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TCC - Lucas Pinto PDF
TCC - Lucas Pinto PDF
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
elaborado por
Lucas Mazzoleni Pinto
Comissão Examinadora
________________________________
Prof. Dr. Marcos Alberto Oss Vaghetti
(Presidente/Orientador)
________________________________
Prof. Dr. José Mario Doleys Soares
(UFSM)
________________________________
Prof. Dr. Rogerio Cattelan Antocheves de Lima
(UFSM)
1 INTRODUÇÃO................................................................................ 10
1 INTRODUÇÃO
Uma matéria-prima natural, que causa pouco impacto ambiental e que pode
ser amplamente empregada na construção de moradias populares é o solo. Por ser
um material de baixo custo, e de fácil obtenção na maioria das localidades o solo
sempre teve papel importante na arquitetura ao longo da história.
Então, o resgate do solo como parte do processo construtivo vem sendo mais
abordado nos últimos anos, por ser de fácil obtenção e baixo custo em relação aos
materiais convencionais, e apresentar resultado final com bom desempenho térmico
e acústico. Técnicas para utilização do solo como material de construção tem sido
desenvolvidas e aperfeiçoadas ao longo do tempo.
Dentre as principais técnicas construtivas que utilizam o solo cru como
matéria-prima, tem-se: o adobe, que consiste na confecção de blocos com terra
crua, normalmente em formas de madeira, e que secam ao sol; os blocos
prensados, onde se utiliza uma prensa que pode ser manual ou mecânica, para
compactar a massa de solo dentro de um molde com o formato e tamanho desejado;
a taipa de pilão, onde as paredes da edificação são confeccionadas por meio de
blocos de solo feitos em moldes que podem ser de madeira, bambu ou taquara, e
que são compactados manualmente.
Porém esse tipo de técnica perdeu espaço para os materiais hoje
considerados convencionais, como é o caso dos tijolos de cerâmica produzidos com
queima em olarias, que resultam em materiais mais resistentes, mas que causam
maior impacto ambiental.
A substituição do solo cru pela cerâmica ao longo do tempo se deve muito ao
fato de que o solo, quando utilizado sem nenhuma adição, tende a ter um
desempenho insatisfatório, ao contrário dos produtos em que o solo passa pela
queima. Por isso, para que os artefatos produzidos com o solo cru se tornem
competitivos nesse sentido, é necessária que se faça a estabilização da massa de
solo, normalmente com adição de cimento e/ou cal.
Assim, o processo de estabilização do solo através da adição de cimento vem
desempenhando o papel de trazer o solo como matéria-prima construtiva de volta ao
mercado. A fabricação de tijolos e blocos de solo-cimento já é praticada
efetivamente no Brasil, e pode ser amplamente utilizada na construção de
habitações populares, principalmente por meio do sistema de mutirão,
impulsionando o desenvolvimento socioeconômico e ambiental da população de
baixa renda.
12
1.1 Justificativa
1.2 Objetivos
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.1.2 Adobe
2.1.1.3 Alvenaria
De acordo com Buriol (2002), o tijolo de solo-cimento pode ser utilizado como
solução na alvenaria (Figura 3), e depois de um pequeno tempo de cura atinge a
resistência necessária, resistência essa que aumenta conforme se adiciona ao teor
de cimento na mistura. Esses blocos são feitos com prensas manuais ou hidráulicas,
e não necessitam de mão de obra especializada.
18
2.2.1 O solo-cimento
adequada, a mistura do solo com o cimento deve ser feita de forma correta, o tempo
de compactação influencia na resistência do solo estabilizado. (BURIOL, 2002)
Conforme a ABCP (1986) os solos mais aptos para a estabilização com
cimento são os seguintes:
Os que possuem 100% dos grãos passando na peneira n°4 (ABNT 4,8
mm);
Os que apresentam de 10 a 50% dos grãos passando na peneira
ABNT 0,075 mm (n°20);
Os que apresentam limite de liquidez igual ou inferior a 45%;
Os que apresentam índice de plasticidade igual ou inferior a 18%.
–
(1)
29
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais
3.1.1 Solo
3.1.2 Cimento
3.1.3 Água
O RCC utilizado (Figura 12) foi coletado na obra do prédio 74-b do Centro de
Ciências Sociais e Humanas (CCSH) (Figura 13) no campus da UFSM. Ele é
constituído em sua grande maioria da argamassa usada no chapisco, emboço e
reboco das paredes de alvenaria, portanto não contém cerâmica. Este resíduo tem
sua origem na limpeza das lajes para a execução do contrapiso, por isso apenas
contém resíduos da fase do reboco da obra, fase essa anterior à fase do contrapiso.
A relação dos materiais, bem como das misturas e respectivas quantidades
utilizadas no estudo são descritos na Tabela 2.
Nota: SC = solo-cimento; (a,b) = teor de cimento nas composições sendo “a” 1:8 e “b” 1:10 traços, em volume; M
= mistura de solo e RCC em que (1,2,3) correspondem a: (1) 66,7 % solo e 33,3 % RCC, (2) 50 % de ambos e (3)
33,3 % solo e 66,7 % RCC.
Estufa com temperatura regulável (Figura 16) utilizada para a secagem dos
tijolos e posterior pesagem dos mesmos, parte do procedimento para
determinação da absorção de água;
3.2 Métodos
3.2.1.1 Solo
Para a confecção dos tijolos se utilizou solo com granulometria inferior a 4,76
mm, ou seja, solo passante na peneira #4. Para fazer a seleção do solo ele foi
exposto ao ar para sua secagem, e posteriormente, sem passar por processo de
trituração ou destorroamento, de modo a simplificar o processo de produção, ele foi
peneirado na peneira 4,76 mm. Depois de peneiradas as amostras foram
acondicionadas em sacos plásticos. Para os ensaios de caracterização das misturas
solo+RCC foram seguidas as recomendações NBR 6457 (1986) (Amostras de solo –
preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização). Os ensaios
efetuados com o solo foram:
Análise granulométrica, através de processo de peneiramento, feito de acordo
com os procedimentos recomendados pela NBR 7181 (1984);
Determinação do limite de liquidez, NBR 6459 (1984) (Solo- Determinação do
limite de liquidez);
Determinação da plasticidade do solo, conforme especificações da NBR 7180
(1984) (Solo - Determinação do limite de plasticidade);
Determinação da massa específica dos sólidos do solo, de acordo com a
norma NBR 6508 (ABNT,1984b);
Posteriormente eles foram transportados para uma área fechada para serem
secados ao ar. Não foi utilizado o processo de peneiramento ou de destorroamento
do material, de modo a simplificar o processo de produção. Em seguida os resíduos
foram peneirados com o uso de uma peneira 4,76mm e acondicionados em sacos
plásticos. Portanto, todo o RCC utilizado na moldagem dos tijolos tem sua
granulometria inferior a 4,76mm. Para os ensaios de caracterização das misturas
solo+RCC foram seguidas as recomendações NBR 6457 (1986) (Amostras de solo –
preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização). Os ensaios
efetuados com o solo foram:
Análise granulométrica, através de processo de peneiramento, feito de acordo
com os procedimentos recomendados pela NBR 7181 (1984);
Determinação do limite de liquidez, NBR 6459 (1984) (Solo- Determinação do
limite de liquidez);
Determinação da plasticidade do solo, conforme especificações da NBR 7180
(1984) (Solo - Determinação do limite de plasticidade);
Determinação da massa específica dos sólidos do solo, de acordo com a
norma NBR 6508 (ABNT,1984b);
A etapa seguinte foi à junção das duas partes do corpo de prova (Figura 28),
utilizando-se a mesma argamassa descrita anteriormente, com o auxilio de uma
colher de pedreiro.
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destoando muito dos demais, ele foi descartado, e a resistência média foi calculada
pela média dos valores restantes.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Composição
Parâmetros M1
66,67 % Solo - 33,33% RCC
% %
% Retida Acumulada
Retida Passante
Composição
Parâmetros M2
66,67 % Solo - 33,33% RCC
% %
% Retida Acumulada
Retida Passante
Composição
Parâmetros M3
66,67 % Solo - 33,33% RCC
% Retida % Retida Acumulada % Passante
25
10
25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
Umidade (%)
25
10
22 23 24 25 26 27 28 29 30
Umidade (%)
25
10
19 20 21 22 23 24 25 26 27
Umidade (%)
Granulometria M1
100,0
90,0
Amostra
80,0
70,0
% Passante
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
4 8 16 30 50 100 Fundo
Peneiras
Granulometria M2
100,0
90,0
Amostra
80,0
70,0
% Passante
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
4 8 16 30 50 100 Fundo
Peneiras
Granulometria M3
100,0
90,0
Amostra
80,0
70,0
% Passante
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
4 8 16 30 50 100 Fundo
Peneiras
relação a norma citada, já que grande parte dos tijolos apresentou resistências
inferiores às requeridas.
cimento (traços, em volume, em relação à massa total dos componentes) 1:8; b corresponde ao teor
de cimento (traços, em volume, em relação à massa total dos componentes) 1:10.
2,50
2,00
Resistência à Compressão (Mpa)
1,50
7 dias
1,00 28 dias
0,50
0,00
M1a M1b M2a M2b M3a
Composições solo-cimento + RCC
moldagens, visto que a equipe não tinha grande experiência na confecção de tijolos
de solo cimento.
Mesmo assim pode-se considerar a mistura M2b uma mistura de sucesso
quanto a resistência à compressão simples, pois já aos 7 dias ela apresentou
resistência média acima de 2 Mpa.
Os principais motivos que causaram essa resistência inadequada,
principalmente aos 7 dias, são a granulometria e a baixa pressão de prensagem,
que por ser manual, não consegue quebrar os grumos de argamassa provenientes
do RCC.
O fato de o resíduo ser proveniente basicamente de rejeito de argamassa, faz
com que o material fique em forma de grumos, o que afeta muito a resistência,
fazendo com que ela se torne baixa. Para a correção desse defeito, o RCC pode ser
triturado antes de ser peneirado.
Outra intervenção que poderia melhorar a qualidade do produto final seria a
adição de resíduos de cerâmica vermelha. Ela além de melhorar a granulometria,
tem efeito pozolânico, como mostrado por Tanski (2013), o que melhora as
propriedades do produto final, além de poder diminuir a quantidade de cimento
necessária. Sabendo que o resíduo de cerâmica vermelha é comum dentro das
obras, seria viável a sua incorporação na mistura, o que melhoraria as propriedades
do produto final.
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30,00%
25,00%
20,00%
Absorção de Água
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
M1a M1b M2a M2b M3a
Composições
Um fato que contribui muito para essa elevada absorção de água é que o
RCC está organizado em forma de grumos, o que torna os tijolos mais porosos, e,
portanto mais propensos a absorver quantidades maiores de água.
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5 CONCLUSÃO
6 RECOMENDAÇÕES
REFERÊNCIAS
_______. NBR 7181: Solo – Análise granulométrica. Rio de Janeiro, 1984a. 13p.
_______. NBR 7182: Solo – Ensaio de compactação. Rio de Janeiro, 1986. 10p.
_______. NBR 8491: Tijolo maciço de solo-cimento. Rio de Janeiro, 1984e. 4p.
_______. NBR 10835 - Bloco vazado de solo-cimento sem função estrutural, forma
e dimensões. Padronização. Rio de Janeiro, 1994. 2p.
PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16 aulas. São Paulo, 2000.
247p.