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Resumo
INTRODUÇÃO
Dessa forma, as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência não são apenas
as barreiras físicas que impedem a sua acessibilidade e inclusão na sociedade, mas,
principalmente, as barreiras atitudinais que estão esteadas nos preconceitos, estereótipos
e estigmas que definem e marcam a sua identidade ao longo da história, e, por
conseguinte, são geradoras de novas formas de discriminação e segregação social”.
Estamos aqui considerando que o trabalho efetivo nas escolas, mais especificamente nos
anos iniciais, a fim de conscientizar as crianças pequenas a respeito das diferenças,
deficiências e diversidades de corpos, seja crucial para que possamos atingir o
objetivo de vivermos em uma sociedade que propicia a todos direitos iguais
levando em conta toda uma gama de diversidades, que devem ser respeitadas. Não
temos como pensar em mudanças estruturais na sociedade sem pensar na
conscientização da infância. Sabemos que a infância é a idade em que temos a
maior plasticidade cerebral, portanto, é a idade mais propícia para construir
uma mentalidade inclusiva, e que diverge da maioria pré-estipulada. E também
precisamos considerar que todo o contingente populacional que formará os
cidadãos que estarão ativos daqui uns anos, está nas escolas, se preparando
para o mundo. Logo, cabe a nós, educadores, termos um olhar muito atento e
cuidadoso em relação ao tipo de sociedade que queremos no futuro, para que
possamos realizar um trabalho consciente em sala de aula.
PROPOSTA EDUCACIONAL
Campo de Experiências
“CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
Público Alvo
Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses)
DADOS DA ATIVIDADE
Descrição da atividade: Mostrar às crianças as obras do Ronaldo Pio e dos Pintores com
os Pés e com a Boca para ilustrar a possibilidade de fazer arte mesmo sem ter as mãos ou
sem ter mãos funcionais, introduzindo assim o diálogo sobre deficiência e os diferentes
tipos de corpos. Depois, propor que elas pintem sem usar as mãos, podendo utilizar
qualquer parte do corpo para segurar o pincel, boca, pé, dobra do braço e perna etc. E
depois dialogar numa roda de conversa sobre as dificuldades que sentiram, sobre o
resultado de suas pinturas e o que mais elas trouxerem de elementos sobre a experiência,
sempre tendo o professor como intermediador da conversa, trazendo temas sobre
diversidade e inclusão de forma a naturalizar e a valorizar as habilidades diferentes que
corpos diferentes podem ter.
Objetivo da atividade: Chamar a atenção das crianças pequenas para o tema da inclusão.
Mostrar um pouco sobre as diferenças entre os corpos e suas respectivas habilidades. Afim
de que elas percebam de forma lúdica, empírica e acolhedora que todos os tipos de corpos
têm habilidades, mesmo que sejam habilidades diferentes. Para que elas possam ser e se
tornarem pessoas ativas na construção de uma sociedade inclusiva e para dissolver os
possíveis preconceitos que são plantados em nós desde a mais tenra idade acerca das
PCD.
Organização do espaço: Qualquer espaço onde seja possível estender um pedaço grande
de papel Kraft para as crianças pintarem livremente.
Organização do tempo: 1h30min.
Materiais utilizados: Obras do Ronaldo Pio e dos APBP nas mídias digitais ou impressas,
rolo de papel kraft, tintas e pincéis.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não podemos negligenciar o tema da educação inclusiva nos anos iniciais, pois é um
tema cada vez mais presente e necessário nos espaços educacionais. Se antes as
crianças portadoras de necessidades educacionais específicas frequentavam outros
modelos de escola ou não frequentavam, hoje em dia elas estão conquistando cada vez
mais os espaços. Todavia, essa conquista dos espaços têm sido muito penosa, porque
além das inúmeras barreiras físicas que elas encontram, como a falta de acessibilidade às
instituições, ruas etc, temos entre outras também as barreiras atitudinais, que dizem
respeito às atitudes das pessoas em relação a elas. Se as pessoas não estão preparadas e
abertas para lidar com isso livre de preconceitos, torna-se muito difícil para que as PCD
sejam de fato incluídas nos ambientes.
E a única forma que temos de conscientizar as pessoas, é tratando do tema desde cedo,
com leveza e naturalidade. Mostrando as deficiências como algo natural e exaltando suas
qualidades e habilidades para que não sejam inferiorizadas por sua característica
divergente. Para pensarmos numa sociedade de fato inclusiva, precisamos preparar
nossas crianças para isso. Além de que, pensar na questão da representatividade para as
crianças com deficiência que estão na escola também é um fator fundamental para que
estas se sintam mais valorizadas e pertencentes a nossa sociedade. Dessa forma, trazer
artistas que têm alguma deficiência expande seus horizontes em relação às suas próprias
possibilidades.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
FERREIRA, Otavio. Pedagogia da Primeira Infância Oprimida. Educ@, Disponível em:
http://educa.fcc.org.br/scielo.php