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O Holding patrimonial é uma possibilidade jurídica viável para a redução da

complexidade que envolve o processo sucessório e tributário, trazendo, portanto, segurança


patrimonial e tranquilidade ao contexto familiar.

Primeiramente, é fundamental sopesar os riscos patrimoniais advindos do exercício


profissional e a segurança fornecida pelo Holding, pois a partir dele o patrimônio não se
concentrará na pessoa física, mas na nova pessoa jurídica originada do Holding. Portanto,
caso a patrimônio do familiar esteja exposto a alguns riscos advindos da atividade
empresarial, como possível execução de bens (Art. 1024, CC) por dívidas da empresa ou,
até mesmo, possível desconsideração da personalidade jurídica (Art. 50, CC) nos casos de
abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão
patrimonial; o Holding é uma excelente alternativa para proteger o patrimônio desse
empresário. No entanto, vale ressaltar, que o Holding representa uma garantia de
segurança, não uma blindagem patrimonial, já que, excepcionalmente, o patrimônio poderá
ser atingido, mas será muito mais difícil.

Em segundo plano, a inserção da agilidade no processo sucessório provocado pelo


Holding patrimonial é de substancial importância. A partir da constituição da nova
sociedade, a divisão das quotas ou ações entre os herdeiros, através da doação (Art. 538,
CC) com reserva de usufruto (não exige inventário ou partilha), poderá ser feita de forma
mais célere, sem as necessidades burocráticas do inventário. Outro ponto que pode ser
levado em consideração é a possibilidade da incidência da cláusula de incomunicabilidade
(Art. 1668, CC) na doação das quotas ou ações, assim, o patrimônio doado estará protegido
dos cônjuges dos herdeiros, já que esta cláusula impede que os bens doados participem da
partilha. Além disso, através do Holding patrimonial, o patrimônio da família (bens
móveis, imóveis, títulos, créditos) estará centrado em um só lugar, facilitando a gestão e a
administração consciente, permitindo uma gerência positiva e lucrativa dos bens.

Por fim, o ponto mais relevante a ser tratado no Holding são as vantagens
tributárias. Isso acontece porque alguns tributos incidem de forma diferenciada nas ações
de doação e nas ações de herança, assim como nos atos da Pessoa Jurídica e da Pessoa
Física. Portanto, um dos impostos que deve ser analisado é o ITCMD (Imposto de
Transmissão de Causa Mortis e Doação) que é regulamentado pela Lei 7724 do Estado de
Sergipe. A partir da análise do artigo 14 dessa lei, percebe-se mais vantajoso o regime de
doação de bens de 6.901 até 46.019 Unidades Fiscais Padrão (UFP/SE) em comparação a
transmissão causa mortis, pois há uma redução de até de 50% da alíquota, na herança varia
de 6 a 8% e na doação permanece de 4%. Outro imposto que deve ser analisado é o ITBI
(Imposto sobre Transferência de Bem Imóvel), este, por determinação do Código
Tributário Nacional (Art. 36, I), não incide no patrimônio transferido para a incorporação
da pessoa jurídica, porém, essa vantagem apenas se efetiva quando a atividade central da
empresa não é venda ou locação.

Somado a esse fato, a criação da Holding poderá afetar de maneira substancial da


tributação que envolve o Imposto de Renda da Pessoa Física e Jurídica, trazendo reduções
de até 10% das alíquotas totais. Antes de mais nada, a família deverá escolher qual a
melhor e a ideal opção tributária para a nova sociedade: Lucro Real, Lucro Presumido,
Simples Nacional ou Lucro Arbitrado (esta geralmente é determinada pelo Fisco).
Atualmente, o sistema mais adotado é o Lucro Presumido, este permite que a base de
percentual tributário seja calculada pela porcentagem de presunção de lucro da empresa no
trimestre. Esse sistema, a partir da análise do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ),
da Contribuição Social do Lucro Líquido (CSLL), do PIS/Cofins, evidencia a substancial
redução tributária. No entanto, a real vantagem e viabilidade será confirmada apenas à luz
dos detalhes do caso concreto.

Portanto, a partir dos dados supracitados, o Holding Patrimonial é uma alternativa


positiva a fim de transformar a realidade patrimonial, através da inserção da unidade, da
segurança, da praticidade e da economia tributária. Diante disso, a partir das peculiaridades
da empresa e do patrimônio familiar, a Holding patrimonial será moldada, visando otimizar
o resultado desejado pole cliente

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