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IX ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIÊNCIA POLÍTICA

1964-2014 Autoritarismo, Democracia e Direitos Humanos

Área Temática: Ensino e Pesquisa em Ciência Política e Relações Internacionais

ESTRANHAMENTO DA CIÊNCIA POLÍTICA NOS CURSOS DE DIREITO

Anne Caroline Ataíde de Araújo


Universidade Federal de Pernambuco

Brasília, 2014
Resumo:

Desde épocas mais remotas, a Ciência Política e suas ramificações eram estudadas no curso
de Direito como disciplinas essenciais à formação de um jurista, haja vista a importância da
teoria política e da sua relação com questões jurídicas cotidianas. Ocorre que, nos dias atuais,
a disciplina de Ciência Política tornou-se mero compromisso de expediente para os graduandos
de Direito, que não se importam com a matéria e veem seus professores a menosprezá-la.
Necessário fazer uma crítica à realidade do ensino no Brasil, que veem formando profissionais
generalistas, de pouco conteúdo, com preferência em estudar por manuais a fim de estarem
“preparados” para ingressar no tão sonhado funcionalismo público. E a discussão teórica e
metodológica vem perdendo espaço, vista com preconceito pelos estudantes, e, se tornando
cada vez mais desprestigiada.

Palavras-chave: Ciência Política. Desprestígio. Cursos de Direito.


1. Introdução

Desde épocas mais remotas, a Ciência Política e seus desdobramentos foram


estudados dentro da estrutura curricular dos cursos de Direito e das Ciências Jurídicas, sendo
disciplinas essenciais à formação de um jurista, devido à importância da sua relação com
questões jurídicas cotidianas. Entretanto, nos dias atuais o estudo da política para os juristas
tornou-se algo diminuto, restando-se o seu ensino a uma introdução da ciência política e a uma
teoria geral do Estado.

A partir dessa argumentação, teremos o intuito de discutir e analisar o distanciamento da


Ciência Política nos cursos e pesquisas jurídicas. Tal análise se iniciará através da discussão
da importância da Ciência Política e suas bases teóricas e metodológicas. E, serão sugeridas
possíveis razões para a ocorrência desse distanciamento entre as duas disciplinas.

Pretendemos ainda, entender a importância da Ciência Política para as demais


disciplinas, principalmente o Direito, que é o nosso foco de pesquisa, através da discussão de
três argumentos: desde épocas mais remotas a Ciência Política sempre foi bastante estudada
nos cursos de Direito, matérias essenciais na formação de um jurista, juntamente com a
Sociologia, Economia, Antropologia e outras disciplinas das Ciências Sociais; e, faz-se
necessário uma análise interdisciplinar para que possa haver uma melhor compreensão dos
fenômenos sociais de uma forma geral com resultados mais confiáveis e consistentes,
resultando em uma pesquisa melhor fundamentada e com maiores poderes de explicação
científica.

Para justificarmos esse distanciamento da Ciência Política com o Direito, iremos realizar
uma análise empírica acerca do conteúdo programático das faculdades de Direito em Recife,
delimitando o nosso recorte geográfico à cidade do Recife, a qual possui 15 faculdades de
Direito conforme dados registrados no Ministério da Educação (MEC). Nossa metodologia se
baseou na análise das ementas das disciplinas sobre Ciência Política e Teoria Geral do Estado
presentes na grade curricular dos cursos de Direito e dos currículos dos professores
responsáveis por lecioná-las.

A partir dos argumentos acima utilizados sobre o distanciamento da Ciência Política,


juntamente com a análise dos dados empíricos, pretenderemos discutir também as
consequências vistas no cenário acadêmico atual. Ou seja, com a expansão do Poder Judiciário
no cenário institucional brasileiro resultou em consequências como o fenômeno de grande
magnitude da Judicialização da Política, tema interdisciplinar atualmente estudados pelos
cientistas políticos.

Não pretendemos aqui defender uma junção das duas disciplinas, ao contrário,
acreditamos que ambas devem ter sua metodologia e cientificidade própria, com seus
respectivos ramos, no entanto, o distanciamento que nos incomoda é o fato de cada vez mais
os trabalhos de uma área ignorarem a existência dos da outra. Em um mundo dinâmico,
interdependente tal postura não é admissível em uma ambiente acadêmico de reconhecimento
e inovação.

E por fim, faremos uma descrição acerca das contribuições do trabalho para o ensino e
pesquisa em Ciência Política, sugerindo algumas soluções e avanços para a elaboração de
trabalhos acadêmicos e científicos.

2. A importância da Ciência Política

2.1. Uma abordagem da Ciência Politica

Para podermos discutir o distanciamento da Ciência Política nos cursos de Direito, é


necessário que tenhamos uma compreensão, mesmo que superficial, sobre o objeto de estudo
da Ciência Política. Assim, faz-se necessário que haja uma abordagem sobre como a Ciência
Política e suas bases de estudo analisam os fenômenos sociais.

Vale ressaltar que não pretendemos abarcar todos os tipos teóricos e metodológicos
existentes na pesquisa política, mas apenas dar uma overview dos aspectos que mais se
aproximam da pesquisa dos fenômenos jurídicos.

A Ciência Política analisa o comportamento dos atores, lida com seus interesses, os
quais podem vir a gerar conflitos ou alianças a depender de suas preferências (HALL; TAYLOR,
2003). O conceito de pesquisa científica na Ciência Política é bastante vasto e discutido entre
os estudiosos, havendo diversas divergências e questionamentos. Assim, na maioria, os
cientistas políticos consideram que a pesquisa científica é desenhada de forma a descrever ou
explicar interferências nas bases de informações empíricas. No entanto, não são todos os
cientistas sociais que compartilham desse pensamento ou acreditam na possibilidade de uma
definição comum para a pesquisa científica na Ciência Política (DELLA PORTA; KEATING,
2008, p. 20).
Diante disso, explicam-se as três diferentes bases utilizadas no estudo da ciência
política. São elas: a base ontológica, a base epistemológica e a base metodológica (DELLA
PORTA; KEATING, 2008, p. 21). A ontologia é um substrato da filosofia que estuda a natureza
do ser, de sua realidade e de questões metafísicas. A questão ontológica torna-se fundamental
para relacionar à existência de um mundo real e objetivo. A epistemologia, por sua vez, é o
estudo científico do conhecimento. Estuda a origem, validade, estrutura, as limitações e os
métodos do conhecimento, por isso, também se denomina de teoria do conhecimento. A base
epistemológica relaciona-se com a possibilidade de conhecer os fatos e saber a que esse
conhecimento pode levar, ou, como diz Popper (1974, p. 51), relaciona-se com “decisões
acerca da maneira de manipular os enunciados científicos”.

Por fim, a metodologia é o sistema de métodos, os quais são regras necessárias para
explicar e interpretar o conhecimento científico, isto é, refere-se a instrumentos técnicos que se
usam para ordenar o conhecimento (PENNINGS; KEMAN; KLEINNIJENHUIS, 1999, p. 22;
DELLA PORTA; KEATING, 2008, p. 21). Desse modo, torna-se possível a análise e
interpretação de fatos para se chegar à compreensão de um determinado evento.

O que distingue as ciências sociais de outras ciências é o comportamento humano, que


pode apresentar diversos entendimentos subjetivos conforme a realidade externa, por isso, o
interpretativismo busca o significado, isto é, uma compreensão do fato mediante esses
entendimentos (DELLA PORTA; KEATING, 2008, p. 25).

“Uma análise interpretativa mantém um foco holístico e enfatiza os casos [...] como um
complexo de entidades num importante contexto.” Para entender a realidade, é necessário
penetrar nas informações dos atores em análise e usá-las para construir sua identidade
(SMITH, 2004, p. 43 apud DELLA PORTA; KEATING, 2008, p. 30).

A interpretação se faz por meio da análise de um estudo de caso, sendo necessária


também sua explicação. O estudo de caso é uma modalidade de delineamento de pesquisa,
não podendo ser confundido com método ou técnica de coleta de dados (GIL, 2008). Nele,
estuda-se a unidade-caso em sua totalidade, podendo ser um indivíduo, grupo, evento,
programa, processo, comunidade, organização, instituição social ou mesmo toda uma cultura
(GERRING, 2007).

É importante destacar também que o estudo de caso tem por objeto um fenômeno cuja
ocorrência se dá no momento em que se realiza a pesquisa, permitindo investigar o caso pelo
“lado de dentro”, na perspectiva subjetiva dos membros do grupo, favorecendo o entendimento
do processo e permitindo a apreensão dos processos de mudança (GERRING, 2007).
O estudo de caso é adequado por proporcionar maior clareza aos fenômenos pouco
conhecidos, e para a descrição de grupos e organizações. Podem servir, ainda, a propósitos
exploratórios, descritivos e explicativos, buscando o entendimento e a compreensão da
realidade estudada (WALTON, 1992; BENNET; COLIN, 2007; GERRING, 2007).

Diante disso, os estudiosos enfatizam a contribuição da interpretação e do estudo de


caso para atingir os objetivos de um trabalho (BOX-STEFENSMEIER; COLLIER; BRADY,
2008). Os estudos de caso são adequados para explanar a situação dos atores envolvidos, os
detalhes dos processos causais e no desenvolvimento de teorias. Enquanto o interpretativismo
consegue analisar e mostrar uma visão peculiar dos fenômenos captados no estudo de caso
(DELLA PORTA; KEATING, 2008).

Portanto, a partir dessa abordagem geral sobre como a Ciência Política estuda os
fenômenos sociais poderemos entender a importância das suas bases teóricas e metodológicas
ao interpretar fenômenos e instituições jurídicas.

2.2 Distanciamento da Ciência Política

Inicialmente, pretendemos entender a importância da Ciência Política para as demais


disciplinas, principalmente o Direito, através da discussão de três argumentos: desde épocas
mais remotas a Ciência Política sempre foi bastante estudada nos cursos de Direito, matéria
essencial na formação de um jurista, juntamente com a Sociologia, Economia e Antropologia; e
é preciso que se faça uma análise interdisciplinar para que possa haver uma melhor
compreensão dos fenômenos sociais de uma forma geral.

A Ciência Política sempre foi muito ligada à Sociologia, à História, à Filosofia e ao Direito
(DALLARI, 2013). Entretanto, há mais ou menos meio século, a Ciência Política tem se tornado
independente e com metodologia própria. Diante de tal fato, é evidente o seu distanciamento
com as outras disciplinas, porém, isso não justifica o porquê do distanciamento das outras
disciplinas da Ciência Política. Como sabemos, o estudo dos fenômenos sociais políticos são
de extrema importância para a compreensão do funcionamento das instituições, sejam elas
jurídicas, sociais, econômicas, etc. Por isso, acreditamos que todos os ramos de estudo, devem
dar uma devida atenção e importância ao enfoque político, principalmente os acima referidos
(SARTORI, 2005).
Diante de tal premissa, pretendemos demostrar a importância do estudo da Ciência
Política no ensino jurídico (STRECK; MORAIS, 2014), que ao longo dos anos vem sendo
negligenciado. O Direito, estudado desde épocas mais remotas, sempre se utilizou da Ciência
Política e outras disciplinas como forma de análise em seus estudos, além de estudar diversas
instituições políticas.

Inclusive, muitos dos departamentos de Ciência Política das Universidades Federais no


Brasil foram instituídos por professores e acadêmicos do Direito, tendo sempre havido essa
linha tênue entre seus estudos. Assim, alguns dos fundadores do Programa de Ciência Política,
como exemplo o Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal de
Pernambuco, foram juristas e trabalhavam com análises políticas, jurídicas, econômicas,
sociológicas e antropológicas de fenômenos sociais.

Apesar de já poderem ser vistos desde épocas mais antigas, os estudos jurídicos e
políticos iniciaram-se através da formação do Estado e da sociedade e de seus elementos
componentes. Dessa forma, os estudos do Direito ligados à Ciência Política foram
desenvolvidos no Direito Constitucional, no Direito Administrativo e na Teoria Geral do Estado
(DANTAS, 2013). Mas é mister ressaltar, que apesar da maior afinidade dessas áreas com a
Ciência Política, todos os ramos jurídicos como um todo estão relacionados de forma direta ou
indireta com os estudos políticos.

Hoje em dia esse distanciamento é notável. A Ciência Política, com sua autonomia
científica e metodológica, passou a se debruçar cada vez mais profundamente em suas
análises e métodos, fazendo com que os juristas se sentissem estranhos àquela realidade. Os
cientistas políticos, aprofundando-se em seus estudos, desenvolvendo diversos ramos dentro
da Ciência Política, se interligando com diferentes ramos como a Sociologia, a Antropologia, o
Direito e principalmente a Economia. Seus trabalhos ficaram mais sofisticados, com análises
estatísticas e de regressão, tornando-se uma área distinta, apesar de suas interdependência
com outras disciplinas (SATORI, 2005; SOARES, 2005).

Da mesma forma, os juristas, passaram da análise dos fenômenos sociais e fatos


jurídicos a um estudo mais detalhado do ordenamento jurídico e seus desdobramentos. Cada
vez mais, leis, emendas e regulamentos são criadas, necessitando de um estudo detalhado
com base em análises para entender seus pressupostos, regramentos e consequências. Além
de que, com a ampliação das jurisdições constitucionais e dos direitos e garantias
fundamentais, pós-Constituição de 1988, o Poder Judiciário ganhou um espaço nunca antes
visto no cenário interno brasileiro (CARVALHO, 2009). Assim, crescem-se os estudos para
compreender suas instituições, as demandas legislativas, o ativismo judicial e os tribunais
constitucionais.

Podemos observar que à medida que cada área vai se desenvolvendo e aprofundando
seus estudos, torna-se mais dificultoso o processo de ligação dos estudos das diversas
disciplinas. Pois, quanto mais profunda a análise, mais se debruça-se para compreender
através de modelos, análises comparativas com outros países ou regiões, se especializando
tanto à ponto de não sobrar espaço para uma análise interdisciplinar.

Porém, é visível a incompletude de determinados trabalhos devido à insuficiência de


embasamento teórico de outras disciplinas essenciais. Por diversas vezes, buscaram-se
estudar certos fenômenos que só puderam ser compreendidos quando analisados por outra
ótica que não a de sua natureza. Podemos dizer de maneira mais clara, que muitos estudos se
veem insuficientes devido à ausência de compreensão teórica de outras esferas que são muitas
vezes ignoradas.

Para melhor exemplificar tal argumento, podemos citar trabalhos jurídicos que buscam
entender o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) através da sua análise formal, de
competências, regimento interno e decisões para compreender o papel que exerce no dia-a-dia
perante os juízes. No entanto, a análise jurídica sobre as formalidades de atuação queda-se
insuficiente e, apenas com uma análise política institucional através da compreensão dos
interesses dos atores envolvidos e da formação das instituições é possível compreender a
dinâmica existente entre os membros dos três poderes e os resultados políticos das decisões
do CNJ, como o trabalho realizado pelos cientistas políticos Ernani Carvalho e Natália Leitão
(2013).

Da mesma maneira, há trabalhos jurídicos que buscam descrever as formalidades das


emendas constitucionais, mudanças constitucional ocorridas pelo poder derivado, no entanto,
tais análises se quedam acerca de questões formais. Para isso, o cientistas político Marcus
André Melo (2013), analisou a mudança constitucional numa ótica mais institucional, verificando
que apenas três mudanças dentre as inúmeras emendas constitucionais redigidas e publicadas
tiveram significativo impacto de mudança no ordenamento e no cenário jurídico brasileiro
(MELO, 2013).

Esses são alguns exemplos para ilustrar o nosso argumento, no entanto, há diversos
outros exemplos de fenômenos sociais que restam incompreensíveis por falta de análise
econômica, política e social. Assim, alguns trabalhos, se utilizassem de uma
interdisciplinaridade seriam aptos a explicar melhor o seu objeto de pesquisa.
Desta maneira, observa-se que toda área possui sua limitação, algo compreensivo
devido à exaustão de seu conteúdo e de sua análise. Assim, o âmbito jurídico limita-se ao seu
conteúdo de análise, às suas teorias e suas metodologias, sendo no caso jurídico
predominantemente a análise de questões formais do ordenamento jurídico e seus
desdobramentos. Porém, limitar a compreensão do fenômeno à limitação da disciplina não
parece razoável ao pesquisador, ainda mais, quando essas disciplinas são da mesma
ascendência, as ciências sociais (BONAVIDES, 2006). Então, é importante que o
estudante/pesquisador tenha uma noção acerca das demais análises e perspectivas e tente
trabalhar de forma mais interdisciplinar, enriquecendo assim, seus trabalhos.

Ressaltamos que não é algo simples ou fácil de se realizar, demandará um árduo


trabalho ao pesquisador, mas suas análises serão cada vez mais confiáveis e consistentes.
Assim, apesar das dificuldades, acreditamos que podem ser realizados trabalhos
interdisciplinares, o que na maioria das vezes enriquecerá a pesquisa.

Para fortalecer nosso argumento, em entrevista fornecida à Globo News, o Presidente


do Supremo Tribunal Federal, o Ministro Joaquim Barbosa, afirmou que o Direito deve sempre
ser complementado com os ensinamentos da Sociologia, História, Filosofia e Ciência Política, o
que foi imprescindível para sua formação jurídica.

Os juristas atuantes, sejam eles advogados, promotores, juízes, defensores,


consultores, professores etc., se deparam com questões diárias que demandam não apenas um
conhecimento jurídico, mas também um conhecimento político e econômico sobre fenômenos
sociais.

3. Análise empírica

Para justificarmos esse distanciamento da Ciência Política com o Direito, iremos realizar
uma análise empírica acerca do conteúdo programático das faculdades de Direito em Recife.
Delimitado o recorte geográfico à cidade do Recife, a qual possui 15 faculdades de Direito1
conforme registo no Ministério da Educação (MEC).

1
Conforme site do MEC (www.emec.mec.gov.br), as quinze faculdades de Direito credenciadas pela
instituição são: Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU), Faculdade Boa Viagem (FBV),
Faculdade Damas da Instrução Cristã (FADIC), Faculdade de Ciências Humanas de Pernambuco
(FCHPE), Faculdade do Recife (FAREC), Faculdade Estácio do Recife (ESTÁCIO-FIR), Faculdade
Integrada de Pernambuco (FACIPE), Faculdade Joaquim Nabuco (FJN), Faculdade Marista (FMR),
Nossa metodologia se baseou na análise das ementas das disciplinas sobre Ciência
Política presentes na grade curricular dos cursos de Direito2 e dos currículos dos professores
responsáveis por lecioná-las.

Durante a análise das disciplinas referentes à Ciência Política presente nos cursos de
Direito das referidas instituições, verificou-se que apenas uma disciplina se refere ao estudo
político, sendo ela denominada de “Ciência Política” ou “Teoria Geral do Estado”. Tais
disciplinas possui uma carga horária entre 30 à 60 horas/aula, o que se refere apenas a uma
disciplina durante o período de um semestre no curso de graduação em Direito, o qual
contempla a extensão de 05 anos.

Em relação à ementa das disciplinas, a maioria se resume ao estudo introdutório da


Ciência Política, algo simples ao que seria necessário na contribuição de análises de
fenômenos sociais. A maioria, se refere à origem da sociedade e do Estado e os seus
elementos constitutivos. Ainda, estudam as formas de Estado, formas e sistemas de governo,
os partidos políticos e as origens da constituição e do poder constituinte. E, algumas outras
limitam-se ao estudo dos pensadores políticos clássicos como Maquiavel, Hobbes, Locke e
Rousseau.

Ainda, em relação ao perfil dos professores, ficou verificado que a maioria são formados
em Direito e com especializações e pós-graduações apenas na área. No entanto, diferente do
que havíamos pensado, alguns poucos, mas não chegando a um número relevante, tinham
graduação ou pós-graduação em Ciência Política. Assim, a limitação do que é estudado
encontra-se explicada através da variável do perfil dos professores que são da academia
jurídica.

Houve um outlier, em que o programa de disciplina apesar de denominado como


“Ciência Política e Teoria do Estado” havia uma mescla entre teoria política clássica, teoria do
Estado, representação, democracia, poliarquia, separação de poderes, estrutura do Poder
Legislativo, Executivo e Judiciário, partidos políticos, mídia, eleições, constitucionalismo e
judicialização da política e, era ministrada por um professor graduado e pós-graduado em
Ciência Política. Tal ementa, realmente tem o intuito de fornecer uma abordagem ampla sobre

Faculdade Nova Roma (FNR), Faculdade Salesiana do Nordeste (FASNE), Instituto Pernambucano de
Ensino Superior (IPESU), Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE) e Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).
2
Os dados se baseiam nas ementas das disciplinas de Ciência Política e/ou Teoria Geral do Estado das
referidas faculdades de Direito colhidas pelo pesquisador.
os diversos ramos da Ciência Política e como eles podem influenciar o estudo do Direito, algo
que deveria servir de exemplo aos demais professores e instituições.

Ao analisar tais ementas e professores, tivemos o intuito de poder contribuir de forma


significativa com o debate sobre o que se vem sendo ensinado nos cursos de Direito sobre
Ciência Política. Como vamos debater mais a frente, a linha entre os dois ramos é bastante
tênue sendo essencial que um profissional de Direito tenha condições de realizar uma análise
política ou ao menos detectar a existência de fatores políticos ao elaborar o seu trabalho de
pesquisa.

Através da pesquisa empírica, tivemos como objetivo chamar atenção para o tema,
criando esse espaço de debate. Porém, sabemos da limitação da pesquisa devido ao pequeno
número da amostra, que se refere apenas à cidade do Recife. Dessa forma, acreditamos que
esse debate precisa ainda ser maior, com análises a nível nacional e comparativas com outros
países e regiões.

Dessa forma, não tivemos o intuito de exaurir o tema, mas apenas iniciar esse debate,
não discutido nas áreas de pesquisa nem de Ciência Política e nem do Direito. Por isso, ao
trazermos uma nova visão aos trabalhos de pesquisa, esperamos que possamos contribuir de
alguma forma ao desenvolvimento do debate acadêmico e científico. Acreditamos que a
interdisciplinaridade pode ser uma visão mais completa e fundamentada de fenômenos sociais
que não podem ser estudados de maneira limitada, haja a dinâmica dos cenários institucionais
internos e internacionais que vivemos.

4. Consequências desse distanciamento

Esse distanciamento entre o Direito e a Ciência Política ocorrido por um curto período de
tempo não durará muito. Com a dinâmica do mundo atual de globalização, as dependências
entre as disciplinas tem-se tornado mais comum, sendo necessário um conhecimento mais
amplo do pesquisador ao estudar determinados fenômenos sociais.

Assim, a partir dos argumentos acima utilizados sobre o distanciamento da Ciência


Política, juntamente com a análise dos dados empíricos, pretendemos agora discutir como à
expansão do Poder Judiciário no cenário institucional brasileiro teve como consequência o
fenômeno de grande magnitude da Judicialização da Política (FEREJOHN, 2002; CARVALHO,
2009).
Com a expansão do Poder Judiciário e a inércia dos outros poderes, que por questão de
custos políticos permanecem ausente em determinados assuntos, a busca pelo Poder Judiciário
se torna a última alternativa de cidadãos em busca de consolidação dos ditames constitucionais
(CARVALHO; LEITÃO, 2013). Dito de outra forma, a sociedade com anseios de ter efetivado
seus direitos e garantias fundamentais previstos constitucionalmente, busca o Judiciário como a
última esperança. Ocorre que tal situação gera enormes custos, pois, o Judiciário passa a se
posicionar sobre questões de competência legislativa, a fim de satisfazer os interesses dos
cidadãos e da obrigação de se posicionar quando acionado (princípio da indeclinibilidade da
jurisdição).

A procura do Poder Judiciário é crescente e faz com que ele tenha que se posicionar
sobre questões políticas, resultando no fenômeno da Judicialização da Política. Tal fenômeno
consiste em uma busca aos membros do Judiciário para que sejam cumpridos ditames
previstos na Constituição mas não efetivados pelos membros do Poder Legislativo e Executivo.
Conforme dito por Carvalho e Leitão (2013), isso torna o judiciário como uma terceira câmara
legislativa, com enorme poder e influência na agenda política brasileira.

Além de que, o Judiciário passou a exercer um papel tão significativo na arena política
que os seus atores barganham interesses e preferências ao se relacionar com os membros dos
outros poderes, sendo importante ter esse conhecimento de redes compartilhadas ao estudar e
pesquisar questões jurídicas (CARVALHO; LEITÃO, 2013).

Diante de tal situação, podemos observar que voltam-se a interligar os estudos jurídicos
e políticos. Assim, o estudo da Judicialização da Política tem ocorrido principalmente na seara
da Ciência Política, devido à dificuldades conceituais e teóricas existentes no campo jurídico.
Portanto, a maioria dos trabalhos sobre o temas têm se originado nos Programas de Pós-
Graduação em Ciência Política, retornando os laços entre juristas e cientistas políticos.

Assim, necessita-se do entrelaçamento das duas disciplinas para que se possa ter uma
compreensão do fenômeno e realizar os devidos níveis de análises pretendidos nas respectivas
pesquisas. Por causa desse distanciamento referido no início de nosso trabalho, os cientistas
políticos dominaram a área de estudo, tendo os juristas apenas uma pequena participação nos
estudos do fenômeno. Para compreender o fenômeno da judicialização da política, como
exemplo que pretendemos analisar, é adequado um conhecimento jurídico e político da
situação para que sejam capazes de realizar pesquisas com explicações adequadas e
consistentes à um nível de análise.
Ainda, há questões jurídicas que não conseguem ser explicadas apenas com um viés
político, como por exemplo, alguns trabalhos da Ciência Política europeia que estuda o Poder
Judiciário têm tido algumas dificuldades em traçar o perfil dos magistrados. Todavia, nem o
Direito nem a Ciência Política possuem capacidades teóricas e metodológicas para traçar esse
perfil, tendo que recorrer à Sociologia e Antropologia.

Para não citarmos apenas questões políticas, podemos citar também a dependência da
Ciência Política à questões econômicas, como os estudos sobre desigualdade e redistribuição
de renda que vem aumentando no campo e necessita de um entendimento mais amplo sobre
questões econômica e tributárias (BLOFIELD, 2011). A Ciência Política não consegue explicar
fenômenos de forma isolada, sempre se faz necessários abordagens complementares para que
suas explicações se tornem mais completas e consistentes.

Apesar de o distanciamento ocorrer com outros ramos e haver a necessidade de


análises interdisciplinares para as pesquisas serem compreendidas de forma mais completa,
pretendemos aqui argumentar pela aproximação entre a Ciência Politica e a disciplina do
Direito, por ser o enfoque escolhido ao trabalho.

É importante ressaltar que, não pretendemos aqui defender uma junção das duas
disciplinas, ao contrário, acreditamos que ambas devem ter sua metodologia e cientificidade
própria, com seus respectivos ramos, no entanto, o distanciamento que nos incomoda é o fato
de cada vez mais os trabalhos de uma área ignorarem a existência dos da outra. Em um mundo
dinâmico, interdependente tal postura não é admissível em uma ambiente acadêmico de
reconhecimento e inovação.

5. Contribuições da pesquisa

A presente pesquisa visa contribuir a um debate acadêmico ainda não discutido em


Congressos, Seminários, Simpósios e Anais científicos. Como já reforçamos, o estudo de
ambas disciplinas são de extrema importância para a análise e explicação de fenômenos
sociais de forma mais abrangente.

Ao propormos uma maior interdisciplinaridade entre a Ciência Política e o Direito, não


temos a intenção de que os estudos sejam dirigidos de maneira convergente, ao contrário,
acreditamos que cada uma possui suas bases teóricas e metodológicas próprias, mas, no
entanto, tais bases devem ser passada aos seus estudantes, para que dessa forma, possam ter
uma visão e nível de análise além da sua formação.

Nosso intuito inicial é alertar para o problema existente, haja vista à ausência de
trabalhos e pesquisas na área de ambas disciplinas sobre a questão dos caminhos divergentes
que vêm seguindo. Todavia, além de alertar e trazer o problema ao debate acadêmico, também
pretendemos trazer contribuições para a área através de algumas sugestões à formação do
ensino superior jurídico.

Acreditamos que um estudante de Direito deve além de ter uma base sobre a Ciência
Política e a Teoria Geral do Estado que são essenciais à sua formação, deve também ser
ensinado sobre as ligações políticas e econômicas que permeiam a instituição do Poder
Judiciário e suas relações com os outros dois poderes. Ou seja, eles devem à medida de seus
estudos em Direito Constitucional, Direito Administrativo, dentre outros, estudar questões atuais
com um viés tanto jurídico como político. Não basta apenas que aprendam as formalidades e os
regramentos do ordenamento jurídico, eles devem ser capazes de pensar um problema político
que se correlaciona de alguma forma com as questões jurídicas, como diversas questões que
vemos no dia a dia através da mídia.

Um jurista que apenas consiga pensar e discutir questões formais jurídicas torna-se
obsoleto e distante da realidade brasileira. Assim, deve ser capaz de analisar as instituições
jurídicas de forma a entender sua dinâmica, suas relações além das regras e formalidades,
tendo a consciência do impacto institucional, histórico e comportamental que os atores ali
inseridos podem causar no resultado a ser estudado.

Com a crescente atenção ao Poder Judiciário, se torna cada vez mais comum a
intervenção desse poder em questões de políticas públicas, pois, na inércia dos demais
poderes, quando acionado é ele quem decide como ela irá ocorrer. Assim, os juízes estão
formulando políticas públicas, discutindo questões políticas, atuando de forma legislativa. Nada
mais do que essencial à sua formação é o conhecimento dessas questões políticas e de como
ocorrem as relações de barganha do poder judiciário com os demais poderes.

Sustentamos que é enriquecedor o trabalho que consegue analisar tanto os aspectos


jurídicos como os políticos em busca de uma explicação mais fiel e convergente com a
realidade existente. Devendo estudar o funcionamento das instituições jurídicas com um olhar
político, econômico e social, pois além do “dever-ser” jurídico, existe um mundo ainda maior do
que realmente é e acontece no nosso cenário institucional.
O estudante não pode apenas estudar o Direito Constitucional através das normas e
princípios ditados pela Constituição ou pelos órgãos ali presentes, mas saber como essas
normas e essas instituições impactam na vida política e como ocorre as relações entre os
atores envolvidos para que entendam o por quê daquele resultado. Não basta estudar uma ADI
(Ação Direta de Inconstitucionalidade) ou uma decisão judicial qualquer sem compreender quais
os interesses, os incentivos e as preferências existentes entre os atores que fez com que tal
decisão fosse gerada.

Um verdadeiro acadêmico e professor deve ter essa visão e levar essas questões
contextuais à sala de aula com o incentivo de gerar o debate jurídico e político, pois, é através
de discussões que se avança em termos científicos e acadêmicos. Ora, é mais do que visível a
importância dos praticantes juristas, que conseguem modificar a interpretação dos magistrados
das legislações através de argumentos e retórica. Dessa maneira, é evidente a importância do
debate político dentro das instituições jurídicas como forma de avançar na formação e criação
das regras, na formulação de políticas públicas e nas relações de barganha entre o poder
judiciário e os demais poderes.

Recentemente, a Ciência Política brasileira vem dando maior destaque aos estudos do
Poder Judiciário e de suas instituições. É comum cada vez mais nos Congressos de Ciência
Política, a existência de grupos temáticos sobre a questão, estimulando os estudantes e
profissionais da área a pensar no problema e desenvolver trabalhos para discutir e enriquecer
as explicações e compreensões sobre essas questões. Tanto é, que o fenômeno da
judicialização da política tem sido e continua sendo bastante debatido e com trabalhos de
grandes avanços no entendimento do funcionamento de nossas instituições jurídicas.

Agora, vemos a preocupação de os profissionais e estudantes de Direito de também


fazerem esse diálogo a fim de enriquecer os trabalhos, pois, à medida que os cientistas
políticos estudam os temas, seriam interessante que fossem-lhes contrapostos as questões e
debates jurídicos sobre o tema. Acreditamos que quando os debates estiverem convergindo
sobre o tema a partir de ambos os ramos, jurídico e político, será mais enriquecedor para a
ciência e para a formação dos iniciantes da área em compreender essa dinâmica, avançando e
contribuindo para a academia brasileira.

A partir das discussões realizadas e das sugestões dadas, esperamos que possamos
atrair a atenção para o debate dessa questões, com vistas à contribuir para a pesquisa e o
ensino político e jurídico brasileiro. Portanto, acreditamos ser interessante o diálogo tanto entre
a Ciência Política com outras áreas como a Economia, a Sociologia, a Antropologia, mas
principalmente defendemos aqui com o Direito e suas instituições jurídicas devido ao relevante
avanço nas pesquisas sobre o Poder Judiciário.

6. Conclusões

Através da dissertação sobre a importância da Ciência Política, pretendemos demonstrar


como o estudo de suas teorias e metodologias são essenciais à compreensão de fenômenos
sociais, da interações dos atores, do desenvolvimento das instituições, etc. Assim, foi possível
observar a importância das análises políticas tanto na compreensão de questões sociais como
jurídicas.

Num segundo momento, foi demonstrado as possíveis consequências atribuídas ao


distanciamento da Ciência Política com o Direito. Observando que apesar de toda área possui
sua limitação, algo compreensivo devido à exaustão de seu conteúdo e de sua análise, uma
análise interdisciplinar pode resultar em um maior poder de explicação à pesquisa, além de
serem estas mais consistentes e fiéis à realidade.

Para justificarmos esse distanciamento da Ciência Política com o Direito, realizamos


uma análise empírica acerca do conteúdo programático das faculdades de Direito em Recife.
Delimitado o recorte geográfico à cidade do Recife, a qual possui 15 faculdades de Direito
conforme registo no Ministério da Educação (MEC). No qual verificamos que as disciplinas
referentes à Ciência Política se resume a uma análise da Teoria Geral do Estado e dos teóricos
clássicos da política como Maquiavel, Hobbes, Locke e Rousseau. Ainda, que a maioria dos
professores responsáveis por lecioná-las, não possuem formação na área.

Através da pesquisa empírica, tivemos como objetivo chamar atenção para o tema,
criando esse espaço de debate. Porém, sabemos da limitação da pesquisa devido ao pequeno
número da amostra, que se refere apenas à cidade do Recife. Dessa forma, acreditamos que
esse debate precisa ainda ser maior, com análises a nível nacional e comparativas com outros
países e regiões.

Dessa forma, não tivemos o intuito de exaurir o tema, mas apenas iniciar esse debate,
não discutido nas áreas de pesquisa nem de Ciência Política e nem do Direito. Por isso, ao
trazermos uma nova visão aos trabalhos de pesquisa, esperamos que possamos contribuir de
alguma forma ao desenvolvimento do debate acadêmico e científico.
Depois, debatemos às consequências desse distanciamento, que com a expansão do
Poder Judiciário resultou em um fenômeno conhecido como judicialização da política, que vem
resultando em trabalhos de cientistas políticos, haja vista os juristas não possuírem o poder de
análise político das instituições judiciais e do comportamento dos atores envolvidos sobre o
tema. Assim, é necessário o entrelaçamento das duas disciplinas para que se possa ter uma
compreensão do fenômeno e realizar os devidos níveis de análises pretendidos nas respectivas
pesquisas.

Ainda, sugerimos algumas mudanças acadêmicas que podem ser feitas pelos
professores dos cursos de Direito. Haja vista ao diminuto espaço das disciplinas direcionadas à
Ciência Política, seria interessante se eles direcionassem o debate de questões atuais e
recorrentes na seara jurídica aos enfoques políticos. Ou seja, não apenas lecionar sobre
questões formais e regramentos, mas também alertá-los sobre como essas normas e
instituições impactam na vida política, como ocorre as relações entre os atores envolvidos, para
que assim, sejam capazes de compreender o por quê de uma decisão judicial ou de uma
legislação gerada.

Um verdadeiro acadêmico e professor deve ter essa visão e levar essas questões
contextuais à sala de aula com o incentivo de gerar o debate jurídico e político, pois, é através
de discussões que se avança em termos científicos e acadêmicos.
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