Você está na página 1de 12

Aula 1

APOSTILA ILUSTRADA

www.gabrieldecarvalho.com.br

@gabrieldecarvalho_professor
AULA 1

A MATRIZ DA NUTRIÇÃO FUNCIONAL


A teia de inter relações metabólicas da nutrição funcional.

Assimilação Defesa e reparo


Antecedentes

Integridade Mental Emocional


estrutural Energia
Gatilhos
Espiritual
Biotransformação
Comunicação
e eliminação
Mediadores
e perpetuadores Transporte

Sono e Exercício e Nutrição e Relações/


movimento Estresse
relaxamento hidratação Equipe

2
AULA 1

A MATRIZ DA NUTRIÇÃO FUNCIONAL


Saliva – 500 a 1000ml/dia Composição da saliva
As 7 Funções do Sistema Gastrointestinal
1) Manutenção da saúde oral
1) Digestão • protege dentes e mucosa contra toxinas microbianas “Um dos fluídos mais
2) Absorção • estímulos nocivos complexos, versáteis e
3) Excreção importantes do corpo.”
• pequenos traumas
4) Neuro • meio adequado para os receptores gustativos
5) Imuno 2) Capacidade de comunicação através da fala.
6) Endócrina 3) Papel na fisiologia esofágica 1) Eletrólitos e íons
7) Destoxificação 4) Processo digestivo • Cálcio, cloro, potássio, fósforo, magnésio,
5) Proteção das células gástricas tiocianato, hidrogênio

Este é o percurso que nós, 2) Lubrificantes


1) Digestão
alimentos, percorremos. • Mucinas e proteínas ricas em prolina

3) Compostos antimicrobianos
• Imunoglobulina secretória A, aglutinina
• Lisozima, lactoferrina, lactoperoxidase salivar
• Cistatina, histatina, estaterina

4) Várias enzimas
• Amilase, lipase, ribonuclease, protease

5) Fatores de crescimento
• Fator de Crescimento Epidérmico (EGF)
• Fatores de Crescimento Transformador (TGF)-α e-β
• Fator de Crescimento de Fibroblastos (FGF)
• Fatores de Crescimento insulina-like (IGF) I e II
• Fator de Crescimento de Nervo (NGF)

6) Hormônios
3
AULA 1

A IMPORTÂNCIA DA MASTIGAÇÃO
Esvaziamento gástrico Individualidade noesvaziamento gástrico PGs: renovação da barreira mucos
vs
tamanho da partícula alimentar O esvaziamento gástrico de pessoas saudáveis é de
1-4 kcal/min.
ATÓRIOS
N T I - I NFLAM
“Em média, há uma lentificação modesta A
desta velocidade com o envelhecimento,
mas fica dentro da referência….”

Suco Gástrico: 2000 a 2500ml/dia

Produção de ácido

Catecolaminas: HCO3-

4
AULA 1

FUNÇÕES DO ÁCIDO CLORÍDRICO


Facilita a absorção:
• ferro, cálcio, vitamina B12 Hipocloridria
• certos medicamentos Fase cefálica
Contribui com cerca de 20% da secreção
Previne
gástrica associada à ingestão de uma refeição.
pH gástrico <4, em jejum
• crescimento bacteriano excessivo
(estômago e intestino!)
• infecções entéricas Causa:
• Infecção por Helicobacter pylori
Possivelmente, previne: • Gastrite autoimune / atrófica
• pneumonia adquirida na comunidade • Infecção pelo HIV
• peritonite bacteriana espontânea
• alergia alimentar mediada por IgE Induzida:
• Inibidores de bomba de prótons
• Antagonistas de receptores H2

Fisiologia gástrica Fisiológica / idiopática /envelhecimento

• pH gástrico em jejum: 1 – 3
• pH gástrico no uso de prazóis: >4
Hipocloridria e envelhecimento
E outros redutores da acidez gástrica
Secreção ácida reduz
Medicamentos como em cerca de 30% (volume)
cetoconazol, posaconazol, com a idade.
itraconazol, dasatinib, nilotinib,
erlotinib, atazanavir, delavridina
precisam de um estômago
ácido para serem absorvidos.

5
AULA 1

Maior parte TGI colonizado Pouca Inflamação • virulência da linhagem de H. pylori


Alguns • suscetibilidade genética do hospedeiro Ácido
da população por Helicobacter ou nenhuma mucosa • idade de aquisição da infecção
indivíduos muco HCO3-
mundial pylori sequela gástrica • fatores ambientais

Hipótese no Ca gástrico(3º. Câncer que mais mata)


Doença refluxo Câncer Várias condições
gastroesofágico esofagiano alérgicas e asmáticas
Hipocloridria

Supercrescimento de
outras bactérias que
não H. pylori Colonização por
H. pylori (ocidente)
Esp. reativas do
oxigênio e nitrogênio
Absorção de B12, ácido fólico e cálcio
Dig Dis. 2007;25(2):144–150

Mutações no DNA
Absorção de ferro e magnésio
Semin Hematol. 2018;55(4):256–261 e Braz. J. Surg. Clin. Res. V.5,n.3,pp.45-49 (Dez 2013 – Fev 2014)

Aquisição do H. pylori na infância resulta em hipocloridria


J Gastroenterol Hepatol. 2018;33(7):1321–1326

O uso de IBPs adicionou risco extra a ocorrência de Síndrome Metabólica e Uso de IBP candidíase esofagiana em indivíduos imunocompete
Gastroenterology Res. 2018;11(3):195–199
Esteatose Hepática aos pacientes celíacos em dieta livre de glúten e (assim)
deve ser limitado a indicações estritas. Uso de IBP infecções intestinais, pneumonia, fraturas, depressão
Braz. J. Surg. Clin. Res. V.5,n.3,pp.45-49 (Dez 2013 – Fev 2014)

6
AULA 1
Algum exame que Quais são os sintomas do seu paciente? Outras possibilidades
possa me indicar suspeita
de hipocloridria?
Hipocloridria
Eructação
Azia é comum 1) Relaxamento
Dor / desconforto APÓS refeição
Pacientes com Ferritina <50 Digestão de proteínas lenta 2) Temperos: gengibre e alecrim
e Sat. Transferrina <15% 3) Aloe vera
Hipercloridria • 2-3 (20 a 30ml) colheres de sopa 10 minutos
Ac. Anti células parietais positivos (>20) e >100
antes das 3 refeições;
Pode haver eructação
Chance de gastrite atrófica autoimune Azia é comum 4) Melhora da função mitocondrial
Dor / Desconforto quando em JEJUM
e aliviado pela comida 5) Solução de HCl (ácido clorídrico)
Causa de hipocloridria e deficiência de ferro
Digestão de proteínas normal / rápida • 1 a 7 gotas, em pouca água, no início das refeições

Qual o melhor tratamento Provavelmente já é suficiente para a maior parte dos pacientes
para hipocloridria?

A co-administração de bebidas ácidas, como Betaína HCl 1500mg Betaína HCl 750mg Coca-Cola®
• ácido glutâmico
• ácido clorídrico diluído
9,7 mmol H+ 4,8 mmol de H+ 0,9 mmol de H+ em 250 mL
• bebidas carbonatadas

Tem sido bem documentada com cetoconazol, pH 1,41


posaconazol, e recentemente, erlotinib. pH resultante de 1,71 (pH da bebida é 2,5)
(tomando c/250 mL de água)

7
AULA 1

Suco Pancreático – 2000 a 3000ml / dia 1. SUCOS DIGESTÓRIOS


Tripsinogênio - Ativado por enterocinase e tripsina Suco Biliar 600 a 800ml/dia Que Nutrientes estão envolvidos Enzimas do suco entérico
• Quimotripsinogênio – ativado por tripsina
na síntese destas substâncias?
• Procarboxipolipeptidase – ativado por tripsina Sais biliares (67%) • sacarase
Fosfolípides – lecitina (22%) Sais biliares Fosfolipídios • maltase
Amilase Lipase Colesterol (4%) • isomaltase
Bilirrubina (0.3%) • ferro • fosfatidilcolina
• Dissacaridases • Colesterol esterase • lactase
Proteína (4.5%) • ác. ascórbico
• Trissacaridases • Fosfolipase • peptidases
• glicina
• lipas
• taurina
Bicarbonato (produção ativada pela secretina)
• P.S.: enzimas tem sua produção ativada
pela acetilcolina e CCK

Ativação da digestão pancreática

Fase Cefálica - 20% da secreção enzimática


• Mesmos ativadores da Fase Cefálica
gástrica
• Acetilcolina – nervo vago
Fase Gástrica – 5 a 10%
Fase Intestinal - 70 a 80%
• Inicia quando quimo entra no intestino –
liberação de CCK e secretina
• pH intraduodenal < 4,5 (+ ainda se <3) =
ativação e liberação da secretina
• libera bicarbonato
• potencializa a ação da CCK = +
enzimas
• fluxo da bile

8
AULA 1

2. ABSORÇÃO
Intestino Delgado: 4-7m – 300m² área Esôfago
Jejuno
Cl, Ca, Mg, Fe, Zn, Cu, Mn
Íleo Monossacarídeos
Estômago (frutose, maltose, galactose)
Lipídios (AGCC, AGCL)
Duodeno Vitaminas B1, B2, B6, B9 e C
Vitaminas lipossolúveis

Dissacarídios
Tiamina, riboflavina,
piridoxina e folato 3. CONSTIPAÇÃO
Proteínas e aas

Colon Colesterol
Vitamina B12
Apêndice
Reto Sais biliares

Pode se referir a:
Como suspeitar de má absorção?
• dificuldade em evacuar
1) Sintomas de má digestão • evacuação incompleta
2) Fezes excessivamente volumosas • fezes duras
3) Queda de cabelo e unhas fracas • ou redução na frequência de evacuação
4) Ondulações nas unhas
5) Pele excessivamente envelhecida e ressecada Afeta 30-50% dos idosos e + 50-70% dos
6) Carência nutricional ampla idosos institucionalizado.
• Avaliação laboratorial: vitamina B12, ácido fólico,
zinco, cobre, manganês, cálcio, magnésio...
9
AULA 1

Escala Bristol da forma das fezes

Tipo 1: Pedaços
separados - “cápricas”

Tipo 2: Forma
de salsicha, mas
segmentada

Tipo 3: Forma de
salsicha, mas com
fendas na superfície

Tipo 4: Forma de
salsicha ou cobra,
lisa e mole

Tipo 5: Pedaços moles,


mas contornos nítidos

Tipo 6: Pedaços aerados,


contornos esgarçados
1) Hidratação ótima 5) Alérgenos alimentares ausentes
Como possibilitar
2) Ingestão de fibras ótima 6) Disciplina: horário / local
Tipo 7: Aquosa, sem função de excreção
3) Digestão de proteínas ótima 7) Posição
pedaços sólidos ótima? 4) Microbiota ótima

10
AULA 1

4. IMUNO
70-80% dos linfócitos do corpo estão no TGI Representação esquemática da barreira funcional intestinal
1 2
Início da regulação imunológica da barreira: Rota alternativa

3
4

6
7

1) Probióticos 5) Linfócito Antígenos ativam Células M (especializadas em endocitar e


2) Pátogeno 6) Venula
transportar antígenos para a lâmina própria)
3) Alteração da 7) Vaso linfático
camada de muco PRR’s, TLRs, NODs
4) Macrófago Células apresentadoras de
Liberação de citocinas
antígenos (células dendríticas)

A circulação de linfócitos entre diferentes Ativação cél. Sist. imune


mucosas é um dos componentes mais Processamento e indução de células T
PRR’s: receptores de reconhecimento de padrões
importantes deste sistema, pois permite que TLRs: receptores toll-like
as respostas sejam integradas em rede. NODs: receptores de domínio de oligomerização Th1, Th2, Treg
de ligação de nucleotídeos
11
AULA 1

Mediadores Inflamatórios liberados Complexa interação


sistema nervoso-sistema imune

Citocinas - TNF-α e IFN-γ Células neuroendócrinas

Modificação das funções das junções firmes secreção neuro peptídios

permeabilidade intestinal regulação da resposta imune

Diagramação: Heloísa Freitas (Mauzi Estudio) • Ilustrações: Mauro Freitas (Mauzi Estudio)
mauzi.atendimento@gmail.com • Facebook/Mauzi Estudio

12

Você também pode gostar