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TRABALHO DE INTRODUÇÃO ÁS CIÊNCIAS SOCIAIS

TEMA

-O INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO NA CONSTRUÇÃO DE


DADOS SOCIOLÓGICOS

REALIZADO POR:

Luís Coxo N. 19277


Sérgio Transmontano N:19255
Carmen N: 18847
Ana Sequeira N: 19589
Vanda Brito N:
2003/12/16
O INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO NA PRÁTICA
SOCIOLÓGICA:

 O inquérito por questionário é uma técnica não documental – As técnicas não


documentais baseiam-se na recolha de informação ou através da observação.

Observação
Participante
Entrevista
Não participante Teste e medida de atitudes e opiniões
Inquérito por questionário

 O inquérito por questionário é uma técnica de observação não participante – Esta


observação recorre à recolha de informação sem que o cientista tenha de se inserir
no grupo a observar. Para além dos IQ que constituem a observação não
participante, destacamos ainda a entrevista; os testes de medida de atitudes e
opiniões.
 O IQ é uma técnica de observação não participante que se apoia numa
sequência de perguntas ou interrogações escritas que se dirigem a um
conjunto de indivíduos (inquiridos) que podem envolver as suas opiniões, as
suas representações, as suas crenças ou várias informações factuais sobre
eles próprios ou o seu meio.

 O IQ distingue-se da entrevista, porque a aplicação do inquérito exclui em alguns


casos a relação de comunicação oral entre inquiridor e inquirido (entrevistado),
característica da situação de entrevista – é o que se passa nos questionários de
administração directa (auto-administrados), em que o próprio inquirido regista as
suas respostas. Só nos inquéritos de administração indirecta, nos quais é o inquiridor
quem formula as perguntas e regista as respostas do inquirido, se está numa situação
semelhante à da entrevista.

 O IQ é uma das técnicas de pesquisa utilizadas nas sondagens de opinião e consiste


em apresentar um conjunto pré determinado de perguntas à população.
Esta técnica é adequada ao estudo extensivo de grandes conjuntos e indivíduos
(normalmente através da medida de certos atributos de uma sua amostra
representativa), mas tem importantes limitações quanto ao grau de profundidade da
informação recolhida.

 “Em ciências sociais, o inquérito é uma pesquisa sistemática e o mais rigorosa


possível de dados sociais significativos, a partir de hipóteses já formuladas, de modo
a poder fornecer uma explicação”
Alain Birou – Dicionário de ciências sociais
O INQUÉRITO NA PRÁTICA SOCIOLÓGICA

FORMULAÇÃO DE PERGUNTAS (COMO PERGUNTAR ?)

 Toda a acção de pesquisa se traduz no acto de perguntar.


 O inquérito é a primeira técnica de recolha de informação através de perguntas e
respostas escritas.

SABER FAZER PERGUNTAS

 As perguntas são os alicerces sobre os quais se constrói a maior parte da ciência


social contemporânea sendo extremamente necessário que sejam bem feitas.

” SE ENTRA LIXO, SAI LIXO” (Resultados inválidos)

 As principais causas de insucesso na recolha de informação através de


questionário são:
 Os inquiridos não interpretarem as perguntas nos termos pretendidos;
 A falta de esforço ou interesse por parte dos inquiridos;
 Erros por parte do entrevistador (por exemplo, tendência para alterar o
vocabulário utilizado, lapsos nos procedimentos de apresentação e
adopção de procedimentos incorrectos de registo).

 Sabendo que a formulação das perguntas tem influência sobre o conteúdo das
respostas, deve ter-se todo o cuidado para não pré-fabricar o resultado.

 Veja-se no seguinte exemplo como é que a maneira de fazer a pergunta pode


condicionar a resposta:
a) Acaso aprova a guerra do Vietname?
b) Aprova a guerra no Vietname, não é verdade?
c) O senhor não desaprova a guerra do Vietname?
d) O senhor não aprova que se faça a guerra no Vietname, não é verdade?

Assim, a “ ARTE DE BEM PERGUNTAR” reside na capacidade de


controlar as implicações dos enunciados das perguntas e das condições
por estas criadas, no seio das quais emergem os enunciados classificados
de respostas.
GÉNESE DO INQUÉRITO SOCIOLÓGICO

 O inquérito começou por ser realizado pelo Estado sob a forma de Censos da
população e com o objectivo de controlo político;

 Depois, foi a vez dos Inquéritos sociais, promovidos pelas correntes filantrópicas e
socialistas dos países mais industrializados da Europa, com o objectivo de mostrar
através da fria “objectividade dos números”, retractar o estado de pobreza em que
viviam vastas camadas da população.

 Objectivo- fazer acreditar as suas exigências de reformas sociais e


económicas.

 Nas primeiras décadas deste século, nasce nos E.U.A os Inquéritos de atitudes e
opinião,

 Objectivo- conhecer os mecanismos de formação de opinião com vista à


sua manipulação.

 O inquérito só Tardiamente começou a ser objecto de uso extensivo na prática


sociológica.
 A intensificação da utilização dos inquéritos, ocorre devido ao estreitamento das
ligações das ciências sociais com o Estado.
 Necessidades decorrentes da última guerra mundial.
 Ocorre pioneiramente nos E.U.A , e vai-se progressivamente alargando a outros
países.
 Tal, deve-se á eficiência revelada pelo inquérito na obtenção de informação de um
número reduzido de pessoas que através das técnicas de amostragem e torna-se
estatisticamente representativo de um conjunto mais vasto.
ANTES DOS ANOS TRINTA: DEPOIS DOS ANOS TRINTA:

Metodologia QUALITATIVA  Metodologia QUANTITATIVA

 Stouffer, demonstrou que uma investigação quantitativa e outra qualitativa sobre o


mesmo objecto produzia os mesmos resultados. Desta conclusão foi dado relevo ás
vantagens do método quantitativo, uma vez que se aplicava mais fácil e
rapidamente.

 O inquérito é a técnica de construção de dados que se compatibiliza com a


racionalidade instrumental e técnica que tem predominado nas ciências e na
sociedade em geral.

 Fazer perguntas é uma forma de obter informações sobre comportamentos,


experiências, motivações, crenças, valores e atitudes.

ALGUMAS LIMITAÇÕES:

 Necessidade de mobilizar grandes recursos humanos;


 Gastos financeiros.

Restringe-se á ANÁLISE SECUNDÁRIA


De dados recolhidos com outros objectivos que não os decorrentes da
teoria social.

Acarreta DIFICULDADES:

 Impossibilidade de conhecer as práticas de recolha de dados


 Estas técnicas são, por assim dizer, ”despachadas” em breves
palavras de abertura dos relatórios de pesquisa, ou então descritas
numa linguagem pomposamente técnica e substancialmente
vazia, cuja finalidade parece ser mais a de escamotear do que a de
as esclarecer.

Este trabalho detém-se no inquérito por questionário e


amostragem quando associado a uma qualquer problematização
teórica.
Também serão considerados os inquéritos de administração indirecta, ou seja,
aqueles em que o inquiridor vai anotando as declarações á medida que estas lhe
vão sendo prestadas pelo inquirido.
PRINCÍPIOS DO INQUÉRITO

O inquérito por questionário e amostragem baseia-se nos seguintes princípios:


a) aplica-se a unidades sociais
b) as unidades inquiridas são tomadas como equivalentes
c) os fenómenos sociais podem ser verbalizados após uma apreensão feita pelo
indivíduo.

Vamos analisar as vantagens e desvantagens destes princípios para


percebermos as implicações que têm no inquérito.

Primeiramente, o significado de inquérito em ciências sociais:


“pesquisa sistemática e o mais rigorosa possível de dados sociais significativos, a
partir de hipóteses já formuladas, de modo a poder fornecer uma explicação”
[Alain Birou – dicionário deciências sociais]

 O inquérito por questionário é uma técnica de observação que se apoia numa


sequência de perguntas ou interrogações escritas que se dirigem a um conjunto
de indivíduos (inquiridos), que podem envolver as suas opiniões, as suas
representações, as suas crenças ou várias informações factuais sobre eles
próprios ou o seu meio.
 Em certos casos, a aplicação do inquérito exclui a comunicação oral entre
inquiridor e inquirido – é o que se passa nos QUESTIONÁRIOS DE
ADMINISTRAÇÃO DIRECTA (ou auto-administrados) em que o próprio
inquirido regista as suas respostas. Nos INQUÉRITOS DE ADMINISTRAÇÃO
INDIRECTA, o inquiridor formula as perguntas e regista as respostas do
inquirido.

Esta introdução aos “princípios do inquérito”, servirá para o leitor compreender por
que razão esta técnica é adequada ao estudo de grandes conjuntos de indivíduos, mas
tem grandes limitações quanto ao grau de profundidade da informação recolhida.
O inquérito por questionário segue, resumidamente, as seguintes fases de preparação
e realização:
 Planeamento do inquérito;
 Preparação do instrumento de recolha de dados (redacção do projecto do
questionário);

e, ainda, três últimas fases que constituirão a base de leitura de “princípios do


inquérito”:
 Trabalho no terreno:
que exigirá uma selecção e formação de entrevistadores, caso se trate de um caso
de inquérito de administração indirecta, o que já não será necessário no inquérito
de administração directa.
 Análise de resultados:
engloba a codificação das respostas, o apuramento e tratamento da informação e
elaboração das conclusões fundamentais a que o inquérito tenha conduzido, entre
outras.
 Apresentação dos resultados:
Normalmente, através de um relatório de inquérito.

Estas fases mostram que, existe todo um processo desde o momento em que se
capta a informação até que seja analisada e representada.
Efectivamente, é a partir do momento em que o inquiridor enuncia a pergunta e
anota a resposta (já não literalmente como o inquirido respondeu, mas sim da forma que
parece mais ajustada àquilo que foi dito), desenrola-se um sem número de operações,
que passam por inquiridores, supervisores, codificadores, técnicos, etc, sendo certo que
se vai perdendo informação e, mais grave, acrescentado outra ao longo de cada
operação.
Sabendo que no questionário se distingue entre questões fechadas e questões
abertas, é às primeiras que se dirige a maioria das críticas quanto ao aspecto técnico,
pois as pessoas apenas escolhem a resposta que mais se adequa à sua, mas nunca será a
sua verdadeira resposta. Por outro lado, as questões abertas permitem uma resposta livre
e pessoal, mas apresentam numerosos inconvenientes para os realizadores de inquéritos,
pois podem dar origem a respostas embrulhadas, equívocas, contraditórias ou ilegíveis.
São também difíceis de apurar, em consequência da multiplicidade das respostas
possíveis.
Assim, a análise das respostas leva à filtragem de informação que faz com que, nem
sempre, no final, esta corresponda ou seja fiel à informação inicialmente transmitida ao
inquiridor.

As respostas obtidas individualmente são aplicadas a todas as pessoas do grupo em


estudo, isto é, são equivalentes a todo o grupo. Assim se espera alcançar a base de
caracterização de vastos grupos sociais. Todas as respostas são consideradas apenas em
relação a uma pergunta. Mas, desta forma, é colocada em causa a agregação das
respostas, pois existe diversidade entre elas, mas a qual é anulada.
Por outro lado, este trabalho implica que se consiga um protótipo de inquirido. Este
deve possuir competência linguística, capacidade de estruturação dos problemas
próxima do protocolo de observação, que seja consciente do fundamento das suas
opiniões, honesto e com vontade de cooperar, evitando mentir ao inquiridor.
Assim, põe-se em causa a eficácia do inquérito quanto à avaliação das diferenças
sociais.
Também, sendo os questionários constituídos quase apenas por perguntas fechadas,
raros são os casos em que as respostas são diferentes das hipóteses previstas. A
problemática imposta pelo questionário, coloca o inquirido face a uma estruturação de
problema que não é a sua e cujas respostas são meras reacções às hipóteses previstas.
No momento em que responde às questões, o inquirido é influenciado pela
directividade do inquiridor e pelo meio. Assim, muitas vezes as suas respostas são
consequência do intuito em agradar o inquiridor ou apenas o conformismo com a
opinião da maioria.
A solução não passa por reduzir o universo da população, nem eliminar a
estruturação do problema. A única solução de atenuar os efeitos da directividade é o
investigador determinar os efeitos da sua problemática no momento da interpretação das
respostas obtidas, tarefa por si só, difícil.

Verificamos assim, que minorar os efeitos da directividade e do controlo e


apuramento da informação, não são objectivos fáceis de cumprir, sendo que, flexibilizar
o questionário implica maior descontrolo.
Um dos problemas em sociologia, citado por Derek Phillips, é que “o
comportamento social depende dos métodos usados para o estudar, enquanto que os
métodos dependem daquilo que sabemos do comportamento social”.

Resumindo, as práticas linguísticas e os conceitos moldam a realidade. Actualmente,


o importante é interpretar os resultados produzidos pelo tratamento da informação, de
forma a controlar os efeitos da sua aplicação.
SOBRE O PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO

Resolução quanto à utilização de um questionário.


Saber o que se vai perguntar tendo em conta:
- a definição do problema e do objecto de análise;
- explicitação das hipóteses a investigar;
- decisão sobre is contextos estruturais e pertinentes para a análise do
objecto;
- ponderação das potencialidades e limitações da cada técnica de
investigação para produzir a informação pretendida, tendo em conta os
meios logísticos disponíveis.
Ter em conta que o que pode ser dito em contexto marcadamente artificial, como é o
de inquérito, é teoricamente pertinente em relação ao problema que motiva a
pesquisa.
As respostas não encerram a “realidade”, mas a descrição e avaliação de uma certa
realidade, determinada pelo contexto de interacção entre inquiridor e inquirido e
referenciadas ao conjunto de representações e categorizações que presidem a essa
interacção.
A necessidade de:
- saber quais são as informações que “não são obtidas” ou qual o sentido
em que elas se farão sentir os efeitos naturalmente desencadeados pelos
processos psico-sociais desse contexto de interacção;
- dominar a linguagem utilizada pelos questionário e inquiridos; controlar
em absoluto os sistemas de categorização na base dos quais se fecham as
perguntas quer tal se faça antes ou depois de obtidas as respostas.
Uma pergunta eficiente, bem como aliás um contexto de interacção bem sucedido,
deve proporcionar o máximo possível de clarificação das categorias accionadas pelo
inquirido, de modo a que estas possam ser contrastadas com as de outros e com as
do próprio inquiridor/investigador.
SOBRE O QUE VAMOS PERGUNTAR

A problematização das categorias sociológicas e da sua articulação com outros


sistemas de categorização:
- explicitar o modo de interpenetração e articulação dos sistemas de
categorias sociológicas com os de categorias administrativas, jurídicas,
práticas e outras.
O carácter não absoluto das rupturas entre o senso comum e teoria e entre
procedimentos interpretativos práticos e científicos:
- Não bastará afirmar que o sistema de categorias sociológicas deve ser
rigorosamente referenciado à teoria
- Não constitui solução simplesmente não pré-categorizar as perguntas e
fazê-las abertas.
Não há pureza teórica nas categorias utilizadas pelos investigadores, nem
espontaneísmo ou naturalismo nas utilizadas pelos respondentes para se auto-
classificarem.
As expectativas e as projecções do trabalho do investigador constituirão, para o
inquirido, o referencial aferidor do nível do seu desempenho.
A existência de inquiridos já treinados e designados pela comunidade para esse
papel, possuindo a qualidade de facilitarem a tarefa do investigador.
As expectativas e as projecções do trabalho do investigador constituirão, para o
inquirido, o referencial aferidor do nível do seu desempenho.
A uma pergunta aberta sobre qualquer uma das suas características, as pessoas
responderão na base de um qualquer sistema de categorização incorporado que
tende a corresponder a um dos utilizados na sociedade pelas instâncias de
objectivação e classificação dos sujeitos – biologia, escola, emprego, administração,
direito civil e canónico.
A imbricação remete para a necessidade de apertado controlo das categorias práticas
accionadas nas respostas, das categorias sociológicas e a sua relevância.
Prevenir o automatismo e a inércia intelectual que nos levam a retomar
recorrentemente as mesmas variáveis independentes, sem que seja assumido de
forma explícita o sentido em que as outras variáveis dependem delas, iludidos pela
acumulação e comparação de dados apenas justificada pela volumosa informação
disponível sobre essas variáveis e não o poder explicativo, ancorando a sociologia
expontânea à maneira como a sociedade classifica os sujeitos sociais e explica os
seus comportamentos.
No momento de elaborar a codificação referenciar o sentido teórico de cada
resposta, de modo a explicitar como esta se relaciona com as hipóteses.
SOBRE AS VARIÁVEIS INDEPENDENTES

As variáveis independentes recebem comummente uma das seguintes designações:


- Clássicas;
- Sócio-demográficas;
- Sócio-económicas;
- Objectivas.
Através delas tenta-se captar:
- Características pessoais (sexo, idade, raça, local de residência,
naturalidade, escolaridade, estado civil, profissão, rendimento, filiação
partidária e religiosa, etc.)
- Elementos de identificação de pessoas ligadas ao inquirido (categoria
social ou residência dos pais, instrução e profissão dos filhos, etc.)
- Do meio em que este vive ou trabalha, etc.
Nas ditas objectivas, é-se levado a pensar, por um lado, que são de fácil resposta e, por
outro lado, que são de imediata categorização. São as perguntas que custam menos a
fechar, que suscitam menos hesitações na interpretação e que promovem uma maior
reificação das respostas. Surgem inapelavelmente em quase todos os inquéritos e com a
mesma formulação.
O sexo e a idade, por exemplo, são veículos privilegiados das biológico-fisiológicas
adoptadas acriticamente sem uma correspondência inequívoca a tipificações
sociológicas das diferenças entre mulheres e homens e entre jovens e velhos nas
diferentes sociedades, mas também poderão corresponder a representações sociais
fortemente associadas a condições concretas de vida.
O estado civil, por sua vez, é utilizado sem se especificar em que é que o estado de
viuvez pode determinar práticas e atitudes diferentes das de divórcio ou celibato.
Sociologicamente será mais importante se as pessoas vivem sós ou na companhia de
quem vivem.
O rendimento é uma das questões que conjuntamente com a sexualidade e a política
regista as mais elevadas taxas de não resposta. Transporta a dúvida sobre se se deve de
tomar o “chefe de família” ou o agregado familiar como unidade. Não sendo a sua
opção indiferente, dependerá das concepções implicadas nos esquemas interpretativos
adoptado e dos objectivos específicos de cada investigação.
Ao invés do rendimento é mais pertinente, teoricamente, uma variável como a categoria
sócio-profissional. Tratando-se de um índice agregado de vários indicadores, onde a
profissão e as suas condições de exercício são os mais importantes.
SOBRE A CENTRALIDADE DA CATEGORIA SÓCIO-
PROFISSIONAL NOS ESQUEMAS ANALÍTICOS
PREPONDERANTES NA SOCIOLOGIA E AS
DIFICULDADES QUE A SUA OPERACIONALIZAÇÃO
SUSCITA.

A pergunta relativa à profissão é quase sempre aberta


As respostas não descrevem um trabalho, mas limitam-se a dar-lhe um nome
referenciado a categorizações incorporadas pelas quais as pessoas estão habituadas a
serem identificadas.
Algumas designações remetem-nos para cargos (notário), outras para certificados
escolares (economista), outros para o dom de uma arte (escultor), outros para uma
arte aprendida (tipógrafo), outros para designações genéricas de empregos
(empregada de escritório) e outros ainda para postos hierárquicos (chefe de equipa).
A variedade de designações terão que ser traduzidas numa nomenclatura em
princípio organizada com base num único critério, capaz de expressar categorias
com certa homogeneidade sócio-profissional.
A dificuldade começa na pretensão de definir categorias sócio-profissionais em
função de um critério único devido ao desfasamento dos sistemas de categorização
relativamente às transformações dos processos de trabalho aos quais estão
directamente referenciados.
Estes processos imbricam-se uns nos outros e coexistem entre si, imbricando, de
igual modo, os sistemas de categorização. O processo de trabalho industrial não
eliminou totalmente o artesanal, assim como não atingiu uniformemente todos os
sectores de actividade, tal como o presente processo de automatização não eliminará
por completo modelos anteriores. É assim possível encontrar designações
profissionais tributárias de lógicas diferentes consoante os modelos de trabalho em
que se inspirem.
Apesar de imbricados não significa que não haja predomínio de um sobre os
restantes. Há-o efectivamente por parte do processo industrial e do sistema de
categorias nele inspirado.
As taxas mais elevadas de não resposta à questão da qualificação profissional e as
maiores flutuações na forma como a mesma pessoa designa a sua profissão em
diferentes momentos ocorrem nos sectores de actividades artesanais exercidas em
pequenas unidades de produção ou nos sectores onde a introdução de máquinas
diminuiu a intervenção do operário.
O carácter vago das declarações sobre a profissão dos jovens operários que exercem
de forma instável actividades indiferenciadas e a inexactidão das declarações das
mulheres que se apresentam como “empregadas na fábrica” quando são operárias,
ou como “domésticas” quando trabalham em unidades familiares de produção. É
igualmente reflexo da incapacidade e inadequação revelada pelas categorias
estatísticas e sociológicas para captar e classificar os trabalhos que fogem à relação
padronizada pelo salário.
Não só a inadequação das categorias se fica a dever à subavaliação. Também os
métodos de inquirição podem ter influência.
A QUEM PERGUNTAR?

Ter em conta a amostra da população, isto é, a definição de amostra deverá ser feita
em estreita ligação com os objectivos teóricos. Deste modo, podemos dirigir á
amostragem por áreas. As vantagens são os reduzidos custos e uma amostra mais
homogénea uma vez que os elementos de que compõem são escolhidos por grupos e
não individualmente.

Dificuldades na escolha da amostra.

Ao referir-mos o inquérito por questionário estamos obrigatoriamente a falar de uma


técnica quantitativa, aqui confrontam-se dois pontos de vista diferentes, mas não
opostos –os da técnica estatística e os da interpretação sociológica.

- Na técnica estatística, a amostra é representativa de um determinado universo


desde que esteja garantido a sua aleatoriedade.

- Na interpretação estatística, uma amostra é representativa se contiver elementos


que permitam traduzir as diversidades e os aspectos sociais.(aqui não há necessidade
da amostra ser aleatória)

Em suma, á primeira exige-se que permita definir relações nas distribuições dos
inquiridos por categorias e, á segunda, que descubra novas categorias
teoricamente existentes.

- Definida a amostra, o inquérito dá os seus primeiros passos fora do


domínio do investigador. Chega a altura de testar o questionário e os
inquiridos, tanto na sua capacidade de inquirir como na de encontrar
correctamente as pessoas que, de acordo com a amostragem, devem ser
inquiridas.
PERGUNTAR COMO?

A formulação das perguntas é feita tendo em conta as característica da população


a inquirir. Na sua aplicação, temos necessariamente de isolar todas as variáveis
externas, capazes estas de deturpar os resultados dos estudos pretendidos.
Outro tipo de cuidados tem incidido sobre o modo como a formulação das
perguntas afecta as respostas e sobre os tipos de pessoas mais susceptíveis de serem
influenciáveis. Se forem conhecidas as tendências de certo grupo social para reagir de
determinada forma ás perguntas abertas, por exemplo, poder-se-á tentar contrariá-los
fechando essas mesmas perguntas.
O primeiro problema que surge no traduzir questões em perguntas é saber se
estas devem ser fechadas ou abertas. As fechadas condicionam mais as respostas de
certos grupos tendo em conta a imposição da problemática. Em contrapartida, facilitam
enormemente a anotação do acto de inquirir e o apuramento dos resultados.
Dado o elevado numero de inquéritos exigidos pela representatividade
estatística, as vantagens das perguntas fechadas acabam por vingar e as desvantagens
por ser minimizadas.
As opções relativas á formulação das perguntas, deverão ser tomadas em função
de cada situação e objectivos concretos. De um modo geral, não há nenhuma formula
melhor do que outra, contudo, a natureza quantitativa do tratamento das respostas do
inquérito e o elevado numero de inquiridos obrigam a privilegiar a inclusão de
perguntas fechadas.

“Em suma, cada pergunta contém vários sentidos semânticos, suscita graus de
interesse diferenciados e pode resultar em alguma confusão ou, mesmo, em algumas
não-resposta. A ocorrência e intensidade destas contingências serão tanto mais
acentuadas quanto mais heterogénea for a população que constitui a amostra.”
INTERACÇÃO INQUIRIDOR/INQUÉRITO/INQUIRIDO

ESCOLHA E FORMAÇÃO DOS ENTREVISTADORES

Em primeiro lugar, é de referir que, não existem entrevistadores perfeitos.


Existem sim critérios, que podem facilitar o desenvolvimento de uma entrevista ou
inquérito.
Dois desses critérios são: a competência técnica e a situação delimitada por um
determinado estudo relativo a uma determinada população. No que respeita à
competência técnica, ela é facilmente detectável a partir de dois critérios: a capacidade
do entrevistador para utilizar com conhecimento de causa, as técnicas necessárias para
não enviesar o discurso do inquirido, introduzindo nele, de uma forma ou de outra, o
seu próprio quadro de referência, e para obter um número suficiente de informações; a
adequação entre o papel de entrevistador e o conjunto dos comportamentos verbais e
não verbais das pessoas, ou seja, a sua capacidade para se identificar como profissional
de entrevistas e em desaparecer, como individualidade, por detrás desse papel.
Paralelamente diversos estudos realizados sobre as características físicas ou
psicológicas mostraram que era oportuno considerar cuidadosamente a situação de
inquérito, para evitar um certo número de desventuras. Além disso, factores
psicológicos como o quadro de referência do entrevistador sobre o assunto em estudo, a
atitude do entrevistador face à população que vai inquirir, o nível cultural e a religião,
etc., devem ser conhecidos e aproximados da situação de inquérito.
Os entrevistadores devem ser seleccionados em função das características de
uma investigação determinada e de uma população de inquiridos particular, para que as
diversas características dos entrevistadores não sobredeterminem toda a produção
discursiva dos entrevistados; a sua competência técnica deve ser testada sob o duplo
ponto de vista da utilização que os entrevistados fazem das técnicas de entrevista e da
sua capacidade se confundirem com o papel de entrevistador, de se tornarem
profissionais do inquérito. É de referir que estes pontos têm mais significado no caso
das entrevistas directivas e semidirectivas, não sendo esta exigência tão importante no
caso de um questionário estandardizado.
A formação de um entrevistador deve incluir um ensino sobre entrevistas ( as
suas características, os seus enviesamentos, a sua utilidade, etc.) e, de forma geral, sobre
a recolha de dados e seu tratamento; a análise das diferentes técnicas de entrevista
através de um ensino didáctico e de exercícios sobre registos audiovisuais de entrevistas
de diversas naturezas e com diferentes entrevistadores. Exercício de avaliação tanto dos
comportamentos verbais como dos comportamentos não verbais; a prática de
entrevistas, inicialmente em “laboratório” com um registo audiovisual da entrevista e
avaliação da mesma, e depois, no “terreno”, com uma fase de avaliação particularmente
rigorosa; a previsão de formações complementares para determinados problemas
específicos que necessitem de técnicas particulares.

INQUIRIDOR

Para um bom desempenho na entrevista o entrevistador deve estar familiarizado,


desde início, com as técnicas mais importantes para tal desempenho: razões de escolha
do entrevistado, formas de convencer os renitentes a responder, modos de superar as
falhas de memória, as respostas “não sei”, recusas de respostas a perguntas concretas,
etc..
O inquiridor deve possuir boas capacidades de entrevistador (se possível), ter
uma atitude profissional, possuir a capacidade de estabelecer uma boa relação com o
entrevistado (ditas pessoas de trato fácil, treinadas no diagnóstico e na superação de
todo tipo de tensões, capazes de conquistar o entrevistado). Por fim, o inquiridor deve
primar pela neutralidade e pela impessoalidade. Uma certa distância, ao mesmo tempo
social e afectiva, é necessária. Contudo, o entrevistador, enquanto tal, não se reduz à
sua própria pessoa, mas é também o representante de uma instituição face à qual se
podem exprimir várias estratégias. Inversamente, a influência do entrevistador só se
pode perceber em relação a esses objectivos.
A atitude do inquiridor no início e ao longo da entrevista deve ser a de um
ouvinte atento que procura constantemente compreender o que é dito pelo inquirido,
uma atitude de não crítica e de não avaliação. Deve existir a ausência de qualquer
atitude normativa que se traduz numa avaliação (não interessando ser positiva ou
negativa).
INQUIRIDO

Um dos aspectos da situação, tal como é vivida pela pessoa inquirida, é o papel
que ela adopta ou pensa dever adoptar. Pode-se responder a um mesmo questionário,
enquanto trabalhador, pai de família ou eleitor. Conforme o caso, as respostas dadas
poderão não ser as mesmas. Estes diferentes papéis não são, evidentemente, específicos
da situação de inquérito, pois cada pessoa desempenha vários papéis e age, em cada
situação, de acordo com eles. A questão que se coloca quando se concebe o inquérito
não é, portanto, tentar eliminar o efeito do papel, mas saber qual dos papéis é o mais
pertinente para o problema tratado.
O papel em que se coloca uma pessoa inquirida é possivelmente determinado,
em parte, pela forma como é abordada pelo entrevistador.
As razões que levam alguém a aceitar uma entrevista ou a responder a um
questionário podem ser muito diversas, indo da timidez, que não permite uma recusa, ao
interesse científico, passando pelo desejo de ter um contacto pouco habitual e de dar a
sua opinião ou o orgulho de participar numa sondagem que talvez apareça no jornal. O
comportamento durante a aplicação do inquérito é, também ele, determinado por
diferentes objectivos. As pesquisas efectuadas nos últimos anos permitiram evidenciar
duas categorias de objectivos: uns ligados à relação com o entrevistador e os outros
respeitantes à utilização que, de acordo com a representação do sujeito, poderá ser feita
das suas respostas.
LINGUAGEM DO INQUÉRITO

Entende-se por linguagem, neste âmbito, a mensagem no sentido do


entrevistador ao entrevistado, no plano de produção linguística.
A linguagem deve, portanto: ser acessível para o inquirido e constituir um
suporte com sentido para ele; permitir uma resposta; ser conforme às expectativas do
inquirido sobre o papel de inquiridor, ou seja, o mais próximo possível do seu universo
linguístico, partindo da sua percepção e da sua verbalização dos acontecimentos e,
definitivamente, do seu quadro de referência.
A situação de entrevista parece, portanto, associável a um jogo de papéis. A
adequação do inquiridor ao seu papel de inquiridor, quer dizer, não da sua neutralidade
mas da sua capacidade para se aproximar do quadro de referência do inquirido e de,
assim, se comportar em função das atitudes, comportamentos e, sobretudo, da
linguagem do inquirido. A clareza da definição do papel do inquirido bem como da sua
motivação para o desempenhar (estando a sua capacidade ligada, em grande parte, à
competência do inquiridor). A possibilidade de controlar os conflitos de papéis
resultantes, por um lado, da concomitância entre os papéis habituais e o papel actual
(sendo isso essencialmente verdade para o inquirido), e, por outro, da não conformidade
entre as condutas teoricamente atribuídas ao papel de inquiridor e as operações que o
inquirido tem de inquiridor (comportamentos, atitudes, etc.).
A SITUAÇÃO DE INQUÉRITO COMO SITUAÇÃO SOCIAL/
VALIDADE DAS RESPOSTAS

No decorrer de um questionário ou de uma entrevista, é praticamente impossível


controlar todas as variáveis. Há que ter em consciência que o desenvolvimento de uma
entrevista ou a aplicação de um questionário constitui uma situação social, na qual pelo
menos duas pessoas interagem, o entrevistador e o entrevistado, e às quais se pode
acrescentar a presença virtual, mas bem actuante, da organização responsável pelo
inquérito, ou do seu cliente, sob a forma de representações mais ou menos concretas que
dela faz o entrevistado.
Neste domínio há lugar para pesquisas psicossociológicas empíricas sobre a
situação de inquérito, considerando esta como uma situação social, que não é um dado,
que não é necessariamente aquilo que o investigador decidiu que deveria de ser, mas
que se constrói, se define e se “negoceia” durante o seu desenvolvimento. Há alguns
anos que um determinado número de pesquisas procura analisar o problema,
evidenciando eventuais enviesamentos que se podem introduzir, avaliando a sua
importância e propondo meios para os evitar. Mesmo que as conclusões dessas
pesquisas ainda não estejam muito claras, delas se concluiu nitidamente que a situação
de inquérito não é uma situação “neutra” e que as respostas assim recolhidas devem ser
sempre, por consequência, interpretadas relativamente a essa situação.
A psicologia experimental colocou o problema há muito e a situação de
experiência em laboratório foi estudada de forma aprofundada. Mostrou-se, assim, que a
situação definida pelo experimentador não é necessariamente aquela que é apercebida e
vivida pela pessoa. Existem duas situações, aquela que foi concebida pelo
experimentador e a que foi percebida pela pessoa em questão, que têm poucas hipóteses
de serem coincidentes. Poderão, por vezes, estar suficientemente próximas para não
invalidar totalmente as conclusões, mas isso não é seguro. Além disso, demonstrou-se
que o experimentador, apesar de toda a sua vontade de neutralidade, pode,
involuntariamente, comunicar à pessoa as suas hipóteses e as suas expectativas,
reforçando, sem dar conta, através da sua atitude, do tom de voz ou de outros indícios
ainda mais subtis, certos comportamentos em detrimento de outros.
O ideal, para aquele que trabalha com inquéritos, não é o poder provocar uma
situação “neutra” em que as respostas não sejam enviesadas pelo contexto, mas uma
situação em que a melhor estratégia, ou pelo menos a mais provável para o indivíduo
inquirido, consista em dar a resposta que lhe pareça ser mais exacta. Se este ideal não
puder ser atingido com segurança, a compreensão da situação permitirá interpretar
melhor as respostas, evitar tomá-las muito à letra e, finalmente, formular hipóteses
relativamente aos enviesamentos que possam afectá-las.
Moscovici propôs o conceito de representação social e, mais especificamente, de
função adaptativa da representação, que podem ser de grande utilidade na contestação
do substancialismo. O primeiro conceito “no processo de interacção, leva o sujeito a
acentuar na sua apresentação os aspectos que lhe parecem adaptados à relação
estabelecida com o destinatário do seu discurso”. A verdade é sempre pragmática e
referenciada a um contexto de interacção. Sendo outro o contexto situacional, será outra
a informação produzida.
Segundo Galtung, a correspondência entre: atitudes e comportamentos,
pensamento e verbalização e entre acção e verbalização pode ser mera questão de ordem
moral, cultural e individualmente situada. As respostas não devem ser encaradas como
“pedaços da realidade”, mas remetidas às condições da sua produção e compreendidas
no quadro de interacção que determinou essas condições.
QUESTIONÁRIO AUTO-ADMINISTRADO

Um questionário auto-administrado não pode ser constituído da mesma forma


daqueles em que as questões são colocadas pelo entrevistador. Com efeito, a pessoa tem
a possibilidade de ler todo o questionário antes de começar a responder, de voltar a uma
questão à qual já tinha respondido e corrigir a sua primeira reacção, de deixar uma
questão embaraçosa temporariamente em branco e voltar a ela mais tarde, de,
eventualmente, falar com outras pessoas, etc. O problema da escolha da ordem das
questões põe-se, então, de forma completamente diferente. Já não podemos, como o
poderíamos de outra forma, começar por questões gerais e depois centrar a atenção em
aspectos particulares, visto que as pessoas podem muito bem ter lido as últimas questões
antes de responder às primeiras. Algumas estratégias de inquirição são, portanto,
inviáveis nesta forma de aplicação.
É também necessário tomar cuidado com o facto de, em casa de algumas
pessoas, a linguagem escrita não ser muito familiar: não se trata apenas dos estrangeiros
que não entendem muito bem a língua, mas também das pessoas com baixo nível de
instrução. Torna-se, por isso, necessário utilizar um vocabulário ou uma sintaxe muito
simples. Pela mesma razão, evitar-se-ão, na medida do possível, as questões abertas, às
quais só obteremos respostas, na sua maioria, extremamente sumárias.
COM QUE RESULTADOS?

Qual a validade do inquérito?

Pelo agregar de teorias e dados durante a pesquisa acaba por ser a que mais
reifica o dado, pois as respostas surgem expostas em tabelas quantitativas que
dão a ilusão de serem completamente despidas de qualquer acção não-lógica.
Isto porque, uma vez lançado é como se um corte radical separasse o inquérito
da teoria que presidira ao seu nascimento. Os resultados são inalteráveis pela
função da realidade, correndo o risco de prejudicar a reunião e o tratamento
quantitativo dos dados.

Na actual reapreciação do inquérito, um dos problemas metodológicos e


epistemológicos que continua em aberto, é a forma de articular o tratamento
quantitativo com as observações de ordem qualitativa que contextualizam a
informação.

O inquérito continua a ser produtivo na exploração dos fenómenos e, por seu


intermédio é possível visionar ligações e interpretações antes fidedignas.
Por outro lado, é uma das vias de acesso ás racionalizações que os suspeitos
fazem das suas escolhas e das suas práticas.

“Ao fim e ao cabo, no momento presente, parece metodológica e


epistemológicamente razoável afirmar que o uso sociológico do inquérito deve
ser feito em parceria com outras técnicas. Mas o mesmo é igualmente razoável
afirmar em relação a estas. Só a pluralidade de fontes empíricas, cada uma com a
sua validade que lhe é conferida, pode devolver-nos a multidimensionalidade
das relações sociais.”

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