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Hepatites Virais

Profa. Rosângela Elaine Minéo Biagolini


2018
Hepatites
Hepatites Virais
Etiologia
• Imunológica Refere-se a um grupo de
• Medicamentosa infecções cujos agentes
• Alcoólica etiológicos são vírus que
• Infecciosa possuem como principal
– causada por bactérias característica o tropismo
– Protozoários primário pelo fígado com
– Vírus
evolução aguda ou
crônica.
As hepatites virais são uma das
maiores causas de transplantes
hepáticos no mundo – com destaque
para a hepatite C (HCV), um agravo
que hoje afeta mais de 185 milhões
de pessoas em todos os continentes
Principais características epidemiológicas dos vírus
que causam a hepatite
Tipos Material Período de Vias de transmissão Risco de
de genético incubação cronificar
vírus
Sexual, parenteral,
Adultos – 5% a 10%
sangue e
DNA 30-180 dias hemoderivados, Alto
B procedimento (90% nos
cirúrgico/odontológico, neonatos) e
solução de 5-10%
20 a 50% após 5
continuidade (pele e anos de idade
mucosas), mãe-filho
Parenteral, sangue,
C RNA 15-150 dias hemoderivados e Alto
(Média 80 sexual (85%)
dias)
D RNA 30-50 dias Alto
Idem a hepatite B (79% na
superinfecção e
< 5% na co-
infecção)
A RNA 15-45 dias Fecal-oral Inexistente
E RNA 28-48 dias Fecal-oral Inexistente
Hepatite B
Período de transmissibilidade:
de 2 a 3 semanas antes dos primeiros sintomas e
durante toda a doença. O portador crônico pode ser
infectante por vários anos ou pelo resto da vida.

Diagnóstico Laboratorial
Baseado inicialmente nas alterações bioquímicas +
avaliação clínica.

• Teste sorológico = detecção de antígenos e/ou


anticorpos específicos para cada um dos agentes
• Principal forma de transmissão: via sexual, sendo considerada uma (IST)
• contato com sangue contaminado das pessoas doentes
• por transfusão sanguínea (muito raro hoje em dia)
• pela utilização de seringas e agulhas contaminadas em injeções;
• no compartilhamento de drogas injetáveis;
• procedimentos tais como manicures, podólogos, colocação de piercing,
realização de tatuagens e acupuntura, com material que não tenha sido
limpo adequadamente e esterilizado depois da utilização em cada indivíduo
• A transmissão vertical:
– > 90% nos casos de mães com replicação viral
– 30% a 50% nos casos de mães sem replicação viral

Principal forma de prevenção


Vacinação e imunoglobulina nas primeiras 12 horas de vida = risco 5-10%
O VÍRUS B

anti HBs

anti HBe

anti HBc
Curso Sorológico da Hepatite B aguda
Curso Sorológico Típico
sintomas
HBeAg anti - HBe

anti-HBc

anti-HBc IgM
HBsAg anti-HBs

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 52 100

Semanas após a exposição


Curso Sorológico da Infecção Crônica pelo HBV
Curso Sorológico Típico

HBeAg anti - HBe


HBsAg
anti-HBc

anti-HBc IgM

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 52 anos
Semanas após a Exposição
INFECÇÃO CRÔNICA
HEPATITE B AGUDA
PELO VÍRUS B
Fluxograma de diagnóstico da infecção pelo
Vírus da Hepatite B

resultado falso-positivo no 1º teste ou


por se tratar de um indivíduo em janela
imunológica para o surgimento dos
anticorpos
Fonte: Manual Técnicoanti-HBc
para Diagnostico das Hepatites Virais – Ministério da Saúde, 2015 (P.35)
Hepatites C - Epidemiologia
• 3% da população mundial  infectadas pelo vírus da
Hepatite C Alta prevalência 
• Egito – 22%
Uso de seringas
• Paquistão - 4,8% Contaminadas
• China – 3,2%
• Brasil
– CASOS: 69.592 (entre 1990 a 2010)  destes 98,3%
crônicos
– OBITOS: 14.873 mortes  causa básica (entre 2000
e 2010) mais do que as outras hepatites.
(Radis, 116)
Um assassino silencioso
De cada 100 infectados pela hepatite C

Entre 75 e 85% desenvolveram a infecção crônica permanecendo com


o vírus durante toda vida

Entre 60 e 70% desenvolveram doença crônica afetando o fígado

Entre 5 e 20% desenvolvem cirrose

Entre 1 e 5% pessoas morrem cirrose ou do Carcinoma Hepatocelular


(CHC)
Esquema do vírus da Hepatite C

Glicoproteínas do
envelope
RNA viral
Modos de transmissão
Controle do Banco de Sangue (em 1993 obrigatória
testagem para Hepatite C)
 Antes  durante procedimentos em serviços de saúde
(transfusão de sangue e hemoderivados, transplante de
órgãos, contato com seringa contaminada)
 Após
 usuários de drogas endovenosas
 laminas de barbear e depilar, escovas de dente
 alicates de unhas
 Tatuagens ou piercings - (Usuários de drogas -nos EUA, últimos 5 anos
contágio - 60% uso drogas injetáveis)
 Alcoolistas
 Presidiários e sexualmente promíscuos.

As transmissões sexual e de mãe-filho são menos


frequentes que Hepatite B 3% a 10% dos casos – com
média de 5% dos casos
Fluxograma de diagnóstico da infecção pelo Vírus
da Hepatite C

Fonte: Manual Técnico para Diagnostico das Hepatites Virais – Ministério da Saúde, 2015
Hepatite A
• Doença viral aguda – autolimitada – de caráter benigno - distribuição
mundial.
• Brasil – coeficiente de incidência é de 130 casos/100.000 hab = país área de
risco para doença.
• Contribui para transmissão à estabilidade do vírus da hepatite A (HAV) no
meio ambiente (sobrevive de 12 semanas até 10 meses em água) e a grande
quantidade de vírus presente nas fezes dos indivíduos infectados.
• A disseminação está relacionada com nível socioeconômico
• Regiões menos desenvolvidas as pessoas são expostas ao HAV em idades
precoces
• As manifestações clínicas variam desde a ausência de sintomas a formas
fulminantes (0,1 a 0,2% dos casos)
• A maior parte das infecções são anictéricas, com sintomas que se
assemelham a uma síndrome gripal, mas com elevação das transaminases.
Nos casos sintomáticos observa-se 4 períodos:

• Período de Incubação: média de 30 dias.

• Período prodrômico: +/- 7 dias caracterizado por mal-estar, cefaléia, febre

baixa, anorexia, astenia, fadiga intensa, artralgia, náuseas, vômitos, dor

abdominal e aversão a alguns alimentos e ‘a fumaça de cigarro.

• Período de icterícia: com duração em média de 4 a 6 semanas (presente em

<10% das crianças menores de 6 anos e em 70 a 80% dos adultos), que

surge quando a febre desaparece e é precedida (24 a 48 horas) por colúria.

As fezes ficam descoradas e pode surgir hepato ou hepatoesplenomegalia.

• Período de convalescência, com sensação de bem estar, desaparece a

icterícia, colúria, dor abdominal, fadiga e anorexia.


Aspectos clínicos e epidemiológicos
 Modo de transmissão – fecal-oral veiculação hídrica,
alimentos contaminados.

 Período de transmissibilidade – segunda semana antes do


início dos sintomas, até o final da segunda semana de
doença.

 Diagnóstico clínico-laboratorial – transaminases; ALT


(TGP) e marcadores sorológicos: infecção aguda anti-HAV
IgM detectada desde o início do quadro clínico; infecção
passada anti-HAV IgG, detectada 1 semana após o início
dos sintomas.

 Tratamento – não requer tratamento específico, apenas


sintomático, se necessário.
Aspectos clínicos e epidemiológicos

• Características epidemiológicas – apresenta-se


de forma esporádica e sob a forma de surtos. É
frequente em áreas sem saneamento básico,
em instituições fechadas, com baixo padrão de
higiene. Nos países subdesenvolvidos, acomete
com mais freqüência crianças e adultos jovens.
Nos desenvolvidos, os adultos. A mortalidade e
letalidade são baixas e essa última tende a
aumentar com a idade.
Medidas de controle
 VHA é relativamente resistente ao calor, éter e acido. Inativado pela
utilização do cloro 1 p.p.m. por 30 minutos.
 Saneamento básico, principalmente o controle da qualidade da água
para consumo humano e sistema de coleta de dejetos humanos
adequado.
 Rigorosa higiene pessoal dos doentes e adequada desinfecção dos
banheiros utilizados pelos paciente e de brinquedos (nas creches por
exemplo), o VHA pode permanecer na superfície dos objetos por
semanas.
 Educação em saúde com informações básicas sobre higiene e formas de
transmissão da doença – cloração da água, proteção dos alimentos, etc.
 Adoção de medidas de isolamento entérico do paciente em domicílio,
visando à proteção dos familiares.
 Para os profissionais de saúde – obediência às normas de biossegurança.
Boletim Epidemiológico de Hepatites virais
Responda:
• Observe a figura 2 (p.8) e veja, qual o tipo de Hepatite que teve
maior taxa de incidência no Brasil em 2007 e em 2017?
• Observe a figura 3 (p.8) e diga qual é Hepatite que causa mais
óbitos?
• Como se explica o aumento da Hepatite A em homens de 20 a 39
anos? (figura B -p.12)
• A figura 8 (p.13) indica que o Coeficiente de Mortalidade por
Hepatite A é 0,01. Como se lê esse número?
• A Figura 12 (p.16), mostra que a taxa de detecção de hepatite
maior em que faixa etária? Por que ocorre nessa faixa etária?
• Faça 2 afirmativas verdadeiras sobre a Figura 14 (p.17)
• Observando a figura 23 (p.25) indique qual é a principal forma de
transmissão da Hepatite C
REFERÊNCIAS
BASILIA, C. Movimento social de AIDS vai fortalecer o controle da tuberculose e das Hepatites B e C no
pais. Texto recebido por e-mail em 21.05.07, referente a 6ª. Reuniao da articulação nacional de luta contra
AIDS, 28 a 29 abril 2006, Rio de Janeiro – RJ.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Programa Nacional de Hepatites Virais. Hepatites
Virais: o Brasil está atento. Serie A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília. Ministério da Saúde, 2003.
24p.

BRASIL. Parecer Técnico no 04/2010/CGPNI/DEVEP/SVS/MS E DST-AIDS E HEPATITES VIRAIS/ SVS/MS.


Atualização da indicação da vacina Hepatite B nos serviços de saúde do SUS. Disponível em:
<http://www.aids.gov.br/pagina/vacina-hepatites>

FERREIRA, C.T.; SILVEIRA, T.R. Hepatites virais: aspectos da epidemiologia e prevenção. Rev. Bras.
Epidem., v.7, n.4, p.473-87, 2004.

ENSP. Fiocruz. Hepatite C: Quebrando o Silêncio. Radis, n 116, p.11-17, abril 2012. Disponível em:
www.ensp.fiocruz.br/radis.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria Estadual da Saúde. Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre
Vranjac”. Divisão de Hepatites.Guia de Orientações Técnicas Hepatites B e C. 2002. 47p.

SÁO PAULO (Município). Secretaria da Saúde.Coordenação de Vigilância em Saúde. 1º Simpósio de


Hepatites Virais da Cidade de São Paulo. 18.maio.2006. 13p.

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