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Relatório Final
Período da bolsa: de 01 de março de 2018 à 31 de julho de 2018
PIBIC/COPES
1 Introdução
Para todo o dimensionamento estrutural, o conhecimento das forças que estão
atuando sobre a estrutura é de vital importância, no caso de um aeromodelo, essas forças
podem ser classificadas como: arrasto, peso, sustentação e tração. A determinação delas
dá-se a partir de análises aerodinâmicas, de desempenho, e também como um dado de
entrada de projeto, como a força peso que a aeronave deverá sustentar (MIRANDA,
2010).
2 Objetivo geral
O objetivo principal desse projeto é obter uma asa que permita o máximo
carregamento possível com o máximo desempenho, além de garantir a segurança
estrutural.
3 Metodologia
O trabalho foi subdividido em três etapas, sendo a primeira delas a seleção dos
perfis aerodinâmicos, que consiste em escolher o perfil que melhor se adequa às
condições do projeto de maximizar a sustentação com o menor arrasto possível. Na
segunda etapa, determinou-se as dimensões finitas da asa e a geometria a ser adotada, e
por fim, na terceira etapa, foram feitos os cálculos de resistência das longarinas aos
esforços atuantes. Os dados para comparação dos perfis foram obtidos utilizando o
software XFLR5.
Para combinar leveza e resistência, os materiais utilizados foram madeira do tipo
balsa equatoriana e fibra de carbono. A balsa equatoriana foi utilizada em toda a asa,
com exceção das longarinas, onde selecionou-se fibra de carbono. Com a função de
absorver o máximo de energia dos carregamentos, as longarinas de fibra de carbono
foram posicionadas na região de ¼ da corda da asa, onde a força de sustentação total
atua (MIRANDA, 2010). Os tubos de fibra de carbono são encontrados no mercado
com o padrão de 1 metro de comprimento, devido a essa restrição, adotou-se uma
envergadura de 1,5 metros, de modo que o padrão encontrado não impactasse numa má
distribuição de carga.
Para a geração da tração, foi utilizado um motor do tipo O.S. 55 AX, à
combustão interna, com tração máxima de aproximadamente 10 kgf, limitando a
capacidade da asa em sustentar, no máximo, 10 kg.
4 Resultados e discussões
2
opção foi descartada devido à falta dos equipamentos necessários, sendo assim,
utilizaremos a segunda opção. Através de pesquisas, foram selecionados 5 perfis
conhecidos por seus ótimos desempenhos, sendo eles: Selig 1223, eppler 423, FX74
CL5 140, Selig 1210 e eppler 387. Para determinar qual desses é o melhor perfil
aerodinâmico, fez-se necessário a análise dos valores de coeficientes de arrasto e
sustentação em função do ângulo de ataque para cada um deles, utilizando os dados
obtidos, foram geradas as figuras 1 e 2:
Com o aval dos gráficos, foi selecionado o perfil Selig 1223, por possuir ótimos
valores para coeficientes de sustentação e arrasto.
3
4.2 Dimensões e geometria da asa finita
As geometrias existentes para asas são das mais variadas, elas são classificadas
em retangulares, trapezoidais, elípticas e mistas, nesse último caso, há a combinação de
geometrias. As asas trapezoidais, elípticas e mistas são melhores do que as retangulares
no quesito arrasto total, o que as tornam mais propícias para projetos que requerem alto
desempenho, no entanto a sustentação total gerada por uma asa é dependente da área da
mesma (MIRANDA, 2010), e como na asa retangular não há suavização das pontas, sua
área leva vantagem, o que implica em mais sustentação. Baseando-se nas vantagens e
desvantagens das geometrias, foi escolhida a geometria retangular, de acordo com o
foco de levar a maior carga possível, além disso, essa geometria é mais fácil de ser
fabricada, ajudando no seu processo manual de construção.
Com geometria, envergadura, perfis e carga máxima definidas, resta definir a
medida da corda aerodinâmica de acordo com essas variáveis, elas podem ser
relacionadas através das equações (1) e (2).
1
𝑙 = 𝜌𝑐𝑣 𝑐 (1)
2
𝐿
𝑙= (2)
𝑏
𝜌: Densidade do ar (kg/m³)
𝑣: Velocidade de cruzeiro (m/s)
𝑐 : Coeficiente de sustentação
𝑙: Sustentação gerada por unidade de envergadura (N/m)
𝑐: Corda aerodinâmica (m)
𝑏: Envergadura (m)
𝐿: Força de sustentação (N)
2𝐿
𝑐= (3)
𝑏𝜌𝑣 𝑐
4
2𝐿 2 ∗ 98.1
𝑐= = = 0.28 𝑚
𝑏𝜌𝑣 𝑐 1.5 ∗ 1.144 ∗ 23 ∗ 0.77
5
Figura 4 - diagrama de esforço cortante.
,
𝑀 (𝑥) = −81,7𝑥 − (sin ( ,
) + 0,5 sin 2(sin ( ,
))) (6)
6
A equação (6) nos fornece a distribuição do momento fletor variando a função
para os valores dos limites de integração.
Para a segunda seção, foi encontrada a equação (7).
,
𝑀 ÇÃ = 𝐿 (𝑥) ∗ 𝑑 − 81,7 + 104,1 1 − 1,778𝑥 𝑑𝑥
,
− 𝑅 (𝑥 − 0.705) − 𝑀 (𝑥) = 0 (7)
, , , ,
∫ 𝑥∫ 𝑑𝑦𝑑𝑥
𝑑 = = 0,33
77,55 0,705 0,705
81,7 ∗ 0.71 + 2 (sin ( ) + 0,5 sin 2(sin ( )))
0,75 0,75
7
O valor crítico encontrado para o momento fletor foi de 118𝑁𝑚.
8
𝜋 𝜋
𝐼 = 6∗ ∗ 0.004 + ∗ 0.008 ∗ 0.007 = 1.598 ∗ 10 𝑚 (10)
4 4
118 ∗ 0.011
𝜎= = 81.22 𝑀𝑃𝑎
1.598 ∗ 10
Realizando testes de tração na fibra de carbono que será utilizada, comprovamos
um valor de tensão de escoamento de 85𝑀𝑃𝑎, dessa forma, obtemos o seguinte fator de
segurança:
𝜎 85
𝑓. 𝑠. = = = 1.05
𝜎 81.22
O valor do fator de segurança é consideravelmente baixo, no entanto é um valor
aceitável, considerando que não incluímos no dimensionamento as áreas do bordo de
ataque e longarina de balsa que atravessa toda a asa, reforçando-a. Além disso, a análise
de desempenho do projeto mostrou que o fator de carga real da asa fica abaixo do valor
de 2,5 utilizado para obter-se a sustentação máxima, sendo assim, trata-se de um
dimensionamento totalmente crítico e os seus valores são coerentes e aceitáveis.
Na seção das pontas, a análise foi análoga a realizada para os tubos de fibra, com
mudanças nos valores de momento fletor crítico na região, e momento de inércia das
longarinas de balsa, a geometria adotada para as longarinas de balsa pode ser vista na
figura 9.
9
Figura 10 – Asa final.
5 Conclusão
Diante de todas as características de projeto discutidas e decididas, esse trabalho
mostrou-se de alto vigor no seu objetivo de maximizar a carga levada pela asa com a
maior eficiência possível, além da garantia da segurança da missão através do
dimensionamento estrutural executado.
6 Perspectivas
Findado esse projeto, almeja-se contribuir ceticamente no âmbito estudado,
auxiliando presentes e futuros admiradores da área nas suas indagações e descobertas.
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7 Referências bibliográficas
MIRANDA J. RODRIGUES , LUIZ MIRANDA. Fundamentos Da Engenharia
Aeronáutica. 1 . ed. São Paulo: Edição Do Autor , 2010.
RAYMER , DANIEL P. Aircraft Design . 5 . ed. Virginia: American Institute of
Aeronautics and Astronautics , 2013.
BEER, FERDINAND P. Mecânica dos materiais. 5. Ed. New York: The McGraw-Hill
companies, Inc. 2008.
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