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Crítica | O Clube do Imperador

por Leonardo Campos em 6 de abril de 2019

“A sua vida se prolonga em outras vidas”…


Excerto do filme O Clube do Imperador

Em O Clube do Imperador, o professor William Hundert (Kevin


Kline) é um professor da Snt. Benedict’s, uma tradicional escola
de rapazes estadunidense conhecida por receber os filhos da
elite social para estudar.  Com citações permanentes aos ensinos
de filósofos gregos e romanos, tais como “o caráter do homem é
o seu destino” e “o fim depende do início”, Hundert transmite os
seus ensinamentos tendo em vista ideais considerados ultrapassados e hipócritas.
Em suas aulas o professor se esforça constantemente para impressionar os seus
estudantes com valores ligados ao que chamamos de princípios éticos. O seu
posicionamento em classe é firme, respeitoso, mas certo dia a “supremacia” é colocada em
xeque com a chegada de Sedgewick Bell (Emile Hirsch), uma espécie de James Dean da vida
de Hundert. Filho de um senador influente, o garoto quebra o ritmo das aulas com a sua
aparente pouca importância para temas tão caros para o professor.
Ao entrar em choque com o sistema de ensino de Hundert, Bell vai promover uma
revolução na vida do docente. No entanto, diferente do que observamos nos filmes deste
subgênero, a revolução não será comum aos finais de filme em que o professor consegue
salvar os estudantes do sistema, contornando os caminhos das suas vidas. Neste processo
de interação que apresenta um longo período da vida do professor e de seus estudantes,
talvez Hundert seja o personagem que mais tenha evoluído e aprendido lições que
mudariam a sua forma de ver a vida.
Uma destas lições é algo que se discute com muita frequência em rodas de profissionais
do ensino: professor não é perfeito. Mesmo que haja a necessidade de se preservar, cuidar
da imagem e esforçar-se para ser um bom modelo/exemplo há uma exigência por parte da
sociedade, e até mesmo, dos próprios professores, que sobrepujam a realidade, buscando
um ideal de perfeição que não cabe para qualquer um que se designe “ser humano”.
Voltando para Bell, apesar da rebeldia desmedida, o professor enxerga no jovem alguém
com bastante potencial. É nesta percepção que vai germinar o seu interesse em moldar o
caráter do estudante, missão que Hundert toma para si com todas as forças. Bell parece
responder aos estímulos, mas uma dolorosa traição, que envolve questões éticas, traz
problemas para a relação estabelecida entre ambos, algo que se perpetua na juventude e
posteriormente, quando numa oportunidade inesperada, Hundert se reencontra com Bell e
outros estudantes da mesma classe, então adultos.
Quando jovem, durante um concurso para o prêmio Júlio César, organizado pelo
professor, Bell acaba burlando as regras e colando, mas como a sua posição social era
privilegiada, os gestores da instituição não levaram a denúncia de Hundert sobre o
acontecimento, pois provavelmente isto causaria desconforto e instabilidade, visto que o
pai do garoto é um político de posição igualmente privilegiada.
O que causa maior desconforto em Hundert é o fato de que apesar de pregar a ética o
tempo todo, ele falha ao dar uma chance ao rapaz. No processo seletivo dos finalistas para
o tal concurso, Hundert altera os resultados e classifica Bell como um dos três selecionados.
Em sua concepção o rapaz tinha potencial e poderia não encontrar a mesma sorte
futuramente. No entanto, para o seu amargor, Bell contraria todas as expectativas e
questiona os valores pregados pelo professor, alegando que a ética é uma construção, algo
que não tem o menor valor em sua vida.
É com este ritmo que a direção segura de Michael Hoffman conduz muito bem o roteiro
de Ethan Canin, baseado numa história de Neil Tokin. O cineasta já havia trabalhado com o
ótimo Kevin Kline em Sonho de Uma Noite de Verão e o clima apresentado em cena parece
bem orquestrado. Ao longo dos 109 minutos, O Clube do Imperador se mostra um filme
eficiente ao funcionar como drama e expor potencial para dialogar com qualquer área do
ensino.
No que tange aos elementos da linguagem cinematográfica, o filme é bastante eficiente.
Possui uma direção de fotografia competente, uma montagem equilibrada e designer de
produção que contempla paisagens bucólicas e uma paleta de cores suave, bem interligada
aos elementos dramatúrgicos. Por falar em dramaturgia, o personagem idealista do ator
Kevin Kline é muito bem delineado pelo roteiro.
Para o ator Kevin Kline, dono de uma atuação hipnótica, Hundert é um estudo de um
homem fascinante, um personagem que faz eficientes conexões entre o passado e o
presente, com um método de ensino focado em sua devoção pela atividade que
desenvolve. Tendo esta vocação para o ensino, ele é o “modelo de um professor de
verdade”, um personagem quixotesco se pensado nos valores que prega e na realidade em
que está inserido, alguém “iluminado”. Para dar força ao seu personagem, o roteiro nos
oferece o contraponto de Hundert, alguém que coloca em prática o que se convencionou
chamar de pragmática, uma pessoa com visão de futuro, preocupada em angariar fundos e
estabelece conexões sociais que mantenha a escola de pé, mesmo que os novos formatos
não respeitem os princípios éticos perpetrados por Hundert ao longo da sua carreira na
instituição.
Para Ethan Canin, um dos lemas do filme é a importância da história e do ensino de moral
aos alunos. Somado a isso, o filme mostra uma espécie de concretização dos conceitos de
virtude e princípios morais. O cineasta Michael Hoffman, ao assumir o roteiro, disse
acreditar no poder da educação pelo fato de ter tido ótimos professores e isso o ajudou a
comandar o filme. O resultado, para bom entendedor, está na condução da narrativa.
Na ótica da produção, o professor precisa ter ética, dinamismo e boa vontade para
ensinar. O roteiro, cheio de ideias socráticas e platônicas acerca da necessidade do espírito
criativo e inovador, bem como da superação dos modelos que apenas reproduzem
conhecimento mecanicamente. Como aponta Ghiraldelli em Filosofia da Educação, o
filosofar é a “desbanalização do banal”, pois precisamos o tempo todo pensar sobre tudo
que nos cerca, sair da inércia ou do estado de aceitação. É este o caminho que o filme
segue: combater o conformismo nos apresentado pelas velhas normas estabelecidas desde
sempre, numa busca incessante por uma melhor posição dentro da sua própria trajetória.
Hundert é o contrário do que Rubem Alves chamou certa vez de “dadores” de aula, ou seja,
profissionais que adentram a sala de aula para reproduzir regras gramaticais, fatos
históricos e fórmulas matemáticas. Ao trazer para a classe discussões tradicionais,
revestidas de um olhar reflexivo, não meramente reprodutor, ele ganha a confiança dos
estudantes e se revela alguém que marca a vida destas pessoas para sempre.
No percurso de Hundert, o idealismo é a virtude que irá nortear toda a sua metodologia,
bem como a sua vida. Na contemporaneidade a relação entre idealismo e professores é um
tema que rende polêmicas constantes. Há quem defenda a postura idealista, assim como
há aqueles que acreditam no idealismo como algo que atrapalha o professor no que tange
aos aspectos da objetividade e da praticidade no ensino. Em Sim, o professor pode ser
idealista, de Rodrigo Ratier, mesmo sendo considerado ingenuidade, heroísmo e
sacerdócio, na atual conjuntura da educação no planeta, é preciso aliar idealismo com as
questões mais técnicas do campo da pedagogia.
Segundo a reflexão sobre as possibilidades do idealismo pelo professor, os domínios mais
ligados ao tecnicismo e a profissionalização do educador fizeram com que hoje vejamos os
professores idealistas como figuras românticas, deslocadas da racionalidade, em suma,
quixotescos, tal como o ator Kevin Kline definiu em entrevistas na época de divulgação do
filme. A relação com o icônico personagem de Miguel de Cervantes não é aleatória.
Conforme aponta o pedagogo argentino Juan Carlos Tedesco, os ideais na seara de
atuação do professor são cada vez mais necessários para o educador.  Esta afirmação óbvia,
mas desenvolvida com mais propriedade é parte da reflexão do profissional em um capítulo
do livro El Trabajo Docente. Mas a ideia de O Clube do Imperador não deve ser levada ao pé
da letra. É preciso, principalmente se for mediar alguma discussão sobre o filme, pensar nos
possíveis contrapontos. O filósofo e educador indiano J. Krishnamurti, muito conhecido na
área de educação por conta das suas opiniões numa conferência realizada em 13 de março
de 1948, tendo como tema o idealismo na relação entre professor e aluno é um pensador
que delineia um eficiente ponto de partida divergente.
Segundo o seu ponto de vista, não cabe idealismo na educação.  As suas ideias pregam
que a coisa mais importante não é a técnica do método de ensino, mas a inteligência do
próprio educador. No geral alguns professores estão dando apenas informações. Seguindo
esta linha de pensamento, percebemos que é preciso ensinar as coisas de uma forma que
estas sejam utilizadas em problemas práticos da vida do estudante.
Para Krishnamurti, se o interesse do professor é entender uma criança, não se deve ter o
ideal do que ela deveria ser, pois para compreendê-lo é necessário estuda-lo como ele é.
Desta forma, coloca-lo dentro de uma moldura idealizada é o mesmo que força-lo a estar
dentro de um determinado padrão, mesmo que este não lhe sirva. Tal reflexão coaduna
com a experiência do professor Hunder ao conversar com o pai do estudante
“problemático”. Ao dizer que pretender “moldar” o filho do Senador, o prepotente político,
aparentemente ausente no seu papel enquanto pai/mentor/orientador reforça que “você
não moldará meu filho”.
Na concepção filosófica indiana, a idealização de um modelo de estudante coloca o
individuo uma constante contradição entre o “ideal” e o que ele acredita, bem como pode
criar alguém que se conforma tanto que deixa de ser um ser humano e age como um mero
autômato sem inteligência. É, sem dúvida, algo polêmico, muito atual e interessante como
linha de pensamento para colocar o filme numa discussão que não fique apenas no bojo do
unilateralismo.
Na pesquisa A atratividade da carreira docente no Brasil, realizada pela Fundação Civita, a
possibilidade de se tornar um agente de transformação social é uma dos fatores da escolha
da carreira de professor. O que não satisfaz é o fosso que parece haver na relação com os
pais (o filme representa isso muito bem quando o professor vai até o pai de um aluno), os
conflitos de gestão (representado quando Hunder é “traído” pela instituição ao ter os seus
ideais solapados pela necessidade angariação de fundos) e os aspectos financeiros, questão
universal sobre a forma como os professores ganham muito pouco em relação ao
importante trabalho que realizam.

O Clube do Imperador (The Emperor’s Club/Estados Unidos – 2002)


Direção: Michael Hoffman
Roteiro: Neil Tolkin
Elenco: Edward Herrmann, Embeth Davidtz, Emile Hirsch, Harris Yulin, Joel Gretsch, Kevin
Kline, Patrick Dempsey, Rob Morrow, Steven Culp
Duração: 109 min

Retirado do Site: https://www.planocritico.com/critica-o-clube-do-imperador/ Visitado em 03/07/2020

Resenha Crítica : O Clube do Imperador


Postado por Laise Pereira

O filme “O Clube do imperador” é


dirigido Michael Hoffman que foi co-fundador
do Idaho Shakespeare Festival em 1977. O
clube do Imperador ocorre em uma escola
tradicional freqüentada por jovens da classe
alta, onde o professor Willian Hundert é um
dos melhores educadores daquela instituição e
nunca teve problemas com seus alunos, mas a
rotina dele mudou ao conhecer o novo aluno.
Um jovem arrogante filho de um senador
chamava-se Sedgewick Bell e usava o poder do seu pai para fazer o que queria na
escola,com que fez Hundert se identificar com o garoto.
    O professor William era respeitado pelos alunos, mas nem seus métodos de ensino não
mudaram o comportamento daquele rapaz. Na esperança que houvesse uma mudança de
caráter e melhor rendimento do aluno, o educador resolveu classificá-lo para um concurso
organizado pela escola, alterando a nota do mesmo, cometendo assim um grande erro e
prejudicando outro discente que teve melhor rendimento e ficou fora da competição.
    O filme Clube do Imperador mostra um educador renomado que não consegue mudar a
conduta de um aluno, onde o professor comete um erro na esperança de mudança daquele
jovem, alterando a nota deste para o mesmo participar de um concurso Júlio Cesar
realizado pela escola. Naquele concurso Bell trapaceou, pois tinha pesca das perguntas que
seriam feitas, entristecendo o Willian que o desclassificou quando notou que o mesmo
estava trapaceando e fez uma pergunta que o aluno não saberia responder, com isso, o
aluno criou uma guerra contra este professor.
    Após alguns anos o aluno convida o educador para uma festa em sua casa e os ex-colegas
de classes, mostrando que o caráter e sua falta de honestidade não influenciaram no seu
status atual, pois era um político igual ao sue pai.      Enfim, Willian se sentiu fracassado
como educador, pois seu ex-aluno não teve a mudança que ele esperava e terminou
prejudicando um excelente aluno que poderia ter se classificado naquela época.
    Aproveitou a oportunidade do reencontro da turma para contar toda verdade para o
aluno que tinha sido prejudicado e confessa que ele deveria estar classificado no concurso
realizado naquela época.
    O professor tinha parado de dar aulas, entrou em um conflito interno, mas viu que
daquela classe que ele ensinou apenas um aluno não teve um bom caráter e que a culpa
não era dele pela falta de honestidade de Sedgewick  Bell, assim retornou aquela instituição
para lecionar.
  O filme mostra a relação entre professor com uma classe de alunos, mostrando que às
vezes a ética é deixada de lado, quando damos prioridade ao que achamos importante
(nesse caso melhor rendimento do aluno Bell e sua mudança de conduta). Mas também
mostra o papel do professor e que o mesmo pode influenciar seus alunos, agora cabe a ele
fazer a escolha ert.    Segundo Paulo Freire: “Todos devem dar importância ao educador na
formação de cidadãos conscientes de suas responsabilidades”.
   O Clube do Imperador é recomendado para professores, pedagogos e alunos, pois retrata
questões éticas em que podemos tirar uma grande lição para nossas vidas.

Laise de Jesus Pereira Santos


Graduanda do curso de Bacharel em ciências Contábeis - vespertino

REFERÊNCIAS
O Clube do Imperador. (The Emperor’s Club). Direção: Michael Hoffman EUA. 2002. DVD
(109 min),  widescreen, color., dublado.

Retirado do Site: http://portuguesinstrumentaluneb19.blogspot.com/2012/03/o-clube-do-imperador.html


Visitado em 03/07/2020

O Clube do Imperador  
Em busca da Formação Plena 05/04/2004

Não há entre os autênticos educadores um único


que não tenha o interesse genuíno de fazer com que
sua aula extrapole os limites dos conteúdos que
estão sendo trabalhados e permita a seus
estudantes uma formação plena, integral. E quando
falamos nisso, destacamos que essa idéia envolve a
busca não apenas do conhecimento do ponto de
vista acadêmico, mas também ético e filosófico.
Queremos transformar nossas crianças e jovens
em pessoas que saibam o quanto é importante valorizar a vida, estimular o progresso,
perceber o mundo em que vivem, amar o conhecimento, gostar de conviver com outras
pessoas (e com as diferenças), enfim, crescer em busca da harmonia, do amor e da paz.
Há, sem dúvida, como nos diz o mestre Rubem Alves, aqueles que entram em aula
apenas para “dar aulas”. São competentes (ou não tão competentes) “dadores” de aulas de
história, matemática, ciências ou português, entretanto não conseguem perceber que o
papel dos educadores extrapola conceitos e teorias, regras gramaticais e descrições de
paisagens, fatos históricos ou fórmulas matemáticas.
A educação carrega em si, de forma implícita a realização da plenitude de nossos alunos
através de seu contato conosco, os professores. Isso não significa que somos exemplares e
virtuosos. Somos sujeitos a falhas e imperfeições como todas as outras pessoas. O que se
espera é que consigamos, através de nossa prática pedagógica, de nossa proximidade com
os estudantes, de nossa capacidade de dialogar e tantas outras habilidades e competências
que devemos ter, que sejamos capazes de falar ao coração, atingir a alma, perpetuando
palavras, pensamentos e ações que estão além de meros conteúdos.
Muitos educadores sabem disso. São eles que estão sempre se dispondo a escutar seus
alunos tanto em aula e em relação aos tópicos e temas trabalhados em suas disciplinas
quanto fora de aula para ajudar a dissipar as dúvidas que surgem na estrada da vida; são
esses professores que estudam sempre e constantemente buscam novas fórmulas e
metodologias que tornem suas aulas ainda mais motivadoras; são esses profissionais que
nunca parecem satisfeitos e que às vezes são chamados de inconformados por sua atitude
de perene procura de respostas aos problemas do cotidiano da escola.
Se você está se percebendo nessas linhas e notando que suas atitudes são condizentes
com aquilo que está escrito, parabéns! Você deveria receber prêmios (o maior de todos é o
carinho e a consideração de nossos alunos) e reconhecimento por sua postura e conduta
profissional. Sei que não é isso que você está querendo através de suas realizações, afinal
de contas o nosso espírito de educadores não é tão afeito aos holofotes, a fama e a
celebridade, o que realmente vale é saber que passamos a fazer parte da história de vida de
nossos estudantes e que os auxiliamos a obter sucesso e alcançar a felicidade profissional e
pessoal.
O filme “O Clube do Imperador” nos coloca diante de um professor que persegue esse
nosso sonho de forma abnegada. Tenho certeza que só isso já é suficiente para que você se
interesse em saber mais e assista ao filme... Boa diversão!

O Filme

William Hundert (Kevin Kline) é um conceituado professor de história da Antiguidade


Clássica (Grécia e Roma) verdadeiramente apaixonado por seu trabalho. Além disso,
Hundert é um dos baluartes da tradicional escola onde dá suas aulas. Respeitado pelo
diretor e pelos alunos, todos os anos esse professor organiza uma competição cultural que
se tornou clássica no colégio, o “Clube do Imperador”.
Em sua nova turma de estudantes o professor Hundert começa desde o princípio a
estimular o gosto pelo estudo dos grandes acontecimentos relacionados aos generais e
imperadores romanos e aos filósofos e artistas gregos. É capaz de gastar uma aula inteira se
dedicando a explicitar pensamentos e campanhas militares para os jovens estudantes.
Seus novos estudantes são muito promissores o que o anima ainda mais a realizar um
trabalho de qualidade. Entre eles há, inclusive, o filho de um dos vencedores de uma das
edições passadas do “Clube do Imperador”. Depois de alguns dias de aula transcorridos, sua
aula é interrompida para a chegada de um novo estudante, Sedgewick Bell (Emile Hirsch),
arrogante e prepotente filho de um senador.
Confrontado algumas vezes pelo garoto, Hundert resolve contar com o apoio do pai do
garoto para conseguir fazer com que ele se aplique mais nos estudos e valorize a educação
a que está tendo acesso. De seu empenho surge a primeira grande oportunidade de
valorizar Sedgewick e dar-lhe o necessário estímulo para um maior interesse na escola ao
ter em suas mãos a chance de classificá-lo para as finais do “Clube do Imperador”.
Será possível aos professores através de suas atitudes modificar o futuro de seus alunos?
Até que ponto o convívio diário com os professores pode influenciar o caráter e as atitudes
dos estudantes? O individualismo e a busca da vitória a qualquer preço são ensinamentos
que devem continuar fazendo parte das lições trabalhadas na escola? Até que ponto os
professores devem continuar acreditando e investindo na recuperação de seus alunos (seja
na formação ética ou na acadêmica)? Será que o idealismo muitas vezes não chega a cegar
os professores em seus julgamentos e procedimentos em relação a seus estudantes?
Todas essas questões estão, de certa forma, presentes no filme “Clube do Imperador”,
isso já o qualifica a ser visto por educadores e seus pupilos, pelos pais e por todas as
pessoas interessadas em melhorar a educação. Assistam!

Aos Professores

1- Jamais deixem de sonhar! Mais do que isso, invistam em seus sonhos, façam com que
eles se tornem realidade. Apliquem seu tempo, utilizem seus conhecimentos, pesquisem
quando necessário e permitam que todo o seu esforço e experiência se transformem em
projetos que revertam em favor da educação, da escola onde trabalham, da comunidade a
qual servem e, principalmente de seus alunos.
2- Tendo como exemplo o filme “O Clube do Imperador”, por que não realizar concursos
culturais em sua escola. Podem ser criadas competições em qualquer disciplina ou mesmo
em todas, por séries ou níveis de dificuldade, agregando notas ao desempenho dos alunos
em cada disciplina ou para premiar com medalhas e troféus os vencedores. O mais
importante é fazer com que os alunos se interessem e queiram cada vez mais estudar.
3- Muitos professores me questionam nas palestras e workshops que realizo a respeito da
formação mais ampla e integral do aluno. Costumo lhes dizer que os alunos se pautam
muito em nossas atitudes e postura diante do mundo. Uma das observações mais
constantes de nossos estudantes em relação a seus professores relaciona-se a coerência
entre discurso e prática. Não adianta, por exemplo, o professor defender de forma
veemente a democracia se suas atitudes são de intolerância e incompreensão...
4- As escolas deveriam se preocupar em documentar a passagem de seus estudantes pela
escola através de fotografias como ocorre regularmente nos Estados Unidos com os
Yearbooks (livros do ano). Além disso, seria muito interessante se a cada 5 ou 10 anos as
escolas conseguissem reunir os alunos que se formaram e seus professores para reuniões e
confraternizações em que se falasse sobre o que aconteceu com cada um depois do
término de seus compromissos escolares. Seria estimulante para professores e alunos saber
que seu convívio foi fundamental para o futuro de ambos...

Ficha Técnica
O Clube do Imperador
(The Emperor’s Club)
País/Ano de produção: EUA, 2002
Duração/Gênero: 109 min., Drama
Direção de Michael Hoffman
Roteiro de Ethan Canin e Neil Tolkin
Elenco: Kevin Kline, Emily Hirsch, Embeth Davidtz, Rob Morrow, Edward Herrmann,
Harris Yulin, Paul Dano, Rishi Mehta, Jesse Eisenberg, Gabriel Millman.

Retirado do Site: https://acervo.plannetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=226 Visitado em 03/07/2020


Infelizmente um caráter ilibado de um docente, como do Sr. H, do filme em questão, não
pode ser implantado em alunos como o Sr. Bell, como acontece na transmissão de dados
via bluetooth em aparelhos eletrônicos que trazem essa função. Mesmo quando ele tentou,
do modo convencional, quebrando a sua própria regra de conduta, não obteve sucesso.
Tudo vem de berço. E o educador que se propôe a ir além do ensinar a matéria deve ter em
mente que certamente encontrará certas resistências para imprimir conceitos de moral.
Contudo, sou daqueles que acredito na persistência e mesmo que um ou dois não
apreenda, há de se crer que muitos assimilarão e, esses um dia lerão uma placa onde o
conteúdo diz: que valeu a pena. Boa tarde para todos!
Luiz Seabra – Manaus - 20/09/2011 16:54:38

Esse filme é ótimo para se fazer uma reflexão profunda sobre como melhorar a educação
e qual a melhor metodologia que poderia ser aplicada para ajudar no desenpenho do
aluno. Mas é importante enfatizar que o educador não pode mudar o caráter do seu aluno,
mas pode mostrar, da melhor maneira possivel os caminhos para que o educando possa,
por sí próprio, a trilhar para que se consiga uma formação ética e de qualidade,
independente da instituição de ensino.
Antonio Junior - Capanema/ Pará - 20/06/2011 10:30:04

A primeira vez que assisti o filme foi em casa com uma amiga e a segunda vez na escola
onde houve um debate acerca da educação imposta pelo professor Handert. Uma das
coisas que mais me chamou atenção, foi uma frase de Aristófanes citada pelo professor,
que no final diz: ...a estupidez é eterna, com isso pude perceber que a educação não é para
todos e nem é feita para todos, pois muitos não estão preparados para serem moldados,
para crescer e serem cidadãos morais, que era um dos fatos que o senhor Handert tentava
transmitir aos seus alunos, ensinando lhes sobre ética,senhor Bell é o oposto a isso, pois
muitos não têm acesso a educação, enquanto Bell demonstra ser o lado de uma sociedade
que nasce em berço de ouro e onde a formação de um ser nada lhe diz respeito, pois suas
condições proporcionam uma vida de luxos, de lucro que era o fim na vida deste, lucrar
usando o contexto da ética citada pelo professor como fonte de conseguir votos para sua
campanha e o esforço não é necessário. O clube do imperador é um filme bem amplo,
repassa algo muito mais que a educação, também transmite as relações familiares, pois o
caráter do menino foi construído com base nas atitudes do pai, através de um âmbito de
poder, ganância e vitória a qualquer custo. Este filme com certeza é excelente e nos faz
pensar bastante em qual situação estamos: se somos o lado podre representado por Bell,
ou o senhor Hundert, que acima de tudo, ainda acredita na educação.
Layze Ingrid - açu RN - 21/03/2011 18:35:39

Muitos questionamentos nos surgem com relação aos métodos educacionais, a


possibilidade de “moldar” alguém e as chances que uma pessoa tem de se tornar bem
sucedida na vida, na política ou em outras atividades, sendo honesta e bemintencionada.
As contradições começam na educação que se dá aos homens que serão os “patrões do
mundo”, que nasceram para mandar e ser obedecidos. Certamente os métodos de ensino
nos Estados Unidos hoje são outros. Decoreba e lições moralistas dificilmente podem criar
bons cidadãos. Moral e ética são conceitos muito relativos. O povo que se diz o mais
democrático do mundo não respeita o direito de autodeterminação dos povos. Muito
embora esse posicionamento aos poucos venha sendo substituído, com o movimento
hippie, com maio de 68 na Europa, com a queda do muro de Berlim, o fim da União
Soviética, a ascensão do mundo islâmico, os movimentos pacifistas e ecológicos, mesmo
assim a mentalidade dos “donos do mundo” ainda se mantém em larga escala. Acho muito
discutível que seja função do professor “moldar” seus alunos. O pai do menino tinha razão
ao dizer que ele é que o ia moldar. Mesmo isso teria sido diferente se a índole do filho não
tendesse à trapaça e ao vencer na vida a qualquer custo. A moralidade do professor, de
alguma maneira favorecendo seu protegido, e deixando de assumir a quebra do vidro do
carro, é colocada em xeque. O filme é bem-sucedido ao mostrar toda uma situação em que
se movem pessoas bem-intencionadas, porém desprovidas dos meios de promover
mudanças, um sistema auto-sustentado e poderoso, e uma atitude dúbia com referência a
quais valores podem e devem ser mantidos, e quais deveriam ser descartados. O ator
escolhido para representar o político é queixudo, mostrando uma vontade firme – segundo
os estudiosos de fisiognomonia – diversamente do menino que, embora trapaceiro, não
tinha cristalizado uma atitude perante a vida, agia pelos impulsos da idade. O artista
político pode deixar de fazer sucesso, mas isso depende de uma série de fatores. A
educação certamente pesa, mas não é o único fator a ser considerado. Seria preciso que
todas as pessoas mudassem de foco, que deixasse de ser mais importante a aparência que
a realidade das coisas, que a competição fosse usada em contextos apropriados, e que
fosse canalizada a habilidade de cada um. Algumas pessoas têm mais propensão a ser
líderes, outros funcionam melhor dirigidas, uns se dedicam mais a pensar, outros a agir.
Mas, dado o contexto atual, isso parece longe de ser alcançado. Muitos questionamentos
nos surgem com relação aos métodos educacionais, a possibilidade de “moldar” alguém e
as chances que uma pessoa tem de se tornar bem sucedida na vida, na política ou em
outras atividades, sendo honesta e bem-intencionada. As contradições começam na
educação que se dá aos homens que serão os “patrões do mundo”, que nasceram para
mandar e ser obedecidos. Certamente os métodos de ensino nos Estados Unidos hoje são
outros. Decoreba e lições moralistas dificilmente podem criar bons cidadãos. Moral e ética
são conceitos muito relativos. O povo que se diz o mais democrático do mundo não
respeita o direito de autodeterminação dos povos. Muito embora esse posicionamento aos
poucos venha sendo substituído, com o movimento hippie, com maio de 68 na Europa, com
a queda do muro de Berlim, o fim da União Soviética, a ascensão do mundo islâmico, os
movimentos pacifistas e ecológicos, mesmo assim a mentalidade dos “donos do mundo”
ainda se mantém em larga escala. Acho muito discutível que seja função do professor
“moldar” seus alunos. O pai do menino tinha razão ao dizer que ele é que o ia moldar.
Mesmo isso teria sido diferente se a índole do filho não tendesse à trapaça e ao vencer na
vida a qualquer custo. A moralidade do professor, de alguma maneira favorecendo seu
protegido, e deixando de assumir a quebra do vidro do carro, é colocada em xeque. O filme
é bem-sucedido ao mostrar toda uma situação em que se movem pessoas bem-
intencionadas porém desprovidas dos meios de promover mudanças, um sistema auto-
sustentado e poderoso, e uma atitude dúbia com referência a quais valores podem e
devem ser mantidos, e quais deveriam ser descartados. O ator escolhido para representar o
político é queixudo, mostrando uma vontade firme – segundo os estudiosos de
fisiognomonia – diversamente do menino que, embora trapaceiro, não tinha cristalizado
uma atitude perante a vida, agia pelos impulsos da idade. O artista político pode deixar de
fazer sucesso, mas isso depende de uma série de fatores. A educação certamente pesa, mas
não é o único fator a ser considerado. Seria preciso que todas as pessoas mudassem de
foco, que deixasse de ser mais importante a aparência que a realidade das coisas, que a
competição fosse usada em contextos apropriados, e que fosse canalizada a habilidade de
cada um. Algumas pessoas têm mais propensão a ser líderes, outros funcionam melhor
dirigidas, uns se dedicam mais a pensar, outros a agir. Mas, dado o contexto atual, isso
parece longe de ser alcançado.
Josué Marcilio – Cuiabá MT - 16/09/2010 17:07:13

A temática do filme essencialmente é a tentativa de transformar uma pessoa para melhor,


pelos meios da escola, pelas mãos do professor. O que infelizmente não é possível, já que
uma consciência é moldada de acordo com o meio e as pessoas que nos rodeiam e não só
de um fator. As qualidades desse professor relatados no filme são incríveis, dignidade,
honra, honestidade e humildade fazem parte de sua conduta e que por meios de suas aulas
de historia, são passadas para seus alunos através de grandes nomes da antiguidade. Vendo
isso, acredito que olhando hoje para nossa educação publica e privada também, vemos
professores que não possuem esse olhar, se limitando principalmente a passar o seu
assunto, aplicar sua prova e pronto. Isso reflete nos alunos, que por mais que tenham uma
conduta nobre, não possuem um orientador, um exemplo. Os alunos tornam se então
robôs que só aprendem a estudar pra passar na prova ou ganhar algo encima disso.
Precisamos aprender e ensinar não só as formulas na matemática ou estatísticas na
geografia, mas sim mostrar os códigos de honra, a serem pessoas mais justas, aprender a
perdoar, a ouvir e a falar, ser honestas e a principal, a que podemos alcançar um objetivo,
sem precisar trapacear, ou passar por cima de alguém pra isso.
  Pillatos – Salvador - 17/04/2010 21:42:58

Uma coisa que o Professor William Hundert, tentou passar aos alunos , foi tentar moldar a
consciência e o caráter de uma pessoa, atráves da escola. Diante de alunos com futuro
prospero, e com valores dignos e morais, vindo do berço, se depara com Bell um aluno
muito inteligente, com varias características de sucesso entre elas, saber influenciar os
outros com naturalidade, porem sem caráter e muito arrogante. Tentando passar para o
garoto de forma especial, seus valores e tentando ajudá-lo, Hundert acaba por quebrar
suas regras, por acreditar que Bell pudesse mudar o seu comportamento, dando a ele uma
chance de participar do prestigiado concurso da escola. O fato é que, a falta de honestidade
de Bell, fez com que o professor percebesse que aquilo foi em vão e que aquilo que ele
queria passar, não só os conteúdos de história e sim os valores de respeito e honestidade,
não foram aprendidos. 25 anos depois, o professor foi convidado para fazer o mesmo
concursos de décadas atrás, aqual trazia Bell e vários de seus alunos. Tendo na sua mente, a
mudança do comportamento do garoto, ele aceita o convite. Nessa reunião, novamente o
professor percebe as trapaças de Bell e percebe que o Rapaz, não queria uma revanche
saudável, visando a consciliação com a turma e sim ganhar o concurso sendo tudo isso que
importa pra ele. Nisso, podemos perceber a sociedade, a qual participamos, onde a vitoria a
todo custo, o dinheiro, o poder e a má fé, são predominantes no universo capitalista,
globalizado, onde a dignidade, valores de honra, honestidade e justiça não importam, ou
são esquecidos, para assim chegar a vitória, custando o que custar , que na maioria das
vezes são vitorias vazias e sem significado a qual são rapidamente esquecidas. Um homem
honrado que contribui positivamente, tem um valor, é reconhecido e relembrado sempre.
Ramon – Salvador - 17/04/2010 21:05:44

O fim depende do começo! Este é o lema do colégio de rapazes St. Benedict`s,


frequentado pela nata da sociedade americana. Filhos de gente rica e importante. É neste
ambiente, cujos alicerces são a tradição e honra, que leciona o professor Hundert um
apaixonado por História Antiga que dá aulas onde a emoção e a alegria estão sempre
presentes. Mas um aluno em especial começa a incomodar. Tratasse do arrogante
Sedgewick, filho de um respeitado senador, que inicia uma guerra particular com o mestre.
Uma batalha de egos e vontades que vai durante mais de vinte e cinco anos.
Gabriel Vasconcelos - Juiz de Fora Minas Gerais - 17/08/2008 18:50:57

O filme retrata bem a forma que um professor gosta de ensinar, e a capacidade que os
alunos têm de se maravilhar com um assunto da historia antiga. No filme, achei muito
importante a confiança que o professor deposita no aluno, e vai até as ultimas
consequencias para vê honesto, mas mesmo quebrando regras, o aluno não soube
"agradecer" e trapaceou. Não apenas uma vez, mas duas, quando proporcionou uma
revanche. e mais uma vez o professor foi enganado, e percebeu que ele não tinha mudado
em nada, e que só no decorrer da vida é que ele vai aprender, vai aprender com as perdas.
Enfim, adorei o filme e o assunto abordado nele.
Gabriela Escobar – Recife - 21/03/2007 10:13:30

Retirado do Site: https://acervo.plannetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=226 Visitado em 03/07/2020

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