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PROJETO LIA - LAZER, INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE

A necessidade de lazer e diversão é algo inerente ao ser humano,


principalmente para as crianças. Mas, quando se tem alguma deficiência,
ainda é muito comum, infelizmente, se deparar com brinquedos em
parques públicos que não contam com acessibilidade para quem dela
precisa.
Assim, o Projeto LIA (Lazer, Inclusão e Acessibilidade) surgiu no ano de
2013 em Curitiba/PR como um movimento que logo ganhou abrangência
nacional na promoção da acessibilidade no lazer para jovens com
qualquer tipo de deficiência e, em novembro de 2018, um grupo de mães
de Bauru/SP se reuniu para trazer este projeto ao município.
A ADAP conversou com uma dessas mães, a Vanessa Nogueira Bidellati,
que também está organizando a primeira edição da REAB (Feira de
Reabilitação de Bauru), prevista para ocorrer nos dias 17, 18 e 19 de maio
deste ano, no Sesi Horto. Confira a seguir nossa entrevista com a
Vanessa, que nos conta tudo sobre o Projeto LIA em Bauru e também
sobre os planos para a REAB!
ADAP: Vanessa, o Projeto LIA é um projeto de âmbito nacional,
certo? Você poderia nos contar um pouco da história inicial do
projeto e seus objetivos?
Vanessa: O Projeto LIA é um movimento nacional de pessoas que
buscam difundir a importância da inclusão também na diversão. A maior
frente do projeto é solicitar junto ao poder público a implantação de
brinquedos adaptados em parques públicos e em eventos da cidade com
o objetivo de que o lazer, de fato, seja inclusivo.
O projeto foi idealizado por uma mãe em Curitiba, a Shirley Ordônio, que
tem três filhos (Leo, Camila e Letícia), e a Letícia, uma das gêmeas, possui
uma deficiência. Sempre que saía para brincar com o três, a Letícia ficava
impedida ou limitada a participar da brincadeira por conta da falta de
acessibilidade ou ausência de brinquedos adaptados. Foi, então, que a
Shirley adaptou um balanço com almofadas para a Letícia poder brincar.
A mãe conta que foi a gargalhada mais linda que ela já ouviu da sua filha.
ADAP: Como se deu a
criação do núcleo regional do LIA em Bauru? Quem são as principais
organizadoras na cidade? Como vocês pretendem aplicar os
objetivos do projeto no município de Bauru?
Vanessa: Aqui em Bauru, comecei a conversar sobre ideia de um projeto
que trouxesse mais oportunidades de trocarmos informações sobre o que
envolve a deficiência, com a Marli Nabeiro, coordenadora de um projeto
de equoterapia do qual meu filho participava. Daí, convidei algumas mães
e pessoas mais próximas também e decidimos marcar uma reunião.
Somos em sete: eu (Vanessa Nogueira Bidellati), Marli Nabeiro, Ana
Claudia Graciano, Ticiane Freitas, Mariana Cardoso, Mariana Gejão e
Loriane Amaral. Nesse processo de decidir como colocaríamos em prática
o nosso sonho, acabamos conhecendo o Projeto LIA através das redes
sociais. Então, ao invés de iniciarmos outro projeto, decidimos nos unir a
uma proposta que veio ao encontro do que estávamos buscando. Em
novembro de 2018, conseguimos fazer uma palestra sobre os direitos da
pessoa com deficiência na OAB, com o juiz Renato Siqueira de Pretto e o
advogado Eduardo Jannone. E também, em dezembro do mesmo ano,
fizemos o primeiro piquenique inclusivo de Bauru, que foi um momento
muito especial. Estamos em contato com a prefeitura, que tem sido muito
receptiva, para solicitar brinquedos adaptados em parques públicos da
cidade. Desde maio de 2017, foi sancionada a lei nº 13.443/17, que torna
obrigatório locais de lazer, tanto públicos quanto privados, de terem, no
mínimo, 5% dos brinquedos adaptados.
ADAP: Como a
população bauruense ou de outras cidades da região pode colaborar
com o Projeto LIA?
Vanessa: O Projeto LIA é um movimento em que qualquer pessoa que
tenha interesse pode participar. É uma rede de pessoas que compartilham
informações sobre como reforçar a importância da acessibilidade e
inclusão através do lazer. É uma oportunidade que a família tem de sair
da rotina intensa de terapias e consultas e lembrar que são pessoas que
precisam de momentos de entretenimento e diversão, também de
encontrar outras famílias que vivenciam situações parecidas e trocarem
experiências, além das famílias que não convivem diariamente com algum
tipo de deficiência terem a oportunidade desse contato. Tudo passa a ser
uma troca de vivências e experiências, o que contribui para a inclusão.
Para entrar em contato com o Projeto LIA de Bauru, basta escrever para
o e-mail projetoliabauru@gmail.com
ADAP: E a REAB? Quais são os objetivos desse evento? O que levou
vocês a planejá-lo em Bauru?
Vanessa: A REAB, que a é Feira de Reabilitação de Bauru, é uma outra
iniciativa, independente do Projeto LIA. Eu não conseguia mais tirar da
cabeça a proposta de ampliar a troca de informações sobre tudo o que
envolve a deficiência, em todas as faixas etárias, sem restringir a um tema
ou deficiência. E minha cunhada, Ana Claudia Graciano, além da minha
família, abraçou a ideia comigo. Outro objetivo é o de proporcionar o
contato com expositores de produtos, equipamentos, recursos, etc, e
também, num segundo momento, oferecer conteúdo de formação
continuada. É criar um ponto de encontro no interior do estado de São
Paulo para conversarmos sobre a deficiência. Essa feira nasce do sonho
de oferecer um olhar mais amplo e humanizado sobre a deficiência, focado
nas possibilidades da pessoa e não nas suas dificuldades. É o desejo de
ser ponte para que as pessoas se encontrem - quem buscar um pouco
mais de informação, que ache; quem possa oferecer algo, que saiba o
caminho para doar; e quem tem conhecimento, que possa compartilhar!
Para mais informações:
Projeto LIA
http://www.projetolia.com
https://www.facebook.com/projetolia/
REAB
https://www.facebook.com/reabbauru/
reabbauru@gmail.com

* Crédito das fotografias: Vanessa Nogueira Bidellati/divulgação.

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