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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO PÚBLICO
PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA
GABINETE DE COMUNICAÇÃO E IMAGEM
“Ministério Público actuante no combate aos crimes económico-financeiros, corrupção e ambientais”

PROPOSTA DE UNIFORMIZAÇÃO DOS MODELOS


DE CORRESPONDÊNCIA ELABORADA PELOS
ÓRGÃOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Sumário

I. Introdução;
II. Constatação;
III. Justificativa;
IV. Proposta;
V. Exemplos;
VI. Correspondência Electrónica
VII.Conclusão
I. Introdução

Compete ao Ministério Público (MP) representar o Estado junto dos


tribunais, defender os interesses que a lei determina, controlar a
legalidade, os prazos das detenções, dirigir a instrução preparatória
dos processos-crime, exercer acção penal e assegurar a defesa jurídica,
dos interesses dos menores, ausentes e incapazes, e defender os
interesses que a lei determina.

O MP é uma magistratura hierarquicamente organizada subordinada


ao Procurador-Geral da República, que goza de autonomia em relação
aos outros órgãos do Estado, rege-se por regras gerais, próprias do
funcionalismo público, e específicas, traduzidas em legislação diversa.
(artigos 233 e 235 da CRM conjugado com o nº1 do artigo 1 e 2 Lei 4/2017, de 18 de Janeiro)
Como órgão do Estado e que presta serviços públicos, o seu
funcionamento rege-se dentre outra legislação, pelo Decreto nº
30/2001, de 15 de Outubro, que aprova as Normas de Funcionamento
dos Serviços da Administração Pública.

O referido decreto prevê, no Capítulo VII, Secção III, regras e


procedimentos a serem seguidos no tratamento da
correspondência.

Com efeito, os artigos 69, 70 e 71 do referido Decreto, debruçam-se


sobre: a definição dos tipos de correspondência, a sua
caracterização e os critérios a serem seguidos na sua elaboração, nos
seguintes termos:
Artigo 69
Comunicação escrita

 Nº1 A correspondência oficial entre repartições e entre estas e os


particulares terá a forma de Ofício e de Nota.

 Nº2 O Ofício será usado em correspondência endereçada a


dirigentes de órgãos centrais do aparelho do Estado,
Governadores Provínciais, Embaixadores, Reitores de
Universidade ou ainda, outras entidades e individualidades. O
ofício é redigido de forma cerimoniosa e pessoal.

 Nº3 A Nota constitui o meio normal de comunicação escrita


Artigo 69
Comunicação escrita

 Nº4 A correspondência pode ainda revestir a forma de:

 Acta, instrumento que contém o registo de factos ou


ocorrências importantes para a Administração Pública;

 Certidão ou Certificado, instrumento que comprova o que


consta de assentamento ou processo;

 Circular, acto de correspondência oficial dirigido a diversos


destinatários tratando de assunto de interesse amplo;

 Edital, instrumento que comunica matéria de interesse


adminsitrativo;
Artigo 69
Comunicação escrita

 Guia de Remessa, instrumento que se destina ao envio de


documentos ou materiais;

 Informação, instrumento que proporciona os esclarecimentos


necessários para emitir parecer ou despacho referente a
determinado assunto;

 Informação Proposta, instrumento que proporciona factos,


dados e fundamentos necessários para emitir parecer ou
despacho referente a determinado assunto;
Artigo 69
Comunicação escrita

 Memorando, instrumento de comunicação escrita simples sem


formalismo pode ser utilizada de um nível hierárquico inferior
para um nível superior entre os níveis hierárquicos idênticos;

 Ordem de Serviço, instrumento que contenha determinações


concretas para o serviço emitidas pelo dirigente respectivo com
efeitos meramente internos

 Parecer, acto pelo qual se emite opinião técnica sobre


determinado assunto;

 Relatório, descrição analítica de factos, conclusões e propostas.


Artigo 70
Caracterização

 Nº1 Os impressos ou papel para correspondência devem conter,


o emblema da República ou logótipo ou sigla da instituição, a
designação oficial do serviço, os números de telefone e de telefax
e o endereço postal e de correio electrónico.

 Nº2 Na correspondência oficial, os órgãos centrais e locais do


aparelho do Estado utilizarão obrigatoriamente o emblema da
República.

 Nº3 Nos impressos referidos no número anterior o emblema da


República de Moçambique terá uma só cor ou as cores definidas
por lei.
 Nº4 Na correspondência deve sempre identificar- se o
funcionário ou titular do órgão subscritor da mesma e a
qualidade em que o faz.

 Nº5 A identificação faz-se mediante assinatura ou rubrica, com


indicação do nome, função, categoria ou carreira.
Artigo 71
Elaboração

 Nº1 A correspondência deve ser redigida de forma correcta,


clara, concisa e cortês, tratando apenas de um assunto e
obdedecendo os seguintes requisitos:

a) Conter a indicação do destinatário;

b) Ser datada e referenciada com o correspondete número do


numerador geral e respectivo serviço;

c) Conter sigla ou código e o número de ordem do sector que


elaborou;
Artigo 71
Elaboração

d) Ser elaborada com cópias necessárias para o copiador,


arquivo e expedição aos destinatários;

e) Conter indicação da entidade ou entidades a quem o assunto


deve ser levado a conhecimento;

f) Conter, se for o caso disso, o número do processo a que


respeita, a referência ou aditamento do documento a que se
reporta;
Artigo 71
Elaboração

g) Conter as iniciais de quem a minutou e dactilografou ou


digitou e indicar o número de anexos, se for o caso. Quando a
correspondência não for destinada aos órgãos de
Administração as iniciais constam apenas das cópias;

h) Conter, na última página, a assinatura do funcionário que a


subscreve e selo branco ou carimbo do serviço, bem como a
indicação dactilografada ou digitada, da sua função e nome
com a rerspectiva categoria ou carreira, devendo as restantes
serem numeradas e rubricadas.
II. CONSTATAÇÃO

Entretanto, da enunciação feita nos artigos acima referenciados, verifica-se:


 uma omissão relacionada com a fonte;
 tamanho de letra a usar;
 o espaçamento a ser obedecido entre as linhas e parágrafos;
 o alinhamento do texto; e
 o uso de elementos gráficos, para além do Brazão da República.

Assim, os sectores produzem documentos de forma diversa em função da


preferência do seu autor.
III. Justificativa

Por forma a garantir uma aplicação e apresentação uniforme das


correspondências elaboradas pelos diferentes órgãos e sectores do
Ministério Público, bem assim, na sequência da criação e aprovação do
Logótipo do Ministério Público, pelo Conselho Coordenador do MP, serve a
presente para propor uma adenda ao Manual de Identidade Corporativa,
relativamente aos modelos de correspondência a serem elaboradas.

IV. Proposta

Neste contexto, propomos que toda a correspondência oficial deve


ser redigida obedecendo as regras acima referenciadas e, ainda,
tomando em consideração os elementos abaixo mencionaodos:
 Fonte

 (Times New Roman);


Esta tipográfia é tida como padrão e de boa legibilidade.

 Tamanho
 Cabeçalho (12)
 Destinatário(14) letras maiúsculas;
 Assunto (14) em letras minúsculas;
 Texto (12);
 Iniciais de quem digitou (10).

 Espaçamento

 entre os parágrafos e as linhas 1,5cm;


 Alinhamento
 Texto Justificado
Isto é distribuir o texto uniformemente entre as margens, criando uma
aparência mais elegante.

 Fundo de água
 Contendo o lógotipo em modo ilustrativo
O seu uso é obrigatório nos oficios emitidos pela Direcção do MP, sendo
alternativo aos demais sectores.

 Nota de Rodapé

 Fonte Times News Roman, tamanho 10, contendo o


enderereço, contactos da instituição e, o logótipo do MP no
canto inferior direito
V. Exemplos
VI. Correspondência electrónica

O advento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s),


bem assim, a necessidade de regular as transacções electrónicas ou
comerciais e governo electrónico, e ainda, garantir a segurança dos
provedores e utilizadores das TIC’s a Assembleia da Moçambique
aprovou a criação da Lei nº 3/2017 de 9 de Janeiro - Lei das Transacções
Electrónicas.

A referida Lei estabelece os princípios, normas gerais e regime


jurídico das transacções electrónicas em geral, do comércio
electrónico e do governo electrónico em particular.
A mesma aplica-se às pessoas singulares, colectivas públicas ou
privadas que apliquem tecnologias de informação e comunicação, nas
suas actividades, transacções electrónicas ou comerciais e governo
electrónico.
(artigos 1 e 2 da Lei 3/2017, de 09 de Janeiro)

A Lei 3/2017, de 09 de Janeiro prevê, ainda, no Capítulo IV, Secção I, a


aplicação de requisitos legais às mensagens de dados.

Com efeito, os artigos 20, 21 e 22 da referida Lei, debruçam-se sobre:


o reconhecimento legal de mensagens de dados, as mensagens
escritas e assinatura electrónica, nos seguintes termos:
Artigo 20
Reconhecimento legal de mensagens de dados

A mensagem de dados ou informação no formato electrónico tem o


mesmo efeito jurídico que o da mensagem de dados ou informação
no formato físico, desde que satisfaça os requisitos e formalidades
legais estabelecidos para documentos em formato físico.

Artigo 21
Mensagem escrita

Sempre que a lei exigir que seja apresentada uma informação, esta
poder ser apresentada no formato electónico, desde que seja
transitada imediatamente para o formato físisco.
Artigo 22
Assinatura electrónica

Nº 1: Sempre que a lei exigir um documento assinado, este pode ser


apresentado no formato físico, ou em formato electónico;

Nº2: Se no documento em formato electrónico faltar assinatura, esta


pode ser aprovada obedecendo cumulativamente os seguintes
requisitos:

a) Quando a assinatura identificar a pessoa que emitiu o referido


documento e indicar sua aprovação para a informação contida na
mensagem electrónica;
Artigo 22
Assinatura electrónica

b) Quando o método seja fiável e apropriado para o fim, para o qual


a mensagem foi gerada ou comunicada, tomando em consideração
todas as circunstâncias do caso, incluindo acordo das partes a
respeito;

Nº3: As assinaturas electrónicas são objecto de certificação de


autenticidade pela autoridade competente, de modo a garantir
segurança e certeza nas transacções.
Artigo 20
Reconhecimento legal de mensagens de dados

A mensagem de dados ou informação no formato electrónico tem o


mesmo efeito jurídico que o da mensagem de dados ou informação
no formato físico, desde que satisfaça os requisitos e formalidades
legais estabelecidos para documentos em formato físico.

Artigo 21
Mensagem escrita

Sempre que a lei exigir que seja apresentada uma informação, esta
poder ser apresentada no formato electónico, desde que seja
transitada imediatamente para o formato físisco.
VII. Conclusão

Posto isto, podemos concluir que o MP está em condições de


apresentar documentos, tanto em formato físico e electrónico, de
forma uniforme, cordial e coerente.

Nestes termos, esperamos que a presente proposta seja analisada e


dela surja um consenso, que venha ser implementado por todos os
órgãos do Ministério Público.
Obrigado pela atenção !

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