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empirismo-e-construtivismo-tres-ideias-sobre-a-
aprendizagem
Formação
Inatismo, empirismo e
construtivismo: três
ideias sobre a
aprendizagem
Platão, Aristóteles e Jean Piaget pensaram em diferentes
concepções sobre a aquisição dos conhecimentos.
Conheça as bases de cada uma
Beatriz Santomauro
Seja bem-vindo a uma investigação que já dura mais de 2 mil anos e não tem
data para acabar. Em torno das indagações que ela provoca, estudiosos das
mais diversas áreas de conhecimento humano gastaram toneladas de saliva,
montanhas de papel e enorme esforço intelectual. O desafio de dois milênios
pode ser resumido em duas perguntas: como o ser humano aprende? E como
criar as melhores condições possíveis para que o aprendizado ocorra na
escola?
Comentário
Platão diz que o homem nasce com certas características físicas e que
elas justificam a posição social de cada um. Ser apto a governar ou
trabalhar como auxiliar é resultado de uma vontade divina. Não se
considera nenhuma possibilidade de mudança.
Nos séculos 16 e 17, em plena Idade Moderna, essa perspectiva ganha força
com filósofos como Francis Bacon (1561-1626), Thomas Hobbes (1588-1679) e
John Locke (1632-1704). Do ponto de vista dos empiristas, caberia à escola
formar um sujeito capaz de conhecer, julgar e agir segundo os critérios da
razão, substituindo as respostas "erradas" absorvidas no contato com
diversos meios (a religião, por exemplo) pelas "certas", já validadas pelos
acadêmicos por seguirem os critérios científicos da época.
Comentário
O autor critica o inatismo, chamando a atenção para o fato de que não é
a "natureza" a responsável por nossos saberes (no trecho, chamados de
"virtudes"). Para Aristóteles, os conhecimentos são absorvidos como
resultado da prática - quando se tornam hábito.
Com inatismo e empirismo apontando para lados opostos ("O saber está no
indivíduo" versus "O saber está na realidade exterior"), o século 20 nasceu
com uma tentativa de caminho do meio para explicar o aprendizado: a
perspectiva construtivista. De acordo com essa linha, o sujeito tem
potencialidades e características próprias, mas, se o meio não favorece esse
desenvolvimento (fornecendo objetos, abrindo espaços e organizando ações),
elas não se concretizam.
Embora seus estudos não tenham sido feitos para aplicação em sala de aula -
por isso, é um equívoco falar em "método construtivista de ensino" -, suas
teorias inspiraram as obras sobre Educação popular de Paulo Freire (1921-
1997), sobre Matemática de Constance Kamii, sobre ética de Yves de la Taille
e sobre a psicogênese da língua escrita de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky.
Nas últimas três décadas, elas também têm influenciado investigações nas
chamadas didáticas específicas de cada disciplina.
Comentário
Citando características do pensamento científico clássico (enunciação,
classificação e abstração), Piaget afirma que o aprendizado necessita
também da ação de quem aprende (formulando hipóteses para entender
o objeto de conhecimento, por exemplo).