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PEDAGÓGICO DO ENSINO
FUNDAMENTAL II
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
PEDAGÓGICO DO ENSINO
FUNDAMENTAL II
Caderno de Referência de Conteúdo
Batatais
Claretiano
2013
© Ação Educacional Claretiana, 2012 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
372.241 S31o
ISBN: 978-85-8377-010-7
CDD 372.241
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Dandara Louise Vieira Matavelli Rodrigo Ferreira Daverni
Elaine Aparecida de Lima Moraes Sônia Galindo Melo
Josiane Marchiori Martins
Talita Cristina Bartolomeu
Lidiane Maria Magalini
Vanessa Vergani Machado
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza Projeto gráfico, diagramação e capa
Patrícia Alves Veronez Montera Eduardo de Oliveira Azevedo
Rita Cristina Bartolomeu Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
CRC
Ementa––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A organização da unidade escolar e a eficácia do ensino aprendizagem. Proces-
sos educativos, conselhos de educação, conselhos escolares e a gestão demo-
crática da escola. Reflexões sobre os problemas cotidianos que ocorrem em uma
gestão relativos à equipe diretiva e ao trabalho político do diretor.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
O estudo que estamos iniciando trata dos conteúdos de Organi-
zação do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II, com enfoque
no funcionamento da escola, a qual tem como função formar sujeitos
escolares e incentivá-los a buscar a formação contínua.
Nesse momento, o nosso foco é a gestão escolar, um dos as-
pectos do campo da educação que discorre sobre a organização de
uma escola compromissada com a formação de qualidade de crian-
ças, jovens e adultos. Prima-se, então, por uma cultura organiza-
cional com base na ideia de que democracia se aprende na escola,
contudo, ninguém ensina democracia sem ter a oportunidade de
8 © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II
Abordagem geral
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estu-
dado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você entrará
em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma
breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões
no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral
visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do
qual você possa construir um referencial teórico com base sólida
– científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua profis-
são, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabi-
lidade social. Vamos começar nossa aventura pela apresentação
das ideias e dos princípios básicos que fundamentam este Caderno
de Referência de Conteúdo.
Neste estudo, veremos conteúdos relevantes que ajudam a
entender como organizar, administrar e gerir o ensino na escola
que atende alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental.
Neste CRC trataremos a gestão escolar situada no microssis-
tema; o Conselho Nacional de Educação e o Plano Nacional de Edu-
cação, correspondentes ao macrossistema; os Conselhos Escolares
como mecanismos de fortalecimento das decisões; e a centralização
de poder na escola, no sentido de conquistar autonomia local para
eleger os dirigentes escolares e os membros dos conselhos.
Estudaremos também aspectos necessários à democratiza-
ção da escola pública por meio da construção do Projeto Político
Pedagógico, e como a escola lida com os problemas recorrentes
© Caderno de Referência de Conteúdo 9
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados no Caderno de Referência de
Conteúdo Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Funda-
mental II. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos:
1) Currículo: pode ser entendido como: "[...] (a) os conteú-
dos a serem ensinados e aprendidos; (b) as experiências
de aprendizagem escolares a serem vividas pelos alunos;
(c) os planos pedagógicos elaborados por professores, es-
colas e sistemas educacionais; (d) os objetivos a serem al-
cançados por meio do processo de ensino; (e) os proces-
sos de avaliação que terminam por influir nos conteúdos
e nos procedimentos selecionados nos diferentes graus
da escolarização" (MOREIRA; CANDAU, 2007, p. 18).
2) Democracia: "[...] é um sistema social no qual todos dis-
põem de parcela igual de poder. Embora existam mui-
tos sistemas sociais relativamente pequenos e simples
(um grupo de amigos, por exemplo) que são organizados
como democracias puras, no nível de organizações, co-
munidades e sociedades inteiras complexas, a democra-
cia pura é muito mais rara" (JOHNSON, 1997, p. 66).
3) Gestão educacional: "[...] corresponde à área de atua-
ção responsável por estabelecer o direcionamento e a
mobilização capazes de sustentar e dinamizar o modo de
ser e de fazer dos sistemas de ensino e das escolas, para
realizar ações conjuntas, associadas e articuladas, visan-
do o objetivo comum da qualidade do ensino e seus re-
sultados" (LUCK, 2006, p. 25).
4) Hierarquia: "[...] é um sistema social no qual o poder é
distribuído entre diferentes camadas, pouca ambiguida-
de havendo sobre quem tem autoridade sobre quem.
Quanto mais hierárquico um sistema, maior o número
de camadas e, de modo geral, maior a distância entre o
topo e a base" (JOHNSON, 1997, p. 124).
cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com
o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do
site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon-
ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2012).
Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino
Fundamental II
Introdução
para o estudo
Parâmetros
Educacionais seguros
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas.
Responder, discutir e comentar essas questões, pode ser uma
forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a re-
solução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se
preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso,
essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos
e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Dicas (motivacionais)
O estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo convida
você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo
de emancipação do ser humano. É importante que você se atente
às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes
nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas
com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aqui-
lo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se
conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido perce-
bido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele
à maturidade.
Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade
EaD, na modalidade EaD, necessita de uma formação conceitual
sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a
distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus
colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o seu tempo e realize
as atividades nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
© Caderno de Referência de Conteúdo 23
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JOHNSON, A. G. Dicionário de sociologia: guia prático da linguagem sociológica. Tradução
de Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
LIBÂNEO, J. C. et al. Educação escolar: política, estrutura e organização. 6. ed. São Paulo:
Cortez, 2008.
LOPES NETO, A. A.; SAAVEDRA, L. H. Diga não para o Bullying. Rio de Janeiro: Abrapia, 2004.
LUCK, H. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. Petrópolis: Vozes,
2006. (Série Cadernos de Gestão, v. II).
ODÁLIA, N. O que é violência? São Paulo: Brasiliense, 1992.
SILVA, R. C. Educação: a outra qualidade. Piracicaba: Ed. Unimep. 1995.
VEIGA, I. P. A. Perspectivas para reflexão em torno do projeto político-pedagógico. In:
VEIGA, I. P. A.; REZENDE, L. M. G. (Org.). Escola: espaço do projeto político-pedagógico.
Campinas: Papirus, 1998. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).
VELHO, G. Violência, reciprocidade e desigualdade: uma perspectiva antropológica. In:
VELHO, G.; ALVITO, M. Cidadania e violência. Rio de Janeiro: Ed. da UFRJ/FGV, 1996.
4. E-REFERÊNCIAS
JARDIM, D. P.; BRÊTAS, J. R. S. Orientação sexual na escola: a concepção dos professores
de Jandira – SP. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 59, n. 2, p. 157-162, mar./abr. 2006.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v59n2/a07.pdf>. Acesso em: 7 dez. 2012.
MOREIRA, F. B.; CANDAU, V. M. Indagações sobre currículo: currículo, conhecimento
e cultura. Organização do documento de Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel,
Aricélia Ribeiro do Nascimento. Brasília: MEC/SEB, 2007. 48 p. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag3.pdf>. Acesso em: 9 dez. 2012.
1. OBJETIVOS
• Identificar o papel social da escola no âmbito da organiza-
ção formal, na conquista de uma educação coerente com
ideais democráticos e, consequentemente, uma educa-
ção de qualidade.
• Compreender e reconhecer os caminhos e descaminhos
pelos quais vem passando a educação brasileira no que se
refere à democratização do ensino.
• Problematizar a gestão escolar diante dos desafios atuais
que a educação atual propõe.
26 © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II
2. CONTEÚDOS
• A organização do trabalho pedagógico e o papel da gestão
escolar.
• Impasses da democratização do ensino e da educação de
qualidade.
• Organização do trabalho pedagógico: macro e microespaços.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Prezado aluno, muitos dos aspectos para a organização da uni-
dade escolar foram tratados no Caderno de Referência de Conteúdo
Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental I.
No Caderno de Referência de Conteúdo Organização do Tra-
balho Pedagógico do Ensino Fundamental II iremos desenvolver
© U1 - Organização do trabalho pedagógico do Ensino Fundamental II 27
6. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que
você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu-
cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma
cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco-
bertas com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) A democratização da escola pública tem correspondido com a educação de
qualidade apresentada neste estudo? Como tem ocorrido a democratização
do ensino em seu estado?
7. CONSIDERAÇÕES
Encerramos a primeira unidade deste estudo, nela discuti-
mos questões relevantes para entendermos as bases da organiza-
ção escolar; o papel dos macro e microssistemas na melhoria da
qualidade do ensino e da formação de pessoas. Discorremos sobre
a ambiguidade da administração escolar, gestão escolar e do siste-
ma escolar. Abordamos a democratização do acesso à rede pública
de educação e o significado da qualidade educacional.
Na próxima unidade, estudaremos a organização do traba-
lho pedagógico para o Ensino Fundamental II em face das deman-
das oficiais de educação: Conselho Nacional de Educação, Plano
Nacional de Educação e Conselhos Escolares.
8. E-REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares
nacionais/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/introducao.pdf>. Acesso em: 9 dez. 2012.
CARVALHO, J. S. F. "Democratização do ensino" revisitado. Educação e Pesquisa, São
Paulo, v. 30, n. 2, p. 327-334, maio/ago. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/
pdf/ep/v30n2/v30n2a11.pdf>. Acesso em: 9 dez. 2012.
DAVIS, C. et al. Metacognição e sucesso escolar: articulando teoria e prática. Cadernos de
Pesquisa, v. 35, n. 125, p. 205-230, maio/ago. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.
br/pdf/cp/v35n125/a1135125.pdf>. Acesso em: 9 dez. 2012.
FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M. Educação básica no Brasil na década de 1990: subordinação
ativa e consentida à lógica do mercado. Rev. Educ. Soc. Campinas, v. 24, n. 82, p. 93-
130, abril, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v24n82/a05v24n82.pdf>.
Acesso em: 3 dez. 2012.
© U1 - Organização do trabalho pedagógico do Ensino Fundamental II 55
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, E. S. S. Tendências recentes do currículo no ensino fundamental no Brasil.
In: Os currículos do ensino fundamental para as escolas brasileiras. Campinas: Autores
Associados. Fundação Carlos Chagas, 1998.
BASTOS, J. B. Gestão democrática da educação: as práticas administrativas compartilhadas.
In: Gestão democrática. Rio de Janeiro: DP&A,/SEPE, 2001.
BEISIEGEL, C. R. Ação política e expansão da rede escolar. Pesquisa e Planejamento, São
Paulo, v. 8, n. 8, p. 99-198, 1964.
BERNARDINHO, R. R. Transformando suor em ouro. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.
BOURDIEU, P. A economia das trocas lingüísticas. Tradução de Paula Montero. In: BRASIL.
Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais.
Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. 3. ed. Brasília, 2001.
DIAS, J. A. Gestão da escola. In: MENESES, J. G. C. et al. Estrutura e funcionamento da
educação básica. São Paulo: Pioneira, 1999.
GABRIEL, C. T. Escola e cultura: uma articulação inevitável e conflituosa. In: CANDAU, V.
M. (Org.). Reinventar a escola. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 17-46.
IOSCHPE, G. Como melhorar a educação brasileira. Veja, São Paulo, ano 44, n. 3, p. 24-25,
ed. 2200, 19 jan. 2011.
JOHNSON, A. G. Dicionário de sociologia: guia prático da linguagem sociológica. Tradução
de Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
LIBÂNEO, J. C. O dualismo perverso da escola pública brasileira: escolado conhecimento
para os ricos, escola do acolhimento socialpara os pobres. Educação e Pesquisa, São
Paulo, v. 38, n. 1, p. 13-28, 2012.
______. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. rev. e ampl. Goiânia: MF
Livros, 2008.
LIBÂNEO, J. C. et al. Educação escolar: política, estrutura e organização. 6. ed. São Paulo:
Cortez, 2008.
LUCK, H. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. Petrópolis: Vozes,
2006. (Série Cadernos de Gestão, v. II).
______. Gestão educacional: uma questão paradigmática. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2010.
(Série Cadernos de Gestão, v. I).
ORTIZ, R. A sociologia de Pierre Bourdieu. São Paulo: Olho D'Água, 2003.
PADILHA, P. R. Planejamento dialógico: como construir o projeto político-pedagógico da
escola. 4. ed. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2003. (Guia da Escola Cidadã, v. 7).
SAVIANI, D. Escola e democracia. Campinas: Autores Associados, 2008. (Coleção
Educação Contemporânea).
SETTON, M. G. J. A teoria do habitus em Pierre Bourdieu: uma leitura contemporânea.
Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 20, p. 60-70, maio/ago. 2002.
SILVA, R. C. Educação: a outra qualidade. Piracicaba: Ed. Unimep. 1995.
VEIGA, I. P. A. Perspectivas para reflexão em torno do projeto político-pedagógico. In:
VEIGA, I. P. A.; REZENDE, L. M. G. (Org.). Escola: espaço do projeto político-pedagógico.
Campinas: Papirus, 1998. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).
EAD
Organização da educação
nacional: Conselho Nacional
de Educação, Conselhos
Escolares e a gestão
democrática da
escola 2
1. OBJETIVOS
• Identificar a função do Conselho Nacional de Educação
para o aprimoramento da educação nacional diante dos
avanços e retrocessos históricos.
• Compreender o percurso histórico do Plano Nacional de
Educação e indicar até que ponto as metas são atingidas.
• Identificar e compreender o papel dos Conselhos Escola-
res e avaliar o nível de autonomia das escolas.
2. CONTEÚDOS
• Instâncias e deliberações oficiais para a educação brasi-
leira.
• Políticas de descentralização da educação.
• Autonomia do sistema escolar.
58 © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
A unidade anterior discorreu sobre a gestão escolar e a or-
ganização do trabalho pedagógico para o Ensino Fundamental II, o
processo de democratização do ensino e a organização do currícu-
lo escolar. Nesta unidade abordaremos a organização do trabalho
pedagógico para o Ensino Fundamental II diante das demandas
oficiais de educação: Conselho Nacional de Educação, Plano Na-
cional de Educação e Conselhos Escolares.
Veremos, que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacio-
nal nº 9.394/1996, em termos de legislação, se comparada às leis
do passado, estabelece, pautada no projeto neoliberal, os princi-
pais meios de gestão democrática, o envolvimento da comunida-
de, a descentralização administrativa, a autonomia das escolas e a
criação de Conselhos Escolares.
© U2 - Organização da educação nacional: Conselho Nacional de Educação, Conselhos Escolares e a
gestão democrática da escola 59
7. CONSELHOS ESCOLARES
A autonomia das escolas é conquistada quando em seu
contexto existe o empenho da comunidade escolar em ampliar
a participação na administração da escola. A legislação enfatiza a
descentralização das decisões atribuindo à gestão escolar traçar e
decidir sobre os rumos que a escola deverá seguir.
O fortalecimento da gestão democrática dos sistemas de en-
sino e das escolas é um dos indicadores de uma educação de quali-
dade. Na gestão democrática destacam-se os Conselhos Escolares
que referem-se a participação de pessoas na gestão do sistema
escolar: são os pais, professores, alunos, agentes escolares e da
comunidade local (BRASIL, 2009).
Os Conselhos podem participar e contribuir com a constru-
ção do Projeto Político Pedagógico da escola e no cumprimento
das políticas públicas (BRASIL, 2009).
No governo Luiz Inácio Lula da Silva, no ano de 2004 foi lan-
çado o Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Esco-
lares (AGUIAR, 2008).
O propósito deste programa foi promover a articulação do
MEC com os sistemas de ensino estaduais e municipais para im-
plantar e reforçar os conselhos escolares nas escolas públicas de
todo o país para, assim, ampliar a participação das comunidades
locais na escola (AGUIAR, 2008).
De acordo com Aguiar (2008, p. 130):
A gestão democrática nas escolas públicas também constitui maté-
ria do Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em janeiro de
2001, que dispõe, como uma de suas metas, a criação de conselhos
escolares nos estabelecimentos oficiais que oferecem educação in-
fantil, ensino fundamental e ensino médio.
Sites do MEC–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_gen.pdf>
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad1.pdf>
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad2.pdf>
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad3.pdf>
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad4.pdf>
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad5.pdf>
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/cad%206.pdf>
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/cad%207.pdf>
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/cad%208.pdf>
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/cad%209.pdf>
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) O Conselho Nacional de Educação acatou as sugestões e discussões da so-
ciedade civil para montar um projeto educativo? Com base no estudo desta
unidade reflita sobre esta questão.
9. CONSIDERAÇÕES
Encerramos mais um estudo no qual se abordou a Organiza-
ção do Trabalho Pedagógico para o Ensino Fundamental II diante
das demandas oficiais de educação: Conselho Nacional de Educa-
ção, Plano Nacional de Educação e Conselhos Escolares.
Espera-se que este conteúdo parcial seja um ponto de parti-
da para que você aprofunde nos textos indicados para leitura e na
bibliografia utilizada nesta unidade, antes de iniciar a Unidade 3
que discorrerá sobre alguns desafios escolares da gestão escolar e
de sua equipe perante alunos do Ensino Fundamental II.
Reflita sobre os pontos abordados antes de passar para a
unidade seguinte. Qualquer dúvida, fale com o seu tutor.
© U2 - Organização da educação nacional: Conselho Nacional de Educação, Conselhos Escolares e a
gestão democrática da escola 79
10. E-REFERÊNCIAS
AGUIAR, M. A. S. Gestão da educação básica e o fortalecimento dos Conselhos Escolares.
Educar, Curitiba, n. 31, p. 129-144, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/er/
n31/n31a09.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2012.
BORGES, A. Lições de reformas da gestão educacional: Brasil, EUA e Grã-Bretanha. São
Paulo em Perspectiva, v. 18, n. 3, p. 78-89, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/
pdf/spp/v18n3/24781.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2012.
BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 dez.
1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/l9394.htm>. Acesso em:
5 dez. 2012.
______. Ministério da Educação. Avaliação do Plano Nacional de Educação 2001-2008:
políticas, programas e ações do governo federal. Níveis de ensino, v. 1. Brasília: Inep,
2009. Disponível em: <http://fne.mec.gov.br/images/pdf/volume1.pdf>. Acesso em: 6
dez. 2012.
______.______. Plano Nacional de Educação – PNE. Home page. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16478&Item
id=1107>. Acesso em: 7 dez. 2012.
CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2., 1997, Belo Horizonte, Plano Nacional de
Educação: a proposta da sociedade brasileira. Disponível em: <http://www.cedes.
unicamp.br/plano_educacao.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2012.
CUNHA, M. V. John Dewey e o pensamento educacional brasileiro: a centralidade na
noção de movimento. Revista Brasileira de Educação, n. 17, p. 86-99, maio/ago. 2001.
Disponível em: <http://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE17/RBDE17_08_
MARCUS_VINICIUS_DA_CUNHA.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2012.
FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M. Educação básica no Brasil na década de 1990: subordinação
ativa e consentida à lógica do mercado. Educ. Soc., Campinas, v. 24, n. 82, p. 93-130, abr.
2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v24n82/a05v24n82.pdf>. Acesso
em: 5 dez. 2012.
MINISTRO rebate relatório sobre metas na educação. Estadão.com.br, São Paulo, 3
mar. 2010. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/geral,ministro-rebate-
relatorio-sobre-metas-na-educacao,519048,0.htm>. Acesso em: 6 dez. 2012.
OLIVEIRA, R. P.; ARAUJO, G. C. Qualidade do ensino: uma nova dimensão da luta
pelo direito à educação. Revista Brasileira de Educação, n. 28, p. 5-24, jan./abr. 2005.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n28/a02n28.pdf>. Acesso em: 7 dez.
2012.
PORTAL MEC. Conselho Nacional de Educação. Atribuições. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=14303%3Acne-
atribuicoes&catid=323%3Aorgaos-vinculados&Itemid=753>. Acesso em: 5 dez. 2012a.
______. ______. Compromissos. Disponível em: <http://portal.mec.gov.
br/index.php?option=com_content&view=article&id=14304%3Acne-
compromissos&catid=323%3Aorgaos-vinculados&Itemid=754> . Acesso em: 5 dez.
2012b.
2. CONTEÚDOS
• Violência na escola.
• A visão sociologizante e a visão psicologizante da violên-
cia escolar.
82 © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta unidade de estudo, pretendemos discutir alguns de-
safios cotidianos que a gestão escolar e sua equipe enfrentam em
© U3 - A organização do trabalho pedagógico na escola: a violência escolar, o bullying e a
indisciplina 83
5. VIOLÊNCIA NA ESCOLA
Atualmente, é visível o crescente aumento dos atos de vio-
lência em nossa volta. Frequentemente temos medo e, muitas ve-
zes, nos sentimos inseguros e impotentes, sem saber o que fazer
para solucionar esta séria problemática nacional.
Pino (2007, p. 764) pontua que embora a natureza e as di-
mensões verdadeiras da violência ainda não estejam amplamente
explicadas, "são bem conhecidas já as transformações que ela vem
produzindo nos hábitos e práticas sociais das pessoas e nas virtu-
des que as fundamentam".
Inquestionavelmente, a violência tem sido entendida como
um fenômeno,
[...] ao mesmo tempo social – por ter a ver com as condições
históricas da sociedade que estabelece os limites das ações
humanas – e individual – por ter a ver com o foro interno de cada
indivíduo que decide respeitar ou não esses limites (PINO, 2007, p.
779, grifos das autoras).
• O bullying.
• A vitimização.
O bullying − termo adotado universalmente em virtude da au-
sência de traduções para outras línguas − refere-se a uma maneira
de exercitar e impor o poder interpessoal por meio da agressão.
Já a vitimização se dá quando determinado indivíduo é alvo
do comportamento agressivo de outro considerado mais influen-
te. Pesquisas indicam alto índice de agressões destas categorias
em escolas: a ocorrência de estudantes vitimizados é de 8% a 46%,
e de agressores, de 5% a 30% (LOPES NETO; SAAVEDRA, 2004).
Perceba como são preocupantes estes dados estatísticos, e
você, como futuro educador, deve refletir quais são as explicações
para isso.
Craig e Harel (2004) pontuam que ambos os tipos de agressivi-
dade têm implicações negativas imediatas e tardias sobre o desenvol-
vimento de todos os indivíduos envolvidos, sejam eles os agressores,
as vítimas e/ou observadores. Todos saem perdendo ao vivenciarem
tais situações. Por esta razão, devem ser objeto de atenção de todo o
núcleo gestor das escolas, incluindo os pais ou responsáveis.
Por conceituação, o bullying envolve todos os atos agressi-
vos, propositais e repetidos, sem uma clara motivação, adotados
por um único ou por um grupo de estudantes contra outro(s),
acarretando dor e aflição, sendo efetuadas no interior de uma re-
lação, na qual impera a desigualdade de poderes (LOPES NETO;
SAAVEDRA, 2004). Os mesmos autores mencionam que essas
relações de poder marcadas pela assimetria que caracterizam o
bullying podem ser consequência de influências diversas, ou seja,
de diferenças de idade, de estatura e desenvolvimento corporal ou
emocional, ou, ainda, do maior incentivo dos demais estudantes.
Tanto Fekkes et al. (2005) quanto Lopes Neto e Saavedra
(2004) esclarecem que o bullying pode ser classificado como dire-
to ou indireto.
© U3 - A organização do trabalho pedagógico na escola: a violência escolar, o bullying e a
indisciplina 95
4) Em termos práticos estes três pontos são ou não eficientes, em sua opinião?
12. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final de mais uma unidade de estudo, na qual
desenvolvemos conteúdos relacionados à violência escolar, ao
bullying e à indisciplina escolar, discutindo fundamentos teóricos e
práticos que ajudam professores e gestores a compreender e lidar
com tais situações no âmbito da organização do trabalho pedagó-
gico.
Na próxima unidade daremos continuidade à discussão de
outros desafios existentes nas instituições escolares do Ensino
Fundamental II, a saber: a sexualidade e a drogadição.
13. E-REFERÊNCIAS
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v. 24, n. 2, jul. 1998a. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
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arttext&pid=S0101-32621998000400002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 6 dez. 2012.
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Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/l9394.
htm>. Acesso em: 6 dez. 2012.
GONÇALVES, L. A. O.; SPOSITO, M. P. Iniciativas públicas de redução da violência escolar
no Brasil. Cadernos de Pesquisa, n. 115, p. 101-138, mar. 2002. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/cp/n115/a04n115.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2012.
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indisciplina 115
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91, 2005.
LOPES NETO, A. A.; SAAVEDRA, L. H. Diga não para o bullying. Rio de Janeiro: Abrapia,
2004.
ODÁLIA, N. O que é violência? São Paulo: Brasiliense, 1992.
VELHO, G. Violência, reciprocidade e desigualdade: uma perspectiva antropológica. In:
VELHO, G.; ALVITO, M. Cidadania e violência. Rio de Janeiro: Ed. da UFRJ/FGV, 1996.
EAD
Drogas e sexualidade:
desafios na gestão da
escola atual
4
1. OBJETIVOS
• Problematizar e compreender pressupostos teórico-prá-
ticos sobre o papel da educação formal na prevenção ao
abuso de drogas e na educação e orientação sexual de
alunos do Ensino Fundamental II.
• Discutir as dificuldades de gestores e demais profissionais
da educação em abordar a sexualidade e a drogadição no
dia a dia da instituição escolar.
• Compreender e identificar o papel da família, da socieda-
de e da escola, enquanto instituições básicas para o de-
senvolvimento das ações educativas preventivas, ajudan-
do o adolescente a enfrentar as situações de risco no que
se refere à sexualidade e ao uso de drogas psicoativas.
2. CONTEÚDOS
• Adolescência e sexualidade.
• Educação e orientação sexual de adolescentes.
118 © Organização do Trabalho Pedagógico do Ensino Fundamental II
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
A adolescência, hoje, é uma etapa da vida que requer muita
atenção de pais e educadores. Nesta fase, é comum a ocorrência
de gravidez precoce, bem como o avanço da ocorrência de doen-
ças sexualmente transmissíveis (DSTs) e o aumento da frequência
de ingestão de drogas. Alguns estudos têm evidenciado, inclusive,
a existência de claras relações entre o uso de bebidas alcoólicas e
de outras drogas com conduta sexuais de risco na adolescência, o
que mostra que sexo e drogas são temas afins.
A educação sexual e antidrogas é, sem dúvida, uma grande tá-
tica de precaução dos problemas de desenvolvimento desta ordem
na juventude, mas a instituição escolar tem dificuldades em desem-
penhar seu papel, pois este tipo de intervenção requer, entre outros
fatores, gestores e educadores habilitados para a função.
Por essas razões, dando continuidade à nossa discussão de ques-
tões desafiadoras para gestores e equipe de educadores que trabalham
no Ensino Fundamental II, nesta unidade de estudo focaremos nossa
atenção em temas de grande relevância educacional: a educação e
orientação sexual e a prevenção do uso de drogas nas escolas.
Como não poderia deixar de ser, também buscaremos com-
preender qual é o papel da família, da escola e da sociedade em
geral diante de tais temáticas, já sabendo que estas instituições
são responsáveis por intervenções educacionais que promovem
condições de o adolescente se prevenir e enfrentar circunstâncias
de risco, muitas delas, por ele próprio produzidas.
Vamos começar nossos estudos?
5. ADOLESCÊNCIA E SEXUALIDADE
A adolescência é uma etapa da vida humana em que ocorrem
imensas mudanças biológicas, instigadas pela atuação dos hormô-
nios da puberdade que determinam a ocorrência da menarca e
da semenarca, entre outras alterações. As intensas modificações
físicas, próprias desta etapa desenvolvimental, são acompanhadas
por uma cadeia de situações psicossociais que, após certo tempo e
esforço emocional, culminam com a conquista de uma identidade
específica e singular para cada ser humano (BRÊTAS, 2004).
Ao término dessas alterações fisiológicas da puberdade, po-
deríamos esperar que o indivíduo já se tornasse totalmente adul-
to, não é?
Porém, não é bem assim que ocorre.
As suas estruturas biológica, mental, afetiva e social se asse-
melham às do adulto, mas falta-lhe, no entanto, a experiência que
é o elemento que vai dirigir as correções necessárias, retroalimen-
tando o funcionamento dessas estruturas (FARIAS, 1999).
Dessa forma, é verdade que, após a puberdade, os adoles-
centes tornam-se biologicamente desenvolvidos, são capazes,
por exemplo, de se reproduzir, contudo, ainda não desenvolve-
ram uma capacidade essencial para isso: a maturidade psicológica
(CARDOZO et al., 2002). Assim, o jovem, ao buscar sua identidade,
opõe-se aos valores estabelecidos, busca a sua autonomia − o que
gera conflitos com a família −, contudo, tal autonomia não signifi-
ca, ainda, independência.
É preciso ressaltar que a construção de um ser humano ma-
duro, adulto, supõe o enfrentamento de uma série de tarefas psi-
cossociais. Não são poucos os desafios enfrentados! O jovem deve
comportar-se como um adulto, escolher seu grupo de amigos e
parceiros sexuais, sua profissão.
Não é um momento fácil e vencer cada uma destas tarefas
© U4 - Drogas e sexualidade: desafios na gestão da escola atual 121
E complementam:
A sexualidade para ser compreendida, não pode ser separada do
indivíduo holístico, posto que é moldada nas relações que o sujeito
estabelece, desde a mais tenra idade, consigo mesmo e com os ou-
tros (MOIZÉS; BUENO, 2010, p. 207).
significa que a escola por si só não consegue fazer tudo, pois ela
não é a redentora da humanidade, embora muitos, ingenuamente,
assim a conceba! É preciso que as ações sejam congruentes e con-
juntas: Estado, escola, família e comunidade.
É importante reafirmar que o dever do Estado maior para com
os seus cidadãos é intransferível às outras instituições civis, como as
famílias e as escolas, que são considerados os executores dos pro-
gramas do governo. Queremos dizer com isso que cada instituição
tem um papel e cada qual deve cumprir os seus serviços essenciais
com qualidade, com responsabilidade e em regime de parceria.
Qualquer ação individual nas escolas, mesmo que bem in-
tencionadas e que amenizem os problemas, não será suficiente
para resolver os inúmeros conflitos que eclodem em seu cotidiano
e que atravancam o trabalho educativo de educadores e gestores
e, portanto, a formação total dos alunos.
Por essa razão, somente se garantidas as condições sociais
e os serviços essenciais de Saúde e Educação, é que será possível
viabilizar, verdadeiramente, os pressupostos da gestão democráti-
ca de ensino, cujo alicerce é o diálogo e as decisões coletivas para
a resolução de todo e qualquer conflito que abordamos até aqui.
Cabe, ainda, questionar o papel dos órgãos legisladores e
punidores diante da drogadição.
É preciso refletir sobre porque há tanta dificuldade em impedir
que os jovens tenham fácil acesso a algumas substâncias psicotrópi-
cas, especialmente o álcool e o tabaco. A negligência e o não cumpri-
mento de leis restritivas e punitivas por grande parte da população
expõe o jovem a estes riscos, havendo necessidade de maior vigilância
das normas que já existem e de outras que venham a ser formuladas.
Para que você possa incrementar seus estudos e reflexões,
sugerimos a leitura de uma publicação do Ministério da Saúde, em
parceria com a UNESCO e UNICEF. É só acessar o endereço eletrô-
nico a seguir:
© U4 - Drogas e sexualidade: desafios na gestão da escola atual 141
12. E-REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
DF: Senado, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
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FERNANDEZ, G. N. P. A (des)educação sexual: representações sociais de professores(as)
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© U4 - Drogas e sexualidade: desafios na gestão da escola atual 143