio de experiência em referência aos oito anos, não se entende da
ines:na manena a .iransformaçãode uma quantidade de boias de gude, de uma
importância em dinheiro, de uma massa, de um volume ou de uma posição.
14
IM/UFRJ
a
b
multiplicação
1 1
b c c
divisão-partição divisão-cotação
quarta proporcional
x z
15
10 Seminário Internacional de Educação Matemática
x x2
Z1
3 1 2
2 3
II
16
IM/üFRJ
situações, muito antes de poderem ser
introduzidos e tratados como objetos
17
10Seminário Internacionalde Educação Matemática
SIGNIFICADOS E SIGNIFICANTES
As situações dão sentido aos conceitos matemáticos,mas o sentido não se contém
nas situações em si mesmas. Ele tambémnão está nas palavras e símbolos matemáticos.
No entanto afirma-se que uma representação simbólica,uma palavra, ou um enunciado
matemático tem sentido, ou vários sentidos, ou nenhum sentido para este ou aquele
indivíduo. Diz-se também que uma situação tem ou não tem sentido. O que é o sentido
então?
18
IM/UFRJ
Um esquema é, como já vimos,
uma totalidade organizada que permite gerar
classe de comportamentos diferentes uma
em frnção das características particulares de
da classe a que se destina. Isto só é cada
possível porque o esquema abrange:
invariantes operatórias (conceitos-em-ação
o reconhecimento, pelo sujeito, e teoremas-em-ação) que dirigem
dos elementospertinentes da situação e a
tomada da informação sobre a situação a
tratar;
• antecipações da meta a
atingir, efeitos esperados e eventuais etapas
intermediárias;
• representaçãoda ação e,
19
1• Seminário Internacionalde Educação Matemática
a)7+8
d)
7 8
20
IM/UFRJ
Não existe, aliás, possibilidade de representar o problema com os
diagramas
utilizados em (d). Eles só permitem a simbolizaçãode grandezas positivas, não das
transformações negativas.
-8+8=7+8
0=7+8
seja a adivinhar o valor do quadrado em - 8 = 7. Esse jogo de adivinhação
não é
desejável, além de que não pode ser generalizado para números maiores: - 155 =
87.
Já que não se pode querer ensinar a criançasde 7 anos o caminho algébrico
que
passa do problema - 8 = 7 à solução = 7 + 8, temoSque, ou abandonarqualquer
idéia de representação simbólica desse encaminhamento,ou adotar a única representação
acessível a essa .idade:
+8
Por outro lado, as representações simbólicas têm apenas uma frnção de auxílio na
resolução de problemas complexos. São tambémmeios de identificação mais clara dos
objetos matemáticos decisivos para a conceitualização.No caso das relações estruturas
aditivas:
• relações parte-parte-todo;
21
IO Seminário Internacionalde Educação Matem ática
22
IM/UFRJ
• utilizando o imperfeito e uma oração
subordinada: "Quanto tinha Melanie
antes de comprar aquele doce?"•
b) F = 'T(l) 1F T I(F)
c)
Percebe-se facilmente que tais formas não são equivalentes para os alunos.
segunda forma está fora de alcance para alunos do primário; a primeira não A
possui o
laconismo e a economia da terceira, A pertinênciado simbolismoe da linguagem
é
relativa aos conhecimentos e ao desenvolvimentocognitivo do aluno,
Sabe-se que raramente se faz essa leitura bilinear nos manuais, embora seja
conceitualmenteessencial: V(A.I, H. l) = AH V(l, l); o volume do prisma com área de
base igual a A vezes a unidade de área e altura igual a H vezes a unidade de
comprimentoé igual a AH vezes a unidade de volume construída canonicamentecomo o
produto da unidade de área pela unidade de comprimento.
Como o volume A(I, I) é igual a I, deduz-se que V(A, H) A.H, Este raciocínio
está totalmente relacionado à dependência linear do volume diante
das variáveis área de
base e altura, independentes entre si.
23
Seminário Internacional de Educação Matemática
Altura 2 Volume
4
6 6 36 60 72
E tambémque o volume é proporcional à altura quando a área da base se mantém
constante.
Área da base
1 6 10 12
1 6
Aitura 2 12 Volume
4 24
6
E claro que uma leitura como esta não está ao alcance de alunos de quinta série
que só dispõem da fórmula V = AH.
Poderíamos fornecer outros exemplos. Limitar-nos-emospara'terminar, a formular
a seguinte tese: o simbolismo matemático,a rigor, não é nem uma condição necessáriay
nem uma condição suficiente para a conceitualização.Contribui, contudo, de modo útil,
para essa conceitualização, sobretudo para a transformação das categorias de
pensamentos matemáticos em objetos matemáticos. A' linguagem natural é o meio
essencial de representaçãoe identificação das categorias matemáticas,mas não possui,
como os diagramas,as fórmulase equações,o laconismoindispensávelà seleçãoe ao
tratamento das informações e relações pertinentes.
CONCLUSÃO
A teoria dos campos conceituais baseia-se em um principio de elaboração
pragmática dos conhecimentos Não se pode teorizar sobre a aprendizagem da
IM/UFRJ
Matemática apenas a partir do simbolismo, nem apenas a partir das situações. Deve-se
considerar o sentido das situações e dos símbolos. A chave é considerar a ação do sujeito
em situação e a organização de seu comportamento.Daí a importância atribuída ao
conceito de esquema.
25
rcnJ-T
SUNY Series,
Reform in MathematicsEducation The Development of
Judith Sowder, editor
MULTIPLICATIVEREASONING
in the Learning of Mathematics
editedby
GUERSHONHAREL
and
JERECONFREY
123456 789 to
aeveiopsnot in isolation in relationshipwith other
several kinds of for instance, a scalar erocedure (using a relationship betweenquantities or
with the help of several wordings and sym- magnitudesof the same kind, i.e., n times more, n times less) appearsmore
Golisms,
frequently in partition than in quotition, or in a missing-value task,
Although this definition of conceptual field is quite clear, the cognitive
when the scalar ratio is a simple whole number such as 2, 3.4, 5, or 10. But
boundaries between conceptual fields are not necessarily well defined. For
students may use a scalar procedure in a quotition problem and in any
instance. there is a filiation between additive and multiplicativestructures.
missing-value task, even when the scalar ratio is complex. The complexity
The main reason for this is that there is a strict cut in human knowledge.
of problems dependson the structure of the problem, on the context
Nevertheless. there is also enough specificity in the cognitive problems raised domain, on the numerical characteristics of data, and on the presentation;
by additive structures on one hand and multiplicative structureson the other but the meaning and the weight of these factors depend heavily on the
hand to allow us to study these conceptual fields separately. cognitive level Of students. One consequence of this view is that one should
Simple proportion problems appear in situationsOf cost, sharing, mixtures. not be satisfied with a statistical analysis showing the comparative effect on
volumic mass. and many other contexts. Multiple proportion problems appear problem difficulty of numerical variables (large/small number, decimaVinte-
in the contexts Of consumption and production Of goods, also of space. ger, smaller than oncfbigger than one) if the structure Of the problem has
mechanics.heat, and other contexts. Each of thesecontextshas its own not been contrasted. For Older students, the factor Of numerical data may
specificity. and the difficulties which students meet may be due to the context have much less effect on difficulty than the context in which the problem is
Of application more than to multiplicative structuresthemselves.This is the placed, such as when multiplicative structures are applied in physics.
case, for example, when a 12-year-old studenthas difficulty in conceptualiz- Actually, the most important challenge for us is to trace the filiation from
ing new and diTficuttmagnitudeslike volumicmass,or a 16-year-oldhas childreh's most primitive conceptionsof proportion, fraction, and ratio, to
difficulty with massic heat. However, this must not deter us in our endeRvor to the most elaborate knowlege in mathematics and physics. The progress may
understand the mathematical organization of multiplicative structures.The consist of enriching the properties of the concepts involved (new invariants)
conceptual field of multiplicative structuresis mathematicalin nature, even or applying the same operations to a wider range of contexts and numerical
though its acquisition necessarily relates to the acquisition of econcmical. values.
physical. chemical. or technological fields. As part of this challenge. it is our job to organize didactic situations and
The framework of conceptual fields and the definition of a conceptare to experimentwith them, both with the short-term objective Of enabling
aimed at enabling researchers (and teachers) to better understand the fol• students to developnew competencies and conceptions for immediate use
lowing o ser•atio s: and with the long-term perspective of offering a basis for concepts that will
be essential a few years later. For instance, it may be interesting to introduce
l. Mathemathical concepts are rooted in situations and problems. • negative and positive numbers in elementary school not only to help Stu.
dents to ßeal immediately with the combination of directed transformations
2. N\€ eed to analyze and classify these situationsand the procedures but also to preventthem from sticking to a narrow conception of numbers
studentsuse to deal with them. Mathematicsis an indispensabletcol for as positive quantities, a conception that later will be an obstacle to the
this analysis. learning of algebra.The same is true for multiplicative structures. Not only
do we have to teach IO- to - ear•oldstudents the elementaryproperties
3, Students' ideas and competencies developover a long period Of time.
of Archimedean fractions(l/n), but we must also keep in mind that a few
Teaching students at a particular grade requires that one have a fair idea of
years later they will have to build up and use me concept or rational number.
the steps they may or may not have gone through and Of the not and
Students must be able to calculate the fourth number in a propottion and
ultimate steps one would like them to reach.
also understand the nature of a linear (unction and a vector spaceneaching
4. Symbols (signifiers) do not refer directly to reality but to the cotnitive 9.year.oIds presupposes a clear understanding of their current competencies
components (signified) underlying students' behavioral procedures. I •call and conceptions. of their competencies when they were younger. and of the
thcsc cognitive componentsinvariants. Categories, objects, properties, rela• competenciesthey wilt need when they are older. This is a direct conse-
tionships. theorems-in-action (see next section) are invariants. We must'pay quence of the theory of conceptual fields—i herita eOf the past and
attention to the distinctions among situations, invariants, and symbols. preparation(or the future. This partly explains why invariants must be
describedin mathematicalterms and why I have introduced the concept of
The use of some procedures may be made easier by certain situztions: theorems-in-action.
THEOREMS-IN-ACTION l) 36+2=.0
Theorems-in-action are defined as mathematicalrelationships 36 + 36 + 18 = 90
taken into account by studentswhen they that are
choose an operation or a scåucnce 5. A rectangularroom is 5 meterslong and 4 meter'swide. What is the
or operations to solve a problem. These
relationships usually are not area?
expressed verbally by the students. So
theorems-in-action are not theorems
in the conventionalsense because mqsxqfothem — 20
are not explicit. They
underlie stude ts•behavior,and their "scöpeof
validity is usually smaller
n) 5-4=20
-than the scope of theorems.They may even
be wrong. Nevertheless,a Let us considerproceduresb, c, e, g, m, and n. Each one implies the
theorem-in-action can be seen to have application to a set
of problems. To multiplication5 • 4 or 4 • 5, but the relationshipsleading to these choices
study hildre •s mathematical behavior it is necesssary
th o•
to express the
r s-i •a tio in mathematical terms. Let us start are very different. Procedure b involves a thoughtprocess which can be
from examples. In each
e.xample. the different solution procedures or
calculations that swdents
expressedas 4 cars cost 4 times more than i car, or as cost (4 cars) 4•
might use are given after thc statement of the problem. cost (1 car). This can be expressedmore generallyin mathematicalsym.
bolism as f (n • l) n • f (I), for any whole numbern, which is a special
t, Connie wants to buy 4 plastic cars. They cost 5 dollars case of the even more general statement. f (X • I)
much does slic have to pay?
each. How X •( for any real
number X. The theorem-in-actionused here is a articular case of the
isomorphic property of the general I near (unction, f (X •x) • (x). for
-20 any real number X. This is even more apparent with procedure e. in which
the thinking might be expressed as 24 cakes cost 4 times more than 6 cakes,
or cost (4 • 6 cakes) 4 • cost (6 cakes). More generally, f (n • x)
n •f(x), for any wholenumbern. or even ( (X •x) X ( (x), (or any real
2, A grocer sells 6 cakes for 5 dollars instead of I dollar per number X.
cake, John
buys 24 cakcs (or a party. How much does he have to pay? From procedures b and e we see the applicability Of a
c) = 20 to more than a single problem. It is from this broaderapplicabilitythat
a
3. A group of 50 persons goes to a holiday camp f6r 28 days. They need theorem-in-action attains its intellectual power. Theorems-in.action have
to • u enough sugar. Thcy read in a book that the average consumption the potentialto be the links among situationsin the multiplicativefield.
of Procedures b and e rely upon the recognition that the same ratio applies to
sugar is 3.5 kg per week for 10persons. How much sugar do they need?
goods and to costs. These ratios are scalar, in the sense that they have
n 3.5+7 = .5. thenmultiplythe result by 28 and then by S no
dimension, being quotients of quantities of the same kind. The relationship
g) 4 • = 20. thenmultiply3.5 by 20 taken into account in this theorem-in-action can be expressed in the
ollo •
h) 3.5 .35. divide this by 7, then multiply by 50. and.then by ing diagrams.
28
4. A train runs at a constantspeed. TWObrothers . Peter and are cars costs cakes costs
on the train and try to calculate the distances between the different stations.
They use their watch. Between A and B, the time it takes the train is 16 5
minutes. and they know the distance is 40 kilometers. Between two other 5
stationsC and D. the time it takes the train is 36 minutes. What is the
distance betwcen C and D?
4
i) 36 + 16 2.25. then multiply 40 by 2.25 24
j) 40 + 16 2.5, then multiply 36 by
in procedurec.
nymber of cars by the price o! pr." This can be symbolized in the
40 + + 10 —90 diagrams.
following
point of view, procedures i- and j, and procedures k and I, look alike.
cars costs However, if we consider the structure of the data and the relationships. we
will see differences. The four procedures can be symbolized as follows.
1 5
proceduro J: time distance:
4
16 40
x 2.25 x 2.25
The theorem which formalizes the theorem-in-actionused in procedure
c is quite different; it is expressed symbolically as f (x) = ax.
When express-
ing their solution or their reasoning on problem I, 8- or 9-year-olds
often procedure j: time distance
say "4 times 5." indicating a preferencefor the theorem-in-actionwhich
is
a special case of the general linear function (the isomorphicproperty)
Over 40
the theorem-in-action which is a special case of the theorem f (x) = ax
(the
functional property) indicated by "5 times 4."
The comparative facility of isomorphicover functional.propertiesis even
easier to show by considering all four proceduresa, b, c, and d. Procedure procedure k: 16 40
b is a meaningful concatenationof procedure a. The cost of 4 cars = the
cost Of I car. plus the cost of I car, plus the cost of I car, plus the cost,Of I 16 40
car. Expressed formally in terms Of the isomorphic property for addition, 14
thisis f (l + I + 1 + •i f (l) + f (1) +f (I) + f (i), andin termsof 32
the isomorphic property for multiplication, f (4 • i) = 4 • f (I). Procedure 4
d is meaninglessin terms of cars and costs. dollars cannot be 5 cars
+ 5 cars + 5 cars + 5 cars. Youngstudentsapparentlyare awareof this 36
and never use procedure d. So there is a strong asymmetrybetweenpro-
cedures b and c. They are not conceptually the same, although becauseof comes Item procedure
the commutativity of multiplication they may be mathematically equivalent.
Procedures m and n look very much like proceduresb and c, but there is
no asymmetry betweenm and n because the product Of length by width is
conceptually the same as the product of width by length. The structure it
imalves is a product of measuresrather than a simple proportion.
In each case, the reasoning can be expressed in mathematical terms.
In procedureg. the thinking would be something like the following.The
consumption of 5 times as many persons (50 5 • 10) over 4 times as many I. Procedurei: f (X x) k (x), findX,
days (28 = 4 •7) means 20 times (5 •4) as much consumption. This can be 2. Procedurej: (x) ax , finda.
symbolized as consumption(5 X 10 persons, 4 X 7 days) 5 X 4 con- 3. Procedurek: f (Xx + X' x) X "x) + k' f find and V.
sumption (10 persons. 7 days). This is a theorem-in-actionwhich can be Xx +
seen to be an instance of the theoremf (m • X, , na • x) x is a linear combinationenabling us to considervector 36 (see
n. • nz f (x, , x:)
for nt. whole numbers. More generally. it is an instance of the thebrem
above) in terms of vector 16: 36 2 • 16 + 1/4 • 16. This combination is
thenused to find distance:O
f (X,xt. x:x2) = X, •X2 f „X , for real numbers andX:. The theprem 2 X 40 + 1/4 x 40.
Procedure I cannot be explaineddirectly in terms of time and distance
is true for bi-linear functions. Nobody can ignore the fact that some IO- to
because there is no additive combination of times that can possibly
13.year-olds use this theorem as a theorem-in-action in easy contexts and make a
(or easy ratios. Procedure g is much simpler than proceduresf and h. distance. The combination 40 2 • 16 + 1/2 • 16 is purely numerical.
It is
Let us nowconsiderproceduresi, j, k, and I. From a purelynumerical almost never observed to be used by students, although some cases have
been reported by Carraher and Schliemann (1986).
woo), proceaure k and other In summary, are a way for us to analyze stud ts•
similar proceduresare called "buiiding up strategies."It is importantthat intuitive strategies and to help them in transforming intuitive knowledge
we recognize the theorem-in-action on which they are
grounded. Of ou s•:, into explicit knowlcdgc.They also provide a way for us to makc a bettcr
it would he a mistake to express or explain these diagnosis of what students know or do not know so that we may Offer them
theorems in sophistiéated
terms 10 •to But they may be expressed with the help of situations that will enable them to consolidate their knowledge, increase it.
tables and other symbolic modes. For instance. f (X,xt, x2x2)= f (xtX2) recognize its limits. and eventually overtake it. This growth takes many
can be expressedin a table as: years, but teachers must be aware Of the long-term issues of learning and
teaching.
Persons
so THE SYSTEMATIC STUDY OF MULTIPLICATIVE STRUCTURES
The canonical approach to the study Of a conce tuat field inyolyes ide •
days tif ing and c asst In situationsan _! _ gn collegi.ng du about.progedurcs c.a.C
an udents ex ress their reasonin esea
starts with identi(ying levels of objects. relationships. and theorerps:in-
action. The cycle then moves to designing situations and materials and
28 experimenting on them with students. It then symbolic represen-
tauons by observingand analyzing the different phenomena that occur. It
then begins again, to improve on the first cycle. The study of multiplicative
consumption structuresis a long-termprogram. No research group can do it alone. It is
importantand worthwhileto organize internationalcooperation to study
Another spatial organization to facilitate calculations might be: this field.
Lct us start from situations. Researchers (Tournaire & Pulos. 1985) have
28-7*4 4• usually used two sorts of problemsin studying ratio and proportion: com-
parison tasks and missing value tasks.
Comparison Tasks
A comparison task always involves the estimation of some unknowns, but
which unknowns must be calculated depends on the characteristics of the
Students usually are observed to use theorems-in-action in easy contcct task, especially on the numericaldata. Frequently, it is not required that
dotnains and for sitnplc numerical values, Their scope Of validity for students subjects quantify the ratios R and R'. but only that they decide whether
is narrow. Nevertheless, they are a first intuitive basis that teachcrs can use R > R' or R' > R or R R'. So anycalculations,evensimpleones.can
to extend and formalize stud ts•concepts. Teachers can express and o je:• be useful provided they enable the subject to say which mixture is sweeter
tify the theorems-in-actionand help students to extend the use of which proportion is better, or which speed is greater, and so on.
relationships to more complex situations. Usually four independentmagnitudes or quantities are involved in a o •
Natural language sentencesare an important mode in which to cxpre;s parison task. Ratios formedfrom pairs of these four quantitiessometimes
these theorems-in-action. Natural language allows teachers and students 0 result in two more magnitudes. The same idea is stressed by Judah Schwartz
point out the problemcomponentsand the relationshipsamong them ard (this volume). Many ratios can be considered. Let us take thc mixture
tn show possible analogies with other numerical values and other contcct paradigm (Noetting. 1980). where there are the following quantities:
domains. But symbolic expressions, diagrams. and tables also are very ef'i- O: orange juice concentrate in the first container
eicnt because they "(orget" non-essential features of the situation ard
W: water in the first container
concentrate upon the relevant elements and relationships. Furthermord, the
syntax used may be an adequate representation of these orange juice concentrate in the second container
the examples in the diagrams above). W': water in the second container
Pärt.whole fractions (always < I) rftate two quantities
(or magnitudes) Concepts of Multiple and Divisor
same nature; one is part of the other. The
categories or dimensions There is little work in the literature on the aspect ot multiplicative struc-
tunits) may be identical (number of boys/number of
boys; volume ot juice/ tures that deals with multiple and divisor. Many of the considerations just
volume of juice) or included in each other (number of
children: or juice/volumeof drink).
or discussedarc not meaningfulfor this domain of mathematicsbecause it is
accepted that the concepts of multiple and divisor concern pure numbers.
2, Part-part ratios or relate quantities (or magnitudes).of the
same nature but arc not included in each other (number of
Ncvcrthcless, Grossi (1985) has done very interesting work showing the
boys/numberof difficulty studentshave in extractinga binary relationship (12 is a multiple
girls: volume or juice/volumeof water). But the categories or dimensions
are identical from a certain point of view: boys and girls arc of 3) from a ternaryrclationship(3 x 4 = 12). She also showedthat
and water are liquids. The same unit is used.
childrqn.juice "multiple" and "divisor" can be confused (the asymmetyof each relation-
ship is not '.veltrecognized). There also is no commutativityof the
3. Rates or > I) relatequantitiesor magnitudesof differentnatures multiplicand and the multiplier in the recognition of the binary relationship.
(distance/timc;spoonfuls of sugar/litersof water). They can bc considered To checkwhethcrP is a multipleof M, or whetherM is a divisorof P,
functions. students divide P by M, but when they find that M • N P, they are not
Whereas part-whole fractions and part-part ratios are scalar (pur9 num. immediately able to say that P is a multiple Of N. Other results reported by
bets) and can be quantified by expressions like "n times more" and "n times Grossi concern the primitive conceptions of multiples as a sequence of
less." rates require some dimensional analysis and are usually expressed as additionsof the same number(3, 6, 9, 12 ... ) or a sequencc of ultipli•
quotients.like 95 kilometers per hour and 3 spoonfuls to a liter. In the cations by the same number (2. 4, 8; 16 32
following example of speed, 3/2 and 2/3 are functions, and 5/6 and 615are
scalars. CONCLUSION
in minutes distance In kilometerS Study ot the conceptualfield of multiplicative structuresis essential.
Ordinary life and ordinary jobs are full Of opportunities to use simple and
75 double proportion structures. Science and technology also require extensive
understanding of these structures.
It may be unclear to many readerswhy I use concepts borrowed (rom
vector-space theory and from dimensional analysis to analyze what students
60 do at the elementary and secondary levels. I have two reasons for this. First.
90 it is the appropriateway to characterizethe used by
students: even though they use them implicitly and in a very limited range
of context domains and numerical values. Second, it is the aim of mathe-
matics teaching to educate all students at a level in mathematics and science
that enables them to understand the structure of (unctions and the different
Imerting a scalar and inverting a functionare very different.lil the qse of
modes of combining functions. The field of multiplicative structures offers
scalars. 615 is, like 5/6. the ratio of the two distances (or the two o es>o d•
the most fruitful and simplest domain in which to develop this understand-
ing times). In the case ot functions, 3/2 is a speed (distane/time), ing.
whereas 213is a time per kilometer and has no name. Consider the cxample of the formula (or the volume of a rectangular
This analysis shows that it is not wise to study the learning and teaching prism. V = B H. The volume is equal to the productof the area of base
of fractions. ratios. and rates independently of multiplicative structures. It
and the height. Students can read this formula at different levels;
is only when all these different meanings are synthesized into the concept
of rational number that it is at last possible to think of fractions and ratios (a) as a way to calculate V when knowing B and H
as pure numbers. (b) as a way to calculateB (or H) when knowingV and H (or B).
(c) as a relationship among three va ia les—V is proportional to B when
H .is held constant, and to H when B is held constant. and
(d) os a constraint to choose units coherently.
15
0t gas a .12
a b b - 53.4 a - 15.6 I. Ninety percent to 95% of the students were successful in the simple
a. 40 proportion problem (type I or type Il) when the content Of the problem was
electric engine 'b 1200 consumption,
a. 3600
ot electrk 2. Only 60% to 65% of the studentscould solve multiple proportion
a .30
measures problems in the context of consumption.
3. The highest failure rate was on problems in Iving massic heat (only
10% to 25% success even though these students d just studied the mate.
Type n rial).
01gas b. 36
Simple X b
b • 32.3 a. 7.5 4. The success rate for the type Il division in the product of measures is
b 3.8 much closer to the success rate for multiple proportion than simple propor-
electric
"ine b - 2.75 tion. even though it requires just one operation. This confirms our analysis
of the product as a multiple proportion.
readlro ot electric b. 120 5.' "Bad" numbers make things more difficult, but not much, Success
measures may havc been facilitated by the fact that students could use a calculator,
6. Problems are more difficult when f (x) < x.
Type I b consumptbn 01 gas c. 142.9 7. There is a small difference between the supposedly weaker students
multiple
(vocational schools) and the other students (ordinary schools).
b. 18.7
a In another experiment, we used different patterns of data for double
massZ heat c .193,6 proportion problems: volume of cylinder, electric tension, and massic heat.
a -5.4
b -15 In some cases. the data were given only in terms of ratios. and the question
would then necessarily concern a ratio. For instance, the data might well be
the ratio of heights and ratio Of volume, and the accompanying question
Type n
consurnption c. 131.0 •e.12S would ask about the ratio of areas. In other cases, the data were $ven in terms
gas ot both ratios and measures.Te question then could concern either a ratio or
multiple
b. 1.6 b. .24
a measure. For instance, the data might be the ratio of heights, the first and
second volumes, and thc second area, and the question might ask for the first
massZ heat c. 103S area.
1.6
b. 4.18
A different group or te th•g adestudents were subjects in this experi-
ment. Although the setting of problems is a bit artificial. we nevertheless
TDe li vokJrne b. 42 found some interesting results:
product b. 24.7 a -2.6 I. When data wcre given in terms of ratios, problemswere no more
difficult than when data were given in terms of measures.
b quantity ot b. 8.15 a s.3S I. Massic heat and electric tension problems were more difficult than
movement
volume problems.
type Il a e. 124.5
•.o i atio a road a. 32.3 Y. When there is no congruence between the ratio of volumes and the
b. 1.1 ratio or hcights (V2/VJ > 1, H2/HI < I), problems are more difficult.
fraction.Ratio.and RationalNunrber
12 8
Before children think fractions and ratios as numbers that can be
tdded. subtracted. multiplied. and divided, they understand them as oper-
Itions. relationships. or quantities. A similar view is presented by Kidren Z of ua dܕs.
this volume). Sharing a cake. a packet of sweets. or a set of cards involves
irst of all an ope atio —sta ti g from one initial quantity and arriving
at
Set Of final quantities as shares. A distinction must be made between The synthesis of these two aspects f a tio s—f a tio as number and
the
;ase whenthe initial quantity is quantifiedin techs of a unit of measure traction as ope atio —is necessary (or students to build up the concept of
tnd when it is not. In the latter case. there is only one way of speaking rational number. It is a difficult synthesis.
of In addition to the difficult synthesis, there are other conceptual diffi ul•
hares and that is as i/n. but in the first case one may also quantify
each ties. Onc lies in the concept of equivalent fractions (or ratios) such as
hare in terms of the unit Of measure. This
distinction is illustrated by
•o sid i gthe following situations: . Another lies in the different meaning Of fractions, ratios,
and rates. The different meanings include the tollowing:
D: first beveragc (O + W)
B': secondbeverage(O' + W') A plausible hierarchy for students' competencies is the following:
ftl) multiplication:
rind t(x) knowing ih•
type I division (partition):nnd (1) other
type Il division (quotition): find x two values 2
représentations symboliques de différents niveaux. On peut citer quelques Quelques considérations théoriques encore avant de passer aux exemples.
exemples de champs conceptuels pour tes analyser davantage : les structures Qu'est-ce qu'un concept dans une conception interactive de Lla formation des
additives : les structures multiplicatives : les mesures spatiales (longueur - aire - connaissances ?
volume). la dynamique. la logique des classes. Vélectrocinétiqueetc.
Il faut un référent, un signifié. un signifiant.
— le concept de représentation symbolique. enfin. ouvre des possibilités
d'études nombreuses. d'un point de vue fonctionnaliste. c'est-à-dire. du point de Je considère pour ma part que le référsnt est formé (fun ensemble de situa-
vue de raide à la pensée u•appo tetelle ou telle représentation.Le pointde vue tions. le signifié d'un ensemh'e d'invariants opératoires. le siqnifiant d'un
structuraliste est, bien entendu. essentiel également, pour étudier les propriétés ensemble de représentations symboliques. II en résulte qu'un concept est un triplet
dhomomorphisme et de stabilité des signifiants. pour étudier la question de savoir de trois ensembles,
si une représentation symbolique représente le problème ou la procédure de solu-
tion. Ce point de vue est essentiel aussi pour analyser les opérations de Concept — (S.l.s)
pensée nécessaires à l'utilisation de tel ou tel système de signifiants : graphique.
tableau. algèbre etc= S : ensemblede situationsqui donnentdu senF au concept
. ensembledes invariantsopératoiresassociés au concept.
s . ensemble des signifiants pouvant représenter le concept et les situa.
tions qu'il permet d'appréhender.
Canalyse de la tâche est une méthodeissue de la psychologie du travail :
quelles actions un opérateur humain doit-il exécuter. à quel moment. en fonction Trois arguments principaux •o tconduit au concept de champ cbneeptuel
de quels indices. de quelles informations. de quelles contraintes ? I) un concept ne se forme pas dans un seul type de situations
2) une situation ne s'analyse pas avec un seul concept
Importer cette méthode dans te domaine de la didactique des sciences doit 3) la construction
nous conduire à certaines précautions : l'analyse de la tâche pour nous est princi-
de tous
palement une analyse cognitive. qui porte sur les opérations de pensée nécessaire sur des années. parfois sur une dizaine d•a ées avec des analogies et
au traitement de la situation présentée. Je voudrais souligner qu'à mes yeux. cette des glissements de sens entre situations. entre conceptions. entre procédures.
analyse de la tâche ne peut être conduitesans une analyse approfondiede la entre signifiants,
matière. des types de relation mis en jeu et des problèmes possibles. On ne peut
espérer mettre en évidence et analyser les difficultés rencontrées par les élèves et
les étudiants que si on regarde dans leur spécificité les contenus de connaissance
—P—A.e.
Sé aré L Il faut pourtant procéder à des coupures, car on ne
pr:ut tout étudier
et si on prend au sérieux le rocessus de conce tualisationdu réel dans lequel est à la fois, Le champs conceptuel est une unité d'études intéressante pour
engagé le sujet. Toutes les formes de réductionnisme sont angereusesv dans la du sens aux problèmes d'acquisition étudiés et aux observations faites-
donner
mesure précisément où la conceptualisation du réel est spécifique du contenu et Il peut lui.
même être découpé en unités plus petites, mais il faut alors veiller à replacer
ne peut être réduiteni à des opérationslogiques générales.ni à des opérations ensemble ces unités pour comprendre leur signification.
purement linguistiques. ni à la reproduction sociale, ni à l'émergence de structures
innées. ni enfin au modèle du traitementde l'information. Prenons trois problèmes
A Pierre a 5 billes. II joue une partie avec ses copains et il gagne 7
Tout réductionnismede ce genre conduit i minimiserla spécificité des billes Combien
en a t.il maintenant ?
concepts dont l'acquisition est visée et leur épistémologie, c'est-à-dire, leur fonc- B. Robertvient de perdre 7 billes. Il compte ce qui lui resto en
tionnalité. leur fondement, leur structure propre. et trouve 5 Combien
de billes avait-il avant de jouer ?
C. Thierryvientde jouer deux A la seconde partie.il a perdu 7 billes En
Les conceptions primitives des enfantssont façonnées par les premières faisant ses comptes, il trouve qu'il a gagné en tout 5 billes. Que s'est-il
situations qui leur donnent du sens et par les premières opérations quils parvien- à la première partie ?
passé
nent à maitriser à leur sujet. La théorie des situations didactiques porte sur les
conditions dans lesquelles on peut faire évoluer ces conceptions primitives. en Le problème A est réussi par la quasi-totalité des élèves entre 6 8
confrontant les enfants à des situations dont le traitement implique d'autres le problème B avec mlan 1/2 de décalage par rapport au problème A et ans et
conceptions (Brousseau. 1981 Le problème
C est échoué par 75 % desélèves de 6ème (11-12
il s'agitd'une ans). Pourtant.dans tes troi:; cas. la transformationcomposée . ceci en rabsence de toute information sur I état tm-
addition5 + 7 12 tial;tétat final ou Tétat intermédtaire
La raison de ces différences ne réside pas
dans l'opération d•additio mais
dans lg traitementdes en jeu, Dans le problème A. l'enfant doit appliquer
une transformation positive connue à un état initial connu,
c
+5
C'est donc une opération sur destransformations ou des fonctions_ opération
d'un type plus élevé que celui des problèmes A et B
Ceci correspond à la conception primitive que On peut distinguer également des cas de soustraction très différents JO me
renfant se forme de l'addition contenterai de les numérer et d'en qualifier brièvement la structure
dès l'âge de 3 ou 4 ans. comme l'ont montré
plusieurs travaux. et notamment ceux
de Gelman : raddition c'est une quantité qui s'accroît.
D. Jean avait8 bonbons,il en mange 3. Combien de bonbons a.tul maintenant
Dans le problème B. la recherche dé l'état initial
dures possibles soit l'inversion de la transformation inconnu appelle deux vocé-
négative - 7 en une opétation
positive + 7 appliquée à l'état final. -3
-7
recherche d'un état final par application (fune transformation négative connue
à un état initial Connu
Soit une procédure d'hypothèse sur l'état initial (par exemple 10), l'applica-
tion de la transformation directe - 7. le calcul du résultat 3. et la correction de l'hy- 3
pothèse en conséquence : il faut rajouter 2 à l'hypothèse 10.
II arrive aussi que des enfants soient bloqués parce que l'addition.iie 7
à 5 contredit l'idée primitive de soustraction véhiculée par le fait que Robnrt a
perdu des billes.
Dans le problème C. la difficulté est d'une autre nature : le question est Illors
de décomposer une transformation comme -gagné 5 billes en tout• en deux trans- recherche du complément d'une mesure connue à une mesure a•
formations élémentaires. dont l'une est connue et de signe contraire au signe de dinal de l'union)
La Londe les Maures 1983 Seminares et uonrerences
- card (A U B)
3 pourvuqueA
card (A) 4 card (B)
B a
- conservation des quantités discrètes.
- le cardinal d'un ensemble est indépendant de l'ordre
dans lequel on
compte.
- dans une relation état transformation• état. l'état initial
est égal au résultat
de l'application à l'état final. de la transformation inverse
de la transforma.
tion directe
Si ron considère maintenant les représentations symboliques. •est-à-di e. Problème B : Robert vient de perdre 7 billes. II compte ce qui lui reste et en
les systèmes de signifiants qui permettentde désigner et de représenterles trouve 5. Combien de billes avait-il avant de jouer ?
concepts et les relations. on peut évoquer. brièvement. des problè-
mes qui se posent. Pour ce problème. on peut distinguer la représentation
du problème et de la procédurede solution
Que représente-t-on avec une représentation symbolique donnée ? Prenons
l'exemple des problèmes A et B vus plus haut
Problème A : Pierre a 5 billes. Il joue une partie de billes avec ses copains et il
gagne 7 billes. Combien en a-t-il maintenant?
pas de représentationsEuler-Venn
des transforrnationsnégatives
On voit. sur cet exemple. que chaque système de signifiants a ses contraintes
propres. qui rend plus ou moins aisée la représentation des différentes classes de
problèmes. Aucun système de signifiants n'est universel. sauf peut-être les équa-
tions dans l'ensemble des nombres relatifs. lorsque toutes les relations et les é ua•
tions possibles sont venues se fondre dans les deux opérations d'addition et de
soustraction dans R, Pour arriver à cela, il faut que [enfant fusionne sa conception
primitive de l'addition et de la soustraction comme opérations externes. avec le
modèle de la composition binaire interne, il faut qu'il identifie indifféremment sous
•. soit rapplication d'une
7 le signe transformation négative. soit une différence
entre états. soit l'inversion (fune transformation positive. soit une différence entre
transformations. soit une abscisse négative etc... Cest un énorme travail cognitif,
On mesure ainsi toute la difficulté du champ conceptuel des structures addi-
tives. toute la diversité des relations à traiter et des opérations de pensée à effec-
Ces trois représentations (égalité, diagramme sagit- tuer. Certaines d'entre elles sont très difficiles. comme en témoignent les deux pro-
tal. schéma d'Euler-Vann) représentent aussi bien le blêmes suivants. auxquels la majorité des élèves de 3ème échoue. (Marthe 1982)
problème que la procédure de solution,
J. MadameDupont conduit le long de la vallée de la Loire pendant35 km
vers l'ouest Puis elle conduit vers rest. Quand elle s'arrête. elle se trouve à 47 km
l'est de son point de départ initial, avant son premier parcours, Quelle distance
a-t-elle parcouru pendant son second parcours ?
Séminaires et Conférences
AC —AB + BC BC — AC - AB - la théorie des situations didactiques étudie les conditions sur lesquelles
on
peut agir. en classe. pour faire évoluer ces conceptions. par exemple en
changeant
Les élèves voient ces questions bien avant la classe de troisième,mais ne les variables numériques.le sens des transformations.le nombre
sont pas pour autant capables de Sen servir de manière opérationnelle.
d'informations
fournies,
pcur repré-
senter et résoudre les problèmesJ et K
- les représentations symboliques peuvent être d'un grand secours
pour ana-
J ai montré par ailleurs. (mais je ne reproduirai pas ici les protocoles recueillis lyser. différencier et représenter les propriétés distinctes des relations
en jeu. de
à ce sujet car cela prendraittrop de place). que la droite numériquedans laquelle manière que l'enfant puisse les concevoir dans leur spécificité, avant de
les fusion-
les nombres a. b. c. sont représentés par des points A. B. C. soulève des ciffcultés ner dans un seul concept et dans une théorie générale
considérables jusqu'en classe de 5ème et de 4ème (14 ans). En effet. l'espace peut
être utilisé soit pour représenter l'ordre. soit pour représenter des grandeurs. La - la maitrise d'un cham conce tuel ne se fait pas
synthèse des deux n'est pas chose aisée, Les difficultés rencontréespar les même en que ues ann es. En outre, les pro
en quelques mois. ni
enfants. pour maitriser l'inclusion des segments qui séparent chaque poin. de l'ori- mes nouveaux ou les propriétés
nouve es Olvent être tu iées plusieurs années
gine de suite si l'on veut que les
enfants les maitrisent progressivement.
CarpenterT.P.. Moser J.M„ Romberg TA (Eds) 1981 Internationalsummer workshop Research on Physics Education
Addition and substraction : a cognitive perspective. Hillsdale. N J Lawrence
Erlbaum june 26 - july 13. 1983 La Londe les Maures - France
Marthe P. (1982) Problåmes de type additif et appropriation par I'ålåve des groupes
additifs (Z +1 et (D. +1. Thése pour le Doctorat de troisiéme • le. Ecole des Seminar ANALYZING THE LINGUISTIC STRUCTURE OF PHYSICAL
Hautes Etudes en Sciences Sociales CONCEPTS : POSSIBLE IMPLICATIONS
Vergnaud G. (1981) L •e fa t.la mathåmatique et la réalitå Peter, Lang. Beme FOR EDUCATIONALRESEARCH AND FOR PHYSICS PEDAGOGY
Vergnaud G.. Errecale P et al (1990)Some steps in the understandingand the use
of scales by 10-13 year-old students, Proceedings of the fourthIntemational Jerold S. TOUGER
Conference for the Psychology of Mathematics Education. Berkeley Univer-
sity of California,25-291. Curry College. Milton MA 02186. USA
INTRODUCTION
In recent research in physics education. little formal attention has been paid
to the natural language in which physics concepts get couched. Yet the ideas of
physics get cast in and shaped by ordinary language to the extent that the dis-
course of a specific sub-area of physics will be carried on in a well-defined sublan-
guage. i.e. a subset of a natural language in which vocabulary and grammatical
usage are more restricted and less ambiguous than for the languageas a
whole 12. To some extent a sublanguage of introductoryphysics manifests itself
when students accuse instructorsor textbooksof using jargon and when ins-
tructors find students using sentences which are perfectly grammatical in the lan-
guage as a whole. but don't make sense as physics.
lite child. stutlcnt. or Icarning adult as unfinished. intpcrfcct.or tnattcr bclltg taught). Both in "la(hcntatlc.sand physics. such l)lascs
tlcfielent In comparison to cxpctt adults. In our nflnds. this arc indccd obsetvcd. Ilicy arc manifested by certain regularities in
fratnework Is Inadc uatc ror a I oachln thc Issucs In cognllivc thc typcs or responses given for ccrtaln classes or problcnts. Let us
drvclopntcnt and Icarnlng which are of Intcrcst to us hcrc. wou d Illustratc with a rew examples.
tel I Jitln anted b an
a 'car tnorc Iruitrul to consider tliC ub cct. as Pla rct did. to bc a and hy a decrease allon lu•.l l yonng
c vnamle s st • gneowcd with rcl!ulqtory mcehanistns capable or Increase.
I (Gchnan &
cnsurlng his or pragrcss. Is framework,sub ts• childrcn In thc rst f
conceptIons tnny bc Vlcwcd as as: irnllatln structurcs with whic Galllstcl. 1978). Thus. problems such as thosc Involving scorching
other conceptions suc as t In may con Ict. for thc Initialstaccwhcn the transformationand the final state are
latter are Ilablc to crcatc cognitivc structurcs. known. In which casc lhc pupil must subtract the Incrcase or add
'thc dccrcasc (sce 2 below)are solved much than thosc In
'Iliis Is the framc or tnlnd ttscd hcrc as wc study student which the Inltlal statc and (Itc transrortnntlonarc known (I lit•lo .
(l) Pctcr has 5 marblcs. TIC plays a game or marblcs WIIIt John
conecptlons an attctnpt (a) to point out lhc dlfflculliesand and Wins 7 marbles. Ilow many marbles docs hc Ijavc now?
discontinuities in thought with which chlldrcn arc confrontedas
thcy approach thc conccptlons dvvclopcd In nclds rcputcd 10 bc 1.7
such as ntathcntatlcsand physics. and (h) to dctcrmlncto Syntbnltc•
what cxtcnt >tnclcnts•prior conceptionscan bc used 10 gcncratc
new conc•cptittns. (2) Robert has Just played tnarblcs Will) Cella. I Ir. lost 7
Jnarblcs In thc gamc. Ile now has 5 tnarblcs. I Jow ntnny n arblcs
1. STUDENTS' CONCEPTIONS VIEWED AS COGNITIVE BIASES did hc havc bcrnrc playing,'
.7
Let us 1ecall that thc tcrtn "conccptlon"was colncd In tbc Symbolle rcprcscntal Ion:
rcscarch trend aitncd at describing the "signified conccpts"
(proprrtlcse .•latlo al Invariants. opcratlvc Invariants) and •th Problctn 2 IS solvcd onc or twoycars ancr prol)lcnt I.
"stgnlflcrs" students arc apt to activatc (or cvolcc)when they Similarly. thc prlmltlvc conception elitlclrcn hovc of
approach a knowlcdge clotnnltl. a pl •.Itow do chllclrcn go tnultlpllcallon. thought or as the Itcrated addltlon Ofthe sarn• term.
about atlng. or cslltnatlngan orca? What rcprcscntatlon causes thctn to bcllcvc that the product or a multiplicat.lonIs 'Iwtys
tools do thcy use? Ilow do lhcy undcrstand Lhc CarlcsJan product? grcotcr than the multiplicand. I)IVlsIon IS associated wlth a smallcr
What Ideas do Ihcy have about matter. phcnotncna (changcs In stale. rcsulL.slncc it IS vicwcd as the Jtcratcd subtraction or the same
chctnlt•al rcaetlons. light. tag t•tl or clcclrlcal phcnomcna). tcrm. Moreovcr. scclng tnultlpllcatlon as Itcratlon means tl•at thc
multipllcr IS a whole numbcr: Ilkcwtseror the divisor.
heat. rorcc. work. cncrgv? Among the methodologlcs dcvclopcd to When children bcgtn studying algcbra, thClr prior cont t.•puo
study conceptIons (qucsttonnalrcs. vcrbal associatlons. conceptual or ntnnbcrs Is anothcr obstacle. cot'>ldcr rs as
networks. ...l. thosc dcallng with thc way which Individuals solve magnitudcs (cardinal numbcrs. Icngths. areas moncy, pl
problctns sccjn 10 bc thc most prcvalcnt. linc or rcscarch quantltlcs) and not as rclatlonships between magnj tides.
kmVa.hÄoedmcnabIcsus to dcnnc cognltJvc Invmlanls. of which std)iccts ntay or Conscqucntly.a result cannotbc ncgatlvc. Mortover. as read
may not bc a•varc. A sub cct•sstatcmcnts l.c. whal hc or shr. Is cxprcsslons frottl ICQ to rlÆ11t.thcy ortcn consldcr that
capa ) e o explaining. arg trotlcrstandlng cxprcsslons modcl situations which progrcss In tltnc front the Inltlnl
thcir knowlccl.'t• stacc on the lcrt to the final statc on the right. With yur.h a
Student eonccptlnnsmay bc onsidcrcd to constitutc a blas conception. cqunl Sign docs not tncnn
they Icad thc studcnts to gtvc systematic responses that dlrrcr frotn It-onsllivc t•qnnllty relation that IS rt•qtilrrd In
the cxpcctcd ones (thc ones generally rcqtljrcd in thc. stil)jc.et
n. wt:il t • inn:' "i.'l i"' r:
hilt rather relation linking a production process to Conceptions pcrtnlnlng to cxpcrlmcnt interpretation
(Vrrgnaud. 1988).
In atldlllon 10 lhc crrurs thal stctn conceptual Thc way students fntcrprcl cxpcrnncnts Is Ilnkcd to 111Clr
dillietlltics. othcr errors cansbc attributed to sludcnts• vldcas about causal conceptions. Such conceptions may develop when
the and about thclr tcachcr•scxpcctationsvIn traditlonal prcdlctions arc to be "ladc ronccrnlng thc evolutl or situation
school Ing, the rcqulrcd answer can gcncrally lyc found by (In order to answer questions likc "What will happcn Jr
perrornllng operations on the nurnbcrs given In thc prol)Jcnr . X') or whcn
cxplanatlons are to bc glvcn conccrnlng a glvcn plicnonuenologv
statcmcnt: on thc basis of this fact. studcn15tcnd to procccd in that order tourcspond to rcqncsts such ns "cxplaln ". "Inlcrprcte. usury").
(In
"J
t.•t ercg trdless or what ut l't• sarc Stated In the problctu. For Although prior rcscarch (cr. rcvlcws and studies by. Drlvcr
exarnplesIn thc followingproblcln: &
Erikson. 1983: Glibcrt & swift. 1985: wcsl & Pines.
In a class. Ihcrc are 12 gjrls and 13 boys. I Iow old übcrghlcn & W ll• 3a aIs.1987)has always dcall Wilh 1985:
Is the tcachcr? Answer: 12+ 13 = 25 ycats old. physics (Jncrbanics.optics. elcctrnklnctlcs. and lhc branches of
•rhe [feet or brcalcittg the "didactic contract" by asking a glvcn by students arc spcc:nc to thc arca undcr planniJons
quesuon Illat cannot bc a s .• d (13ronsscau. 1986). although such explanationshavc ecrtaln pollits In cotnruon: all
strong. scents to dlsappcar rclatlccly caslly whcn children arc laught - •Ill roc.uson lhc crcr charaelcristn%(oflc'l
t') solve prc I)lclus of divcrsc natt:rcs (Brissiatld. 1988). sallcnt oncs anc Innst
eharactcrlstlcs of i Ion:
In the flclcl or Otltqr difficulty exist. actions. Inovmncnts. changes In aspect (dcrormatlons.
in color. appcarancc or bubbles. stcam. srnoke. nu dlfications
Wc will rseentlally discuss dillicullics rclatcd to the conceptions
studcnts havc or physical cnlitlcs and difficulllcs stmnntlngrrotn during a hcatlng opcratlon. students (agcs J2 10 •r Instance,
cxpernncnl contprchcnslon moue. nicntloncd abovc) focus on ihc presencc or flarncs, 14 jn [he study
or In the liquid. Ihc vapor rclcascd. or a the :opr.arancc
Conceptlor.s pcrtaånlng to physical entltles tubc, rathcr than taking Into account the varlntlons black deposit. on thc
vlsll)lc on a thcnnornctcrCl'ibcrghlrn.•1985). In tnprra(urc
varlnns clctncnts or thc slinntlon arc
belong (o thr cvcrytlay vocabulmy or students. In physics. howcvcr, dcscrlbcd in tcrtns o t •sss tJ II
these tertns -have a vcry cltrrcrctt tncanlng than they (to everyday propcrtlrs ant nnclinns, fitud ts•
cansal cxplanat1011S.such d „s lpllo s prcvall
lire. For cxatnplt•• Il is In cvcryday Frcnc.•htn say an ror the Interactions over those. tccottntlng
Individual • sl fort" (Is rorccrul)nr "a dc la force"(Itas rorcc).or that bclwccn lhc elements. For sltItIcnL5
an obJcct'est chand"(Is hot) "a dc la chalcur"(hanhcal). because It Is light (Scrc. 1985),
ororec" "lycal" rcrcr to charactcristlcs or obJcct:;, whcrcas In - Whcn students conc•clvcol' Chg
physics. lhcy arc cnlltlcs that dcscribc Intcrac00ns betwccn clctncnis or a situation. (he cncrnlly think twccn I.hc
systcrns (A and B. ror Instance). The physlc.lstWill thus speak or thc dlssxnunctrÄl. For cxatnplc. stuc cnts agc önc.qupteractlons as
forec tt•dby A on B. and will talk about heat as Ibe transrcr or mcntIoncdJ bcllcvc that a book placed on 13 and 14 IF study
front systcJ11A to system B. It Is also a bcIJcr that table. but that the table supports it without a table on the
by a string and dippcd Into a liquid Is crrort:tltat a b 111hanging
propcrlics or cncrt5'. namely, Its conservation. Many pushcd by thc llqti(l, but that
thc Oballdocs not do anything [o Il"' Ilquld
frequently obscrvcd "crrors" th IS stcnt rrcnn t11C at•tthal students shit:c tht• [he
back 1984).
attribute t11?sat"? Illeanll)g I" • . lsner.tl in •
.eå•.l cvcnt histo
s is a so a or corn
extretnely general thought PIocess eonslsllng ol' 1' jnscrving 1110 'Illis conccptinn lends stuc ents In relate ey
associativ • links that pert alit -to a pt rerivcd as an oliJccts In Ilit• observed "erret•lS".or In atlnpt oct upon
{i processing
ii•n:: in nia'hematics
Illet110d whlch thc clcrnents lit thc sltuatlorv arc Ittlccn
Into
account onc after anolhcr. •lllus. In regards to t11Cproccsslng bccn patd to the runc(ional rolc or Ihcsc
clcctrlc clrcults (when the varlous clctncnts of the Circuit of cnougl nvcsugation las
concr )tlons
rcprcscntcd graphtcally).Clossct states "It all looks as though are
battcry was a rcservolr from whlch currcnt cscapcs at a constantthc thczn. Indccd. subtects mnv bc
rate and aclvcnturcs out Inl ) the circuit. only chnnglng whcn assumcd to ftrst dcvçlnp o t• pllo sdurlng
II cnvlronmcn(. For antlCfpatlng and controlllng Interqçtlon willi Ihc:ir
obstacles. wlthout the downstrcam arrcctlng tljc environmcnl. Ihc obscrvcd conceptlons appcar actions ln
tapstrcmn" (Clossct. 1988: our translation). Iliclr range of valldlty covcrs practlcal living. to be satlsraclory.
Such co:nprchcnslon 1110dcs.whtch are esscntlally of the ln sotnc studlcs often result from the "errors"rcportcd
type. unlllcc he "conccptual" type comprchcnslon wi ract
ttcstlons thcy ncver crorc had o
donc ln the Lemcfgnan& Scre. qùcstlons that Invo ve unusual values for thcmsclvcs. or
arc I a l.• uat In that thcy oltcn Icad to crroncous prcdlcllons.1990) particular situation. Accordtn/!ly.ln our thc variablcs In that
For study on tltc conscrvatton
cxntnplc. whcn consldcrlng the modifications in an alr-fillcd gascous mattcr (WcII-Barals et al.. 1987;
container subJcct to varlous actions (cxposurc to Scre et at.. 1988), wc askcr.l
sun, contact chlldrcn to compare quantltlc:; or alr
berorc and artt:r subJcctlng the
With fire ICC. appllcatlon or prcssurc ...l. Studcnts Whoassoclatc contalners fillcd Wlth Ihnt air to certatn
modifications With variatlons in the quantity or mattcr (Scre & WCII- art Ions. To answcr thls
uncommon qucstlon, thc rhlldrcn oftcn
Barals. 1988) arc "wrong- vis-à-vis thc conceptions dcvclopcdDby stIuaUons In whlch the quanttty or alr ln mcnlloncd cvcryday
physlclsus. Who postulatc on the basis or the study or interactions ract dccrcascs (for at plt•.
thcir dcnatcd ball that had bccn In Lhe sun),
and ext hangcs bctwccn that In stich situations, thc talclngInto accottntthc fact that thc tlrnc By ana10Ü. and wIth0i't
quantlty or :naltcr ls Invariable. IntervalbctwecnIlic to-
statrs In t11Ctest situation was nol
In Ihc varlous branches or physics. and ln njcchanlcs ln Ihr: sanie as III
particular (stucllcd by Champagne. Klopfcr & Anderson. 1980: alr had changcd.
Cicment. 1982: Dl Sessa. 1081: lancignan & Wc11-Barals.1987:
McKloskcy. 1983: Ogborn. 1985: Trowbrldgc & Mcl)crmott. 1981: runr.llonalvalue or tl)CIr Intultlvc
Vicnnot. 1979). Intultlvc conccptlons havc bccn sbpwn to pcrslst. conceptionsof t11Cworld
cvcn In litorc advanccd unlvcrslty s(gçlcnls taklng physlcs courses.
thcy cannot do so phys:cs models. Mcl(lo'Iccy and at wlll.
(1984)Justly state that the h Kaiser
I)iffcrcnt cxplanatlons have bccn propnscd to accounl ror thc an Idcallzcd world (cx )crlrncl'tsslcs of Galileo and Ncwlon (le:scrll'c
perslstcacc or such I tulll ••conccptlons rclatlvc to thc physlcs wlthotlt friction. iso atcd s sl : :;.•
•t•
Icratln Jitovcll'c:nt, etc,) ovcr
rnodcls bclilg taught. Accor ling to McCloskcy and Kalscr (1984). wlllcll Indlvldunls onl
havcvc Indlrcct a•tlsof control. Most ortcn.
thc problcm orlglnatcs In t11Cencoding capacltlcs Of Indivlduals, t lemsclvcs only Invagtncd tht:tr co and Newton
Ilic fact that Indlvlduals p • a ltake vclocltyInto account, at Ilic cxpcrlmcnts th ot•gh reasonlng
the going-bcyond-the-llmlls type.
by
expcnse or accclcratlon. thought to bc due to thc fact that thc acceptcdat that time. The models uscdvarylng the assumptlons
human visual system lltay bc Icss crrccllve In dlscrlrninallng thal gencrally cannol In h call ror tltl •s
diff t•esIn ftccclcratlon than dlffcrcnccs In cvcloclty. In a vcry indced that thcre are a ccrtaln numbcr y scnsory rcccptors. Rctnr.rnhrr
I)arwlnlan pcrspecllvc. the authors point Out the ract that- ln can bc calculatcd but not tncasured or physlr.nl enlltles
phylogcny. thcsc two dimensions do not havc the same Impact ori (for example. beat can only bc
calculatcd hy hypothCSIZIngthc conscrvatlon
thc surs [val nr thc spcrlcs. /'tt tlo • lat d at•lo shavc also bren cntltlcs or cncrgy). I'llyslc:tl
appt•arto bc "hltltlcn•t:ntlllcs (Martln;.ncl
t:onsltleacd to play a part. in partlcular by Slcglrr (1983) In his Furthcrntorr:.thc conltols pc.rrortnecl ct al., 19871.
stucllcs on thc prlnclplc or a scalc. In all or thcsc by thot'glll processcs npc.rntc:
rortnal expressions. wllieh orc
conccptunlizaunn Of situations. ln hystcs, tllt••rcsult
thr. visual prrçcptlon systclll plays a tnalor rolc in thc alrcacly the
or knoiSledgc ln In our mlnd. not cnough atlcntlon has across a cljrtìc!llly Ihal also stutlcnts thug consc•.
l') algrbra: t• l cntlon o
u•a lltgnr s re )rrsclllafl
i G, Vetq in mat.hemtt..icg
potential ahilitv to conc ctcly represent tl•e entitles and In (Ills Sltnatintl. tlit• students' Ions ol' IllC
cid v: exprcsscd.but world led thcnl to prcdlct that thr Jolncd cars would movc In the
into account (concepts Ilkc systcm. statc. In!ctaction transfer. dircction01the hcavicstor the two.
conservation 11 The students wcrc tltcn asked to analyze (Ills sltuallon
tnechanies). In algebra. thc .ncaning Of computationsIs vcrlflcd by tcrtns or the conservation of the ntmncntttm(p). On the basis of the
obscrvcd cvents. tIJC con cct prcdlctlon IS (hat. whatever llje
transformatlohs. and by cat crully scqucnclng the steps so as. to rcspcctlvc mass (m) or the two cars (whciher Che same or
progress towards the goal: 1stdating thc unknown on one Sldc or thc dlffcrcnt). thctr veloclty (v) when Joined together '.vtll always bc null.
equal clhnlnatlng onc ot ntorc unknowns. (Vcrgnaud. 19.38), Indcrd. slncc the ntomcnftltnor the two-car sy'.tcnt null bclnre
Wc arc dealing hcrc with dt tour bchavlors. which In thc lighl_or thcy cornc togcthcr. Il IS also null artcrwards (appllt%ltlonof the
their tnptcxlty.take Illne to bccomccfficlcnt and autotnatic principlc of thc conservationor the quantity or '[ion),
enough ror subJcets to no longcr nccd 10 rcly upon thctr habitual students distortcrl the analysis In two ways:
ntethoclsof controllingrcalll). This kind or analysts cnablcs us to (I) By conccntratlngon thr cvcnt which ror then' was the
understand why students In thc racc of difficulty voluntarilyrcsort to movctncntor thc cars t•ncc rclcascd". thcy Il)' "during "
into account (the tlmc jntcrval during which lhc tnovcdl to
degrcc or cxperljsc on thc sul)Jcct. thc dctrimcnt or the "I • "cvcnt (whcn Iralll* wcrc not
Thus. thc -Itnplcmcnlation of Inapproprilrte means ror moving), cvcn though 11trydid havc Inronnnlil'ti nbnnt lhiS
controlling one's cognitlvc at livity may bc a sourcc of crror. cvcn cvcnt (thc velocityor cars was equal to zero). his led
when .stth]cctshavc bcgun to acquire Inorc sultal)lc conceptualization thcnt clthcr to Ignorc the princll)lc or conserv'ntlonfor lack
tools, illustratc this fact. wc shall discuss a Study conducted with knowlcdgcor the vclocltlcs or the cars. which variejl In Ihc
tenth gr.ldcrs (I'lrst year or hi".h school In France) momcntum(p) course or Ihclr displaccjnent. or to makc alH.•Infevenccs In
& W il•Ba aIs. 1987). order to apply thc conservationprjnriplc.
• followjngsituation was used and was alij• dat asscsslng (2) By making mlStakcs (usnally Sign crrors) Ililng the
the t•ptlons thc studcnls had acquircd arter a (caching scrics nlgcbralc c.xprcsslonsIn ordcr to malcc the thclr
lastlng approxlntatcly 12 hours. Two stnall tr •ti cars. analysis nt their I tuitit• or the real world.
cqtllppetl with an Identical rnagnct on onc end. werc placcd with
thclr cnds racing cach othcr on rcctlllncar.horizontal Il appears hcrc that predlcllons subjects capnblt of
Irarks. •111%'wcrc hcld In plaec at the onsct or thc cxpcrlmcllt. Inaklng on the basis of thCIr personal conccpuon: act a•:a meant: Of
Once relcascd. they moved towards cach other by thc slnu:lt: controlling a for:nal system (algcbra) which. all-Itoughavailablc. IS
attraction of thc magncts until thcy stuck togcthcr. not ycl sufficiently autonotnousfor them to bc able '0 apply the
control mcans Internal to that ronnalizcd systenv.
Bcrore Although thc cxamples considcrcd In this rhapter arc
ncccssnrllylimltcd. wc can scc that thc sources 'f error are varicd,
from—Lb
c
During
courscs other than mathctnntlcsor h sics and dlrrcvent ntcnning
In anot SCI!Ing. Many rescarchcrs
1 m2 it as n vocabultry-related or dennitlt.nal
rest 'Iting front dlffleully It'Ing graph
atnnnnts 1mtn;iti01
Figure
Studr:nt i.• s it•$ and
A. G. Vergnaud
ntincl they c•annot be oveł tłnlrss sul)Jeets abotll 01 expt•rlłnental sl(ttatlons, Start Inn
to lți•eotn.• awarc or such gap=î. and to move away frnłn thclr •own Intcrptctatlon tnodc avallablc to st.ndcnłs wlłcn re: pondlng to
ał s of thinking towards thosr dcvclopcd in IllC disclplinc. Thcse rcqtłcstS for prcdictlons abont cvcnts and vcrlflcatlon
plit nomena arc worth furthcr I estłgatto In cmplrlcal studł s of thosc cvcnts t• latedIntcrprctatlon).wr then aslccd thcm
wlnt•h has•c anty Just bcgttn to takc Intcrcst In IhiS Issue. Suel 10 do causal fnlcrprctatlon bascd on known ph sł al t• tlll s (Chc
stu IICS a • Still 100 llrnllcd In nutnbcr to cnablc us 10 sp ł thc słod of covariations and ott t • a l lło sIn 1110mass nnd vcloclt.y
contlltlon:; rcqulrcd ror o płual changc in studcnts. Thcrc Is lit: or mobllcs). Thcsc Iwo Intcrprctatlon modes assu łat lwith
ptiori reason to lł that IIIC condltlonsarc thc sał In cach 01 g apllł p s tatło s Illustratlng thr. l lș Of tlic situauon
Ilie dlscipllncs undcr o si•l atlo . Wc are Illtłs currcntly (small tralns rcprcscntcd In thclr spatłal cxtcnslon). The third
eontltłr.tit,g field studlcs an attcmpt to dclcrnłfnc: Ihc factors cotnprchcnslon modc. whlrlî involvcd d t t l ltłg thr quantl(y or
net ł•ssať} to such awarcncs:: and conccptual progtcss In cach hłotlo bcrore and artcr thc Itiltlng cvcnt. was achicvcd asklng ror
dis •ipli or branch, prcdlctłons abnttt tlic stałe or thc syslcm. Thr change In
For c.xnnłplc. one of tnost scrlous cllffirtllties In tcaclîîng rcprcscntatlon occurrlng at that połnt scrvcd thc purposc of
alg, Iwa in Junior hłgh school IS that ncgativc t ł s and In translatlng the propcrtlcs or thłs ł t p tatio od .•dlvlslon In
pa łleulal. a ncgativc solution to an cquatlotî. hnvc ł tuall no tlmc. considcratlon or thc Cwoslales of •lhc systcłn (the berorc" and
tn students, And Sin T. thc nollon or ttł Is assoclatcd llł "artcr".to thc dctrlmcnt of the."durlng"), and cstnl Ilsh ł t .of
with the .totlonof tncasurc (quantlty,magnlludc). a solutlon can rclallonshlps bctwccn thc stî'tcs.
pť. łtj . In an cxpcrltncnt on t a hł g łgllth gradcrs a
voc.itlonal hłgh school. wc Introduccdthc posslblllty of nndlng a 13crorc ftcr
ncg,ltlvc solutlotl to a p o lt• In whlch tlł unknown was a
t a ,s o ł.ltlo . a łou t ntnncrlcal data was such that the
sttltlc•nts t•ould not rcally antieipatc the słgn or thc transrortuallon:
Tlił' cf(ccts or such p.•actlccs -- which consist or clcarly to us Iłcre. overeonłlng the cvokcd abovc IS zcry hłgllly
(Ii:.tlngulshlng ł t p t tło modes throttgh thc usc or dlffcrcnt dcpcndcnt upon tlł constructlon of cone.cpls. lils lias Icd us to
lypes of .ncanlngrul u stlo ltłg ror cach tnoclc.and througll thc usc considcr thcsc conccpt[onsas "strps and h l ș" In the o st u Qło
Ol sytnbt.llc rcprcscntatlons spccłnc to cach can only bc asscsscd of thc ncccssary. conccpts. It appcars that In ccrtnln cascs.
In thc long run. Othcr than the scnttcrcd e p ł ł ts Ilkc thc oncs studcnts' Inltlal eoncrptłons tnay bc tliC prrcurgors Ol the to•bc•
havc eonduetcd. such praetlccs arc not currcntly bclng uscd to constructcd eonccpts. In othcr eascs. tlic nccłled cnnccpts can
teat•h pl yslcs. @ultcthc contrary. as can bc scen by cxarnlnłng onl bc constrltetcd thc crsnnal concr. tlons thr subJccI arc
st 11001tc.xt books. varlous dłrrcrcnt Intcrprctatłon łnodcs arc sct asidc. It Is no doubt In thc lattcr casc t at a tcacher's
constantly bclng Intcrmlxcd. Ihls may be a o - glłgł lesourcc of IntcrvcntlonIs ncccssary. partlrnlarly bccause It helps studenls
l.łs. antl should bc a ległtl ał conccrn or ps hologłsts. Polnt out thclr I su l l •sand dcvclop mcthuds fot controlling
thcir thougllt processcs. p ll łl a obscrvauons ł ad In our
CONCLUSION study of thc crrccls or such Intcrvcntlon (wlthln the serlcs
wc arc conductlng on an cxpcrlmrntal asłs upon the r.volullonof
Tl:ns. consłdcrlng the eonccptłons of Indivldunls bolh In the p o l ł •sol l gtnodcs nr slitdcnts snpport nur :ł l sls
ret:ards to tlłc błas thcy łnay introducc Into the Ihought proccsscs or provldc cvldcncc of thc lact that In tlłc sttldlcd,
nłathcnłallc.s ail(l physlcs. and In regards to thc help thcy :nay conccptunl eltangc lalccs
ptnvldc in acccsslng Ihosc th jught proccsscs. Is a complcx łask for
psy hologłst attctnptlng 10 Invcslłgatc thls Issuc. Indccd. 10 REFERENCES
sil natc Ihr. conccptlons of sul)Jccts rclatlvc to thcsc Iwo dlł sł s
Brlssland. R. (1988). ł• g d" aplt l •.h ł•ńg
łas s or hclps). a solcly psyt hologł al approach docs not sumce. It alldllć ďu ć o ć dc p o lč ł CE'2? R .țł
bcrgcr. eontrôle 'Ir. la
Is Indccd ncccssary to rcfcr to thc conccpts. modcls. types of 23-31.
re tsonlng. and symbollc s stt•ł sdcvclopcdIn Ihc dlsclpllnes laught Orousscatl. (1986). Fondcmenls et dc In I l l tltpłe dcn lltć tl ttes.
in thc Thls Ił pll s laklng an plsl t ologł alapproacl)to zł2), aa 177.
Chntnpagne. A.D.. Kloprcr. J..E., & Anderson. J.ll. 11981)). tli".
the knowlcdgc dotnalns undcr consIdcraI!011hcrc, In ordcr 10 I a ł g or clnsslcal t luł t s. W. {ą. 7' •
tułdcrstand thc dlfflcultlcs cncountcrcd by studcnts. By cołnpnrlng 1079-
Students• In Introdttctory titCCltm•lCS.
SI nclcnt cnnccptlons to tlłos dcvclopcd In tlic conccrncd
Cle:nent. J.
52.66-71.
dlsełpli s. thc runctlonal a•u of studcnts' tlłought proccsscs can Closset. J.l.. (1988). Unc posslble t ŕlltodologl pour la e l• ltesur Ic
bt• diagnoscd. ralsnnnetncntnaturclcn plłyslrłuc•.
problćnłatlqucct tesnltats Ic cas
In Ilię III'ht pr thc consldcrill"c thal rxi.qlS hctwccn (lic Sessa. A.A. (1983). Tlł e ol Ŕ - and the
7.43-58
lon or ln(ultlnn In D. Gcntncr
Invarlants șu l ts arc Ilkclv to ęo st tłgț d!ł l g I t pęli & A.L Stcvcns (Eds.). M.ALILLl-ł skIs.Illilsdale. NJ: Lawrence ľ. l au .
Driver. R.. & Eriksen. G. (1983). Tlteorles.ln-actlon: somc thtT2retlcaland emplrtcnl
with the cnvlronment,and the Invarlants thal tuakc u mathemaUcs łssues In the study or stud ttls•conccptual frmncwork.' In science. StudlAS-ł
Ig. 37.rĂ).
Ił pl ł • tatło of prcviously dcflncd Invarlants Is not surprlslng. It G l ł . R. & Gallłst l. R. (1978). Cambridge
llarvard Untvcrslty Press.
is pał tfctllar Intcrcst to us to find out tnorc al)011tsuch Invarlants. Gllbert. J.I(., & Watts (1983), Co t•pts. łseo eptło sand tt atľ c conccptlons:
espcclally thcy rcslst Instrucllonal Intcrvcntion, .slnce such chat łglngpcrspccllvcs In Sc!' nec Erlncatlon. IQ.
knowlctłgc will cnablc us to morc accuratcly dctcrtnłnc tlłc 61-98.
J. K.. (1085). n nnalysls tltr: Plngctlntt
eugnltlve óbstaelcs subJccts ntust ovcrcome. 'Incl concrptlons płogrnnłg,
In ordcr to bcttcr undcrstand thc proccsses of Intcllcctnal
the knowlcdge nr blascs Is not sufflclcnt. It is S. ( 1984).
u„l. nr Parł'
to study thc procrssrs by łncans or whiell sul)Jccts tnanagc
cnntvnl and ovcrconłc the: e blascs. cli.qr•îplincs
or Intcrest G.. Well. A
Verqnaud
It't•: en et en
I.et •lg a . & A. (1998). d'actlvlté de i r.déllsatlo •
clngse Spcclal Issuc: Modèlcs ct modélisation. Z. 121. l.
Mat •. •I. I.. (1987). End or
contract report. "A •ll Concrrtéc: Rechcrellr: cn cl ronnallone
Xcroxcd LIRESl rr
M ph sit•g. Arverlcan. 21.
M., & Kaiser. M.K. (1984).Childrcn'S physics. Tlu•S Is s. .
40-25.
Ogburn. J. (1085). Undcrstandlng sludents' u dersta dl "..s•. an t• a pl from
dyn;uttlcs. European Journal QLSL<LX-Ed.uc.QILQ.n. Z(2). 141-15'
F. (1085). Procédés (Ic la pensée rnathétnallquc
Il. S •.létéFrancnl.sr d'Illst l•r dcs S Icncc.s ct des
Tcchnlqucs.
M.C. (1985). • t gascons state. ln Drtvcr. E, Gucsnc. A. Tllnxgltlcn (F.cls.),
IP" • . l'hiladclphla: open Ut,tvcrslty
Ser •. M.G.. & Well. I Inrals. A. Nouvellr. apprnrhc ln des
gratldr:nrs pllyslqucs: éluclr. Ir;ttlsversalt•.(le ln
gaz attpti•s I I 15 l). 21-37
Siegler. R.S. (1983). e Innucnccs Icnrnlng. AUlCdC.au EICLLIEI. ZL.
'llbcrghlcn, A.. P.rlcksnn. G. t 1985). llcat and tcrnpcralure. -ln Driver. E. Gucsnc, &
A. Tiberghicn (Eds). Ipllln: open
Universlty.
A.. Well. narals. A. •1087). Les gpoii tl ln pensée
ct entantInc, ln A Giordan & J.L. Marltn;tId (Et'*
(pp Court tent:c "Ncuvli:tnr..qJournées Inter snr
l'Educatlon Sclenttrlqtgc,U.E R. de tics DISCIpll s•• Utllversl(y or
l'aris 7.
Trowbrltlgc. DSF... & MeDennotl. . t IOBI). Invcstlgatlnn or i'lldrrslntitllltg
or thc eonr:cpt or ln dl• etl.gl tl.
42(3). 242-253.
Verngaucl.G. (1987), Les rone.tlmtsde l'action ct CICla
rarrnatlt'tL Cles rottnalssant•.t•• chez l•cnrnnt.
(Eds.). Pari'
'Ic la I'IélaLlczP-sys11!1LL'lC.
Vergnaud. G. 119881. LICIE-JILLI.LC
pr cc)ucnLIQD.1 C M F. Vl:
Vergnaud. G.. Cortes. A.. Favrc.Ar11g P. (1988).Introduction 'Ic auprès des
débutants rall'les: problèmes eplstétnologlqucs Ct dldactlqucs. ln G. Vergnaud.
G, Droussaud. & M. Hulin E•ls. . Pldpç!lqpe et on-ds.s-g
l'rtxcccllngs or thc Sevrcs Colloqulutn, May 1987 Grenoble: t.n
l'cnsecSauvage.
Vlcttnot. (1970). Spontancmts 'casonln ln clcrnentary 'lynatlll' '4.
•222.
West. I..II.T.. & A.L tEds). (1!'B5). Cgenlllyc slmclurc apsl-c.Q.nsg
ulunisbnngc.
New k' Acaclcmlc Prcss.
Well.t)arals.A.. Lcmclgnan. G.. & Scre. M. G. t1990). Acqulslllon de nnnafssances
selentl(lqttcs ct (lévclnppctntut.ln G. Ncrclllnc (Ed.).
rnrrs: P.t I.F
CONSIDERAÇÕESSOBRE A TEORIA
DOS CAMPOS CONCEITUAIS
Anna Franchi
155
saber e contrato didático)
e lingüfstica. A relativa fa-
miliaridade com a Teoria dos Campos remos paralelamente à aprescntação da tcnria dos
não diminui a dificuldade da Conceituais campos conceituais fundamcntam-gc nessa; pesqui-
tarefa: os com:eitos sas, na minha experiência como professora c como
constitutivos da teoria são co
leitura e re ex o para sua uuita orientadora de matemática cm diferentes nívcis de en-
apropriação. Além disso, é sino e em pesquisas na árca recentcmcntc publicadas.
necessário selecionar aspectos
e exemplos para uma A teoria dos campos conceituais proposta por
apresentação organizada e clara
que atenda aos obje- Vergnaud (1990)
tivos e limites deste espaço de
divulgação. Procura-
mos nos manter fiéis aos textos
do autor, privilegian- é uma teoria cognitivista que visa a fornecer um quadrocoe-
do os artigos publicados em rcntc e alguns princípios dc basc para o estudo do desenvol-
1991, 1994, 1995. Fare-
mos referência explícita aos vimento e da aprendizagem de competências complexas,
textos consultados apenas
quando se tratar de tradução literal notadamentedas que relevam das ciências e das técnicas,
de uma parte sig- (p, 133)
nificativa desse texto.
—Resgyjxax„fundgmentadasna teoria dos campos
çpnceituais têm tomado como o •eto conhecimentose constituie se desepvplyçtwtempo
de estudo as si-
tuações de estrutura aditiva e as em
situações de com _as sigug-
multiplicativa. As primeiras compreendem estrutura O funcionamento cognitivo do
as qui re-
querem para sua resolução uma adição, sujeito em situação repousa sobre os conhecimentos
uma subtração
ou uma combinação dessas
operações. As segundas anteriormente formados; ao mesmo tempo o sujeito
requerem uma multiplicação, uma
divisão ou uma incorpora novos aspectos a esses conhecimentos des-
combinação dessas operações. Não envolvendo competências cada vez mais complexas.
é nossa intenção
apresentar essas estruturas, mas O estudo do funcionamentocognitivo não pode, por-
utilizar exemplos de
suas situações componentes para tanto, descartar questões relativas ao desçny,plvimçnto
refletir e levantar
questões sobre as principais
construções teóricas dos cognitivo. {Ateoria cognitiva proposta por Vergnaud
campos conceituais. Ocupar-nos-emos,
sobretudo, das contempla esse problema, buscando compor, em um
situações iniciais porque a influência
dessas situações mesmo foco de análise, desenvolvimento e funciona-
na constituição dos significados
das operações mate- mento cognitivo.
máticas e os danos causados pelo
descarte dessa in- Nessa perspectiva, os processos cognitivos são
fluência no ensino são mais fortemente
identificados entendidos como
comparativamente às mais avançadas.
Além disso, fo-
ram essas situações que se constituíram aqueles que organizam a conduta, a representação. e a per-
em objeto cas cepção, assim como o desenvolvimento de competênciase
pesquisas por nós desenvolvidas. As
reflexões que fa- de concepções de um sujeito no curso de sua cxpcriência¿
1-5
termos de operações
autor esclarece que "conhecimen@'_ se refere tanto ro, espaço, tempo, volume, em
classificação, inclusão, se-
a competências como a concepções e que: gerais como conservação,
nesses compo-
riação, analisando a progressividade
enquanto as concepções são em geral expressas por uma se- hierárquicas de dcscnvolvi-
nentes por meio de fases
qUência de enunciados. (.„.) as competências o fazcm por pela criança da con-
meio de açocs julgadas adequadas para tratar uma situação. Incnto. A apreensão progressiva
e descontínuas,
(Vergnaud, 1995) servação de quantidades contínuas
há décadas, ilus-
bastante discutida pelos educadores
conservação dc volu-
Ressaltamos, desde já, que na expressão "sujeito tra bem essa afirmação. Para a
considerando-se o cs-
em situação", acima utilizada, o termo situação não me, essa apreensão é estudada
um copo dc água
tem o mesmo significado que assume na teoriadas si- paço ocupado por uma bolinha em
da experiência —
tuaçóes didáticas de Brousseau. Nesta, as dimensões cuja forma é alterada no decorrer
pelo nível de
afetiva e dramática intervêm na análise dos fenôme- sendo o espaço ocupado reconhecido
nos didáticos tanto quanto a dimensão cognitiva (con- das crianças são
água no copo. Os comportamentos en-
difcrcnciação
forme pode-se ler cm texto dessa publicação). Ao re- avaliados em termos da progressiva
volume, pelo reco-
ferir-se a essa diferenciação e ao significado do termo tre quantidade de matéria, peso,
identificam esses
"situação" em sua teoria, Vergnaud (1990) afirma: nhecimento dos invariantes que
volume, trata-se
consü•uctos. No caso específico do
ocupado pela
limitar-nos-emos ao sentido que lhe atribui usualmente o
psicólogo, ou seja, os processos cognitivos e as respostas do
do reconhecimento de que o espaço
quando apresen-
sujeito são função das situações com as quais são confron- massa colocada na água não se altera
ou outra forma
tadas. (p. 50) ta a forma de bolinha ou de salsicha
marcantes na
qualquer. Observe-se que há defasagens
contínuas c
Mais precisamente, pode-se pensar em situação como aquisição da conservação de quantidades
quan-
um dado complexo de objetos,propriedadese rela- descontínuas bem como, no scgundo caso, entre
ções num espaço e tempo determinado,envolvendo o tidade de matéria, peso e volume.
0.{6.14
sujeito e suas ações. Pesquisas na área têm amplamente constatad0(
no
Muitos psicólogos têm tentado teorizar sobre a que o tipo de operação matemática mobilizada
constitui dx di
complexidade progressiva das competências das processo de resolução de problemas não se
crianças. Es-
crianças no interior de um sistema (uma organização) no fator essencial de dificuldade para as
e na na-
independente do conteúdo: lógica, lingüfstica, proces- ses fatores situam-se na ordem de grandeza
estrutu-
samento de informações. Por exemplo, Piaget, em al- tureza dos números (naturais, racionais...), na
(km,
gumas de suas obras, dedicou-se ao estudo de compo- ra textual, no tipo de referentes numéricos
nas opc-
nentes do conhecimento das crianças, tais com núme- km/hora, m); mas situam-sc csscncialmcntc
cc. ma.4
159
158
rações de pensamento necess
laçoes pertinentes entre os dados
eceyge- permitido estabelecer, nos domínios dc conhccimcnto
do problerua. Pode específicos acima rcfcridos, além dc uma psicogêncsc
de duas situações a longo prazo (como a acima citada para a conserva-
ppemsões ção de quantidade),
matemáticas e variáveis diferentes, como
esclarecerc-
mos oportunamente.
Essas constatações evidenciam que o
desenvol- situações" (Vergnaud, 1983a, p. 23). Essa análise pro-
vimento cognitivo é um processo a longo
o estudo das operações lógicas gerais,
termc e que põe-se a revolver os conhecimentos implícitos envol-
como as ante- vidos nas condutas de resolução dc problcmas c a
riormente mencionadas, reduz a
complexidade dos compreender rupturas e filiaçõcs cntrc esscs conhcci-
processos envolvidos nesse percurso.
A teoria dos mentos e suas manifestações.
reorienta e amplia esse (oco ante- Recolocando nesse enfoque a questão sobre o
rior de análise em duasdireções
complementares. conceito de volume de um paralelepípedo, por exem-
Uma primeira consiste em afirmar que um
enfo- PIO, deve-se considcrar volume como uma grandeza
que mais frutífero para o desenvolvimento
é obtido ffsico-geométrica que dá lugar:
o utilizando um sistema tendo como
referência o pró- • a comparações, estimativas, medições por con-
prio conteúdo do conhecimento e a análise conceitual tagem de unidades, aproximações, cálculos de somas
do domínio desse conhecimento.
Uma segunda con- e de diferenças, o que exige uma compreensão de uni-
siste em deslocar o interesse das pesquisas
do es.ñF dade de volume e caracteriza volume como grandeza
das estruturas gerais de pensamento para o estudo do unidimensional: por exemplo, calcular quantos tijolos
funcionamento cognitivo do "sujeitp - em - situaeo"
A)L-rnm_ de mesmo tamanho (unidade) são necessários para
considerando, por exemplo, as variáveis da situaEiio,
o preencher uma caixa dc um dcterminado tamanho, o
Z as Infernações_já no repertório cogmtivo que ocorre com o número de tijolos quando varia o
crus do sujeito, as operagões de pensamenta-
necessanas "tamanho" do tijolo, como escolher uma unidade de
para g_rgsoluçãoda situação, a
volume adequada ao espaço a ser medido, etc.
variáveis e dessas operações tendo em vista
o conteú- • a uma coordenaçãode elementosfísicos, geo-
do envolvido.
métricos e numéricos envolvidos na construção e
A teoria dos campos conceituais tem
produzido compreensãoda fórrnula para o cálculo do volume —
resultados esclarecedores para o processo de aquisi-
volume como grandeza tridimensional; nesta coorde-
çãO da aritmética e da álgebra elementar, da
georne- nação interferem conhecimentos, tais como paralelis-
tria, da _ffsiça elementar, da biologia, assim como
de mo e perpendicularidade de planos, altura do parale-
diferentes domínios tecnológicos. Tem igualmente
lepfpedoem relação à base c, em síntese, a compre,
160
ensão do modo de variação do volume em função da a organi7ação de uma situação didática cm um projcto co-
variação das dimensões lineares. letivo dc pcsquisa sala dc aula supõe ao mcsti10tctnpo
Em outros termos, a consideração das funções cpistcm016gicas dc um conceito.
a consideração da significação social dos domínios dc expc-
de aprendizagem traçam um riência aos quais cssc conccito se rcfcrc, das rcssonâncias
longo pcrcur?0 entre como do jogo do contrato didátieo e 'In se sub
uma propriedade invariantesero estabelecimento da
Nesse percurso e sobrc o conhecimento da difi ul•
sob a influência de várias situações, manifestam-se di- dos obstáculos habitu-
al!nentc dispo•
ferentes mobilizam-se difercntcs procedi-
nfvcis e das
mentos corretos e incorretos de resolução, utilizam-se
diferentes modos de representação para comunicar es- No que se refere ao ensino, a questão da impor-
sas concepçõese procedimentos.
tância e da possibilidadede o professorutilizar ele-
As reflexões acima evidenciam, por um lado,
mentos teóricos, advindos de uma análisc fina dos
que a teoria dos campos conceituais nãp se reduz a
comportamentosda criança cm sala de aula, coloca
didática; entretanto, pesquisas nesse enfo-
que colocam questões específicas e de grande interes- aquela relativa ao binômio ensino e pesquisa cuja rer
se para a Didática da Matemática e, de modo especial, flexão deixaremos a cargo do leitor. Entretanto,é in-
para orientar o professor na proposição de situações questionável a relevância dessa análise para o diag-
suscetíveis de fazer evoluir as concepções de seus alu- nóstico e a superação de dificuldades de alunos em
nos. Por outro lado, a Didática da Matemática, tal defasagem escolar,
como já mencionamosacima ao nos referirmos à si-
tuação, considera no estudo dos fenômenos de seu Esquemas e conceitos
campo de conhecimento dimensões mais globais e
1 - A teoria dos campos conceituais é uma teoria
amplas do ambiente escolar —dimensão sociocultural
envolvida na constituição do saber escolar e dimensão pragmática. ou seja, que faz apelc à noção de situação e
afetiva —introduzindo em conseqüência insü•umentos das apes dos sujeitos estas—aE. Esse processo
teóricos de análise tais como situação didática, contra- de elaboração pragmática não prejulga a natureza dos pro-
to didático, relação ao saber e outros. blemas a serem resolvidos: estes podem ser tanto de nature-
Como afirma Vergnaud referindo-se a uma situ- za teórica como de natureza prática. Isso não prejulga igual-
mente 0 papel da linguagem e do simbolismo na
ação didática: conceitualização. (Vergnaud, 1990,p. 135)
162 163
L, Problemas são ao mesmo
tempo práticos e teóricos
010 não somente em ri e larmcnte bem, a difercnça cntrc o sabcr f'azcr c a ca-
mesm ra as cria l_gas.
(eo:ia dos cam A pacidadc dc cxplicitar clararnentc csgc fazer, o que
conceituais visa a consü•ugio
nc PIOS de aponta uma via importante dc pesquisa relativa à prá-
tica pedagógica na escola. Rcmetemos o Icitor para
e os problemas prá-
ticos e teóricos em ue essas cssas publicações.
com etências cóncep-
ções se constituem. A As competências matemáticas também são sus-
-L natureza desta relação é
uma
questão epistemológica cuja tentadas por esquemas. Neste caso, Vergnaud (1991)
discussão não cabe no
âmbito deste capítulo. Entretanto analisa, entre outros, o esquema da enumeração de
é importante salien-
tar que essa relação uma pequena coleção de objetos discretos por uma
imprime ao conhecimento
traços locais e um domfnio muitos criança de cinco anos: por mais que varic a forma dc
de validade restrito, que
varia com a experiência e contar, por exemplo, copos na mesa, cadeiras da sala,
o desenvolvimento cognitivo.
A o eracionalidade de um pessoas sentadas de maneira esparsa em um jardim,
conceito abrangeuma não deixa de haver uma organização invariante essen-
diversidade de situações
manifestando-se sob uma va- cial para o funcionamento do csqucma: coordenação
riedade de ações e de esquemas.
Sabe-se que Piaget foi o primeiro dos movimentos dos olhos e gestos dos dedos e das
o conceito de esquema "para a desenvolver mãos, enunciação correta da série numérica, identifi-
totalidades dinâmicas e cação do último elemento da série como o cardinal do
não somente para formas
como já havia proposto a
Gestalt" (Vergnaud, 1995, p. conjunto enumerado (acentuação ou repetição do últi-
246).
Chama-se mo "número" pronunciado). Vê-se facilmente que o
uema à "forma estrutural da
dade", à organização invariante ativi-
da atividade do sujei-
to sobre uma classe de toras, a significantes (as palavras-números) e a cons-
situações dadas. É imporrante
marcar que a característica de truções conceituais, tais como as dc correspondência
ser invariante não se re-
fere aos elementos formais biunívoca entre conjuntos dc objetos e subconjuntos
que definem uma classe
situações, nem mesmo às ações, de de números naturais, a de cardinal e ordinal e outras,
mas refere-se essen-
cialmente ao que é invariante Recorre igualmente a conhecimentos, tais como os
na organização das
ações. que identificam o último elemento da série ordinal ao
Para esclarecer essa cardinal do conjunto. Esses conceitos e conhecimen-
noção, Vergnaud toma
como exemplo, em muitas de tos são implícitos e praticamente insuscetíveis de ex-
suas publicações, o des-
envolvimento de competências plicitação por uma criança nas fases iniciais da apren-
em bebês e em atletas,
Em Vergnaud (1995b) há um exemplo sobre dizagem de competências e conceitos aritméticos. En-
petência do técnico especializado, a com- tretanto, orientam o desenvolvimento da ação sep@o
que ilustra, particu-
chamados de conhecimento-cm-ato. A ausência dc
164
rcgras c as antccipa•
u:na conceituação adequada está no gentro da • infcrências. que pcrrnitcm calcular as
invariantes
(Io:; crros sistcmáticos comctidos pclos 41ynos. Assim, çõcs a partir das infortunçñesc do sistcntltdc1990. p. 159)
opcratórios dc quc dispõc o sujeito, (Vcrgnaud,
no decurso da contagem, são freqüentes os erros: omi-
tir elementos, contar duas vezes o mesmo elemento, tomarc-
Entre csscs componcntcs dos esquemas,
não atribuir ao último númcro da contagem qualidade
mos como objcto dc discussão os invariantes operató- 'mdl
de indicar a quantidade total de elementos contados. difcrcnças cn-
rios. Além de serem dctcrminantcs das
são constituin- h _
tre um esquema e outro, os invariantes
tema central
tes essenciais dos campos conceituais,
sujeito dispõe em seu repertório, a um motLer1tgdado de seu
deschVoÑn;ento e sob certas circunstâncias,dc competên- dcste capítulo.
cias necessárias ao tratamento relativamente imediato da si- Com esse objetivo analisaremos um problema
tuaçio. Mas ele é igualmente válido para a descoberta e in- aplicado para alunos de 10/11 anos, com defasagem
venção em situação de resoluçãode problemas.Muitos
esquemas são evocados sucessivamentee mesme simulta- escolar, por ocasião de nossa pesquisa sobre a com-
neamentc em uma situação nova para o sujeito. (Vcrgnaud, preensão das situaçõcs multiplicativas clcmcntarcs.
Faremos, em paralelo, algumas observações genéricas
1995, p. 176).
(W
Estes são emprestados do vasto repertório de esque- sobre as ações dos alunos no processo de resolução de
mas disponíveis, e notadamentedas classes de situa- problemas. Os procedimentos de resolução foram ex-
ções que parecem ter um parentesco com a situação traídos dos efetivamente utilizados por esse alunos
tratada no momento. (Franchi, 1995).
Um esquema não é um estereótippe sim uma função tem- Oferta de sabonetes
poralizada de argumentos, que permite gerar diferentes se-
qUências de ações e tomadas de informaçãoem função dos Em uma loja estavam anunciados os seguintes preços para
valores das variáveis da situaçio. Isto só é possfvel porque uma oferta de sabonetes:
um esquema comporta: sabonete de glicerina —I unidade: RSI,60
sabonetelavanda —caixa cl 4 unid: RS7,60
• invariantes operatóri0E ato e conceitpsem sabonete de algas —I unid.: RS 2,30
aos eiemen-
situação e apreensãoda informaçao so- Problema l- Maria comprou 6 sabonetes da mesma marca.
bre a situação a tratar; Pagou por eles RS 9,60. Maria comprou sabonetes da marca
• antecipações do objetivo a alcançar, dos efeitos a conside-
rar e das etapas interrnediárias eventuais;
• regras de ação do tipo "se...então", que permitem gerar a Problema 2 - Paulo gastou RS 15,20 para comprar 8 sabo-
seq(iência de açóes do sujeito; netes, Ele comprou sabonetes da marca
166 167
Observe-se que a estrutura do texto
influência das marcas verbais indicativas contornaa Eu já tinha reito muitas contas c não conseguia nada. então
dc urnamul- a tia Áurea dcu tuna cxplicaçãn:roi aí quc eu pensei se ctn
tiplicação ou divisão, constituídas pelas uma caixa tem 4 sabonetesc 2 têm 8 então veio na minha
expressões
cada um e ao todo (Brousseau,
1986; Nesher, 1988; cabeça que se fizesse 7,60 por 2. (Raquel)
Franchi, 1995).
Consideremos,antes, o problema 2. O aluno Os outros alunos, cm geral, não dcixar,tlll trans-
pode resolvê-lo de várias maneiras: parecer seu raciocínio nas respostas, contentando-se a
a) multiplicar 1,60 por 8, multiplicar reproduzir a questão que lhes fora colocada. Como
2,3() por 8
e comparar os produtos obtidos com o Cris:
gasto de Paulo;
neste caso descartará essas duas possibilidades
optan- Eu fiz essa conta para sabcr a marca quc clu comprou.
do pela terceira, podendo testá-la ou
não;
b) dividir 7,60 por 4 e multiplicar o
quocientepor A descrição acima evidencia quc para um mes-
8, comparandoo produtocom o dado do
problema; mo problema,ou uma mesma classe de situações, os
c) dividir 15,20 por 8 c dividir 7,80 por alunos mobili7.am Podctn propor
4, com-
parando, em seguida, os quocientes obtidos; de início soluçõesnão adequadasquc são sucessiva-
d) multiplicar o preço de 4 sabonetes de mente reelaboradas de modo não aleatório: há um ob-
lavanda
por 2 e compararo produtoobtido com o gasto jetivo a ser atingido, uma seqüência de ações realiza-
de
R$15,20;
das e avaliadas, há um certo conhecimento dos ele-
e) outros mentos manipulados, antecipações, inferências, em
Destes tratamentos, apenas o identificado síntese, observam-se muitos elementos organizadores
por (c)
não foi empregado pelos alunos. Estes fizeram das ações dos sujeitos. Nas respostas das crianças
várias
tentativas de encaminhamento prevalecendo pode-se observar igualmente a diferença entre um
a solução
R$15,20 dividido por 8, para a qual não investimento feito para alcançar um resultado c outro
souberamdar
continuidade, sendo então investigadas outras que consiste em mostrar por que essc resultado é
alter-
nativas: justo.
Eu dividi e não deu preço nenhum depois eu Atendo-se ao significado de invariante operató-
multipliquei rio, tomemos a justificativade Raquel. A afirmação
7,60 por 2 e deu 15,20. (Wagner)
feita por ela pode ser entendidacomo: se 4 objetos
Diante do insucesso e a partir de questões custam R$ 7,60, então 8 (2 vezes 4) objetos custam 2
co)o-
cadas pela professora, alguns alunos x 7,60 ou 2 vezes mais, Esse conhecimento pode ser
multiplicaram
R$7,60 por 2. Mas apenas uma aluna soube expresso pelo teorema-em-ato:
esboçar
uma justificativa para isso:
f nf(x),
168
g-tne-u to
onde fé uma função linear, n
um número natural e x conccito-em-ato não é um conccito, nem um tcorema-
um valor exprcsso na unidadc monetária
nacional. A
restrição que impusemos hipoteticamente
aos valores riamente explícitos.
de x e de n pretende atender à indicação
de Vergnaud
dc quc os tcorcmas cm ato têm uma Uni conceito-elli•atoé um conceito (objeto ou ptedicado)
validadc local
para as crianças, no que se refere tanto à natureza implicitamente tido por pcrtincnte, e teorema-cm-ato é utua
das proposição tida por verdadeira (Vcrgnaud, -1995, p.
quantidades quanto à extensão desse
domínio. É em decorrência dessa restrição
que o autor em um determinado domínio.
omite o quantificador na proposição acima
(Vergnaud Os exemplos ilustram igualmentea afirmação:
1990, p. 142; 1995, p. 180).
Para o problema l, foram apresentadasduasjus- Os conhecimentosexplícitos não formam senão a parte vi,
tificativas interessantes, sendo que em uma delas sfvel do iceberg da conceitualização: sem a parte oculta for-
mada pelos invariantes operatórios, esta parte visível nada
são explicitadas relações indicativas de uma certa
in- seria, Vice-versa. não se sabe falar dos invariantes operató-
tcncionalidade c antecipação no encaminhamento da rios intcgrados nos csquctnas, senão cont u ujudll de conhe-
solução: cimentos explícitos: proposições, funções proposicionais,
argumentos-objetos.(1990. p. 145)
eu fiz 2,30 vezes seis e passou a quantidade;então eu
fiz a
outra conta. (Roberta) Com estas afirmações, Vergnaud ressalta a ne-
cessidade de considerar os tipos lógicos próprios a es-
primeiro fiz 2,30 vezes 6 mas não deu certo porqueo
nú- ses conhecimentos explfcitos, analisando a forma e o
mero passou; entãopensei: já que passou vou tentarum nú-
mero menor. (Raquel) status de cada um deles. Faremos apenas uma menção
rápida a esse assunto:
Neste último caso, o teorema-em-ato pode ser • os teoremas assumem a forma de proposições,
explicitado na forma: possfveis de serem avaliadas como verdadeiras ou fal-
dadosXI e , se > x2, entãoflx,) > f(X2) sas em um certo domínio, tomadas como instrumento
operatório na atividade do sujeito;
x, sendo fuma função da forma y = nx, n um número
• conceitos-em-ato ou categorias-em-ato são re-
natural e x uma medida, expressa na forma decimal,
presentados por meio de propriedades e relações e ex-
assumindo valores em um domínio limitado.
plicitados na forma de funções proposicionais:
Esses exemplos permitem compreender o poder
• os objetos são do tipo argumentoe, em mate-
dos teoremassubjacentes à ação, assim como a
dife- mática, podem ser relações, propriedadcs, proposi-
rença entre conceitos-em-ato e teoremas-em-ato. Um
Góes, funções proposicionais...
170
171
e sinais) representam
Para funcionar como um instrumento, um conceito não pre- De fato, os significantes(símbolos
dc ordctn cognitiva e psi
cisa scr tomado como objcto dc pcnsamcnto: é suficiente significudos quc são clcs tncstnos
dc significantesc signi-
que seja uma relaçãoou uma propriedadede objetosjá cológica. O conhecimentoconsiste mas tam-
de símbolos
construídos. Ele se tomará objeto, apenas quando puder ser ficados: ele não é formado somente
rcfletem ao mesmo tcmpo o
tomado como argumento de outra proposição tidt por ver- bém de conceitos c nc*s quc
sujeito no mundo cnatcrial.
dadeira. (Vergnaud, 1995, p. 180) mundo material e a utividadc do
(Vergnaud, 1981)
Vergnaud pontua que esse jogo entre predicaclo e ar-
as anteriores,
gumento é uma outra maneira de falar da dialética fer- A partir de considerações como
constituído de
ramenta-objeto (ou operação/objeto), assunto esse Vergnaud considera um conceito como
abordado no capítulo de mesmo nome deste volume. três conjuntos:
o sentido é
As considerações anteriores privilegiam p S: conjunto de situaçõcs em que
te da funcionalidade dos conhecimentos matemáticos
constituído (referência);
ou seja, a sua natureza operatória. O papel -€lfigua- concei-
I: conjunto dos invariantes operatórios,
representação sim- intcvvê'll nos es-
bólica, no processo de conceitualização do leal, é tos-em-ato e tcorcmas-cm-ato quc
situações (o signifi-
igualmente muito importante. De fato a simbolização quemas de u•atamento dessas
não representa apenas um papel de comunicação, mas cado);
e não
o de instrumentode organizaçãode experiências,um L: conjunto de representações linguísticas
instrumento de conceitualização do real. Uma avalia- lingüfsticas que permitem representar simbolicamente
às quais
ção correta da função adaptativa do conhecimento o conceito, suas propriedades, as situações
que
deve portanto conceder um lugar central às formas ele se aplica e os procedimentosde tratamento
que esse conhecimento assume na ação do indi\fcluo,
dele se nutrem (o significante).
buscando uma compreensão correta da função dos
O que é campo conceitual? Para esclarecer essa
símbolos ou dos sinais (significantes). Na teoria pro- características
posta por Vergnaud, essa compreensão é perpassada questão, transcrevemos as seguintes
1994):
pela noção de Leprçsentação. Vergnaud insere-se_ desse campo conforme Vergnaud (1985, 1990,
os teóricos que consideram a existência de uma Ine- de um
O estudo do desenvolvimento e do funcionamento
de sua uti-
conceito, no decurso da aprendizagem ou quando
plano das si-
lizaçio, deve considerar, ao mesmo tempo• o
representações
tuações, o dos invariantes operatórios e o das
realidade), Em outros termos, a representação se entre significan-
simbólicas. Não há em geral bijeçüo entre
e si-
iedüz a um sistema simbólico remetendo diretamente I tes e significados, nem entre [esqucmasl invariantes
ao mundo material. tuaçóes.
172 173
Um conceito se constitui através
de uma variedade de si-
tuaçõcs, c difcrcntcs invariantes
estio envolvidoscm dife- cidindo sobre uma quantidadc inicial, a altcram para
rentes situações. Ao mesmo tempo, uma
situação não pode mais ou para menos, obtcndo-sc uma quantidade final
ser analisada pela via de um
único conceito, pois sua reso-
lução mobiliza, como já vimos,
maior ou menor que a inicial. No problema 2, deve
vários esquemas. ser determinadaa quantidadefinal .com quanto fi-
A respeito do campo conceitual cou), no problema 3, a transformação (quanto ga-
aditivo existe nhou). A essas diferenças se fazem, geralmente, cor-
atualmente um grande número de
pesquisas, apresen- responder diferentes procedimentos.
tando convergência em muitos
aspectos e discordân- No problema 2 ("tem 54... deu 13"), o aluno
cias em outros. Em Damm (1992)
encontra-se uma pode utilizar um procedimento de contagem regressi-
síntese esclarecedora sobre esse tema.
Tomaremos, va, enumerando treze números subscqücntcs (53, 52,
desse campo, exemplos dc situações
quc revelam par- 42, 41). Estc proccdimcnto é mais frcq(iente quan-
ticularmente bem as diferentes naturezas
das opera- do a contagem envolve poucos números. O aluno
ções cognitivas envolvidas na resolução
de diferentes pode fazer o cálculo mentalmente,de modo mais ou
classes de situação. A partir disto,
discutiremos rela-
ções possíveis entre situações, invariantes menos sistemático ou, ainda, cfctuar o algoritmo da
e signifi- subtração.
cantes.
Em contraposição,no problema 3 ("tinha 38...
Consideremos como exemplo frês problemas
viais de subtração. tri- ficando com 50") é mais frequenteencontrarmosos
seguintes procedimentos:
1. Em uma sala de aula estão presentes
38 alu- A - calcular "quanto devo scmar a 38 para obter
nos. Sabendo-se que 17 são meninas,
quantos serão os 50?" e dar uma resposta na forma de adição. Para de-
meninos?
terminar essa diferença pode ser feita uma contagem
2. Cláudio faz uma coleção de selos.
Sua cole- progressiva enumerando-se doze palavras-números a
ção tem 54 selos. Destes ele deu 13 para
seu amigo partir de 39 (39, 40, . 50) ou um cálculo mental, ou,
Marcos. Com quantos selos ficou sua
coleção? ainda, recorrer a uma técnica inspirada na técnica da
3. Regina tinha 38 selos, ganhou mais
alguns, fi- adição em que um de seus termos é desconhecido:
cando com 50 selos. Quantos selos ganhou?
B - fazer e testar hipóteses quanto aos números
As relações de natureza semântica situam
estes a serem somados a 38 (38 + 5; 38 + IO ; 38 + 12) e
textos em duas classes diferentes. O problema
I des- avaliar sucessivamente os resultados.
creve uma situação em que se reúnem ou se
contam Quanto aos significantes, restrinjo-me, no mo-
juntos os objetos discretos de duas coleções
distintas mento, a considerações relativas ao tratamento mate-
e sem elementos comuns. Os problemas
2 e 3 descre- mático do texto de uma situação aditiva, qucr por
vem transformações que ocorrem no tempo
e que, in- meio de uma técnica operatória,quer por meio de
174
175
o número está
igualdades da forma (a + b = c), (t: - b = a) primeiros estágios da aprendizagem, mcdida: cardi-
dc
com "a", "b", "c" números naturais. Em nossa reali- intrinsecamcntc ligado ao conccito
de valores monetários,
dade educacional, muitos livros didáticos introduzem, nalidade de coleções, medidas
medidas dc capaci-
desde as primeiras séries do ensino fundamental, medidas de magnitudes espaciais,
s o cra ócs dc adi •ão e dc
subtração
igualdades como essas, bem como problemas de sub- dade, etc. Nessa
tração de diferentes classes (quanto falta, quantos a que dão idadc ao conceito dc númcrc
aditiva acirna
mais) impondo às que os representem, de ime- perspectiva, os problemas dc cstrutura
diato, por meio de uma fórmula subtrativa (a • b = c). discutidos são classificados como:
em uma tcrceira;
Daf nosso interesse nessa reflexão. • composição de duas mcdidas
dc uma medida ini-
Voltemos aos problemas 2 e 3 acima, lembrando • transformação quantificada
quc, do ponto dc vista matemático, ambos são inter- cial em uma medida final.
pertencem à pri-
pretados por meio de uma subtração. Entretanto, com- Problemas como o problema 1
interpreta-
parando os procedimentos utilizados para resolvê-los, meira classe, sendo mais adequadamente
partc-todo. A conjun-
tem sido observado que os primeiros conduzem mais dos em termos de uma relação
medida c da per-
freqüentemente à igualdade matemática expressa por ção da concepção de número como
teorema-em-ato que
"a - b = c" (54 - 13 = 41, em que 41 é o número cal- cepção dessa relação conduz ao
culado), enquanto os segundos privilegiam a igualda- pode ser expresso por
de expressa por "a + b = c" (38 + 12 = 50, em que 12 (B)
é o termo calculado).Genericamente,(c - b cardinal (A U B) = cardinal (A) + cardinal
.x),e
da
A compreensãopela criança dos problemas
(a+ x = b) para o primeiro e segundo casos, respecti-
•
vamente. Além disso, é possível a ocqrrência do uso
segunda classerepousa em teoremas-em-ato gue su- . 0 Y
de algoritmos que consistem em determinar um termo de_qggudjçao, dv.Q„
rtam o reconhecimento
acrésgi-
desconhecido (c - x = a) da subtração (ver entre outros
incidindo sobre uma medida (E), produz um
Franchi, 1977; E.R.M.E.L., 1978, 1995). No ensino é produz_pma diminuiç#p
impossível pensar esses procedimentos como redutf- coor- .r„r,
dessa medid4. O reconhecimento desse teorema
veis instantaneamente a um procedimento canônico utilizar
dena-se ao desenvolvimento da capacidade de
de adição ou subtr±9ão.
Passemos à análise dessas relações e desses pro- 1982), as
l. Em publicações anteriores (Vergnaud, 1981 e
cedimentos na teoria dos campos conceituais. Para transformaçõesaditivas e•subtrativas são explicitamente
diferente-
essa reflexão utilizaremos basicamente Vergnaud et indicadas por números positivos e negativos,
última inter-
alii 1994, em seu artigo sobre Epistemologia e Psico- mente do que ocorre nessa publicação. Essa
pretaçüoé mais adequadado ponto de vista matemático.
logia. Essa teoria considera que, principalmente.nos
177
176
contagens crescentes na adição
e decrescentes na sub- Uma explicitação possível do raciocínio de inversão seria:
tração (cf Bergcron e Ilcrcovics, in
1994).
Vergnaudet alii, há 8 passageiros que eles dreiarr estor no Ônibus
. () que dá 21 + 8 =29. (Ricco, Gustnun c Porro, 1975)
A partir dessas
construções conceituais, Essa rcprcscntação csqucmática pcrmitc rcprc-
Vergnaud representa genericamente
os problemas da sentar todos os problemas da mesma classe por um
segunda classe por esquemas
do tipo: significante com clcmcntos invariantes, o quc contri-
o bui, segundo os autores,para uma melhor identifica-
ção do significado e para a transformação desse signi-
ficado em objeto dc pensamento.É igualmentc possí-
em que representa uma medida, O uma relação vel representar o teorema-em-ato de modo genérico:
(positiva ou negativa) e a incógnita se o estado final é igual ao cstado inicial ao qual sc
refere-se à medida
inicial, à transformação ou à medida aplica uma transformação T, então o estado inicial é
final.
Para Vergnaud et alii, igual ao estado final ao qual se aplica a transformação
inversa de T:
se os cardinais abrem caminho para
o conceitode números
naturais, as transformaçõese
comparaçõeso fazem para o
conceito de números inteiros: elas
podem ser invertidas,
como também combinadas de maneiras Neste enfoque, problemas pertencentes à classe
diferentes das com-
binações efetuadascom cardinais.
'composição de duas transformações" seriam, mai
Nesse sentido, um problema que pede adequadamente, representados pelo esquema:
a deterrninação
de um estado inicial, sendo dados a -b
transfonnação e
o estado final, é resolvido pela inversão
da ransfor-
mação e aplicação da transformação assim e traduzidomatematicamentepor (+a) +
obtida so- =e
bre o estado final. Sirva de exemplo o
problema:
Essa interpretação se constitui em um recurso
Em um ônibus havia muitos passageiros.
Na paradada pra- significativo para a introdução da notação matemática
ça central desceram 8 e ficaram 21. Quantos
passageiros ha- da adição de números inteiros; entretanto, a nosso ver,
via no ônibus antes dessa parada?
é precoce no ensino elementar. Nesse nível, as trans-
Esse problema correspondeao esquema: formações temporais poderiam ser interpretadas intui-
tivamente no sentido anteriormente descrito, ou seja,
21
como relacionadas ao reconhecimentode que a adi-
178
179
ção, a licada a uma
medida, produz um
essa medida c a subtru acréscimo A classificação dc situaçõcs resulta dc conside-
ao roduz uni
Os aspectos acima rações dc ordclll tanto psicológica cogno
discutidos ressaltam a perti-
nência de gerar uma uma classificação feita cxclusivamcnte por critérios
classificação de situações alicer-
çada na análise das tarefas matemáticos negligenciaria distinções importantcs
cognitivas e dos procedi-
mentos postos em jogo para a didática, Entretanto um dos desafios colocados
em cada uma delas. Ao deli-
mitar o significado de para a psicologia da aprendizagem em mAc'T2átlcaé
situação em sua teoriA
do-a como um fator de toman- para Vergnaud o de estabelecer classific õe,s•,descre- 'o
influência sobre os processos
cognitivos e as ações dos ver proce Imen os, ormular conhcimentos em ato,
sujeitos, Vergnaud (1990,
p. 150) considera duas idéias analisar a estrutura e a função das enunciações e
principais:
l. a de variedade: existe representações simbólicas em termos
uma grande variedade
de situações em um campo sentido matemático (Vcrgnaud, 1990, p. 156),
conceitual dado, e as va-
riáveis de situação são um Sendo relativo a uma classe de situação bem de-
meio de gerar de maneira
sistemática o conjunto de classes finida. o esquema tem. como dissemos. um dQmínio
possfvcis;
2. a de história: os dc validade limitado. Colocmn-sc, portanto, dois pon-
conhecimentos do alunos são
elaborados pelas situações que tos cruciais. O primeiro rcfcrc-sc à necessidade dc cx-
eles enfrentaram e do-
minaram progressivamente, tensão do esquema a uma classe mais larga de situa-
//n-,on sobretudo pelas primeiras
situações em que esses
conhecimentos foram constitu- ções. Para exemplificar, nos casos de subtração antes
ídos.
estudados, tratar-se-ia de estender o significado de
Essa história é a história da
aprendizagem mate- subtração para além do que é intrínseco ao modelo
mática. Como observa Vergnaud
no mesmo texto (p. aditivo de perdas e ganhos. Pode-se então falar
157) de uma história individual, em de deslocalização, de generalização, de descontextua-
Ir Ili pode, entretanto, constatar que se
regularidades impressio- lização.
nantesde uma criança a outra na
wJ elas abordam e tratam uma
maneirapor que No segundo ponto, considera-se a aplicação in-
mesma situação, nas con- devida de um esquema a uma classe mais larga de si-
cepções primitivas que desenvolvem
a respeite dos tuações. Tomemos, por exemplo, a resolução da equa-
objetos, de suas propriedades e de
suas relações, e ção a + x = c, no conjunto de números inteiros, quan-
das etapas por que passam.
Essas etapas não são to- do c < a. Nesse processo,emergem raciocínios pouco
talmente ordenadas; elas não
obedecem a um calen- abrangentes e ocorrem dificuldades e erros sistemáti
dário estrito; as regularidades
incidem sobre disrri- cos que revelam a interferência de esquemas que fo-
buições deprocedimentos e não são
univocamente de- ram anteriormente empregados com eficiência para os
terminadas.
números naturais. Em Gallardo e Rojano (1989),
180
181
Vergnaud e Cortez (1987) há estudos
detalhados sobre que relaciona essas variáveis não represcnta carro nem reais,
essa questão. mas reais por carro.
A descontextualização
e a generalizaçãosão
prqcçssos fundamentais na apropriação
pelo aluno da Estes diferentes conceitos e modos dc operar são
linguagem matemática, do mesmo modo
ue os me- interpretadosatravés dc rclaçõcs dc proporcionalidade
dLJl,g-- uma simples. Nesta perspectiva, a relação multiplicativa
mesma situação podem.onstituir-se em não se traduz por uma rclação binária, ou scja, por um
obstáculos
(cf. Artigue, 1991 e texto desse volume. raciocínio que, a um par de números de um dado cam-
po numérico, faz corresponder um terceiro número
O campo conceitual das esfruturas desse campo; ao contrário, caractcriza-sc por lidar
multiplicati-
vas (C.C.M.) é ao mesmo tempo o conjunto com duas variáveis dc cspaços dc mcdidas dc nature-
das situa-
ções cujo tratamento envolve uma ou mais zas diferentes, que assumem valores em uma razão
multiplica-
ções ou divisões, o conjuntodê conceitose dada. Os teoremas-em-ato implfcitos aos diferentes
teoremas
que permitem analisar essas situações: raciocínios, aplicados para resolvcr problemas cnqua-
proporção sim-
ples e proporção múltipla, função linear e drados na categoria acima, são tomados das proprie-
n-linear, re-
lação escalar, quociente e produto de dimensões, dades do isomorfismo da função linear.
com-
binação linear e aplicação linear, etc. Para esclarecer essas afirmações, representemos
Uma simples multiplicação que está na origem relações estabelecidas entre objetos e custos (no pro-
desses conceitos envolve questões cruciais.
Vergnaud blema acima, I carro custa 6, 5 carros custam 30) pelo
exemplifica essas dificuldades com um problema esquema:
en-
volvendo o custo de alguns objetos, sendo dado
o cus-
to unitário. Seja, por exemplo, calcular o preço Ml M2
de 5
carrinhos de plástico sabendo-se que um custa t,
R$ 1 6
6,00:
182 183
terminar o preço de 5 carros: 5 carros custam 5 vezes
condição: como no cxcmplo se 5/30 então 15/9(),co-
o preço de um carm. O tcoretna-cm-atoimplícito out10S casos aná-
a locado no gráfico acirna. Neste e
esse raciocínio é entendido por Vergnaud (1994)
logos, o teorema-em-ato assumc as formas'.
como segue:
f(nx) = nf(x) (já discutido anteriormcntc)
f(5.1) = 5 fi) f(ntx + nzx) = nd(x) + nzf(x)
ou, genericamente:
Para Vergnaud, a classificação hierárquica dos
problemas de multiplicação e de divisão deve servir
como instrumentode estudo da complexidade cogni-
Isto é usualmente introduzido por meio da adi- tiva crescente desse campo. Para isso dcvcm scr con-
ção repetida e, conseqüentemente, baseia-se sobre siderados aspectos como os que acima discutimos re-
propriedades do isomorfismo aditivo: lativos à estrutura conceitual, ao domínio de experiên-
cia usado, aos valores numéricos. Nessa dircção, a
primeira classe de situações é denominada "classe de
situações simples", podendo ser decomposta em qua-
Uma relação funcional consiste, no exemplo tro subclasses, representadas por.
dado, em determinaro valor da funçãof(x) para
x=5, ou seja, efetuar 6x5. O teorema-em-atocorres-
pondente pode ser explicitado por multiplicação divisão I divisão 2 quarta proporcional
18d
A distinção entrc multiplicação, divisão
I (parti- çõcs dc concatenação dc proporções simples, dc dupla
çao) c divisão 2 (quota) tem sido
comumentcaceita proporcionalidade, dc cotnparaçü() dc razões (rates
para os elementos básicos do campo conceitual
mul- and ratios) para as quais é impossível analisar os pro-
tiplicativo, Vcrgnaud considera, entretanto,
que isso é cedimentos dos estudantesscm o modclo das funçõcs
verdadeiro somente para domínios de referência
que lineares e bilineares e a clara identificação das mag-
incluem objetos conceitualmentesimples, tais
como, nitudes envolvidas. Quanto a este último aspecto,
objetos discretos, mercadorias, etc. e quando
os valo- deve-se observar que, no caso dos problemas multipli-
res numéricos são números inteiros.
cativos, o domínio de experiência a que o problema se
Um exemplo de situação da divisão partição,
no refere é particularmente importante: muitos problc-
caso do problema acima discutido, é:
mas multiplicativos interpretam-se por meio dc rela-
• dado o preço de 5 carrinhos —R$ 30,00, deter-
ções que, ao combinar duas medidas cm difcrcntcs
minar o preço de um carrinho, o que é pensado em
unidades, produzem uma medida cuja unidade não é
termos de 30,00 repartido, dividido igualmente em 5 referencialmente a mesma nem do multiplicando, nem
partcs.
do multiplicador. Assim, sc um carro pcreorrc cm .
Já para a divisão quota temos.
horas 240 km, em uma hora deverá percorrer 80
com $ 30,00 quantos carrinhos de $ 6,00 se
km,'h, e não quilômetros ou horas. Além disso, as si-
pode comprar?
tuações-problema envolvendo medidas de tempo, de
Neste caso (30,00 : 6,00) seria lido em lingua-
velocidade, de densidade, etc. podcm ou não scr sig-
gem técnica como: trinta reais quantos seis reais
nificativas para os alunos, conforme a experiência que
têm? Essas diferentes interpretações levantam ques-
tenham nesse campo.
tões polêmicas impossfveis de serem aqui discutidas,
O modelo multiplicativo adotado por Vergnaud
O leitor encontrará uma discussão pormenorizada, sob
releva um aspecto importante do pensamento multi-
a perspectiva da influência da linguagem verbal, em
plicativo, ou seja, a proporcionalidade, o que permite
Franchi (1995)3. Encontrará, igualmente, análises em
estender esse modelo para situações multiplicativas
diferentes pespectivas e uma ampla bibliografia sobre
complexas e inclusive para diferentes campos numé-
diferentes classes de problemas multiplicativos em fases iniciais da
ricos.
Harel e COnfrey (1994b), Nunes (1997).
das operasões arjgnéticas, faz-se necessária a coorde-
Não discutiremos as relações de base que engen-
nação de diferentes processos que levam ao significa-
dram as demais classes do CCM. Estas envolvem di-
do os elementos constitutivos de uma situação mul-
ferentes raciocínios de proporcionalidade em situa-
tiplicativa (adi ão re tig_ggn$jtujçgo de seqüên-
Cias, ta uada, cálculo de algoritmos). Ta} coordenação
3. Elaborada com a assessoriado professor Carlos Franchi, -se domina em um longo trabalho de elaboração em
186 187
Cqmo proceder
que diferentes significados locais se integram em uma não podem ser ensinados dirctamentc.
•an0ni
complcxa rcdc dc rclaçõcs. ara uc o aluno rceonhc os roccditncntos
O estudo da estrutura de uma operação envolve oblc-
cos uc s
favorc-
conforme Davidov (1991) uma análise das situações Ou colocando cm outros termos, como
iniciais e dos níveis de sua execução a partir das procedimentos equi-
cer a integração entre diferentes
Por exem-
transformações sobre objetos imediatos em que se valentes para um certo tipo dc problemas?
(tinha 38
fundamentam as transformações subseqüentes. A con- PIO, no problema dos selos de Regina
dição característica da multiplicação chamada trivial, ganhou alguns ficou com 50), já analisado neste
= 50", com
ou seja, redutível à adição reiterada da mesma parcela texto, trata-se de relacionar "38 +
—e as informaçõesadvindas do ato de ensinar essa demais planos de
"50 - 38 = . e com significantes dos
operação —devem integrar-se ao exame teórico dos outros.
representação, tais como diagramas dc sctas c
elementos que integram sua estrutura. O modelo pre- A nosso ver, uma condição indispensável é que
conizado por Vergnaud não abarca, entretanto, esses
aspectos. é essencial que ele ssa utilizar scus ró rios roce-
Imentos a da representaçãoque ele
Considerações finais situação A discussão e socialização desses procedi-
mentos em classe é fundamentalpara a investigação
produção
A consideração de uma enorme gama de possi- dos conhecimentos em ação mobilizados na
bilidades de enfocar os significados constituídos em desses procedimentos, facilitando, no momcnto opor-
situação, bem como dos diferentesmodos de expres- tuno, a percepção pelos alunos das relações entre os
são desses significados no processo de construção da vários procedimentose a avali maior ou me-
linguagem matemática, coloca questões crucieis para nor e ICI ncia e economia de cada um deles. De modo
a didática. Abordaremos algumas delas. análogo, trará indicações sobre que novos modos de
dar representação entre os discutidos, elaborados e toma-
solu- dos como elementos eficientes de comunicação pelos
ção de diferentes classes de situação, de moag a se alunos serão oportuna e convenientemente introduzi-
constituírem em instrumentos para a elaboração pelos dos e socializados na classe.
alunos de seus procedimentospróprios? Temos constatado a forte influência do plano de
Para a maior parte dos problemas que acabamos representação como agente mobilizador de um ou ou-
de analisar, os procedimentos canônicos ou estandar- tro procedimento. Não é a mesma coisa, por um lado,
dizados não correspondem diretamente aos processos de jogos em
cognitivos envolvidosna sua resoluçãoe, portanto, e
que o aluno deve registrar e calcular pontos ganhos
188 189
pontos perdidos •em diferentes
jogadas, expressar por auxiliam na comprccnsão, assgm como diagramas cs-
meio de adições as diferentes quctnáticos podctn ter ulil papel no esclareci:nento de
possibilidades de repar-
tir um certo número de objetos entre certas propriedades. Dcvcm-sc, porém, escolhcr cui-
duas pessoas, li-
dar com situações simuladas de comprar, dadosamente o momento e a forma de introdução dcs-
pagar, rece-
ber, preencher notas fiscais, etc.
por outro lado, re- ses diagramas e avaliar criteriosamente sua efetiva
solver problemas verbais. em que há contribuição para clarificação e desenvolvimento do
uma forte inter-
ferência da linguagem natural no texto do raciocínio. Deve-se evitar que a introdução dcsscs rc-
problema.
No caso da estrutura aditiva, essa interferência
se ma- cursos simbólicos venha a provocar uma utilização
nifesta de modo mais decisivo no significado mecânica de procedimentos não significativos, consti-
das ex-
pressões verbais que estabelecem relações tuindo-se apenas em recurso subsidiário das práticas
entre os
elementos da situação descritapelo texto. usualmente chamadas, na nossa tradição pcdagógica,
Assim é que, em uma atividade com objetos de "prova real" ou "operaçãoinversa" (por exemplo,
do
mundo fisico caracterizados por ganhos e verificar se o resultado de um algorítmo da adição
perdas (por
exemplo fichas ganhas e perdidas), pode-se está correto empregando o algoritmo da subtração e
compor
um todo, do mesmo modo que se pode
imaginar, em vice-versa).
uma classe, meninos saindo e ficando as já foram desenvolvidas muitas pesquisas estu-
meninas. Es-
tes raciocínios podem ser explícitos verbalmente,
sem dando inclusive a contribuição de representações es-
nenhum trauma para as crianças. Ao citá-los, não quemáticas no ensino de problemas aditivos. Em
es-
tamos negando a classificação dos problemas, ante- Damm (1992), há um relato sintético dessas pesqui-
riormente feita. A interferência da semântica do texto sas, entre as quais vale comentar a de Bernard e
nos procedimenT;--ãõãGñõÜiiñiTêññõñõêüfiu- Janvier (1985). Esses autores fizeram uma pesquisa
ral e não apenas didático, como tem sido amplamente
sobre a contribuição dessas representações esquemáti-
en Ica q nas pesquisas na cas, sobretudo em problemas da classe transfonnação
Representações significativas, intermediárias en- de medidas e composição de transfonnações, em que
a situação problema e seu tratamento matemático, o dado procurado é a transformação,Classificaram es-
ses problemas como de reconstrução de uma transfor-
4. Em pesquisa que desenvolvemos em 1977, mação aritmética. Entre as conclusões há constatações
enfocamos ex-
plicitamente essa questão, trabalhando com 60 indicando que
crianças no
grupo experimental e 60 no grupo controle,
sendo que no
primeiro grupo foram introduzidas apenas situações as setas sugerem um deslocamento para a minoria das crian-
de se-
paração de um todo em partes. Foram selecionadas ças. Poucas crianças interpretam as flechas de um modo
classes
da primeira série do ensino fundamental. dinâmico Em geral as crianças hão utilizam as repre-
190 191
sentações propostas, nem chegam a perceber
a relação entre
a rcprcsentação c o problema proposto. tomada apenas como um ato de comunicação posteri-
(Damm, 1992)
or ou apenas a finalização verbal da atividade.
Observe-se que a interpretação de flechas fazia Finalmente, consideramosa necessidadc dc pcs-
parte de um trabalho mais global em que os quisas que tenham como locus a sala de aula, em con-
autores
constataram as dificuldades de representação da dições que permitam integrar, aos significados atribuí-
reta
numérica para as crianças. dos pelos alunos ao conhecimentomatemático,a in-
Parece-nos razoável, portanto, adotar uma atitu- fluência dos diferentes planos de representação, da
de prudente que consiste essencialmente projcção dos significados dc um para outro dcsscs
em.procurar
meios de mobilizar e discutir planos, bem como a influência das condições dc ob-
aos alunos. Paralelamente, propor-lhes tenção dos dados e de manipulação deles. Enfim, pcs-
diversas outras
esquematizações e mesmo incitá-los a servir-se guisas que, respeitados certos limitcs mas na forma
em determinadas instâncias• mas sua utilização melhor possível, incorporem a história da aprendiza-
siste-
mágica para resolver um problema não parece desejá- gem do sujeito pesquisado.
vel, ficando os alunos livres para utilizá-los ou não,
conforme seu juízo de utilidade e conveniência. Essas Bibliografia aflflj./lndito
?
instâncias situam-se mais adequadamente em momen-
tos intencionais de comunicação e de validaçào de ARTIGUE, M. Epistémologie et didactique.
procedimentos de resolução de problemas, como, Recherches en Didactique des Mathématiques,
por
exemplo, quandose explica um procedimentoa seus RDM 10 (2), pp. 241-285. Grenoble, 1990
colegas, sendo estabelecido um contexto de uso (um DAMM, R. Apprenrissage des problémes additives et
enredo), ou se comunica aos colegas a ação executa- compréhension de texte. Thàse de Docteur,
da, e em situaçõessimilares. Se a linguagem é Strasbourg, Publication de l'lnstitut dC Recher-
vista
hoje como um dos processosfundamentaisde reE- che Mathématiquc Avancée, 1992.
sentação e estruturação das experiências e, emyarti- DAVIDOV, V. V. A psychologicaianalysis of lhe
cular, a linguagem matemáticaé vista como um ins- operation of multiplication in Soviet Studies in
ü•u e to de elaboração e um conhecimento especí-
Mathematics Education. Virginia, National
fico, matemática ao mes- Council of Theachers of Mathematics, 1991.
-cn- m'O tempo em que nela se constrói, ela deve E.R.M.E.L, Apprentissages mathématiques à I'école
Integrar-se a esse procesTõ-a¿ e reconstru- élémentaire, CE Tome 2. Paris, Serrnap OCDL,
ção, expressá-lo enquanto este se desenvolve e
não ser 1978.
102
(5) ( aqt4)
OF MATHEMATICS
pR0F.:åudua-a-
o«c.o
2
di f f eren symboli c represen ions in these advanced
poncepts are rooted and developed.
My first example will be an in termed iary case, the conce p t
Of volume .it. is a good example because this concept. has its roots
in t.he element-ary theory of measurementand measure, and its head
in the theory of multi—linearity and dimensional analysis.
3
probl ems are solved a e the
same Ieve L, but through a long
period o' children'S development and educat.ion.
do not. require the same properties Of the concept
there fore these differen€ properties appear at.different phases,
from the beginning of elementary school to the end of secondary
school Solving these problems also depends very much on
indi viduals and some 12 year—old understand
more than some 15
year—old. Finally one sees that the cognitive analysis
of
students competences cannot be done w ithout the epistemological
anal.ysis of the field.
transformation
aspects
-SITUATION effects
subjege's action
rules of .8
action
SCHEME $ n v A rianes
of different levels Inferences . predi..ct
oc YNP---
()ZAe C
5
ex
The efficiency of schemes relies upon the adequacy of
invariants, i.e. the ••truth" of the implicit analysis Of reality
underlying schemes. Inefficiency of schemes may come either from
wrong in variants or from 1 o $ analysis. Al Chough invariants
are impl ici in schemes we can describe them in terms of
0b jee , pr.opertiesand relationships. A description in terms of
rules is radically insufficient, as rules presuppose categories,
objects and relationships. Invariants are an essential cognitive
component of schemes. T.h.eav
are the 1 ink to conceptions and can
there fo re be expressed by words, and other symbol
ic
representations. The efficiency of schemes may be improved by the
use in parallel of such symbolic representations (Vygotski) .
SCHEMES CONCEPTS
Oh on *theorems
6
t.houe any reasoning oe explanation. Nevert.heieoo t.hoy
neeessorily eely upon elements oc Iqnowlodgo, which
Collections Numbers
Card
C ard (B)
i.
1 2 3 4 5 6
4 5 6 7 8 9
8
ChiIdren have a bect•.ercon and maIce less mis takes, when
a new eun be used, and 3 + changed into 6 + 3
The discovery
of is an important
step for children
, even though i t can be applied to a limi ted
scope of numerical values.
9
calculus (inversion, combinatiOnw_
decoinbination o f relatxonships)
is needed t.
o selece the correct.
possi b e eases is even I a operation and data. The numberof
ror the combinati ori of cwo
transformations, of t,vorelationships,
or the transformation of a
relationship. This variety of
problems makes the landscape of
additive structures much more
and makes i t. necessary complex than teachers think it is,
for s t.uden
ts to understand di rected
numbers It. takes at least 10 years
tive structures (Vergnaud for children to mas ter addi—
1981 1982, 1983).
I wili give now some more
the field of mul tiplieative examples of theorems—in—action, ,in
structures.
6/ Important properties
of the linear function are
f(x+x')
f ( xes-) Xf(x)
1 properties of the
inear function at different phases of their
experience of
proportion „ multiplicationand division.
students these properties are just theorems—in—action, For most
as they
would be totally unable to explain why they use these
properties.
i s essenti al for researchers and teachers
to .lcnowthat
isomorphic properties are the most naturally used by
The mai n reason for this -is probably that students.
ratios between
magni tudes of the same kind scalar ratios) are
more easily
ca ed than ratios between magnitudes of different
(function ratios). kinds
10
Cons um pt. ion oil in a thermic s vs tem
15
x a
58
5 5
53
53/4
13,25
be impossible for most. 13—14 year old students if the
algori t hm was not accompanied by the script. Its effect ivi
relies on theorems—in—action ike the conservation of equalities
by addi ng or subtracting the same numberof both. sides
relies also on the identified goal of isolating x on one side of
the equali t.y s i gn and a purely numerical expression on the other
si d•e•.I.et.us cUlI it.a script—algori thm as it is a combination of
a script at t.he signi i ae che
signified Level.
The algori t.hmsof addition, subtractions multiplication and
divisionare alsoscript—algorithms.
They even involve theo e s—
in—action that.concern signifiers. For instance to understand the
rul es of addi t ion not only do s tudents have to understand (see
12
Se us Card inals Representat ion
a.
n
e emen t-s
b b bl
John has visi ted his grand—mother and recei ved 45 dollars
from her. Thenhe goes shopping. When he counts his money, he
T-inds 57 dol 1ars 1ess than what he had before _seeing his grand—
moiher. nor.'much•moneyhas he spent ?
Thi s problem is failed by 70% 15 year—old students in
France ,probabl y because it involves the subtraction Of two
transformations with opposite s igns which means addition of
•absolute values This is totally counter—intui t ive for many
s tpdents , although they have been taught. theorems in analytic
geometry which fit exactly this problem
+ BC
AB
13
CONCLUS 1ON
Concep€ (S