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FÍSICA EQUÍMICA A

Carlos Portela
Fernanda Braguez
Margarida Ferreira
Rogério Nogueira

ATUAL ECOMPLETO
De acordo com
Aprendizagens Essenciais
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1100 questões com resposta detalhada

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LeYa EoucAçAo
-INDICE Física 10.º Ano
Domínio 1
Energia e sua conservação
Química 10.º Ano 1.1 Energia e movimentos 86
1.1.1 Sistema mecânico redutível
Domínio 1 a uma partícula. Energia e tipos
Elementos químicos e sua organização fundamentais de energia. Potência 86
Massa e tamanho dos átomos 6 1.1.2 Energia interna 91
1.1
1.1.3 Transferências de energia por ação de
1.1.1 Tamanho dos átomos 8
forças. Trabalho de uma força constante 91
1.1.2 Massa isotópica e massa atómica 1.1.4 Teorema da Energia Cinética 97
relativa média 11 1.1.5 Moviment o num p lano inclinado:
1.1.3 Quantidade de matéria e massa molar 12 variação da energia c inética
e distância percorrida {AL 1.1) 98
1.1.4 Volume e número de moléculas
1.1.6 Forças conservativas e não
de uma gota de água {AL 1.1) 14
conservativas 99
1.2 Energia dos eletrões nos átomos 16
1.1.7 Trabalho do peso e energia potencial
1.2.1 Espetros contínuos e descontínuos 16 gravítica 99
1.2.2 O modelo atómico de Bohr 19 1.1.8 Energia mecânica, forças conservativas
e conservação da energia mecânica 101
1.2.3 Transições eletrónicas 19
1.1.9 Forças não conservativas, variação da
1.2.4 Quantização da energia 20 energia mecânica, dissipação de energia
1.2.5 Espetro do átomo de hidrogénio 21 e rendimento 103
1.2.6 Energia de remoção eletrónica 24 1.1.10 Movimento vertical de queda e ressalto
de uma bola: transformações
1.2 .7 Modelo quântico do átomo 25
e transferências de energia {AL 1.2) 105
1.2 .8 Configuração eletrón ica de átomos 27 1.2 Energia e fenómenos elétricos 106
1.2.9 Teste de chama {AL 1.2) 29 1.2.1 Energia elétrica e correntes elétricas 106
1.3 Tabela Periódica 30 1.2 .2 Grandezas elétricas: diferença de potencial
elétrico e corrente elétrica. Corrente
1.3.1 Evolução histórica da
contínua e corrente alternada 107
Tabela Periódica 30
1.2.3 Grandeza elétrica: resistência elétrica
1.3.2 Estrutura da Tabela Periódica: de um condutor 109
grupos, períodos e blocos 30 1.2 .4 Energia transferida para um componente
1.3 .3 Elementos representativos de um circuito elétrico. Efeito Joule 110
e de transição 31 1.2.5 Balanço energético num circuito 112
1.3.4 Famílias de metais e não-metais 31 1.2.6 Características de uma pilha {AL 2.1) 113
1.2.7 Associações de componentes elétricos
1.3 .5 Propriedades periódicas dos elementos
em série e em paralelo 114
representativos 32
1.3 Energia, fenómenos térmicos e radiação 116
1.3 .6 Densidade relativa de metais {AL 1.3) 36 1.3 .1 Sistema termodinâmico. Temperatura
Questões propostas 38 e equil íbrio té rmico 116
1.3.2 Radiação e irradiância. Painéis fotovoltaicos 119
Domínio 2 1.3.3 Radiação e potência elétrica de um painel
Propriedades e transformações da matéria fotovoltaico {AL 3.1) 120
2.1 Ligação química 50 1.3.4 Condução térmica e convecção térmica.
2.1.1 Tipos de ligação química 51 Transferências de energia como calor
2.1.2 Ligação covalente 52 num coletor solar 122
2 .1.3 Ligações intermoleculares 59 1.3.5 A radiação solar e os coletores solares 122
2.2 Gases e dispersões 61 1.3.6 Primeira Lei da Termodinâmica:
2.2.1 Lei de Avogadro, volume molar transferências de energia e conservação
e massa volúmica 61 da energia 124
2.2.2 Composição quantitativa 1.3.7 Aquecimento e arrefecimento de sistemas:
de soluções 63 capacidade térmica mássica 125
2 .2 .3 Diluição de soluções aquosas 1.3.8 Capacidade térmica mássica {AL 3.2) 126
(AL 2.2 e AL 2.3) 65 1.3.9 Aquecimento e mudanças de estado:
2.3 Transformações químicas 67 variação das entalpias de fusão e de
2 .3 .1 Energia de ligação e reações vapoMzação 127
químicas 68 1.3.10 Balanço energético num sistema
2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera 71 termodin âmico {AL 3.3) 128
2.3.3 Reação fotoquímica {AL 2.4) 75 1.3 .11 Segunda lei da termodinâmica: degradação
de energia e rendimento 128
Questões propostas 76
Questões propostas 130
Física 11.º Ano Química 11.º Ano
Domínio 1 Domínio 1
Mecânica Equilíbrio químico
1.1 Tempo, posição e velocidade 152 1.1 Aspetos quantitativos das reações químicas 240
1.1.1 Posição, deslocamento, distância 1.1.1 Reações químicas 240
percorrida e sentido do movimento 152 1.1.2 Reagent e limitante e em excesso 242
1.1.2 Velocidade 154 1.1.3 Rendim ento de uma reação química 244
1.1.3 Ve locidade em gráficos posição-tempo 1.1.4 «Química verde» 245
e gráficos velocidade-tempo, para 1.1.5 Sín tese do ácido acetilsalicílico (AL 1.1) 247
movimentos reti líneos 155 1.2 Equilíbrio químico e extensão das reações 249
1.2 Interações e seus efeitos 159 1.2.1 Rea ções incompletas e equilíbrio
1.2.1 As quatro interações fundamentais na químico 249
natureza 159 1.2 .2 Extensão das reações químicas 252
1.2 .2 Terceira Lei de Newton 160 1.2.3 Fatores que alteram o equilíbrio químico 256
1.2 .3 Lei da gravitação universal 161 1.2 .4 Efeito da concentração no equilíbrio
1.2.4 Efeito das forças sobre a velocidade: químico (AL 1.2) 260
a aceleração 163 Questões propostas 262
1.2.5 Segunda Lei de Newton 165
1.2 .6 Queda livre (AL 1.1) 167 Domínio 2
1.2.7 Primeira Lei de Newton 168 Reações em sistemas aquosos
1.3 Forças e movimentos 169 2.1 Re ações ácido-base 274
1.3.1 Movimentos uniformemente variados 169 2.1.1 Defi nição de ácido e de base 274
1.3.2 Forças nos movimentos retilíneo s 2.1.2 Acidez e basicidade das soluções 276
acelerado e uniforme (AL 1.2) 172 2.1.3 Autoionização da água 278
1.3 .3 Mov imento uniformement e retardado: 2.1.4 Ácidos e bases em solução aquosa 281
velocidade e d eslocamento (AL 1.3) 174 2 .1.5 Constantes d e acidez 283
1.3 .4 Queda na vertical com efeito 2.1.6 Força relativa de ácido s e bases 285
de resistência do ar aprec iável 176 2.1.7 Titulação ácido-base (AL 2.2) 288
1.3 .5 Movimento circular uniforme 178 2.1.8 Acidez e basicidade em soluções
Questões propostas 180 aquosas de sais 293
2.1.9 Aspetos amb ientais das reações
Domínio 2 ácido-base 295
Ondas e eletromagnetismo 2.2 Reações de oxidação-redução 297
2.2 .1 Caracterização das reações de oxidação-
2.1 Sinais e ondas 190
-redução 297
2.1.1 Sinais. Ondas: transversais e longitudinais,
2 .2.2 Força relativa dos oxidantes e redutores 301
mecânicas e eletromagnéticas 190
2 .2.3 Série eletroquímica (AL 2.3) 305
2.1.2 Periodicidade temporal e espacial de uma
2.3 Soluções e equilíbrio de solubilidade 306
onda. Ondas harmónicas e complexas 192
2 .3.1 Mineralização d as águas 306
2 .1.3 O so m como onda de pressão 196
2.3.2 Solubilidade de sais em água 307
2.1.4 Sons puros, intensidade e frequência; 2.3.3 Equilíbri o químico e solubilidade de sais 310
sons complexos. Espetro sonoro 197 2.3.4 Alteração da solubilidade dos sais 312
2.1.5 Microfone e altifalante 197 2.3.5 Temperatura e solubilidade de um
2.1.6 Características do som (AL 1.1) 198 soluto sólido em água (AL 2.4) 314
2 .1.7 Velocidade do som (AL 1.2) 201 2.3.6 Desmineralização de águas e processos de
2.2 Eletromagnetismo 203 precipitação 315
2.2.1 Campos magnéticos 203
Questões propostas 318
2.2.2 Campos elétricos 206
Prova-modelo 1 332
2.2 .3 Fluxo do campo magnético 208
Prova-modelo 2 338
2.2.4 Indução eletromagnética e Lei de
Prova-modelo 3 344
Faraday 210
Prova-modelo 4 350
2.2.5 Aplicações da Lei de Faraday 212
Soluções 356
2 .3 Ondas e letrom agnéticas 214
Anexos 383
2.3.1 Orige m e produção de ondas
eletromag néticas 214
2.3.2 Fenómenos ondulatórios
2.3.3 Reflexão de ondas
2.3.4 Refração de ondas
2.3.5 Reflexão total e fibras óticas
215
216
217
220
IAII auladigital
Aprender é incrível.
2.3.6 Ondas: absorção, reflexão, refração
e reflexão total (AL 3.1) 221 ✓ TESTE DIAGNÓSTICO
2.3.7 Difração de ondas 223
2.3.8 Comprimento de onda e difração ✓ SIMULADOR DE EXAMES
(AL 3.2) 224
✓ EXAMES E RESOLUÇÕES
2.3.9 Efeito Doppler e expansão
do Universo 225
Acesso em www. leyaeducacao.com
Questões propostas 228
Química
10.0 Ano

oornínio 1
Elementos C\uímicos e sua organização

oornínio 2
Propriedades e transtorrnações da matéria
QUÍMICA 10.0 Ano

Domínio 1
Elementos químicos e a sua organização
A Química estuda a matéria e as transformações que esta pode sofrer. A matéria é tudo o que
tem massa e ocupa espaço. A maior parte da matéria dos planetas é constituída por átomos.

1.1 Massa e tamanho dos átomos


A massa e o tamanho de um át omo não se obt êm pe-
sando-o numa balança ou medindo-o com uma rég ua.
Determinam-se por métodos indiretos.

Atualmente, a microscopia de alta resolução mostra,


de maneira muito clara, que a matéria é de facto com-
posta por átomos (Fig. 1.1).

Cada átomo (Fig. 1.2) é constituído por três tipos de


Fig. 1.1 Imagem de átomos de si lício, Si,
partículas: eletrões (com ca rga elétrica negativa), pro- obtida por microscópico de alta resolução.
(ampliação: 20 000 000)
tões (com ca rga elétrica positiva, simétrica à dos ele-
trões) e neutrões (sem carga elétrica). Os protões e os
neutrões ocupam a zona central do átomo - o núcleo
(muito pequeno em tamanho). Os eletrões movem-se
em torn o do núcleo, designando-se por nuvem ele- •- - Eletrão
Átomo
trónica a representação da região onde se movem. - - Nuvem eletrónica
Os eletrões quase não co ntribuem para a massa total
do átomo, pois têm massa muito menor do que a dos
protões ou a dos neutrões.
Núcleo
O átomo é eletrica ment e neutro, uma vez que o núme-
ro de protões é igual ao número de eletrões e a ca rga Fig. 1.2 A estrutura do átomo.
de um eletrão é simétrica da carga de um prot ão.

Os átomos dos diferentes elementos (já identificados 118) são ca racterizados por um número
atómico, Z , que é o número de protões existent es no núcleo, sendo responsáveis pela carga
elétrica nuclear.

Quando os átomos ganham ou perdem eletrões transformam-se em iões, pois adquirem ca r-


ga elétrica negativa ou positiva, respetivamente. Os protões e neutrões est ão fortemente li-
gados no núcleo atóm ico, pelo que nas reações químicas não podem ser perdidos ou ganhos
pelos átomos.

Iões positivos: têm menos eletrões do que protões.

protões: 13 protões: 13
3
Átomo de alumínio, A€, (Z = 13) { Ião alumínio, Af • {

eletrões: 13 eletrões: 10

6
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

Iões negativos: têm mais eletrões do que protões.

protões: 16 protões: 16
Átomo de enxofre, S, (Z = 16) { Ião su lfureto, s-2
{

eletrões: 16 eletrões: 18

Cada um dos elementos tem, em reg ra, vários isótopos - átomos do mesmo element o
que diferem no número de neutrões e, conseq uentemente, na massa. Chama-se número de
massa, A , ao número total de pa rtículas no núcleo atóm ico, que correponde à soma do núme-
ro de protões co m o número de neutrões.

Os átomos de um element o representam-se usando a seguinte notação sim bólica:

;X X - Sím bolo do elemento; A - Número de massa; Z - Número atómico

1. A tabela seg uinte contém informação relativa a várias espécies q uímicas designadas
por letras de A a G. As letras não representam símbolos de elementos químicos.

B
(a)

19
8

20
8

18
o
(e)
(b)

(d)
mi
e (e) (f) (g) (h) ~~c3+
D 8 8 (i) -2 (j)

E (k) (I) (m) (n) ': E

F 26 30 (o) o (p)

G (q) (r) (s) (t) ~~ G-

1.1 Indique a informação que deve substituir as letras de (a) a (t), de modo a completa r
a t abela.

1.2 Indique, justificando, as espécies quím icas que são isótopos do mesmo elemento.

1.3 Conclua , justifica ndo, quantos elementos químicos estão representados na tabela.

& 1.1 (a) 8; (e) 26; (i) 10; (m) 8; (q) 35;
(b) 1: A; (f) 30; (j) ': 0 2- ; (n) O; (r) 45;
(c) +1; (g) 23; (k) 8; (o) 26; (s) 36;
(d) ~: s +; (h) +3; (1) 10; (p) ~: F; (t) -1.

1.2 As espécies A, D e E são isótopos do elemento de número atómico 8 e as


espécies C e F são isótopos do elemento com número atómico 26.

1.3 Estão representados quatro elementos químicos diferentes, pois há quatro


valores diferentes de número atómico:

Z = 8 (A, D e E); Z = 19 (B); Z= 26 (C e F); Z= 35 (G).

7
QUÍMICA 10.0 Ano

1.1.1 Tamanho dos átomos


Ordem de grandeza e escalas de comprimento

Na natureza as estruturas t êm dimensões muito va riadas .


Notação científica
Assim , para as descrever podem ser usados números de
diferentes ordens de grandeza, muito pequenos ou muito coeficiente expoente
grandes. '-. JI'
6,02 X 1023
Ordem de grandeza: pode ser expressa pela potência de
base 10 mais próxima de um número escrito em notação
científica.
base
'
em que 1 :5 coeficiente < 10

Distância Terra-Sol 150 000 000 000 1,50 X 1011 1011

Raio da Terra 6 371 000 6,371 X 106 107

Diâmetro de uma célula 0 ,000 012 1,2 X 10 5 10-s

Raio de um átomo de carbono 0,000 000 000 070 7,O x 10·11 10-10

Altura de um ser humano 1,70 1,70 X 10º 10º

Como as ordens de grandeza das diferentes estruturas na natureza podem ser tão variadas,
usam-se frequentemente múltiplos e submúltiplos das unidades SI.

fixo

p ico p 10-12

nano n 10-9

.UI
o
1i
:s
E
micro

mili
µ

m
10-6

10-3
.0
::,
C/1 centi e 10-2

deci d 10-1

deca da 101

hecto h 102
UI
o quilo k 103
1i
E
, ::, mega M 106
:i:
giga G 109

t era T 1012

A escolha da esca la, em cada caso, está relacionada com a ordem de grandeza.

8
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua o rganização

M+i+ii·i·it¾Hli·I
2. As figuras representam várias estruturas e as respetivas dimensões.

1,40 Gm 170 cm 42 mm 100 µ,m


Sol ser humano bol a d e golfe fio de cabe lo

75 n m 1 nm 102 pm
víru s molécula de g licose átomo de hidrogénio

2.1 Indique as ordens de grandeza de cada uma das dimensões expressas em metros.

2.2 Exprima em nanómetros a dimen sã o do:


a) fio de cabelo; b) átomo de hidrogénio.

2.3 A s dimen sões do vírus e do áto mo de hidrog énio, quand o comparadas co m a di-
mensão da molécula de glicose, são , respetivamente,
(A) 100 v ezes maior e 100 vezes menor. (C) 75 vezes maior e 10 vezes menor.
(B) 75 vezes menor e 100 v ezes maior. (D) 100 vezes menor e 10 vezes maior.

a 2.1 Sol : 1,40 Gm = 1,40 x 109 m; ser humano: 170 cm = 1,70 x 10º m;
bola de golfe: 42 mm = 4 ,2 x 10- 2 m; fio de cabelo: 100 µm = 1,00 x 10-4 m;
vírus: 75 nm = 7,5 X 10-s m; molé cula de glicose: 1 nm = 1 X 10- 9 m;
átomo de hidrogénio: 102 pm = 10-10 m .

As ordens de grandeza são, respetivamente: 109 m; 10º m; 10- 2 m; 10- 4 m;


10- 7 m; 10- 9 m ; 10-10 m .

2.2 a) 100 µm = 100 x (10-6 m) = 100 x 103 x (10-9 m) = 1,00 x 105 nm


b) 102 pm = 102 x (10-12 m) = 102 x 10-3 x (10- 9 m) = 10-1 nm

d vírus 75 nm . _ , , .
2.3 (C). _d______ = - - - = 75 ⇒ a dtmensao do v ,rus e 75 v e zes maior
molécula de glicose 1 nm
do que a dimensão d a molé cula de glicose.

d átomo de hidrogé nio 0,100 nm 1 , ,


- - - - = 0 ,1 = - ⇒ a dime nsão do atomo de hidrogenio
d
molécula de g licose 1 nm 10
é 10 vezes menor do que a dimensão d a molé cula de glicose.

9
QUÍMICA 10.0 Ano

Dimensões à escala atómica

Em Química, a escala mais importante que permite


comparar distâncias e tamanhos é a escala atómica •····•························
e molecular (nanoescala). Se o micrómetro (10- m) é
6

a dimensão de uma célula viva , que se vê com um


microscópio ótico, o nanómetro (10-9 m) é a dimensão d:rii~~---------------------------
de uma molécula orgânica, como, por exemplo, a mo- Terra
lécula de glicose (C 6 H120 J
Fig. 1.3 U m nanóm et ro está para um
metro assi m como o d iâmet ro d e um a
Os átomos são de dimensão subnanométrica, enquan- bola de ténis está para o d iâmet ro da
to muitas moléculas, nomeadamente as proteínas, têm Terra.

dimensões superiores a um nanómetro.

Na Fig. 1.4 observa-se uma camada de grafeno, obtida


com um microscópio de efeito de túnel, onde está re-
presentado o valor da distância interatómica de dois
átomos de carbono, o que permite concluir que o diâ-
metro do átomo de carbono é 0,14 nm.

A nanotecnologia, a tecnologia à nanoescala, dedi-


ca-se à manipulação da matéria, numa escala atómica
e molecular, de modo a construir novas mol éculas e
novos materiais.

Lida, geralmente, com estruturas cujas dimensões va-


Fig. 1.4 Imagem à escala atómica:
riam desde aproximadamente 100 nm (dimensões dos os po ntos c in zentos desenhad os
transístores dos microprocessadores atuais ou de um repre senta m átomos de ca rbono numa
camad a de grafeno.
vírus) até 0,1 nm (dimensões atómicas).

l+Ml·i·ii+Hli·I
3. O pentacena, C 2 2 Hw é um hidrocarboneto de grande importância, pois pode ser
utilizado na produ ção de dispositivos eletrónicos.

A figura seguinte, publicada em 2009, mostra, em B, a primeira imagem de uma mo-


lécula individual, a molécula de pentacena, que foi obtida por microscopia de força
atómica (AFM). Pode observar-se a semelhança entre o modelo molecular para o
pentacena (A) e a imagem obtida por AFM.

Fo nte: IBM Research -


.._.._.__ _ _ _ _ _ _ _ _ _._7Hz
_ Zurich.

(um angstrõm: 1 A= 10-10 m)

Esta observação feita por cientistas do laboratório da IBM, em Zurique, representa


um marco nos campos da eletrónica molecular e da nanotecnologia.

10
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

3 .1 Uma das ca racterísticas da nanotecnologia é a manipulação


(A) da matéria à escala das células dos seres vivos.
(B) da matéria à escala atómica e molecular.
(C) de estruturas com dimensões da ordem de um micrómetro.
(D) de estruturas com dimensões da ordem da milésima parte de um milímetro.

3.2 Usando a escala fornecida em B, determine:


a) a ordem de grandeza do comprimento da molécula de pentaceno na unida-
de de base do SI;
b) o fator de ampliação da imagem.

tj 3.1 (B). Lida com estruturas de dimensões entre 100 nm (0,1 micrómetros) e 0,1 nm.
O tamanho das células é da ordem do micrómetro que é a milésima parte de
um milímetro.

3 .2 a) Com base na escala fornecida em B é possível estimar o comprimento apro-


ximado da molécula de pentaceno: 3 x 5 A= 15 A= 15 x 10-10 m =1,5 x 10-9 m.

O comprimento da molécula de pentaceno é da ordem de 10-9 m.

b) A escala mostra que 5 A na realidade corresponde a 1 cm na imagem, ou


seja, 1 cm na imagem equivale a 5 x 10-a cm na realidade, pelo que o fator
de ampliação é
1cm
- - - - = 2 X 107 = 20 000 000
5 x 10-a cm

Conclui-se, assim, que a imagem está ampliada 20 milhões de vezes.

1.1.2 Massa isotópico e massa atómica relativa média

A massa de um átomo depende do número de protões e de neutrões que o co nstituem.

A massa isotópica relativa indica quantas vezes a massa de um átomo, de um isótopo de um


elemento X, é superior à massa convencionada como padrão.

1
A massa-padrão que se utiliza é a massa correspondente a da massa do átomo de car-
12
bono-12.

A massa atómica relativa média, A,, de um elemento químico é calcu lada a partir das massas
isotópicas relativas e respetivas abundâncias dos seus isótopos naturais.

11
QUÍMICA 10.0 Ano

4 . O clo ro ocorre em amostras terrestres como uma mistura de dois isót opos, ~~e.e e ~~ce.
As massas atómicas desses isótopos, determinadas experimentalmente, e as respe-
tivas abundâncias relativas apresentam-se na tabela seguinte:

34,968 75,53

36,956 24,47

4 .1 Calcule a massa atómica relativa média do clo ro.

4.2 Exp lique a proximidade do va lor da massa atómica re lativa do cloro ao va lor da
massa isotópica do cloro-35.

& 4 .1 Converter as abundâncias em frações decimais:


75,53
75,53% - - - = 0,7553
100
24,47
24,47% - - - = 0 ,2447
100
Determinar a média tendo em conta a abundância de cada isótopo:

A, (Cf) = 34,968 X 0,7553 + 36,956 X 0,2447 = 35,454

4.2 A massa atómica relativa média do cloro é 35,454 e está mais próxima da
massa do isótopo mais abundante, o cloro-35, pois o seu valor resulta da
média ponderada das massas isotópicas, tendo maior contributo a massa do
isótopo mais abundante.

1.1.3 Quantidade de matéria e massa molar

A quantidade de matéria, n, é uma grandeza fís ica usada para re lacionar porções de substân-
cias, em termos macroscópicos, com as unidades estruturais (átomos, moléculas ou iões) do
domínio do submicroscópico. A unidade de quantidade de matéria no SI é a mole (símbolo mol).

No SI, 1 mol é a quantidade de matéria que contém 6,02 x 10 23 entidades (átomos, moléculas
ou outras partículas). Este número designa-se por número de Avogadro, em homenagem ao
cientista italiano Amedeo Avogad ro.

A constante de Avogadro, NA= 6 ,02 x 1023 moI-1, é o número de entidades por mole de uma
determinada subst ância (a unidade SI é mol-1). Entre o número de entidades, N , presentes numa
dada amostra e a quantidade de matéria, n, dessa amostra, pode estabelecer-se a seguinte
relação: N = n x NA, em que a constante de Avogadro, NA, é a consta nte de proporcionalidade.

12
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

A Fig. 1.5 apresenta amostras de substâncias cuja quantidade de matéria, presente em cada
uma, é uma mole de átomos.
1 mol de átomos de enxofre: 32, 1 g
1 mol de átomos 1 mol de átomos
de carbono: 12,0 g de ferro: 55,9 g

Fig. 1.5 Porções de substâncias com 1 mol de átomos de carbono, de


enxofre e de ferro.

Massa molar, M: massa por unidade de quantidade de matéria. Exprime-se geralmente em


grama por mole (símbolo g mol-1). A massa molar de uma substância, expressa em g mo1-1, é nu-
mericamente igual à massa atómica relativa média, A,, do elemento químico, ou à massa relativa
média da unidade estrutural dessa substância (átomo, molécula ou agregado de iões).

Entre a massa, m, de uma amostra de uma dada substância e a quantidade de matéria, n, dessa
amostra, pode estabelecer-se a seguinte relação: m =n x M.

5. O metano, CH 4 , é o principal constituinte do gás natural. Considere uma amostra de


0,378 mal de metano.

5.1 Calcule a massa da amostra.

5.2 Determine a quantidade de matéria de átomos de hidrogénio na amostra.


5.3 Quantos átomos de carbono existem na amostra?

~ 5 .1 A massa molar de CH 4 é M(CH 4 ) = (12,01 + 4 x 1,01) g mo1- 1 = 16,05 g mo1-1


(massa por cada mole).
A massa de 0,378 molde CH 4 é m = n x M = 0,378 mol x 16,05 g mo1-1 = 6 ,07 g.

5.2 Numa molécula de CH 4 existem 4 átomos de hidrogénio, H, o que se traduz


4mol H
na seguinte proporção: - - - -
1 mol CH 4
4mol H
n = 0,378 .!J)..Ol---€FÇ x - - - - =1,51 mol H
1 !JJ..Ol-a:t;
5.3 Pode utilizar-se a seguinte sequência de cálculos:
ncH 4 - NcH4 - Nc
N = n x NA= 0,378 mol x 6,02 x 10 23 mo1-1 = 2 ,28 x 1023 moléculas CH 4
1 átomo C
Nc = 2,28 x 1023 moléculas CH4 x , CH = 2,28 x 1023 átomos C
1 mo 1ecu 1a 4

13
QUÍMICA 10.0 Ano

6 . O luminol é um sólido cristalino amarelado muito utilizado em perícias criminais a fim


de identificar sa ngue no local do crime, pois reage co m a hemoglobina presente no
sangue e, ao fazê-lo, produz luz.
N
6 .1 O gráfico mostra a relação entre o número
de mol écu las, N, e a quantidade de matéria,
n, do luminol. Qual é o significado físico do
declive da reta? 2,11 X 1024 ••••••··

6 .2 A fórmul a molecu lar do luminol pode ser re-


presentada por C8 H7O 2 Nx. Determine o va lor
de x, considerando que a massa de 2 ,11 x 1024
3,5 n/ mol
moléculas é 620,13 g.

(j 6 .1 O declive da reta corresponde à constante de Avogadro. Entre o número de en-


tidades, N, presentes numa dada amostra e a quantidade de matéria, n, dessa
amostra, pode estabelecer-se a seguinte relação:

N = NA x n, em que a constante de Avogadro, NA, é a constante de proporcio-


nalidade.

6 .2 Cálculo da massa molar, M(C 8 H7 0 2 N), de acordo com os dados do gráfico:


N(C 8 Hp2 NJ = 2,11 x 1024 moléculas - n(C8 Hp2 NJ = 3,5 mol
m 620,13 g
m =n x M ⇒ M(C8 H7 O 2 Nx) =-n =- - - =17718
3,5 mol '
g mo1-1

Cálculo do valor de x:

M(C8 Hp2 N) =8 X 12,01 + 7 X 1,01 + 2 X 16,00 + 14,01 x =177,18 g mo1-1 ⇒ x =3

1.1.4 Volume e número de moléculas de uma gota de água (AL 1.1)

O número de moléculas numa gota de ág ua pode ser estimado se for medido o vo lume de uma
gota de água e também a sua massa. Para uma maior precisão, faz-se uma medição indireta a
partir do volume e da massa de muitas gotas.

l+i%i·i·l1+Hli·I
7. Para medir o volume e a ma ssa de uma gota de ág ua e determinar o número de mo-
léculas de água nela existentes, um grupo de alunos realizou uma atividade com a
seg uinte seq uência de procedimentos:

1. Encher uma bureta com água e acertar até ao nível do zero na escala.
li. Colocar um gobelé em cima da balança digital.
Ili. Tran sferir 100 gotas de ág ua da bureta para o gobelé.
IV. Registar o volu me das 100 gotas de ág ua e a massa respetiva.

14
DOMÍNIO 1 Elementos quím icos e a sua organização

7.1 A figura mostra parte da escala da bureta que foi utilizada, pelo grupo
de alunos, para medir o volume de água (100 gotas) vertido. Aten-
dendo à incerteza de leitura e ao número adequado de algarismos
significativos, o volume de 100 gotas de água é

(A) (5,6 ± 0,1) ml. (C) (6,3 ± 0,1) ml.


(8) (5,65 ± 0,05) ml. (D) (6,35 ± 0,05) ml.

7.2 A massa das 100 gotas de água medida pelos alunos foi 5,09 g.
a) Quanto s algarismos significativos apresenta o resultado da mediçã o?
b) Apresente o resultado da mediçã o com a respetiva incerteza de leitura.

7.3 Determine a massa e o volum e de uma gota de água. Apresente o resultado co m


o número adequado de algarismos significativos.

7.4 O número de moléculas de água (M(H 2 O) = 18,02 g mol-1) que existem numa gota
pode ser determin ado a partir da exp ressão
18,02 5,09
--X 6 02 X 10 23 --X 6 02 X 10 23
100 ' 18,02 '
(A) N= (C) N=
5,09 100

(8) N=
18,02
--X
5,09
6 02
'
100
X 1023
(D) N=
18,02
- - x 5,09
100
6,02 X 1023
mi
7.5 Indique as ordens de gran deza do número de moléculas de água de uma gota
e do volume dessa got a.

& 7.1 (8). O volume das gotas de água foi medido com uma bureta, um instrumento
analógico. Neste tipo de instrumentos, considera-se a incerteza de leitura igual
a metade do valor da menor divisão da escala. Neste caso, a menor divisão da
escala é 0,1 ml, pelo que a incerteza de leitura será metade, ou seja, 0,05 ml.
A figura mostra o nível mais baixo do menisco entre os valores 5,6 ml e 5,7 ml.

7.2 a) Três algarismos significativos.


b) (5,09 ± 0,01) g ou 5 ,09 g ± 0,01 g
A massa das gotas de água foi medida com uma balança digital.
Nos instrumentos digitais, considera-se a incerteza de leitura igual a uma
unidade do último dígito de leitura. A precisão da balança utilizada é 0,01 g,
pelo que a incerteza de leitura é 0,01 g.
_ 5,09 g _ _ • _ 5,65 ml
7.3 m1 gota - 100 - 5,09 x 10 2 g, v,gota - 100 5,65 x 10-2 ml

7.4 (C). O quociente 5 ,o9 g é a quantidade de matéria ( n = m ) nas


18,02 g mo1-1 M
100 gotas, que, multiplicada pela constante de Avogadro, dá o número de
moléculas de água em 100 gotas.

7.5 N.º de moléculas de uma gota de água: 1,70 x 1021 - ordem de grandeza 1021•
Volume de uma gota: 5,65 x 10-2 ml - ordem de grandeza 10-1 ml.

15
QUÍMICA 10.0 Ano

1.2 Energia dos eletrões nos átomos


Sabemos hoje que as propriedades dos átomos são determinadas pelas energias dos seus
eletrões. Um modo indireto de obter informação sobre a energia dos eletrões nos átomos é
através da interação da luz (radiação eletromagnética) com os átomos. Por outro lado, muito
do que se con hece sobre a própria luz resultou , também , da interação da luz com os átom os.

A espetroscopia diz respeito ao estudo da interação da radiação com a matéria, consideran-


do-se sobretudo os processos associados à absorção e à emissão de radiação. Na espe-
troscopia analisam-se os espetros, os quais consistem em representações de uma grandeza
relacionada com a absorção ou emissão de radiação em função da energia ou frequência (ou
comprimento de onda) dessa radiação.

1.2.1 Espetros contínuos e descontínuos


Luz, em sentido lato, não é só a luz visíve l (dete-
tada pelos nossos olhos). As rad ia ções gama (y), os
raios X, os raios ultravioleta, os infraverme lhos, as
micro-ondas, as ondas de rádio e televisão também
são luz.

As radiações (ou ondas) eletromagnéticas, expres-


são utilizada para designar os diferentes tipos de
luz, transportam energia ao propagar-se.

Newton, no século XVII, mostrou que a luz so lar (luz


branca) tem várias componentes de cores diferen-
tes (Fig. 1.6). Quando atravessa ce rtos meios tran s-
parentes (por exemplo, um prisma de v idro), a luz
branca decompõe-se numa sequência de radiações Fig. 1.6 Decomposição da luz solar através
com cores diferentes - as cores do arco-íris. de um prisma, obtida por New ton.

O conjunto formado pela sucessão contínua das vá -


rias radiações coloridas designa-se por espetro da
luz visível.

A luz também pode ser detetada em quantidades discretas (bem definidas), como partículas,
pelo que as radiações eletromagnéticas podem igualmente ser descritas como sendo forma-
das por fotões. Os fotões são os corpúscu los da luz: a cada fotão corresponde um mínimo
de energia, que é diferente consoante a frequência da radiação.

A energia de um fotão é diretamente proporcional à frequência da radiação correspondente.

Espetro eletromagnético

Definem-se sete regiões principais do espetro eletromagnético. Considerando a energia por


cada fotão, est as regiões podem ordenar-se por energia crescente de acordo com a seq uên-
cia crescente de frequência: ondas de rádio, micro-ondas, infravermelho (IV), visível, ultravio-
leta (UV), radiação (raios) X e radiação gama (y) (Fig.1.7).

16
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

Na luz visível, a energia por fotão e a frequência da radiação aumentam de acordo com
a seguinte sequência: vermelho, cor de laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta (Fig. 1.7).

Radiofrequências

1Q-32 1Q-24
Micro-ondas


Infravermelho

10-22
(IV)

i l
2,5 X
Visível

1Q-19 5,2 X 1Q- 19


,
Ultravioleta (UV)

10-17
Raios X Radiação gama (-y)

1Q-15 10-10

Energia por fotão / J


Fig. 1.7 Espetro eletromagnético e energia da radiação.

M+i%i·i·it4Hli·I
8. As lâmpadas de vapor de sódio, usadas em iluminação pública, têm uma luz amarela
característica devido à presença do elemento sódio.

8 .1 A luz emitida por uma lâmpada de luz ultravioleta, comparada com a luz emitida
pela lâmpada de vapor de sódio, tem _ _ frequência e fotões de _ _ energia.
(A) maior ... menor. (B) menor ... menor. (C) maior ... maior. (D) menor ... maior.

8.2 Ordene as radiações seguintes por ordem crescente de frequência.


1. Luz amarela de uma lâmpada de vapor de sódio.
li. Radiação gama emitida por um núcleo radioativo.
Ili. Ondas de rádio emitidas pela antena de uma estação de rádio.
IV. Feixe de micro-ondas emitido pelo radar de controlo de tráfego aéreo de um
aeroporto.

& 8.1 (C). A energia dos fotões da luz ultravioleta é maior do que a dos fotões da
luz amarela. Quanto maior é a energia de um fotão, maior é a frequência da
radiação respetiva, pois a energia de cada fotão é diretamente proporcional
à frequência da radiação respetiva.

8.2 Representando f a frequência: 'iu < 'iv < 'i < 'ii·

Espetro de emissão: resulta da decomposição da luz


emitida por um corpo (por exemplo, corpos incandes-
centes).

Espetro de emissão contínuo: contém uma gama


ininterrupta de radiações ou cores, como sucede, por
exemplo, no espetro de emissão do filamento aque- ~ -ia-nt_e_ _ _ _ __
cido de uma lâmpada (Fig. 1.8 ). Para cada fonte lumi-
nosa, as diferentes cores são, em geral, emitidas com
intensidades diferentes.
Fig. 1.8 Espetro de emissão contínuo.

17
QUÍMICA 10.0 Ano

Espetros de emissão descontínuos: só contêm radiações de determinadas energias. São


constituídos por riscas distintas. Diferentes riscas são, em geral, emitidas com intensidades
diferentes.

Espetro de absorção: espetro obtido depois de a luz emitida por uma fonte atravessar uma
subst ância. Este espetro contém apenas as radiações da luz incidente que não foram absorv i-
das na substâ ncia. Corresponde à subtração de bandas ou riscas do espetro da luz incidente
na substância. No visível, o espetro de absorção de uma substância resulta da absorção
seletiva de radiações v isíve is pela substância: podem observar-se riscas negras num fundo
colorido.

ESPETROS

ESPETROS ESPETROS
DE EMISSÃO DE ABSORÇÃO

1 7
contínuos descontínuos descontínuos

exemplos de fontes exemplos de fontes 1


de emissão na região de emissão na região exemplo
do visível do visível

1
Espetro solar com as riscas
de Fraunhofer
(riscas de absorção)
Corpo Lâmpada de Lâmpadas Lâmpada
incandescente incandescência de vapor de sódio fluorescente
usadas em
iluminação pública

Espetro Espetro Espetro

-
1 l l

l+l%i·i·l1+Hli·I
9. A principal técnica uti lizada no estudo da composição dos corpos ce lestes é a es-
petroscopia . Parte da radiação emitida pelas estrelas é absorvida pelo gás q ue as
rodeia. Se esse gás não existisse, os espetros produzidos se riam semelhantes ao de
um sólido inca ndescente, desprezando a influência da atm osfera terrestre.
Con sidere os espetros seg uintes.

1. 2. III 3.

9 .1 Classifique, justificando, cada um dos espetros.

9 .2 Qual dos espetros da figu ra pode corresponder ao espetro de uma estrela na


região do v isível?

18
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

O 9.1 Espetro 1: de emissão, contínuo em toda a região do visível - regista toda a


gama de radiações emitidas, ou seja, não há interrupção na sequência das
várias radiações.
Espetro 2: de emissão, descontínuo (espetro de riscas) na região do visível -
só regista algumas radiações e é constituído por riscas (coloridas) distintas.
Cada risca corresponde a uma determinada energia, por fotão, da radiação
emitida.
Espetro 3: de absorção, no visível - resulta da absorção seletiva de radiações
visíveis e é constituído por riscas negras num fundo colorido.

9 .2 Espetro 3. Espetro obtido depois de parte da luz emitida pela estrela ser ab-
sorvida pelo gás que a rodeia.

1.2.2 O modelo atómico de Bohr

O estudo dos espetros descontínuos dos átomos co nduziu ao conhecimento das energias
dos eletrões nos átomos.

O hidrog é nio, o elemento químico mais simples e abundante no Universo, existente e m gran-
de quantidade nas estrelas, origina um espetro de riscas, bem definidas (Fig. 1.9 ).

1
Infravermelho visível Ultravioleta

Fig. 1.9 Espetro de emissão do átomo de hidrogén io


1
Este espetro foi interpretado pela primeira vez por Niels Bohr em 1913. No seu modelo, as
riscas do espetro do átomo de hidrogénio resultam das va riações de energia do eletrão no
átomo. Como as riscas são bem determinadas, aquelas variações de energia também o são,
e, em consequência , a energia do eletrão no átomo só pode ter ce rtos valores - a energia do
eletrão está quantizada.

1.2.3 Transições eletrónicas

O espetro de absorção resu lta da absorção de radiação pelo eletrão no átomo de hidrogénio:
o eletrão transita de um estado de menor energia para um de maior energia (excitação) por
absorção de um fotão. O espetro de emissão resulta do processo oposto (desexc itação) com
emissão de um fotão (Fig.1.10).

Radiaçã~ . • _
Eletrão
.; ·.

Excitação Desexcitação

Fig. 1.10 Excitação e desexcitação do átomo de hidrogénio.

19
QUÍMICA 10.0 Ano

O eletrão no átomo apenas pode apresentar certos va lores de energia que correspondem a
pat amares energéticos - níveis de energia, n. O estado de menor energia é o estado fun-
damental q ue, no átomo de hidrogénio, ocorre quando o eletrão ocupa o nível 1, n = 1. Os
estados de energia superior ao fu ndamental designa m-se estados excitados (para o eletrão
do át omo H, níveis 2, 3, ...).

Transição eletrónica é a mu dança de estado de energia do eletrão que, no modelo de Bo hr,


só se dá por absorção ou emissão de uma quantidade bem definida de energia igual ao
módulo da diferença entre as energias dos níveis entre os quais ocorre a transição. Quan-
do o eletrão tra nsita do níve l n = a para o nível n = b:
• se a < b, há absorção de radiação;
• se a > b, há emissão de radiação.

E fotão =l /1Eeletrão I em q ue /1E eletrão = Eb - E.

1.2.4 Quantização da energia

Uma das ideias funda mentais do modelo atómico de Bohr é a quantização da energia do ele-
trão no átomo , ou seja, o eletrão do átomo não pode existi r em qualquer estado de energia.
Só são permitidos alguns estados com valores de energia bem definidos.

Considera-se que um eletrão em repouso fora da ação do núcleo (n = 00 ) possui um va lor nulo
de energ ia (valor máximo); enquanto o eletrão se mantiver sob a ação do núcleo, os seus
possíveis valores de energ ia são negativos.

Quanto mais negativo for o valo r da energia, menor é a energia do eletrão , menor é o nível de
energia ocupado e menor é a distância do eletrão ao núcleo.

Um eletrão transita de um nível de energ ia para outro sem nunca ter va lores inte rmédios en-
tre esses dois níveis - níveis discretos ou descontínuos de energia.

A quantização de energia não se aplica só ao átomo de hidrogénio, verifica-se para todos


os átomos. Para cada átomo só são permitidos certos va lores de energia eletrónica e estes
diferem de elemento para elemento.

10. Um eletrão do át omo de hidrogénio num estado excitado


1
(n = 5) regressa ao estado fu ndamental por emissão de radiação.
l
O diagra ma de energias ind ica algumas possibilidades de tran-
sição do eletrão. 1

1
10.1 As tra nsições indicadas na figura:
a) correspondem a uma excitação ou desexcitação?
b) origina m um espetro at ómico de emissão ou de absor-
E, t,
ção?

10.2 A energia de um fotão envolvido na transição entre o nível 5 e o nível 2 é dada por:

20
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

10.3 Qual dos espetros seguintes poderá corresponder às transições eletrónicas


apresentadas?
(A) (C)
11 1 1 1 1 1 1 1
Frequência Frequência

(B)
li 111
(D)
11 1
Frequência Frequência

10.4 Exp lique porque é que a quantização da energia do eletrão no átomo permi-
tiu explicar os espetros atómicos de riscas, como o do átomo de hidrogénio.

& 10.1 a) Desexcitação. O eletrão transita de um estado de maior energia para es-
tados de menor energia (a energia do eletrão diminui).
b) Espetro de emissão. Numa transição de desexcitação o átomo perde
energia, emitindo um fotão.
10.2 (C). A opção B não pode ser considerada, pois conduz a um valor negativo
e a energia do fotão não pode ser negativa.
10.3 (B) . As três transições para o nível 1 envolveram maiores variações de ener-
gia do eletrão, pelo que as radiações emitidas são as de maior energia, logo
de maior frequência.
10.4 O facto de as riscas espetrais corresponderem a radiações de frequências
características e bem definidas mostram que o eletrão só pode sofrer varia-
ções de energia bem definidas, iguais ou simétricas às energias dos fotões
daquelas frequências. Assim, a energia do eletrão no átomo não pode ter
um valor arbitrário, assumindo apenas os valores compatíveis com aquelas
variações de energia. Diz-se, por isso, que a energia está quantizada.

1.2.5 Espetro do átomo de hidrogénio


O estudo do espetro de em issão do átomo de hidrogénio mos- Níveis de Energia
energia, n do eletrão / J
trou haver riscas que ocorrem na zona do visível, outras cujas o
frequências se situam na zona do ultravioleta e outras ainda 4 - - - - - + ~ - ~ - + - - - . - + - - - - - Ü, 14 X 10 - 18
Paschen (IV) _ x _
que se situam na zona do infravermelh o. 3 0 24 10 18
Balmer
(visível e UV)
Chama-se série espetral ao conjunto de riscas muito próximas 2 - - -~~~-+++--- - - - - -0,54 X 10 -rn
dentro de uma dada zona do espetro.

Lyman (UV)
Às vá rias séries de riscas resultantes de transições descenden-
tes associam-se os nomes de quem as estudou pela primeira Estado
fundamental 11
vez: Ly man (transições para n = 1, emissão de radiação UV), 2,18 X 10 - 18
Balmer (transições para n = 2, emissão de radiação na zona do Fig. 1.11 Níveis de energ ia e transições eletrónicas para
o átomo de hidrogénio.
visível e do ultravioleta próximo) e Paschen (trans ições para
n = 3, emissão de radiação infravermelha), entre outros, de
acordo com a Fig. 1.11 .

21
QUÍMICA 10.0 Ano

E / 1Q -19 J n
11. A figura ao lado mostra alg umas transições ele-
trónicas possíveis, do átomo de hidrogénio. o 00
-0,87 1
5
-1,36 4
11.1 Indique a transição eletrónica a que corres- - 2,42 1D 3
ponde a emissão de radiação de maior ener- e
- 5,45 ~
2
gia.

11.2 Após a transição B, quais os tipos de radia-


ções que podem se r emitidas pelo eletrão do
A B
átomo de hidrogé nio? E após a trans ição A? - 21,8

11.3 Considere um átomo de hi drogénio no estado fund amenta l, no qual incide um


fotão de energia 1,82 x 10-18 J. Conclua, justificando, se há transição do eletrão
para um estado excitado.

Q 11.1 (C). Tratando-se de uma emissão, apenas consideramos as transições ele-


trónicas para estados de menor energia. Entre as transições C e D, a C en-
volve uma maior variação de energia do eletrão (n = 4 - n = 2), pelo que a
radiação emitida é a de maior energia, uma vez que Efotãoemitido = 16.Eeletrã/

11.2 A transição B corresponde a absorção de energia pelo eletrão do átomo de


hidrogénio, ficando num estado excitado (n =3). O eletrão no nível n =3 pode
transitar diretamente de n = 3 - n = 1, emitindo radiação ultravioleta (por ser
uma transição para n =1), ou de n = 3 - n = 2, emitindo radiação visível (tran-
sição para n = 2) e de n = 2 - n = 1, emitindo radiação ultravioleta.
A transição A corresponde a absorção de energia pelo eletrão, ficando este
num estado excitado (n = 2). Após a absorção de energia, o eletrão vai tran-
sitar para o estado fundamental, emitindo radiação UV.

11.3 Efotão = 16.Eeletrà) = En - E 1 ⇒ En = E 1 + Efotão = -21,8 X 10-19 J + 1,82 X 10-18 J =


= -3,6 X 10-19 J
O valor obtido é negativo, mas não corresponde à energia de nenhum dos
estados excitados. Conclui-se, assim, que não existe transição, ou seja, o
eletrão não absorve o fotão, permanecendo no estado fundamental.

12. Um átomo de hi drogénio excitado emite energia, muitas vezes sob a forma de luz
visível, porque
(A) o eletrão foi ejetado do átomo.
(B) o eletrão transita para um nível de menor energia.
(C) a e nerg ia do e letrão no átomo está quantizada.
(O) o e letrão tran sita para um níve l de maior e nerg ia.

Q (B). O eletrão pode transitar entre estados estacionários absorvendo ou emitindo


energia. Quando o átomo absorve energia, o eletrão passa para um estado es-
tacionário de energia superior. Para haver emissão de energia, o eletrão tem de
transitar para um nível de energia inferior. As emissões de energia, sob a forma
de luz visível, ocorrem quando o eletrão do átomo de hidrogénio transita de ní-
veis superiores de energia (dos níveis 3, 4, 5, ou 6) para o nível n = 2.

22
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

Os e letrões dos átomos de cada e lemento químico têm um conjunto de valores de e nerg ia
q ue os caracteriza, pe lo que as transições eletrónicas que poderão ocorrer são diferentes de
elemento pa ra ele mento. Assim, as energias das radiações emitidas, o u absorvidas, são di-
ferentes de ele mento pa ra elemento, ou seja, são caracte rísticas de cada e leme nto q uímico.

Espetros de emissão de elementos quími-


cos: cada e le mento q uímico aprese nta u m
A hélio
espet ro de e missão de riscas ca racterístico,
d iferente do de qualq uer ou tro elemento
(Fig. 1.12 A e B).
8
néon 1
Se se compa rarem os espetros de em issão e
de absorção na região do visíve l de um dado
elemento químico (Fig. 1.12 B e e), verifica-se e
1 11 1 1
q ue as riscas coloridas do espet ro de emis-
Fig. 1.12 Espetro de emissão do hélio (A), espetro
são su rgem nas mesmas posições q ue as ris- de e missão do néon (B) e espet ro de absorção do
cas neg ras no espetro de abso rção. néon (C).

Os espetros de emissão e de absorção são característicos de cada elemento químico.


A pa rtir dos espetros de riscas de absorção é possíve l identificar os eleme ntos químicos que
fazem pa rte da constituição das d ife rentes estre las.

13. A f igura ao lado mostra o espetro da


luz so lar na região do v isível (A) e o
espet ro de absorção do h idrogénio
(B). As linhas D1 e D2 são orig inadas
pela p resença do elemento sódio na
Espetro de absorção de riscas do Sol (A) e espetro
atmosfera solar. de absorção do hidrogénio (B).

13.1 Q ue conclusão se pode retirar da comparação dos espetros A e B?

13.2 De entre os espetros de e missão


ao lado, designados po r X, Y e Z,
identifique o que corresponde ao
e leme nto sódio. 1 1 1 z

13.3 Conclua. justifica ndo, qual das duas riscas, D1 ou D2, do espet ro de emissão do
sód io apresenta maior energ ia por fotão.

~ 13.1 As linhas de absorção C, F, f eh do espetro da luz solar coincidem com as ris-


cas de absorção do espetro do hidrogénio, o que permite concluir que existe
hidrogénio na atmosfera do Sol.

13.2 É o espetro X, por ser o único que tem duas riscas próximas na zona amarela
do espetro na mesma posição que as riscas D1 e D2 do espetro solar.

13.3 Na radiação visível, a energia por fotão aumenta do vermelho para o vio-
leta, pois a frequência da radiação aumenta nesse sentido. As duas riscas
situam-se na zona do amarelo, no entanto, a risca D2 está mais próxima da
extremidade violeta do espetro e, por isso, tem maior energia por fotão.

23
QUÍMICA 10.0 Ano

1.2.6 Energia de remoção eletrónica


A energia dos eletrões nos átomos polieletrónicos (com 2 ou mais eletrões) inclui o efeito
das atrações entre os eletrões e o núcleo (cargas de sinais contrários) que diminui a energia
dos eletrões, e das repulsões entre os eletrões (cargas do mesmo sinal) que aumenta a sua
energia.

Espetroscopia fotoeletrónica: técnica utiliza-


da para determinar a energia de remoção de Fotão
eletrões dos át omos, e, a partir dela, a ener-
Placas carregadas
gia dos eletrões no átomo. Nesta técnica (Fig.

1.13), faz-se incidir nos átomos do elemento


+e------~
~
1
em estudo uma radiação com energia sufi- -~e-
ciente para remover qualquer um dos seus Amostra
gasosa
-..;;;;:;;_
eletrões, transformando-se assim os átomos / 2tetor
em iões. Para um átomo A, a remoção de um Fig. 1.13 Diagra ma d e e spetro scopia
fotoel etrónica.
dos seus eletrões é descrita por:

Em síntese:

• a energ ia de cada fotão incidente deve exceder a energia mínima necessária (energia
de remoção) para a remoção desse eletrão;

• se os eletrões tiverem energ ias diferentes, haverá tantos va lores de energia de remoção
quantos os estados de energia para os eletrões;

• os eletrões com maior energ ia de remoção são os que ocupam estados de menor ener-
gia (em média mais próximos do núcleo, logo, sujeitos a maior atra ção nuclear do que
os eletrões do último nível de energia - nível de valência).

Verifica-se que eletrões de átomos de elementos diferentes têm valores de energia diferen-
tes. Esses va lores de energia dos eletrões podem distribuir-se por níveis e subníveis.

Os resultados obtidos por espetroscopia fotoeletrónica são geralment e apresentados na for-


ma de um gráfico (espetros fotoeletrónicos, Fig. 1.14).

347 345 37 35 33 31 29 4 2 o
Energia de remoção / MJ mo1- 1
Fig. 1.14 Espetro fotoe létrónico do p otáss io.

Por análise da abcissa e da altura de cada pico nos espetros fotoeletrónicos, conseg ue-se
determinar as energias relativas dos subníveis eletrónicos ocupados e o nú mero re lativo de
eletrões em cada subnível, respetivamente.

24
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

14. Considere o espetro fotoeletrónico do potássio (Z = 19) apresentado na Fig. 1.14.

14.1 Indique o número de:


a) subníveis de energia pelos quais se distribuem os eletrões;
b) e letrões correspondente a cada um dos picos presentes no espetro.

14.2 Conc lu a.j ustifica ndo, qu al é o va lor de energia de remoção do eletrão de maior
e nerg ia de um átomo de potássio.

~ 14.1 a) De acordo com o espetro fotoeletrónico do potássio, existem seis valores


diferentes de energia de remoção (seis picos) para os 19 eletrões. A cada
um desses valores corresponde um subnível, ou seja, os eletrões do áto-
mo de potássio encontram-se distribuídos por seis subníveis de energia.
b) A altura de cada pico é proporcional ao número de eletrões em cada nível
ou subnível de energia. A altura relativa dos picos é 2: 2 : 6: 2: 6 : 1, corres-
pondendo esses números aos números de eletrões em cada um desses
subníveis (ao conjunto dos seis picos correspondem 19 eletrões).

14.2 Quanto menor for a energia de remoção maior é a energia do eletrão no


átomo, o que significa que o eletrão pertence a um nível de energia superior.

Para uma mole de eletrões, o valor é E,em = 0,42 MJ.


2 106
Para um eletrão E,em o,4 X J = 6,98 X 10- 19 J.
6,02 X 1023

1.2.7 Modelo quântico do átomo

A teoria que explica o comportamento dos átomos é a Mecânica Quântica. De acordo com a
Mecânica Quântica, não é possível associar uma trajetória aos eletrões, mas é possível definir
regiões , em redo r do núcleo, de maior e de menor proba bi lidade de encontrar o eletrão.

Designa-se por nuvem eletrónica uma representação da den-


sidade da distribuição dos eletrões à volta do núcleo atómico,
correspondendo as regiões mais densas a maior probabil idade
l
de aí encontrar eletrões {Fig . 1.1s).

Designa-se por orbital atómica a função matemática que des- Fig. 1.15 Representação da
probabilidade de encontrar
creve o modo como a probabilidade de encontrar cada eletrão
o e letrão numa d ada regiã o
va ria em redor do núcl eo (o termo orbital atómica t ambém pode em t orno do núcleo do
átomo de hidrogénio:
se r usado para desig nar a região, em redor do núcleo, onde o
1- nuvem eletrónica; li -
eletrão se pode encontrar). curva de probabi li dade.

Níveis e subníveis

Os espetros fotoeletrónicos dos átomos polieletrónicos são uma das evidências da existência
de subníveis de energia com va lores muito próximos. Estes dados permitem estabelecer uma
estrutura eletrónica por níve is e sub níveis de energia.

25
QUÍMICA 10.0 Ano

Os subníveis podem ser designados pelas letras s, p , de f. O subnível de menor energia de


um determinado nível de energia é os.

No caso de átomos polieletrónicos e para os três primeiros níveis:


• o primeiro nível de energia, n = 1, comporta no máximo 2 eletrões que apresentam a
maior energia de remoção (subnível 1s);
• o segundo nível de energia, n = 2, desdobra-se em dois subníveis que se designam por
2s e 2p. O primeiro comporta no máximo 2 eletrões e o segundo no máximo 6;
• o terceiro nível de energia, n = 3, desdobra-se em três subníveis que se designam por
3s, 3p e 3d. O primeiro comporta no máximo 2 eletrões, o segundo no máximo 6 e o
terceiro 10.

Orbitais

Cada orbital está associada a um valor de energia do eletrão. As orbitais dos subníveis s, p,
d, f, têm formas diferentes: as do subnível s apresentam simetria esférica, existindo uma por
cada nível de energia; as do subnível p, quando existe, são bilobulares (dois lóbulos simétri-
cos em relação ao núcleo atómico) e são sempre três por cada nível de energia. As orbitais do
subnível d, quando existe, são sempre cinco por cada nível de energia (Fig. 1.16).

Fig. 1.16 Representação das orbitais atómicas s, p e d.

Spin Resultado
da experiência

Os eletrões possuem, além de massa e carga ~ t


elétrica, propriedades magnéticas, ou seja, com-
portam-se como ímanes.

Se um feixe de átomos passar através de um


campo magnético não uniforme, verifica-se que Íman
o feixe se divide em dois (Fig. 1.17). Foi o resultado Feixe Campo magnético
de átomos não uniforme
destas experiências que permitiu associar aos
eletrões propriedades magnéticas. Designa-se \,
por spin a propriedade magnética intrínseca do t/ .j.

eletrão. Esta propriedade está quantizada uma / '


vez que permite apenas dois estados diferen- Fig. 1.17 Um feixe de átomos divide-se em dois por
tes: spin a e spin j3. ação de um campo magnético.

26
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

1.2.8 Configuração eletrónica de átomos


A configuração eletrónica de um átomo consiste na dis-
tribuição dos eletrões pelas diferentes orbitais atómicas.

Principio da Construção (ou de Aufbau)

A sequência pela qual as orbitais atómicas são preen-


chidas é dada pelo Princípio da Construção (ou Prin-
cípio de Aufbau, em alemão): para cada elemento quí-
mico, os eletrões distribuem-se pelas possíveis orbitais
por ordem crescente de energia (Fig.1.18).
Fig. 1.18 Ord em d e preenchimento das
Principio de Exclusão de Pauli orbitais.

Princípio de Exclusão de Pauli: cada orbital atómica com porta no máximo 2 eletrões, os
quais têm necessariamente estados de spin diferentes, spin a e spin ~ -
Da análise dos espetros fotoeletrónicos, como, por exemplo, do fósforo (Fig. 1.19) e do potássio
(Fig. 1.14), ve rifica-se que um dos subníveis (subníve l p ) compo rta mais de 2 eletrões, podendo
atin gir um máximo de 6 eletrões.
(J)
Q)
13,5
•e
Q)
ã5
Q)
u
o
> 1,06
~
~
18,7 1,95
e
Q)
208
E
·::J
z

1000 100 10 0,1


Energia de remoção / MJ moJ - 1
Fig. 1.19 Espetro fotoelétrónico do fósfo ro .

Atendendo ao Princípio da Exclusão de E 5p 5p 5p


5s 4d 4d 4d ~ 4d ~ 4d
Pauli e ao facto de os espetros fotoele-
4p 4p 4p -
trónicos mostrarem que o subnível p 4s 3d 3d 3d 3d 3d

comporta no máximo 6 eletrões, pode 3p 3p 3p


3s
associar-se a este subnível 3 orbitais de
igual energia. 2p 2p 2p
2s

A partir do níve l de energ ia, n = 3, dados


da espetroscopia fotoeletrónica mos-
1s
tram a existência de um terceiro subní-
Fig. 1.20 Ordem c rescente da energia d as orbitais em
ve l de energia, subnível d , que compo r- átomos po lieletrónicos.
ta no máximo 10 eletrões. Do mesmo
modo, podem associar-se a este subní-
ve l 5 orbitais de igual energia (Fig. 1.20).

O estado de menor energia de um átomo, ou molécula, designa-se por estado fundamental .


A configuração eletrónica do estado fundamental do átomo de potássio é:
19
K - 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1
(os expoentes correspondem ao número de eletrões em cada subnível).

27
QUÍMICA 10.0 Ano

Existem outras formas de apresentar a estrutura ele-


trónica (configuração eletrónica) de um átomo. Exem- ~: ~ l~r 1~~
plo: átomo de boro, 5 B (Fig. 1.21).
~
Além dos princípios referidos, há um terceiro critério
para estabelecer configurações eletrónicas no estado
~
5
B: 152 252 2p1, ou [He] 252 2p1
fundamental: em orbitais com a mesma energia (orbitais
degeneradas), orbitais np ou nd, a distribuição eletróni- Fig. 1.21 Representação simbólica da
estrutura elet rón ica do átomo de boro, 5B.
ca deve ser feita de modo a maximizar o número de
eletrões desemparelhados.

O átomo de carbono apresenta dois eletrões no subnível 2p, sendo este constituído por três
orbitais com a mesma energia; neste caso, a configuração eletrónica do carbono deve aten-
der também à maximização do número de eletrões desemparelhados (Fig. 1.22).

Diagrama correto Diagrama errado

2p I i I i ~: ~ l_n--'----1----'------'~
~ ~
~ ~
Fig. 1.22 Diagrama de distribu ição eletrónica do carbono (Z = 6).

Assim , a configuração eletrónica do estado fundamental do átomo de ca rbono é:

6
e- 1s2 2s2 2pX1 2p1y 2pº.
Z

A informação a retirar desta configuração é que o carbono tem 4 eletrões de valência (eletrões
do último nível de energia) que se distribuem por 3 orbitais atómicas de valência (25, 2pxe 2p)-

1+1%1·1·11=+ili·I
15. Considere o átomo de fósforo (15 P} e as configurações eletrónicas seguintes:

(A) 152 25 2 2p6 352 3p 2X 3p1y 3pºZ (C) 152 252 2p 5 35 2 3p1X 3p1y 3p2Z
(8) 152 251 2p 6 35 3 3p1X 3py1 3p1Z (D) 15 2 25 2 2p6 35 2 3pX1 3p1y 3p1Z

Indique, justificando, quais as configurações que:


15.1 correspondem ao estado fundamental do fósforo;
15.2 correspondem a um estado excitado do fósforo;
15.3 são impossíveis.

& 15.1 (D). Segue o Princípio da Construção, não viola o Princípio da Exclusão de
Pauli e maximiza o número de eletrões desemparelhados (orbitais 3p).
15.2 (A) e (C). A configuração (A) não maximiza o número de eletrões desempa-
relhados. A configuração (C) não segue o Princípio da Construção.
15.3 (8). Viola o Princípio da Exclusão de Pauli. As orbitais do tipos comportam
no máximo 2 eletrões.

28
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

1.2.9 Teste de chama (AL 1.2)

O teste de chama permite reconhecer a presença de um


ou mais elementos químicos numa amostra (análi se ele-
mentar qualitativa), ao observar a cor da chama quando
nela se coloca a amostra (Fig. 1.23). A eficácia deste método
depende da natureza dos elementos prese ntes na amos-
Fig. 1.23 Testes de chama do lítio e do
tra e da tempe ratu ra da chama. sódio.

16. Num espet áculo foram usados quatro foguetes de fogo de artifício colorido, conten-
do as seguintes substâncias adicionadas à pólvora:

• 1.º foguete: sal cujo elemento metálico pertence ao grupo dos metais alcalinoterrosos;
• 2.0 foguete: sal cujo elemento metálico é um metal de transição;
• 3. 0 foguete: NaC€;
• 4.º foguet e: sal cujo elemento metálico pertence ao 2.º período.

A tabela apresenta as cores da luz emiti-


Sal Cor
da por alguns sa is usados na indústria de
pirotecnia. Cloreto de bário Verde

Cloreto de cobre li Verde-azu lada


16.1 Com base na informação, indiqu e
a sequência de cores observadas Cloreto de lítio Vermelha
quando foram lançados os quatro
Cloreto de potássio Vio leta
foguetes.
16.2 Elabore um texto em que exp lique Cloreto de sódio A marela

os processos envolvidos nas cores


observadas no fogo de artifício.
16.3 Justifique quais são as partículas responsáveis pelas cores observadas.
16.4 Explique por que é que a luz emitida por diferentes iões tem cor diferente.

a 16.1 Verde, verde-azulada, amarela, vermelha. Substâncias adicionadas à pólvo-


ra dos foguetes: cloreto de bário (1.º foguete), cloreto de cobre li (2.º fogue-
te), cloreto de sódio (3.0 foguete) e cloreto de lítio (4.0 foguete).

16.2 As cores observadas no fogo de artifício resultam da emissão de radiações


visíveis. A energia libertada na combustão da pólvora produz a excitação
dos átomos. O excesso de energia adquirido pelos átomos vai ser libertado
na emissão de radiação na região do visível.

16.3 Como os sais usados nos foguetes só diferem no catião, as cores que se
observarão resultam da emissão de luz pelos átomos dos metais.

16.4 Cada átomo tem um conjunto de subníveis de energia característico. Em


consequência, a variação de energia do eletrão entre dois estados é diferen-
te em elementos diferentes. A cada uma dessas variações corresponde uma
radiação de determinada frequência, daí as cores diferentes.

29
QUÍMICA 10.0 Ano

1.3 Tabela Periódica


1.3.1 Evolução histórica da Tabela Periódica

No século XIX, ainda antes de se conhecer a existência dos eletrões e dos protões, os quími-
cos criaram a Tabela Periódica ordenando os elementos de acordo com as massas atómicas.
Newlands verificou que as propriedades dos elementos se repetiam de oito em oito: Lei das
Oitavas (1864).

Alguns anos mais tarde, Dmitri Mendeleev, em 1869, e Lothar Meyer, em 1870, apresentaram,
independentemente, uma tabela dos elementos baseada nas regularidades das proprieda-
des das substâncias respetivas, o que permitiu prever a existência de novos elementos. Em
1913, Henry Moseley demonstrou que a carga do núcleo de um átomo é característica do ele-
mento químico e pode exprimir-se por um número inteiro, o número atómico. Os elementos
passaram a ser ordenados segundo os números atómicos crescentes.

Atualmente, a Tabela Periódica é constituída por 118 elementos distribuídos em 7 linhas hori-
zontais (períodos) e 18 co lunas verticais (grupos).

1.3.2 Estrutura da Tabela Periódica: grupos, períodos e blocos

As configurações eletrónicas dos átomos dos elementos permitem explicar a repetição das
propriedades físicas e químicas das respetivas substâncias elementares.

Os elementos de um grupo apresentam propriedades semelhantes. Verifica-se que os áto-


mos dos elementos do mesmo grupo têm igual número de eletrões de valência (eletrões do
último nível de energia), distribuídos por orbitais do mesmo tipo. O número de eletrões de
valência coincide com o número do grupo, no caso dos elementos dos grupos 1 e 2; coincide
com o algarismo das unidades do número do grupo para os elementos dos grupos 13 (3 ele-
trões de va lência) a 18 (8 eletrões de valênc ia).

Atendendo ao tipo de orbitais dos eletrões de valência dos átomos dos elementos no esta-
do fundamental , estes podem ser agrupados em quatro blocos: o blocos (configuração de
valência nsx) engloba os elementos dos grupos 1 e 2 e o hélio; o bloco p (orbitais de va lên-
cia tipo p em preenchimento) engloba os elementos dos grupos 13 a 18 (exceto o hélio); o
bloco d (configuração de va lência ncf< (n + 1) sY) engloba os elementos dos grupos 3 a 12;
o bloco f (lantanoides e actinoides) com orbitais f parcialmente preenchidas {Fig. 1.24).

18
13 14 15 16 17 1s
2 2p
3 3 4 5 6 7 8 9 101112 3p
3d 4p
4d
5d ••••
••••
5p
6p
7 6d

4f
5f
7p

Fig. 1.24 Blocos s, p , de f na


Tabela Periódica.

Os elementos de um mesmo período n têm os eletrões dos átomos, no estado fundamental,


distribuídos pelo mesmo número, n, de níveis de energia.

30
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

1.3.3 Elementos representativos e de transição

Os el ementos dos grupos 1, 2 e 13 a 17 sã o de- 18


ík 13 14 15 16 171
sign ados representativos; os dos grupos 3 a 11 2
u, u,
3 o>
são elementos de transição (Fig. 1.2s). u, 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 ~
4
5
- "'
o.:;
e -
a, e
E 8l
Zn Elementos e
u,
Cd representativos Q)
.o
o
Q) Q)
m a. rLa- Elementos de transição - u,
6
~ r-
Hg
- "'
(9
7 Ac Cn

Elementos de transição interna


1

Fig. 1.25 Tabela Perió dica: e lementos


representativos e de tra nsi ção.

1.3.4 Famílias de metais e não-metais

Os elementos podem dividir-se em metais e


■ ■
não-metais (Fig. 1.26). ■■ ■■■■■■
■■ ■■■■■■
■■■■■■■■■■■■■■■■■■
■■■■■■■■■■■■■
La
■■■■■■■■■■■■■
~ ■■■■■■■■■■■ ■
~ ■■■■■■■■■■■■

Metais ■■ Não-metais

Fig. 1.26 Tabela Periódica: metais e não-metais.

M+i+ii·l·it4Hli·I
17. Considere as configurações eletrónicas apresentadas na tabela (as letras X, Y, Z e W
não correspondem a símbolos químicos).

(A) O elemento Y é um metal de transição. Elemento Configuração eletrónica


(B) O elemento Z localiza-se no 3. 0 período
X 152 252 2p6 352 3p6 45 1
e é um não-metal.
y 152 25 2 2p6 35 2
(C) O elemento W é um gás nobre e locali-
za-se no 2.º períod o. z 152 252 2p 4
(D) Os elementos X e Y situam-se, respeti- w 152 252 2p 6
va mente, nos grupos 14 e 13 da Tabela
Periódica.

& (C). Y não é um elemento de transição porque não pertence ao bloco d da Tabela
Periódica, ou seja , não tem eletrões de valência distribuídos por orbitais d.
O elemento Z tem os eletrões distribuídos por dois níveis de energia, o que per-
mite localizá-lo no 2. 0 período; como tem 4 eletrões de valência distribuídos por
orbitais p , é um elemento do bloco p .
O elemento W localiza-se no grupo 18 (tem 8 eletrões de valência), o que permite
cl assificá-lo como um gás nobre. Localiza-se no 2.º período, uma vez que os ele-
trões estão distribuídos por dois níveis de energia.
O elemento X tem 1 eletrão de valência e o Y tem 2, o que permite localizá-los nos
grupos 1 e 2, respetivamente.

31
QUÍMICA 10.0 Ano

1.3.5 Propriedades periódicas dos elementos representativos

Não se deve confu ndir elemento com substância elementar. Por exemplo, ao elemento po-
tássio, K, corresponde a substância elementar potássio, que é um metal formado por muitos
átomos de potássio. Ao mesmo elemento também podem corresponder subst âncias elemen-
tares diferentes. Ao elemento oxigén io, O, por exemplo, correspondem várias substâncias
elementares, tais como o di-oxigénio, 0 2 , e o o zono, 0 3 . A mbas são gasosas à temperatura
ambiente e à pressão atmosférica normal.

Elem entos e substâncias elementares têm características diferentes. Ass im, fala-se de confi-
guração eletrónica, raio atómico e energia de ionização do elemento, mas não da substân-
cia elementar. Fala-se d o estado físico, ponto de fusão, ponto de ebulição e densidade da
substância elementar, mas não do elemento.

O raio atómico (u ma medida do ta manho dos átomos) e a energia de ionização são duas pro-
priedades fu ndamentais dos elementos, diretamente relacionadas com a estrutura eletrón ica
dos átomos . Estas propriedades variam de forma regular ao longo de grupos e períodos da
Tabela Periódica, pelo que se designam por propriedades periódicas.

Raio atómico

O tamanho dos átomos é determin ado pela nuvem eletrónica, sendo o raio at ómico uma me-
dida do tamanho dessa nuvem (Fig. 1.21).

Fig. 1.27 Raios atómicos do sódio e do cloro

De um modo geral, o raio atómico aumenta ao longo do grupo e d iminui ao longo do período
(Fig. 1.28).

2 13 14 15 16 17 18
H He
.j .j
37 31
Ne
Li B B _g) ~
152 112 85 77 75 73 72 71

Na Mg AC Si p s ~ A
186 160 143 118 110 103 100 98

K Ca Ga Ge As Se fü K~

227 197 135 122 120 119 114 112

ln Sn Sb Te Xe
248 215 167 140 140 142 133 131

TI Pb At Rn
265 222 170 146 150 168 (140) (141)

Fig. 1.28 Variação do raio ató mico na Tabela Periódica.

32
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

Num mesmo grupo (i gual config uração eletrónica de va lência), co m o aumento do número
atómico (Z), os eletrões de valência ficam, em média, mais afastados do núcleo, uma vez
que há preenchimento de mais níveis de energia.

Num mesmo período (eletrões distribuídos pelo mesmo número de níveis de energia), à medi-
da que o número atómico, Z , aumenta, ou sej a, à medida que a carga nuclear aumenta, os
eletrões vão ser mais atraídos pelo núcleo; como o número de eletrões de va lência aumenta,
a repulsão entre eles t ambém aument a. No entanto, o fator predominante é o da atração ao
núcleo (a umento da carga nuclear) e por conseguinte os eletrões fica m mais próximos do núcleo.

Energia de ionização

Energia de ionização, E;, re laciona-se com a energia mínima necessária para extrair um ele-
trão de um átomo no est ado fu ndamental, isolado e em f ase gasosa.
X (g) ~ x• (g) + e -
Verifica-se que, de um modo geral, a energia de ionização diminui ao longo do grupo e au-
menta ao longo do período {Fig. 1.29}.

Fig. 1.29 Variação da energia de ionização n a Tab ela Periódica.

Para os elementos do mesmo grupo, com o aumento do número atómico, Z , os eletrões deva-
lência vão ficando cada vez com maior energia, pois aumenta o número de níveis de energia
preenchidos, sendo necessária menos energia para os remover (Fig. 1.30}.

n ~ oo - - ~ - - -

E(n = 2) n=3
J =
---.e---- E,(n 3)

n =2 ----e.t'.----
Fig. 1.30 Num mesmo grupo, é necessária menos energia
para remover o eletrão mais exterior de n = 3 do q ue para
remover o eletrão mais exterior de n = 2.

Para os elementos do mesmo período, à medida que a carga nuclear aumenta, os eletrões
de valência vão sendo mais atraídos pelo núcleo, aument ando a energia necessária para os
remover.

33
QUÍMICA 10.0 Ano

18. O su lfato de alumínio, A-€2 (SO4 ) 3 , utilizado no t ratamento de águas e de efl uentes
industriais, é constituído por alumínio, A-€, enxofre, S, e oxigénio, O.
Tendo em consideração as configurações elet rónicas desses átomos no estado
fundamental, explique porq ue é que:

18.1 o átomo de alumínio apresenta menor energia de ionização do que o átomo de


enxofre;
18.2 o raio atómico do oxigé nio é menor do que o raio atómico do enxofre.

& 18.1 13Af - 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1 ; 16S - 1s2 2s2 2p 6 3s 2 3p4 • Os eletrões mais ener-
géticos (eletrões de valência) dos átomos de alumínio e de enxofre, no estado
fundamental, encontram-se no mesmo nível de energia (n = 3). Sendo a carga
nuclear do átomo de alumínio (+13) inferior à do átomo de enxofre (+16), a força de
atração exercida pelo núcleo do átomo de alumínio sobre os eletrões de valência
respetivos é menor do que a força exercida pelo núcleo do átomo de enxofre
sobre os eletrões de valência respetivos. Assim, será necessário fornecer menos
energia para remover um dos eletrões de valência mais energéticos do átomo de
alumínio do que para remover um dos eletrões de valência mais energéticos do
átomo de enxofre.

18.2 8 0 -1s2 2s 2 2p4 ; 16S -1s 2 2s 2 2p6 3s2 3p4 • O oxigénio e o enxofre apresentam
o mesmo número de eletrões de valência (6). Os eletrões de valência do átomo
de oxigénio encontram-se no nível n = 2, enquanto os do átomo de enxofre se
encontram no nível n = 3 (mais níveis de energia preenchidos). Assim, os eletrões
de valência do átomo de oxigénio encontram-se, em média, mais próximos do
núcleo respetivo do que os do átomo de enxofre, pelo que o raio atómico do oxi-
génio é menor do que o raio atómico do enxofre.

Como se explica que os metais tenham tendência para formar iões positivos e os não-metais
iões negativos?

Os átomos ao reagirem têm tendência a adquirir a maior estabilidade possível, ou seja, a


adquirir uma configuração eletrónica semelhante à dos átomos dos gases nobres (níveis de
energia completamente preenchidos).

Os metais apresentam, em geral, baixas energias de ionização. Assim, tendem a perder ele-
trões, origi nando iões pos itivos. Os metais dos grupos 1 (metais alca linos) e 2 (metais alca li-
noterrosos) são os que têm as menores energias de ionização, pe lo que são muito reativos,
perdendo faci lmente eletrões e dando origem a iões positivos muito estáveis.

Os não-metais apresentam energias de ionização ma iores, sendo os elementos do grupo 18


(gases nobres) os que apresentam os valores ma is elevados. Os átomos destes elementos
(exceto os do grupo 18) têm tendência para captar eletrões, transformando-se em iões nega-
t ivos estáveis.

34
DOMÍNI01 Elementos químicos e a sua organização

Os átomos dos gases nobres são muito estáveis, ou seja, não formam facilmente iões nem
se ligam fa cilmente a outros átomos, pois têm os se us níveis eletrónicos t ota lmente preenchi-
dos. Assim , as respetivas substâncias elementares são t ambém muito estáveis, e monoatómi-
cas , pelo que também só muito dificilmente reagem com outras substâncias.

M·M¼l+l1+%!N
19. As figuras mostram a variação da energia de ionização (A) com o número atómico
e va riação do raio atómico (B) para os 20 primeiros elementos químicos da Tabela
Periódica.

A B
EJ eV
H He
25 .J ,J
37 31
20 Ne
Li B _§) 19 <.Q) f)
15 152 1 12 85 77 75 73 72 71

Na Mg At Si p s 0 A
rn6 160 143 118 110 103 100 98
5
K K Ca
o
5 15 20 z 227 197 Valores em picómetros (pm)

19.1 A partir da análise das informações fornecidas nas figuras A e B, comente a


segu inte afirmação: «Os metais alcalinos reage m violentamente com a água.»
19.2 Os átomos de cloro formam facilmente iões cloreto.
Conclua, justificando com base na posição do elemento cloro, ce, na Tabe la
Periódica, qual será a carga desses iões.

~ 19.1 O lítio, o sódio e o potássio são elementos do grupo 1, pertencendo à família


dos metais alcalinos. A sua grande reatividade deve-se ao facto de os seus
átomos terem uma baixa energia de ionização: perdem facilmente o seu úni-
co eletrão de valência, transformando-se em iões monopositivos.
Os elementos dos metais alcalinos são os que apresentam menor carga
nuclear e maior raio no respetivo período, assim, o seu eletrão de valência
encontra-se, em média, mais afastado do núcleo e, por isso, é menos atraído,
o que corrobora o facto de ser necessário menos energia para a sua remoção.

19.2 O cloro encontra-se no grupo 17 da Tabela Periódica, o que significa que


os átomos de cloro têm 7 eletrões de valência, apresentando uma grande
tendência para ganhar um eletrão, de modo a adquirirem a configuração
eletrónica do gás nobre mais próximo (Ar). Conclui-se, assim, que a carga
dos iões cloreto será -1.

35
QUÍMICA 10.0 Ano

1.3.6 Densidade relativa de metais (AL 1.3)

A massa volúmica (ou densidade), p , define-se como o quociente entre a massa, m, de uma
amostra da substância e o seu vo lume, V, sendo constante para cada substância, nas mesmas
m
condições de pressão e temperatu ra: p = v·
A densidade relativa, d, de uma substância, grandeza adimensional, é igual ao quociente entre
a sua massa volúmica , p, e a massa volúmica de outra substância, considerada como referência .
Para sólidos e líquidos, a substância de referência é a água, à temperatura de 4 ºC.

d = Psubstância
P referência

A 4 ºC, a massa volúmica da água é 1,000 g cm-3 , por isso, a densidade relativa de um sólido ou
líquido é numericamente igual à massa vo lúmica respetiva, expressa em g cm-3 .

A densidade relativa pode ser ca lculada pelo quociente entre a massa de um certo volume de
substância e a massa de igual volume de água, a 4 ºC:

msubstância
d= P substãncia = V m substância
págua a 4 ºC mágua a 4 º C m água a 4° C
V
A densidade relativa de materiais no estado sól ido pode determinar-se utilizando um picnóme-
tro de só lidos (Fig. 1.31).

mágua =m'- m"

m m"

Pesa-se o sólido. Pesa-se o picnómetro Pesa-se o picnómetro


cheio de água, até ao traço cheio de água, até ao traço
de referência, e o de referência, com o corpo
sólido ao lado. dentro do picnómetro.

Fig. 1.31 Determinação da densidade relativa de um sóli d o por picn om etria.

20. Numa aula de laboratório distribuíram-se aos alun os pequenos objetos metálicos.
Um grupo de alunos resolveu determinar a densidade relativa do material metálico
por picnometria. Os ensaios foram feitos à temperatura de 20 ºC. A tabela seguinte
apresenta os reg istos efetuados pelo gru po de alunos.
Despreze a var iação da densidade da água com a temperatura.

água ,lg
17,377 97,104 95,146

2 17,376 97,105 95,145

3 17,376 97,105 95,145

36
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

20.1 Calcule a densidade relativa do material.


20.2 Qual é o significado do valor obtido para a densidade rel ativa do metal?
20.3 Face aos resultados obtidos e tendo em conta os dado s da seguinte tabela de
densidades, será possível identifica r o material dos objetos?

A lumínio 2,70

Ferro 7,86

Latão 8,1 a 8,6

Cob re 8,9 2

20.4 Determine o erro percentual do resultado obtido para a densidade relativa


do metal e relacione-o co m a exatidão desse resultad o.

201 = m, + m2 + m 3 17,377 + 17,376 + 17,376


_ _ _ _3_ _ _ _ g = 17,376 g
• m sólido 3

97,104 + 97,105 + 97,104


m \pic.+água)+objetos = g = 97,104 g
3

95,146 + 95,145 + 95,145 = 95145


m ''(pic. +água+ objetos) 3 g ' g

máguacom o mesmo volume = m' - m" = (97,104 - 95,145) g = 1,959 g

Densidade relativa à temperatura da experiência (20 °C):

m sólido
17,376
d= ⇒ d= - - =8870
m agua
. 1,959 '

20.2 A densidade relativa do metal, a 20 ºC, é 8 ,870, o que significa que a sua
massa volúmica é 8,870 vezes maior do que a massa volúmica da água.

20.3 Comparando a densidade relativa medida com a dos objetos, por maior
proximidade, conclui-se que, provavelmente, o material constituinte dos ob-
jetos será o cobre.

_ erro (%) = valor experimental - valor de referência x =


20 4 100
valor de referência
8,870- 8,92
- - - - - X 100 = - 0 ,56%
8,92

37
QUÍMICA 10.• Ano

Questões propostas

Massa e tamanho dos átomos

1. Cada substância é constituída por unidades estruturais características que se repetem ao


longo de toda a sua extensão. As unidades estruturais de algumas substâncias são átomos .
Estes são formados por partículas ainda mais pequenas: protões, neutrões e eletrões.

Espécie química N.º de protões N.0 de neutrões N.0 de eletrões

w 17 18 17

X 12 14 10

y 17 20 18

Com base na informação fornecid a, pode concluir-se que

(A) X é um anião.
(8) o número de massa de X é 26.
(C) W e Y são átomos do mesmo elemento.
(D) Y é um catião.

2. Uma amostra de silício contém 2 ,5 x 1025 átomos. Destes, 2,3 x 1025 são do isótopo Si- 28,
1,2 X 1024 de Si-29 e 8 X 1023 de Si-30.

Qual dos valores seguintes poderá representar a massa atómica relativa média do silício?

(A) 28,1
(8) 29,0
(C) 29,5
(D) 30,1

3. O boro apresenta dois isótopos naturais, '~B e ~B. de massas isotópicas, respetivamente,
10,0129 e 11,0093. A abundância relativa do boro- 10 é 19,78%.

3.1 Calcule a massa atómica relativa média do boro.

3.2 A massa calculada não é a média aritmética das massas isotópicas porque
(A) há um erro experimental na determinação da massa atómica relativa média do boro.
(8) na Natu reza, o boro resulta da mistura de dois isótopos com abundâncias relativas
diferentes.
(C) no núcleo do átomo existem outras pa rtículas além dos neutrões e protões.
(D) a massa atómica relativa média indica o número de vezes que a massa de um átomo
é maior do que a massa-padrão.

4. A s massas isotópicas do lítio-6 e lítio-7 são, respetivamente, 6,0151 e 7,0160. A m assa ató-
mica relativa média do lítio é 6,941.

Qual dos valores seguintes poderá representar a abundância relativa do lítio-7?

(A) 70,2%
(8) 92,5%
(C) 7,5%
(D) 50%

38
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

5. O elemento gálio, Ga, tem dois isótopos naturais estáveis, o gálio-69 e o gálio-71, como
mostra o seu espetro de massa.

~ 68,925580
~ 60,11
o
i5.
•O
õ 70,924700
-~ 39,89
ro
õ
e
<(Ú
-o
e
~
.o
<(

67 68 69 70 71 72 73
Massa isotópica

5.1 Atendendo à abun dância nat ural de cada isótopo, numa amostra de 10 000 átomos de
gálio, quantos são de gálio-69?

5 .2 Dete rm ine a massa at ómica relativa média do gálio.


5.3 Preveja quantos átomos de gálio-71 é poss ível encontrar em 5,00 g de gálio.

6. Desde que, em 1959, Richard Feynman lançou as primeiras ideias de criação de objetos
e equipamentos minúsculos para executarem tarefas então impossíveis até que, em 1981,
Eric Drexler lançou o seu projeto de manipulação molecular falando pela primeira vez em
nanotecnologia, percorreu-se um longo caminho a um ritmo avassalador.

6 .1 Indique o significa do do termo nanotecnologia e em que consiste.

6 .2 Indique duas das áreas de aplicação da nanotecnologia.

7. A fim de compreender o mundo das nanotecnologias, precisamos ter uma ideia das unida-
des das dimensões envolvidas. Um milímetro é um milésimo de um metro e um micrómetro
é um milionésimo de um metro, mas todos estes ainda são enormes em comparação com
a escala nanométrica. Um nanómetro (nm) é um milésimo de um milionésimo de um me-
tro, e uma dezena de milionésimo da espessura de um cabelo humano.
Apresente a espessura de um cabelo humano em notação científica e na unidade SI de
base.

8. A figura representa um átomo de hélio do qual se destaca o seu núcleo.

8.1 Com recurso à escala que consta da f igura, indique


a ordem de grandeza do ra io do átomo de hélio na
unidade SI de base.

8.2 O diâmetro do núcleo é menor do que o diâmetro


do p róprio átomo cerca de

(A) 102 vezes.


(8) 104 vezes.
(C) 10 5 vezes.
(D) 106 vezes.

39
QUÍMICA 10.• Ano

Questões propostas

9. Com o desenvolvimento tecnológico,


criaram-se máquinas que permitiram
obter imagens reais de superfícies com
resolução atómica, como foi o caso do
microscópio eletrónico de varrimento
por tunel amento (STM , sigla em inglês
para scanning tunneling microscope).

A figura mostra o modelo da molécula


de hexabenzocoroneno (A) e a imagem
obtida por STM (8) (1 Â = 10- 10 m).

9.1 Com base na esca la da fi g ura, estime o diâmetro aproximado da molécula de hexabenzo-
coroneno na unidade de base do SI.

9.2 Determin e o fator de ampliação usado na imagem.

10. O TNT, trinitrotolueno, é um sólido cristalino amarelo altamente explosivo, utilizado


para fins militares ou para explora ção de jazidas minerais.
A fórmul a química do TNT é C7 H5 (N0 2 ) 3 •

10.1 A expressão que perm ite determinar o número de molécu las em 1,0 kg de TNT é

227,15 X 6,02 X 10 23 227,15 X 6,02 X 10 23


(A) N = (C) N =
1,0 X 10-3 1,0 X 10 3

1,0 X 6,02 X 10 23 1,0 X 6,02 X 10 23


(B) N = (D) N=
2 27,15 X 10- 3 227,15 X 10 3

10.2 Determine a massa de hidrogén io que existe em 3 ,6 x 10 24 moléculas de trin itrotolueno.

10.3 Dete rmin e a relação entre as massas de carbono e nitrogénio numa amost ra de TNT.

11. O pentóxido de vanádio, V 2 0 5 , é um composto usado como corante nas indústrias da ce-
râmica e do vidro, e apresenta propriedades catalíticas importantes em muitos processos
industriais.

11.1 Descreva a composição q ualitativa e quantitativa do pentóxido de vanádio.

11.2 A fração que corresponde ao contributo do oxigén io pa ra a massa de pentóxido de va-


nád io é aproximadamente

(A) 0,44. (C) 0,78.


(B) 0 ,71. (D) 0 ,40.

11.3 Determine a quantidade de va nád io que existe em 2,3 kg de V 2 0 5 .

12 . O ouro utilizado no fabrico de joias é, na verdade, uma liga. Determinou-se a composição


de uma pulseira e verificou-se que continha 19,700 g de ouro, 4,316 g de prata e 2 ,540 g
de cobre.
A proporção de átomos de cada elemento (Au : Ag : Cu) nessa liga é

(A) 1 : 4: 4.
(8) 5 : 1 : 1.
(C) 8: 2 : 1.
(D) 5 : 2 : 2.

40
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

13. Em 1989, o físico norte-americano Don ald Eigler e os seus colabora-


dores conseguiram desenhar o logótipo mais pequeno do mundo,
reunindo trinta e cinco átomos de xénon, Xe, depositados sobre uma
superfície de níquel, Ni. A altura da letra 1, formada por nove átomos de
xénon, é de 5 ,0 nm.
Carlos Fiolhais, Nanotecnologia: o futuro vem aí! (adaptad o)

13.1 Determine a ordem de grandeza do diâmetro do átomo de xénon na


unidade base do SI.

13.2 Supondo que o quocient e e ntre o número de átomos de níquel na superfície e o número
de át omos de xénon utili zados no logótipo é 6,8 x 10 5 , determin e a massa de níquel no
logótipo.

14. Já existe, graças à nanotecnologia, um vidro com fun ção de autolimpeza. Isso é possível
devido à existência de uma camada ultrafina de óxido de titânio, Ti0 2 , aplicada no lado
exterior do vidro.

Determine a espessura de uma camada ultrafina de Ti0 2 , de densidade 4,23 g cm-3 , unifor-
memente distribuído num vidro de 50 cm x 100 cm, contendo 6,02 x 10 20 átomos de titânio.

15. Um grupo de alunos transferiu de uma bureta um certo número de gotas de água para um
gobelé que se encontrava sobre uma balança digital. A massa de água registada foi 9,542 g.
A figura mostra a posição do nível de água na bureta usada antes e após a transferência
referida.

15.1 Ind ique a incert eza de leitura da bureta e da ba lança


usadas. 20 ml ~ 9

15.2 Determine o volume das gotas de água tra nsferidas -=-º : 10


com o número de algarismos significativos adeq uado.
~ l
:. 11
15.3 Determine o número de gotas transferidas, sabendo
:2
qu e cada gota conté m 1,45 x 1021 moléc ulas de água.
Ap resent e t odas as etapas de reso lução e o resultado
com três algarismo significativos.
i 12

15.4 Os alunos fi lma ram a experiência que realizaram. Du- início fi m


rante a revisão das imag ens, constataram que o núme-
ro de got as caído foi superior ao que tinham contado.
Explique, sem efetuar cálcu los, se est e erro afetou a
determ inação do volume de uma gota por excesso ou
po r defeito.

15.5 Um outro grupo de alunos, para o mesmo número de gotas, e usando a mesma buret a,
obteve a massa de 9,5 g numa balança digita l. Este valor perm ite concluir que este gru-
po de alunos usou uma ba lança ______ e o va lo r medido pode est ar compreen-
dido entre _ _ _ _ __

(A) mais precisa ... 9,4 g e 9,6 g.


(B) menos p recisa ... 9,4 g e 9,6 g.
(C) mais precisa ... 9,45 g e 9,55 g.
(D) menos precisa ... 9,45 g e 9,55 g.

41
QUÍMICA 10.• Ano

Questões propostas

Energia dos eletrões nos átomos

16. Os espetros podem ser de emissão ou de absorção, consoante resultem da luz emitida
por uma amostra ou obtidos depois de a luz emitida por uma fonte atravessar a amostra.
Considere os espetros seguintes:

(A)
1 li
(B)
---
111111 1

111111

16.1 Class ifique os espetros A e B.

16.2 O carbono e o tu ngsténio são alguns dos materiais usados no fil amento de lâm padas
inca ndescentes. Os espetros A e B poderão corresponder à radiação emitida por fil a-
ment os de lâmpadas incandescentes?

17. Luz não é só a luz visível. Os raios gama, os raios X , os raios ultravioleta, os infravermelhos,
as micro-ondas e as ondas de rádio também são luz. Os diferentes tipos de luz designam-se
por radiações eletromagnéticas.
li Ili IV

17.1 As radiações que est ão associadas às situações ilustra das nas figuras são
(A) 1: raios gama; li: infravermelhos; Ili: ondas de rádio; IV: micro -o ndas.
(B) 1: raios X; li: infrave rmel hos; Ili: visível; IV: micro-ondas.
(C) 1: raios X; li: u ltravioleta; Ili: v isível; IV: infravermel hos.
(D) 1: raios gama; li: ultravioleta;III: ondas de rád io; IV: infravermelhos.

17.2 Coloq ue as ra diações ilust radas nas figuras por ordem crescente de energia dos fotões
respetivos.

18. Em 1913, Niels Bohr apresentou um novo modelo para o átomo. Qual das seguintes afirma-
ções é uma das características do modelo de Bohr?

(A) O comportamento dos eletrões nos átomos é descrito po r orbitais.


(B) Os átomos de hidrogénio apenas emitem determi nadas radiações porque a energia do
eletrão no átomo só pode ter certos va lores .
(C) Os átomos são esferas maciças de carga pos itiva uniformemente distribuída, na qual se
encont ram dispersos os eletrões.
(D) A cada estado est acionário do eletrão no átomo está associa da a emissão de uma radia-
ção de determi nada freq uência.

42
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

19. O espetro de emissão do hidrogénio ató mico apresenta riscas de frequências bem definidas
que correspondem à emissão de quantidades discretas de energia. Explique como é que
este facto conduziu ao modelo atómico de Bohr.

20. Quando o átomo de hidrogénio absorve energia, E/ 10 -•• J n


o seu eletrão transita de um nível de menor ener-
gia para um nível de maior energia. O diagrama de
-2,42 .~
3

energia ao lado apresenta os três primeiros níveis


-5,45 2
de energia para o eletrão do átomo de hidrogénio. ••
Verifique, apresentando todos os cálculos necessá- B
rios, se as transições A e B poderão corresponder A
à absorção dos fotões f 1 e f2 , cujas energias são -21,8
1,60 x 10-19 J e 1,94 x 10-19 J , respetivamente.

21 . O espetro de emissão na região do visível do hi-


drogénio pode obter-se em laboratório, produzindo
uma descarga elétrica numa âmpola de hidrogénio,
E, = -1 ,36 x ,o-19 J
sendo a risca de menor energia de cor vermelha. E3 = -2.42 X 10- 19 J ~ - - - - - - - n- 3
O diagrama representa os níveis de energia para o
átomo de hidrogénio.
,,. ~~-m•.. 1 -,
21.1 O es petro de absorção do hidrogénio consiste 1

numa série de riscas negras num f undo colori-


do. Exp lique como se obtém a risca ne gra situa-
da na zona vermelha do espetro.

21.2 Calcule a e nergia do fotão emitido quando o


eletrão transita do segun do est ado excitado
E, = -2,18x 10- 18 J
para o estado fundam ental. - - - - - - - - n=l

22. Uma amostra de um sal desconhecido foi submetida ao aquecimento por uma chama para
se obter o seu espetro de emissão na região do visível.

22.1 Por comparação com os espetros de


absorção dos elementos lítio e cálcio, Lítio
conclua, j ust ificando, se algum destes
elem entos integra a constitu ição do Amostra
sal descon heci do.

Cálcio

22.2 Selecione a opção correta.

(A) A ene rgia fornec ida pela chama à amostra excita os átomos de modo que os seus
eletrões transitem de níveis de maior energia para níveis de menor energia.

(8) O sa l testado deverá te r uma cor az ulada, pois há um p redomínio de riscas azuis no
espetro d e emissão da amostra.

(C) A risca vermel ha do espetro de emissão resu lta de uma desexcitação dos eletrões
dos átomos da amostra de menor d iferença energética do que a associada à emis-
são das riscas azuis.

(D) Qua ndo os eletrões dos átomos da amostra regressam ao est ado fu ndamental,
ced em mais ene rgia do que a forn ecida pela c hama na excitação desses eletrões.

43
QUÍMICA 10.• Ano

Questões propostas

23. A figura representa as quatro riscas de menor energia do espetro de emissão do átomo de
hidrogénio na região do visível.
A B C D

1.1. 1 . .1 J 1

Frequência

23.1 Concl ua entre que níveis de energia ocorre a tra nsição eletrón ica responsável pela
risca des ignada por D.
A presente, num text o estruturado e com linguagem científica adeq uada , a fundamenta-
ção da concl usão solicitada.

23.2 Os espetros das estrelas, na região do visível , apresentam -se como uma faixa luminosa
contínua contendo riscas negras em todas as co res do arco-íris. Essas riscas revelam a
composição química das camadas superficiais das estrelas.
Ex plique como é possíve l concluir, a partir do espetro de uma estrela, se há hidrogénio
nas ca madas superficiais dessa estre la.

24. No teste de cham a realizam-se vários ensaios com diferentes sais. Na tabela que se segue
indicam-se as cores das chamas associadas a alguns sais.

Cloreto de sódio Cloret o de potássio Cloreto de cobre (li)

Corda chama Amarela Violeta Verde-azulada

Na queim a destes sais pode ser utilizado o equipamento esquem atizado na figura.

24.1 Indique o nome deste equipamento laboratorial.


24.2 Est e equipamento perm ite reg ular a entra da de ar no tubo
de comb ustão tornando a chama ma is o u menos energética.
Explique porque se t orna mais difícil identificar o potássio
com este test e do que o sódio ou o cobre, no caso de a cha-
ma ser pouco energética.

24.3 Indique uma limitação deste teste de chama.


24.4 No rótulo do frasco de cloret o de cobre (li) enco ntra-se o pictograma da
fi g ura. Indique o sign ificado deste pictograma e uma medida de seg uran-
ça a ter e m co nta na utilização deste sal.

25. A espetroscopia fotoeletrónica (PES) é uma das técnicas que permite determinar a energia
de remoção de eletrões dos átomos e, a partir delas, a energia dos eletrões no átomo.
A figura seguinte mostra o espetro fotoeletrónico simulado para um dado el emento quími-
co. O espetro contém informaçã o relativa a todos o s eletrões d e um átomo do elemento.

(/)
Q)
•e
Q)
ãi
Q)
D
~ A B e o E
~
~
zº · +-'l'--'l'-- - - - - - - - - - -"'+'------------'i.......,,.,<-
0,58 1,09 7,19
/
{

12, 1
!
15, 1
Energia de remoção / MJ moI- 1

44
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

25.1 Por quantos subníveis de energia se encontram distribuídos os eletrões nos átomos
desse elemento?

25.2 Os picos A , B e C correspondem, respetivamente, aos subníveis de energia

(A) 1s, 2s e 2p. (C) 3p, 3s e 2p.


(8) 2p, 3s e 3p. (D) 2p, 2s e 1s.

25.3 Indique o nome e o símbolo do elemento químico.

25.4 Conclua,justificando, sobre quantas orbitais são ocupadas pelos eletrões responsáveis
pelo pico C.

25.5 Os eletrões responsáveis pelo p ico E apresent am uma maior energia de remoção porque

(A) são os eletrões de valência.


(8) a sua energ ia é menor.
(C) a repu lsão eletrónica entre eles é maior.
(D) estão mais afast ados do núcleo.

26. Os espetros seguintes apresentam a energia necessária para remover um eletrão 1s de um


átomo de nitrogénio e de um átomo de oxigénio.

Nitrogénio (N) Oxigénio (O)

700 600 500 400 300 700 600 500 400 300
Energia de remoção / eV Energia de remoção / eV

26.1 Conclua, justificando, em qual dos element os, nitrogénio o u oxigénio, um eletrão 1s
tem maior energia.

26.2 A aná lise destes espetros do nitrogénio e do oxigénio permite conc luir que

(A) ambos os átomos têm o subnível 1s semipreenchido.


(8) no átomo de oxigénio existe menor repulsão eletrónica do que no de nitrogénio.
(C) át omos de e lement os d iferentes têm valores diferentes da energia dos e letrões.
(D) os eletrões podem distribuir-se por níveis e subníveis.

27. Cada um dos diagramas 1, li e Ili mostra uma distribuição de 3 eletrões em 3 orbitais 3p.

li Ili

i i i i! i ii i

Com base na informação dada, pode afirmar-se que a distribuição

(A) 1 não obedece à maximização do número de eletrões desemparelhados em orbitais


degeneradas.
(8) Ili não obedece ao Princípio de Exclusão de Pau li.

(C) li corresponde ao estado de menor energia.

(D) li é impossível, pois viola a maximização do número de eletrões desemparelhados em


orbitais degeneradas.

45
QUÍMICA 10.º Ano

Questões propostas

28. A fun ção que representa a distribuição no espaço de um eletrão no modelo quântico do
átomo designa-se por orbital.
(A) (8) (C)
28.1 Associe a cada uma das re-
z
presentações A, B e C às orbi-
tais s, p e d.

28.2 Indique o número de subní-


veis e de orbita is que existem
no nível de energia n = 3.

28.3 Os iões ma is estáveis de um elemento químico têm a configuração eletrónica [He] 2s2 2p6 .
É possível q ue o número atómico desse elemento seja _ _ _ _ _ e os seus iões mais
estáveis sejam _ _ _ __

(A) 9 ... monopositivos (C) 9 ... mononegativos


(8) 10 ... dipositivos (D) 10 ... dinegativos

Tabela Periódica
29. Observe a representação da Tabela Periódica e considere apenas o s elementos que nela
const am. Indique:

29.1 o número atómico do fósforo, P;


E]
H
- -
-
Li e O F Ne
- >-
29.2 o número de eletrões de valên- Mg p s ce Ar
cia do néon, Ne; K Zn Br
Ag 1
29.3 a configuração eletrónica do Ba Au
átomo d e enxofre, S, no esta-
do de menor energia;

29.4 o elemento do 3. período com


0
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

maior energia de ionização; --l 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

29.5 o elemento do grupo 2 com maior ra io atómico;


29.6 o elemento cuja confi guração eletrón ica, no estado fundamenta l, é 1s2 2s2 2p6 3s 2 3p6 4s1;
29.7 o halogéneo que formará o ião com maior raio iónico.

30. Relat iv am ente à disposição dos elementos químicos na Tabela Periódica, é incorreto afir-
mar que

(A) os elementos representativos têm eletrões de valência nos subníveis se p.


(8) todos os elementos de um grupo possuem a mesma configuração eletrón ica de valência.
(C) em condições normais, o árgon forma moléculas diatómicas.
(D) substâncias elementares constituídas por elementos do mesmo grupo apresentam pro-
priedades semelhantes.

31. Na tabela apresentam-se alg umas informações relativ as aos elementos químicos X, Y e Z
(as letras não correspondem a símbolos químico s).

31.1 O elemento X fH::%\d Informação

(A) pertence ao 4.º período da Tabela Periódica. X Número atómico 21


(8) tem como su bnível menos energético o 3d. y Localiza-se no 4.º período
(C) é um elemento representativo.
z Halogéneo do 2.0 período
(D) pertence ao grupo 13 da Tabela Periódica.

46
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

31.2 Pode conclu ir-se que os átomos do elemento Y, no est ado fu ndamental, apresentam
(A) 4 eletrões de valê ncia. (C) 4 subn íveis de e nergia ocupados.
(B) 4 eletrões no sub nível mais exte rno. (D) 4 níveis de energia ocupados.

31.3 O número atómico de Z é


(A) 9. (B) 17. (C) 12. (D) 10.

32. A figura apresenta o diagrama de energia das orbitais de valência dos átomos dos elemen-
tos X e Y no estado fundamental.

32.1 Conclua. j ustifica ndo, q ual dos eleme ntos, X ou Y, apresenta maior
l

Ilp l _l _!
v
energia de ionização.

32.2 A t ransformação cuja energia associada é a energia de ionização


de X é trad uzida po r
(A) X (s) - x• (g) + e- . (C) X (g) - x• (g) + e-. 1 Jl X

(B) X (g) + e- - x- (g). (D) X (s) + e - - x- (g).


32.3 O átomo Y
(A) é um não-metal.
(B) pertence ao bloco p da Tabela Periódica.
(C) apresenta o nível de va lência com plet amente p reenc hido.
(D) liga-se ao át omo X forma ndo o composto Y2 X.

33. Primo Levi, autor de uma autobiografia intitulada A Tabela Periódica, escreveu que o zinco
«(...) não estimula a nossa imaginação, é cinza e os seus sais não têm cor, não é tóxico e
não produz reações coloridas; em suma é um metal sem graça.»

33.1 Primo Levi refe ria-se ao elemento químico ou à substância elementa r?


33.2 A energ ia de ionização do zinco é 9 0 6,4 kJ mol-1. Determine, em joule, a ene rgia míni-
ma necessá ria para remover um e letrão de um át omo de zinco no estado fu ndamenta l,
isolado e em fase gasosa.

34. Os elementos do grupo 1 da Tabela Periódica são o s metais alcalinos.


34.1 O comportamento químico dos metais alca li-
nos é explicado, em parte, d evido à fraca atra-
ção do núcleo sobre o eletrão de valência. Na
figura representa-se a energia de ionização
em função do número at ómico. Qual das letras
correspo nde aos metais alca linos?

(A) W (B) X (C) y (D) Z


Número atómico

- ..
34.2 A tabela seguinte apresenta algum as p ropriedades do sódio e do potássio.

- Sódio

Potássio
Configuração
eletrónica

[Ne]3s1

[A r]4s 1
98

63
Massa volúmica /
g cm-a

0,97

0,86
180

220
Energia de ionização
/ kJ mor-1

495,7

418,6

Das propriedades apresentadas na tabela, indique as do elemento sód io e as da subs-


tância el ementar potássio.

34.3 Interprete a formação dos iões mais estáveis dos metais alcali nos.

47
QUÍMICA 10.• Ano

Questões propostas

35. Qual das representações seguintes traduz a variação do raio atómico em função do número
atómico?

(A) (C)
He
Ne

(B) (D)
F
K

Kr

36. O gráfico da figura ao lado mostra a varia- tE


ção da energia de ionização de alguns ele- --,
_::,:_
2000
mentos químicos, de A a H , em função do ----
o
>Cll 1600
número atómico. As letras não correspon- o-
Cll
dem aos símbolos químicos. ·eN
.Q 1200
QJ
36.1 Num átomo do elemento E, no esta- u
Cll
do fundamental , ex istem _ _ __ -~ 800
QJ
e
eletrõ es de valência distribuídos por w
400 A
_ _ _ _ _ orbitais.

(A) ci nco ... duas


o 2 4 6 8 10 12
(B) três ... quatro Número atómico

(C) ci nco ... quatro

(D) três ... d uas

36.2 Exp lique a ten dência do aumento da energia de ionização. Aprese nte, num texto es-
truturado e com linguagem cie ntífi ca adequada, a explicação sol icitada.

36.3 A equaçã o química que trad uz a ion ização de F é


(A) F (g) - F+(g) + e -
(B) F (g) + e- - F- (g)
(C) F2 (g) + 2 e- - 2 F- (g)

(D) F2 (g) - 2 F+(g) + 2 e-

48
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

37. Para procederem à identificação da subst ância que constitui um fio metálico encontrado
no laboratório, um grupo de alunos recorreu à picnometria para determinar a densidade do
metal. A tabela apresenta os registos efetuados pelos alunos. Considere que a densidade
da água é 1,00 g /cm 3 e despreze a sua variação com a temperatura.

---
Ensaios
Descrição

Tempe ratu ra / ºC 21,0 21,0 21,0

Massa fio met álico, m / g 10,02 10,05 10 ,01

Massa do picn ómetro +água+ fio metálico no exterior, m' / g 66,07 65,80 66,01

Massa do picnómetro + água+ fio metálico no interior, m" / g 62,22 61,98 62 ,27

37.1 Ca lcule a densi dade do metal que co nstitui o fio metálico.


37.2 Dete rmine o erro percentual do resultado experimental. Considere 2,70 g cm-3 o valor
tabelado para a massa volúmica do material que constitui o fi o metálico.
37.3 Como classif ica q uanto à exatidão o res ultado obtido ex perimentalmente pelos alunos?
37.4 Indique dois erros experimentais q ue possam influenciar a exatidão do resultado.

38. Com o objetivo de determinar a densi-


dade relativa do chumbo, por picnome-
tria , dois grupos de alunos efetuaram o
procedimento esquematizado na figu-
ra. A densidade relativa do chumbo é
11,4, à temperatura de 16,0 ºC.
Os resultados das medições obtidos,
à temperatura de 16,0 ºC, por um dos
grupos de alunos, estão registados na Ili
t abela seguinte.

1- Massa de li - Massa do picnómetro Ili - Massa do conjunto (picnómetro com água


chumbo/ g com água/ g e chumbo colocado dentro do picnómetro) / g

15,84 56,29 70,79

38.1 Determ in e a densidade relativa do chumbo.


38.2 Indiq ue o significado físico do valor obtido para a densidade relativa do chumbo.
38.3 Outro grupo de al unos obteve o valor de 11,2 para a densidade re lativa do chumbo.
Determine o erro percentua l e avalie a exatidão do resultado experime ntal obtido.
38.4 Se a massa da amostra de chumbo foss e 7,92 g seria de esperar que o va lor obtido
pa ra a densi dade relativa fosse
(A) igual. (8) o dobro. (C) metade. (D) um quart o.
38.5 No caso de se fo rmarem bolhas d e ar no picnómetro após os alunos introdu zirem o
meta l, conc lua, j ustificando, se este erro afeta a determi nação da densidade re lativa do
meta l por excesso ou por defeit o.

49
QUÍMICA 10.0 Ano

Domínio 2
Propriedades e transformações da matéria
As propriedades das moléculas e dos materiais são determinadas pelo tipo de átomos, pela
energia das ligações e pela geometria das moléculas.

2.1 Ligação químico


Um sistema de dois ou mais átomos pode adquirir maior estabi-
lidade através da forma ção de ligações químicas. As interações
entre os átomos são de natureza elétrica, pois os eletrões e os
núcleos atómicos t êm ca rga elétrica.

Na Fig. 2.1 re presentam-se as interações que se estabelecem entre


Fig. 2 .1 Interações at rativas e
as partículas constituintes de dois átomos de hidrogénio. Estas repulsivas ent re as partículas
interações são: de dois átomos de hidrogénio.

• atrativas entre cargas de sinais contrários: núcleos e eletrões;


• repulsivas entre cargas do mesmo sinal: entre núcleos e entre eletrões.

A energia associada à interação entre os átomos va ria com a distância entre os núcleos. Com
a aproximação, o aumento das atrações fa z diminuir a energia e o aumento das repulsões
faz aumentar a energ ia. Quando essa energia atinge um valor mínimo, há uma distância
ca racterística, a distância de equilíbrio, para a q ual se estabelece uma ligação química. Nes-
ta situação, a energia de um conju nto de átomos ligados é menor do que a energia desses
átomos separados.

A Fig. 2.2 mostra o gráfi co da energia H- H H H


associada à interação entre os átomos
em fu nção da distância internuclea r du- Energia
ro= 74 pm
rante a formação da molécula de hid ro- o !+-- - , - - - - - -~ - - -- - -
Distância internuclear
génio. Verifica-se que:
Predominam ~ Predominam as atrações
• para grandes distâncias (átomos as repulsões
isolados), a int eração é nula, con- - 436 kJ/mol · ~ Energia de ligação = 436 kJ / mol
(menor energia potencial implica
siderando-se que a energia po- maior energia de ligação)
tencial do sist ema é nula;
Comprimento de ligação
(distância de equilíbrio)
• à medida que os átomos se apro-
Fig. 2 .2 Variação de energia potencia l de um sistema de dois
ximam, as interações entre eles átomos de hidrogénio em f unção da distância intern ucl ear.
passam a ser significativas, co m
predomínio das atrações, o que
se traduz na diminuição da ener-
gia potencial do sist ema;
• o mínimo de energia atingido (-436 kJ mo1- 1) corresponde à distância internuclear para
a qual há um equilíbrio entre as repulsões e as atrações. A molécula de hidrogénio
torna-se mais est ável e essa distância designa-se por comprimento de ligação (r0 = 74
pm). Considera-se, assim, que se estabeleceu uma ligação química entre os átomos;
• se a distância intern uclear continuar a diminuir (r < r0 ) as f orças repulsivas são predomi-
nantes, pelo que se verifica um aumento acentuado da energia potencial do sist ema e
co nsequente diminuição da estabilidade da molécula.

50
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

2.1.1 Tipos de ligação química


As ligações químicas resultam das interações entre dois ou mais átomos. Dependendo dos
átomos envolvidos na ligação, elas podem ser de três tipos: covalentes, iónicas e metálicas.
As ligações covalentes, iónicas e metálicas ca racterizam-se por uma partilha significativa
de eletrões entre os átomos.

Ligação covalente

Estas ligações ocorrem, geralmente, entre átomos de element os não-metálicos. Est e tipo de
ligação é caracterizado por uma partilha localizada de eletrões de valência entre dois áto-
mos e dá origem a substâncias cuj as unidades estruturais são moléculas (por exemplo, CO )
ou estrutu ras gigantes de átomos (por exemplo, o diamante).

Ligação iónica

Este tipo de ligação ocorre, em geral, entre átomos


de metais e não-metais. Na ligação iónica, a intera-
ção entre os átomos dá origem a transferência de
eletrões de um átomo (e lemento metálico) para outro
(elemento não-metálico), da qual resultam iões com ce-
cargas de sinal contrário. A ligação decorre da atra-
ção elétrica entre os iões positivos e negativos for-
mados. Os sais (por exemplo, NaCC) são compost os
iónicos, em que os iões positivos e negativos se orga- Fig. 2 .3 No cloreto de sód io, Nac e, os iões
(Na' e ce-) organizam-se numa re de iónica .
nizam em redes cristal inas (Fig. 2 .3).

A ligação iónica pode co nsiderar-se como um caso


extremo de partilha de eletrões que dá origem à ce-
dência, ou transferência, de eletrões entre átomos.

Ligação metálica
Eletrões de valência
Este tipo de ligação ocorre entre átomos de metais.
Os metais possuem eletrões de va lência pouco atraí-
dos ao núcleo (baixas energias de ionização), pelo que
facilmente se libertam da ação do seu átomo de ori-
gem, deslocando-se mais ou menos livremente entre
os cernes atómicos (núcleos e eletrões mais interio-
res), originando uma nuvem de ca rga elétrica negativa
que abrange toda a rede do cristal metálico (Fig. 2.4).
Na ligação metálica há uma partilha de eletrões de Cerne do átomo - catião
(núcleo e eletrões interiores)
va lência deslocalizados por todos os átomos.
Fig. 2 .4 Eletrões de valência deslocalizados
Sendo as ligações químicas de natureza essencial- numa ligação metálica.

mente elétrica, também podem ocorrer entre molé-


cu las viz inh as designando-se por ligações intermole-
culares. Nestas ligações não há partilha significativa
de eletrões e as moléculas envolvidas mantêm a sua
identidade.

51
QUÍMICA 10.0 Ano

1. Considere as subst âncias iodeto de potássio, KI , peróxido de hidrogénio, H2 0 2 , e


alumínio, A €.

1.1 Classifique a ligação que se estabelece entre:


a) o potássio, K, e o iodo, 1, no iodeto de potássio;
b) o oxigénio, O, e o hidrogénio, H, no peróxido de hidrogénio;
e) os átomos de alumín io.

1.2 Que semelhanças e diferenças se podem encontrar nas ligações entre os áto-
mos de oxigénio e hidrogénio no peróxido de hidrogénio, Hp 2 , e entre os áto-
mos de alumínio, no alumínio metálico?

t) 1.1 a) Ligação iónica. Este tipo de ligação ocorre, em geral, entre átomos de
metais e não-metais. O potássio (grupo 1) é um metal e o iodo (grupo 17) é
um não-metal.
b) Ligação covalente. Este tipo de ligação ocorre, geralmente, entre átomos
de elementos não-metálicos. O hidrogénio (grupo 1) é um não-metal e o
oxigénio (grupo 16) é um não-metal.
c) Ligação metálica. Este tipo de ligação ocorre entre átomos de metais.
O alumínio (grupo 13) é um metal.

1.2 Nos dois casos, há uma partilha significativa de eletrões entre os átomos
envolvidos nas ligações. No entanto, enquanto em H 2 0 2 a ligação entre os
átomos de O e de H se caracteriza por uma partilha localizada dos eletrões
de valência entre os dois átomos, no alumínio metálico a ligação resulta da
partilha dos eletrões de valência deslocalizados por todos os átomos, origi-
nando uma nuvem de carga elétrica negativa que abrange toda a rede do
cristal metálico.

2.1.2 Ligação covalente

Na ligação entre dois átomos numa molécula, cada um dos átomos experimenta alterações.
As pri ncipais alterações ocorrem com os eletrões de va lência, ao nível das suas energias e
das orbitais que descrevem o comportamento desses eletrões (orbitais moleculares).

Segundo o modelo de Lewis:


• os eletrões de valência têm um papel fundamental na li gação química;
• os eletrões são partilhados entre átomos, em moléculas, de modo que cada átomo en-
volvido na ligação adquira uma configuração eletrónica de gás nobre (cujos átomos são
particu larmente estáveis, especialmente He e Ne).

Estruturas de lewis
• O símbolo químico representa o cerne do átomo.
• Os pontos(·) e cruzes (x) à volta do símbolo químico representam eletrões de va lência.
• Um traço entre os símbolos representa um par de eletrões.

52
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

Ligação simples: partilha de 2 eletrões (um par, Fig. 2 .5 e Fig. 2.6).

•• •• •• • • p pares
H• + •H -----+ H: H ou H- H : F • + • F : -----+ : F: F : ou : F - F: não-
•• •• •• •• -ligantes
\__ par ligante. / '----. par ligante /

Fig. 2 .5 Li gações cova lentes simples nas moléculas de H 2 e Fi-


(\ ..
•o •
(\
•H-----> H -0-H
..
V .. V ••

Fig. 2.6 Ligações covalentes simples na molécu la de H 2 0.

Ligações covalentes múltiplas:

• Ligação dupla: partilha de 4 eletrões (dois pares, Fig. 2 .1 e Fig. 2 .8).

•(\, .o:----+
. .()0. .. .. . (\, . (\, • [\, [\, f\. •• ••
:o· '\) .. .. ..
:o - o:----+ o = o .. .. :o·
••
.e·
'\J •
.o:----+ :o
'\J ••
- e - ..o:----+ ..o = e = ..o
•• íj

Fig. 2.7 Ligação cova lente dupla na molécula de 0 2 • Fig. 2.8 Ligações covalentes duplas na molécula de C02 •

• Ligação tripla: partilha de 6 eletrões (três pares, Fig. 2.9).

•(\, . [\, .
'N -\j.~
J'i.N'
' N' v •N
·. •·• ----> ·. N' .J
'N - ~
. ~ . -= .
~ 'N N'

Fig. 2.9 Ligação covalente tripla na molécula de N 2 .

Nas moléculas representadas, excet o na molécula de H2 , podem sempre contar-se 8 eletrões


de va lência pertencentes a cada átomo, ou seja, quatro pares de eletrões. Diz-se que estas
moléculas obedecem à regra do octeto. Chamam-se eletrões ligantes aos eletrões que par-
tici pam efetivame nte na ligação, e não-ligantes aos que não contribuem para a ligação.

Energia de ligação e comprimento de ligação

A energia de ligação e o comprimento de ligação são dois parâmetros que permitem ca racte-
rizar a ligação covale nte. A molécula é mais estável do que os seus átomos separados, pelo
que a formação de uma ligação química envolve libertação de energia. A energia de ligação
é a energia média que é necessário fornecer à molécula para quebrar a ligação e separar
esses átomos. Relação entre energia de ligação e reatividade das moléculas H 2 , 0 2 e N2 :

Energia de ligação / kJ mot- 1

H-H

1
436

O=O 498

N =N 944

Quanto maior for a energia de ligação, mais energia se liberta quando a ligação se forma ,
pelo que a molécula é mais estável. A ligação é mais forte, pois será necessária mais energia
para a quebra r. Quanto mais estável é uma molécula, menos reativa ela é.

Em fun ção dos dados da t abela, a molécula N2 é a mais estável, o que j ustifica a pequena rea-
tividade da substância elementar nitrogénio em comparação com as substâncias element ares
oxigénio e hidrogénio.

53
QUÍMICA 10.0 Ano

O comprimento de ligação é a distância de equilíbrio entre os núcleos dos átomos ligados.


Para essa distância, há equilíbrio entre as fo rças de repulsão dos núcleos e as forças de atra-
ção dos eletrões sobre os núcleos.

Quando os átomos envo lv idos na ligação são dos mesmos elementos, o comprim ento da
ligação simples é maior do que o comp rimento da ligação dupla e este é maior do que o da
ligação tripla (por exemplo, a ligação C-N é mais comprida do que a ligação C=N e esta mais
comp rida do que a ligação C=N). Pa ra átomos dos mesmos elementos, a um maior compri-
mento de ligação corresponde uma menor energia de ligação.

2. Considere as mol éculas de nitrogé nio, N 2 , hidra zina , N 2 H 4 , e diazeno (di imida), N 2 H 2 :
2.1 Escreva as fórmulas de est rutura de Lewis para cada molécula.

2.2 Qual das moléc ulas possu i a ligação n itrogén io-nitrogén io mais curta?
2.3 Em qual das moléculas a ligação nitrogénio-nitrogé nio tem menor energia?

~ 2.1 1.º passo: escrever o esqueleto estrutural utilizando os símbolos químicos e


colocando perto uns dos outros os átomos que estão ligados (o hidrogénio
ocupa posições terminais).
N N HNNH H N N H
HH
2. 0 passo: determinar o número total de eletrões de valência para cada uma
das moléculas a partir das configurações eletrónicas dos átomos envolvidos
nas ligações.

7
N: 1s2 2s2 2pX1 2pY1 2p Z1 ⇒ 5 eletrões de valência (os do nível 2)

1
H: 1s1 ⇒ 1 eletrão de valência
2 x 5 = 10 eletrões de valência para distribuir em N2
(2 x 5) + (4 x 1) = 14 eletrões de valência para distribuir em N 2 H 4
(2 x 5) + (2 x 1) = 12 eletrões de valência para distribuir em N2 H 2

3.º passo: desenhar uma ligação covalente simples entre o átomo central e
cada um dos átomos à sua volta. Completar os octetos dos átomos ligados
ao átomo central - exceto para o átomo de hidrogénio, cuja camada de va-
lência fica completa com 2 eletrões. Os eletrões que não estiverem envolvi-
dos nas ligações devem ser representados como pares não-ligantes.
Se o átomo central tiver menos do que 8 eletrões, colocam-se ligações du-
plas ou triplas entre ele e os átomos vizinhos, utilizando os pares não-ligan-
tes destes, de modo a completar o octeto do átomo central.

H
1

H-N-N-H H-N = N-H


• • 1

54
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

~ 2 .2 N 2 • A molécula de nitrogénio apresenta a ligação mais forte (ligação tripla),


com seis eletrões partilhados, logo, a distância média entre os núcleos dos
átomos que estabelecem a ligação é a menor.
2 .3 N 2 H 4 • É a ligação que envolve menor número de eletrões partilhados (2) -
ligação simples. Sendo a mais fraca, é a que terá menor energia de ligação.

Geometria molecular

A geometria molecular é o arranjo tridimensional dos átomos numa molécula. A esse arranjo
espacial corresponde um estado de energia mínima para a molécula, portanto, estabilidade
máxima.

Pode-se prever a geometria de uma molécula a partir do con hecimento do número de ele-
trões de valência à volta do átomo central , na sua estrutura de Lewis, usando o modelo da
repulsão dos pares eletrónicos de valência.

Numa molécula poliatómica, em que há duas ou mais ligações entre o átomo central e os
átomos que o rodeiam, a repulsão entre os pares de eletrões ligantes, entre os ligantes e
os não-ligantes e entre os não-ligantes faz com que estes fiquem o mais afastados possível
uns dos outros. A geometria da molécula co rresponderá ao arranjo espacial em que aquelas
repulsões são mínimas.

Em geral, é maior a repulsão entre pares de eletrões não-ligantes do que entre um par não-
-ligante e um par ligante. Por sua vez, a repulsão entre um par não-l igante e um par ligante é
maior do que entre dois pares ligantes.

Geometria das moléculas CO2, CH 4, NH3 e H 2O

• •• •
A B e • D

~:_·/ .
~
·_ .. '-

Q= C=O

Fig. 2.10 Geo metrias: linear (A); tetraédrica (B); piramidal t rigonal (C); angular (D).

55
QUÍMICA 10.0 Ano

i+i%i·l·l1+Hli·I
3 . Preveja a geometria molecular de cada uma das moléculas seguintes, baseando-se
no modelo da repulsão dos pares eletrónicos de valência:

3.1 tetrafl uoreto de carbono, CF4 ; 3.2 dissulfureto de ca rbono, CS2 •

& 3 .1 Número de eletrões de valência: 4 + 4 x 7 = 32


(como o C é do grupo 14 da Tabela Periódica, :F:
tem 4 eletrões de valência; o F é do grupo 17, •• 1 ..

logo, tem 7 eletrões de valência). O átomo de : F- C - F:


•• 1 ••

carbono central tem 4 átomos ligados e não :F:


tem pares não-ligantes. Os quatro pares ele-
trónicos correspondentes às ligações C - F afastam-se o mais possível en-
tre si de modo a minimizar repulsões. A molécula apresenta geometria te-
traédrica.
3.2 Número de eletrões de valência: 4 + 2 x 6 = 16 (como o C é do grupo 14
da Tabela Periódica, tem 4 eletrões de valência; o S é do grupo 16, pelo
que tem 6 eletrões de valência). O átomo de carbono central está ligado a
dois átomos de enxofre e não tem pares não-ligantes. Os pares eletrónicos
correspondentes às ligações duplas afastam-se o mais possível de modo a
minimizar repulsões. A molécula~= e=~ apresenta geometria linear.

Polaridade das moléculas e polaridade das ligações

A densidade de carga elét rica negativa, associada à nuvem eletrónica, pode ser rep resentada
por co res: a densidade aumenta do violeta para o vermelho.

li
As ligações entre átomos do mesmo elemento são,
em geral, apoiares, pois os eletrões envolvidos
na ligação são igualmente partilhados por ambos
os núcleos, e, conseq uentemente, a distribuição
de carga elétrica entre os átomos é simétrica
{Fig. 2.11 - 1). As ligações entre átomos de elemen-
tos diferent es são, em geral, polares, pois a partilha
..
H - F:

dos eletrões envolv idos na ligação pelos dois Fig. 2.11 1: distribuição simétrica de ca rga em F 2 •
li: distribuição assimétrica de carga em HF.
núcleos é desigual, e, conseq uentemente, a distri-
buição de carga elétrica entre os átomos é assi-
métrica {Fig. 2 .11 - 11).

Nas moléculas d iatómicas, a polaridade depende da polaridade da ligação. Assim, se a liga-


ção for apoiar {Fig. 2 .11 - 1), a molécula é apoiar; se a ligação é polar {Fig. 2.11 -11), a molécula é
polar. Nas moléculas poliatómicas, a polaridade depende não só da polaridade das li gações,
mas também da geometria molecular.

A polaridade de moléculas com um único átomo cent ral pode prever-se a partir da análise da
distribuição de carga elétrica em torno do átomo central. Assim, uma molécula poliatómica
formada por ligações polares será:

56
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

• polar se a d istribuição de ca rga em torno do átomo central for assimétrica, por exemplo,
H2 0 e NH 3 (Fig. 2 .12);

• apoiar se a d istribuição de carga em torno do átomo central for simétrica, po r exemplo,


co 2
e CH4 (Fig. 2 .12).

Fig. 2 .12 Distribuição de carga em H 2 O e NH 3, moléculas polares, e em CO2 e CH 4 , moléculas apoiares.

1+1%1·1·it4Hffi+M
4. Conclua, co m base nas estrut uras de Lewis e na geometria molecular, sobre a po lari-
dade das moléculas SiCt'4 (tet racloret o de silício) e PCt'3 (tricloret o de fósforo).

Q O tetracloreto de silício apresenta uma estrutura de Lewis


semelhante à do metano, pois o silício é do mesmo grupo do :ce:
..
carbono (4 eletrões de valência) e os átomos de cloro (gru- 1

po 17), tal como os átomos de hidrogénio, partilham apenas :ce- Si - ce:


1 eletrão de valência. Assim, existem na molécula de SiCt'4 1

quatro ligações covalentes simples, pelo que a repulsão


:ce:
mínima entre os quatro pares de eletrões pressupõe uma
geometria tetraédrica. Conclui-se que apesar de as ligações Si-Ct' serem polares,
a molécula é apoiar, pois a geometria da molécula conduz a uma distribuição simé-
trica de carga em torno do átomo central.

O tricloreto de fósforo apresenta uma estrutura de Lewis se-


melhante à do amoníaco, NH3 , pois o fósforo é do mesmo gru- :ce-
• •
P - ce:
1 ••
po do nitrogénio (5 eletrões de valência). Assim, na molécula
de PCt'3 , o átomo central, P, tem três ligações covalentes sim-
ples e um par não-ligante, pelo que a repulsão mínima entre
:ce• ...
os quatro pares de eletrões pressupõe uma geometria piramidal trigonal. Conclui-se
que a molécula é polar, pois as ligações P-Ct' são polares e a geometria da molécula
conduz a uma distribuição assimétrica de carga em torno do átomo central.

Estrutura de moléculas orgânicas e biológicas

Os compostos orgânicos formam um grupo enorme de substâncias, entre os qua is a maioria


contém carbono e podem considerar-se como derivados dos hidrocarbonetos (compostos
de carbono e hidrogénio).

Os hidrocarbonetos podem ser classificados quanto ao tipo de ligações C-C:

• saturados: designam -se po r alcanos (todas as ligações ent re os átomos de ca rbono são
simples);
designam-se por alcenos se há uma o u ma is ligações duplas entre os
• insaturados: átomos de carbo no;
{
designam-se po r alcinos se há uma ou mais ligações trip las ent re os
átomos de ca rbo no.

57
QUÍMICA 10.0 Ano

5 . O etano, C2 H6 , o eteno, C 2 H 4 , e o
etino, C2 H2 , são três hidrocarbone-
tos constituídos por dois átomos
de ca rbono, diferindo no tipo de
ligação C-C. A figura apresenta
I"º·'pm
modelos moleculares e os compri-
mentos da ligação C-C em cada
um dos referidos compostos.

5.1 Expl ique, com base na informação apresentada, a relação dos diferentes compri-
mentos da ligação entre os átomos de carbono nos três hidrocarbonetos.

5 .2 Justifique uma ordenação dos três compostos por ordem cre scente de energia
da ligação entre os átomos de carbono.

~ 5.1 Na molécula de etano existe um par de eletrões ligantes entre os átomos


de carbono, na molécula de eteno existem dois pares de eletrões ligantes
e na molécula de etino existem três pares de eletrões ligantes. Por isso, na
molécula de etino as forças atrativas são mais intensas, aproximando mais
os núcleos dos átomos ligados, do que na molécula de eteno, e, por sua
vez, nesta são mais intensas do que na molécula de etano. Assim, a ligação
C-C na molécula de etino tem um comprimento menor (120,3 pm) do que na
de eteno (133,9 pm), e, por sua vez, nesta tem um comprimento menor do
que na de etano (153,5 pm).
5.2 À medida que o número de pares de eletrões ligantes aumenta a ligação fica
mais forte, pelo que a energia de ligação aumenta.
Assim, E(C-C) no etano < E(C=C) no eteno < E(C= C) no etino .

Grupo funcional: grupo de átomos presentes na molécula, ligados de forma específica, que
conferem propriedades químicas características aos compostos respetivos e que indentificam
o composto orgânico.

Álcoois -OH Grupo hidroxilo (l igado a um átomo de carbono)

A ldeídos Grupo formi lo ou grupo ca rboni lo terminal

Cetonas "'/ C=O Grupo carbonilo (no meio da cadeia ca rb onada)

Ácidos ca rboxíl icos Grupo carboxilo

Aminas Grupo ami no (de rivado do amoníaco, NH)

58
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

6. A tetraciclina é um antibiótico usado no trata-


mento de um amplo espetro de bactérias cuja
fórmula de estrutura se representa ao lado.

6.1 Identifique os grupos funcionais assinalados


na molécula de tetraciclina.

6.2 A tetraciclina, quanto ao tipo de ligações, é


um composto saturado ou insaturado?

~ 6.1 1- grupo característico das cetonas (grupo carbonilo); li - grupo característi-


co das aminas; Ili - grupo característico dos álcoois (grupo hidroxilo).
6.2 Composto insaturado, pois existem ligações duplas entre átomos de carbono.

2.1.3 Ligações intermoleculares


As ligações intermoleculares são de natureza elétrica e explicam a coesão entre as unidades
estruturais em diversos materiais. A intensidade destas interações determina algumas pro-
priedades físicas das substâncias, tais como o estado físico, os pontos de fusão e de ebulição,
influenciando outras como a densidade.

Ligações de hidrogénio
As ligações de hidrogénio são as mais int ensas das interações in-
termoleculares, mas menos intensas do que uma ligaçã o cova len-
te ou iónica. Estas ligações ocorrem quando um átomo de hidro-
génio ligado cova lentemente a um átomo de uma mol écula, de um
elemento com grande tendência para atrair eletrões (F, O ou N), é
atraído por um par de eletrões não-ligantes no átomo de F, O ou N Fig. 2 .13 Ligações de hidrogén io entre
de outra molécula. As ligações de hidrogénio representam-se por moléculas de água.

linhas a tracejado (Fig. 2.13).

Forças de van der Waals


• Forças de dispersão de London
Estas forças ocorrem entre moléculas apoiares. Numa molé- Moléculas Dipolos
apoiares instantâneos
cu la apoiar, a nuvem eletrónica é simétrica, mas num deter-
Fig. 2.14 Forças de dispersão de London (dipolo
minado instante a nuvem eletrónica pode sofrer distorção, instantâneo-di polo induzido).
resultando numa distribuição assimétrica de carga. Esta as-
simetria de carga instantânea (dipolo instantâneo) induz as-
simetria de carga (dipolo induzido) nas moléculas vizinhas,
originando uma força elétrica atrativa entre elas (Fig. 2 .14).

• Ligações entre moléculas polares


Este tipo de ligação intermolecular deve-se à distribuição as-
simétrica de ca rga (dipolo permanente) nas moléculas pola-
res, originando forças elétricas atrativas entre elas (Fig. 2.1s). Fig. 2 .15 Ligações entre moléculas de HCC.

59
QUÍMICA 10.0 Ano

• Ligações entre moléculas polares e apoiares


A presença de moléculas polares pode distorcer a distribuição de carga elétrica noutras
moléculas viz inhas, mesmo nas que são apoiares, induzindo uma distribuição assimétri-
ca de carga nas moléculas apoiares. Resultam, assim, forças atrativas entre as moléculas
polares e as moléculas com polaridade induzida.

Estes três tipos de interações designam-se por forças de van der Waals. Considerando mo-
léculas de tamanhos semelhantes, as ligações entre moléculas polares são as mais intensas
e as de London são as mais fracas. As forças de London estão sempre presentes, mesmo no
caso das moléculas polares, coexistindo com as outras forças de van der Waals.

i+i+ii·l·IHHll·I
7. Tensioativos são substâncias cujas
10
moléculas são constituídas por uma
,. - - - - - - - - - - - - - I
,: J CH
parte apoiar (hidrofóbica) e uma parte 1~ / 2

polar (hidrofílica). Devido à sua estru- , ___ --- -- -- - -- , , OHO~


tura , apresentam afinidade por óleos
(mistura de hidrocarbonetos) e por
água, podendo ser utilizados na pre- o
paração de emulsões, como uma mis- HOH 2C ~
tura de água e óleo, não permitindo a HO
CHpH
sua separação em camadas.
HO
A figura apresenta a fórmula de estru-
tura de um tensioativo produzido a partir do ácido esteárico, C17 H35COOH, e da saca-

7.1 ldentifique,justificando, a parte da molécula que tem afinidade pelo óleo e a que
tem afinidade pela água.

7.2 Que tipo de ligações intermoleculares predominam na interação entre as molé-


culas do tensioativo e as moléculas:
a) do ó leo? b) de água?

~ 7.1 O óleo é uma mistura de hidrocarbonetos, logo apoiar. Assim, estabelece, pre-
ferencialmente, interações intermoleculares com a parte apoiar da molécula
(a longa cadeia carbonada), assinalada a laranja. Por sua vez, a água, polar,
estabelece interações intermoleculares com a parte polar da molécula, assi-
nalada a verde.

7.2 a) Entre a parte apoiar das moléculas do tensioativo e as moléculas de óleo


(apoiares) as interações que se estabelecem são do tipo dipolo instantâ-
neo-dipolo induzido, ou seja, forças de dispersão de London.
b) Entre a parte polar das moléculas do tensioativo e as moléculas de água
(polares) as interações predominantes são as ligações de hidrogénio, pois
quer nas moléculas de água quer nas do tensioativo há átomos de hidro-
génio ligados covalentemente a átomos de oxigénio (elemento com grande
tendência para atrair eletrões).

60
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

8 . A figu ra mostra as fórmulas de


estrutura das moléculas de aceto- H H H
1 1 1
na, CH 3 COCH 3 , e de propan-1-ol , H-C-C-C
CH 3 CH 2 CH 2 OH, cujos pontos de 1 1 l '--O-H
ebulição são 56 ºC e 97 ºC, respe-
H H H
Acetona Propan-1-ol
tivamente.
Exp lique, num texto estruturado e com linguagem científica adequada, o facto de o
ponto de ebulição da acetona ser inferior ao do propan-1-ol.

f') As moléculas da acetona são polares, pelo que as ligações intermoleculares pre-
dominantes são ligações de van der Waals do tipo dipolo-dipolo. As moléculas
do propan-1-ol também são polares, mas, devido à presença de um átomo de hi-
drogénio ligado a um átomo de oxigénio, estabelecem-se ligações de hidrogénio.
Estas ligações são mais intensas do que as dipolo-dipolo, o que justifica o ponto
de ebulição mais elevado do propan-1-ol.

2.2 Gases e dispersões


2.2.1 Lei de Avogadro, volume molar e massa volúmico

De um modo geral, os gases caracterizam-se por preencherem o vo lume e tomarem a forma


do recipiente onde estão contidos. Nos gases, as interações entre as partículas que os cons-
tituem são fracas, o que se traduz num menor grau de agregação dessas partículas. Conse-
quentemente, os gases têm densidades muito mais baixas do que os líquidos e os sólidos.

No estudo do comportamento dos gases,


além da quantidade de matéria é necessá-
rio considerar ainda a pressão, o volume e a
temperatura. '
Lei de Avogadro: volumes iguais de gases
(ideais), nas mesmas cond ições de pressão 1 1
e temperatura, t êm o mesmo número de mo- He NH3 02
léculas (Fig. 2 .16). A maioria dos gases com-
porta-se como ideal a pressões não muito Fig. 2.16 Balões de H e, NH3 e 0 2 com iguais volumes,
nas mesmas co ndições de pressão e temperatura,
elevadas e a temperaturas não muito baixas. co ntê m o mesmo número de moléculas.

Nas mesmas cond ições de pressão e tempe- A

li ~
ratura , o vo lume ocupado por um gás (ideal)
é diretamente proporcional à sua quantida-
de de matéria (Fig. 2.11).
n
V V8 V p e T constantes
-n =constante {::> - n = nA - _A_
8 Fig. 2.17 Lei de Avogadro.

61
QUÍMICA 10.0 Ano

Volume molar, Vm(volume por unidade de q uantidade de matéria): Vm = nV


(unidade SI: m 3 mol-1).
O vo lum e molar de um gás depende das condições de p ressão e temperatura.

A pressões não muito elevadas e a tempe raturas não muito baixas, o volume molar é (pratica-
mente) o mesmo para qual quer gás nas mesmas condições de pressão e temperatura.

Há sempre o mesmo número de moléculas numa mole de qualquer gás: 6 ,02 x 1023 moléculas.

Em condições PTN (pressão e temperatura normais, 1 atm e O ºC, respetivame nte), 1 mol de
qualquer gás ocupa o volu me de 22,4 dm 3 (Vm = 22,4 dm 3 mol-1) .

Massa volúmica de um gás: pode ser determinada a partir do quociente ent re a massa molar
e o vol um e molar.

9. Considere três recipi e ntes (X, Y e Z) de igual volu me,


nas mesmas co ndições de pressão e temperatura.
O recipiente X conté m nitrogé nio puro, N 2 , o recipien-
GJ
te Y contém uma mistura de nitrogénio e vapor de
água, H 2 O, na propo rção de 1 : 1 e o recipie nte Z contém uma mistura de nitrogénio
(em maior q uantidade) e cloro, Cf 2 . Admita q ue, naq uelas condições de pressão e
temperatura, a Lei de Avogadro é válida.
A relação entre as massas dos gases contidos naqueles recipientes é

(A) mx > mv > m2 . (C) m2 > mv > mx.


(B) m2 > mx > mv. (D) mv > mx > m2 .

& (B). Segundo a Lei de Avogadro, volumes iguais de quaisquer gases contêm o
mesmo número de moléculas, quando medidos nas mesmas condições de pres-
são e temperatura. Assim, os três recipientes apresentam o mesmo número de
moléculas. No recipiente X há apenas moléculas de N2 , de massa molar 28,02 g
mo1-1• No recipiente Y, metade das moléculas são de N 2 e a outra metade são de
vapor de água, de massa molar 18,02 g mo1-1. Assim, mx > my. No recipiente Z, além
de moléculas de N2 existem moléculas de Cf 2 , de massa molar 70,90 g mol- 1•
Assim, m2 > mx.

Composição da troposfera terrestre

A troposfe ra terrestre é a ca mada da at mosfera mais próxima da superfície te rrestre. Os com-


ponentes maioritários são o nitrogénio, N 2 (78% em vol ume), e o oxigénio, 0 2 (21% em volu-
me). O árgon, Ar, e o dióxido de carbono, CO 2 , conju ntamente com o vapo r de água, H 2 O, que
existe em quantidades variáve is, são compone ntes minoritários. Existem outros componentes
em percentagens tão pequenas que são cons iderados compone ntes vestigiais (Fig. 2.1s).

62
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

Néon
Hélio
Metano
■ Nitrogénio (78,08%) Crípton
Oxigénio (20,95%) Hidrogénio
Árgon (0,93%) Óxido de diazoto
Dióxido de carbono (0,037%) Monóxido de carbono
Outros - - - - - - - - - - - - - < Xénon
Amoníaco
Monóxido de nitrogénio
Dióxido de nitrogénio

Fig. 2 .18 Composição média do ar da troposfera (sem considerar o vapor de água), em vo lume.

As percentagens dos co mponentes vestigiais na t roposfera t êm sofrido alterações significati-


vas devido a emissões para a at mosfera resulta ntes de fenómenos naturais (vu lcões, incên-
dios florestais, et c.) e de atividades antropogénicas (indústria, transpo rtes, et c.).

Se as substâncias emitidas ca usa rem prejuízos à qualidade de v ida dos seres v ivos, desig-
nam-se poluentes. São poluentes at mosféricos os seg uintes: óxidos de carbono (CO, CO),
óxidos de nitrogén io (NO, N0 2 e N2 0), óxidos de enxofre (S0 2 e SO), compostos orgânicos
vo láteis (metano, CFC, derivados do benzeno, etc.) e matéria pa rticulada (fumos, poei ras,
aerossóis, etc.).

2.2.2 Composição quantitativa de soluções


Uma so lução é uma mistura homogénea de duas ou mais subst âncias. A co mposição de uma
solução pode ser encarada do ponto de vista qualitativo (qua is são as substâ ncias que a
const ituem?) ou quantitativo (quais são as quant idades de cada substância que constituem a
solução?). Há diversas fo rmas de expressar a composição quant itativa de soluções:

Unidades
Definição Expressão matemática
Mais comuns
Quantidade de matéria
n soluto mol dm- 3
Concentração de soluto por unidade de e= - - - mol m- 3
Vsolução mol L-1
volume de solução

Concentração Massa de soluto por unidade = m so1uto g dm- 3


em kg m-3
em massa de volume de solução v solução
g L-1

Percentagem Massa de soluto por m Exprime-se em % (m/m)


%(mi m ) = ~ x 100
em massa massa de solução (x 100) m solução (adimensional)

Percentagem Vo lume de soluto por %(V/V) = v solu1o X 100 Exprime-se em % (VI I/)
em volume volume de solução (x 100) Vsolução (adimensional)

Quociente entre a quant idade


de matéria de um componente nA Não tem unidades
Fração molar X = --
(A) e a quantidade de matéria A n total (adimensional)
tot al da solução

ppm = msoluto X 106


Massa (ou vo lume) de soluto
Partes por m sotução Exprime-se em ppm
por massa (ou volume) de
milhão (adimensional)
solução (x 10 6 ) ppm = v solu1o X 106
V V
solução

63
QUÍMICA 10.0 Ano

10. Os veículos automóveis são responsáveis pela libertação de monóxido de carbono,


CO, para a atmosfera. Considere uma cidade, em que o CO no ar atinge 0,0085%
em volume. Admita que durante uma in spiração, uma pessoa inala, em média, 300
cm 3 de ar e que o ritmo respiratório normal é cerca de 20 in spirações por minuto.
Determine, por hora e por habitante dessa cidade:
10.1 o vo lume de ar inalado;
10.2 a massa de CO inalada (Pco = 1,15 g/dm 3);
10.3 a quantidade matéria de CO inalada.

~
~ 10.1 Vmalado = 20 x 300 cm =6000 cm •'
3 3

vinalado/hora = 60 X 6000 cm 3 = 360 000 cm 3 = 360 dm3


V V 0,0085 x 360 dm3
10.2 %(V/ V) = v:: X 100 ⇒ 0,0085 = 360 ~m3 X 100 <=} V
00 = 100

= 3,06 x 10-2 dm 3

m m
Pco = v co ⇒ 1,15 g/dm3= 3 06 X 10-2 dm3<=>
co •
<=> mco = 1,15 g/dm3 X 3,06 X 10-2 dm 3 = 3,5 X 10-2 g

10.3 M (CO) = (12,01 + 16,00) g moI-1 = 28,01 g moI-1;


m3,5 X 10-2 g
n = M = 28,01 g moI-1 = 1,2 x 10-3 mol

11. Um dos componentes vestigiais da atmosfera é o dióxido de nitrogé nio, NO 2 • A Or-


ganização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu como teor máximo recomendado
para o NO 2 o valor de 0,154 ppm em massa, para uma exposição diária de uma hora.
M (NO) = 46,01 g moI-1
Determine para o va lo r recomendado a correspondente:
11.1 percentagem em massa;
11.2 co ncentração, considerando a massa vo lúmica do ar 1,27 x 10-3 g cm- 3 ;
11.3 percentagem em volume, em cond ições PTN.

Q 11.1 0,154 ppm de NO 2 ⇒ 106 g de ar contêm 0,154 g de NO2


mNO 0,154 mNO 0,154
- -2 = - - - · o/c (m/m) =- -2 x 102 = - - x 102 = 1 54 x 10-so/c
m., 106 ' º m., 106 ' º
11.2 Cálculo da quantidade de NO2 :
_ mN02 _ 0,154 9 _ X _
3
n No - M - _, - 3,347 10 mol
2 No2 46 01
, g mo 1
Cálculo do volume de ar que contém a quantidade de NO2 determinada:
m 106 g
Pa, = v:: ⇒ V ., , x _ cm_3 7,874 x 108 cm 3= 7,874 x 10 5 dm 3
1 27 10 39
3,347 x 10-3 mol
7 874 x 10s dm3 = 4,25 x 10-9 mol dm-3
'

64
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

~ 11.3 v., = 7,874 x 10 5


dm 3 (volume correspondente a 106 g)
Cálculo do volume correspondente à quantidade de 3,347 x 10- 3 mol de NO 2
(existente em 106 g de ar):
VN02 =n X vm = 3,347 X 10-3 mol X 22,4 dm 3 moI-1 = 7,497 X 10-2 dm 3
7 497 x 10-2 dm 3
%(V/V)= ;,874 x 10s dm3 x 100 = 9,52 x 10-ª% (NO2).

2.2.3 Diluição de soluções aquosas


Soluções a partir de solutos sólidos (AL 2.2)

As soluções mais comuns são as aquosas, em que a água é o solvente.

12. Um grupo de alunos pretende preparar 50,0 ml de uma solução aquosa de perman-
ganato de potássio, KMnO 4 (M = 158,04 g mol-1), de concentração 0,0750 mal dm-3 .
Ao lado apresenta-se o permanganato de potássio e a balança utiliza- ----~
da para a medição da massa respetiva.

12.1 No rótulo do frasco de permanganato de potássio constam os


pictogramas de perigo seguintes:

Com base na informação fornecida , identifique:


a) três advertências de perigo;
b) em relação ao primeiro pictograma, uma medida de proteção adequada.

12.2 Calcule a massa de permanganato de potássio necessária para preparar a solução.


12.3 A balança utilizada na medição da massa do permanganato de potássio é
_____ e a incerteza de leitura é _ _ _ _ __

(A) analógica ... 0,001 g. (C) digital ... 0,001 g.


(B) ana lógica ... 0,005 g. (D) digital ... 0,005 g.

12.4 Descreva o procedimento experimental que deveria ser segu ido na prepara-
ção da solução de permanganato de potássio, referindo, sequencialmente,
três etapas principais envolvidas no procedimento, após a pesagem do so luto.

12.5 Outro grupo de alunos, ao finalizar a atividade, acertou o menisco pelo traço
de referência, retirando o excesso de solução com um conta-g otas. Conclua,
justificando, sobre o rigor da concentração da solu çã o preparada pelos alunos
e qual a atitude a tomar numa situação como esta.

65
QUÍMICA 10.0 Ano

1+1%i·l·ii4Hll·I
Q 12.1 a) Provoca queimaduras na pele e lesões oculares graves. Muito tóxico para
os organismos aquáticos com efeitos duradouros. Pode agravar incêndios:
comburente.
b) Usar luvas de proteção.

12• 2 n KMn0 4 = e x V= O' 0750 mol dm- 3 x 50 ' O x 10- 3 dm 3 = 3 ' 750 x 10- 3 mol
m = n x M = 3 750 x 10- 3 mol x 158 04 g moI-1 = O 593 g
KMn04 ' ' '

12.3 (C). Digital e a incerteza de leitura é 0 ,001 g.

12.4 Dissolver todo o KMnO4 com uma parte do solvente (água destilada), agitan-
do a solução com uma vareta de vidro. Transferir a solução para um balão
volumétrico de 50,0 ml com o auxílio de um funil. Adicionar água destilada
com um esguicho até ao traço de referência do balão volumétrico.

12.5 A concentração da solução preparada é inferior ao valor pretendido, pois ao


retirar solução com o conta-gotas perde-se soluto. A atitude a tomar numa
situação destas é preparar uma nova solução, a partir do soluto sólido.

Diluição de soluções (AL 2.3)

As soluções são muitas vezes preparadas por diluição de soluções mais concentradas. Uma
solução diluída pode ser preparada medindo um pequeno vo lume da solução concentrada e
adicionando solvente.

O fator de diluição, f , traduz a razão entre a concentração da solução inicial e a concentração


da solu ção obtida por diluição: f= C soluçãoinicial .
C solução diluída

Numa diluição, a quantidade de soluto mantém-se constante (n soluçãoinicial = n soluçãodiluíd), a dimi-


nuição da concentração é devida ao aumento de volume da solução, o que permite determi-
nar o volume a medir da solução inicial. Como e =.!!...., conclui-se que:
V
n sotução inicial
Vsolução inicial _ Vsolução diluída
f=-----
n solução diluída v solução inicial

V solução diluída

l+i%1·i·il+Hll·I
13. O mesmo grupo de alunos que realizou a AL 2.2 preparou ainda, com rigor, a partir
da solução de permanganato de potássio (0,0750 mal dm- 3) inicialmente prepara-
da, 50,0 ml de uma solução de KMnO4 de concentração 0,0150 mal dm-3 .

13.1 Determine o volume da sol ução mais concentrada necessário para preparar o
volum e referido de solução diluída de permanganato de potássio.

13.2 O grupo de alunos dispunha de duas pipetas com igual capacidad e, sendo que
uma era vo lum étrica (± 0,02 ml) e a outra era graduada (± 0,05 ml).
Qual das pipetas permite a medição mais rigorosa do volume da solução mais
concentrada?

66
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

13.3 Descreva o procedimento experimental que deveria ser seguido na prepara-


ção da solução diluída de permanganato de potássio, referindo, sequencial-
mente, as três principais etapas envolvidas nesse procedimento.

~ 13.1 Determinação da quantidade de KMnO4 necessária à preparação da solução:

n KMn04 = c x V= O' 0150 mol dm-3 x 50' O x 10-3 dm 3 = 7' 500 x 10-4 mol
Determinação do volume da solução inicial (mais concentrada):
nKMn04 7,500 x 10-4 mol
esolução inicial = V ⇒ O 0750 mol dm-3 = ⇒
solução inicial ' V sotução in icial

⇒ v ,oluçãoinicial = 0,0100 dm3 = 10,0 cm3

ou e . .. 0,0750 mol dm- 3


Determinação do fator de diluição: f= solução,nic,al = - - - - - - - = 5
c ,olução diluída 0,0150 mol dm-3

Determinação do volume da solução inicial (mais concentrada):


50,0 cm 3
f= V so 1uçaod1u1da
- ·1 • = 5 ⇒ V - -- - = 10,0 cm3
V solução inicial
5
solução in icial

13.2 A pipeta volumétrica , pois permite uma mediação mais rigorosa.


13.3 Medir 10 ml da solução inicial (mais concentrada) de KMnO4 com uma pipe-
ta volumétrica . Transferir o volume de solução medido para um balão volu-
métrico de 50,0 ml. Adicionar água destilada até ao traço de referência do
balão volumétrico, perfazendo o volume de 50,0 ml.

2.3 Transformações químicas


As reações químicas ocorrem com alterações na estrutura eletrónica dos átomos: os núcleos
permanecem inalterados, portanto, os elementos químicos são sempre os mesmos. Umas
substâncias transformam-se noutras, ocorrendo apenas um rearranjo dos átomos. Sempre
que uma reação ocorra em recipiente fechado, o número de átomos de cada elemento quí-
mico e, consequentemente, a massa total permanece constante - Lei da Conservação da
Massa (ou Lei de Lavois ier, Fig. 2 .19).

Reagentes Produtos da reação

CH 4 (g) + 2 0 2(g) ---> C02 (g) + 2 H20 (g)

H .. ..·o·
.. ..
1
H- C - H +

H
1
O= O

..
O= O
- ..
O= C = O .. +
H/ "-. H

H/
..
·o·
"-. H

Fig. 2 .19 Re ação de combu stão do metano. Há conservação do número total de átomos de cad a elemento químico.

67
QUÍMICA 10.0 Ano

2.3.1 Energia de ligação e reações químicas


Todas as reações químicas envolvem , simultaneament e, a rutura e fo rmação de li gações quí-
micas. Há rutura de ligações nos reagentes e formação de novas ligações nos produtos, o
que se traduz em variações de energia nas reações químicas.

Processos endoenergéticos e exoenergéticos

A rutura de uma ligação é um processo que envo lve absorção de energia - processo en-
doenergético. Quando se forma uma nova ligação, há libertação de energia - processo
exoenergético.

Num sistema isolado, a energia interna permanece constante porque não há t rocas de ener-
gia nem de matéria com a vizinhança. Num sistema fechado, a energia interna diminui se o
sistema ceder energia à viz inhança e aumenta se o sistema receber energia da vizin hança.

Reação exotérmica - quando ocorre com libertação de energia por calor (a pressão e tem-
peratura constantes). Se a reação ocorresse em sistema isolado, a temperatura do sistema
aumentava , sinal de que a energia ci nética interna do sistema aumentava; como a energia in-
terna de um sistema isolado é constante, conclui-se que a energia potencial interna (e nergia
associada às lig ações entre os átomos) diminui.

Reação endotérmica - quando ocorre com absorção de energia por calor (a pressão e tem-
peratura constantes). Se a reação ocorresse em sistema isolado, a temperatura do sistema
diminuía, sinal de que a energia cinética interna do sistema diminuía; como a energia interna
de um sistema isolado é constant e, conclu i-se que a energia potencial interna (energia asso-
ciada às ligações entre os átomos) aument a.

A energia da reação resulta do balanço energético entre a energia envolvida na rutura e na


formação de ligações químicas. Um va lor aproximado da energia de reação pode ser ca lcula-
do a partir das energias de ligação.

A formação de amoníaco é um processo exot érm ico, pois a energ ia libertada na formação das
ligações no amoníaco é superior à energia necessária para romper as li gações das moléculas
de nitrogénio e hidrogénio (Fig. 2 .20).

N N
H H H H H H
Energia

Quebra de ligações -~ · 1 F~r~ a;ã~ ~e-lig~ç~es..


Absorção de energia Libertação de energia

IN - NI . H-:c H " -:c HH -:cH l J ·······----

E,eação= - 92 kJ mol·1

··•• - •············ · · · ····T

Fig. 2 .20 A for mação do amoníaco é um processo exotérmico.

68
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

i+i%1·i·lt4H@+M
14. O diagrama seguinte representa o balanço energético na rutura/formação de liga-
ções numa dada reação química.

4 1
1
1
*1
1
1
1
1
1
1
..,
1
1

1
1 Produtos
1
1
1

:r
Reagentes

14.1 A reação é endotérmica ou exotérmica? Justifique.

14.2 Se a reação ocorrer em sistema isolado, a temperatura ______ e a ener-


gia interna _ _ _ _ __

(A) aument a ... ma ntém-se (C) diminui ... mantém-se


(B) diminui ... aumenta (D) aumenta ... aumenta

14.3 A energia envolvida na formação de ligações nos produtos é _ _ _ _ __


do que a energia que seria _______ na quebra de ligações nos rea-
gentes.

(A) maior ... absorvida (C) maior ... libertada


(B) menor ... libertada (D) menor ... absorvida

~ 14.1 Como a energia potencial dos produtos é maior do que a energia potencial
dos reagentes, se a reação ocorrer a temperatura constante, o sistema terá
que absorver energia por calor da vizinhança para que ocorra aquele aumen-
to de energia potencial. A reação é endotérmica.
14.2 (C). A energia interna de um sistema isolado mantém-se constante. Como a
energia potencial dos produtos é maior do que a dos reagentes, há aumento
da energia potencial interna. Logo, para que a energia interna se mantenha
constante, a energia cinética interna tem de diminuir, logo, a temperatura do
sistema diminui.

14.3 (D).

Variação de entalpia

A variação de entalpia padrão, /iH º, de uma reação corresponde à energia transferida, por
calor, para ou do exterior, quando a reação é rea lizada a pressão constante (10 5 Pa) e a tem-
perat ura constant e (25 ºC).

69
QUÍMICA 10.0 Ano

Numa reação exotérmica , o sistema cede energia, por calor, à vizinhança, por isso 6.H < O
(energia potencial associada às ligações entre os átomos diminui) (Fig. 2 .21).

Numa reação endotérmica , o sistema absorve energia, por calor, da vizinhança, por isso 6.H > O
(a energia potencial associada às ligações entre os átomos aumenta) (Fig. 2 .22).

<1l
ê>
Q)
Reagentes e Produtos
w
por exemplo, ... . · 7energia libertada por exemplo,
N, + 3 H, para o exterior CO + 3 H,

ó.H negativo (ó.H < O)


energia recebida
do exterior
Reagentes
l Produtos
· ···· · ·· · - -
por exemplo,
ó.H positivo (ó.H > O)
por exemplo,
2 NH3 CH4 + H,0
Progresso da reação Progresso da reação
Reagentes -----> Produtos Reagentes _____. Produtos

Fig. 2 .21 Variação de entalpia para uma reação Fig. 2.22 Va riação de entalpia para uma reação
exotérmica. endotérmica .

l+i%i·i·l1+Hli·I
15. Frequentemente, o principal objetivo de muitas reações químicas não é obter um
ou mais produtos de reação, mas sim aproveitar a energia posta em jogo nessas
reações.

15.1 Rela cione a va ri ação de entalpia padrão de uma reação com as transferências
de energia entre o sistema e a vizinhança.

15.2 A variação de entalpia de uma rea ção, em determinadas condições de pres-


são e de temperatura, depende do modo co mo o sistema reacional evolui?
Justifique.

15.3 Durante uma reação realizada a pressão constante, o sistema reacional re-
cebeu energia por calor da viz inh ança. A variação de entalpia do sistema é
positiva ou negativa? Como se classifica a reação?

Q 15.1 A variação de entalpia padrão, 6.H°, de uma reação é dada pela energia
transferida, por calor, entre o sistema e a vizinhança, a pressão constante
e a temperatura constante: se a energia absorvida por calor for Q, então
6.H° = Q; se a energia cedida por calor for O, então 6.H° = -O, a 25 ºC.
15.2 Não. A entalpia é uma propriedade do sistema reacional, pelo que a varia-
ção de entalpia só depende do estado inicial e final do sistema e não do
modo como este evolui.
15.3 Como o sistema recebeu calor, a reação é endotérmica. O calor transferido
a pressão constante corresponde à variação de entalpia, logo, 6.H > O (calor
absorvido).

70
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

16. Uma medida da est abilidade de uma molécu la Energia / kJ mo1-1


Ligação
é a sua energia de ligação, que se pode de-
945
fi nir como energia transferida, por calor, para
quebrar as ligações de 1 mol de moléc ulas no H-H 436

estado gasoso. N-H 390

Com base nos valores das energias de ligação da tabela, ca lcule a variação de en-
t alpia, t:.H , da reação de síntese do amoníaco e co mpare o resu ltado com o valo r
experimental (- 93 kJ/mol), a 25 ºC.

H-H
N= N + H-H - H-N-H H-N-H
1 1
H-H H H
Com base na equação química constrói-se a tabela seguinte:

N.º de ligações Variação de


a quebrar energia/ kJ
N=N 945 94 5
H-H 3 436 3 X 436 = 1308

(N H) N-H 6 390 6 X 390 = 2340

Energia total necessária para quebrar as ligações nos reagentes:


I:Eligação (reagentes) = (945 + 1308) kJ = 2253 kJ
Energia total libertada na formação de ligações nos produtos:
I:Eligação (produtos) = 2340 kJ
Balanço energético:
liH = I:E11gaçao
. • (reagentes) - I:E11gaçao
. _ (produtos) = 2253 kJ - 2340 kJ = - 87 kJ

Este valor difere do valor experimental, é uma estimativa (valor aproximado).

2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera


Oxigénio
(libertado para a
As reações químicas desencadeadas pela ação da lu z
atmosfera)
(radiaçã o eletromagnética) designam-se por reações foto-
Energia
químicas. (luz solar)
Este tipo de transfo rmações químicas está presente em
vários fenómenos do dia a dia, como, por exemplo, nas
reações que t êm lugar na fotossíntese, um processo com-
Dióxido de carbono
plexo realizado pelos seres vivos com clorofila que utili zam (absorvida do~
a luz solar para a conversão do dióxido de carbono, C0 2 ,
em glicose, C 6 H 120 6 , e oxigénio, 0 2 (Fig. 2 .23). Globalmente
pode traduzir-se por:
6 co 2
(g) + 6 H 2 0 (-€) - C 6 H 120 6 (aq) + 6 0 2 (g)
Fig. 2.23 Esqu ema d e fotossíntese.

71
QUÍMICA 10.0 Ano

Fotodissociação e fotoionização

A fotodissociação é um tipo de transformação em que existe quebra de ligações nas molécu-


las por absorção de luz. A rutura da ligação dá-se de modo que cada um dos fragmentos que
se separa retém parte dos eletrões da ligação, obtendo-se duas espécies neutras.

A-B ~ A + B 11H > O


Exemplos de processos de fotodissociação na atmosfera terrestre:

• 0 2 (g) - O (g) + O (g) 11H = 498 kJ mo1-1


• 0 3 (g) - 0 2 (g) + O (g) 11H = 373 kJ mol-1
• N2 (g) - N (g) + N (g) 11H = 945 kJ mo1- 1

Com base nos valores das energias de dissociação pode concluir-se que a molécula de ni-
trogénio, N2 , é a mais estável (lig ação mais forte), pois apresenta maior energia de ligação.
Pode ainda concluir-se que a ligação entre os átomos de oxigénio é mais forte na molécula
de oxigénio, 0 2 , do que na molécula de ozono, 0 3 , pelo que a molécula de oxigénio é ma is
estável do que a de ozono.
A fotoionização consiste na ion ização de át omos ou moléculas por ação da luz.

11H > O
Alguns dos processos de fotoionização ocorrem nas ca madas mais exteriores da atmosfera
(termosfera e mesosfera). As radiações solares que atingem essas camadas têm energia su-
fic iente para provocar a ionização das espécies aí existentes. Este processo envolve maior
energia do que a fotodissociação.
• 0 2 (g) - o; (g) + e- 11H = 1205 kJ mo1-1
• N2 (g) - N; (g) + e- 11H = 1495 kJ mo1-1

Radicais livres e estabilidade das espécies químicas

Radicais (radicais livres) são entidades (átomos, moléculas ou iões) em que os spins dos ele-
trões não estão t odos compensados, ou seja, cujas orbitais possuem eletrões desemparelhados.
Representam-se pelo símbo lo da espécie química segu ida de • e são, em geral, muito reativos.
Qualquer entidade com um número ímpar de eletrões é um radica l, uma vez que t em, neces-
sa riamente, pelo menos, um eletrão desemparelhado.

17. A estratosfera, camada da atmosfera terrestre localizada entre os 15 km e 50 km


de altitude, serve de filtro às radiações de energia, por fotão, compreendida entre
6,6 X 10-19 j e 9,9 X 10- 19 J.
Os gases predominantes da atmosfera t errestre são o nitrogénio, N2 (g), e oxigénio,
0 2 (g), cujas energias de dissociação são 945 kJ mo1-1 e 498 kJ mo1-1, respetivamente.

17.1 Mostre, com base nos valores apresentados, que na estratosfera apenas ocor-
rerá dissociação de uma das referid as mol éculas.
17.2 Escreva a equação química que traduz a dissociação que ocorre na estratosfera.
17.3 A dissociação do nitrogénio ocorrerá a uma altitude inferior, igua l ou superior à
da estratosfera? Justifique.

72
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

945 1000 J
~
X
17.1 A energia de dissociação de uma molécula de nitrogénio é ,x =
6 02 1023
, , , 498 X 1000 J
= 1,57 x 10-18 J e a de uma molecula de oxigenio e , x = 8,27 x 10- 19 J.
6 02 1023
Para ocorrer dissociação das moléculas presentes na estratosfera, as suas
energias de dissociação terão de estar compreendidas entre 6 ,6 x 10-19 J
e 9,9 x 10-19 J, o que apenas se verifica para a molécula de oxigénio.

17.2 02 (g) ~ o (g) + o (g)


17.3 Com base nos valores das energias de dissociação, pode concluir-se que a
molécula de nitrogénio requer maior energia para quebrar a ligação N-N.
Assim, a dissociação da molécula de nitrogénio deverá ocorrer na camada
mais exterior da atmosfera (termosfera), pois a essa camada (maior altitude)
chegam radiações mais energéticas do que as que chegam à estratosfera.

Ozono estratosférico

O ozono existe na troposfera e na estratosfera (Fig. 2.24). E


~
.....
Q)

Todavia, a maior parte do ozono encontra-se e forma -se na estra- "C


~
.:: Estratosfera
tosfera, com maiores concentrações entre 20 km e 30 km de alti- ~
tude (de 1 a 10 ppm), constitu indo o que se convencionou chamar 50
,,_a,da de o~
de «camada de ozono». e,'<>''' º"o
~{oposferq
O ozono, na estratosfera, forma-se rapidamente como resulta- 15
Terra
do da dissociação do oxigénio molecular, por ação de rad iação
ultravioleta, UV, em dois átomos de oxigénio (rad icais), os quais
Fig. 2 .24 Localização da
reagem de imediato com outras moléculas de oxigén io, originan-
camada de ozono.
do ozono (Fig. 2.2s).

Formação do ozono:

0 2
uv-c o·+ o· (absorção de energia necessária à quebra das
ligações oxigénio-oxigénio)
o· + 0 2
- 03 (libertação de energia)

Decomposição do ozono:
As moléculas de 0 3 , por sua vez, também podem absorver radia-
Fig. 2.25 Formação do ozono ção UV:
estratosférico.
03~ o· + 0 2

Existem outras formas de decomposição do ozono, como por exemplo:


0 3 + o· - 02+0 2

73
QUÍMICA 10.0 Ano

A concentração de ozono na estratosfera mantém-se


praticamente constante, pois é continuamente formado
e destruído à mesma taxa em que é formado - estado
estacionário.

O ozono estratosférico desempenha um papel primor-


_J UV-A dial para a existência de vida na Terra, pois serve de fil-
Tr0 ,, tro à radiação solar ultravioleta, sobretudo UV-B e UV-C
1 º.s-~ ~
~ Estratosfera Mesosfera (Fig. 2 .26). O restante existe na troposfera, onde, pelo con-
Terra trário, os seus efeitos podem ser prejudiciais à vida.
Fig. 2.26 Os raios UV-C, os mais ener-
géticos, são absorvidos pelo 0 2 na me-
sosfera e na estratosfera; os raios UV-B
sã o quase totalmente absorvidos pelo
ozono estratosférico; os ra ios UV-A, me-
nos perigosos, atingem a troposfera.

18. As equações seguintes traduzem algumas reações fotoqu ím icas que ocorrem na
atmosfera terrestre:

18.1 Classifique cada uma das reações considerando o processo ocorrido em cada
situação.

18.2 A frequ ência das radiações UV au menta na sequência UV-A, UV-B e UV-C.
A ionização de N2 necessita de _____ energia do que a ionização de
0 2 , prevendo-se assim que para ionizar N2 deverá ser necessário radiação

(A) mais ... UV-A

(8) menos ... UV-A

(C) mais ... UV-C

(D) menos ... UV-C

Q 18.1 Reações de fotoionização:


1 e Ili - a energia da radiação solar absorvida foi suficiente para provocar a
remoção de eletrões, dando origem a iões.

Reação de fotodissociação:
li - a energia da radiação solar absorvida foi suficiente para provocar a que-
bra de ligações entre os átomos da molécula, dando origem à formação de
radicais livres.

18.2 (C). A ligação em N2 é mais forte do que a ligação em 0 2 , assim, prevê-se


que para ionizar N 2 seja necessário mais energia do que para ionizar 0 2 •
A uma maior energia corresponde uma maior frequência, portanto, deverá
ser necessário radiação UV-C.

74
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da m atéria

Designa-se por «buraco na camada de ozono» a diminuição significativa da concentração


do ozono na estratosfera, cuja origem foi atribuída ao uso dos clorofluorocarbonetos (CFC),
compostos de carbono, cloro e flúor.

Devido à sua inércia química, estes gases, após libertados na troposfera, duram o tempo sufi-
ciente para subirem até à estratosfera, onde ocorre a sua fotodissociação provocada pela ra-
diação UV - originando radicais livres. Por exemplo, para o CCf l dá-se a reação traduzida por:

Os átomos de cloro (um dos radicais livres formados) são extremamente reativos, reagindo
rapidamente com o ozono na estratosfera (Fig. 2.21).

CI ~
l
00 dõ /
l
CI O __, 00 CI

CD

Fig. 2.27 Esquema da dest ruição do o zono pelo c loro libertado pelos CFC.

No desenrolar desta ação eles de novo são gerados, podendo continuar a reagir com molé-
culas de ozono sucessivamente (reação em cadeia):

ce· + 0 ceo· + 0
3 - 2

ceo· + o· - ce· + 0 2

ce· + 0 3 - ...

Assim, um átomo de cloro pode destruir milhares de moléculas de ozono.

2.3.3 Reação fotoquímica (AL 2.4)

A luz pode desencadear reações químicas. Materiais fotossensíveis são materiais que na pre-
sença da luz sofrem transformações químicas.

O comportamento fotossensível do cloreto de prata, AgCf , já é conhecido desde há vários


séculos. O cloreto de prata é um sólido branco que, por ação da luz, se transforma em prata
sólida, modificando-se assim a cor inicial. A reação pode ser traduzida pela equação seguinte:

2 AgCf (s) ~ 2 Ag (s) + c e2 (g)

Se uma amostra de cloreto de prata for submetida a diferentes tipos de luz visível, verifica-se
que quanto mais energética for o tipo de radiação, mais intenso é o escurecimento.

No laboratório, o cloreto de prata pode ser obtido a partir da reação entre soluções aquosas de
nitrato de prata, AgN03 , e de cloreto de sódio, Nace, de acordo com a equação química seguinte:

AgN03 (aq) + NaCf (aq) - AgCf (s) + NaN0 3 (aq)

75
QUÍMICA 10.• Ano

Questões propostas

Ligação química

1. O gráfico mostra a varia ção da ener- EP/ H- H


gia potencial , EP, de dois átomos de kJ mo1·1
hidrogénio em fun ção da distância, r,
r = 45
entre os núcleos dos átomos.
o
1.1 Indique para a ligação H-H, na mo- r = 300 r l pm
lécula de hidrogénio: H H

a) a energia da ligação;
-436 ·
b) o com primento da ligação na r = 74
unida de SI de base, exp resso
em notação científica. H- H

1.2 Com base na aná lise do gráfico, pode afi rmar-se que

(A) a formação da ligação H-H co nfere ao sistema dos dois átomos menor estabilidade.
(B) na quebra de uma mole de ligações H-H liberta-se a ene rgia de 436 kJ.
(C) à med ida que a distância entre os átomos diminui, a energia pote ncial do sistema
diminui.
(D) para distâncias intern uclea res menores do que r 0 , a molécula de H 2 torn a-se menos
estável.

2. Considere quatro elementos químicos representados por X, Y, W e Z. Os elementos X e W


pertencem ao mesmo grupo da Tabela Periódica e X, Y e Z apresentam números atómicos
consecutivos , sendo o elemento Y um gás nobre.

Com base na informação fornecida pode afirmar-se que

(A) o composto formado por X e Z é molecular de fórm ula X2 Z.


(B) o compost o formado por X e Z é iónico d e fórmu la ZX 2 .
(C) os átomos dos elementos X e W estabelecem ligação por pa rtilha de 4 eletrões.
(D) os átomos do elemento Z partilham eletrões de valência deslocalizados com outros áto-
mos do mesmo elemento.

3. Um aluno, ao rever os seus apontamentos sobre estruturas de Lewis, verificou que repre-
sentara a molécula de acetaldeído, CH 3 CHO, pela fórmul a de Lewis seguinte.

H
..
:o:
1 1
H - C - C- H
li
H

3.1 Conclua, justificando, porque se trata de uma estrutu ra impossível , analisando a regra do
octeto.

3 .2 Escreva a fórmula de est rutura de Lewis para a molécula de aceta ldeído.

4 . Considere as molécul as representadas pelas fórmula s químicas seguintes:


PH3 , C0 2 , OF2 e CC€2 F2

4.1 Escreve a fórmu la de estrutura de Lewis d e cada molécula.

76
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

4.2 Para cada molécula, indique:


a) o número de eletrões ligant es;
b) o número de eletrões não-ligantes;
e) a geometria molecular, baseando-se no modelo da repulsão dos pares eletró nicos de
valência.

5. O enxofre pertence ao mesmo grupo da Tabela Periódica que o oxigénio.


5.1 Escreva a fórmu la de estrutura de Lewis para a molécu la do su lfureto de hidrogénio, H 2 S.

5.2 Compare est a estrutu ra com a da molécula de água. A que conclusão chega?
5.3 O se lénio, Se, também pertence ao grupo do oxigénio e do enxofre. Que geometria prevê
para as moléculas de H 2 Se?

5.4 A energia média de ligação O-H na molécula de água é 463 kJ mo1-1, enqua nto a energia
média de ligação S-H na molécula de su lfureto de hidrogénio é 338 kJ mo1-1.

Qual das moléculas terá ma ior dificuldade em perder um ião hidrogénio, H+?

6. Os óxidos de nitrogénio ameaçam a camada de ozono que protege a Terra das radiações
UV mais energéticas.

Na molécula de NO a energia de ligação é 632 kJ mo1-1 e o comprimento de ligação é


115 pm. Por sua vez, a energia de ligação NO na molécula de NO 2 é 469 kJ mo1-1•

6.1 A ligação NO na molécula de NO, comparativamente à ligação NO em NO 2 , tem


_ _ _ _ _ _ eletrões partilhados e um comprimento de ligação _ _ _ __

(A) mais ... superior


(8) mais ... inferior
(C) menos ... inferior
(D) me nos ... superior

6 .2 Quando, a partir de uma mole de NO (g) e a pressão constante , se formam uma mole de
átomos de nitrogénio e uma mole de átomos de oxigén io, ambos no estado gasoso, é
_ _ _ _ _ _ , como calor, uma energia de _ _ _ _ _ kJ.

(A) absorvida ... 1264


(8) libertada ... 1264
(C) abso rvida ... 632
(D) libertada ... 632

7. Os mapas de potencial eletrostático da figura permitem visualizar a distribuição de carga


elétrica em torno dos átomos envolvidos na ligação para as moléculas de HC-€, HBr e HI.
Compare, com base na análise da figura, a polaridade das ligações H-C-€, H-Br e H-1.

H- ce H - Br H- 1

77
QUÍMICA 10.0 Ano

Questões propostas

8. A figura apresenta os mapas de potencial eletrostático para as moléculas de metano, CH 4 e


de clorometano, CH 3 Ct'.
Explique a diferença de polaridade nas moléculas de CH 4 e de CH 3 Ct', com base na geome-
tria das moléculas e no tipo de átomos envolvidos nas ligações.

9. Atualmente conhecem-se milhares de substâ ncias químicas contendo carbono. Algumas


encontram-se na Natureza e outras foram sintetizadas pelo ser humano.
Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.

(A) As ligações múltiplas entre áto mos de carbono apresentam maio res com primentos de
ligação do que as si mples.
(B) O carbono combi na-se com element os do grupo 17, formando compost os com geometria
p iramidal t rigonal.
(C) Uma ligação tripla carbono-carbono tem maior ene rgia de ligação do que uma ligação
dupla carbono-ca rbono.
(D) Na molécu la de met ano, CH 4 , há pares de eletrões de va lênc ia não part ilhados.
(E) Uma ligação cova lente t ripla entre dois át omos de carbono envolve a pa rti lh a de 6 eletrões.
(F) A ge ometria da molécula d e sulfu reto de carbono, CS2 , é linear.

10. Os compostos orgânicos formam um grupo enorme de substâncias.

10.1 Co nsidere os segu intes compostos orgânicos:


(1) (li) (Ili)

CH 3 - C = CH 2
1
CH - CH 3
1
CH 3

Identifique o:
a) com post o de fórmula molecular C6 H12 ;
b) hidrocarboneto insaturado;
e) hidrocarboneto satu rado;
d) composto qu e cont ém o grupo carboxilo.

10.2 Consi dere os seguinte s compostos orgâ nicos:

1. C(CH) 4
li. C4H,o
Ili. CH2 CHC(CH 3}3
IV. CH)C H) 4 CH 3
Conclua, j ustificando, qual dos compostos é insatu rado.

78
DOMÍNIO 2 Propriedades e transform ações da matéria

11. A treonina é um dos principais constituintes das proteínas.


Os grupos funcionais assinalados na molécula de treonina são característicos das classes

(A) 1- álcoois; li - cetonas; Ili - aminas.


(B) 1- ácidos ca rboxílicos; li - aldeídos; Ili - cetonas.
(C) 1- aldeídos; li - ácidos ca rboxíl icos; Ili - cet onas.
(D) 1- álcoo is; li - ácidos carboxílicos; Ili - amin as.

12. Vários compostos orgânicos apresentam grupos funcio-


nais caraterísticos de diferentes classes de compostos.

Indique o nome dos grupos funcionais localizados nos carbonos 1, 3, 4 e 5.

13. A absorção das vitaminas depende da sua solubilidade.


A figura apresenta a fórmula de estrutura das vitaminas A e C.

OH

OH º~ º"
HO OH

Vitamina A Vitamina e

Alguns alimentos são enriquecidos pela adição de vitaminas.


Identifique, justificando, qual das vitaminas é a mais indicada para se adicionar a:

13.1 um sumo de fru ta;


13.2 uma manteiga.

14. Na figura, o s modelos moleculares I e li representam as estruturas do metilpropano,


CH 3 CH(CH 3) 2 , e do éter etilmetílico, CHpCH 2 CH 3 , cujos pontos de ebulição são - 12 ºC
e 10,8 ºC, respetivamente.

Metilpropano Éter etilmetílico

Justifique o facto de o éter etilmetílico apresentar maior ponto de ebuliçã o, num texto
estruturado e com linguagem científica adequada.

79
QUÍMICA 10.0 Ano

Questões propostas

Gases e dispersões

15. Considere quatro amostras de diferentes gases, cujos volumes, medidos nas condições
normais de pressão e temperatura , são indicados na tabela .

Amostra li Ili IV

Gás Hp NO

Volume/ml 100 100

15.1 O número t otal de át omos é igual nos recip ientes q ue contêm as amostras

(A) 1 e li. (B) li e Ili. (C) Ili e IV. (D) 1 e IV.

15.2 A densidade do vapor de água à temperatura de 100 ºC e à pressão de 1 atm é 0,590 g/dm3 .
O vol ume ocupado por 1,81 x 10 24 moléculas de H 2 0 co ntidas numa amostra pura de
vapor de ág ua, nas condições de pressão e de temperatura referidas, é

1 81 X 10 24 X 0 590 (C)
24
1,81 x 10 x 18,02 dm 3 .
(A) ' ' d 3
18,02 X 6,02 X 10 23 m , 0,590 X 6,0 2 X 1023

(B) 6,0 2 x 10 23 x 18,02 dm 3


23
(D) 6,02 x 10 x 0,590 dm 3 .
0,590 X 1,81 X 10 24 18,02 X 1,81 X 10 24

16. Num recipiente de 3,00 dm 3 encontram-se 2,00 g de hélio, He. Se transferirmos o gás para
um recipiente de 3,70 dm 3 , determine a massa de hélio que se deve adicionar ao recipiente
para que se mantenham as mesmas condições de pressão e temperatura.

17. Em 1811, Avogadro concluiu que volumes iguais de gases dife-


rentes, medidos nas mesmas condições de pressão e de tem-
4,14 0,20
peratura, contêm o mesmo número de partículas. Com base
neste resultado é possível determinar o volume molar, Vm, de 8,22 0,40
um gás, e também a sua densidade, em determinadas condi- 12,38 0,60
ções de pressão e temperatura .
16,56 0,80
17.1 Na t abel a regist ou-se o volum e, V, d e diferentes amostras
de nitrogénio, N2 e a respetiva quantidade de maté ria, n , nas
mesmas condições de p ressão e temperatura.
Determ ine o vol ume mo lar de N 2 a partir da equação da reta que melhor se aju sta a um
gráfi co adequado (utilize a calcu ladora gráfica).
Apresente todas as etapas d e resol ução.

17.2 Ca lcule a densidade de N2 nas condições de pressão e tem peratu ra co nsideradas.

18. Considere uma mistura de poluentes atmosféricos cuja composição é a seguinte: 40 mol
de moléculas de NO, 716,8 L de S02 e 280,0 g de CO.

Nas condi ções PTN , determine:

18.1 a relação ent re o número de mo léculas de cada um dos poluentes na mistura;

18.2 a densidade do dióxido de enxofre relativamente ao ar.


Dado: p0 , = 1,23 g dm-3 .

80
DOMÍNIO 2 Propriedades e transform ações da matéria

19. O fertilizante nitrogenado mais utilizado na agricultura é a ureia, (NH 2 ) 2 CO.


Considere 25,0 ml de uma solução aquosa A de ureia, 0 ,030 mol dm- 3, com densidade
1,05 g cm- 3 •

19.1 Ex prima em percentagem em massa a composição quantitativa da sol ução A.

19.2 A partir da sol ução A prepararam -se duas sol uções, 8 e C.


a) Verifique q ue para preparar a solução 8 , cujo vol ume final é 50,0 cm 3 , co m um fator
de diluição 5, é necessário medir 10,0 cm 3 da so lução A.
b) Calcule a co ncentração d e ureia na solução C, sabendo q ue e st a se obteve por ad i-
ção de 30,0 cm 3 de ág ua desionizada ao volu me q ue restou da solução A após a
p repa ração d a solução 8 .

20. O hipoclorito de sódio, NaC-€O, tem diversas aplicações, como o tratamento de efluentes
domésticos e industriais, de água de piscinas e de águ a destinada ao consumo humano.

A figura representa três recipientes que contêm soluções aquosas (A, 8 e C) de hipoclorito
de sódio.

- -
A B
1.0 L 500 ml e
0,10 250
0,050 cm'
mol dm-3
rnol dm"

20.1 Det erm ine a massa de hipoclorito de sódio necessá ria à preparação da sol ução 8 .

20.2 Calcu le a concentração da solução C, sa be ndo que por ad ição de ág ua deu origem à
solução A.

20.3 Ca lcule o vol ume de água qu e se deve adiciona r à solução 8 para q ue a sua concen-
tração passe a ser 5,0 x 10- 3 mo l L- 1.

Transformações químicas

21. Considere os diagram as de energia potencial referentes à reação de combustão parcial do


carbono (diagrama 1) e à combustão do N 2 0 (diagrama li).

1 li
+
~l
?
.e
2 e (s)

* 1
1
1
0 2 (g)
~
..,..
?.e
2 NO(g)
1
1
1
1
E3 1 E3 1
[d [d

}I "'
2CO(g)
X
<
Ol N,O (g)
"'
++ 0 2 (g)
/\

Conclua, justificando, se cada um dos processos é e ndotérmico ou exotérmico.

81
QUÍMICA 10.0 Ano

Questões propostas

22. O diagrama apresenta a variação de entalpia para


a reação de combustão completa do metano, CH4 • 1215
::::- CH4 + 2 0 2
965 o
22.1 A energ ia q ue seria necessária para quebrar -E,
as ligações dos reagentes é _ _ _ _ __ 6
-
co
à e nergia que seria libertada na formação das aia:.
ligações dos produtos, pelo q ue a reação é w e
75

(A) superior ... endotérmica Progresso da reação


(8) superior ... exotérmica
(C) inferior ... endoté rmica
(D) infe rio r ... exotérmica

22.2 Dete rmine va riação de ental pia da reação de combustão do metano.

22.3 Determ in e a massa de metano necessária para produzir a energia de 1,78 x 104 kJ.
Ap resente todas as etapas de resolução.

23. A rea ção do metano na presença do cloro origina clorometano e cloreto de hidrogénio e
pode ser traduzida pela equação termoqu ímica:

H3 CC-t' (g) + HC-t' (g) ; t:..H = -104 kJ

+ +

23.1 Sabe ndo que as energias das ligações C-H, Ct'- Ct' e C-Cf são, respetivament e,
41 3 kJ mo1-1, 242 kJ mo 1-1 e 328 kJ mo1-1, a energia da ligação na molécula de cloreto
de hid rogénio é dada por

(A) E(H-Ct') = (41 3 + 242 -1 04 - 328) kJ mo1-1.


(B) E(H-Cf ) = (4 x 413 + 242 -1 04 - 3 x 328) kJ mo1-1.
(C) E(H-Cf ) = (413 + 24 2 + 104 - 328) kJ mo1-1.
(D) E(H-Cf ) = [413 + 242 - (104 - 328)] kJ mo 1-1.

23.2 Prevej a, j ustifi ca ndo, o que aco nteceria à temperatura do sistema se a reação ocorres-
se num sistema isolado.

24. Considere a equação que traduz a reação de combustão do metano:

24.1 Ca lcule a variação de entalpia da reação de com-


bustão do metano.
1111 C-H
Energia de ligação /
kJ mo1- 1

414
C=O 799
24.2 Ind ique, justificando, se a reação é endotérm ica
ou exotérmica. O=O 498

24.3 Compare o valor obtido em 24.1 para a variação 0 -H 460


de e ntalpia da reação com o valor obtido experi-
me ntalmente: t:..H= - 802 kJ mo 1-1•

82
DOMÍNIO 2 Propriedades e transform ações da matéria

25. A constante formação e destruição do ozono na estratosfera é um processo natural. Este


equilíbrio foi alterado devido à emissão para a atmosfera de substâncias que reagem com
o ozono, aumentando o ritmo da sua decomposição.
O monóxido de nitrogénio (NO) é um dos poluentes atmosféricos que pode provocar a
decomposição do ozono, que se pode traduzir através das equações:

NO + 0 3 - N02 + 0 2

N0 2 + o· - NO + 0 2

25.1 Explique por que ra zão, em condições normais, a quantidade de o zono permanece
aproximadamente constante na est ratosfera.

25.2 Escreva a equação química que traduz a reação g lobal de decomposição do ozono
provocada pelo NO. Que função desempenha o NO neste processo?

26. Os eFe (clorofluorocarbonetos) são um grupo de compostos responsáveis, em grande


parte, pela destruição da camada de ozono. Para o eeC/ 2, esse processo é descrito pela
seguinte sequ ência de equações:

eeC2F2~ eeCF; + ec·


0 3 + ec· - 0 2 + eco·
eco·+ 0 3
- 2 0 2 + ec·

Sobre a destruição do ozono estratosférico é incorreto afirmar que:

(A) Os CFC são muito estáveis na troposfera; na estratosfera dissociam-se sob a ação da
radiação UV-C.

(B) Os radicais cloro contribuem para a diminuição da camada de ozono.

(C) O CCCl 2
aprese nta um maior poder destrutivo sobre a camada de ozo no do q ue o CCC3 F.

(D) No processo descrito duas moléculas de 0 3 convertem-se em três moléculas de 0 2 .

27. A formação do ozono na estratosfera pode ser ilustrada pelo esquema da figura seguinte.

Escreva as equações químicas das reações representadas.

83
FÍSICA 10.0 Ano

Domínio 1
Energia e sua conservação
A energia e a sua conservação são ideias centra is na in-
terpretação de f enómenos mecânicos, elétricos e térmicos. Fronteira~

A energia pode transferir-se entre sistemas. Define-se sis-


tema como a parte do universo que queremos estudar.
Essa parte é limitada pela fronteira , que separa o sist ema
da v izinhança. A vizinhança é o que fica fora do sistema,
Vizinhança
o
podendo interagir com ele {Fig. 1.1). Fig. 1.1 Sistema fís ico.

Os sist emas físicos podem se r {Fig. 1.2 ):

• abertos: trocam matéria e energia com a v izinhança;


• fechados: não trocam matéria com a vizinhança, em-
bora troquem energia;
• isolados: não trocam matéria nem energia com a vizi-
nhança.
(A) (8)

-
(C)

Como um sistema isolado não troca nem matéria nem ener-


gia com o exterior, nele a energia permanece const ante.

Fig. 1.2 Exemp los de um sistema


Lei de Conservação da Energia aberto (A), fechado (B) e isolado (C).
A energia de um sistema iso lado é constante.

A energia pode transferir-se entre sistemas físicos mas pode também sofrer tra nsform ações
num mesmo sist ema físico: a energia que se apresenta de uma forma converte-se noutra
forma de energia.

1.1 Energia e movimentos


1.1.1 Sistema mecânico redutível a uma partícula.
Energia e tipos fundamentais de energia. Potência
Todos os corpos têm uma propriedade intrínseca, a sua massa, que é expressa, no Sistema
Internacional, SI, na un idade quil ograma (símbolo kg). Se para o estudo do movimento do cor-
po não nos interessar a sua constituição ou forma, nem deformações ou rotações, podemos
representá-lo por um ponto. Este ponto é equiva lente a uma partícula com a massa do co rpo
e denomina-se centro de massa, CM {Fig. 1.3 ).

m = 10 kg
e~
m = 10 kg

Fig. 1.3 A bala de um canhão com movimento de


translação pode ser representada por um ponto,
o centro de massa (CM).

86
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

Exist em dois tipos fundamentais de energia, a energia cinética, Ec, associada ao movimento
de partículas, e a energia potencial , EP, associada à interação entre partículas.
A energia é uma grandeza escalar (fica comp let amente caracterizada por um número e por
uma unidade). A unidade SI de energia é o joule (símbolo J).

Energia cinética, E,

Um corpo em movimento tem uma energia associada ao seu movimento: energia cinética , Ec.
A energia cinética de translação aumenta com a massa do corpo, m, e com o quadrado da
sua velocidade, v2 • A expressão mat emática que traduz essa relação (as unidades SI são as
indicadas) é:

J
joule
/
1
E =-m v2
e 2

kg
quilograma
,~ m s- 1
metro por segundo

1. Um carro co m a massa de 800 kg viaja à velocidade de 75 km/h. Calcule a sua ener-


gia cinética na unidade coerente com as unidades de base do SI.

~ Para calcular a energia cinética na unidade SI é necessário converter a veloci-


dade para m/s.

V= 75 -
km
= 75
1000 m
X --- = 20 8 m S-1
Ili
h 3600 s '
1 1
E = - m v2 = - x 800 x 20 8 2 J = 17 x 105 J
e 2 2 ' '

2. Dois ca rros, um verde (B) e outro amarelo (A), B A


movem-se no mesmo sentido numa estrada.
O carro verde tem quatro vezes mais massa
do que o amarelo, mas move-se com metade
da velocidade do amarelo. A energia cinética
do carro

(A) verde é o dobro da energia cinética do amarelo.


(B) de maior velocidade é maior.
(C) verde é igual à do carro amarelo.
(D) amarelo é o dobro da energia cinética do carro verde.

(C). O quociente das


1
E 2x ma v/
energias cinéticas é: ~ = - - - - - ----=1
Ec (Al 1 2
2 X mA VA

87
FÍSICA 10.0 Ano

3. A energ ia cinética de um rapaz que corre a 18 km/ h é 750 J. Qual é a sua massa?

km 1000 m 1 1
v = 18 - = 18 x - - - = 5 O m s-1 • E = - m v2 ⇒ 750 = - m 5 0 2 <=>
h 3600 s ' ' e 2 2 '
750 X 2
<=> m = , kg = 60 kg
5 02

Energia potencial, EP

A ene rgia potencial resulta da interação de um corpo com outros corpos. Diz-se q ue a energia
potencial é uma energia armazenada, por não estar associada ao movimento mas poder provo-
car movimento, transformando-se em energia cin ética.

Existem diversos tipos de energ ia potencial,


consoante a natureza da interação entre os cor-
pos (elástica, elétrica, gravítica). Por exemplo:

• Energia potencial gravítica: resulta da


intera ção gravít ica entre um astro e um
corpo nas suas proximidades {Fig. 1.4 ).

Fig. 1.4 As forças entre massas originam energia


potencial gravítica.

A expressão que indica as grandezas de que depende a energia potencial gravítica do sis-
tema corpo + Terra à superfície da Terra é:

E =m g h
/ p/ ~~
J kg m s- 2 m
joule quilograma metro por metro
segundo quadrado

sendo ma massa do corpo, g o módulo da acele ração gravítica (à superfície da Terra g = 10 m s- 2)


eh a altura do corpo acima de um determinado nível de referência.

• Energia potencial elétrica: resulta da int eração ent re cargas elé-


tricas {Fig. 1.5).

Fig. 1.5 Forças entre os eletrões e os


núcleos e entre diferentes núcleos
origina m energia potencial elétrica.

• Energia potencial elástica: resu lta da interação elást ica, associada à deform ação dos
corpos (Fig. 1.6).

' J '\'''" '


11\111\1111111

Fig. 1.6 A energia potencia l armazenada na mola pode provocar movimento.

88
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

4. Numa competição olímpica, uma flecha de 50 g é disparada a 234 km/h.


Considere que toda a energia potencial elástica é convertida em energia
ci nética e despreze a massa da corda. Fundamente as suas respostas.

4.1 Qual era a energia potencia l elástica antes de a flecha ser disparada?

4.2 Se a flecha fosse dispa rada para cima, na vertical, a que altura che-
garia se toda a energia cinética fosse convertida em energia poten-
cial gravítica?

km 1000 m
Q 4.1 m = 50 g = 0,050 kg ; v = 234 h = 234 x = 65,0 m s- 1
3600 5
A energia cinética com que a flecha é disparada é:
1 1
Ec = m v2 = x 0,050 x 65,0 2 J = 106 J
2 2
Como a energia potencial elástica se converteu em energia cinética ,
a energia potencial elástica era EP = 1,1 x 102 J.

4.2 A energia potencial gravítica é Ep = m g h. Em resultado da conversão de


energia, o seu valor máximo é igual à energia cinética com que a flecha foi
disparada.
106 J
106 = 0,050 x 10 x h ~ h = x N = 2,1 x 10 2 m
0 050 10
'

5. Atirou-se uma pedra para cima, na vertical. Considerando o sistema constituído pela
Terra e pela pedra, classifique como verdadeira ou falsa cada uma das afirmações
Ili
seguintes. Fundamente as suas respostas.
(A) Só depois da pedra atingir a altura máxima é que o sistema fica com energia
poten cia l.
(B) Logo depois de sair da mão, o sistema adquire a energia potencial que faz
subi r a pedra.
(C) Quando a pedra está a subir, a energia cinética diminui e transforma-se em
energia potencial gravítica.
(D) Durante a sub ida da pedra, existe apenas energia potencial gravítica.
(E) Durante a descida da pedra, existe energia potencial gravítica e energia cinética.
(F) Durante a subida, a energia potencial gravítica diminui e transforma-se em
energia ci nética.

Q (A) Falsa . A energia potencial gravítica vai aumentando à medida que a altura da
pedra aumenta.
(B) Falsa. Na subida, a energia cinética vai diminuindo e a energia potencial vai
aumentando.
(C) Verdadeira.
(D) Falsa. Desde que a pedra tenha velocidade tem energia cinética.
(E) Verdadeira.
(F) Falsa. A energia cinética diminui, transformando-se em energia potencial gra-
vítica (que aumenta).

89
FÍSICA 10.0 Ano

6 . Uma bola, de massa 200 g, estava parada em - ................ · A ···· ~


cima de um apoio. O apoio foi retirado e a bola
ca iu, aumentando a sua velocidade à medida
que se ap roximava do solo. Considere o sistema h = 1,5 m

constituído pela bola e pela Terra e tome como


nível de referência o nível do solo. Fundamente B

as suas respostas.

6 .1 Qual foi a transformação de energia que ocorreu na queda?

6 .2 Calcule a energia potencial gravítica do sistema no nível A.


6 .3 Durante a queda, de A para B, 4% da energia inicial do sistema transfere-se para
a vizin hança. Determine o módulo da ve locidade da bola ao embater em B.

6.1 No nível A há energia potencial gravítica mas não há energia cinética, pois
inicialmente a bola estava parada. À medida que a bola vai caindo a sua ve-
locidade aumenta, pelo que adquire energia cinética e essa energia vai au-
mentando. Mas a energia potencial diminui, pois a altura em relação ao solo
vai diminuindo. Então, na queda há uma transformação de energia potencial
gravítica em energia cinética.

6.2 m = 200 g = 0,200 kg ; g = 10 m s- 2 ; h = 1, 5 m


EP = m g h = 0,200 x 10 x 1,5 J = 3,0 J
6.3 Se 4% da energia inicial da bola se transfere, a bola fica com 96% dessa ener-
gia.
96
96% = 100 = 0,96 ; Efinal = 0,96 X 3,0 J = 2,88 J.
A energia final é a energia cinética.

= 2 ' 88 <=> O'100 x v 2 = 2 '88 ⇒ v = ✓ 0,100


2 88
E
e
= _!_
2
m v2 •
'
_!_ x
2
O 200 x v2
'
• m s-1 =
= 5,4 m s-1

Potência, P

A potência é a grandeza físi ca que mede a rap idez com q ue a e nergia é transferida. A potência,
P, pode ca lcular-se pelo quociente entre a ene rgia transferida, E, e o intervalo de tempo que
levou a transferir, Lit.

J
E ~ ou le
W ---➔ P= -
watt M ~

s
segundo

1J
Um watt corresponde à transferência de um j oule por segundo: 1 W = ~ = 1 J s-1.

90
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

1.1.2 Energia interna


Um corpo parado, mesmo sem ter em conta a sua interação com outros, possui uma certa ener-
gia. Essa energia chama-se energia interna, U. A energia interna resulta das energias cinéticas
de todas as partículas, Ec (partículas), que constituem o corpo, e das energias associadas às
interações entre elas, EP (partíc ulas).

U = Ec (partículas)+ EP(partículas)

A temperatura é uma propriedade de um sistema que se mede com um termómetro. Está


relacionada com a energia interna. En ergia interna e temperatura não são idênticas: a energia
interna depende do número de partículas e a temperatura não. Se duas amostras da mesma
substância tiverem a mesma temperatura , tem mais energia interna a que tiver mais partículas.
Um sistema físico para o qual não são tidas em conta as variações de energia interna desig-
na-se por sistema mecânico.

i+i%i·l·it4H@+M
7. Colocaram-se termómetros em quatro recipientes com água , como ilustra a figura.
A B e D
35ºC 35ºC 60 ºC 1

Ili
Pode conclu ir-se que
(A) os sistemas A e e têm a mesm a energia interna.
(8) a energia interna do sistema B é igual à do D.
(C) a energia interna do sistema B é maior do que a do sistema C.
(D) o sist ema com ma ior energia interna é o D.

& (D) . Entre dois sistemas, constituídos pela mesma substância, com a mesma tem-
peratura, casos de A e C e de B e D, tem mais energia interna o que tiver maior
número de partículas (maior massa). Entre dois sistemas com o mesmo número
de partículas (mesma massa), casos de A e B ou C e D, o que tiver maior tempe-
ratura tem mais energia interna.
Não é possível, com a informação do enunciado, comparar as energias internas
de B e C: B tem maior temperatura, mas C tem maior massa.

1.1.3 Transferências de energia por ação de forças.


Trabalho de uma força constante
O trabalho é uma medida da energia transferida entre sistemas por ação de fo rças. Para que
exista trabalho, é necessário que uma força atue sobre um corpo e que, simultaneamente,
exista um deslocamento do ponto de aplicação da força. Mas não é suficiente , pois pode exis-
tir deslocamento do ponto de aplicação da força sem que exista trabalho realizado.

91
FÍSICA 10.0 Ano

A expressão que permite ca lcu lar o trabal ho, W, de uma força constante (Fig. 1.1) é:

W= F dcos 0

Fig. 1.7 Trabalho de um a força constant e.

sendo F e dos módulos da força e do deslocamento, respetivamente, e e o ângulo entre a


força e o deslocamento.

O traba lho é uma grandeza escalar, bastando para a sua ca racterização um número e uma
un idade. O trabalho positivo chama-se de trabalho potente e o trabalho negativo c hama-se
trabalho resistente.

A unidade SI de trabalho é o joule (J). Um j oule é o traba lho realizado por uma força constan-
te, de um newton, quando o deslocamento é de um metro, tendo a força e o deslocamento a
mesma direção e sentido (Fig. 1.8).

F F=1N F

d = 1m
:C·- • - ·· • · •• · • - -- - -- - -- - - - - -- - - - -- - - - ·- - - -- - - - ->:

Fig. 1.8 Unidade SI de trabalho.

A força F, representada a vermelho, que atua no ca ixote, é equivalente à soma de duas for-
ças, a azul co m a verde (Fig. 1.9 ). Estas duas forças são as componentes da força: a verde é a
componente da força paralela à direção do movimento; a azul é a component e da fo rça per-
pendicular ao desloca mento. O trabalho da força a azul é igua l ao produto da sua intensidade
pelo módulo do deslocamento e pelo cosseno de 90°. Como cos 90° = O, esta força real iza
um trabalho nulo. Ass im, só a força a verde é que irá realiza r trabalho. Esta componente da
força designa-se por componente eficaz da força, Fer

Fig. 1.9 Componente eficaz de uma força.

A compone nte escalar da fo rça eficaz na direção do movimento pode ser calculada pelo
produto da intensidade da força, F, pelo cosseno do ângulo entre a fo rça e o deslocamento,
F cos 0.

92
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

O t raba lho da força fé igual ao trabalho da compone nte eficaz dessa força.

Pode conc luir-se que quando a força for perpendicular ao deslocamento


(o âng ulo ent re a força e o desloca mento é de 9 0 º), o trabalho por ela realizado é nulo.

Quando várias forças at uam num sistema que possua apenas movimento de translação, o
trabal ho tot al, W101• 1, ou seja, a soma dos t raba lhos rea lizados por cada uma das forças é igual
ao t rabalho que se ria real izado pela resultante das forças, W f resultante (Fig. 1.10).

Fig. 1.10 Resulta nte de forças que atuam num sistema.

Soma dos traba lh os rea lizados por cada uma das forças= Traba lho da resultante das fo rças Ili
Exemplo de uma força constante: peso de um corpo

Uma bala nça indica-nos a massa de um corpo, que é uma ca-


racterística desse corpo, proporcional ao seu peso. Por isso, fre-
quentemente usa-se um dinamómetro, que mede a intensidade
de forças (Fig. 1.11). O peso de um corpo, P, pode calcular-se pe lo
produto da massa do corpo, m, pela aceleração gravítica, g. 1
6
p
Fig. 1.11 Pesar u m corpo.

Quando a massa é expressa em quilogramas, kg, e a aceleraçã o gravítica em metros por


segundo quadrado, m s- 2 , o peso é expresso em newtons, N. Por exemplo, como à superfície
da Terra g rerra = 10 m s- 2 , para um corpo com uma massa de 60 kg, a intensidade do seu peso
à superfície da Terra é:

P = 60 kg X 10 m s- 2 = 6,0 x 102 N.
O peso defi ne a vertica l e o se ntido descendente, pode ndo considerar-se igual à força graví-
tica que a Terra exerce sobre o corpo.

93
FÍSICA 10.0 Ano

8 . O ca ixote da figura, de massa 50 kg, é deslocado 6,0 m da pos ição (A) para a posi-
ção (B). As forças F e Fª têm intensidades iguais a 300 N e 50 N, respetiva mente.
B A

8 .1 Fa ça a legenda das forças representadas.

8 .2 Calcule o trabalho de cada força que atua no caixote naquele de slocamento.


8 .3 Identifique o t ra balho potente e o resistente.

8.4 Determine o trabalho que é realizado pela resultante das forças.

& - -
8.1 F : força gravítica (exercida pela Terra sobre o caixote); N: força normal (exer-
g -
cida pela superfície sobre o caixote); F: força de atrito (exercida pela superfí-
- a
cie sobre o caixote); F: força exercida pelo rapaz sobre o caixote.

8.2 O módulo do deslocamento d é de 6,0 m.


i) Trabalho da força gravítica (peso do corpo):
F = P = m g = 50 kg x 10 m s-2 = 5,0 x 102 N
9
O ângulo entre a força gravítica e o deslocamento é 90º.
w:F = F d cos 0 = 5 o X 102 X 6 o X cos 90° J = 5 o X 102 X 6
g g ' ' ' '
o oJ = o
X

ii) Trabalho da força normal:


O ângulo entre a força normal e o deslocamento é 90°.
WN = N d cos 0 = N x 6,0 x cos 90º J = N x 6,0 x O J = O

iii) Trabalho da força F:


O ângulo entre a força e o deslocamento é Oº.
WF = F d cos 0 = 300 N x 6,0 m x cos Oº= 300 x 6,0 x 1 J = 1,8 x 103 J

iv) Trabalho da força a F:


O ângulo entre a força e o deslocamento é 180º.
wF. = F. d cos 0 = 50 N x 6,0 m x cos 180° = 50 x 6,0 x (-1) J = -3,0 x 102J
8.3 A força f realiza trabalho potente e a força ~ realiza trabalho resistente.

8.4 A resultante das forças é a soma de todas as forças: f res = f g + N + f + f:a


Na direção vertical, perpendicular ao movimento, as forças anulam-se (a força
--- - - -----
normal anula o peso: F9 + N = O). Por isso, F,es = F 9 + N + F + Fª = F + Fª.
Na direção horizontal, a resultante das forças tem a direção e o sentido da
força F,pois esta é mais intensa do que a força de atrito~ , e tem módulo F,es
= (300 - 50) N = 250 N.
WF,•• = F,•• d cos Oº = 250 N x 6,0 m x 1 = 1,5 x 103 J
Este trabalho é igual ao trabalho total
wtotal = WFg + wN + wF + WFa = (O + o + 1,8 X 103 - 3,0 X 102 ) J = 1,5 X 103 J

94
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

O cosseno de um ângulo toma valores entre -1 e +1.

0 ° < 0< 90° 0= 90° 90° < 0 < 180° 0= 180°

Cosseno do
ângulo ( cos 0)
+1 positivo o negativo -1

Existindo força e também deslocamento, como será o trabalho se o ângulo entre a força e o
deslocamento va riar entre Oº e 180º?

Fig. 1.12 Força constante atuando em d ireções diferentes numa


partícula que se desloca horizontalmente para a d ireita.

Ângulo (0) 0= 0 ° 0 ° < 0 < 90° 0= 90° 90° < 0 < 180° 0= 180°
Direção
mesma mesma direção
e sentido de d ireção direção d ireção
força em relação
ao deslocamento
W, trabalho da
força constante
direção
e sentido

positivo
e máximo
oblíqua

positivo
perpendicular

nulo
oblíqua

negativo
e sentido
oposto

negativo
e máximo e m
Ili
módulo

Trabalhos positivos aumentam a energia do corpo, trabalhos negativos diminuem a energia do


corpo e traba lhos nulos não alteram a energia.

9. O ca ixote da figura, de massa 50 kg, é deslocado de 6,0 m da posição (A) para a


posição (8). Calcule o trabalho da força F que atua sobre ele no deslocamento entre
Ae 8 .
B A

& O ângulo entre a força e o deslocamento é 30º.


WF = F d cos 0 = 300 N x 6 ,0 m x cos 30° = 300 x 6,0 x 0,87 J = 1,6 x 103 J

95
FÍSICA 10.0 Ano

10. Um avião de brincar foi preso por um fio a um eixo fixo no


chão. Depois de ligado o seu motor elétrico, fica a des-
crever uma trajetória circular, tal como mostra a figu ra.
Sobre o traba lho real izado pela força que o fio exerce no
F
avião, pode afirma r-se que
(A) é tanto maior quanto maior for a velocidade com que
ele se move.
(B) aumenta se for aume ntado o comp rime nto do fio.
(C) é sem pre nulo, qualquer que seja a veloc idade.
(D) depende da força de atrito entre as rodas do avião e o chão.

ti (C). Como a força exercida pelo fio é sempre perpendicular à trajetória do avião,
o trabalho desta força é nulo qualquer que seja a situação do movimento.

11. Um helicóptero de combate a incêndios move-se a 25 m/s e des loca horizontal-


mente um balde com 3 mil litros de água. Nesta situação, o âng ulo entre a vertical
e a direção balde/ hel icópt e ro t em uma amplitude de 50º e o módulo da resu ltante
das forças exercidas pelos fios no balde é 4,7 x 10 4 N.

11.1 Num esquema, desenhe a força que o hel icóptero exerce


sobre o conjunto balde/água e tam bém a sua co mponen-
te eficaz. Determ ine a intens id ade da componente eficaz
50"
dessa força.

11.2 Qual é o trabalho realizado pela força exercida pelos fios d urante um quilómetro?

ti 11.1 Como o ângulo que a força faz com o deslocamento é


90° - 50° = 40°, a componente eficaz da força é
F.1 = F cos 40º = 4,7 X 104 X cos 40º N = 3,6 X 104 N.

11.2 WF = F.1d = 3,6 X 104 X 1000 J = 3,6 X 107 J.

12. Um carro, de massa 40 kg , desloca-se do


A
ponto A para o ponto B, ao longo do plano
inclinado da figura (AB = 3,0 m). Dete rm ine F
___º +-- - - - ~ - - - - = - B
o t raba lho da força gravítica (peso do cor-
po) nesse deslocamento.

O ângulo entre a força e o deslocamento é 80°,


pois a soma dos ângulos internos de um triângulo é
180º e o triângulo formado pelo deslocamento, pela
1 ü° : ~
força e pela base do plano é retângulo.

F = m g = 40 kg x 10 m s-2 = 400 N ·' d = 3 ' O m


g
WFg = Fg cos ed = 400 N X cos 80° X 3 ' o m = 21' X 102 J

96
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

13. Um ca rro desceu um plano inclinado, ficando 15 m abaixo do níve l inicial. O traba-
lho do peso do carro no deslocamento foi de 7,5 x 104 J. A massa do carro era de
(A) 7,5 X 103 kg. (8) 5,0 X 103 kg. (C) 7,5 X 10 2 kg. (D) 5,0 X 102 kg.

A
(D). WFg = Fg AB cos 0 = m g AB cos 0
h
Mas como cos 0 = = , temos
AB h
- h
WF9 =mg AB = =mgh
AB ?
9
W F = 7, 5 x 104 J ·, g = 10 m s-2 ·, h = 15 m
9
7,5 X 104
WF = m g h ⇒ 7,5 x 10 4 = m x 10 x 15 ⇒ m = - - - - kg = 5,0 x 10 2 kg
9
10 X 15

1.1.4 Teorema da Energia Cinética

Um corpo em movim e nto possui e nergia associad a a esse movimento - energia cinética. Se o
corpo estiver em repouso , portanto, com energia cinética nula, irá entrar em mov imento após
uma força atuar e realizar trabalho. A energia ci nética que o corpo adquire resulta do trabal ho
realizado pela força.

Se as variações de energia intern a forem desprezáveis, sempre que a energia cinética do cor-
po variar, a variação sofrida é igual ao traba lho realizado pela força. Se atuarem vá rias forças,
esta lei mantém-se vá lida. Esta igualdade é conhecida como Teorema da Energia Cinética,
Ili
ou Lei do Trabalho-Energia: a soma dos traba lhos realizados por todas as forças é igual à
variação da energia cinética do corpo.

1 1
LW = LlEe = Ee, final - Ee, .1mc1al
. . = -2 m v2final - 2 m v2inicial

Para um corpo apenas com movime nto de translação , a soma dos trabalhos realizados por
ca da força é igual ao trabal ho realizado pela res ultante das forças, WF,es Logo, WF,es = LlEc

14. Um automóvel, de massa 800 kg , atinge 100 km/ h, partindo do repouso, em 10,8 s.
Admita váli do o mod e lo da partícula materia l.

14.1 Determine a soma dos trabalhos das forças que atuam sobre o automóvel nos 10,8 s.

14.2 Calcule a potência média no arranque.

km 1000 m
(j 14.1 v = O· v1 = 100 -
' ' h
= 100 x - - - = 27 8 m s-1•
3600 s '

A energia cinética final é E = _!_ m v = 0,5 x 800 x 27,82 J = 3,09 x 105 J.


2
e 2
O trabalho realizado é LW = LlEc = (3,09 x 10 5 - O) J = 3,09 x 105 J.

W 3 09 X 105 j
14.2 p = - = ' = 2,86 X 104 W
M 10,8 s

97
FÍSICA 10.0 Ano

15. Ao aspirar o chão, um homem exerce uma força de


50 N sobre o aspirador. Essa força faz um ângu-
lo de 30º com a horizontal e a força de atrito é de
10 N. Sabe-se que a massa do aspirador é 5,0 kg e
que ele, estando parado, se deslocou na horizontal,
adquirindo uma velocidade de 2,0 m/s ao fim do
tempo em que atuaram as forças. Admita a validade
do modelo da partícula material para o aspirador.

15.1 Qual foi o trabalho realizado pelas forças que atuaram sobre o aspirador?

15.2 Quanto se deslocou o aspirador7

& 15.1 O trabalho total de todas as forças, W,, é igual à variação de energia cinética.

v. =o· v
1 ' f
= 2 ' o m s-1 ⇒ LW= !iE = (__!_
e 2
x s o x 2 0 2 - o) J =10 J
' '

15.2 O trabalho do peso e o da força normal são nulos, pois são duas forças per-
pendiculares ao deslocamento. A força de atrito faz um ângulo de 180° com
o deslocamento.
wp + WN + WFh + WFo =O+ O+ Fh x cos 30º x d - FC x d = (Fh x cos 30° - F) x d
é o trabalho total e igual à variação de energia cinética,
10 =(50 x cos 30° - 10) x d, vindo d =0,30 m =30 cm

1.1.5 Movimento num plano inclinado: variação da energia cinética


e distância percorrida (AL 1.1)

A energia cinética do centro de massa de um carrinho que desce uma rampa aumenta com a
distância percorrida, pois na descida a ve locidade va i aumentando e, consequentemente, a
energia cinética também aumenta. A distância percorrida pode medir-se diretamente com uma
fita métrica. Para medir a energia cin ética num dado ponto do plano inclinado, deve medir-se a
massa do carrinho e a sua velocidade no instante em que o ca rrinho passa nesse ponto.

Plano inclinado com


fita métrica incorporada

Cronómetro digital

Fig. 1.13 Montagem para determinar a energia


cinética no movim ento num plano inclinado.

98
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

Para medir experimentalmente a velocidade do ca rrinho quando passa num dado ponto, usa-se
uma célula fotoelétrica associada a um cronómetro digital. Se se colocar na parte superior do
ca rrinho uma tira opaca estreita, dividindo a sua largura pelo tempo de passagem dessa tira
em frent e à célula fotoelétrica, obter-se-á uma boa aproximação para o módulo da velocidade,
porque o intervalo de tempo medido va i ser pequeno.

Assim, mede-se a distância percorrida pelo carrinho at é um dado ponto e a energia cin ética do
carri nh o nesse ponto, repetindo o procedimento, pelo menos, para cinco pontos diferentes ao
longo do p lano inclinado. De segu ida, constrói-se um gráfico de pontos (diagrama de disper-
são) da variação da energia cinét ica, 11Ec, em fu nção da dist ância percorrida, d, sobre o plano.

Prevê-se que a energia cinética aumente proporcionalmente com a distânc ia percorrida, uma
11E
vez que Z:W = 11Ec ⇒ WF'res
. = 11Ee ⇒ Fres d cos Oº = 11Ee ⇒ _e=
d Fres = co nstant e (na descida are-
sultante das forças pode ser considerada constant e).

1.1.6 Forças conservativas e não conservativas

Força conservativa: o trabalho realizado por uma força conse rvativa entre quaisquer dois
pontos é sempre o mesmo, in dependentemente da t rajetória seg uida. Se a trajetória for fe-
chada, o trabalho realizado por uma força conservativa será nulo, pois as posições final e
inicial são as mesmas (o t raba lho é nulo, pois, por não depender da trajetória , tem de co incidir

Ili
com o traba lh o que seria realizado se o corpo se mantivesse em repouso na posição inicial).

Forças não conservativas: o trabalho realizado por uma força não conservat iva entre quais-
quer duas posições depende da trajetória seguida.

As forças de at rito e as forças de resistência do ar são forças não conservat ivas. Por exemplo,
se um corpo for atirado para cima (Fig. 1.14):

• no movimento ascendente, a força de resistência do ar será


contrá ria à subida e realizará um t rabalho negativo;
• depois de o corpo começar a cair, a força de resistência do ar
t erá o sentido ascendente, sendo ta mbém contrária ao movi-
mento, e realizará um traba lho negativo. : F.
Fig. 1.14 A força de resistência
Se o ponto final coi ncidir com o inicia l, a soma do trabalho da força do ar na subida e na descida
de resistência do ar na subida com o da descida nunca será nulo. é contrária ao movimento.

1.1.7 Trabalho do peso e energia potencial gravítica

A energia pot encial gravítica é a energia de interação entre um corpo e a Terra (ou outro ast ro)
e a força gravít ica (ou peso do corpo) traduz a interação entre o corpo e a Terra. A energia
pot encial gravítica está relacionada com o traba lho da força gravít ica.

O t raba lh o realizado pela força gravítica exercida pela Terra sobre um corpo, no desloca-
mento desse corpo ent re dois pontos A e B, não depende do camin ho segu ido entre esses
pontos: diz-se que o peso é uma força conservativa e o seu trabalho é simétrico da variação
de energia potencial gravítica.

W pesa = - 11EP
w peso = -(Ep, final - Ep. inicial) = -(m g h final - mg h iniciall

99
FÍSICA 10.0 Ano

O nível de referência para a medida das alturas, h, é arbitrário, podendo tomar-se o valor nulo
para a altura mais baixa. Desta forma estabelece-se também o valor nulo para a energia potencial.

Considere-se uma bo la em duas pos ições A e B (Fig. 1.1s). As energias potenciais em B e em A


serão f P 8 = m g h e f P A= O, pois considera-se, por simplicidade, hA= O e h 8 = h.

Por exemplo, se uma bola for atirada para cima, da posição A


(inicial) para a posição B (final), a energia pot encial aumenta,
f pA = m g h - O= m g h. O tra-
sendo a sua variação !::..fP = f P 8 -
"B Subida

balho realizado pelo peso é negativo na subida: Wpeso = - m g h .


Descida
Como será a situação correspondente à descida da bola?
Agora , a posição final é a mais baixa, A, e a pos ição inicial é a
Fig . 1.15 Subida e descida de
mais alta, B. A energia potencia l diminui, sendo a sua variação uma bola.
!::..EP= f pA- f P 8 = O - m g h = - m g h. O trabalho realizado pelo
peso é então positivo na descida: Wpeso = - !::..f P = m g h.

Entre as mesmas posições, w pesosublda = -Wpesodesclda "

No percurso em que um corpo sobe e desce para a mesma altura de partida, Wpeso = O.

16. Em t rês situações distintas um


helicóptero desloca um ca ixote
entre dois pontos A e 8. Sobre
o trabalho da força gravítica, nos
trajetos indicados na figura, é cor-
reto afirmar-se que

(A) é maior no trajeto 111, porque


o caixote é levado mais acima.
(B) é menor no trajeto 1, porque se
deixou descair o caixote e se aproveita a energia dessa descida.
(C) é menor no t rajet o 11, porque o caminho é o ma is curto.
(D) é igual para os três trajetos.

& (D). Embora o helicóptero possa necessitar de diferente quantidade de combus-


tível nos diferentes trajetos, o trabalho realizado pelo peso é o mesmo nos três. É
em todos simétrico da variação de energia potencial gravítica do sistema caixote +
+ Terra, de A para B.

17. Por vezes usa-se uma prancha como plano inclinado para elevar objetos pesados.
17.1 Mostre que o trabalho realizado pe lo peso do
corpo, no deslocamento entre dois pont os, é o
mesmo quer se desloque o corpo através da ram-
pa quer se desloque horizon talmente o corpo e
depois se proceda à sua elevação na vert ical.

100
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

17.2 Como qualquer que seja a trajetória o trabalho realizado pelo peso é sempre
o mesmo, qual é a va ntagem de colocar uma prancha como plano inclinado?

& 17.1 Considere-se o triângulo ABC, onde


AB representa a rampa , e as relações
trigonométricas:

AC h
cos 0 = --= = sin O'. = --=; 0 = 90° - O'.
AB AB

No trajeto 1, o corpo desloca-se na rampa de B para A :

• W = P AB cos (90º + a)= m g AB (-sina)= -m g AB h = -m g h ⇒


P AB
⇒ WP=-mgh
No trajeto 2, o corpo desloca-se horizontalmente e depois verticalmente:

• de B para C o deslocamento é perpendicular ao peso ⇒ WP = P BC cos 90° = O

• de C para A ⇒ WP = P CA cos 180º = -m g h


Trabalho do peso no percurso BCA: WP = O+ (-m g h) = -m g h

Verifica-se que o trabalho do peso no deslocamento de B para C e depois


para A é igual ao trabalho do peso no trajeto direto de B para A , dado o peso
ser uma força conservativa: o trabalho é independente do trajeto.

17.2 Se elevarmos o caixote diretamente de


C para A, temos de fazer uma força que
A
Ili
contrarie o peso do corpo e, que no mí- p
:
nimo, terá a mesma intensidade do peso.
a;
Se o caixote for elevado através da ram- e B
pa, a força que temos de fazer tem ape-
nas de contrariar a componente do peso na direção do deslocamento, P efica z'
a qual é menor do que o peso. Esta é a vantagem.

1.1.8 Energia mecânica, forças conservativas e conservação da energia


mecânica

À soma da energia potencial, EP, com a energia cinética, Ec, dá-se o nome de energia mecânica:

Em =Ep + Ee

A energia ci nética pode converter-se em energia potencial e vice-versa.

Quando num corpo apenas atuam forças conservativas (fc), o trabalho dessas forças é igual
ao simétrico da variação de energia potencial, W1c = -ó.EP, mas, atendendo ao Teorema da
Energ ia Cinética, este trabalho também é igual à variação de energia cinética, W1c = ó.Ec, en-
tão, verifica-se a igualdade ó.Ee =-ó.E p
ou ó.Ee + ó.Ep =O.

ó.(Ee + Ep ) =O ç::::} ó.Em =O ç:::} Em =constante

101
FÍSICA 10.0 Ano

Sempre que apenas existam forças conservativas (ou existindo forças não conservativas
realizando um trabalho nulo), a energia mecânica permanece constante no decurso do tem-
po, significando que a energia mecânica se conserva . A um certo aumento da energia ciné-
tica corresponde uma diminuição do mesmo valo r da energia potencial e vice-versa.

Entre quaisquer pontos A e B a ene rgia mecânica é constante, ou seja, conserva-se (Fig.1.16):

0
E ~

Fig. 1.16 No movimento de um


Epl_____, baloiço a energia potencial é
máxima para a altura máxima,
mas decresce quando a
t
velocidade aumenta.
Verifica-se que o aumento
da energia c inética é igual à
diminuição da energia potencial.

18. Um tijol o de massa m estava em repouso e foi deixado cair


de um ponto a uma altu ra h. Considerando desprezável
a resistência do ar e tomando como nível de referência o
níve l do solo, a energia potencial gravítica no ponto Q é
_ _ _ _ _ e a energia cinética é _ _ _ __
pfhr··
Q . . .•
-h
(A) I_ m g h ... I_ m g h (C) 2 m g h ... J_ m g h
3 3 3 3
(B) J_ m g h ... I_ m g h (O) J_ m g h .... J_ m g h
3 3 3 3

& (8). A energia cinética inicial é zero e a energia potencial é m g h. Portanto, a


energia mecânica inicial é Emp =O+ m g h = m g h. Desprezando força de resistên-
cia do ar, na queda do tijolo só se considera a força gravítica, que é conservativa;
a energia mecânica permanece constante.
A ; da altura inicial, ponto Q, EPa = ; m g h. Considerando a conservação da
energia mecânica: Em = Em <=> m g h = Ec + _!_ m g h <=> Ec = 3_ m g h
p a a 3 a 3

19. Num baloiço, uma rapariga de 60 kg eleva-


-se a uma altura máx ima de 1,5 m e m rela-
ção ao solo (posição A da figura). Conside-
re desprezáveis os atritos.

19.1 Calcule a energia potencial gravítica do


sistema rapariga+ Terra em A, to mando
como referência o nível do solo.

19.2 Determine o módulo da velocidade com que passa e m B, a 50 cm do chão.

102
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

& 19.1 EP= m g h = 60 x 10 x 1,5 J = 900 J

19.2 50 cm = 0,50 m

Na posição A, a velocidade anula-se porque o sentido do movimento se


inverte. Logo, também a energia cinética se anula: E cA= O.

m g h = _!__ m v 2 + m g h {:=} 60 x 10 x 1 5 = _!__ 60 v 2 + 60 x 10 x O 5 {:::}


A2 B B '2 B '

{:::} 900 = 30 V~ + 300

V2 =
900 - 300 ⇒ V = ✓-
900
-- -
300
- m s- 1 = 4,5 m s-1
B 30 B 30

1.1.9 Forças não conservativas, variação da energia mecânica,


dissipação de energia e rendimento

Qu ando para além das forças con servativas (fc) também são exercidas forças não co nserva-
tivas (fnc), temos:

Wfnc + Wfc = ó.Ee

Como Wfc =-ó.Ep ' então Wfnc - ó.Ep = ó.Ee ⇒ Wfnc =ó.Ep + ó.Ee ou Wfnc = ó.Em = Em (final) - Em
Ili
(inicial)

Sempre que existirem forças não conservativas, o seu trabalho é igual à variação de ener-
gia mecânica. As fo rças não conservativas podem aumentar ou diminuir a energia mecânica,
real izando um trabalho positivo ou negativo.

As forças não conservativas que realizam sempre trabalho negativo são chamadas forças
dissipativas. É o caso das forças de atrito entre superfícies em movimento.

Quando há atrito, à diminuição da energia mecânica do co rpo corresponde um aumento da


energia interna do co rpo e da sua vi zinh ança, o que se manifesta num aumento de t empera-
tura das superfícies em contacto, as quais deslizam uma sobre a outra. Assim, a energia do
conjunto corpo+ vizinhança co ntin ua a conserva r-se.

O rendiment o define-se por

E. .
= -u_t,_I
17 Etotal

sendo E101ª1 toda a energia mecânica inicial disponível e Eúrn a que é aproveitada para o movi-
mento no final de um ce rto processo (como há sempre alguma energia dissipada, seg ue-se
que 17 < 1; quanto maior for a energia dissipada, menor será o rendimento); é usualmente
expresso em perce ntagem. O ren dimento pode tam bém ser ca lculado em termos da energia
P.
transferi da por unidade de tempo, ou sej a, da potência, 17 = ~ .
total

103
FÍSICA 10.0 Ano

20. Inicia-se um movimento num escorrega a 2,5 m de


altura do solo e chega-se a uma zona plana a 0,5 m
do chão. No deslizamento de uma rapariga do topo
até à zona plana, verifica-se que, tomando como re-
ferência o nível do ponto B, 20% da energia inicial
se dissipa. A massa da rapariga é 45 kg.
Determine o va lor da ve locidade com que ela chega
à zona plana.

& A energia inicial disponível é a energia mecânica, que é igual à diferença de ener-
gia potencial gravítica entre o ponto A e o ponto B, porque a energia cinética
inicial é nula.

. . . = Ep + Ee = m g h + O = 45
Em (1ntc1al) x 10 x (2 ' 5 - O' 5) J = 9 ' O x 10 2 J
Se 20% da energia se dissipar, a energia útil será 80% da energia disponível.

E útil = 0,8 x 900 J = 720 J


A energia . , . fima 1e, 720 J, entao
. cmet1ca ~ v2 = 2 X720 ⇒ v8 = ✓ 1440 m s-1 = 5 ,7 m s-1
8
45 45

21. Um carrinho, largado no nível A, desce um plano com 20º de inclinação, encontran-
do depois um percurso plano e horizontal. No plano inclinado o atrito é desprezá-
vel, mas no percurso horizontal não o é.

1F)p
B e

21.1 Represente, num esquema, as forças que atuam sobre o carrinho a meio do
plano inclinado e na superfície horizontal.

21.2 Calcule o módulo da velocidade com que o carrinho chega à posição B.

21.3 Se a força de atrito tiver a intensidade de 36 N, qual será a distância mínima


a que deve estar o obstáculo, posição C, para o carrinho não embater nele?
Fundamente a sua resposta.

& 21.1

P.

104
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

& 21.2 Com os dados fornecidos, esta questão pode resolver-se por dois métodos.
1.º método: pela conservação da energia mecânica:

Ec; + E Pj = E"f + Eµ, ⇒


1
2 m V~ + m g hi =
2
1
m v: + m g h,

Como a velocidade inicial é nula e tomando o nível mais baixo como a origem
para a energia potencial, a expressão fica
1 1
m g h. = - m v2 ⇒ 4 x 10 x 1 8 = - x 4 x v2 ⇒ v 1 = 6,0 m/ s.
1 2 f ' 2 f

2.º método: pelo Teorema da Energia Cinética:

P AB cos 70º = m g AB h / AB = m g h = 4,0 x 10 x 1,8 J = 72 J

wtotal = wp + WN = (72 + O) J = 72 J (a força normal não realiza trabalho por

ser perpendicular ao deslocamento)

2 m v8
Wtotal = !:::..Ee = _!__ 2 m v A ⇒ 72 = O' 5
_!__ v2f ⇒ v f = 6 ' O m/ s.
2 - 2 x 4 x

21.3 O carrinho chega a B com uma energia mecânica de 72 J. No percurso de B


até parar, posição C, dissipa essa energia, devido ao trabalho da força de atrito.

wF. = - F. d
Wfnc = !:::..Em = Eme - Em <=> WFa = O - Em <=> - Fa d = -Em <=> d = Ems
F =
8 8 8
a
72 J

Ili
=--=20m
36 N '

1.1.10 Movimento vertical de queda e ressalto de uma bola: transformações


e transferências de energia (AL 1.2)

Quando uma bola é deixada cair na vertical, diminui a sua altura em relação ao solo e au-
menta a sua velocidade à medida que se aproxima dele. Assim , na descida vai diminuindo a
energia potencial gravítica do sistema bola + Terra e aum entando a energia cinética da bola.
Ao embater no so lo, a bola vai ressaltar, subin do na vertical até uma altura máxima. Nest e
movimento aumenta a energia potencial gravítica do sistema bola + Terra e diminui a energia
cinética da bola. Após ter alcançado a altura máxima, inverte o sentido do seu movimento e
reinicia a descida.

Na descida e na subida as forças dissipativas são desprezáveis. Assim, como durante a que-
da e a subida há conservação de energia mecânica, a energia potencial gravítica na altura
máxima é igual à energia cinética com que sa iu do solo, após uma dada colisão, e à energia
cinética com que irá chegar ao so lo, ant es da colisão seguinte.

Pode então ca lcula r-se a velocidade, v , com que chega ao solo após queda da altura h queda' ou
a altura máxima, h ,essa1to' após ini cia r a subida com a velocidade v.
v2
2 m v ⇒v
1
m g h queda= _!__ 2 2
= 2 g h queda ou -mv
2
2
=mgh ressalto ⇒ h
ressalto
=2-g-

Todavia, na colisão com a superfície há dissipação de energia, a qual é tanto maior quanto
menor for a elasticidade do par de materiais em colisão (bola - superfície de ressalto).

105
FÍSICA 10.0 Ano

Naturalmente, a altura máxima após cada ressalto vai sendo sucessivamente menor do que
a da anterior queda.

Fig. 1.17 Sensor de posição


Sensor de movimento que mede a alt ura de uma
hfcm
bola ao c hão ao longo
80 do tempo e respetivo
gráfico altura-tempo p ara o
movimento.
60

40

20

5 10 15 20 t/ s

A percentagem de diminuição de energia em cada colisão deve depender apenas da elasti-


cidade dos materiais em colisão, sendo então constante.

Elaborando-se o gráfico da altura de ressalto em função da altura de queda, h ,essano = f(hquectal'


pois estas alturas são diretamente proporcionais às energias após e antes de uma dada coli-
são, pode prever-se qual é a altura de ressalto para uma dada altura de queda.

h ressa lto = constante


hqueda

A constante obtida é igual ao declive da reta que melhor se ajusta aos dados e xperimentais
e obtém-se a partir da equação de regressão linear.

1.2 Energia e fenómenos elétricos


1.2.1 Energia elétrica e correntes elétricas

O transporte de e nergia elétrica está associado ao


deslocamento de cargas elétricas (Fig.1.1s).

Quando há um movimento orientado de cargas elé-


tricas, diz-se que existe uma corrente elétrica.
Há substâncias onde as cargas elétricas se movimen-
tam facilmente, as condutoras , e outras com um com-
portamento oposto, as isoladoras. No caso dos me-
tais, a corrente elétrica é o resultado do movimento
orientado de eletrões.

A carga elétrica (símbolo Q) exprime-se em cou lomb


(símbolo C), no SI. A carga elétrica é sempre um múl-
tiplo da carga do eletrão, pois esta é a carga mais Fig. 1.18 A s linhas de alta tensão permitem
pequena existente (é chamada carga elementar). o transporte da energ ia el étrica d e sde
as centrais elétricas até aos locais d e
A carga do eletrão é -1,6 x 10-19 e. dist ribuição.

106
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

1.2.2 Grandezas elétricas: diferença de potencial elétrico e corrente elétrica.


Corrente contínua e corrente alternada.

Nos metais, os eletrões de valência estão fracamente atraí-


dos pelos núcleos atómicos. Por isso, esses eletrões, também
designados por eletrões livres ou de condução, movem-se
facilmente entre os agregados dos núcleos e eletrões inte-
riores (iões da rede metálica), (Fig.1.19).

Para que exista um movimento ordenado dos eletrões de


cond ução, isto é, para que se origine uma corrente elétri-
ca, é necessário que sobre todos esses eletrões exista, num
Fig.1.19 Eletrões de condução num
determinado intervalo de tempo, uma força com o mesmo metal.
sentido. Um dispositivo que pode originar essa força elétrica
é um gerador de tensão elétrica, (Fig. 1.20 A).

Sob ação de uma força , os eletrões de condução na sua trajetória vão colid indo com os iões
da rede metálica. Apesar do movimento em ziguezague, os eletrões deslocam-se ao longo do
cond utor no mesmo sentido, (Fig. 1.20 B).
(8)

-F.
Fig. 1.20 Um gerador,
que origina forças
elétricas sobre os
eletrões de condução
criando uma corrente
elétrica, e o seu
Ili
símbolo esquemático.

Como os eletrões têm um deslocamento e há forças exercidas sobre eles, estas forças reali-
zam trabalho, ou seja, transferem energia, E, para os eletrões.

A energia, E, transferida por unidade de carga elétrica, Q , no deslocamento dessa carga entre
dois pontos, permite definir a diferença de potencial elétrico, U, entre esses pontos.

U = ~ (unidade SI volt, símbolo V)

É transferida a energia de um joule (1 J) no des-


locamento da carga de um cou lomb (1 C) quan-
do a diferença de potencial elétrico entre os
pontos do deslocamento é de um vo lt (1 V).

A diferença de potencial elétrico, ou tensão,


mede-se com um voltímetro, Fig. 1.21. Quando se
mede, ligam-se as pontas do voltímetro entre
dois pontos do circuito. Por exemplo, no caso do
gerador existem dois polos, o positivo e o nega-
tivo, e deve ligar-se a ponta preta do voltímetro ---(j)----
ao polo negativo e a vermelha ao positivo. Fig.1.21 Um voltímetro e o seu símbolo esquemáti co.

107
FÍSICA 10.0 Ano

Ao estabelecer-se uma diferença de potencial elétrico entre dois pontos, A e B, de um condu-


tor, surge uma corrente elétrica.

A corrente elétrica caracteriza-se também pela


Secção reta do condutor
rapidez com que a carga elétrica é transportada
através de uma secção de um circuito, Fig. 1.22. /
Se for O a carga elétrica que atravessa uma sec-
ção reta de um circuito durante um interva lo de
tempo M , a grandeza corrente elétrica, /, mé-
dia define-se por: Fig. 1.22 A comente elétrica será mais intensa se mais
eletrões atravessarem uma secção reta do condutor

I= it (unidade SI ampere, símbolo A )


por unidade de tempo.

Se uma carga de um coulomb (1 C) atravessar


uma secção reta de um circuito durante um se- 11111
gundo (1 s), a corrente elétrica é um ampere (1 A).
A corrente elétrica mede-se com um amperíme-
tro, Fig. 1.23. --0-
Se a diferença de potencial entre A e B tiver
sempre o mesmo sinal, as forças sobre os ele- Fig. 1.23 Um amperímetro e
o seu símbolo esquemát ico.
trões mantêm sempre o mesmo sentido. Então,
esta corrente elétrica tem um único sentido e é
designada por corrente contínua.

O sentido do movimento dos eletrões, do polo negativo para o polo positivo, designa-se por
sentido real e o sentido oposto, do polo positivo para o polo negativo, designa-se por sentido
convencional.

Se o sinal da diferença de potencial entre A e B mudar periodicamente, as forças também alter-


nam o seu sentido com a mesma periodicidade e o mesmo acontece com a corrente. É, assim,
originada uma corrente elétrica designada por corrente alternada.

As pilhas são geradores de corrente contínua e a rede de distribuição elétrica fornece uma
corrente alternada.

22. Num metal, os eletrões de condução


(A) só se movimentam se houver uma força que lhes forneça energia.
(8) como têm um movimento desordenado, originam uma corrente alternada.
(C) originam uma corrente elétrica se o seu movimento for ordenado.
(D) ficam sem energia ao colidirem com os iões da rede metálica.

~ (C). Os eletrões, em geral, têm movimentos desordenados e só originam uma


corrente elétrica se uma força os obrigar a moverem-se, em média, num sentido,
portanto, de modo ordenado.

108
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

23. Uma lâmpada de filamento funciona com 2,2 V e 0,25 A. Determine:

23.1 a carga elétrica que atravessa uma secção reta do filamento durante um minuto;

23.2 a energia transferida para a lâmpada durante um segundo.

& 23.1 o = , Llt = 0,25 A x Go s = 15 e


23.2 E= u o= 2,2 v x 15 e= 33 J

24. Uma carga O atravessa uma secção reta de um condutor A em 2 minutos e uma
carga 2 O atravessa a secção reta de um condutor Bem 3 minutos.
Qual é a relação entre as correntes elétricas, /A e /8 , nos condutores A e B, respe-
tivamente?
1 4 3
(B) /A =- /
3 B
(C) /A =-/
3 B (D) /A =- /
4 B

Q 1
& (D).
2 min 2 3
i = --- = -- = -
/8 20 2 4
3 min 3

1.2.3 Grandeza elétrica: resistência elétrica de um condutor


Ili
Quando as extremidades de vários condutores se encontram sob igual diferença de poten-
cial elétrico, produzir-se-ão, em geral, diferentes correntes elétricas. Este comportamento dos
condutores pode ser traduzido pela sua resistência elétrica, R, definida pelo quociente entre
a diferença de potencial elétrico, U , nos seus terminais e a corrente elétrica, /, que o atravessa:

R= ~ (unidade SI ohm, símbolo Q)

Se numa secção reta de um condutor a corrente elétrica for


de um ampere (1 A) , quando submetido a uma diferença de
potencial de um volt (1 V), a resistência elétrica é um ohm (1 Q).

Uma resistência elétrica pode medir-se usando um voltímetro


e um amperímetro, Fig.1.2s. Fig. 1.24 Símbo los de resistências:
co nstantes e vari áveis.

Fig. 1.25 Medição indireta


de uma resistência e
esq uema respetivo.

109
FÍSICA 10.0 Ano

25. Um elemento, p uramente resistivo, de um circuito é percorrido por uma corrente


de 200 mA quando a diferença de potencial nos seus extremos é 12 V. A resistên-
cia elétrica desse elemento é
(A) 0 ,060Q. (8) 17Q. (C) 60Q. (D) 0,017 Q.

1-'l U 12V
~ (C). R = - , = 0,200 A = G0 Q

26. O gráfico apresenta as cu rvas características de um led e de uma resistência de


um fio metálico.

26.1 Indique, justifica ndo, qual das duas cur- i 50

vas, X ou Y, co rresponde ao led. 40

26.2 Pode afirmar-se que 30


(A) a resistência do led diminui com o au-
20
mento da diferença de potencial.
10
(8) quando a diferença de potencial au -
menta, as resistências aumentam.
0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
(C) a resistência do metal é 21 Q. UIV

(D) quando U = 1,2 V, o led apresenta menor resistência.

& 26.1 Y. A resistência elétrica do led depende da tensão aplicada.


u
26.2 (A). A resistência elétrica é R =
1 . A resistência de X, o fio metálico, é cons-
tante, uma vez que U e I são diretamente proporcionais. A resistência de Y,
o led, diminui consoante U aumenta, uma vez que / aumenta mais rapida-
mente do que U. Para U = 1,2 V o led apresenta maior resistência do que o
fio metálico, uma vez que a corrente elétrica que atravessa o led é menor.

1.2.4 Energia transferida para um componente de um circuito elétrico.


Efeito Joule
Um gerador fornece energia continuamente para as cargas elétricas de um circuito, mas, apesar
dessa tran sferência co ntínua de energia, essas cargas mantêm a sua velocidade (de arrastamento).
Nos metais, aquela ve locidade mantém-se porque há colisões dos eletrões de condução com os
iões da rede metálica, de que resulta transferência de energia para I
a rede metálica. Esta energ ia transferida au menta a agitação dos A
iões, o que provoca o aumento de temperatura. Este efeito desig-
na-se por efeito Joule: dissipação de energia num condutor.
A Fig. 1.26 represent a uma porção de circuito, com extremidades
A e B, e um gerador que estabelece uma diferença de pote ncial
elétrico, U, entre A e B. Sendo / a corrente elétrica, a energi a
I B
transferida para a carga, O, que atravessa uma secção reta desse
circuito, no tempo t:i.t, é E = U O. Como O = I M , obtém-se Fig. 1.26 Porção de circuito
E=UIM. percorrido por uma corrente elétrica.

110
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

A energia tran sferida por unidade de tempo é a potência elétrica, P:

P = :t ou usando grandezas elétricas P = UI (unidade SI watt, símbolo W)

Se nos terminais de um circuito houver uma diferença de potencial elétrico de um vo lt (1 V) quan-


do nele há corrente elétrica de um ampere (1 A), a potência fornecida é um watt (1 W). De igual
forma , se num seg undo for transferida a energia de um joule, a potência fornecida é um watt.
Diz-se que um recetor é puramente resistivo se a potência fornecida se manifestar exclusiva-
mente em aquecimento. Então, a potência é dissipada por efeito Joule. Como U = R /, obtém-se:

Energia dissipada na resistência R E = R /2M

Potência dissipada na resistência R P =R/2

Um circuito percorrido por uma corrente eleva a sua temperatura até que a energia transfe-
rida para o ambiente, por calor, iguale o valo r da energia elétrica transferida para esse circui-
to. Posteriormente, a temperatura mantém-se constante. Num
radiador elétrico, a temperatura do filamento eleva-se até que
a energia transferida para o ambiente por unidade de tempo
iguale a potência dissipada, R 12.
Um díodo emissor de luz, conhecido pela sigla led (light emitting
diode, Fig. 1.21), é um dispositivo que emite luz, de forma muito efi-

Ili
ciente, quando a corrente elétrica o percorre num dado sentido. Fig. 1.27 LED de diferentes cores.

27. Quando ligado à rede de energia elétrica, que dispo nibiliza 230 V, um aquecedor
elétrico fornece a potência de 600 W.

27.1 Determin e:
a) o va lor da corrente elétrica que atravessa a resist ência do aquecedor;
b) a resistência elétrica do aquecedor;
e) a energia, em joules e em quilowatt-hora, que é libertada em trinta minutos
de funcionamento.

27.2 O aquecedor tem um comutador que permite ligar apenas metade da resis-
t ência. Com metade da resistência ligada, a potência disponibilizada
(A) diminui para metade. (C) aumenta quatro vezes.
(B) mantém-se. (D) aumenta para o dobro.

1:). P 600 W U 230V


~ 27.1 a) / = U = V = 2,61 A b) R = - , = 2,61 A = 88 Q
230
30
e) E= P !it = 600 w x 30 x 60 s = 1 08 x 106 J· E= o 600 kW x - h = o 300 kW h
' ' ' 60 '

27.2 (D). Mantendo-se a tensão e diminuindo a resistência para metade, a cor-


rente elétrica aumenta para o dobro. R
Como a potência é calculada por P = R /2, conclui-se P' = 2
2 (2/) =
= 2R /2 ⇒ P' = 2P.

111
FÍSICA 10.0 Ano

28. Um co ndutor pura mente resistivo, A, é percorrido por uma corrente elétrica /.
Outro condutor t ambém puramente resistivo, B, co m metade da resistência, é per-
corrido por uma corrente 2/.
E
28.1 A relação entre as energias dissipadas, / , no mesmo intervalo de tempo, é
1 B
(A) 1. (B) 2 . (C)
2 . (D) 4.
u
28.2 A relação entre as diferenças de potencia l nos extremos das resistências, UA, é
1 B
(A) 1. (B) 2. (C)
2 . (D) 4.

~ 28.1 (C) . No mesmo tempo, a energia dissipada é diretamente proporcional à


R
potência dissipada: P8 = (2/) 2 = 2R /2 = 2PA
2
28.2 (A). Sendo a corrente o dobro e a resistência metade, as tensões são
iguais.

1.2.5 Balanço energético num circuito


I
Quando se liga um gerador a um recetor é originada
uma corrente elétrica e as cargas elétricas adquirem
energia no interior do gerador que será disponibilizada
ao circu larem. Nessa ci rculação, t ra nsferem energia no
recetor e no próprio gerador. De fact o, um gerador pos-
sui uma resistência intern a, r, e esta é a razão pela qual
Js
I
os geradores t ambém aquecem. Por consequência, Fig. 1.28 A energ ia de um gerador é
como apenas uma parte da energia do gerador é dis- utilizada num recetor e dissipada no
gerador.
ponibilizada para o recetor, esta designa-se por ener-
gia útil e a restante, porq ue a energia se conserva,
designa-se por energia dissipada no gerador, Fig. 1.2s.

Egerador = Eútil + Edissipada

De forma semelhante ao que se definiu como diferença de potencial elétrico, define-se uma
grandeza característica de um gerador, a força eletromotriz, e, como a energia disponibilizada
por um gerador, E9erador' por unidade de carga, O, que o atravessa.
E9
e= ~.tr (u nidade SI volt, símbolo V)
Um gerador tem uma força eletromotriz de um volt (1 V) se disponibiliza a energia de um j oule
(1 J) quando uma ca rga de um coulomb (1 C) o atravessa.

Egerad or = e O e como Q = I At, obtém-se:

Egerador = e I Lit
Um gerador de tensão é caracterizado pela força eletromotriz, e, e pela resistência interna, r.

112
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

Sintetizando na tabela:

Fornecida Dissipada Fornecida


pelo gerador no gerador ao recetor

Energia E gerador = 8 / f',.t Edissipada = r 12 f',.t

Potência Pgerador = s I p . . = r 12 p úm =UI


d1ss1pada

A conservação de energia permite escrever:

p gerador =p dissipada + p útil ou e I =r p + u I


ou ainda:

e=rl+U

Sendo a expressão anterior equivalente a:

U=e-rl

em que E e r são características do gerador e U e I são va riáveis.

1.2.6 Características de uma pilha (AL 2.1)

A diferença de potencial nos terminais do recetor é função da corrente, U = f(n . Medindo-se as


co rrentes e as correspondentes diferenças de potencial nos terminais do recetor, iguais às do
gerador, pode elaborar-se um gráfico que se chama curva característica de uma pilha, Fig. 1.29.

u
Ili
E

I
Fig. 1.29 Curva característica de uma pilha.

A curva ca racterística de uma pilha pode obter-se usando o ci rcuito esquematizado na Fig. 1.30.
R

Fig. 1.30 Esquema de ci rcuito para o btenção da curva característica de uma p ilha.

Quando se fecha o interruptor, pode va riar-se o va lor da resistência e obter-se conjuntos de


va lores da corrente e da diferença de potencial. A resistência interna do gerador determina-se
a partir do declive da reta do gráfico U = f(n, podendo também determinar-se nesse gráfico a
força eletromotriz pela ordenada na origem (U para /=O).

113
FÍSICA 10.0 Ano

29. A figura apresenta a curva característica de :". 6,0


:::,
um gerador de tensão. 5,0

4,0
29.1 Determine as características do gerador:
3,0
força eletromotriz e resistência interna.
2,0
29.2 Indique o que significa a força eletro- 1,0
motriz do gerador.
o 0,20 0,40 0,60 0,80
29.3 Conclua.justificando, qual deverá ser o // A

va lor aproximado da tensão nos terminais da resistência externa quando esta


for muito maior do que a resistência interna do gerador.

29.4 Calcule, para uma corrente de 0,40 A, a potência total posta em jogo no gera-
dor e a energia dissipada na resistência externa durante 5,0 min.

Q 29.1 A resistência interna é igual ao simétrico do declive no gráfico


!1U (2,0 - 5,0) V
r =- ----s;, = - (0,
80
_ 0, 0) A = 5,0 Q; € = r I + U = 5,0 Q
2
x 0,80 A+ 2,0 V= 6,0 V

29.2 A força eletromotriz é a energia que o gerador fornece por unidade de car-
ga elétrica que o atravessa.
29.3 Se a resistência externa for muito maior do que a resistência interna do
gerador, a queda de tensão na resistência interna do gerador será muito
menor do que a tensão nos terminais da resistência externa. Assim, a ten-
são nos terminais da resistência externa será muito próxima da força eletro-
motriz do gerador.
29.4 P gerador = € f = 6,0 V X 0,40 A = 2,4 W; Eútil = LJ f M = 4,0 V X 0,40 A X 5,0 X 60 S =
2
= 4,8 X 10 j

1.2.7 Associações de componentes elétricos em série e em paralelo

Os componentes num circuito elétrico podem associar-se em série, em paralelo ou numa com-
binação dessas duas associações.

Numa associação em série há um u---+


3

único cam inho para os eletrões,


pelo que a corrente elétrica é igual I I
em todos os componentes e a di-
ferença de potencial nos terminais
da associação é igual à soma das
ré igual nas várias resistências.
diferenças de potencial em cada
um dos componentes, (Fig. 1.31). Fig. 1.31 Esque ma de asso ciação de resistências e m sé rie.

Se um dos component es de uma associação em séri e se danificar, não permitindo que nele
haja corrente elétrica, todos os componentes deixarão de funcionar.

Numa associação em paralelo, os terminais dos componentes são comuns. Por isso, a dife-
rença de potencial elétrico é a mesma para todos os componentes. A Fig. 1.32 mostra duas
resistências associadas em paralelo e os seus t erminais A e B comuns.

114
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

Os eletrões, ao chegarem a um terminal comum (um nó


do circuito), têm mais do que um caminho possível, se-
guindo alguns para um componente e outros para outro A - -~
(ramos do circuito). Como consequência, a soma das
correntes elétricas em cada ramo (para onde divergi- u
I I
ram os eletrões) é igual à corrente no ramo principal
(de onde divergiram ou para onde convergiram).

Se um dos componentes de uma associação em para-


U é igual nos terminais das resistências
lelo se danificar, não permitindo que nele haja corrente
Fig. 1.32 Esquema de associação de
elétrica, os outros componentes continuarão a funcionar. resistências em paralelo.

C·i1i4iH4it4+111·ti
30. Na porção do circuito esquematizado 2,0 n 1------1 3,o n
é aplicada uma diferença de potencial P Q
de 12,0 V entre os pontos PO.
7,00 ,___ ___, 3,o n
30.1 A corrente na resistência de 7 Q é
(A) 4,0 A. (B) 1,4 A. (C) 2,0 A. (D) 1,2 A.

30.2 A corrente no ramo principal é


(A) 3,6 A. (B) 15,0 A. (C) 2,4 A. (D) 10 ,0 A.

30.3 A t ensão elétrica nos term inais da resistência de 2 Q é


(A) 4,8 V. (B) 2,4 V. (C) 4,0 V. (D) 6 ,0 V. Ili
~ 30.1 (D). A tensão nos terminais da associação em série das resistências de 7 Q e de
12 V
3 Q é U7 + U3 = 7 Q / + 3 Q / = 12 V, ou seja, a corrente é / = - - = 1,2 A .
10Q
30.2 (A). A corrente no ramo principal é igual à soma das correntes em cada ramo:
12 V 12 V
/ = -- + - - = 36A.
5Q 10 Q '
30.3 (A). A tensão nos terminais da resistência de 2 Q é U = 2 Q x 2,4 A = 4,8 V.

31. A figura mostra o esquema de um 11


troço de um circuito com resistên- p R R
Q
cias iguais. 12
R R
Sendo /1, / , /
2 3
as correntes nos dife-
rentes ramos do circuito, qual das /3
R
seguintes relações se verifica?

(A) /2 > 1, > 13 (B) 1, > 12 > 13 (C) 12 > 1, e 12 < 13 (D) 1, = 12 > /3

~ (A). Verifica-se que /2 = 2/3 , porque /3 é uma parte de corrente de /2 que diverge
no nó com as duas resistências iguais em paralelo. A tensão, U, entre P e Q é a
mesma para os dois ramos:
. 4
U = 2 R 11 = R 12 + R /3 e conclui-se que /2 = /1•
3

115
FÍSICA 10.0 Ano

1.3 Energia, fenómenos térmicos e radiação


1.3.1 Sistema termodinâmico. Temperatura e equilíbrio térmico

Se no estudo de um sistema físico for necessário ter em conta a sua variação de energia in-
terna, ele deixa de ser tratado como um sistema mecânico e passa a ser estudado como um
sistema termodinâmico. Estes sistemas são o foco da termodinâmica, que estuda os fenóme-
nos térmicos, portanto, aqueles em que é necessário ter em conta a temperatura. Sabemos
que a temperatura de um sistema se relaciona com a agitação das partículas que o constituem:
quanto maior for essa agitação, maior será a temperatura {Fig. 1.33).

A B

40 ºC 20 ºC
Fig. 1.33 A temperatura do sistema será maior quando fo r maior a agitação das partícu las.

Um sistema termodinâmico é constituído por muitas partí-


culas, mas no seu estudo não se está interessado na des-
crição microscópica de cada uma dessas partículas, pois na
termodinâmica a descrição do estado de um sistema usa
variáveis macroscópicas tais como o volume, a pressão, a
temperatura , a energia interna e a quantidade de matéria.

Se a temperatura do corpo A for maior do que a tempera-


tura do corpo B, há uma transferência espontânea de ener-
gia de A para B. Chama-se calor à energia que é transferi-
da entre estes corpos. Quando a transferência de energia
termina , diz-se que A e B estão em equilíbrio térmico
{Fig. 1.34). É com base neste equilíbrio que se estabelecem
escalas de temperatura .

A temperatura (símbolo n é a propriedade física que se


Fig. 1.34 Transferê ncia de energia
por calor e equilíbrio térmico.
mede com um termómetro e indica se um sistema está
ou não em equilíbrio térmico com outros: dois corpos em
equilíbrio térmico entre si estão à mesma temperatura.

A unidade do Sistema Internacional da grandeza temperatura termodinâm ica é o kelvin (símbo-


lo K). Esta é usada sobretudo em ciência, mas no dia a dia usamos a escala Celsius. Em Celsius,
a te mperatura representa-se pelo símbolo t, o símbolo de grau Celsius é ºC. O limite para a
te mperatura mínima é O K (zero absoluto) que corresponde a -273,15 ºC .

Uma va riação de temperatura em kelvin {.!l T) é igual a uma va riação de tempe ratura e m graus
Celsius (M). Note-se que T ,é. t mas .!l T = M {Fig. 1.35).

116
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

100ºC
Ponto de ebulição da água
Escala Escala (à pressão de 1 atm)
Kelvin Celsius

373,15 K 100° e

100 100 graus


kelvin Celsius

273,15 K Oº C Oº C
Ponto de fusão do gelo
(à pressão de 1 atm)

Zero absoluto OK t -213,15• e


Fig. 1.35 Escala Kelvin e escala Celsius.

No sécu lo XVIII, os físicos já tinham reconhecido que ao colocarem em contacto dois corpos a
temperaturas diferentes, o de maior temperatura ced ia energia ao de menor temperatura. Mas
pensavam que uma substância, que designa-
ram de ca lórico, passava do corpo quente para
o corpo frio. Essa ideia foi posta em causa por
Benjamin Thompson. Quando trabalhava numa
fábrica de armas observou a perfuração de ca-
Ili
nos de canhões: devido à fricção, as peças fica-
vam tão quentes que era necessário arrefecê-las
com água fria (Fig. 1.36)! A partir desta e de outras
observações, Thompson concluiu que o calor
não podia ser uma substância, devendo antes
Fig. 1.36 A perfuração de peças metálicas o rigina
ser um processo de transferência de energia.
o seu aquecimento.

Em meados do sécu lo XIX, a ideia de Thompson v iria a ser confirmada com a famosa expe-
riência de Joule, que usou uma montagem como a que se reproduz na Fig.1.37.

No interior de um vaso calorimétrico (recipiente com paredes isola-


doras térmicas) com água, foram montadas umas pás que giravam
juntamente com um eixo. Nesse eixo estava ligado um fio do qual
se suspendia um corpo: quando o corpo caía o eixo rodava , as pás
giravam dentro da água, exercia m forças sobre esta e realizavam
trabalho. Essa transferência de energia por traba lho provocava um
aumento da temperatura da água. A experiência de Joule permitiu
estabelecer a equivalência entre calor e trabalho: para aquecer o
líquido podia-se usar calor ou traba lho. O trabalho e o calor são
processos que conduzem a um aumento da energia interna da
água, elevando a sua temperatura.

Fig. 1.37 Experiência de Jou le: quando o corpo


suspenso cai , a temperatura da água aumenta.

117
FÍSICA 10.0 Ano

As transferências de energia por ca lor podem ocorrer por processos físicos diferentes: condu-
ção térmica, convecção térmica e radiação (Fig. 1.38).

Condução térmica : Convecçã o t érmi ca: Radiação:


ocorre principalmente ocorre nos fluidos ocorre através da
nos sólidos. (líquidos e gases). propagação da luz.
Não necessit a de contacto
Necessitam de contacto entre os sistemas.
ent re os sist emas.

Fig. 1.38 Tran sferências de energia por ca lor.

32. Jou le repetiu inúmeras vezes a experiência da eq uiva lência entre traba lho e ca lor,
introd uzindo variantes no método. Numa «repetição» de uma dessas variantes, um
grupo de estudantes utilizou um fio com uma resistência elét rica de 70 Q num vaso
calorimétrico com 1,0 kg de água. A temperatura inicial da água era 17 ºC e, quando
se fez passar po r esse fi o uma corrente elétrica de 0,80 A, a temperatura da água
aument ou para 32 ºC ao fi m de 2 5 minutos.
1 kcal é a energia necessária para elevar de 1 ºC a temperatura de 1 kg de água.

32.1 A energia é transferida do fio para a água como ______ por um pro-
cesso de _ _ _ _ __
(A) trabalho ... condução (C) calor ... cond ução
(8) trabalho ... convecção (D) ca lor ... co nvecção

32.2 Mostre que na experiência descrita o equivalente ao valor de 1,0 cal é 4,5 J.
Comece por determinar a energ ia transfe rida pelo fio para a água.

t) 32.1 (C). O fio aquece por efeito Joule, ficando a uma temperatura superior à da
água que está em contacto com ele. Assim , ocorre transferência de energia
como calor do fio para a água , por condução.

32.2 A energia dissipada no fio, por efeito Joule, é E= R 12 M = 70 Q x (0,80 A)2 x


x (25 x 60 s) = 6,72 x 104 J. Admitindo que toda esta energia foi transferida
para 1,0 kg de água, conclui-se que, para o aumento de 15 ºC na sua tempe-
ratura, foi necessário absorver 6 ,72 x 104 J.

Segue-se que a um aumento de 1 ºC na temperatura dessa massa de água


corresponderia à absorção de uma energia de
672 x 104 J
' = 4,48 x 103 J, ou seja, 1 kcal = 4,48 x 103 J, portanto,
15
4 48 X 103 J
1,0 cal = ' = 4,5 J.
1000

118
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

1.3.2 Radiação e irradiância. Painéis fotovoltaicos


O Sol tra nsfere energia para o Espaço através da luz que
emite. A luz é radiação eletromagnética que se propaga
sob a forma de ondas.

A Terra , o Sol e todos os corpos, sem exceção, emitem ra-


diação eletromagnética. A origem desta radiação reside na
agitação té rmica das partículas carregadas eletricamente
que constituem os corpos. O tipo de radiação emitida de-
Fig. 1.39 Termografia de uma mão.
pende da temperatura do corpo. À temperatura ambiente,
todos os corpos emitem predominantemente radiação
infravermelha (Fig. 1.39).

Para além de e mitirem, os corpos também absorvem radiação. A radiação v isível é totalmente
absorvida pelas superfícies pretas. O balanço entre as energias absorvida e emitida determina
a evolução da energia interna de um sistema.

Se a radiação eletromagnética diverg ir de No mesmo tempo, AI


um ponto (Fig. 1.40), a sua energia espalha-se
por uma área cada vez maior. Neste caso,
a sua potência, P - energia por unidade de
tempo - também se espalha por uma área,
A, cada vez maior: quando nos afastamos da
fonte luminosa, a luz fica menos intensa.
Ili
A grandeza irradiância, E,, traduz a potê ncia,
P, da radiação por unidade de área, A (ener-
gia da radiação por unidade de área e por
Igual energia, E Diferente área iluminada, A
unidade de tempo) :

p E Fig. 1.40 Quando a mesma energia incide numa área


E= - ç::> E= - - maior, a irradiância é menor.
' A ' AM

(un idade SI: wa tt por metro q uad rado, W m-2 )

A irradiâ ncia solar média no topo da atmosfera é 1,36 x 10 2 W m- 2 (v alor designado por cons-
tante solar): significa que cada metro quadrado do topo da atmosfera recebe, e m média, a
energia de 1,36 x 102 J por segundo. Na superfície terrestre, a irradiância é menor, pois há
absorção de radiação pela atmosfera.

Os pain é is fotovoltaicos, constituídos por célula s foto-


vo ltaicas (Fig.1.41), tiram partido da radia ção solar para
produzir eletricidade. A incid ência de radiação numa
célula fotovoltaica origina uma diferença de potencial
elétrico nos seus terminais, cria ndo uma co rrente elé-
trica co ntínua num circ uito.

Fig. 1.41 Célula fotovo ltaica de silício.

119
FÍSICA 10.0 Ano

Os painéis devem estar colocados de modo a maximizar a irradiância solar incidente (no he-
misfério norte, orientados para Sul e com uma inclinação adequada à latitude do lugar). Veri-
fica-se que existe uma determinada diferença de potencial elétrico que maximiza a potência
elétrica fornecida por um painel fotovoltaico.

1.3.3 Radiação e potência elétrica de um painel fotovoltaico (AL 3.1)

Investiga-se a influência da irradiância e da diferença de potencial elétrico na eficiência e na


eficácia do aproveitamento de energia por um painel fotovoltaico efetuando uma montagem
em que uma lâmpada ilumina uma célula fotovoltaica ligada a uma resistência elétrica variável.

Para medir a potência elétrica, P, fornecida pelo painel à re- R


sistência elétrica variável, R (resistência de carga), mede-se a
diferença de potencial elétrico, U, nos terminais do painel e a
corrente elétrica,/, fornecida pelo painel com um voltímetro e
um amperímetro, respetivamente.
Pode variar-se a irradiância no painel variando a distância a
que a lâmpada se encontra do painel, mudando a orientação
do painel ou, ainda, usando filtros.
Fig. 1.42 Esquema d e montage m
O rendimento, T/ , de um painel, para uma dada irradiância, para inv e stigar quando é máximo
pode calcular-se pelo quociente entre a energia, E carga' ou a o re nd imento d e um pa inel
fotovoltaico.
potência, P carga' máxima disponibilizada à resistência de carga
e a energia, E radiação' ou potência, P ,adiação' da radiação incidente:

7J = E carga =; carga .
Era diação radiação

Nesta atividade não se mede a irradiância e apenas se pode avaliar as condições em que,
para uma dada irradiância, se tem o máximo de potência fornecida à resistência variável ou
verificar que ao diminuir-se a irradiância também diminui a potência fornecida pelo painel à
resistência. Assim , pode avaliar-se, para uma dada irradiância, as condições em que a potên-
cia fornecida pelo painel é máxima.

Para um painel fotovoltaico, e para uma dada irradiância, podem obter-se gráficos semelhan-
tes ao da Fig. 1.43 para a corrente, /, ou para a potência, P, fornecida pelo painel em função
da tensão, U, nos terminais da resistência. O gráfico P(U) permite determinar a tensão U máx
u
(ou a resistência Rmáx = máx ) que maximiza a potência elétrica fornecida pelo painel (não se
1max
determina o rendimento do painel, pois desconhece-se a potência da radiação nele incidente).

Tensão, U

Fig. 1.43 Curva /= fí,U) e P = fí,U) para um painel


fot ovoltaico.

120
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

33. O conjunto de painéis fotovoltaicos instalado numa exploração agrícola tem uma
área total de 350 m 2 e uma potência média de 2,0 kW. No local da exploração, a irra-
diância so lar média é 1600 kW h m-2 ano-1 e há, em média, 6,0 h de luz solar por dia.

33.1 Indique o significado físico do valo r da irradiância solar média neste local.
33.2 Apresente o valo r da irradiância solar média na unidade SI.
33.3 Qual é o rendimento médio do conjunto de painéis fotovoltaicos? Interprete o
val or encontrado.

~ 33.1 Uma irradiância solar de 1600 kW h m- 2 ano- 1 significa que a energia da


radiação solar que chega ao local considerado, por metro quadrado de su-
perfície e por ano, é, em média, 1600 kW h.
_ ___5_ ⇒ _ 1600 kW h <=> _ 1600 x 103 W x 1 h _ -2
33·2 E, - A ~t E, - 1 m 2 x 1 ano E, - 1 m 2 x 365,25 x 24 h - 182 •5 W m
33.3 A energia da radiação solar que incide nos painéis, num dia, é, em média:
E ,ad = E, A ~t ⇒ E,ad = 182,5 w m-2 X 350 m 2 X 6,0 h = 3,83 X 105 w h = 383 kW h.

A energia elétrica produzida pelos painéis ao fim de um dia é:


p ~f ⇒ E e/étrica = 2,0 kW X 24 h = 48,0 kW h.
E elét rica =

E ,. . 48,0 kW h
O rendimento dos painéis é n = eetnca ⇒ n = - - - - - = 013· portanto
. ' Erad1açao
. . .' 383 kW h ' '
13% da energia incidente no painel é convertida em energia elétrica.
'

Ili
34. Variou-se a resistência de um circuito ali- S 400
mentado por uma célula fotovoltaica sobre ~ 350 '
' • • -.- - • -.-
,. '
' • - , • ••, . '
• • r - - 'r • - -', • • -,·
' • • ,'- • • ,' • -

a qual incide luz solar. Com base em medi- -~ 300


1

: . :

~, ' ' : : : : :
' ' '

···:···;· ··:····:·· -~--:-···: ··:· ·:·. :··. :··-


'

·
'

--
• •

·
'

-
e
~ 250
o
.. ' ' - • ·,-
' • - ,' . - • ,' - • • r • - • r' • - ·,·
• • -,- - • ·,· - - ·,· ' • • ,' - - · ,' • • - •' •
ções efetuadas, representou-se num gráfico o_ 200
a potência elétrica fornecida em função da 150 ---~' ---!-· -··:·
' -·:···:
' · · -- ·; ·· -~' - · ··r --·:·· --~---~-
· · -
resistência que a célula alimentava. O rendi- 100 ···:···: , , ·;·· : -- [· ·:· ··;·· : .. j--
mento máximo desta célula é cerca de 10%. 50 ,
, +
• • • •
' '
"I" • • ·:· -
' •
., • • - ~- - • , - •

34.1 Qual é a resistência para a qual o ren-


o~~-~-~-~-~-~-
o 2 4 6 8 1012 14 16 18 20 22 24
Resistência / Q
dimento da célula é 10%?

34.2 Determine a potência da radiação da luz solar incidente na célu la quando o


seu rendimento é máximo.

34.3 Para a potência máxima, a célula fornece uma corrente elétrica de 0,21 A. Qual
deverá ser a tensão nos terminais da célula?

~ 34.1 O rendimento é máximo quando também é máxima a potência elétrica.


Do gráfico estima-se que o máximo de potência ocorra para R = 8,5 Q.

34.2 Quando o rendimento é máximo, P = 350 mW = 0 ,35 W:


n = p e/étrica ⇒ 010 = 0 ,35 W p 35 W
'I p ' p <=> radiação = ' •
radiação radiação

p e/étrica 0 ,35 W
34.3 p elétrica = LJ / <=> LJ = ⇒ LJ = 0,21 A = 1,7 V

121
FÍSICA 10.0 Ano

1.3.4 Condução térmica e convecção térmica.


Transferências de energia como calor num coletor solar

A condução térm ica e a convecção térmica são dois tipos de mecanismos de transferência de
energia como calor que só ocorrem através de um meio material.

A condução térmica ocorre predominantemente em sólidos,


resultado da transmissão das vibrações das partículas (áto-
mos, moléculas ou iões) que constit uem o corpo, sem que
haja movimentos do próprio meio material (as partículas agi-
tam-se em torno das suas posições médias de equ ilíbrio, mas
não se deslocam ao longo do material). Entre duas regiões,
o calor tra nsfere-se da reg ião a t emperatura maior para a que
está a temperatu ra menor (Fig. 1.44): as partíc ulas da região Fig. 1.44 A barra de cobre em U
mais quent e estão mais agitadas e essa agitação propaga-se transmite o ca lor por condução
da água quente para a água fria.
às partículas vizi nhas e destas às outras, ao longo do corpo;
o aumento da agitação corp uscular traduz-se em aumento
de temperatura da região que recebe essa energia.

A convecção térmica (Fig.1.45) ocorre unicamente em fluidos (gases ou


líquidos) e caracteriza-se pelo facto de a energia ser transferida pelo
movimento de partes do próprio fluido: as partes mais quentes, por
serem menos densas, sobem (corre nte ascendente) e as mais frias,
por serem mais densas, descem (corrente descendente). Est es movi-
Fig. 1.45 Convecção no
mentos sucessivos do flu ido designam-se por correntes de convecção. interio r de água aquecida.

M+i%1·1·14Hli·I
35. Descreva o modo como se processa o aquecimento da água numa panela com a
fonte de aqueciment o na sua base.

~ A fonte de aquecimento faz aumentar a temperatura da superfície exterior da


base da panela e o calor é transmitido por condução térmica à superfície interior
da base da panela. A água na parte inferior da panela adquire uma maior tem-
peratura devido ao contacto com a superfície interior da base da panela , ficando
menos densa. Por isso sobe e é substituída por água menos quente, que desce
por ser mais densa. Estes movimentos do fluido (correntes de convecção) impli-
cam trocas constantes de energia: a água mais quente (que sobe) vai arrefecendo
e a água menos quente (que desce) vai aquecendo.

1.3.5 A radiação solar e os coletores solares

Nos coletores solares, a radiação é aproveitada para aquecimento de um flu ido. Existem diver-
sos tipos de co letores solares, sendo o mais comum o coletor plano (Fig. 1.46).

Placa coletora
Tubo de aquecimento
Cobertura
transparente
!--- --"--c7''--- -L--Material Fig. 1.46 Componentes de um
isolante
Caixa _ _..,_ _ _ _ _ __
coletor solar plano.

122
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

O coletor plano tem três compone ntes principais:

• placa coletora (normalm e nte metálica e pintada de negro), que absorve a radiação e à
qual estão soldados tubos cond utores, que aquecem por condução, por o nde circula o
fluido que va i aquecendo, gerando-se neste corre ntes de convecção;

• cobertura transparente (de vid ro ou acrílico), q ue provoca efeito de estufa (é tran sparen-
te à radia ção visível mas opaca à radiação infravermelh a);

• caixa com isolamento térmico, para minimizar as transferências de e nergia por calor, dar
rigidez ao conjunto e proteger o sistema dos agentes atmosféricos.

M+i%/·i·lt+HMHM
36. Num coletor sola r, a radiação solar absorvida é determinante para a energia útil
obtida. Um modo de diminuir as perdas de energia por radiação consiste na utili-
zação de superfícies seletivas que absorvem muito no visível mas emitem pouco
no infravermel ho.

36.1 Por que motivo a utilização de uma superfície seletiva diminui as perdas de
energia por radiação?

36.2 Indique outro modo v ulgarmente utilizado nos coletores sola res de diminuir as
perdas de energia por radiação.

36.3 Considere a cobertura de vidro transparente de um coletor.


(A) Esta cobertura transmite a maior parte da radiação na reg ião do infrave r-
Ili
melho.
(B) Esta cobertura impede as perdas t é rmicas por convecção.
(C) Esta cobe rtura deve ser transparente ao infravermelho.
(D) O vidro deve ter um tratamento antirreflexo na parte interior.

& 36.1 A maior parte da radiação absorvida pelo coletor situa-se na região do visí-
vel, por isso pretende-se que a superfície seja boa absorsora nessa região
(uma elevada percentagem de radiação incidente deve ser absorvida). No
entanto, a maior parte da radiação emitida por essa superfície situa-se na
região do infravermelho e, como se procura minimizar as perdas de energia
do coletor, convém que a superfície seja má emissora no infravermelho.

36.2 A colocação de uma cobertura de vidro transparente à radiação visível, uma


vez que o vidro transmite mal na região do infravermelho. Assim, a radiação
infravermelha tende a ficar retida no interior do coletor, originando efeito
de estufa.

36.3 (8). A cobertura impede o deslocamento de ar do interior para o exterior do


coletor e vice-versa (correntes de convecção).
A cobertura deve ser transparente no visível, mas opaca no infravermelho.
A radiação infravermelha é refletida pelo vidro. O tratamento antirreflexo
serve para minimizar a reflexão da radiação incidente e, por isso, deve ser
colocado na superfície exterior da cobertura.

123
FÍSICA 10.0 Ano

1.3.6 Primeira Lei da Termodinâmica: transferências de energia


e conservação da energia

A energia interna é uma propriedade de um sistema. O calor e o trabalho, pelo contrário, não
são propriedades de um sistema, mas sim processos de transferir energia entre sistemas.

Energia interna Trabalho e calor

A Lei de Conservação da Energia pode ser traduzida, para um sistema termodinâmico, do se-
guinte modo: a energia interna, U, de um sistema isolado é constante no decurso do tempo
(a energia «não se cria nem se destrói»): a variação de energia interna é nula, tlU = O (sistema
isolado).

tlU = W + O (sistema não isolado)

A equação anterior exprime a Primeira Lei da Termodi-


nâmica e é equivalente à Le i de Conservação da Energia Sistema Exterior
para sistemas termodinâmicos: quando entra energia no
sistema, seja por trabalho, W, ou por calor, O, estes são po-
sitivos, pois contribuem para o aumento da energia interna
Fig. 1.47 A ene rg ia intern a de um
do sistema; quando sai energia do sistema pelos mesmos
sistema pode va riar pelos processos
processos, W e O são negativos, pois contribuem para a di- trabalho ou calor.
minuição da energia interna do sistema (Fig. 1.47).

Se for constante o vo lume de um sistema não há transferência de energia por trabalho


(W = O). Assim , se a temperatura do sistema aumentar, pode concluir-se que o sistema rece-
beu energia por calor (O> O) e se a sua temperatura diminuir cedeu energia por calor (O< O).
Quando há variação do volume de um sistema termodinâmico, há transferência de energia por
trabalho (existem forças aplicadas sobre o sistema durante um determinado deslocamento).

Se o volume do sistema diminuir (compressão), haverá trabalho realizado pela v izinhança so-
bre o sistema: W> O (se o sistema estiver iso lado termicamente, a sua energia interna aumenta).

Se o volume do sistema aumentar (descompressão), há trabalho realizado pelo sistema sobre


a v izinhança: W < O (se o sistema estiver isolado termicamente, a sua energia interna diminui).

Quando um corpo A, a uma temperatura TA, é


posto em contacto térmico com um corpo B, TB
(corpo frio)
a uma temperatura inferior T8 , esta ndo ambos
num recipiente isolador té rmico, o co rpo A vai TA> TB
O corpo A cede energia por calor (!lEA= -Q)
transferir energia por calor para o corpo B até
O corpo B recebe energia por calor (!lE8 = Q): !lE8 = - !lEA
se estabelecer o equi líbrio t érmico (Fig. 1.48). Se
Fig. 1.48 Transferência de energia por ca lo r.
não houve r trocas de energia com o exterior, a
energia cedida pelo corpo A, -ó.EA, será toda
transferida para o corpo B, ó.E8 :

124
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

37. Um gás está contido num cilindro com êmbolo móvel. O sistema está
isolado termica mente do exterior. O êmbolo desloca-se da posição
1 para a posição 2, sendo realizado sobre o sistema um trabalho de 1
500 J. Para esta transformação pode concluir-se que 2

(A) o gás arrefece e a sua energia interna diminui 500 J.


(B) o gás aquece e a sua energia interna aumenta 500 J.
(C) a energia interna do gás diminui 500 J, mas a sua temperatura não va ria.
(D) a energia interna do gás aumenta 500 J, mas a sua temperatura não va ria .

& (B). W = 500 J e Q = O, logo LlU = W + Q ⇒ LlU = 500 J + O = 500 J.

Como existe trabalho realizado sobre o sistema, a sua energia interna aumenta.
O aumento de energia interna do gás traduz-se num aumento da energia cinética
das moléculas que o constituem e, portanto, da sua temperatura.

38. É fornecida ao ar de um balão a energia por calor de 3,0 x 104 kcal e ao aumentar o
volume do balão ele realiza um trabalho de 71 MJ. Determine a va riação de energia
interna do ar, para este processo. Considere que 1 ca l é igual a 4,18 J .

& Q = 3,0 x 104 kcal = 3,0 x 107 cal = 3,0 x 107 x 4,18
W= -71 MJ = -71 X
6
10 J = -7,1 X
7
10 J
J = 1,25 x 108 J

(Como o trabalho é realizado pelo sistema sobre a vizinhança, tem sinal negativo.)
Ili
Variação de energia interna: LlU = W + Q ⇒ LlU = (-7,1 x 107 + 1,25 x 108 ) J = 5,4 x 107 J

1.3.7 Aquecimento e arrefecimento de sistemas: capacidade térmica mássico

A va riação de temperatura de um sistema de- ~ 4500 ·· ······ ·· ···· ··· ·· ··· ·•···· ··· ····· ····· ···· ·•········· ···
, 4000
pende da energia transferi da entre o sistema
~ 3500
e a vizinhança, da massa do sistema e do ma- :::: 3000
0 2500
terial que o constitui. 2000 ..
1500
A capacidade térmica mássica, e, de um ma- 1000
500
terial é igual à energia que é necessário trans- o +---'-'----e-
Água Álcool Cobre Ferro Alumínio
ferir, como ca lor, por unidade de massa e por líquida etílico
unidade de va riação de temperatura (Fig.1.49):
Fig. 1.49 Calor a t ransferir a 1 kg de dife rentes
e= _ E_ (unidade SI: J kg-1 K-1) su bstâncias para que a sua temperatura aumente 1 K.
mt:.T

Se o corpo receber energia , E > O, a sua temperatura aumentará, Ll T > O; se o corpo ceder ener-
gia, E < O, a sua temperatura diminuirá, Ll T < O.

Para duas substâncias com a mesma massa, a de maior capacidad e térmica mássica necessita
de receber mais energia para o mesmo aumento de temperatura: E= me Ll T (o mesmo se aplica
quando a substância cede energia , diminuindo a sua temperatura).

125
FÍSICA 10.0 Ano

1.3.8 Capacidade térmica mássico (AL 3.2)

Se for fornecida a energia E a um material, sem que este mude de fase, ele sofre um aumento
de temperatura 6. T; portanto, a variação de temperatura depende da energ ia recebida. Sej a
m a massa de um bloco do material e e a capacidade térmica mássica , a equação que rela-
ciona essas duas grandezas é

6. T = - 1_ E ou T = - 1- E- T0 .
me me
Usando para aqueciment o do mat erial uma resistência elétrica, pode medir-se a corrente
elétrica , /, que a atravessa e a tensão elétrica, U, nos seus terminais. A potência fornecida
ca lcu la-se pelo produto destas duas grandezas. Usando um cro nómetro mede-se o intervalo
de tempo M , e determina-se a energia, E, fornecida.

E =U I M

Colocando um t ermómetro num bloco do ma- r ~-----~--~--~--~


teria l, recolhe-se a temperatura e, admitindo
que toda a energ ia fornecida à resistência é
cedida ao bloco, pode elaborar-se um gráfi-
co da tem peratura, T, do bloco em função da
energia, E, recebida. O gráfico T(E) mostra os
resultados obtidos para dois materiais diferen-
tes com a mesma massa. E
Fig. 1.50 Gráf ico T(E) p ara d ois materi ais d iferentes
co m a mesma massa.

Da equação T = - 1- E - T0 conclui-se que os declives das retas de ajuste aos gráficos T(E) de-
me
1
pendem da massa dos blocos e da capacidade térmica mássica do material e são iguais a - - .
me
Assim, se os blocos tiverem a mesma massa, tem menor capacidade térm ica mássica aquele

que apresent ar um gráfico com maior declive.

M+i%i·i·ii4Hli·I
39. A uma amostra de 250 g de cobre, inicialmente a 15 ºC, foram fornec idas 1382
ca l de energia por calor e a sua temperatura subiu até 75 ºC. Depois de aque-
cida, a amostra de cobre fo i colocada num recipiente com 250 g de água a
18 ºC. Despreze a massa do recip iente e cons idere-o isolado termicamente.
Considere 1 ca l = 4,18 J.

39.1 Determine, expressa em unidades SI, a capacidade térmica mássica do cobre.


39.2 Qual é a te mperatura da mistu ra de cobre e água ao ser atingido o equilíbrio
térm ico?

39.3 Determine as va riações de temperatu ra da água e do cobre entre o instante em


que se introduz o cobre na água e o equilíbrio t érmico.

39.4 Expliq ue as diferen ças entre as va riações de temperatura da água e do cob re


determinadas.

126
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

& 39.1 Conversão para unidades SI: m = 250 g = 0,250 kg;


Q = 1382 cal = 1382 x 4,18 J = 5777 J
Variação de temperatura do cobre: M = t 1 - t; = (75 -15) ºC = 60 ºC = 60 K
E 5777 J
c = -- ⇒ c = - - - - - - - = 3 9 x 102 J kg- 1 K- 1
cobre m Li T cobre 0 ,250 kg X 60 K '
39.2 No equilíbrio térmico, a água e o cobre têm a mesma temperatura:
= r cobre = Tf
T água

Variações de temperatura: Llt,agua = t 1 -18; Lltcobre = t 1 - 75


A energia recebida por calor pela água, D.Eágua' é igual à energia cedida
por calor pelo cobre, -1::i.Ecobre:
!:lEa g ua =-1::i.Ecobre ⇒ m,
agua
ca_g ua /::i.T,agua =-mcobre cco bre !::i.Tcobre ⇒

⇒ 0 ,25 x 4 ,18 x 103 (tf - 18) = -0,25 x 385 x (tf - 75) ⇒ tf = 23 ºC

39.3 M agua
_ = 23 -18 = 5 ºC: a água aumentou a sua temperatura de 5 ºC.
!::i.tcobre = 23 - 75 = -52 ºC: o cobre diminuiu a sua temperatura de 52 ºC.

39.4 O calor recebido pela água é igual ao calor cedido pelo cobre, mas as varia-
ções de temperatura dependem ainda das capacidades térmicas mássicas
de cada um dos corpos (neste caso, a massa de água é igual à de cobre).
Uma capacidade térmica mássica elevada, como é o caso da água, cor-
responde a uma menor variação de temperatura para a mesma troca de
energia por calor (considerando massas iguais).

1.3.9 Aquecimento e mudanças de estado: variação das entalpias de fusão


Ili
e de vaporização

Numa mudança de estado físico (fusão ou va pori-


Variação de entalpia
za ção) de uma substância, a temperatura não va- mássica de fusão kJ kg-1
ria: a energ ia fornecida traduz-se na quebra das
Água 334
liga ções entre as partículas características da subs-
tância e não no aumento da agitação corpuscular. Etanol 101

Pro pano 80
A energia qu e é necessário fornecer, por calor, a Metano 59
pressão constante, por unidade de massa de subs-
tância , para que ocorra a sua fusão, ou a sua vapori-
zação, designa-se por variação de enta lpia mássica
de fu são , Llhrusão' ou variação de entalpia mássica de
vaporização, Lihva ponzaç
. ão , respetivamente (unidade SI:
J kg- 1) . Assim , para uma mudança de estado:

Llh
mudança de estado
=Emudançamde estado ⇒ E mudança d e estado
=m Llh m udança d e estado

em que Emudançade estado representa a energia forn ecida por calor, a pressão constante, p ara que
a massa de uma determinada substância mude do estado sólido para o líquido (fusão) ou do
estado líquido para o estado gasoso (va poriza ção),

127
FÍSICA 10.0 Ano

1.3.10 Balanço energético num sistema termodinâmico (AL 3.3)

Se dois corpos, A e B, a diferentes temperaturas entrarem em contacto, há uma transferênc ia


de energia entre eles. Se estiverem isolados, a energia que um cede é recebida pelo outro.
A va riação de energia interna do sistema dos dois corpos é nula:
D.U::: /1EA + D.fB::: o<==> D.fB::: -/1EA
Se um sistema de massa me capacidade térmica mássica e não mudar de fase, a sua va riação
de energia interna é 11E = m c 11 T.
Se o sistema também mudar de fase, a esta variação de energia adiciona-se a energia neces-
sária para que todo o sistema passe de um estado físico para o outro, E= m 11h, mantendo-se
a temperatura constante: 11E =me 11 T + m 11h.
Por exemplo, adicionando uma certa massa de gelo fundente (gelo a O ºC) a uma outra massa
de água, e admitindo que o sistema gelo+ água é isolado, uma vez conhecidas a temperatura
inicial da água, Ti água' e a temperatura final , Tr, após todo o gelo ter fundido, pode calcular-se
a va riação de entalpia mássica de fusão, 11h, da água pela seguinte relação:

-mágua cágua D.Tágua ::: m gelo cágua D.Táguadogelo + m gelo D.h <==>

<==> -mágua eágua (Tf - Ti água) ::: m gelo eágua Tf + m gelo D.h
A mesma relação pode ser utilizada para prever qual seria a temperatura final , Tfinai' conside-
rando o sistema gelo+ água isolado, se se conhecer a temperatura inicial da água, T1niciai água'
e a variação de entalpia mássica de fusão, 11h, da água.

40. Determine a energia que é necessário fornece r, por calor, a 2,5 kg de prata a 20 ºC
para a fundir completamente. Considere os seguintes dados relativos à prata:
e
prata
= 2 ' 3 x 102 J kg-1 ºC-1·' tfusão = 961 ºC e 11h fusão = 8 ' 8 x 104 J kg-1

~ Cálculo da energia, E1, para que a prata aumente a sua temperatura de 20 ºC para
961 ºC: E1 = m e M ⇒ E1 = 2,5 x 2,3 x 102 x (961 - 20) J = 5,41 x 105 J
Cálculo da energia, E2 , necessária para que a prata passe do estado sólido para o
líquido: E2 = m D.hfusão ⇒ E2 = 2,5 X 8,8 X 104 j = 2,20 X 10 5 j
Energia total necessária: E= E1 + E2 ⇒ E= (5,41 x 105 + 2,20 x 105 ) J = 7,6 x 10 5 J.

1.3.11 Segunda lei da termodinâmica: degradação de energia e rendimento

Considere dois corpos a temperaturas diferentes em contacto térmico: verifica-se que o mais
quente arrefece e o mais frio aquece, e não o contrário (Fig.1.s1). Esta mudança ocorre esponta-
neamente num determinado sentido e nunca em sentido oposto. Trata-se de uma transforma-
ção irreversível: não pode ocorrer em sentido oposto se não houver alteração da vizinhança.

Ta
-=""""==="--..l:{corpo mais frio)
Instante inicial (T. > T0 ) . Instante posterior: A arrefece e B aquece. Instante em que se atinge o equilíbrio térmico.

O sistema evolui no tempo num sentido bem determinado

Fig. 1.51 Tra nsformação irreversível: a energ ia, por calor, transfere-se do corpo q uente para o frio e não ao contrário.

128
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

A Segunda Lei da Termodinâmica traduz a inevitabilidade da degradaçã o de energia:

Num sistema isolado, a quantidade de energia útil nunca aumenta.

Numa máquina t érmica, como, por exemplo, as máquinas a vapor, uma determinada parte
da energia rece bida por calor é utilizada para a rea lização de trabalho (energia cedida às
diferentes peça s móveis do mecanismo da máquina). Mas, como existe sempre energia dissi-
pada, é impossível que num processo cíclico toda a energia fornecida ao sistema por calor
seja utilizada na realização de trabalho, pois existe sempre en ergia cedida ao ext erio r por
ca lor. Qualquer máquina t érmica tem rendimento inferior a 100%.

41. Numa central termoelétrica, utiliza-se a combust ão de um combustível fóss il p ara


aquecer água, de modo que se transfo rme em vapor. Este vapor de água é utiliza-
do para mover as pás giratórias de uma turbina ligada a um gerador.
Sendo E a energia transferida por calor para a água (E > O) como resu ltado da
combust ão e W o trabalho realizado pelo vapor de água sobre as pás giratórias da
turbina (W < O), class ifique, justifican do, como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma
das afirmações seguintes.

carvão
Ili
pulverizado

\
Ar l~1ttJ 1

L - .;:W .,.. ,. Torre de


refrigeração

Queimador Condensador

(A) De acordo com a Segun da Lei da Te rmodin âmica, E > - W.


(B) A energia elétrica produzida é igual à en ergia libertada por calor na combustão.
(C) No funcionamento de uma central termoelétrica, a energia disponível para a
realização de trabalho mantém-se const ante.
(D) A energia útil do sistema combustível e oxigénio é maior do que - W.

& (A) Verdadeira. A água não utiliza toda a energia recebida por calor para a reali-
zação de trabalho, pois existe sempre dissipação de energia para o ambiente
(energia cedida como calor).
(B) Falsa. Não existe nenhuma máquina térmica com rendimento igual a 100%.
(C) Falsa. Na central ocorre uma enorme diversidade de processos irreversíveis,
pelo que a energia útil (energia disponível para a realização de trabalho) di-
minui.
(D) Verdadeira. A energia degrada-se e, por isso, a quantidade de energia útil
disponibilizada na turbina é sempre menor do que a energia útil presente
inicialmente.

129
FÍSICA 10.0 Ano

Questões propostas

Energia e movimentos

1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.

(A) A unidade SI de trabalho é o newton.


(B) O t rabalho realizado por uma força depende da amplitude do ângu lo definido entre o
deslocament o e a força e dos módulos destas grandezas.
(C) O trabalho realizado por uma força que faz um âng ulo de 90º com o deslocamento é nulo.
(D) No deslizamento de um corpo, o trabalho rea lizado pela força de atrito é sempre negativo.
(E) O trabalho rea lizado por uma força é uma grandeza vetorial.

2 . Uma força de intensidade constante atua sobre um corpo.


Tendo em conta as opções seguintes, preencha corretamente os espaços em branco.

(A) é positivo (C) é nulo (E) diminui


(B) é negativo (D) aumenta (F) mantém-se

2.1 Quando a força tem sentido contrário ao do deslocamento, o traba lho da força _ _ _ __

2 .2 Quando a intensidade da componente da força na direção e no sentido do deslocamento


diminui, a energia transferida por ação dessa força _ _ _ __

2.3 Quando o âng ulo de uma força resistente com o deslocamento diminui, a energia trans-
ferida por ação dessa força _ _ _ __

2.4 Quando uma força é perpendicular ao deslocamento, o trabalho da força _ _ _ __

3. Dois veículos movem-se como indica a figura.

2v V

m 2m

A relação entre as energias cinéticas do carrinho A , E, Al' e do carrinho B, E,isJ' é


1
1
(A) E ,(Ai= f c(B)' (C) f c(A) = 2 f c(B)'

(B) E c(A) = 2 E c(B)' (D) f c(A) = 4 f c(B)'

4 . Um carro de massa 1,50103 kg, rebocado por um pronto-socorro, move-se a 30 km/h e é


x
puxado por um cabo que faz 20º com a horizontal.

Num deslocamento de 100 m , num plano horizontal, a intensidade da força de tensão exer-
cida pelo cabo manteve-se 2,00 x 103 N.

4 .1 Represente as forças aplicadas no ca rro.

4 .2 Determine a intensidade da componente horizontal da força exercida pelo cabo.

130
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

4.3 Determ ine o trabal ho rea lizado pela força exerci da pe lo cabo durante aquele desloca-
mento.

4.4 Classifi que como verdadei ra (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) O traba lh o da força de atrito é menor do que o da fo rça exercida pelo cabo.
(B) A energia cinética do carro é igual ao trabalho da força exercida pelo cabo.
(C) É nula a so ma dos trabal hos de toda s as forças sobre o carro.
(D) O trabalho da força de atrito é -1 ,9 x 10 5 J.
(E) Se o ângulo entre a força exercida pelo cabo e a horizontal diminuísse, esta força rea-
lizaria um trabalho menor.

5. No laboratório, um grupo de alunos largou um carrinho de uma posição de uma rampa e me-
diu a velocidade com que ele chegou a outra posi ção. Para isso, colocaram sobre o carrinho
um pino , de 9,40 mm de largura, e mediram o seu tempo de passagem com um cronómetro
digital ligado a uma fotocélula.

'%7,
5.1 Para uma certa distância perco rrida, os alunos med iram os tempos de interrupção do feixe
da fo tocél ula, em três ensaios realizados nas mesmas co nd ições, registados na tabela
seg uinte.
Ensaio ti ms
19,0

2 18,9

3 18,7

a) Apresente o va lor mais provável pa ra o tem po de interrupção da fotocél ula afetado da


incerteza relativa. Ap resente t odas as etapas de resolução.
b) Obten ha o resu ltado da me dição da velocid ade.

5.2 Os va lores obtidos para a d istância percorrida pelo carrin ho e para as energias ci néticas
correspond entes estão reg istados na t abela.

Distância percorrida / m EJJ


0,890 0,193

0,800 0,171

0,700 0,148

0,600 0 ,126

0,500 0,10 5

0,400 0,083

Elabore o gráfico da variação de energ ia ci nética em função da distância percorrida e, a


partir da ret a de regressão d e aj uste aos pont os, d etermine a inte nsidade da resultante
das forças a q ue o ca rrinho esteve suj eito.

131
FÍSICA 10.0 Ano

Questões propostas

5.3 Um outro grupo de alunos realizou a experiência com uma rampa mais inclinada.
Qual dos esboços de gráficos da energia cinética, Ec, do carrinho em fun ção da distância
pe rcorrida, d , pode representar os resu ltados da inclinação inicial (com pont os assinala-
dos) e da rampa mais inclinada?

(A) (B) (C) (D)

d d d d

5.4 Um outro grupo de alunos executou a experiê ncia colocando uma sobrecarga sobre o
carrinho.

Qual dos esboços de gráficos da energia cinética, Ec, do carrinho em função da distância
pe rcorrida, d, pode represent ar os resultados da massa inicial (com po ntos assina lados) e
com sobrecarga (sem pontos assina lados)?

(A) (B) (C) (D)

d d d d

6 . Um esquiador, inicialmente em repouso, desce a


encosta partindo de A, como se vê na figura.
A massa do esquiador e do equipamento é 70 kg.
Considere que na descida o atrito é desprezável,
que a inclinação se mantém constante e que o ní- 20 m
vel de referência para a energia potencial gravítica _2(! / B e
é o do ponto B.

6.1 Determine, para o ponto A, a energia potencial gravítica do sistema esquiador (com equi-
pamento) + Terra.

6.2 Ca lcu le a ve locidade com que o esqu iador chega ao ponto 8.

6.3 A partir do Teorema da Energia Cinética, prove que a relação entre a distância percorrida,
d , na encosta e o módulo da ve loci dade , v, é dada por: v2 = 20 sin 20° d

6.4 Ao chegar a 8, o esqu iador incli na os esquis, originando um atrito não desprezável.
Se chegar a C com uma ve locidade de 36 km/ h, depois de percorrer uma distância de
30 m, qual será a intensidade da força de atrito (considerando-a constante)?

7. Um automóvel com 850 kg de massa, inicialmente em repouso, é empurrado ao longo de um


plano horizontal numa dist ância de 20 m, com uma força com a mesma direção e sentido do
deslocamento e de intensidade 80 N. Considere o atrito desprezável.

7.1 Calc ule a energia cinética do automóvel após te r percorrido os 20 m.

7.2 Determine o módulo da velocidade que atingiu.


7.3 Mostre que se o automóvel fosse empurrado no dobro da distância, a energia cinética
adquirida seria também o dobro.

7.4 O módu lo da velocidade do automóvel aumenta quantas vezes quando a sua energia ciné-
tica duplica?

132
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

8. Ao bater o recorde do mundo de halterofilismo, em 2000, o atleta iraniano Hossein


Rezazadeh elevou, no arranque, desde o chão até à altura de 2 ,20 m, os halteres de 213 kg.
O tempo de elevação durou aproximadamente 1,3 s.

8.1 Qual foi o trabal ho rea lizado pela força exercida pelo atlet a na elevação dos halteres7
8 .2 Calcule a potência usa da naquela elevação.

9. Um elevador tem uma cabina de 450 kg e transporta duas pessoas, uma com 80 kg e outra
com 70 kg . O elevador começou a subir e parou 20 m mais acima, tendo-se verificado que
o rendimento na transferência de energia pelos cabos para o sistema cabina + pessoas foi
de 95%.

9.1 Determine o trabalho do peso do conjunto cabina + pessoas.

9.2 Quanto aumentou a energia do conj unto cabina+ pessoas?


9.3 Calcule a intensidade da força aplicada nos cabos, considerada constante, durante aquela
subida.

10. O António e o Manuel elevam, cada um,


uma mala com a mesma massa a uma ,,. ---··············~----
mesma altura h, com velocidade cons-
tante, como representado na figura.
Ambos gastam o mesmo tempo nessa
operação. Despreze os atritos e as mas-
sas das cordas.

10.1 Comente a afirmação: «O Manuel uti-


liza mais energia do que o António
para elevar a mala.»

10.2 Sendo PMe PAas potências e WM e WA os traba lhos reali zados pelo Manuel e pelo António,
respetivamente, ve rifica-se

(A) WM = WA e PM= PA.

(8) WM > WA e PM> PA.

(C) WM = WA e PM> PA.

(D) WM > WAePM=PA.

11. Um coqueiro tem 5,5 m de altura em relação ao chão. A cabeça de um macaco, sentado
debaixo do coqueiro, está a 0,50 m do solo. Um coco, de massa 250 g, desprende-se do
coqueiro e atinge a cabeça do macaco com uma energia cinética de 9,0 J.

11.1 Determine o trabal ho real izado durante a queda:


a) pelo peso do coco;
b) pela força de resistên cia do ar.

11.2 Qual foi a energia dissipada na queda7

11.3 Du rante a queda


(A) a variação de energia cinética e a variação de energia potencial gravítica são simétricas.
(8) o aumento de energia cinética é menor do que a diminuição de energia potencial.
(C) o traba lho da resultante das forças é negativo, uma vez que existe energia dissipada.
(D) a variação de energia mecânica do sistema coco+ Terra é nula.

133
FÍSICA 10.0 Ano

Questões propostas

12. Uma pessoa escorrega numa rampa de um parque


aquático. No ponto mais alto da rampa lança-se a
1,5 m s-1, saindo de uma altura de 4,0 m em relação à
base. Admita que 10% da energia mecânica, medida em 4,0 m
relação à base da rampa , foi dissipada no escorrega.

12.1 Qual é o módu lo da velocida de na base da ra mpa?

12.2 Ca lcule o mód ulo da velocidade com qu e chega à


ág ua da piscina, situada 2,0 m abaixo da base da
rampa, supo ndo que a resistência do ar é despre-
zável.

13. Um avião a jato com uma massa de 10,0 x 103 kg percorreu 1000 m numa pista retilínea até
conseguir descolar. Suponha que durante esse percurso a resultante das forças que estive-
ram aplicadas no avião teve intensidade 1,67 x 104 N e que o avião é redutível ao centro de
massa.

13.1 Ca lcule a soma dos tra balhos das forças que atua ram no avião.

13.2 Determine o módu lo da velocidade adq uirida pelo avião no momento da descolagem.

14. Um camião de brinquedo, de massa 1,4 kg, desce uma calha inclinada, tendo uma velocidade de
0,60 m s- 1 no ponto P, que está a uma altura de 1,5 m acima do nível QR. Quando o camião
alcança o ponto Q, tem uma velocidade de 3 ,0 m s-1.

14.1 Co ncl ua se de P para Q ho uve ou não conservação de energia mecâ nica.

14.2 Ca lcule o trabal ho realizado pela força de atrito no cam ião no movimento de P a O.

14.3 O ca mião vai parar e m S, que dista 126 cm de O. Determine a intensidade da fo rça de
atrito, considera da constante, que atuo u no ca mião no troço OS. A presente todas as
etapas da resol ução.

15. A sequência de figuras ao lado representa as


Ili
fases sucessivas de um salto com vara. Neste
salto, o centro de massa do atleta, que antes
do salto está aproximadamente a 90 cm do
solo, atinge a altura máxima de 4,90 m.
Consid ere que toda a energia cinética do sis-
tema atleta + vara é convertida em energia
li IV f;
1
potencial elástica da vara quando esta toca

J"
1

no chão e que a eficiência de conversão da


1-
energia potencial elástica da vara em energia
potencial gravítica é 80%.

15.1 Explicite as transformações de energia que ocorrem desde o instante imediatamente


antes de o atleta toca r com a va ra no chão até ao instante imediatamente antes de o
atleta ating ir o colchão no final do sa lto.

134
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

15.2 Os gráficos A, B, C e D representam os valores das energias cinética (E), potencial elás-
tica (EP) e potencial g ravítica (f P9 ).

A B e o

Estabeleça a correspondência entre as fases 1, li, Ili e IV do sa lto e os gráficos.

15.3 Esti me o módu lo da velocidade do atleta antes do salto, no instante imediatamente antes
de o atleta toca r com a va ra no chão. Considere desprezável a massa da vara.

16. Um ciclista consome parte das suas reservas energéticas para fazer um dado percurso. Seja
P a potência em esforço máximo que o seu corpo disponibiliza e 85 kg a soma da sua massa
com a da bicicleta.

16.1 Qual é a energia mínima que o seu organismo tem de fornecer pa ra o seu cent ro de
massa ser elevado 20 m acima da sua posição inicial?

16.2 Com velocidade constante, o ciclista demora 20 s a eleva r 20 m o níve l do se u centro


de massa. Determ ine a potência mínima do se u esforço.

16.3 Se fi zer em esforço máximo um percurso de 1000 m em trajeto pla no, ou os mesmos
1000 m numa su bida com um desnível de 20 m, em qual dos casos terá o ciclista de
despender mais ene rgia? J ustifique.

16.4 Se a potência em esforço máximo é a mesma nas duas corridas, como pode a e ne rgia
despendida va riar?

17. Um esquiador desliza numa montanha. A sua energia cinética em função do tempo, durante
uma parte do trajeto, está representada no gráfico seguinte. Despreze o atrito.

A velocidade é máxima em _______ e a altura é _ _ _ _ __

(A) O ... mínima em R (C) O ... máxima em R


(B) R ... máxima em O (O) R ... mínima em O

18. Um carro desportivo, com 1,10 x 103 kg de massa, tem um motor que desenvolve uma potência
de 3,5 x 105 W. No processo de transformação em energia cinética de translação, o rendimento
é de 30%.

18.1 Dete rmin e o trabalho út il quando no arranque até atin gir 100 km /h.

18.2 Calcule o te mpo que demora a at ingir 100 km/ h.

13 5
FÍSICA 10.0 Ano

Questões propostas

19. O Daniel e o seu irmão André estão parados num escorrega, nas posições mostradas na figura.
O Daniel tem o dobro da massa do André e a altura a que ele está, acima do solo, é metade
da altura a que está o irm ão.
Os dois começam a escorregar no mesmo instante. Despreze as forças de atrito.

André

~ Daniel

h
h
2
V

Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.

(A) Os irmãos chegam ao fin al do escorrega com diferentes energias cinéticas.


(8) O trabalho da força g ravítica é igual nos dois casos.
(C) O trabalho das forças conservativas é nulo.
(D) O tra ba lho das forças não conservativas é simét rico da va riação de ene rgia potencia l.
(E) No fin al da descida o Daniel chega com velocidade menor.
(F) A variação de energia potencial é ig ual à va riação de ene rgia cinética.

20. Um carrinho , de massa m , é largado numa rampa, 34 cm acima do solo. Os gráficos mos-
tram como variaram as suas energias potencial gravítica e cinética ao longo da distância,
d , percorrida na rampa .

.' .''
- - - , - - - -,- - - - - - - ,- - - .,. - - - .
.. f/ J ---.----,-·-· · ··- .. ----.-
'
' . '
''
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'
''
'
'
- - - ....
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' - - -'-' - - - '' - - - ....
. .
• • • <• • • •

.
L
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• • .,1 • • • +L
''
+ • + I + •

'
'
' ' ' ' '
'
'
2 ' O --·j----:----:---j----~
'
'
2 ,0 .. ;....,. ... :···j····,.-·:
: ' : :

1,0

50 100 d I cm 50 100 d I cm

20.1 Partindo da análise dos gráficos , conclua sobre o trabalho das forças não conservativas.
20.2 Comente a afirmação: «Neste movimento ho uve conse rvação d e energia.»
20.3 Determ ine a intensidade da result ante das forças de atrito, F. , considera ndo-a constant e.
20.4 Represente o ca rrin ho a meio da rampa e esquematize o diagrama de forças que sobre
ele atuam nesse instante.

20.5 Sendo 0 o ângulo entre a rampa e o so lo, a intensidad e da resultante das forças que
atua no carrinho é
(A) m g si n 0. (8) m g sin 0 - F•. (C) m g cos 0- F •. (D) m g - F. si n 0.

20.6 Qual é a massa do ca rrin ho?


20.7 Calcu le o módu lo da velocidade de chegada do carrinho ao solo.

21. Para investigar, com base em considerações energéticas, o movimento vertical de queda
e d e ressalto de uma bola, um grupo de alunos d eixou cair uma bola de basquetebol de
alturas diferentes. As alturas atingidas no primeiro ressalto foram medidas com uma fita
métrica, cuja menor divisão é um milímetro. Para cada altura de qued a repetiram três vezes
a medição da altura de ressalto.

136
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

Os dados recolhidos estão registados na tabela.


A resistência do ar é desprezável.

21.1 Qual é a incerteza de leitu ra associ ada à régua


util izada nesta experiê ncia?
- 1,500
0,887
0,877
0 ,884
- 0,883

21.2 Determi ne a incerteza relativa, expressa em per- 0,707


centagem , da altu ra de ressa lto correspo ndente
1,200 0,698 0,70 4
a uma altura de queda de 1,500 m.
0,706
21.3 Para uma altura de queda de 1,200 m, a altura d e
0,597
ressalt o está compreendida no interva lo
1,000 0,591 0,591
(A) [0,698; 0 ,70 7) m. (C) [0 ,698; 0,704) m.
0,584
(8) [0,704; 0,707) m. (D) (0 ,698; 0,710) m.
0,464
21.4 Apresente o gráfico de pontos da altu ra de res-
0,800 0,470 0,467
sa lto em f unção da alt ura d e queda e obtenha a
equação da reta que melhor se aj usta ao gráfi- 0,468
co da altura de ressa lto em função da altu ra de 0,344
que da. 0,600 0,351 0,3 50
21.5 Dois outros grupos tra balharam com bolas dife- 0,356
rentes. As eq uações das retas de ajuste aos grá- 0,295
f icos da altu ra de ressalt o em fu nção da altu ra de
0,500 0,290 0,293
queda foram Y = 0, 550X - 0 ,004 e Y = 0,461X -
0,294
- 0,0 2 8 para uma bola de voleibol e uma de té-
nis, respetiva mente.

Conclua, j ustif icando, para qual das d uas bolas, a de ténis ou a de voleibol, a percenta-
gem de energia d issipada é maior.

Energia e fenómenos elétricos

22. Uma secção de um condutor é atravessad a por uma carga elétrica de 1,8 C por cada se-
gundo que decorre. A grandeza física associada a esta descrição é

(A) o am pere. (8) o volt. (C) a tensão elétrica. (D) a corrente elétrica.

23. A diferença de potencial elétrico, ou tensão elétrica, entre dois pontos A e B de um circuito,
define-se como o trabalho realizado pelas forças elétricas
(A) sobre as cargas e létricas que atravessam uma secção transversal desse troço.
(8) sobre os eletrões que circulam entre A e B.
(C) por cada eletrão que circula entre A e B.
(D) sobre as ca rgas elétricas entre A e B, por uni dade de carga.

24. Uma corrente elétrica de 200 mA circul a num condutor.


24.1 Indique a carga elétrica que passou numa secção do cond utor dura nte meia-hora.
24.2 Ind ique quantos eletrõ es p assa ram nessa secção (e = 1,61 x 10- 19 C).

25. Num material condutor, uma secção transversal é atravessada por um carga elétrica de 6 C du-
rante 3 s e, simultaneamente e no mesmo intervalo de tempo, por outra carga elétrica de -6 C,
mas em sentido oposto. Conclua, justificando, qual é a corrente elétrica que um amperímetro
ligado a esse condutor deveria medir.

137
FÍSICA 10.0 Ano

Questões propostas

26. A figura mostra informação do carregador de um


computador. Ele transfere energia para a bateria do
Replacement AC Adapter
computador e transforma e retifica a corrente , ao Model: PA-16
estabelecer a conversão da tensão da rede elétrica , PIN: NX061
identificada como entrada (INPUT), para a tensão a INPUT: 100-240 V 1.2A
que funciona o computador a que fica ligado, a saí- 50/60 HZ
da (OUTPUT). OUTPUT: 19 V ... 3.16A

26.1 Indique o tipo de corrente elétrica que os comp utadores usam no seu f uncionamento.
26.2 A grandeza corrente elétrica num condutor defin e-se co mo
(A) o trabal ho rea lizado pelas forças elétricas sobre as ca rgas elétricas entre dois pon-
tos do con dutor.
(8) a ca rga elétrica que atravessa uma secção reta do condutor po r unidade de tempo.
(C) a ca rga elétrica que circula entre dois po ntos do condutor num intervalo de tempo.
(D) o movi me nto orientado das cargas elétricas no condut or.

26.3 Exist em diferenças entre a corrente e létrica q ue é disponibili zada pela rede elétrica e a
que usam os computadores. Distinga os dois tipos de corrente elétrica.

26.4 Na sua ca rga máxima, a bateria de um comp utador fica com a energia de 432 kJ . Es-
t ando o computador desligado e a bateria sem carga, calcule o tempo, em horas, que
o carregador demora a repor a ca rga máxima. A presente todas a etapas d e reso lução.

27. Um dispositivo que emite luz em resposta


/ / mA
a uma corrente elétrica é o led. O gráfico
mostra curvas características de leds ver-
30
, . . : : R ,. '.
.... , .... ·········· ·············•· ·••·······

melhos (VR) , amarelos (AM), verdes (VD),


······: -,-...---:
azuis (AZ) e brancos (8). 20 -- --· ..
,:
)~'

27.1 Q ual é o motivo principa l que tem con-


,.,/s. ....
,/ :
d uzido ao uso g enera lizado dos leds em 10 : ,,,,:,
iluminação?
: _::/.'.
(A) O led fornece uma maior iluminação o .j..,,<'.....a!li<C.._~ - + - -.-::'------'•'--+'-'-i--------i-----+-~c-+
para uma dada energia que recebe. 1,5 2,0 2,5 3,0 3 ,5 U I V

(8) Podem construir-se mais facil mente leds das ma is variadas cores.
(C) Podem co nstrui r-se leds muit o pequen os.
(O) O efeito Jou le não se aplica aos leds.

27.2 Indiq ue o led que te m uma maior resistênc ia para uma co rrente d e 20 mA.
27.3 Para que o led não se queim e, normalmente a corrente
não deve ultrapassar os 2 0 mA e, para isso, utiliza-se uma
resistência limitadora da corrente.
O esquema do circuito da fig ura mostra um led b ranco,
uma pilha de 9 V e uma resistência que limita a corrente a
20 mA. Ca lcule o valor da resist ência. R
Apresente todas as etapas de resolução.

28. Dois aquecedores, X e Y, de potências 1,0 kW e 2,0 kW, respetivamente, são ligados num
apartamento. A diferença de potencial elétrico nas instalações domésticas é 230 V.

138
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

28.1 Indique o significado físico de uma diferença de potencial elétrico de 230 V.

28.2 A corrente elétrica que atravessa o aquecedor X, em ampere, é


1,0 1,0 X 103 230 230
(A) - · 9 (C) - · (D) - -
230 ( ) 230 1,0 1,0 X 103

28.3 Determine a energia consumida, em kW h, pelos dois aquecedores se estiverem ambos


ligados durante 2 horas e 40 minutos.

28.4 A resistência do aquecedor Y é _ _ _ _ _ da resistência do aquecedor X.


(A) metade. (8) o dobro. (C) um quarto. (D) o quádruplo.

28.5 Conclua, justificando, como variaria a potência dissipada nos aquecedores se fossem
levados pa ra os Estados Unidos da América , onde a tensão elétrica da rede doméstica
é de 120 V. Considere, por simplicidade, que as resistências elétricas dos aquecedores
se mantêm constantes.

29. A um aluno é dado um circuito e um voltímetro. Um diagrama esquemático do circuito é


mostrado na figura.
Com o interruptor fechado, o aluno regista as
1,0 kQ
observações seguintes:
- leituras nos amperímetros: A , - 2,73 mA;
A 2 - 1,64 mA;
- leituras no voltímetro: entre X e Y - 6,00 V ; y
entre Z e H - 3,27 V.

29.1 O al uno liga o vo ltímetro ao circuito entre


dois pontos. Uma ligação que produza
uma leitura de 2,73 V deve ser feita entre G
os pontos
(A) X e H. (8) W e E. (C) F e G. (D) Y e Z.

29.2 A corrente elétrica no ponto F é


(A) 1,09 mA. (8) 1,64 mA. (C) 2,73 mA. (D) 4,37 mA.

29.3 Ordene por ordem decrescente as potências dissipadas por efeito Joule em cada uma
das resistências.
Apresente todos os cá lcu los efetuados.

30. Um aluno pretende construir um aquecedor usando um enrolamento de fio. Experimenta


e verifica que não proporciona o aquecimento suficiente. Conclua, justificando, se, para o
conseguir, ligado à mesma tensão, deverá aumentar ou diminuir a resistência do fio usado.

31. No esquema apresenta-se uma fonte de alimen-


tação, ligada a um condutor puramente resistivo.
10,0Q
31.1 A corrente através da resistência de 10,0 Q é
(A) 0 ,27 A. (C) 0,34 A.
(8) 0,30 A. (D) 2 ,3 A.

31.2 A tensão nos extremos da resistência de 10,0 Q é


(A) 3,0 V. (8) 0,33 V. (C) 0,30 V. (D) 2,7 V.

139
FÍSICA 10.0 Ano

Questões propostas

32. Três condutores filiformes puramente resistivos, A , B e / / mA


C, são ligados a um gerador. O seu comportamento, a
temperatura constante, é descrito no gráfico ao lado.
400
32.1 Fu ndamente a afirmação seguinte: «Os co nd utores
A , B e C têm resistênc ia constante.»
200 e
32.2 Liga-se o condutor C a um gera dor idea l cuja força
eletromotri z é 10 V.
Dete rmin e a energia fornecida pe lo gerador ao f im
de 15 mi nutos. 10 20 U IV

33. No circuito esquematizado ao lado, há três


resistências iguais, de valor R, e um gerador.
O interruptor, Y, está aberto.

33.1 Se o gerador for ideal, quan do se fecha R


o interruptor a tensão registada no voltí-
metro V 1 _ _ _ _ e a reg istada em V 2 R R
y

(A) diminui .... dimi nui


(C) mantém-se .... aumenta
(8) diminui .... aumenta
(O) mant ém-se .... diminui

33.2 Se a resistência interna do gerador não for desprezável, q uando se fecha o interrupt or
a tensão registada no voltímetro V 1 _ _ _ _ e a registada e m V 2 _ _ __

(A) diminui .... diminui (C) dimin ui .... au menta


(8) mantém-se .... aument a (O) manté-se .... dimin ui

34. O circuito esquematizado ao lado representa uma


bateria, com uma força eletromotriz de 24 V e resis-
t ência interna, r, e mais alguns componentes, sendo
a resistência X desconhecida .

34.1 Exp lique o sign ificado de fo rça eletromotriz da


~___.._____. ~----------
24 V, r

bateria de 24 V.
L y A
34.2 Quando o inte rruptor, Y, está abert o, o am pe- X
rímetro regist a 1,5 A e a potência dissipada na
lâmpada de filamento incandescente, L, é 18 W.
Determine a res istência:
~---1 s,on
a) da lâmpada;
b) interna da bateria.

34.3 Quando o interrupt or, Y, está fechado, o amperímetro re gista 2,0 A. Ad mita qu e a resis-
tência da lâmpada se mantém constante. Determ ine:
a) a te nsão registada no voltímetro.
b) a resist ênc ia X.
e) a energia transferida para a lâmpada em 2 min.

140
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

35. O gráfico seguinte representa a curva teórica U(/) quando u I v


um dado recetor é ligado a um gerador. 12,0

35.1 Pode concl uir-se q ue o 8,0


(A) gera dor te m 4,0 Q de resistência interna.
(B) recet or tem uma resistência consta nte de 4,0 Q .
(C) recet or tem uma resistência constante de 0,25 Q.
(D) gerador tem 2,0 Q de resistência interna. o 2,0
li A
35.2 Verifica-se que a pot ência máxima que um gera dor pode fornecer a um circuito ocorre
quando a resistência do circu ito for igual à resistência interna do gerado r.
A potência máxima que o gerador po de fornecer é
(A) 18 W. (B) 32 W. (C) 16 W. (D) 24 W.

36. O circuito esquematizado ao lado representa uma .------1f·······I t-----,

bateria, de força eletromotriz E com uma resistên-


i-------1 V 2 i-------1
cia interna não desprezável, e resistências externas
de valor igual.
A relação que se verifica é A R

v+v +V
(A) t: = 1 2 3
.
R
(B) v1= v2e v1< V 3
.

(C) v2= v1+ v3. R


(D) E= V2 .

37. Um grupo de alunos montou um circuito com o objetivo de es-


tudar as características de uma pilha através do traçado da su a
curva característica U = f(/). Usaram a pilha, uma resistência va-
riável, um voltímetro e um amperímetro. Os dados foram regis-
tados na tabel a.
14,5
18,9
21 ,3
- 8,69
8,64
8,61

37.1 Q ual das montagens seg uintes pe rmite estudar as caracte- 27,5 8,54

rísticas da pilha? 34,3 8,46


58,4 8,19

141
FÍSICA 10.0 Ano

Questões propostas

37.2 Usando os valores obtidos, elabore o gráfico U(n e encontre a reta de ajuste.
Apresente, na sua folha de respostas, um esboço de gráfico, a equação da reta de ajuste
e, a partir dela, refira quais são a força eletromotriz da pilha e a sua resistênc ia interna.

37.3 Indique como se pode medir diretamente a força eletromotriz de uma pilha.

Energia, fenómenos térmicos e radiação

38. As figuras seguintes apresentam a mesma situação: uma com radiação visível e outra com
radiação infravermelha.

38.1 Explique o facto de a mão do homem ser visível na figura da direita, mas invisível na da
esquerda.

38.2 Na figu ra da esquerda , o saco é preto porque _ _ _ _ _ _ toda a radiação


_ _ _ _ _ _ que nele incide.
(A) absorve ... visível (C) emite ... v isível
(B) absorve ... infravermelha (D) emite ... infravermelha

38.3 Na figura da direita, o homem apa rece com os ócu los escuros porque as lentes
_ _ _ _ _ _ muito pouca radiação _ _ _ _ __
(A) absorvem ... visível (C) emitem ... visível
(B) absorvem ... infravermelha (D) emitem ... infravermelha.

39. Três corpos de massa igual, um de madeira (M), um de porcelana (P) e outro de alumínio
(A), são colocados num forno mantido a temperatura constante.

39.1 Após se ter atingido o equilíbrio térmico, a relação entre as temperaturas da madeira
(TM), da porcelana (TP) e do alumínio (TA) será
(A) TM= Tp = TA. (C) TM< Tp< TA.

39.2 Após se ter atingido o equilíbrio térmico, os três corpos


(A) apresentam energias internas diferentes.
(B) apresentam quantidades de calor diferentes.
(C) deixam de emitir radiação.
(D) deixam de absorver radiação.

40. No século XVIII, os físicos já tinham reconhecido que, ao colocarem em contacto dois cor-
pos a temperaturas diferentes, o de maior temperatura cedia energia ao de menor tempe-
ratura. Mas pensavam que, nesse processo, uma substância, invisível e sem peso, passava
do corpo quente para o corpo frio (teoria do calórico).

40.1 Descreva as experiências de Thompso n e de Joule, identificando o seu contributo para


o reconhecimento de que o calor é energia.

142
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

40.2 Cons ide re uma experiência semel hante à de Joule que possa rea lizar com o seguinte
material: tubo de cart ão ci líndrico de 1,0 m de com primento, fechado numa extremidade
e com uma t am pa na outra, esferas de ch umbo, termó metro e ba lança.

a) Descreva a expe riê ncia que realizaria te ndo po r obj etivo o estabe lecime nto da rela-
ção entre calor e trabalho, explic ita ndo as medições qu e deveriam ser realiz adas.

b) Exp lique os fund amentos teó ricos do mét odo uti liza do nesta experiência.

e) Para poder calcular, com base nesta experiência, o valor de uma ca loria em joules, é
necessário con hecer para além da variação de te mperatura das esferas de chumbo,
um dado sobre o chumbo. Conclua que d ado sobre o chum bo seria necessá rio.
Ap resente, num texto estruturado e com linguagem cient ífica adeq uada, a conclusão
sol icitada.

41. Montou-se um circuito com um painel fotovoltaico, um amperímetro e uma resistência va-
riável à qual se associa um voltímetro. Iluminou-se o painel com uma lâmpada fi xa a uma
certa distância e com incidência perpendicular. Variou-se a resistência e , com base nas
medidas do amperímetro e do voltímetro, elaborou-se o gráfico da potência fornecida à
resistência em função da diferença de potencial elétrico fornecida pelo painel que se re-
produz na figura seguinte.

Célula fotovoltaica

s 20 .,.-----.,.-----.,-....--.,.------.,.------.,.------.,.--------,-----,
~ 18 ·····•
Q 16
14
12
rrrr · ,· · ·,· -- ·· ·· ··r··r··,·-!··

....•..,.. ..,. .... .

10 ..~ ..:.. ~.. l.. .. L.~ ..~ ..L -- ~- ..........,..... .


. '
8 ..:. ..:.. .:.. ;.... :
6

o
o 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 UIV

41.1 Sel ecio ne o esquema do ci rcuit o construído.

(A) (C)
,-------1 A t-----,

(B) (D)
,-------1 A t-----, ,-------1 V >----.

143
FÍSICA 10.0 Ano

Questões propostas

41.2 Apresente a leitura que teria sido realizada no am perímetro para uma diferença de po-
tencial elétrico de 0,68 V.

41.3 Para q ue valores de diferença de potencia l elétrico o pai ne l fornece a potê ncia de 10 mW?
41.4 Determine a resistência elétrica na situação em qu e o rendiment o do painel é máximo.

42. Pretende-se dimensionar um painel fotovoltaico para alimentar um sistema elétrico cuja
potência é 500 W e que funciona, em média, 4,0 horas por dia. No local da instalação, a
irradiância, considerando apenas as horas de sol, tem um valor médio de 320 W m- 2 e há,
em média, 8 ,0 horas de sol por dia.
42.1 Indique o sign ificado físico do valor médio da irradiância solar no local da in stalação
fot ovo ltaica.
42.2 Qua l é o va lor médio da irradiância solar neste local em kW h m- 2 ano- 1?

42.3 A energia da radiação solar que incide, por unidade de t empo, num a determinada área
do pa in el não de pende
(A) da inclinação do painel relativamente à incidência da luz solar.
(B) do ti po de células fotovoltaicas utilizadas no painel.
(C) da hora do d ia.
(D) das con dições metereo lógicas.

42.4 Dete rmine o valor mínimo que a área do pa inel deverá ter, adm itindo que o seu rendi-
mento é, em média, 12%.

43. Nas regiões perto de grandes massas de águ a, mares ou lagos, ocorrem deslocações de
ar, tal como se mostra nas figuras . Estes movimentos contribuem para a moderação da
temperatura nessas regiões. As temperaturas do ar junto à água durante o dia e durante a
noite são muito próximas.

A B

TA ~'
~ -< - - - - - - - • - - • - .. -
~

Brisa marítima e brisa terrestre.

144
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

43.1 Descreva o meca nismo de transferência de energia ilustra do na fig ura.


43.2 Explique por q ue motivo a circulação de ar durante a noite é feita e m sentido oposto ao
da circulação diurna.

43.3 Esta beleça a correspondência entre as temperaturas indicadas na fi gura e os va lores


segu intes: 15 ºC, 18 ºC, 19 ºC e 23 ºC.

44. Se colocarmos um pouco de álcool sobre a pele temos uma sensação de frio, porque o
álcool
(A) encontra-se a uma temperatu ra inferior à da pele.
(8) fornece ene rgia, como ca lor, à pele.
(C) abso rve energia, como calor, da pele.
(D) encontra-se a uma tem peratura superior à da pele.

45. Sobre um recipiente contendo uma amostra de 150 g de hélio,


munido de um pistão móvel, exerce-se uma força que comprime
o gás, realizando sobre o sistema um trabalho de 36 kJ. A tem-
peratura aumenta 27,6 ºC e, como o recipiente não está isolado
termicamente, liberta 14 kJ por calor. Con sidere desprezável a
massa do recipiente.

45.1 Determi ne a va riação de energia interna da amostra de hélio no processo descrito.


45.2 Exp lique o significado de se desprezar a massa do recipie nte.
45.3 Se o volume do recipiente fosse constante, o trabalho realizado sobre a amostra de
hélio seria nulo. Para que ocorresse a mesma variação de temperatura, te ria sido neces-
sá rio que a amostra de hélio _ _ _ _ _ de ene rgia por calor.
(A) cedesse 50 kJ
(8) cedesse 22 kJ
(C) absorvesse 50 kJ
(D) abso rvesse 22 kJ

45.4 Qual d everia ter si do a variação d e temperatura da amostra de hélio se o reci piente
co ntivesse 100 g de hélio, ma ntendo-se const antes o traba lh o real izado e o calor?

46. Um sistema gasoso é aquecido da temperatura T; até à temperatura T1 mediante dois pro-
cessos diferentes: no primeiro, o trabalho realizado é nulo, absorvendo 420 J de energia
por calor; no segundo, há trocas de energia por trabalho, absorvendo 500 J de energia
por calor.
Pode con cluir-se que, no primeiro processo, a temperatura do sistema _ _ _ _ _ e que,
no segundo processo, a variação de energia interna do sistema é do que
soo J .
(A) aument a ... maior
(8) aumenta ... menor
(C) diminui ... maior
(D) diminui ... menor

145
FÍSICA 10.0 Ano

Questões propostas

47. Num coletor solar aproveita-se a radiação solar para o aquecimento de água. A figura é um
esquema dos principais componentes de um tipo de coletor solar:

• uma caixa fechada, contendo canos de cobre na forma de serpentina;


• uma placa pintada de preto fosco;
• uma tampa de vidro transparente.

Placa coletara
Tubo de aquecimento
Cobertura
transparente
r--~---,,~---i.--Material
isolante
Caixa _ _...,_ _ _ _ _ ___,,

Para uma irradiância solar de 8,0 W dm- 2 e uma área de absorção de energia igual a 10 m2 ,
verificou-se que 50 kg de água aqueceram de 25 ºC para 80 ºC numa hora.

47.1 Expli qu e porque é que a placa é pintada de preto.

47.2 Qual é a fu nção da tampa de vid ro tra nspare nte7

47.3 Calcule a energia que é absorvida, por hora, pela ág ua.


47.4 Determine o rendimento d este coletor nas condições d escritas.

48. Uma pessoa em repouso cede energia para o ambiente a uma taxa aproximada de 180 W.
Suponha que seis pessoas fi cam presas num elevador durante cinco minutos.
Dados: e., = 1,0 X 103 J kg- 1 0 c-1 e P., = 1,2 g dm- 3 •

48.1 Qua l é a energia total libertada pelas pessoas nesse intervalo de tempo7
48.2 Se toda essa energia fosse absorvida pelos 6,0 m3 de ar contidos no e levador, q ual
seria o aumento de temperatura do ar? Desp re ze a energ ia emitida pelo ar naqueles
cin co mi nutos.

49. A mesma energia é fornecida, por calor, a dois corpos M e N, sendo a massa de Mo triplo da
massa de N. Como resultado, esses corpos apresentam a mesma variação de temperatura.
Qual é a relação entre as capacidades térmicas mássicas, cM e cN, das substâncias que os
constituem?

50. Um bloco de alumínio X recebeu uma energia E por calor e a sua temperatura aumentou de
30 ºC para 150 ºC.

50.1 Se ao bloco de alumínio X tivesse sido fornecida uma energia 2E, q ual seria a sua va-
riação d e temperatura?
(A) 60 ºC (8) 240 °C (C) 270 ºC (D) 300 ºC

50.2 Considere um b loco de alumínio Y com o triplo da massa do bloco X.


Pa ra que o bloco Y sofra a mesma variação de temperatu ra que o bloco X , é necessário
qu e receba uma energ ia igual a
E
(A) E. (8) 3E. (C) - - (D) 9 E.
3

146
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

-
51. Um objeto metálico, de 95 g de massa, foi colocado num Capacidade térmica
recipiente com água em ebulição, à pressão normal, o mássica / J kg-1 0 c-1
tempo necessário para ficar em equilíbrio térmico com
A lumínio 9,0 X 10 2
a água. De seguida foi transferido para outro recipiente,
com 200 g de água a 10 ºC. A temperatura final do objeto Cobre 3,9 X 10 2

e da água foi 18 ºC. Sabe-se que o objeto é constituído Ferro 4,5 X 10 2


por um dos metais da tabela à direita.
Chumbo 1,3 X 102
51.1 Identifique o metal que constitui o objeto.
51.2 Determine o erro percentua l da medida da capacidade térmica mássica do metal.

51.3 Indiq ue um motivo que possa ter contribuído para esse erro.

52. A figura mostra um tanque cilíndrico de água cuja área da base é A = 4,0 m2
4,0 m 2 , havendo uma camada de gelo de espessura L na superfície da Ar
água. O ar em contacto com o gelo está a uma temperatura r., = -15 ºC,
enquanto a temperatura da água em contacto com o gelo é Tágua = 0,0 ºC.
Gelo
A variação de entalpia mássica de fusão da água é 3,34 x 105 J kg- 1 e a
densidade do gelo é 0,90 g cm-3 • Agua

52.1 Pode concluir-se que


(A) o calor é transferido do ar para a água.
(8) a temperatu ra da ág ua líquida em contact o com o gelo ma ntém-se constante.
(C) todo o gelo se encontra à mesma temperatura.
(D) a energia interna do sist ema gelo + água aumenta.

52.2 Para aumentar a espessura de 10 cm para 11 cm de gelo, é transferida para o ar, em


média, uma energia de 1,0 x 103 J s- 1. Quanto tempo demora o processo em que a es-
pessura do gelo aumenta de 10 cm pa ra 11 cm?

53. Aqueceu-se uma amostra de 800 g de água num recipiente com uma resistência elétrica ,
no fundo, de potência 400 W. A água encontrava-se inicialmente a 18,2 ºC e após 14 minu-
tos e 50 segundos atinge a temperatura de 100 ºC, entrando em ebulição.
A capacidade térmica mássica da água líquida é 4 ,18 x 103 J kg-1 0 c-1 e a sua variação de
entalpia mássica de vaporização é 2,26 x 106 J kg-1•

53.1 Qual é o mecanismo de transferência de energia por ca lor que se p rete nde aproveita r
colocando a resistência de aquecime nto no fundo do rec ipiente?

53.2 Determine o rendiment o do processo de aquecimento.


53.3 A energia que a amostra de água , a 100 ºC, tem que absorver para ser totalme nte va-
porizada é
6
2,26 X 10 )
(A) (2,26 x 106 x 0,800 x 100) J.
(C) ( 0,800 X 100 J.

(8) (2,26 X 106 X 0,800) J. 2,26 X 10 6 )


(D) ( 0,800 J.

53.4 Pretende-se dimensionar um painel fotovoltaico para alimentar apenas a resistência


elétrica de 400 W, que funciona, em média, 5,0 h por dia. No local da instalação, a irra-
diância, considerando apenas as horas de sol, tem um va lor médio de 320 W m-2 e há,
em média, 8,0 h de sol por dia.
Determine a área que o pa inel deve ter, admitindo q ue o seu rendimento é 12%.

147
FÍSICA 10.0 Ano

Questões propostas

54. Numa central termoelétrica, a combustão do carvão é utilizada para aquecer a água, que
se transforma em vapor. A alta pressão do vapor de água é utilizada para mover as pás
giratórias de uma turbina.
Considere que o calor produzido na combustão do carvão durante uma hora é Q , o traba-
lho realizado pelas forças exercidas na turbina é W e a energia elétrica produzida é E.
Para a situação descrita, qual é a expressã o verdadeira?
(A) Q = W= E (8) Q > W> E (C) Q = W > E (D) Q < W < E

55. Um bloco de 2,0 kg de gelo a -20 ºC foi Água em diferentes Capacidade térmica
aquecido até se transformar completamente estados mássica / J kg-1 0 c-1
em vapor de água a 120 ºC. Todas as trans-
Gelo 2 ,0 5 X 10 3
formações ocorreram a pressão constante.
Água líquida 4,18 X 103
Considere que a variação de entalpia m ássi-
ca de fusão da água é 3 ,34 x 105 J kg- 1 e a de Vapor de água 2,08 X 10 3
vaporização é 2,26 x 106 J kg- 1•

55.1 Relacione a energia absorvida pe lo sistema na fusão com a e nergia de vapori zação.
55.2 Qua l é o estado físico da ág ua em q ue para a mesma energia fornecida, como calor,
a va riação de tem perat ura é maior?

55.3 Qual dos gráfi cos seguinte s re p resenta corret ame nte a variação de te mpe ratu ra do
sistema com a e nergia forneci da?

(A) (C)
TlºC 120 - - - -.- - - - --' - - - . - - - --' - - - -- - - -- - - - - -' - - - --' - - . --' - - . TlºC 120 - - - ··-- - - --' --- -. - - ---' - - - --' - - - -' -- - - -' - - ---' -- - ---- -
100
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(8) (O)
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56. O gráfico seguinte representa a variação de temperatura de duas amostras, Me N, de igual


massa mas de materiais diferentes, em fun ção da energia fornecida .

Energia
Qua l dos materia is, d a a most ra M ou d a N, tem m aior cap acidade térmica m ássica?
Justifique.

148
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

57. Um grupo de alunos realizou uma experiência adicionando 30,0 g de gelo em pequenos
pedaços, à temperatura de 0,0 ºC, a 260,0 g de água líquida, a 20,0 ºC. Verificaram que
a água líquida, resultante da mistura, atingiu o equilíbrio térmico quando a temperatura
estabilizou a 11,0 ºC. Com base nos resultados obtidos experimentalmente, os alunos esta-
beleceram o balanço energético do sistema.

57.1 Enquanto os pequenos pedaços de gelo se f undem, a sua energia interna _ _ _ _ e


a sua temperatura _ _ __
(A) mantém-se ... mantém-se
(8) aumenta ... aumenta
(C) mantém-se .... aument a
(D) aume nta ... mantém-se

57.2 Indique em que lei se baseia o estabelecimento do balanço energético do sistema.


57.3 Determine o va lor experimental da entalpia mássica de fusão, /:ihrusão' da água, obtido
pelos al unos.

57.4 Para a água , encontraram numa tabela: /:ihrusão = 3,34 x 105 J kg-1.
Comparando este valor com o que foi obtido pelos alunos, conc luíram que o sistema
água+ gelo não era isolado. Conclua.j ustificando, em que sentido terá ocorrido a trans-
ferência de e nergia do sistema água+ gelo com o exterior.
Apresente todas as etapas de resolução.

58. Considere a amostra de um líquido de massa 0,34 kg e à temperatura de 27 ºC, e uma


outra amostra do mesmo líquido, de massa 0 ,20 kg e à temperatura de 5 ºC. Admita que
estas amostras foram misturadas num recipiente termicamente isolado e que a transferên-
cia de energia entre a mistura e o recipiente foi desprezável.
Determine a temperatura à qual a mistura atingiu o equilíbrio térmico.

59. No interior de um bloco de alumínio, de massa 1,100 kg , um grupo de alunos colocou uma
resistência elétrica que ligou a um circuito. Um amperímetro indicou 2,6 A na resistência e
um voltímetro indicou 7,5 V nos seus terminais. Usando um cronómetro e um termómetro
obtiveram os valores indicados na tabel a para a temperatura do bloco de alumínio em seis
instantes diferentes. Admita que toda a energia fornecida contribuiu para o aumento de
temperatura do cilindro de alumínio.

Míi◄IBI
O 18,7

60 19,8
120 21,1
180 22,3

240 23,4
300 24,5

Determine a capacidade térmica mássica do alumínio a partir de um gráfico adequado.


Apresente o esboço do gráfico e a reta de regressão encontrada.

149
Física
11.ºAno
FÍSICA 11.0 Ano

Domínio 1
Mecânica
30
1.1 Tempo, posição e velocidade z
P(x, y, z)
1.1.1 Posição, deslocamento, distância percorrida •
e sentido do movimento o y

X
Movimentos retilíneos e gráficos posição-tempo
20
Para estudar o movimento pode usar-se coordenadas
cartesianas. Estas coordenadas resultam de um refe-
rencial com três eixos orientados, com uma origem co-
mum (O) e perpendiculares entre si. Neste referencial ,
a localização de um ponto, ou a sua posição, é dada
pelas coordenadas cartesianas x, y e z (Fig.1.1). Se uma
l: _~
o
10
partícula (ou o centro de massa de um corpo) se des-
locar num plano, é suficiente o uso de dois eixos (duas P(x) X

coordenadas); se apenas se deslocar em linha reta, o


um eixo é suficiente para a loca lizar (uma coordenada). Fig. 1.1 Sistema cartesiano a três
dimensões, a duas dimensões e
Uma partícula está em movimento quando, em rela- a uma dimensão

ção a um referencial , a sua posição varia no tempo.

Trajetórias Características

A linha que une os sucessivos pontos ocupados pela


Curvilínea
partícula é uma linha curva.

A linha que une os sucessivos pontos ocupados pela


Retilínea
partícu la é uma linha reta.

Trajetória de uma partícula é a lin ha que une os su-


cessivos pontos por onde ela passou.

Deslocamento, sentido do movimento e distância percorrida


A grandeza que indica a variação de posição chama-
-se deslocamento. Independentemente da trajetória,
o deslocamento é um vetor com origem na posição
inicial e extremidade na posição final , simbolizado por
l'-,.r (Fig. 1.2).

Num movimento retilíneo, para um eixo coincidente x, X

com a trajetória, chama-se componente escalar do


deslocamento, segundo o referencial Ox, à diferença
entre as coordenadas da posição final e da posição x, X

inicial (Fig. 1.3): âx = x 1 - x;


Fig. 1.2 Deslocamento.

152
DOMÍNIO 1 Mecânica

o x, ------+ x2

Fig. 1.3 Deslocamento e componente escalar do deslocamento num movimento retilíneo.

O sinal desta diferença é o do sentido do movimento.

Sentido do movimento

>O positivo do referencial

<O negativo do referencial

A distância percorrida sobre a trajetória ou espaço percorrido, simbolizado pela letras, é o


comprimento do percurso efetuado.
Num movi mento curvilíneo, o espaço percorrido é sempre maior do que o deslocamento.
Num movi mento retilíneo:
• se não ocorrer inve rsão no sentido do movimento, o espaço percorrido é igual ao módu-
lo do deslocamento: s =IMI =lx1
- x;I;
• se ocorrer inversão no sentido do movimento, o espaço percorrido é igual à soma dos
módulos dos deslocamentos em cada um dos sentidos.

1. Colocou-se um carro de brinquedo em xl cm


movimento e elaborou-se o gráfico des- 40
se movimento.

Ili
o t--'----<~--+~~ ~ - - + - -,H-~ - + - ~ - - - >
1.1 Indique qual é o tipo de trajetória. 2,0 : 4 ,o : 12_,o :
···•···:· ..:··t·: .···:··:·.. : tis
1.2 Em que instante o carro passa pela
-40

:
- ·:· - - . - . ~ - - -:- . - ~ .. -:- -
' ' ' • '
'

:
+
'
••
. ~. . ~ .. ·:· - . ~
' ••
,_ ~ • • '. .. • ' - - .. • ~ • • • _,_ • • J - • '• • - . . . . . ~

origem das posições?

1.3 Calcule a componente escalar, segundo o referencial Ox, do deslocamento nos


intervalos seguintes: [O, 1] s; (3, 6] s e (8, 11] s.

1.4 Qual é o sentido do movimento para os intervalos de tempo anteriores?

1.5 Comente a frase: «Entre 2 se 4 s, o deslocamento foi nulo mas existiu movimento.»

1.6 Determine a componente escalar, segundo o referencial Ox, do deslocamento


entre O se 12 s e calcule a distância percorrida.

& 1.1 A trajetória foi retilínea (foi necessária apenas uma coordenada de posição).
1.2 No instante 6,0 s.
1.3 [O, 1] s ➔ M = x 1 - x0 = (20 - 20) cm = O cm;
[3, 6] s ➔ M = x 6 - x 3 = (O - 60) cm = -60 cm;
[8, 11] s ➔ M = x 11 - X8 = [40 - (-40)] cm= 80 cm.

1.4 [O, 1] s ➔ M = O cm • o carro esteve parado;


[3, 6] s ➔ M = -60 cm .. sentido negativo do referencial;
[8, 11] s ➔ M = 80 cm .. sentido positivo do referencial.

153
FÍSICA 11.0 Ano

& 1.5 O deslocamento entre 2 s e 4 s é nulo, & = x 4 - x = (40 - 40) cm = O cm,


2
mas o carro moveu-se, afastando-se da posição onde estava e depois apro-
ximando-se de novo, após uma inversão no sentido do movimento. O des-
locamento é nulo porque a posição final coincide com a posição inicial.

1.6 [O, 12] s ➔ & = x - x = (40 - 20) cm = 20 cm.


12 0
Do gráfico verifica-se que de 1 s a 3 s, a posição (x) vai tomando valores maiores,
o que significa que o carro se move no sentido positivo. Como de 3 s a 8 s, os
valores da posição diminuem, neste intervalo de tempo o carro move-se no
sentido negativo. De 8 s a 11 s, os valores das posições aumentam, então o
carro move-se no sentido positivo. Entre O s e 1 s, e também entre 11 s e 13 s,
o carro esteve parado. O espaço percorrido foi s = lx3 - x,I + lx8 - X 3 1+ lx,1 - X8 1 =
(160 - 201 + 1-40 - 601 + 140 - (-40)1) cm = 220 cm

2. Todas as manhãs um estudante anda 10 km de bicicleta, de sua casa para a escola.


Depois das aulas volta para casa usando o mesmo percurso. Na sua viagem diária,
o módulo do deslocamento do estudante é ______ e a distância percorrida
é _ _ _ _ __

(A) O km ... O km (B) O km ... 10 km (C) 20 km ... 20 km (O) O km ... 20 km

& (O) Como as posições final e inicial coincidem, o deslocamento é nulo. No en-
tanto, foram percorridos 10 km num sentido e 10 km no outro, o que dá um
espaço percorrido de 20 km.

1.1.2 Velocidade

A velocidade (ou velocidade inst antânea) é uma gran- V


deza vetorial que informa sobre a rapidez com que um
corpo muda de posição, tem a direção da tangente à
trajetória em cada ponto e tem sempre o sentido do mo-
Fig. 1.4 A velocidade é ta ngente à
vimento (Fig. 1.4). trajetória e te m o sentido do movimento.

A velocidade só será constante se a direção e o módulo não va riarem e o sentido permanecer


invariável. A veloc idade va ria se mu da r a direção ou o módulo. Se os sentidos de duas ve lo-
cid ades forem opostos, elas serão diferentes.

Na Fig. 1.4 as velocidades in dicadas para o avião são todas diferentes, embora em alguns
casos o velocímetro possa indicar o mesmo va lor - o que significa que têm o mesmo módulo.

A velocidade média, vm , é uma grandeza vetori al com a direção e o


sentido do deslocamento dada pelo quociente entre o deslocamento
e o interva lo de tempo em que ocorreu esse deslocamento (Fig. 1.5 ):

vm
= t'!,.f (traduz o modo como o deslocamento varia por unidade de tempo).
M
No caso de um movimento retilíneo, a componente escalar da veloci-
dade média, v , é dada pela expressão: v = ó.X
m m ó.t Fig. 1.5 Velocidade
média e deslocamento.

154
DOMÍNIO 1 Mecânica

3. Considere o gráfico da figura referente ao movi- xl m


4 ...... ,..... . ···• .... ,.
mento de um corpo.
3 ·······,······ ....•... . ..
3 .1 Qual é a relação entre as componentes es-
B
calares da velocidade média do corpo nos
diferentes intervalos?

(A) VA > VB = vc > VD (C) VA = vc > VB > VD


(B) VA > vc > VB > VD (D) VB < vc < VA < VD o 2 3 4 5 tis

3.2 O corpo move-se mais rapidamente no intervalo ______, percorrendo no


total uma distância de _ _ _ __

(A) [O, 1] s ... 6 m (B) [O, 1] s ... 3 m (C) [3, 5] s ... 6 m (D) [3, 5] s ... 3 m

1,). _ (2 - O) m _ _1_ _ (3 - 2) m _ _1_ _ (2 - 2) m _ _1_


~ 3.1 (B). vA- ( _ O) s - 2 m s , vc - ( _ ) s -1 m s , v8 - ( _ 1) s - O m s ,
1 3 2 2
_ (O - 3) m _ _1
V0 - ( _ )S - -1,5 m S .
5 3
3.2 (A). O movimento é tanto mais rápido quanto maior for o módulo da veloci-
dade média. O corpo desloca-se 3 m no sentido positivo (de x = O a x = 3 m)
e 3 m no sentido negativo (de x = 3 m a x = O m): percorre 6 m (o seu deslo-
camento é nulo, pois regressa à posição inicial).

1.1.3 Velocidade em gráficos posição-tempo e gráficos velocidade-tempo,


para movimentos retilíneos
Num gráfico posição-tempo, pode-se con hecer a posiçã o em cada instante e det erminar a com-
ponente escalar da velocidade média e a velocidade.
11x
Ili
Sendo vm = Af a componente escalar da velocidade x
média, podemos ca lculá-la se conhecermos as posições xs
e os instantes respetivos.
Tomemos, no gráfico da Fig. 1.6 , três posições, xA, X8 e
Xc
x0 e os instantes correspondentes. Para os interva-
los de tempo [tA, t0 ] e [t8, tc], a componente escalar da
X -X
velocidade média será, respetivamente: vm = ts _ t A
Fig. 1.6 Determinação gráfica d a
X - X B A
declive da reta (I); vm = t--f declive da reta (li).
C - B
co mponente escalar da velocida de média.

A componente escalar da velocidade média é igual ao declive da reta que passa pelos
pontos (t, x) nos instantes considerados.

Se os interva los de tempo diminuírem até próximo de zero, a reta cujo declive dá a componen-
te escalar da velocidade média passará por um ponto no gráfico e por outro imediatamente a
seg uir. No limite, quando o interva lo de tempo tende para zero, esta reta é tangente ao gráfico.

O declive da reta tangente ao gráfico x(t) dá a componente escalar da velocidade num instante.

155
FÍSICA 11.0 Ano

O gráfico A da Fig. 1.1 mostra o processo de determi-


nação das componentes escalares da velocidade; o B
A
mostra o correspondente gráfico velocidade-tempo.

A componente escalar da velocidade é positiva até t1


porque os declives das tangentes são positivos, mo-
vendo-se por isso o corpo no sentido positivo. Em t1
e t3 , os declives das retas tangentes ao gráfico x(t)
são nulos, anulando-se a velocidade nesses instan-
tes. De t1 a t3 , a componente escalar da velocidade é B
negativa, movendo-se o corpo no sentido negativo;
o seu módulo aumenta e depois diminui. Entre t 3 e
t4 , a componente escalar da velocidade é positiva,
aumentando e diminuindo de seguida, movendo-se
sempre no sentido positivo. A partir de t 4 , a velocida- Fig. 1.7 Construção do gráfico da componente
escalar da velocidade.
de é nula, ou seja, o corpo está parado.

A partir do gráfico velocidade-tempo determina-se o sentido em que se dá o movimento,


o deslocamento e a distância percorrida. Se a componente escalar da velocidade for positiva,
o movimento dá-se no sentido positivo, mas, se for negativa, dá-se no sentido negativo.

Num gráfico v(t), a componente escalar do deslocamento é dada pela área entre a linha do
gráfico v(t) e o eixo dos tempos.

No gráfico da Fig.1.8 o deslocamento no sentido posi-


··---:--- ---:- ----·:···· ·;--- --·:
tivo corresponde à área com cor laranja, e no sentido . .
negativo à área com cor azul. As suas componentes
escalares são, respetivamente:
-4
4 X 1
~
1
=(2 x - -
2
+4 x 1) m =8 m e ~ 2
=-8 m Fig. 1.8 Gráfico da componente escalar
da velocidade e do deslocamento.

4. Um carro efetua uma manobra numa trajetória retilínea coincidente com um referen-
cial Ox. Na figura registaram-se algumas posições da situação e o gráfico mostra como
variou a posição em função do tempo.

F E o A C B

- 60 - 50 - 40 - 30 - 20 - 10 o 10 20 30 40 50 60 x l m

4.1 Calcule a componente escalar da velocida-


~ 60 ...
:s·
de média entre as posições A e F. )(

40
4.2 Pode afirmar-se que o carro 20
(A) se deslocou 30 m no sentido positivo. o >----1-:0 - -2-0_ ...,.__ _4_0 _ _5_
·0-t-/➔
s

(B) a partir da posição D moveu-se no senti- - 20


do negativo. --40 ...•....
. F
(C) percorreu, no total, uma distância de --60 ...., ....•..•... ......•.......•.

50 m no sentido negativo.
(D) percorreu 120 m entre A e F.

156
DOMÍNIO 1 Mecânica

4.3 A componente escalar da velocidade do carro foi


(A) nula na posição D. (C) 0,5 m/s entre as posições A e C.
(8) nula na posição B. (O) 4 m/s entre os 25 se os 35 s.

4.1 Usando v = xF - xA = (-
50 - 3 0) m = -1 6 m s-1.
m tF - tA (50 - O) S '

4 .2 (O). No sentido positivo, o carro moveu-se da posição A para B, deslocan-


do-se 20 m. A partir da posição B, o carro moveu-se no sentido negativo
percorrendo 100 m. No total o carro percorreu 120 m.

4.3 (8). A componente escalar da velocidade, ou seja , a tangente ao gráfico tem


declive nulo no ponto B, variável entre A e B e -4 m/s entre os 25 se os 35 s.

5. A posição de um ca rrinho que se desloca ao longo de uma trajetória retilín ea é dada


pela expressão x = - 3t2 + 20 t-10 (SI) no interva lo [O, 5] s. Utilize a calculadora gráfica.

5.1 Represente o gráfico da posição, x, do carrinho em função do tempo, t, no intervalo


[O, 5] s.

5.2 Em que in stante e em que posição ocorreu a inversão no sentido do movi mento?
5.3 Construa uma tabela dos va lores da velocidade a interva los de um segu nd o.
5.4 Com base nos dados obtidos, elabore o gráfico da velocidade em função do tempo.

Q 5.1

Com Texas T/-83 ou T/-84.

Escrever ,Y1 EI -3x~+20x-10


Com Casio FX-9850 ou FX-9860
Ili
No (MENU ] escolher (GRAPH )e pressionar
Usar a tecla [5':=] para escrever a função. (EXE) para escrever a fu nção; pressionar
novamente.

Y1 e X na calculadora representam , respetivamente, x (posição) e t (tempo) da expressão


do enunciado. Para elaborar o gráfico notar que t (X na máquina) varia de O a 5 s, a que
correspondem o x (Y na máquina) de -10 m e 15 m. Pode escol her-se a escala com os
seguintes limites: Xm in = O; Xmax = 5; Ymin = -15; Yma x = 25.

Pressio nar suce ssivament e as t eclas


Usar a tecla [WINDOW) ou, em alternati-
( SHIFT ) e F3 - V - Window - ou, em alter-
va, depois de escolher os limites para X,
nativa, depois de escolher os lim ites para
pode usar-se a tecla ZOOM e pressionar
X, usar a tecla F2 - Zoom - e pressionar
O - Zoom Fit ; usar a tecla GRAPH .
F5 - AUTO; usar a tecla F6 - DRAW.

Obtém-se o gráfico 1.
Deve colocar-se x nas ordenadas e t nas abcissas.

Gráfico 1

157
FÍSICA 11.0 Ano

a 5.2 Existe inversão num máximo ou mínimo relativo da função x(t). O máximo
pode ser determinado do seguinte modo:

Usando sucessivamente (E) e [ CALC F4 ), Pressionar sucessivamente as teclas


escolhendo depois a opção 4 (máximo) ( SHIFT), FS - G-Solv e F2 - MAX.
e definindo os limites esquerdo e direito
....._____
de forma que o máximo esteja contido
entre eles.
A máquina dá os valores de X = 3,33 ➔ dY ✓ dx= o Mtn:
H=3. 3333i3 I 82 V:23. 33333333
t = 3,33 s e Y = 23,3 ➔ x = 23,3 m.
Coordenadas do máximo: ecrã da Casio.

5 .3 Determinar a tangente num ponto qualquer do gráfico:

Pressionar sucessivamente~,(DRAW C], Pressionar sucessivamente as teclas


a opção 5 (tangente), o valor de x e (ENTER]. ( SHIFT), F4 - Sketch e F2 - Tang - o
valor de x e ( EXE] duas vezes .

....._____

Gráfico 2 Gráfico 2
v:Bt•ii!
H=2 V=II

Para o instante 2 s, por exemplo, obtém-se o gráfico 2. O declive da tangente


é 8 m/ s (y = 8x + 2). Assim, calculando os declives da tangente em cada instan-
te, pode construir-se a tabela de velocidade em função do tempo.

V/ m s-1 20 14 8 2 -4 -10

tis o 2 3 4 5

5.4 O gráfico da velocidade em função do tempo é o gráfico 3. ~


Na resolução no papel deve colocar-se v / m s-1 nas coor-
denadas e t / s nas abcissas.
Gráfico 3

6 . O gráfico representa a componente escalar, 1,,


E 8
segundo um referencial Ox, da velocidade,
----
::,
v, de uma locomotiva, em fun ção do tempo, 4 -·--•---------- ---- ----,-- ------- --------·
1

'
o
'
o

..'
O

..
1

'

t. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) o


2
cada uma das afirmações seguintes. -4
(A) A locomotiva desloca-se no sentido nega-
tivo do referencial entre 3 se 5 s.
(8) A locomotiva desloca-se 8 m no sentido negativo do referencial.
(C) Em t = 3 s, 6 se 7 s há inversão do sentido do movimento.
(D) A locomotiva esteve parada durante os primeiros 3 s.
(E) No intervalo [5,0; 6,0] s a locomotiva move-se cada vez mais devagar.
(F) No instante em que inverte o sentido do movimento, a componente esca lar da
posição da locomotiva é 40 m.
(G) A componente escalar da velocidade média nos primeiros 5 s é 6,4 m/ s.

158
DOMÍNIO 1 Mecânica

a 6 . Verdadeiras: (8) e (G).


(8) - Entre 5 s e 8 s, a componente escalar, segundo Ox, do deslocamento é
1
!).x = 2 x (-4 ) m s- x 1 5 + (-4) m s- 1 x 1 s = -8 m.
2
2
(G) - Nos primeiros 5 s, a componente escalar, segundo Ox, do deslocamento é
8 m s-1 x 2 s 32 m
~x1 = 2 + 8 m s-1 X 3 s = 32 m , logo, vm = 5s = 6,4 m s-1•
Falsas: (A), (C), (D), (E) e (F).
(A) - A locomotiva desloca-se no sentido negativo do referencial entre 5 s e 8 s
(v < O).

(C) - Há inversão no sentido do movimento em t = 5 s (instante em que v muda


de sinal).
(D) - Durante os primeiros 3 s andou 24 m.
(E) - Entre 5 s e 6 s o módulo da velocidade aumenta, ou seja , a locomotiva
move-se cada vez mais depressa.
(F) - Inverte o sentido do movimento em t = 5 s e após ter percorrido 32 m
(desconhece-se a componente escalar da posição por ser desconhecida a po-
sição inicial).

1.2 Interações e seus efeitos


1.2.1 As quatro interações fundamentais na natureza
As forças são uma manifestação das interações entre corpos.

Todas as forças da Natureza podem ser agrupadas em quatro forças fundamentais que
atuam e ntre partículas a uma certa distância umas das outras:
Ili
• gravítica: força que os corpos com massa exercem uns sobre os outros; como é muito fraca,
é necessário ter pelo menos uma massa muito grande, como a de um planeta, para que se
possa detetar o seu efeito;
• eletromagnética: a força e létri ca, que as cargas e létricas exe rcem umas sobre as outras, e
a magnética, que as correntes e létr icas ou ímanes exercem uns sobre os outros;
• nuclear forte: responsável pela estabil idade nuclear, ou seja, a fo rça que une protões e
neutrões no interior do núcleo;
• nuclear fraca: responsável pela transformação de certos núcleos em que um neutrão se
transforma num protão, ou v ice-versa.

Destas forças, a gravít ica e a elétrica anu lam-se para uma distância infinita. Mas as forças
nuclear forte e fraca só se fazem sentir para distâncias inferiores ao tamanho do núcleo da
maioria dos átomos: diz-se que o seu a lcance é muito curto. Para partícu las fundamentais
pode associar-se uma intensidade re lativa às forças de interação ent re elas.

As forças designam-se por forças de contacto quando a ordem de grandeza das dimensões
dos co rpos que interagem é muito maior do que a ordem de grandeza das distâncias entre as
partículas responsáveis por essa interação.

159
FÍSICA 11.0 Ano

Gravítica Eletromagnética
h@iiil&N Nuclear fraca

Atração e repulsão
Atração entre Estabilida de
entre cargas Decaimento beta
massas nuclear
elétricas

:f
u antineutrino

~
Terra \
V neutrão n p protão
Lua
) e eletrão

Intensidade 10-40 10-2 10-s


relativa

Alcance Infinito Infinito 10-1s m 10-1G m

i+i%1·i·IH1-ili·I
7. Todas as forças têm origem em quatro interações fundamentais.
7.1 Sobre as forças fundamentais pode afirmar-se que
(A) a menos intensa é a força nuclear fraca.
(B) as nucleares são de curto alcance.
(C) a nuclear forte é responsável pela interação entre os núcleos dos átomos na
molécula de hidrogénio, H2 .
(D) a força gravitacional não existe quando saímos da Terra para o espaço.

7.2 Quais são as interações fundamentais relevantes nas situações seguintes?


1- Interaçã o entre o núcleo de um átomo e os eletrões que o rodeiam.
li - Interação entre dois protões de um núcleo de um átomo de hélio-4.
Ili - Interação entre os dedos e um teclado.

~ 7.1 (8). A força fundamental com menor intensidade relativa é a gravítica e as


de menor alcance, apenas da ordem dos núcleos atómicos, são as nucleares.
A gravitacional, tal como a eletromagnética, tem um alcance infinito.
7.2 1 - Interação eletromagnética. li - Interações nuclear forte e eletromagnética.
Ili - Interação eletromagnética.

1.2.2 Terceira Lei de Newton

Quando um jogador dá um pontapé numa bola, a


bota exerce uma força na bola (a ção) mas a bola
também exerce uma força na bota (reação). Este
par de forças, par ação-reação, traduz a interação
entre dois corpos, a bota e a bola (Fig. 1.9 ).

Fig. 1.9 Interação bola-bota.

160
DOMÍNIO 1 Mecânica

A Terceira Lei de Newton, ou Lei da Ação-Reação, traduz a relação entre a ação e a reação:

Sempre que um co rpo A exerce uma força sobre um copo B, F AJB' est e também exerce
uma força sobre o corpo A de igual mód~lo e dir_;ção, F atA, mas de sentido oposto, ou
seja, F atA = - F AJa·

Quando um corpo cai para a Terra, esta exerce uma força sobre o
corpo, para baixo, mas o corpo também atrai a Terra, puxando-a
para cima (Fig. 1.10). Como as forças produzem efeito nos corpos ~
CM
em que atuam e as forças de um par ação-reação atuam sobre
corpos diferentes, o seu efeito sobre cada um dos corpos não
é nulo. Terra
Fig. 1.10 Interação Terra-corpo.

1+1%1·i·it4Hffi+M
8. Uma maçã está pousada sobre uma mesa.
8.1 Trace o diagrama de forças que atuam sobre a maçã, fazendo a legenda.

8.2 Represente e caracterize o par de cada uma das forças que atuam sobre a maçã.

& 8.1
N = força normal;
P = peso da maçã.

8 .2 A força normal N é a força que a mesa exerce sobre a maçã; o seu par é a
força N' = -N que a maçã exerce sobre a mesa, de direção vertical, sentido
para baixo e intensidade igual à da força normal.
O peso P é a força gravítica que a Terra
exerce sobre a maçã e o seu par é a força
P' = -P que a maçã exerce sobre a Ter-
ra, de direção vertical, sentido para cima
fJ
Ili
e intensidade igual à do peso.

1.2.3 Lei da gravitação universal

Tod os os corpos no Universo, por terem massa, exer- M m


f F'
cem forças de atração gravítica uns sobre os outros. Um • o-------> +----- .
corpo de massa M atrai um corpo de massa m com uma
força F e, por sua vez, o corpo de massa m também r
atrai o corpo de massa M com uma força P. Estas duas
forças formam um par ação-reação: P = -P (Flg. 1.11). Fig. 1.11 Atração un iversal.

A Lei da Gravitação Universal, formulada por Newton, diz que a força de atração gravítica
atua segundo a linha que une os ce ntros dos dois corpos, considerados pontuais, é direta-
mente proporcional às suas massas, M e m, e inversamente proporcional ao quadrado da
distância, r, entre os seus centros. A expressão matemática que traduz a sua intensidade é:

F = G Mm, em que G = 6,67 x 10-11 N m 2 kg-2 é a constante de gravitação universal.


r2

161
FÍSICA 11.0 Ano

Os corpos caem em direção ao centro do planeta (Fig. 1.12) em que


se encontram devido a esta força gravítica. Por exemplo, na Terra
o peso de um co rpo de massa m a uma altitude h é a força gravíti-
ca que o planeta Terra , de massa mT e raio RT, exerce nesse corpo
que se encontra a uma distância r = RT + h do centro da Terra:

Fig. 1.12 O peso


é a força gravítica
exercida pelo p laneta.

9. Newton percebeu que se lançasse, de um ponto muito alto,


balas de canhão com velocidades cada vez maiores, a partir
de um certo va lor de velocidade, a bala entraria em órbita da
Terra , desprezando a resistência do ar.
: ,. ·~
A.
B
E

. ..
Esta experiência imaginada permitiu a Newton concluir que e
(A) a força que faz cair uma bala de canhão tem a mesma na- D
tureza da força que mantém a Lua em órbita.
(B) é possível coloca r satélites em órbita da Terra.
(C) quanto maior for a velocidade da bala, menor será a força gravítica.
(D) para velocidades muito elevadas, a força de atração gravítica anula-se.

Q (A). Newton concluiu que a força que mantém a Lua em órbita tem a mesma
natureza que a força que faz os objetos cair. As diferentes trajetórias resultam
de diferentes velocidades. Mas em todas as trajetórias a Terra exerce uma força
gravítica sobre a bala que depende da distância entre o centro da Terra e a bala,
assim como das suas massas.

10. O raio da órbita da Lua em redor da Terra é igual a 60 raios da Terra , enquanto o
da Estação Espacial Internacional (EEI) é de 1,05 raios da Terra. A intensidade da
força exercida pela Terra sobre a Lua é de 2,0 x 10 20 N, enquanto a exercida sobre
6
a EEI é de 3,7 x 10 N.

10.1 Quantas vezes aumentaria a força exercida pela Terra sobre a Lua se a sua
trajetória fosse igual à da Estação Espacial Internacional?

10.2 Relacione as massas da Lua e da EEI.

10.3 Porque é que a força gravítica exercida pela Terra na Lua é muito maior do
que a exercida pela Terra na EEI?

Q 10.1 Pretende comparar-se a intensidade da força F' que a Terra exerceria sobre a
Lua se esta tivesse uma órbita de raio r' = 1,05 Rr com a intensidade da força
F que a Terra realmente exerce na Lua, cuja órbita tem de raio r = 60 Rr:

F' A força sobre a Lua


F aumentaria 3300 vezes.

162
DOMÍNIO 1 Mecânica

10.2 A p artir d a relação entre as forças exercidas na Lua e na EEI, e conhecendo


os raios das órbitas, é possível relacionar as suas massas:
Mr mL
FTIL G (60 RT)2 ~ 2 ,0 X102º m
L
x 1,052
~ _
m
L = 18 X 10 17
G M r mEE1
3 ,7 X 106 m EEI X 602 mEEI '

(1 ,05 RT)2

10.3 Embora a EEI esteja 57 vezes mais próxima do centro da Terra do que a Lua,
a massa da Lua é cerca de 1017 vezes maior do que a d a EEI.

1.2.4 Efeito das forças sobre a velocidade: a aceleração


Sempre que sobre um corpo atu ar uma ou mais forças não contrabala nçadas por outras, a
sua veloc idade, v,é alterada. A velocidade pode va riar em módulo e em direção.
A soma das forças que atuam sobre um corpo designa-se resultante das forças ou força
resultante. Se o corpo estiver em repouso, a força resulta nte co loca -o em movimento.

Se a resultante das forças tiver a direção da velocidade, só va ria o módulo da velocidade, o


que significa que o movimento é retilíneo. O módulo da velocidade aumenta se a resu lta nte das
forças tiver o mesmo sentido da ve locidade (movimento acelerado) - Flg. 1.13 - e diminui quando
a resultante das forças t em sentido oposto à ve locidade (movimento retardado) - Flg.1.1 4.

- V,
--->

t,
Fig. 1.13 M oviment o acele rad o .
->
V,

t,
V,
<-

t,
Fig. 1.14 Movimento retardad o .
<--
V,

t,
f
Ili
Os movimentos em que o módulo da ve locidade va ria dizem-se variados. Se o mó-
dulo da ve locidade for co nstante, o movimento diz-se uniforme. -
Se a resultante das forças não tiver a direção da velocidade, o movimento é curvilí-
neo. Neste caso, pode decompor-se a resultante das forças em duas direções
a com ponente perpendicular à velocidade (componente normal) faz variar a direção
da velocidade e a com ponente paralela à ve locidade (componente tangencial) fa z
(F1g. 1.1s):
I 0
-
F
F

"""""
-.

Fig. 1.15 Co mpo nent es da


fo rça.
varia r o módulo da velocidade. Quando a força é perpendicu lar à ve locidade a dire-
ção do movimento varia, mas o módu lo da velocidade permanece consta nte.

A aceleração média t raduz a va riação da ve locidade por unidade de tempo


para um certo intervalo de tempo (unidade SI: m s- 2) :

dº - Ó.V
ace 1eraçao me 1a = am= M
N ,

163
FÍSICA 11.0 Ano

A aceleração média é uma grandeza vetoria l co m a mesma


direção e sentido da va riação de velocidade tlv (Flg. 1.16).
Nos movimentos retilíneos, a aceleração tem sempre a
direção do movimento (a aceleração e a velocidade são
para lelas). Por isso utiliza-se a componente escalar na dire-
élv Fig. 1.16 A celeração média
ção do movimento: am= M . e vari ação de v elocidade.

Esta com ponente é positiva ou negativa consoante a acelação média apontar no sentido con-
vencionado como positivo ou negativo, respetiva mente (Flg. 1.11).

A B
~ A\Í=v;-v; v; ~
Av=v;-v, v;
-----+
➔ +- -----+

ã ã

X X

Fig. 1.17 Movim entos co m ac elera ção positiva (A) e negativa (B).

Nos movimentos curvilíneos, a aceleração tem sempre direção diferente da velocidade,


apontando para dentro da concavidade da trajetória.

Para se determinar como está a varia r a ve locidade num de-


terminado inst ante, defi ne-se a grandeza aceleração como a
taxa de variação temporal da velocidade.

No movimento retilín eo, a component e escalar da aceleração


nu m det erminado instante pode ser calcu lada a partir do de-
Fig. 1.18 Determinação gráfica da
clive da tangente ao gráfico velocidade-tempo no instante aceleração.
pret endido (F1g. 1.1s).

11. O grá fico velocidade-tempo abaixo diz respeito ao movimento de um automóvel


num traj eto retilíneo, em relação a um referencia l Ox.

11.1 O automóvel
(A) nos primeiros 5 s des- 1,,
loca-se no sentido ne- E
:,.
30 - - - • • • • • · r • • • • • • • • · r · • • • • - • • • r - · • • • • · •••1• · • • • • • • • • •· · • • • • • • • • •

'
---- 25
' ' '
gativo com movimento ···• •··r··•·•·•••,-
' .'
···• . . . ,.. . . . . . . . . ,• . . . . . .

''
· ·•• · · ·
''
... .

20
retardado. 15
10
(8) t em movimento acele- 5
rado entre 5 s e 10 s. o
-5 ----- 20- ------ 25------- 30 t Is
(C) esteve parado entre os - 10
- 15
10 se os 15 s.
(D) invert e o sentido do movimento no instante 15 s.

11.2 A componente escalar, segundo Ox, da aceleração


(A) aos 5 s muda de sinal. (C} diminui nos últimos 10 s do movimento.
(8) entre 15 se 20 sé co nstante. (D) é - 3,0 m s-2 para os primeiros 10 s.

164
DOMÍNIO 1 Mecânica

& 11.1 (8). O automóvel desloca-se no sentido positivo quando a componente esca-
lar da velocidade é positiva (entre O s e 5 s e 17 s a 30 s). Quando o módulo
da velocidade diminui (O s a 5 s e 15 s a 17 s) o movimento é retardado e é
acelerado quando aumenta (5 s a 10 s e 17 s a 30 s) sendo uniforme quando
é constante (10 s a 15 s). O sentido do movimento é invertido quando há mu-
dança do sinal da componente escalar da velocidade (nos instantes 5 se 17 s).

11.2 (8). A componente escalar da aceleração é igual ao declive da tangente ao


gráfico v(t) para cada instante. É constante para os intervalos Os a 5 s (-4 m s-2 ),
5 s a 10 s (-2 m s-2 ) e 15 s a 20 s (3 m s-2 ), sendo negativa entre Os e 10 s. Como
no intervalo de 20 s a 30 s a tangente ao gráfico tem um declive que aumen-
ta , também aumenta a componente escalar da aceleração.

1.2.5 Segunda Lei de Newton

A resultante das forças que atuam num corpo, FR, tem sempre a mesma direção e sentido
da aceleração, ã, do seu centro de massa, sendo diretamente proporcional à aceleração.
Est e é o enunciado da Segunda Le i de Newton, o u Lei Fu ndament al da Din âmica, que se
pode exprimir pela seg uinte relação:

F=m
R
ã

em que a const ante de proporc ional idade, m, é uma m,


p ropriedade de cada corpo, designada por massa
inerciai.
Quanto ma ior for a massa do objeto, menor se rá a
acele ração adqu irida pa ra uma determinada força
resultante, ou seja, maio r será a sua inércia (tendên-
cia para manter a mesma velocidade) - Fig. 1.19. m2 > m , ⇒ iã2I < lã,I
Ili
Fig. 1.19 Dois corpos com massas diferentes
sujeitos à mesma fo rça resultante.

Para caracterizar o movimento de um corpo é necessário conhecer a resultante das forças


e as cond ições iniciais do movimento (posição e velocidades iniciais). No quadro seguinte,
mostra-se como a direção re lativa da força res ultante e da velocidade determina algumas das
características do movimento.

F R
=Õ ⇒ ã=ô uniforme vé co nst ante
Movimento
retilíneo: • â e v t êm o mesmo sentido;
a direção
da velocidade
FR * ô<=> â * ô aev
variado
acelerado
• a e v têm o mesmo sinal;

é constante. FRe v paralelos paralelos • â e v t êm sentidos opostos.


retardado
• a e v têm sinais contrário s;
•â e v são perpendiculares.
Movimento
curvilíneo: FR *õ<=> ã *õ aev
uniforme
• F Re v são perpendiculares.
nunca são
• ângulo e ntre â e v menor que 90°.
a direção
da velocidade
v
FRe nu nca
paralelos
acelerado
variado
são para lelos.
varia. retardado • ângulo entre â e v maior que 90°.

165
FÍSICA 11.0 Ano

Nos movimentos retilíneos em que a força resultante é constante, a acelera ção também
o é. Isto significa que a variação de velocidade é diretamente proporcional ao interval o de
tempo . A taxa de varia çã o tempora l da velocidade é constante e os movimentos dizem-se
uniformemente variados (acelerados ou retardados).

12. Um estudante faz uma experiência utilizando um dinamómetro, um acelerómetro e


dois blocos, P e O, de massas 500 g e 1000 g, respetivamente. Coloca os b locos
no mesmo plano horizontal e procede de modo a exercer horizontalmente a mes-
ma força, de intensidade 5,0 N, nos dois blocos de materiais diferentes. Verif ica
que as acelerações de P ed e O são 6 ,0 m s- 2 e 1,0 m s-2 , respetivamente.

12.1 Partindo dos diagramas de forças, expl ique por que mot ivo o bloco Q não tem
metade da acelera ção do bloco P, visto ter o dobro da massa.

12.2 Relac ione as intensidades das forças resu ltantes que atuam nos blocos P e O.

12.3 Caracterize a força de atrito que atua sob re o bloco P.

12.4 Escolha o gráfico que representa corretamente a re lação entre as intensida-


des das força s re su ltantes e das acelerações para os blocos P (l inha azul) e
Q (linha verde).

(A) (8) (C) (D)


z ···:···:·· :· ·:···:· ·:···· z .... ·:···:· ·:···:·· :···: z ... ···:·· ·:···:· ··:···:···:
. ' ' ' ' . . i:t: -- -~-- ~- -.; .. ;. - ; ·- _; ---;
ê;: -~··········
.. ·••-•····:
' t ' ' ' ' c2 :::::t~::::::t:::::-·;::::
--
.' 1 •••
' '
• •
'
~. • . ~. _ . 1 . • . l • .
' ' '
. _ . 1. • )
. . . . - . ' ---:' - . - ;' - . . ' --:' - . - :'
~

-- ¼···;
· -- ---,···r···,
' ' ' . · ' ·•··,'
· ;··
-- - -- -;'
. --- ---·---·-
' ' . --•---·
' '
'. ' •--
' '' '' .'
-- ' 1 ' '
---
'
'
- --- ---·- . ' .
············•
' '
a / ms 2 a / ms 2 a / ms 2 a / ms

O 12.1 Para a mesma força resultante, a


y•
aceleração é inversamente propor-
cional à massa. No entanto, a força l • X

de 5,0 N exercida pelo estudante


não corresponde à força resultan-
te: nos blocos também atuam for-
ças de atrito, que afetam o módulo
da força resultante.
FRp mp ap 0,500 kg x 6,0 m s-2 , •
12.2 -F =--= k _ = 3 (a força resultante em P e tripla da de Q)
Ra ma ao 1,000 g x 1,0 m s 2

12.3 A força de atrito atua na direção horizontal, que é também a direção da ace-
leração:

A força de atrito tem intensidade 2,0 N, direção horizontal e sentido oposto


ao do movimento do bloco.

12.4 (A). A resultante das forças é diretamente proporcional à aceleração, portan-


to o gráfico é o de uma reta que passa na origem. O declive do gráfico F(a) é a
massa do corpo, logo, o gráfico correspondente ao corpo Q deve apresentar
maior declive.

166
DOMÍNIO 1 Mecânica

1.2.6 Queda livre (AL 1.1)

Nesta atividade determina-se a aceleração no movimento de


um corpo em queda livre, ou seja, desprezando a resistência
do ar. Usando corpos de massas diferentes verifica-se, ainda,
se a aceleração de queda depende da massa dos corpos.

A aceleração de queda livre, ã, admitindo que é constante,


calcula-se usando o conceito de aceleração média, âm.

a=a ó.V
= - = - 2_ _1
V - V
m M t2 - t,

Com um cronómetro digital e duas fotocélulas alinhadas ve r-


ticalmente podem medir-se os intervalos de tempo M, e M 2 ,
de passagem de um corpo de espessura d por essas células
e o intervalo de tempo, M 3 , que o corpo demora a percorrer a Cronómetro
distância entre as duas fotocélulas. digital

Fig. 1.20 Queda livre.


Ao lado, apresenta-se o gráfico do módulo da velocidade em
função do tempo de queda. As velocidades médias,vm, e vm2 ,
V
d d
respetivamente iguais a Af e M ' correspondem às velocida- Vm2 ------ -
, 2
v2 ----------
6.t, M2 ~ ~ ,
des para os instantes t, +
2 e t2 +
2 , e sao tao mais proxi-
mas das velocidades v, e v2 quanto menores forem os interva-

los de tempo.

Ili
Fig. 1.21 Gráfico v(t) de queda livre.

13. Um grupo de alunos largou uma esfera, com o


diâmetro de 1,20 cm e uma massa de 7,06 g,
acima de duas fotocélulas alinhadas vertical-
IMw 5,79 4,42 66,48
mente. Na tabela estão registados os interva- 5,88 4,46 66,36
los de tempo, M, e M 2 , de interrupção das fo-
5,81 4,44 66,29
tocélulas pelo diâmetro da esfera e o intervalo
de tempo, M 3 , que ela demorou a percorrer a distância entre as duas fotocélulas.
13.1 Apresente , na unidade SI de base, o valor mais provável da medição dos in-
tervalos de tempo de passagem da esfera pelas fotocélulas e do intervalo de
tempo que demorou entre as duas fotocélu las.
13.2 Determine o módulo da aceleração de queda da esfera.
13.3 Calcule o erro percentual associado à medição da aceleração, comentando a
exatidão do resultado obtido. Considere a ace leração gravítica 9,80 m s-2 •
13.4 Um outro grupo de al unos, usa ndo uma esfera de raio 3,00 cm e massa 110,05 g,
obteve 9,41 m s-2 para o módu lo da aceleração gravítica. Conclua, justificando,
se a aceleração gravítica depende ou não da massa das esferas, partindo dos
resultados obtidos pelos dois grupos.

167
FÍSICA 11.0 Ano

~ 13.1 Os valores mais prováveis para os intervalos de tempo são:


- (5,79 + 5,88 + 5,81) 3s
!::i.t1 = - - - - 3 - - - =583ms=583x10-
, '

& = (4 .42 + 4 ,46 + 4 .44 ) = 4 44 ms = 4 44 x 10- 3 s


2 3 ' '
66 8 66 36 66 29
!::i.t = ( ,4 + • + • ) = 66 38 ms = 66 38 x 10-3 s
3 3 , '

d 1 20 x 10-2 m d 1 20 x 10-2 m
13.2 v1 = M = ~ 83 x 10-3 s = 2 059 m s-1; v2 = M = ~ 44 x 10-3 s = 2,703 m s-1;
1 2 '

_ _ b.v _ v2 - v1 _ (2,703 - 2,059) m s-1 _ _


2
a - am - M - & - 66 38 X 10-3 s - 9,70 m s
3 3 '

, 9,70 - 9,80 ,
13•3 O erro percentual e , x 100% = -1,02%. Este e um erro significa-
9 80
tivamente baixo o que traduz uma boa exatidão no resultado obtido.

13.4 Os valores obtidos pelos dois grupos de alunos, 9,70 m s- 2 e 9,41 m s- 2 , respe-
tivamente para as massas de 7,06 g e 110,05 g, são muito próximos. A diferen-
ça entre esses valores está dentro do erro do método experimental. Assim,
tendo por base os resultados, a aceleração gravítica não depende da massa.

1.2.7 Primeira Lei de Newton

Galileu (156 4-164 2) imaginou uma situação idea l em q ue um corpo deslizava n uma supe rfíc ie
horizo ntal sem atrito. Se ndo a fo rça resultante n ula, o movimento não pode ria ser ne m acele-
rado ne m reta rdado e a velocidade do co rpo d everia ser consta nte em módulo (movimento
u niforme) e em direção (moviment o retilíneo). Surge assim a Lei da Inércia:

Se a resultante das forças que atuam sobre um corpo for nula, a sua velocidade perma-
necerá constante.

FR = Õ ~ v= const ante (Fig.1.22).


Superfície horizontal sem atrito: F,, = Õ

Movimento ___L_. ___L_.


acelerado ~---,
1 1
~
1
-- -. 1

Movimento retilíneo e uniforme


Fig. 1.22 Num plano horizontal sem atrito, o movimento é retil íneo e un iforme.

Ao longo do tempo

Repouso: v= Ô
1 Vé co nst ante ~ v(t) = v i = õ - Repouso
Movimento: V.1 7'- Õ vé constante em módu lo e direção - Movimento retilíneo uniforme

168
DOMÍNIO 1 Mecânica

14. Um avião move-se co m veloc idade co nstante. Atuam sobre o avião quatro forças:
o seu peso, P, a força de sustentação, S, a resistência do ar, R, e a força de propul-
são, T, de acordo com a figura. Nesta situação ve rifica-se:
(C) T+ R=õ (D) p+ R=õ

fj (C). Se a velocidade é constante, a resultante das forças é nula.


Por isso, verifica-se que: Fx= f + R= Õ e FRy =S + P=Õ

1.3 Forças e movimentos


1.3.1 Movimentos uniformemente variados
m

-
m
..p
p
Desprezando a resistência do ar, um corpo deixa do ca ir ou lança-
do ve rtica lmente, à superfície da Terra, fica sujeito apenas à força
gravítica exercida pela Terra: diz-se que está em queda livre. O cor-
-
p
p
--=-- •p

-
po designa-se por grave e a aceleração adquirida designa-se por m

aceleração gravítica , g. Na ausência de resistência do ar, todos p

os corpos largados da mesma altura chegam ao mesmo t empo ao


Fig. 1.23 A aceleração
solo, apresentando portanto a mesma aceleração. Conclui-se que a gravítica não depende da
aceleração gravítica não depende da massa do grave {Fig. 1.23). massa.

Para um corpo qualquer à superfície da Terra, a aceleração gravítica pode calcu lar-se a parti r
da Lei da Gravitação Universa l e da Segunda Lei de Newton:

5 97 X 10-24
Ili
Substituindo os va lores de G, m e R , obtém-se: g = 6,67 x 10- 11 x ' m s- 2 = 9,8 m s-2 •
T T (6 ,37 X 10 6 )2

Um grave tem aceleração constante: o movimento vertical de um grave é uniformemente


variado (retardado na subida e acelerado na descida). Para estudar o movimento retilíneo f az-
-se co incidir um eixo co m a direção do movimento, co nvencionando uma origem e um sentido
positivo. Os sinais atribuídos à velocidade e à aceleração dependem de estas apontarem no
sentido positivo ou negativo do eixo escolhido.
No movimento retilíneo uniformemente variado , a co mponente escalar da ve locidade, v, va-
ria linea rmente com o tempo, a posição, x, v aria no decurso do tem po e pode relaciona r-se a
co mponente escalar da velocidade do corpo, v, com o seu deslocament o, l:ix. Nas equações,
x 0 ,v0 e a são as co mponentes escalares no eixo escolhido da posição inicial, velocidade ini-
cia l e aceleração, respetivamente.

Leida Leida Lei das Velocidade


aceleração velocidade posições e deslocamento

Movimento retilíneo 1
a(t) = constante v(t) = v 0 + a t x(t) = x o + v o t + - at2 v 2 = v~+ 2 a l:ix
uniformemente variado 2

Para um grave, convencionando como positivo o sentido ascendente, considerar a= -g.

169
FÍSICA 11.0 Ano

15. Em 1971, o astronauta Davi d Scott, coma ndante da mis-


são Apollo 15, deixou cair um martelo e uma pena na Lua,
tendo verificado que atingiram o solo ao mesmo tempo.
A análise do vídeo desta experiência permitiu marcar na
figura as distâncias com interva los de 0 ,36 s. Utilize o eixo
indicado na figura.

15.1 Expl ique porque é que o martelo e a pena chegam ao mesmo tempo ao solo.

15.2 Com base nos dados, determine o va lor mais provável da aceleração gravíti-
ca na Lua.
15.3 Determine a velocidade do martelo após ter percorrido 50 cm, com base nas
equações x(t) e v(t) .

15.4 Considere que o astronauta atirava o martelo para cima, verticalmente, com
uma velocidade de 6 ,0 m/s, a partir de uma posição a 1,0 m de altura.
a) Qual seria a altura máxima atin gida?
b) Quanto tempo demoraria a chegar ao solo7

& 15.1 Na Lua não existe atmosfera, por isso, sobre ambos os corpos atua apenas a
força gravítica. Ora, a aceleração gravítica não depende da massa dos corpos.

15.2 O movimento do martelo tem aceleração constante, cuja componente es-


calar é a = -gL, com as seguintes condições iniciais: x 0 = 1,0 m e v0 = O m s-1
(o martelo foi largado) e equação do movimento:

X () V t + -1 at2
t =X 0+0 2
ç::} X = 1 + o - -21 g t2

O gráfico da componente escalar da posição, x , do marte-


lo em função do quadrado dos tempos, t 2 , traduz uma de-
pendência linear. A equação da reta de ajuste ao gráfico
L
ç::} X = 1 - -21 g t2
L
--0 ,00
0,36
0 ,72
1,00
0 ,89
0,54
de dispersão x(t2) é x = -0,859 t 2 + 1,00. 1,08 0 ,00
Comparando a equação da reta com a expressão
x =1 - g t 2 conclui-se que - _!_ g =-O 859 m s-2 logo g = 2 x O 859 m s~2 =
_!_
2
L 2 L ' ' 'L '
= 1,72 m s-2 •

15.3 A aceleração do martelo é -1,72 m s- 2 e, após ter percorrido 50 cm, a sua


posição é x = 1,00 - 0,50 = 0 ,50 m.

x(t) =Xº + Vi + _!_ at


2
j 0 ,50 = 1,00 + o - _!_ X 1,72 t2

j
X
2 ç:::> 2 ç:::>

v(t) = Vº + at v = O - 1,72 x t

ç:::>

l t=
V/1
m s = O'762 s
v = -1,72 x 0,762 m s-1 = -1,3 m s-1

Após ter percorrido 50 cm , tem uma velocidade de módulo 1,3 m s-1, direção
vertical e sentido para baixo.

170
DOMÍNIO 1 Mecânica

~ 15.4 a) As condições iniciais do movimento são x 0 = 1,0 m e v0 = 6 ,0 m s-1. Para de-


terminar a altura máxima, é necessário determinar o tempo necessário para
que a velocidade se anule:
6,0
v(t) = v + at ⇒ O = 6 O - 1 72t ç:::} t = - - s = 3 49 s
o ' ' 1,72 '
Basta agora calcular a posição ao fim deste tempo:
x(t) = X + V t + _!_ at2 ⇒ X = 1o+ 6 oX 3 49 - _!_ X 1 72 X 3 492 ç:::} X = 11 m
o o 2 ' ' ' 2 ' '
b) Pretende-se determinar o tempo necessário para que atinja a posição x(t) = O:
1 1
x(t) = x + v 0 t + - at2 ⇒ O = 1 O + 6 0t - - x 1 72 t 2 ç:::} t = 7 1 s ou t = - ~ -
º 2 ' ' 2 ' ' ~
No contexto do problema só se consideram instantes após o inicial (t;::: O),
por isso demora 7,1 s a atingir o solo.

16. Um corpo Q , de 200 g de massa, foi deixado ca ir


Q
de uma altura h acima do solo e, simu ltaneamen-
te, um corpo R, de 100 g de massa, foi atirado, da h
yt

mesma altura, verticalmente para cima a 4,0 m/s. •


X

O gráfico apresenta a componente escalar, segun-


do Oy, da velocidade do corpo Q em função do
-d) 4
tempo até atingir o solo. Despreze a resistência
~ Ük-- ....-- ....-- t--,
do ar. ~~ 4

16.1 Selecione a opção correta. -8


- 12
(A) Os dois corpos ficam sujeitos à mesma -1 6
força gravítica.

Ili
(B) O corpo Q atinge o solo antes por ser mais pesado.
(C) Os corpos R e Q atingem o solo com a mesma veloc idade.
(D) Os dois corpos apresentam a mesma aceleração.

16.2 Com base na informação do gráfico vl) para o corpo Q , calcu le a altura h.

16.3 Indique qual dos seguintes gráficos pode representar:


a) a posição do corpo Q em função do tempo?

(A) (B) (C) (D)


-...
E ::
::::,..,~· ······;--····-·,-·· . . -----
--•- .
' .
..
'
~ . - . ''
'
.
'
' . .
' . ..
'

'

,.---+--->,-- 4 ' ' ----4 Us


tis: ' .. u,
b) a componente escalar da velocidade do corpo R em função do tempo?

(A) (B) (C) (D)


1,, 1,, 1,,
~ >--"..-..- - - - ~t /,.....
s: ~ .....__- - - - - -ti- , E
-...
tI s ~ f----'--"".,_.;...-...;.._-
t /_,
s.
O> O> O>
O>

171
FÍSICA 11.0 Ano

& 16.1 (D). Na ausência da resistência do ar todos os corpos apresentam, no mesmo


local, a mesma aceleração. Os corpos R e Q ficam sujeitos a forças gravíticas
diferentes, porque estas são forças diretamente proporcionais às suas mas-
sas. As velocidades dos corpos R e Q são diferentes quando eles chegam ao
solo, porque o corpo Q é largado da altura h , e o corpo R tem velocidade nula
mais acima, logo, na queda a partir desse ponto acelera para baixo durante
mais tempo.
16.2 O corpo Q atinge o solo passados 1,2 s de ter sido lançado: y(1,2 s) = O m.
Utilizando a expressão de y(t), obtém-se:
1 1
y(t) = y 0 - g t 2 ⇒ O= h - x 10 x 1,2 2 ~ h = 7,2 m.
2 2
16.3 a) (A). O movimento é uniformemente acelerado, por isso, a componente
vertical da posição, y(t), deve ser uma parábola. O corpo move-se no sentido
negativo do eixo dos yy.
b) (A). O movimento é uniformemente variado, por isso, a velocidade varia
linearmente com o tempo. No instante inicial, a componente escalar da ve-
locidade é positiva, já que a velocidade aponta para cima.

1.3.2 Forças nos movimentos retilíneos acelerado e uniforme (AL 1.2)

Fig. 1.24 Movimentos acelerado e uniforme.

Nesta atividade um carrinho estará ligado por um fio, que passa na gola de uma roldana, a um
corpo suspenso que irá cair na vertical após o carrinho ter sido largado. O corpo suspe nso
irá ficar imobilizado no chão antes de o carrinho ter efetuado todo o seu movimento no plano
horizontal.

Enquanto o corpo suspenso ca i na vertical , o fio estará sob tensão e, na dire ção horizontal,
desprezando as forças de atrito, a resultante das forças que atuam sob re o ca rrinho é a
ten são, f, que é constante (o peso e a força normal an ulam-se, pois são perpendiculares
ao deslocamento). Portanto , até o corpo suspenso tocar no chão o carrinho te rá aceleração
constante. Depois, com o corpo que esteve suspenso já imobilizado no chão, a tensão sobre
o fio será nula. O carrinho, que vinha em movimento, deverá manter a velocidade (movimento
retilíneo uniforme), porque na horizontal não haverá forças (na verti ca l a resultante das forças
mantém-se nula).

172
DOMÍNIO 1 Mecânica

17. Um grupo de alunos colocou um carrinho, de massa 548,06 g, num plano horizontal
e ligou-o por um fio, que passou por uma roldana, a um corpo suspenso. Após lar-
garem o carrinho este moveu-se, embatendo o corpo suspenso no chão antes de
o carrinho terminar o seu movimento. Um sensor de movimento permitiu recolher
o gráfico velocidade-tempo, do mov imento do carrin ho, que a seguir se apresenta.

vim s-1
1,8
1,6 ••
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4 •
0,2 ••
0,0 • ••
0,00 0,50 1,00 1,50
tis

17.1 Em que instante terá o corpo suspenso embatido no chão?


17.2 Conclua, com base no gráfico, sobre o tipo de movimentos do carrinho no inter-
valo de tempo de recolha de dados.

17.3 Represente, em esquemas separados, as forças que atuaram no carrinho nos


movimentos identificados.

17.4 Os alunos concluíram que os atritos eram desprezáveis. Explique por que terão
assim conc luído, referindo a Lei em que se basearam.

17.5 Determine a intensidade da resultante das forças que atuaram sobre o carrinho
no instante 0,75 s. Apresente todas as etapas de resolução.

17.6 No instante 0,75 s, o módulo da aceleração do corpo suspenso era


Ili
(A) 10 m s-2 . (B) O m s-2 . (C) 1,3 m s- 2 • (D) 2,2 m s-2 •

~ 17.1 1,00 s (instante em que se altera a tendência na variação da velocidade).

17.2 Até ao instante 0,25 s a velocidade do carrinho é aproximadamente nula. Ele


estará parado (pequenas variações de velocidade registadas resultarão de
incertezas de medida ou de pequenas vibrações).
Entre os instantes 0 ,25 s e 0,30 s até ao instante 1,00 s a velocidade do
carrinho aumenta uniformemente com o tempo. Pois é possível traçar uma
linha reta, sobrepondo-a sobre os pontos que se encontram nesse intervalo
de tempo. Significa que, neste intervalo de tempo, a aceleração é constante:
movimento uniformemente acelerado.
Depois do instante 1,00 s, até 1,50 s, o módulo da velocidade mantém-se apro-
ximadamente constante: movimento uniforme.

17.3 Entre 0,25 s e 1,0 s: Até ao instante 0,30 s e entre 1,00 s e 1,50 s:

ív

,;;

173
FÍSICA 11.0 Ano

& 17.4 Depois de o corpo suspenso ter embatido no chão, o carrinho apresentou
velocidade constante: o módulo da velocidade é constante e como o carri-
nho se move em linha reta, a direção da velocidade, tangente à trajetória,
também é constante. Tal só é possível se a resultante das forças for nula,
como diz a Primeira Lei de Newton (ou Lei da Inércia).

17.5 Entre 0,30 s e 1,00 s, a aceleração é constante. Tomando, por exemplo, os


instantes 1,00 s e 0,35 s determina-se o módulo da aceleração:
_ _ !:w _ v - v _ (1,60 - 0,15) m s-1 _ _
a - a - - -2- -1 - - - - - - - - - 2 2 ms 2
m M t2 - t1 (1 ,00 - 0,35) s '

A intensidade da resultante das forças é F =ma= 0,54806 kg x 2,2 m s-2 = 1,2 N.

17.6 (D). Enquanto ligados, a aceleração do corpo suspenso e do carrinho têm


igual módulo.

1.3.3 Movimento uniformemente retardado: velocidade e deslocamento (AL 1.3)

Nesta atividade estuda-se o movimento retardado, com aceleração constante, de um bloco num
plano horizontal, após ter descido uma rampa.

Regista-se o tempo de passagem de uma


tira opaca, numa fotocélula, numa posição
em que o bloco se encontra já no plano
horizontal, e mede-se a distância percor-
rida, & , entre essa posição e a de para-
gem do bloco (distância de travagem).
Repete-se o procedimento, largando o
bloco de diferentes marcas da rampa, de
modo a obter-se diferentes distâncias de
travagem.
Fig. 1.25 Movime ntos ret ardado.

A velocidade, v, ca lcula-se a partir do quociente da largura, d, da tira de ca rtão opaca pelo


va lor mais provável do intervalo de tempo da sua passagem pela fotocélula (admite-se que
v é próximo da ve locidade média num pequeno intervalo de tempo). Na direção horizontal
apenas atuam as forças de atrito (o peso e a força normal são vertica is), logo a resultante das
forças que atuam sobre o bloco coi ncide com a resultante das forças de atrito que se consi-
dera constante.

Das equações deste movimento uniformemente retardado, em que a veloc idade se anula de-
pois do bloco ter percorrido a distância & após ter a velocidade v

vt-..!. at
l & = 2

2 obtém-se 2 a&= v2 em que a é o módulo da aceleração.


0 = V - at

Portanto, o gráfico da distância de travagem, & , em função do quadrado da velocidade inicial,


v2 , no plano horizontal, traduz uma dependência linear.

174
DOMÍNIO 1 Mecânica

18. Um bloco, de massa 108,4 g, com um


pino acoplado, foi abandonado de di-
ferentes posições numa rampa, desli- 28,04 0,071 0,321 0,103

zando num plano horizontal até parar. 18,15 0 ,158 0,496 0 ,246

Mediu-se o tempo de passagem, /it, do 14,73 0,255 0,611 0,373

pino numa fotocélula, numa posição 13,51 0 ,284 0,667 0,444


em que o bloco se encontrava já no 10,51 0,494 0,857 0 ,735
plano horizontal, e a distância percor-
rida , tJ,x, entre essa posição e a de paragem do bloco. Para cada posição de largada
na rampa repetiu-se três vezes a medição do tempo de passagem e da distância de
travagem. Os valores obtidos estão registados na tabela (v é o módulo da velocidade
do bloco ao passar pela fotocélula).

Considere que, no plano horizontal, a resultante das forças de atrito que atuaram
sobre o bloco é constante.

18.1 Para uma das posições de largada do bloco, obteve-se para os tempos de pas-
sagem 10,79 ms, 10,35 ms e 10,39 ms e para as distâncias de travagem 0,470 m,
0,508 m e 0,503 m. Conclua, justificando, qual das medições, a do tempo de
passagem ou a da distância de travagem, foi a mais precisa.

18.2 Qual era a largura do pino acoplado ao bloco?

18.3 Determine, a partir da reta de ajuste a um gráfico adequado, a intensidade da


resultante das forças de atrito que atuaram sobre o bloco no plano horizontal.
Apresente todas as etapas de resolução.

18.4 Num ensaio li a distância de travagem do bloco, na mesma superfície horizon-


tal, foi quatro vezes maior do que num ensaio 1.
Comparando os dois ensaios, pode concluir-se que no ensaio li a velocidade
com que o bloco passou pela fotocélula foi _ _ _ _ _ vezes maior e a ace-
leração no plano horizontal foi _____
Ili
(A) dezasseis ... a mesma (C) duas ... a mesma
(8) dezasseis ... quatro vezes menor (D) duas ... quatro vezes menor

Q 18.1 Para o tempo de passagem, a incerteza absoluta é 0,28 ms (10,79 ms é a


medida mais afastada do valor mais provável 10,51 ms) a que corresponde
0,28 ms ,
um desvio percentual de , ms x 100% = 2,7%. Para a distancia de trava-
10 51
gem, a incerteza absoluta é 0,024 m (0,470 m é a medida mais afastada do
valor mais provável 0,494 m) a que corresponde um desvio percentual de
0,024 m x 10001 = 4 8º1
0,494 m /O ' lo.

Conclui-se que a medida mais precisa é a do tempo de passagem, pois é


aquela a que corresponde uma menor incerteza relativa.
18.2 O pino acoplado ao bloco tinha uma largura de 9,00 mm. O módulo da veloci-
dade, v, é o quociente da largura do pino, d, pelo valor mais provável do
tempo de passagem, M, logo, d = vM
(por exemplo, d = 0,321 m s-1 x 28,04 x 10-3 s = 9,00 x 10-3 m).

175
FÍSICA 11.0 Ano

18.3 A equação da reta de ajuste ao gráfico de dispersão de !:!,,x em função de v2


é !:!,,x = 0,6701 v2 - 0 ,0024.
Comparando a equação da reta com a expressão !:!,,x = : v2 segue-se que
2
1 1
a - o,6701 s2 m- 1 (dec1·1ve da reta), portanto, a - x 0, m_ o,7462 m s-2.
2 2 6701 52 1
A intensidade da resultante das forças de atrito é:
FR= ma= 0,1084 kg x 0,7462 m s-2 = 8,09 x 10-2 N.
18.4 (C). A distância de travagem é diretamente proporcional ao quadrado da ve-
locidade inicial, portanto, a velocidade inicial varia proporcionalmente com
a raiz quadrada da distância de travagem: como a distância aumenta 4 ve-
zes, a velocidade aumenta V4 vezes. Como, no plano horizontal, a resultante
das forças que atuam sobre o bloco coincide com a resultante das forças de
atrito, considerada constante, a aceleração é, também, constante.

1.3.4 Queda na vertical com efeito de resistência do ar apreciável

Existem muit as situações em que a resistência do ar não pode ser desprezada. A força de re-
sist ência do ar, i(, depende das d imensões, forma e o rientação do corpo, da natureza da sua
superfície e da sua velocidade em re lação ao ar. Aplica ndo a Segunda Lei de Newton, pode
escrever-se:
--+ - - - -+
F R =ma~ P +Rar =ma

Como a resist ência do ar aumenta com a velocidade, conclu i-se que sempre que a velocidade
va riar (â * Ô) a aceleração também varia, po rtanto, o movimento é variado não uniformemente.
Tome-se como exemp lo a queda de um paraq uedista (Fig. 1.26).

A Podem considerar-se duas partes no seu movi-


mento:
1
• antes de abrir o paraquedas: ao iniciar a q ue -

B I 1 .ª velocidade terminal
da, a sua veloc idade vai aumentando, po is ini-
cialmente JP J> J
de v ); como
ii., J (FR t em o mesmo sentido
a velocidade aumenta,
J .i?J também aumenta, até que a partir de um
certo momento irá equil ibrar o peso (P + R.,= Ô).
A partir desse instante, o paraquedista deixa
de ace le rar (â = Ô): diz-se que atingiu uma ve-
e locidade term inal e o seu movimento é retilí-
neo e uniforme;

D
2." velocidade terminal Fig. 1.26 As várias etapas no movimento de um paraquedista.

176
DOMÍNIO 1 Mecânica

• depois de abrir o paraquedas: ao abrir o paraquedas Iit I aumenta consideravelmente,


tornando-se maior do que o peso e, por isso, a sua velocidade va i diminuindo (FRtem senti-
do oposto a v); como a velocidade diminui, I R.,l também diminui, até que a partir de um
certo momento irá reequilibrar o peso (P + Rar = Ô); a partir desse instante, o paraquedista
deixa de travar (a= Ô): diz-se que atingiu outra veloc idade terminal , sendo o seu movimento
novamente retilíneo e uniforme. No movimento retilíneo e uniforme verificam-se as segu in-
tes relações:
a(t) = O , v(t) = v0 = constante e x(t) = x 0 + Vi.

19. Considere um referencial Oy vertical de sentido


positivo de cima para baixo. O gráfico represen-
ta a componente escalar, segundo Oy, da veloc i-
dade de um paraquedista em função do tempo.
A massa do sistema paraquedas + paraquedista
é 90 kg .

19.1 Estabeleça a correspondência entre os ins-


tantes indicados no gráfico e a resultante
das forças que atuam sobre o paraquedista,
identificadas com as letras A, B, C e D.

19.2 No intervalo de tempo [t,, t2 ],


(A) a aceleração é constante. (C) a aceleração diminui.
(8) a força resultante é constante. (D) a força resultante aumenta.

19.3 No intervalo de tempo [t4 , t5] , a intensidade da resistência do ar que atua sobre o
paraquedista é dada pela expressão Rar = 25 v2 (SI), em que v é o módulo da velo-
Ili
cidade do paraquedista. Calcule o módulo da velocidade média do paraquedista
neste interva lo.

& 19.1 t, - C; t 2 - B; t3 - D; t4 - A; t5 - A.
De t, a t 2 a velocidade aumenta e, portanto, também aumenta a resistência
do ar. Em consequência, a força resultante diminui, mas aponta no sentido
do movimento, já que o movimento é acelerado. Em t 3 , o paraquedista di-
minui a sua velocidade, logo, a força resultante aponta no sentido oposto
ao movimento. De t4 a t5 , a velocidade é constante e, por isso, a força resul-
tante é nula.
19.2 (C). A aceleração corresponde ao declive da tangente ao gráfico v(t) que
diminui no intervalo [t,, t 2] . Como a aceleração não é constante, o movimento
é acelerado não uniformemente.
19.3 No intervalo [t4 , t 5], o movimento é retilíneo e uniforme, portanto, a resultan-
te das forças é nula:
- +R
P - =O - <=> m g - 25 v2 = O ⇒ v = ~- g = ~Ox1Q m s-1 = 6 O m s-1
ar 25 25 '

177
FÍSICA 11.0 Ano

1.3.5 Movimento circular uniforme

A única força que atua sobre um sat élite em órbita da Terra a


é a força gravítica. Algu ns sat élites descrevem uma órbita ã fg
Fg
circu lar em torno da Terra. Neste caso , a força resu lta nte é
perpendicula r à velocidade e aponta pa ra o centro (força
centrípeta). A aceleração tem sempre a mesma direção e
fg
sentido da força resultante e, por isso, é também centrípe-
ã
~ ã
ta (Fig. 1.21). A força modifica continuamente a direção da
velocidade, mas o seu módulo permanece const ante. A
velocidade é va riável, porque varia em direção, mas t em
Fig. 1.27 Movimento ci rcular u niforme
módulo const an te. O movimento é circular e uniforme. de u m sat élite.

O movimento ci rcular uniforme é um movimento pe riódico, repetindo-se em cada nova vo lta


que o corpo descreve. O tempo de uma volta completa é o período, T, e o número de voltas
1
descritas por unidade de t empo é a frequência , f. A frequência é o inverso do período: f= T
(unidade SI: hertz, Hz).

O módulo da velocidade angular, w, é a amplitude do ângulo descrito


por unidade de tempo (Fig.1.28). A amplitude do ângulo /18 é expres-
sa no SI em rad ianos, logo, a unidade SI da veloc idade angular é o
radiano por segundo.

No movimento circ ular uniforme, a ve locidade angular é const ante, Fig. 1_28 Âng ulo descrito
verificando-se que num período T o corpo dá uma volta, ou seja, no interva lo M = t0 - tA.

!18= 21T:
110 21T
W = w média = !1t ⇒ W =f (unidade SI: rad s- 1)

O corpo, ao descrever uma circunferência de ra io r, percorre uma distância igual ao perímetro,


21r r, em cada período, T. Logo, o módulo da velocidade é dado por:
21r r
v = -- ⇒ v = wr
T
2 2
O módulo da aceleração centrípeta é dado pela seguinte relação: a = v = (w r) = w2 r .
e r r

Módulo da Módulo da Módulo da Módulo da


velocidade angular velocidade aceleração força resultante

21T
Movimento 1 w=-=2 1r f v= wr
circular f= - T
T
uniforme
Constante Vari áveis mas constantes em módul o

Para um satélite de massa m em órbita circu lar de ra io r em torno da


Terra (massa da Terra = mT), a força exercida sobre o sat élit e é a força -. ('ltitude
gravítica (Fig.1.29), por isso, aplica-se a seguinte relação:
~-Raio
m1 m m1 ~ ~ da Terra
F = ma <=> G - - = ma <=> g = G - = ae = r
9 e R2 e R 2

O raio r da órbita será r = RT + h , em que RT é o raio da Terra e h é a


Fig. 1.29 Satélite em
altitude a que se encontra o sat élite. órbita.

178
DOMÍNIO 1 Mecânica

A relação anterior mostra que a aceleração e a velocidade do satélite não dependem da


massa do satélite.

r e ~

Como G m2r = a = w2 r, obtém-se w = G mr . Esta expressão mostra que a velocidade

angular do satélite depende do raio da órbita, logo, o mesmo acontece com o período.

Como a Terra tem um período de rotação de 24 h, se um satélite tiver um período de rotaçã o


de 24 h regressará à mesma posição em relação a um ponto da Terra ao fim desse tempo. Um
satélite com estas características chama-se geossíncrono.

Se o plano da órbita do satélite for o plano equatorial e a órbita for circular chama-se satélite
geoestacionário, uma vez que permanecerá imóvel em relação a um ponto da Terra.

20. Uma antena na Terra pode apontar numa direçã o fi xa e bem determinada para comu-
nicar com um satélite geostacionário. O satélite deve orbitar a uma altitude de cerca de
3,58 x 104 km no plano do equador terrestre.
Dados: m T (massa da Terra)= 5,97 x 1024 kg ; RT (raio da Terra)= 6,37 x 106 m.
20.1 Justifique o primeiro parágrafo do enunciado.
20.2 Calcule o módulo da velocidade angular do satélite.
20.3 Qual é o módulo da velocidade do satélite?
20.4 Mostre que, para a altitude indicada, o satélite é geoestacionário.
20.5 A acelera ção de um satélite geostacionário
(A) dep ende da massa do satélite. (C) depende da massa da Terra.
(B) é constante no decurso do tempo. (D) é perpendicular à força gravítica.

~ 20.1 Como o período de um satélite geostacionário é igual ao da Terra e este roda


no mesmo sentido da rotação da Terra e num plano equatorial, a sua posição
Ili
em relação a um ponto fixo na superfície da Terra é sempre a mesma.
27T 27T
20.2 T = 24 h ⇒ w = - T = - - - - - - rad s-1 = 7,27 x 10-s rad s-1
24 X 60 X 60
20.3 r = RT + h = (6,37 x 10 6 + 3,58 x 10 7) m = 4,22 x 107 m
v = w r = 7,27 x 10-s x 4,22 x 107 m s- 1 = 3,07 x 103 m s- 1 = 3,07 km s- 1

mrm
20.4 G - - =ma QG -mr =w2rqGm = (- - r 3 q 21r )
2

r2 e r2 T T

✓ 4 7T 2 ,3 4 7T 2 X (4,22 X 107 ) 3
q T= G mT = 6 ,67 x 10-11 x 5,97 x 1024 s = 8,52 x 104 s = 24 h

20.5 (C). A aceleração de um satélite geoestacionário depende do período de ro-


tação da Terra e do raio da órbita, que depende da massa da Terra. Se a Terra
tivesse outra massa, a altitude do satélite geoestacionário seria d iferente.
No entanto, não depende da massa do próprio satélite, pois todos os corpos
no mesmo local apresentam a mesma aceleração gravítica. Esta aceleração
é centrípeta, portanto, perpendicular à velocidade. Por isso, a sua direção
varia constantemente consoante o satélite descreve a sua órbita .

179
FÍSICA 11.0 Ano

Questões propostas

Tempo, posição e velocidade

1. O gráfico posição-tempo traduz o movimento de um atleta durante um intervalo de 14 s,


numa porção retilínea de uma pista , em relação a um referencial unidimensional Ox.

E 16
'- : : :
" 12 : : : . ----------------
..
.......... ,......... ,..... .
.-·--·-·'•··••--••··
. .
. --'
...................... ........ -.... --- ..' . . .. .'
4 ---- '
'
' .
'
'
. '
'
'

..
.. ....... .. . . . ... -~------ ~- ... .
' . ' '
------·------ · '··•····\-----•·'••--- -

1.1 Indique um intervalo de tempo em q ue o atleta:


a) está em repouso;
b} se move no sentido positivo do referencial Ox com veloc idade const ante;
e) se move no se ntido negativo do referencial Ox com velocidade variável;
d) percorre uma distância maior do que o módulo do deslocamento.

1.2 Estabeleça as correspondências entre os interva- Coluna 1 Coluna li


los de tempo (co luna 1) e a componente escalar,
1. de Os a 3 s X. Om
segundo Ox, do deslocamento (coluna li).
2. de Os a 14 s Y. 18 m

3. de 5 s a 10 s Z. -14 m
4. de 8 s a 12 s W. 6m

1.3 Estabeleça as correspondências entre os instan- Coluna 1 Coluna li


tes (coluna 1) e a componente escalar, segundo
1. 3,5 s X. - 8 m/ s
Ox, da veloc idade (coluna li).
2. 6,0 s Y. O m/s

3. 7,5 s Z. 4 m/s
4. 13,0 s W. 6 m/s

1.4 O atleta
(A) nos primeiros 3 s move-se com velocidade constante.
(8) de 3 s a 8 s, apresenta componente escalar, segundo Ox, do deslocamento igual a 16 m.
(C) no in stante 11,5 s inverte o sentido do seu movimento.
(D) passa três vezes pela posição x = 5 m.

2 . O gráfico x(t) da figura descreve os movimentos de dois comboios


X
A e B em linhas parale las.
Os comboios
(A) em t, têm a mesma velocidade.
(B) têm a mesma ve locidade num instante antes de t,.
t,
(C) nunca têm a mesma veloc idade.
(D) até t, percorreram a mesma distância.

180
DOMÍNIO 1 Mecânica

3. O gráfico seguinte representa a componente escalar, em relação a um referencial Ox, da


posição, x, de um carrinho em função do tempo, t, num certo intervalo de tempo.

Qual dos seguintes gráficos velocidade-tempo, vp), pode corresponder ao movimento do


carrinho naquele intervalo de tempo?

(A) (C)

(8) (D)

Interações e seus efeitos

4. O Daniel brinca com um carrinho, que percorre uma pista composta por dois troços re-
tilíneos, P e R, e dois troços em forma de semicírculos, Q e S, como representado
na figura. O carrinho passa pelos troços P e Q mantendo o módulo da sua velocidade.
Em seguida, passa pelos troços R e S aumentando o módulo da sua velocidade.
A resultante das forças sobre o carrinho no troço Q _____ e no troço P _ _ _ __

(A) não é nula ... é nula p


III---+
(8) é nula ... é nula
(C) não é nula ... não é nula s Q

(D) é nula ... não é nula

5. Duas esferas com o mesmo volume, uma de madeira e a outra de chumbo, são deixadas
cair, simultaneamente, da mesma altura h e alcançam o solo ao mesmo tempo. Isto acontece
porque
(A) as duas esferas têm a mesma energia cinética quando alcançam o solo.
(8) a aceleração das esferas não depende da massa das esferas.
(C) à altura h, a energia potencial gravítica das duas esferas é igual.
(D) a força de resistência do ar não depende da massa das e sferas.

181
FÍSICA 11.0 Ano

Questões propostas

6. Dois corpos X e Y de massas mx e my, respetivamente, cujos centros estão situados a uma
distância d , exercem um sobre o outro uma força de atração gravítica de intensidade F.

6.1 A dist ância entre estes dois corpos para que a inte nsidade da força gravítica entre eles
passe a ser igual a 2F é
d d
(A) [2. (8) ~ - (C) /2 d (8) 2 2 d

6.2 Qual dos gráf icos pode tradu zi r a intensidade da força de atração g ravítica, F 9 , entre os
dois corpos em f unção da massa do corpo X, mx, sendo a massa de Y e a distância entre
os ce ntros dos dois co rpos constante?
(A} (8) (C) (D)

6.3 Co nsidere a situação em que mv = 3mx.


Conclua sobre a relação entre a força gravítica que Y exerce sobre X e a força gravítica
que X exerce sobre Y.

7. Um carrinho telecomandado, de massa 200 g, move-se numa pista retilínea, coincidente com
um referencial unidimensional, Ox. Admita que o carrinho pode ser representado pelo seu
centro de massa (modelo da partícula material) e que no instante t = O se encontra na origem
do referencial. Representa-se a seguir o gráfico da componente escalar da velocidade, vx,
desse carrinho, segundo o referencial Ox considerado, em função do tempo, t.

v,f m s-1
14,0
12,0
10,Q -, ............ ,.. .,., ., ....,... ,.... ,.
8,0
6,0
4,0
2,0
º·º t4"~hT"':::"="7"'"~~ h t c t"7i
-2,0 + .. ,...,....,....,.;,,,u.,... ,....... ,,.u.,u•., ... ,... ,. ..,,
-4,o _J· .. , ...,... ,....,.,., .. ,,.. ,,... ,... ,. :·:·•,, ...,..., ..."'
-6,0

7.1 Em que interva lo de t em po o ca rrin ho se moveu no se ntido positivo do eixo Ox?


7.2 No instante _ _ a componente escalar da aceleração do carrin ho no eixo Ox foi _ _.
2 2 2 2
(A) 4,0 s ... 2,0 m ç (8) 10,0 s ... -2,5 m ç (C) 13,0 s ... O m ç (D) 18,0 s ... - 2,0 m ç

7.3 Determine a intensidade da resultante das forças aplicadas sobre o carrinho no instante 13,0 s.
Apresente todas a etapas de resol ução.

7.4 No instante 8,0 s o carrinho ti nha percorrido 68,7 m. Dete rmine a coord enada de posição, x,
do carrinho, no instante 13,0 s.
Apresente todas a etapas d e resol ução.

182
DOMÍNIO 1 Mecânica

8. Num laboratório, determinou-se ex perimentalmente o módulo da aceleração gravítica com


a montagem esquematizada na figura seguinte.

>- ~

s
7
ll
·1... Iª /

;·\

Nos vários ensaios realizados, abandonou-se uma esfera, com o diâmetro de 1,20 cm , sem-
pre da mesma posição inicial, a uma certa distância acima da célula fotoelétrica A.
Fixando a distância entre as duas células fotoelétricas, mediram-se o tempo, t3 , da diferen-
ça entre a média dos instantes de interrupção e de reposição do feixe de luz nas células
fotoel étricas B e A e os tempos t 1 e t 2 que a esfera demorou a passar em fre nte das células
A e B, respetivamente. Admita que a esfera caiu em queda livre.

8.1 Na tabela apresenta-se o registo dos tempos obtidos para t1. t, I ms


No conj unto de e nsaios, rea lizados nas mesmas condições,
5,79
qual é o resultado da medição de t, 7
(A) (5,83 ± 0,01) ms 5,88

(8) (5,83 ± 0,05) ms 5,81

(C) (5,81 ± 0,07) ms


(D) (5,81 ± 0,02) ms

8.2 Dividindo o diâmetro da esfera pelo interva lo de tempo que e la demora a interromper o
feixe de luz, determin a-se o módulo da velocidade média da esfera no intervalo de tempo
de interrupção do feixe de luz.
a) Justifiq ue o motivo pelo qual o valor da ve locidade média que se determina é igual ao
valor da velocidade no instante igual à média entre os instantes de interrupção e de
reposição do feixe de luz na cél ula fotoelétrica.

b) O cálc ulo da velocidade média pressupõe que a esfera interrompe o feixe de luz pelo
seu diâmetro. No ent anto, um erro experimental frequen te pode decorre r de a esfera
interromper, de facto, o feixe luminoso por uma dimensão inferior ao seu diâmetro.
Quando este e rro ocorre em B, o módulo da velocida de calc ulado em B é _ _ ao
verdadeiro, o que determi na um erro por _ _ no valor experimental do módulo da
aceleração gravítica (considerando que a velocidade em A é ap roximadamente nula).
(A) superior ... excesso
(8) superior ... defeito
(C) inferior ... excesso
(D) inferior ... defeito

8.3 Reg istaram-se para os tempos t2 e t3 respet ivamente 4,44 ms e 66,37 ms.
Considere 9,8 m s- 2 o valor de referência para o módulo da aceleraçã o gravítica .
Determ ine o valor experimental do módulo da aceleração gravítica e o erro pe rcentua l.
Aprese nte todas a etapas de resolução.

183
FÍSICA 11.0 Ano

Questões propostas

Forças e movimentos

9. A figura representa as sucessivas posições de uma bola que rola numa superfície horizontal
da direita para a esquerda, acabando por parar 4 ,0 s depois do início do seu movimento.
Trata-se de uma representação estroboscópica em que o intervalo de tempo entre posições
sucessivas é de 0,4 s.

~ ~
-7 o 5 xlm

9.1 A pa rtícula passa na origem do refe rencial no instante


(A) t = 3,29 s. (B) t = 2,00 s. (C) t = 0,94 s. (D) t = 0,0 0 s.

9.2 Determine a componente escala r, segu ndo Ox, da velocidade média da bola no intervalo
de 0,0 s a 4,0 s.

9.3 A lei do movimento da bola no intervalo de tem po de 0,0 s a 4,0 s, expressa nas unidad es
SI de base, é
(A) x(t) = - 3 t + 5 . (B) x(t) = 3t - 5 . (C) x(t) = 0,75t2 - 6t + 5. (D) x(t) = - 0,7t2 + 6t + 5.

9.4 Qual das opções pode representar a velocidade da bo la naquelas posições?

(A)

-7

e J
@
~
o
e.,
o
v
5

s,
xl m

., ~
(B) e e
-7 o 5 xl m
(C) Q ) fU @ ~J )1
-7 o' 5 xl m
(D) ft t )
@ ~) ) J vi ) )
-7 o 5 xl m

10. Uma bola de ténis, de 57 g, foi atirada verticalmente para cima, de um ponto a y
1,0 m de altura , em relação ao solo, com velocidade 110 • Atingiu uma altura máxima
de 4,2 m. Considere o referencial Oy com origem na posição inicial d a bola, repre-
sentado na figura e despreze a resistência do ar.

10.1 Caracte rize a resultante das forças que atuam sobre a bola ao atingir a altura
máxima.

10.2 Determ in e o módulo da velocidade de lançamento:


a) recorre ndo exclusiva ment e às eq uações que traduzem o movi mento, y(t) e v(t);
b) com base em considerações energéticas.

10.3 Quanto t empo de mora a bola a chegar ao solo?

10.4 O gráfico veloc id ade-tempo à direita descreve a dependência v


da componente escala r, segundo Oy, da ve locidade da bola
com o tem po. A área so mbreada a azul nesse gráfi co é igual a
(A) 1,0 m. (B) 3,2 m. (C) 4,2 m. (D) 7,4 m.

10.5 O que é que se pode conc luir sob re o movimento da bola?


(A) A variação da velocida de da bola é d iret amente proporcional ao intervalo de t empo
considerado.
(B) Quando a bola voltar a passar pela origem do referencial, fá-lo-á com a mesma velocidade.
(C) A força gravítica que atua sobre a bola faz alterar o módu lo e a direção da velocidade.
(D) Quan do a bola atinge a altura máxima, a sua aceleração anula-se.

184
DOMÍNIO 1 Mecânica

10.6 Seja m a massa da bola, mr a massa da Terra, RT o raio da Terra e G a co nstante de g ra-
v itação universal. O módulo da aceleração da bola é
Gm Gm Gmr m G
(A) - -r. (8) - -. (C) R2 . (D) - .
R2 R2 R2
T T T T

10.7 Qual dos seguintes gráficos posição-tempo descreve co rretamente o moviment o da bola
desde o inst ante inicial até atingir o solo?

(A) (B) (C) (D)

)
t t'

11. Fez-se uma experiência em que se deixou cair uma bola de basquetebol, com uma mas-
sa de 620 g, de 0 ,78 m acima do solo. A bola ressaltou sucessivamente no solo. Com um
sensor e uma máquina de calcular gráfica obteve-se o gráfico da componente escalar da
velocidade, segundo Oy, em funçã o do tempo. Aos pontos A e B correspondem os valores
indicados na tabela.

"L, 4,0
E 3,0
';: 2,0
1,0
o.o ~
_ 1,0
- 2,0
- 3,0
...
B...

- ~-+-- ~~ ~ --1--~ -~ ----


J,5 tis
tIs
vI m s- 1
--
0 ,34

-3,40
0,47

2,82

- 4,0

11.1 Explique a que posições do movimento da bola correspondem os pontos indicados no


gráfico.

11.2 Um al uno se lecionou apenas a região do gráfico entre o instante inicial e o instante
tA = 0,34 s. Utilizando uma reg ressão linear para o conjunto de dados selecionados,
obteve na máquina de calcu lar a equa ção y = -9,9x.
a) Indique quais as grandezas físicas correspondentes às variáveis x e y.
b) Expl iq ue o sign ificado físico do número - 9,9 que surge nesta eq uação.
e) Obte nh a a equa ção das posi ções , y(t) , da bola para os primei ros 0,34 s, considerando
a origem do referenc ial no solo.

11.3 Caracterize a resu ltante das forças que, em média, atu ou na bola no intervalo de tempo
de 0,34 s a 0,47 s.

11.4 Dos três diagramas de forças indicados, selecione o que descreve, corretamente, as for-
ças que, em média, atuam na bo la durante o contacto com o solo.

,
N li Ili

p p p

11.5 Determ ine a energia dissipada na primeira colisão com o so lo.

185
FÍSICA 11.0 Ano

Questões propostas

12. Um carrinho move-se segundo uma trajetória retilínea sobre um plano inclinado, como se apre-
senta na figura.

Considere que o carrinho pode ser representado pelo seu centro de massa (modelo da
partícula material). Admita que a componente escalar da posiçã o, x, do carrinho em relação
ao referencial unidimensional Ox indicado, varia com o tempo, t, de acordo com a e quação
expressa nas unidades de base do SI: x = 2,4 - 2,0t + 0,60t2 •

12.1 A que distância da o rigem do referencial Ox considera do se encont ra o carri nho, no


instante t = 0,0 s?

12.2 A componente esca lar, seg undo o referencial Ox considerado, da ve locidade, vx, expres-
sa e m m s-1, do carrinho varia com o tempo, t, expresso em s, de aco rdo com a equação
(A) vx = - 2 ,0 + 1,2t
(B) vx = 0,4 + 1,2t
(C) vx = - 2,0 + 0,60t
(O) vx = 0,4 + 0 ,60t

12.3 Em qual dos esquemas segu intes se encontram corretamente represe ntadas, no instan-
te t = 0,0 s, a velocidade, v,
e a aceleração, a~ do carrinho?

(A) (B) (C) (O)

12.4 Em qual dos esquemas segu intes está representado um d iagra ma das forças q ue atuam
no ca rrinho?

(A) (B) (C) (O)

12.5 Determine a distânc ia percorrida pelo carrinho no intervalo de tem po [0 ,0 ; 4,0] s, ut ilizan-
do as potencialidades gráficas da calcu ladora.

Apresente na sua resposta:


• um esboço do gráfico da componente e scalar da pos ição, x , do carrinho em função do
tempo, t, desde o instante t = 0,0 s até, pelo me nos, ao instante t = 4,0 s;
• os va lo res de x necessários ao cálcu lo daquela distância;
• o valor da distância pe rcorrida pela bola no intervalo de te mpo considerado.

186
DOMÍNIO 1 Mecânica

13. Um automóvel, de massa 900 kg, desloca-se a 72 km/ h quando o condutor vê uma senhora
a atravessar uma passadeira para peões. Quando o condutor inicia a travagem , a passadei-
ra encontra-se a 25 m de distância. A força de atrito que atua sobre o automóvel durante a
travagem é constante e igual a 75% do seu peso. Considere que o movimento do automó-
vel se dá no sentido positivo do eixo Ox .

13.1 Qual das opções pode rep resentar, em relação ao eixo Ox, as co mponentes escalares
da acele ração e da veloc idade em fu nção do tempo d urant e a travagem?

'~ f ' i----(B


_ )_ _ --+

V V

13.2 Determine a compon ente escalar da aceleração, e m relação ao eixo Ox.

13.3 Verifique se o automóvel atrope la a se nhora.

14. Na figura está representada uma calha que termina num troço horizontal. A superfície do
troço horizontal está revestida por um material rugoso.

1
B e

Um paralelepípedo de massa 300 g foi abandonado na posição A, percorrendo 40 cm até


8 , imobilizando-se na posição C, que dista 60 cm da posição 8, no troço horizontal da ca-
lha. Entre as posições A e 8 a dissipação de energia mecânica foi desprezável. Con sidere
que o paralelepípedo pode ser representado pelo seu centro de massa (modelo da partí-
cula material). Admita que no troço 8C a aceleração se mantém constante.

14.1 O bloco chega a B com velocidade de módu lo


(A) 4,0 m s- 1. (B) 3,5 m s-1. (C) 1,8 m s- 1. (D) 2,0 m s- 1.

14.2 Determine a intensi dade da resultante das forças aplica das sobre o para lelepípedo
no troço horizontal. Use as equações do movimento e apresente t odas as etapas de
reso lução.

14.3 Considere v o módulo da veloci dade do b loco em B.


Se sobre o bloco fosse colocada uma massa de 300 g, pode prever-se que
(A) o mód ulo da velocida de em B seri a 2 v.
V
(B) o mód ulo da velocidade em B seria {2 .

(C) a res ultante das forças no troço AB aumentaria para o dobro.


(D) a resul tante das forças no tro ço AB diminuiria pa ra met ade.

187
FÍSICA 11.0 Ano

Questões propostas

15. Considere o movimento de um paraquedista de massa m. Antes de abrir o paraquedas, o


paraquedista acelera até atingir uma velocidade terminal v1; depois, ao abrir o paraquedas,
trava bruscamente, atingindo uma velocidade terminal v2 • Considere um referencial Oy de
sentido positivo de baixo para cima.

15.1 Qual dos seguintes g ráficos descreve, em relação a Oy, a co mponente escalar da resul-
tante das forças que atua sob re o paraq uedista em função do tem po?

(A) (8) (C) (D)


F F F F

15.2 A ntes de abrir o pa raquedas,


(A) a força resultante vai aumentando. (C) a veloc idade aumenta sempre.
(8) a força de resistência do ar anula-se. (D) a aceleração anula -se.

15.3 Após abrir o paraquedas,


(A) a força de resistência do ar é sempre maior do q ue o peso.
(8) a força resultante é semp re maior do qu e o peso.
(C) o módulo da ace leração atinge um va lor máximo.
(D) o módulo da ve locidade atinge um valor máximo.

15.4 Qual dos segu intes gráficos descreve co rret amente a altura do paraquedista em função
do tempo após este ter ati ngido a seg unda velocidade terminal?

y y y (C) y (D)

15.5 Qua ndo a acele ração do paraquedista é -4g, sen do g a aceleração gravítica, podemos
concluir que a intensidade da resistência do ar é
(A) m g. (8) 4 m g. (C) 5 m g. (D) 3 m g.

16. A Lua move-se em redor da Terra numa órbita elíptica, com um período de 27 dias e 8 ho-
ras. No entanto, a excentricidade da órbita da Lua é pequena e, por aproximação, conside-
re para as questões seguintes que a Lua descreve uma órbita circular, de raio 3 ,84 x 108 m .

16.1 O módulo da velocidade angular do movim ento da Lua em redor da Terra é


21T
(A) - - - - - - rad h- 1 (C) 2,r x (27 x 24 + 8 x 60) rad h- 1
27 X 24 + 8 X 60
2,r
(8) - - - -- rad h- 1 (D) 2,r x (27 x 24 + 8) rad h- 1
27 X 24 + 8

16.2 A Lua está em queda livre tal como uma bola que se largue à superfíci e da Terra, com
resistê ncia do ar desprezável. Como a bola se encontra mais próximo do centro da Ter-
ra do que a Lua, a aceleração da bo la, de módulo 9,8 m s-2 , é muito maior do q ue a da
Lua. Mostre que o produto da aceleração gravítica pelo quadrado da dist ância ao cent ro
da Terra é o mesmo pa ra a Lua e para uma bola à superfíc ie da Terra. Co nsidere o raio
da Terra 6,37 x 10 6 m.

188
DOMÍNIO 1 Mecânica

17. Wernher von Braun escreveu, em 1952, que em dez ou quinze anos a NASA poderia colo-
car uma estação espacial a orbitar o planeta Terra, a 1730 km de altitude. Sugeriu que essa
esta ção espacial deveria completar uma rotação completa em 12 s. O raio médio da Terra
é 6370 km.

17.1 Para um satélite numa ó rbita circ ular


(A) a ve loci dade e a aceleração têm a mesma direção e o mesmo sentido.
(8) a velocidade e a aceleração têm a me sma direção e sentidos opostos.
(C) a força q ue a Terra exerce sobre ele é pa ralela à sua velocidade.
(D) a força que a Terra exerce sobre ele é perpendic ular à sua velocida de.

17.2 Qua l é o módulo da aceleração gravítica, na unidade SI, à altitude sugerida por von
Brau n para a colocação da estação espacial? A presente o resultado com dois algaris-
mos significativos.

17.3 von Braun sugeriu a rotação da estação espacial para criar na periferia interior da sua sec-
ção circular uma aceleração de módulo igual à ace leração gravítica na superfície da Terra.
Consi derando ape nas aquele movimento de rotação, qual deveria ser o raio da estação
para alca nça r aquele obj etivo?
47r2
(8 ) 12; X 10 m. 4 7f2 X 10 12 2
(A) 12 2 x 10 m. (C) - - - m . (D) 4-rr2 x 10 m.
7r2 12 2

18. Na figura ao lado representam-se dois satélites da Terra,


SA e S8 , com órbitas circulares, no plano do equador em posi-
ções sucessivas de hora a hora.
Dados: G = 6 ,67 x 10-11 N m 2 kg-2 (constante de gravitação
universal); mr = 5,97 x 10 24 kg (massa da Terra).

18.1 A força exercida no satélite SA q uando este se encontra na


pos ição 8, pode ser representada por

(C)

8~

18.2 Explique o significado da seguinte afirmação: «Ambos os satélites estão em queda liv re.»

18.3 Selecione a opção co rreta.


(A) A aceleração do satélite SA é ig ual à aceleração gravítica à superfície da Terra.
(8) A aceleração do satélite SA é menor do que o do satélite S8 .
(C) A fo rça que a Terra exerce sobre os satél ites faz variar o módulo das suas velocida-
des.
(O) A velocidad e do satélite S8 não é constante.

18.4 A re lação entre a frequência dos movimentos dos dois satélites é


1
(A) fA= fB (8) fA = 2 fB (C) fA = 2 fB (O) fA = 4 fB

18.5 Identifi qu e, j ustificando, qual é o satélite geoestacionário.


r
18.6 Determine a razão - 8 entre os raios das ó rbitas dos satélites S8 e SA, respetivamente.
(A

18.7 Calcule o módulo da acel eração do satélite geoest acioná rio.

189
FÍSICA 11.0 Ano

Domínio 2
Ondas e eletromagnetismo
2.1 Sinais e ondas
2.1.1 Sinais. Ondas: transversais e longitudinais,
mecânicas e eletromagnéticas

Um sinal é uma perturbação, ou seja, uma alteração de uma propriedade física. Um sinal
mecânico é a alteração de uma propriedade física de um meio material (posição, densidade,
pressão, etc.), enquanto um sinal eletromagnético corresponde a propriedades (campos elé-
trico e magnético) não associadas necessariamente a um meio material.

A comunicação supõe que o sinal se propaga entre a fonte, ou emissor, que o produz, e o
recetor, que o recebe. Quando o sinal chega a um determinado ponto do espaço, já antes
perturbou outros pontos e irá ainda perturbar mais pontos. A esta propagação do sinal cha-
mamos onda. As ondas mecânicas (som, ondas sísmicas, tsunami, ondas numa corda, ondas
numa mola) necessitam de um meio material para se propagarem, enquanto as ondas eletro-
magnéticas não precisam de um meio material, propagam-se mesmo no vaz io.

Quando se origina uma osc il ação brusca na ex-

__,/\""_______
1/\_ _ _ _ __
tremidade de uma corda esticada, gera-se um
sinal de curta duração (pulso) que se propaga
_
____ _____
ao longo da corda (Fig. 2 .1). Com a propagação
da perturbação (onda) há transferência de ener-
gia entre diferentes pontos do meio, sem que
haja transporte de matéria. Se o sinal for de lon-
ga duração, é gerada uma sequência de pulsos
______ ___ (\""
/\""
Fig. 2.1 Propagação de um si nal de curta duração
(Figs. 2.2 e 2.3). numa corda.

No caso das ondas numa corda , as partículas da corda oscilam perpendicularmente à d ireção
em que se dá a propagação, designando-se por ondas transversais (Figs. 2.2 e 2.4 da esquer-
da). Quando oscilamos a extrem idade de uma mola para a frent e e para trás, as partículas da
mola movem-se numa direção para lela à da propagação, designando-se, por isso, por ondas
longitudinais (Figs. 2.3 e 2.4 da direita). Neste caso, propaga-se na mola uma sucessão de
compressões e rarefações.

~ -~ •
~

- OOOQQ O IJD1lllll/J)_
,1 - 1
Fig. 2.2 Onda persistente t ransversal numa corda. Fig. 2 .3 Onda persistente longitudinal numa mola.

190
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

Onda transversal Onda longitudinal

direção do movimento direção do movimento


das partículas das partículas
~

direção da propagação
i i direção da propagação

compressão rarefação

Fig. 2.4 Ondas transversais e longitudina is numa mola.

Quando um sina l se propaga num meio elástico, demora um ce rto t empo ll.t para avançar uma
ce rta distância s (Fig. 2.5). Assim, o módulo da veloc idade de pro pagação é dado por:
s
v=-
M
Perfil da corda
A ve locidade de propagação de uma onda mecâ- no instante t,
nica depende das caract erísticas do meio em q ue
a propagação ocorre e do facto de ser tra nsversal
ou longitudinal. Por exemplo, para um pulso numa Fig. 2.5 Propagaçã
mola, a velocidade de propagação vai depender
da massa da mola por unidade de comprimento
e da tensão na mola, assim co mo do facto de se
trat ar de uma onda transversal ou longitudinal.

l+i%i·i·i:+H@+M
1. Na fig ura vê-se o perfil de uma co rda em dois ins-
ta ntes t1 e t2 , na qual se propaga um sinal da direi-
ta para a esquerda a 10 m/s. Pode concluir-se que
4,0 cm

Perfil da corda
no instante t,
Ili
(A) no instante t1, o ponto P move-se para a es-
querda.
(8) no instante t2 , o ponto P move-se para baixo.
Perfil da corda
(C) lt1 - t) = 2,5 ms no instante t2

(D) t1 > t2

(8). É uma onda transversal , logo, o ponto P move-se numa direção perpendicu-
lar à da propagação, ou seja, na vertical. No instante t1 o ponto P move-se para
cima (a crista da onda aproxima-se de P), enquanto no instante t2 o ponto P se
move para baixo (a crista da onda afasta-se de P). t 2 é posterior a t1 , pois a onda
propaga-se para a esquerda.

v = ~ ⇒ 10 = 0,0 0 <=> M
4
= 4 O x 10-3 s = 4 O ms
M M ' '

191
FÍSICA 11.0 Ano

2. Um sismograma é o reg isto dos movimentos da crusta terrestre. No quadro indicam-


-se os movimentos das pa rtíc ulas e as velocidades de propagação de diversos tipos
de ondas sísmicas.

p • 5 a 7 km /s na crust a terrestre
Paralelos à direção de propagação
• ;:: 8 km/s no núcleo e manto da Te rra
Horizont ais e vertica is,
• 3 a 4 km/s na crusta terrestre
s perpendicu lares à direção
• ;:: 4,5 km/s no manto da Terra
de propagação
Horizontais, perpendicu lares
L • 2 a 4,5 km/ s na crusta terrestre
à d ireção de propagação
Paralelos e perpendiculares
R • 2 a 4,5 km/ s na crusta terrestre
à direção de propagação

Classifique co mo verdade ira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações segu intes.

(A) As ondas P cons istem em compressões e rarefações.


(B) A velocidade de propagação das ondas L não depende das características dos
materiais da crusta terrest re.
(C) Num sismograma as ondas S são registadas antes das ondas P.
(O) As ondas R apresentam movimentos transversa is e longitud inais.
(E) As ondas sísm icas são eletromagnét icas.
(F) As ondas P não se propagam no vazio.
(G) As ondas S são transversais.

~ Verdadeiras: (A), (O), (F) e (G). Falsas: (B), (C) e (E).


As ondas sísmicas são ondas mecânicas, portanto, não se propagam no vazio.
As ondas P são longitudinais, as S e L são transversais. As ondas R apresentam
movimentos transversais e longitudinais. As ondas P têm maior velocidade de pro-
pagação do que as ondas Se, por isso, são detetadas primeiro.

2.1.2 Periodicidade temporal e espacial de uma onda.


Ondas harmónicas e complexas

Se a oscilação da extremidade da corda (fonte emissora) se repet ir a intervalos de t empo


constantes, a onda gerada é periódica , o que quer dizer que o movimento de cada partícula
se repete ao longo do t empo e o perfil espacial da onda inclui um pad rão que se repete a
distâncias regulares (Fig. 2.6 ).

1-À--\

f- A---1 --+

Fig. 2 .6 Periodicidade espacial: perfil de uma corda (num certo instante)


na qual se propaga uma onda periódica.

192
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

O comprimento de onda, À, é a dist ância mínima entre dois pontos com o mesmo afastamen-
to da posição de equilíbrio e o mesmo movimento de vibração, ou seja, a dist ância mín ima
entre dois pontos do espaço no mesmo estado de vibração.

A amplitude, A, é o va lor máximo da grande-


y
za física associada à onda em relação à situa-
ção de equilíbrio. Por exemplo, para uma onda
numa corda, a grandeza física associada à
onda é o afastamento das partículas da co rda
em relação à posição de equilíbr io.

O período, T, é o interva lo de tempo de uma


vibração ou ciclo e pode ser determinado num
Fig. 2.7 Periodic idade temporal: perturbação ao
gráfico em que se representa a variação da longo d o tempo (num certo ponto do espaço).
pert urbação, num det erm inado ponto, em fun-
ção do tempo {Fig. 2.7).
1
f= -
A frequência de uma onda, f, rep resent a o número de vibra- T
ções por unidade de tempo num det erminado ponto. [u nidade SI: s- 1 = Hz (hertz)]

O com primento de on da, À, é a dist ância a que se propaga


s À
a onda num período, T. Por isso, À e T estão relacionados v=- ⇒ v= - ç:=:, V=À f
M T
entre si através da ve locidade de propagação da onda, v:

O período e a frequência de uma onda só dependem do período de oscilação da fonte


emissora. O comprimento de onda e a amplitude dependem da fonte emissora e do meio
de propagação.

Em muitos casos, a velocidade de propagação


de uma onda, característica de cada meio, é
pratica mente independente da frequência de
E
Ili
oscilação. Nesses casos, o com pri mento de
onda é, no mesmo meio, inve rsament e propor-
cio nal à frequência.

Se a representação gráfica da onda for si nusoi-


dal diz-se que a onda é harmónica ou sinusoi-
dal {Fig. 2.8).
Fig. 2 .8 Rep resentação gráfica de um si nal harmónico.

A maior parte das ondas são complexas, cor-


respondendo a sin ais não harmónicos {Fig. 2.9),

complexos, mas que podem ser descritos por E


........ --- · · ··•• ··· ••·-,· ·· --,·---,·-- •-.- · •• ·,· ••·- , ···· · ·•---.
:,., ' '
uma sobreposição de sinais harmónicos.

A energia transport ada por uma onda depen-


de da energia da fonte emissora. Se a fonte
gerar um sinal harmónico, a energia do sinal
harmónico será tanto maior q uanto maior for
a amplitude e a frequência da fonte emissora. Fig. 2.9 Sinal não harm ónico mas periódico.

193
FÍSICA 11.0 Ano

Assim, a intensidade de uma onda (energia transferida por unidade de tempo e por unidade
de área perpendicular à direção de propagação) é função crescente da amplitude da fonte
emissora e da frequência.

3. Um menino ao balançar um barco produz ondas na superfície de um lago. O barco


oscila 16 vezes em 10 s e cada oscilação produz, num ponto P na proximidade do
barco, uma crista de onda 5 cm acima da superfície do lago. Uma determinada crista
de onda chega à margem do lago, a doze metros de distância, em 6,0 s.

3.1 Determine o comprimento de onda das ondas que se propagam na superfície do


lago.

3.2 Admitindo que a veloc idade de propagação não depende da frequência da onda,
se o menino balançar o barco com maior frequência, mas com a mesma amplitude
(A) a distância entre duas cristas consecutivas va i au mentar.
(B) o período de vib ra ção do movimento do ponto P aumenta.
(C) a intensidade da onda que atinge o ponto P aumenta.
(D) a altura da crista da onda que atinge o ponto P aumenta.

16 s
3.1 A frequência da onda é f= = 1,6 Hz e a velocidade de propagação é v = M =
10 5
12 m , v 2,0 m s-1
= - - = 2,0 m s-1• Conclui-se que o comprimento de onda e À= -f = =
6,0 s 1,6 s-1

= 1,25 m.

3.2 (C). A frequência , f, aumenta, logo, o período de oscilação, T, e o compri-


mento de onda, À, diminuem (T é inversamente proporcional a f; À é também
inversamente proporcional a f quando a velocidade de propagação é cons-
tante). A altura da crista corresponde à amplitude, que se mantém constante.
A intensidade aumenta porque a frequência do movimento aumentou.

4. A extremidade de uma corda muito comprida é posta a oscilar, harmónica e trans-


versalmente, no instante t = O s. A origem da corda tem um movimento de oscila-
ção com ampl itude constante. Na figura representa-se o perfil da corda no instante
t = 1,0 s (utilizaram-se escalas diferentes em cada um dos eixos).
E ,,__ _ _ _o_,8_ _ __

----
:,.,

xl m

4.1 O período da oscilação é


(A) 0,8 s (B) 0,4 s (C) 0,25 s (D) 1,0 s

4.2 Qual dos seguintes gráficos descreve corretamente a posição do ponto P no


intervalo de tempo de t = O s a t = 1,0 s?

194
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnet ismo

(A) (C)
E 0,06 E 0,06 · - - - ... , ..
-;:_o,04 -;:_ 0,04
0,02 0102 ···- ···- .. ....... .
0,00 - - - -.----+-,f-----f--++---#f-~.--+-1----1+ 0,00 - - - - -~ - - t -++--+---+--1+---t>
-0,02 -0,02
-0,04 -0,04 - - .. --- ... -- .. - . - - - - -

-0,06 .. --------------
' ' ' ··-· ' ......
' .. . .'
-0,06 . .....

(8) (D)
E 0,06 ~ .
E 0,06 . . . ...... ' . . . . ..' . . . .,. . . ... . . ... . . ....... - . . . . . . '
' .
.; .... ; .....;.... ., ....., .. .. .;..
-;:_ 0,04 -;:_ 0,04
.. ·'. . ..
0,02 0,02 -· .•.

0,00 - - - -+--+-'l-f-l-+--+----+,f--+-+--1+ 0,00 - - - - -~ - - t -+l--+---+~ +---1+


-0,02 ..
-·----·---- ..
.. ·····
-0,02
-0,04 -0,04
-0,06 .
' '
-0,06 ---•························ . '
··•····•··-
'
-

& 4.1 (C). O perfil da onda mostra que num segundo existiram 4 oscilações com-
15
pletas, logo, 4 períodos. Então, o período é = 0,25 s.
4
0,8m
4.2 (A). Do perfil da corda, o comprimento de onda é À = - - = 0,4 m, e a velocidade
2
~ , S 2 X 0,8 m
d e propagaçao e v = M = , 1
1,6 m s- (num segundo avançou 1,6 m).
10 5
Nos gráficos C e D, o período é cerca de 0,5 s, por isso, são incorretos.
No perfil espacial da onda no instante t = 1,0 s, a elongação do ponto P
é positiva, por isso, o gráfico B também é incorreto.

O ponto P começa a oscilar no sentido negativo passados M = ~ = o, 5 m 1


V 1,6 m S-
= 0,31 s do início da perturbação na extremidade da corda, o que está de acordo
com o gráfico A.

5. O gráfico representa o desloca mento, y , de


uma camada de ar, em relação à posição de
ylnm

10
Ili
equilíbrio, em função do tempo, t, numa região
onde se propaga uma onda sonora a 340 m s-1.

5.1 Qual é a frequência da onda sono ra que se -10


propaga naquela região?

5.2 A distância mínima entre duas camadas de ar no mesmo est ado de vi bração é
____ e o produto do comprimento de onda pela frequência é _ _ __
(A) 10 nm ... 340 m s·1 (C) 0,68 m ... 340 m s·1
(8) 10 nm ... 5,0 m Hz (D) 0,68 m ... 5,0 m Hz

& 5.1 Para o período de 2,0 x 10-3 s, a onda tem uma frequência f= ~ = 500 Hz.

5.2 (C). A distância entre duas camadas no mesmo estado de vibração é o com-

primento de onda À= ; = ~~~ m = 0,68 m (10 nm é a amplitude, ou seja,


o afastamento máximo de uma camada de ar relativamente à posição de
equilíbrio). O produto do comprimento de onda pela frequência é o módulo
da velocidade de propagação da onda, 340 m s·1•

195
FÍSICA 11.0 Ano

2.1.3 O som como onda de pressão


O som resulta da vibração de um co rpo. Essa vibra-
Velocidade
ção é sucessivamente comunicada às partícu las v izi- Material
de som/ m s-1
nhas, ou sej a, o som é uma onda mecânica que se Hélio (O ºC) 972
propaga em sólidos, líquidos e gases. A velocidade
Ar (O ºC) 331
de pro pagação do som depende do meio mat erial em
que oco rre a propagação e da respetiva temperatura. Ar (15 ºC) 340

Querosene (2 5 ºC) 1315


Quando se faz vibrar um diapasão, essa vibração é
comunicada ao ar circunda nte. A v ibração orig ina des- Água (25 ºC) 1498

locamentos do ar que provoca m variações de pres- Ch umbo (O ºC) 1230


são: compressões e descompressões. As dife rentes
Cobre (O ºC) 37 50
camadas de ar vibram na direção em que o som se
Velocidade da p ropagação do som
propaga, ou sej a, o som é uma onda longitudinal.
em diversos materiais.

O som propaga-se no ar através de ondas de pres-


são, pois consiste na propagação de sucessivas
comp ressões (C) e rarefações (R), como se vê na
Fig. 2.10. Assim, em cada ponto de um fluido em que
se propaga um som exist e uma vibração à qual se
podem associar pequenas va riações de densidade
ou de pressão.

A 1
li 1111'1111111111 1111111111111111 1111111

vibração das partículas direção da propagação l


l~ ll
~ 1
À 1111·11111 1111111111

e R e R e R e
À

Fig. 2.10 A - ca madas de ar na a usência de som; B - camadas de ar na presença de um som originado pela
v ibração de um diapasão (C = comp ressão e R = rarefação); C - gráfico da p ressão em função da posição.

Se a onda so nora fo r sinusoidal, a pressão num dado ponto do meio varia entre um va lor
máximo de pressão acima da pressão do meio em repouso (compressão máxima) e um va lor
mín imo abaixo dessa mesma pressão (rarefação máxima).

A amplitude de pressão é igual ao módulo da diferença entre o va lor máximo (ou mínimo) da
pressão e a pressão do meio em repouso.

A intensidade de um sinal sonoro expressa em termos da amplitude de pressão é indepen-


dente da frequência.

196
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

2.1.4 Sons puros, intensidade e frequência; sons Frequência alta - som agudo (alto)

complexos. Espetro sonoro


O som emitido por um diapasão é um som harmónico, v isto
que a vibração que o origina é um sinal harmónico. Este som
harmónico corresponde a uma única frequência e, por isso,
também se designa por som simples, ou puro.

Se a frequência de uma onda sonora for elevada, o som é Fig. 2.11 Sons harmónicos (agudo e g rave).

agudo, se for baixa, o som é grave (Fig. 2.11). Em acústica, a o


,ro
(f)
altura significa o mesmo que frequência: o som agudo cha- (f)
~
Q.
ma-se alto e o grave chama-se baixo. Os sons podem ainda .. ; . f\rr]p\\U()El Q[WlQ?.: ..

ser fortes ou fracos, consoante a sua intensidade {Fig. 2 .12). : ; somfo~e ,


A uma maior intensidade corresponde uma maior amplitude : Arnptitude p:equen

de pressão.

A maioria dos sons são complexos, pois os seus sinais não são
sinusoidais. Um som complexo é a soma ou sobreposição
de vários sons puros, ou seja, de vários harmónicos {Fig. 2.13). Fig. 2 .12 Sons da mesma frequênc ia com
O número de harmónicos e a sua proporção nos sons emi- diferentes intens idades.

tidos por instrumentos musicais ou pela voz humana é o que


permite distinguir o som de um violino do de um clarin ete ou
as vozes de diferentes pessoas. Esta característica do som
designa-se por timbre.

A = som fundamental ou 1.º harmónico


O ouvido humano tem uma sensibilidade limitada. A banda do
audível de um ouvido humano situa-se entre 20 Hz e 20 kHz
i~ ·
(espetro sonoro). Os sons de frequência inferior a 20 Hz desig-
nam-se por infrassons e os de frequência superior a 20 kHz
designam-se por ultrassons {Fig. 2.14). Estes últimos são utiliza-
dos na ecografia e no sonar. O ouvido só é sensível se a inten-
Ili
sidade do som for maior do que um determinado limiar.

or·.. . . . . ..
,cu
~ • •
C=3ºharmórnco
'
,. • •
'
J •
f - 3J
e:- .:. ~ -
• : •
....
• •

2.1.5 Microfone e altifalante ©


o. " -" " ,..;,. "" "' ,....,. o
.
)
~~~t
- - ,_ - - J - - ' - -

infrassons audível ultrassons . . ' . . ' . . .. .

Fig. 2 .13 Um som comp lexo é a soma de


vários harmónicos.

o 20 20000 f / Hz

Fig. 2.14 Espetro sonoro (conjunt o de frequências do som).

O dispositivo que transforma a energia do som em energia


elétrica chama -se microfone e converte sinais sonoros em
sinais elétricos com a mesma informação. Os sinais elétricos
originados a partir de um microfone podem ser convertidos
em sinais sonoros através de um altifalante {Fig. 2 .1s). O micro-
Fig. 2.15 Um altifa lante converte sinais
fone e o altifalante são complementares. e létricos em sinais sonoros.

197
FÍSICA 11.0 Ano

2.1.6 Características do som (AL 1.1)

Pretende-se investigar características como o período, a frequência , o comprimento de onda,


a intensidade e o timbre dos sons, a partir da observação de sinais elétricos resultantes da
conversão de sinais sonoros.
Num osciloscópio são analisados sinais elétricos pela visualização no ecrã de uma diferença
de potencial elétrico (tensão elétrica) em função do tempo. No eixo vertical do ecrã é medida
a diferença de potencial elétrico (tensão elétrica) e no eixo horizontal é medido o tempo.
A amplitude do sinal é o valor máximo da diferença de potencial elétrico, U max , que se lê na
escala vertical, quando se regula U = O para a ausência de sinal. Esta escala é variável e, usan-
do o comutador com a indicação VOLTS/DIV, pode regular-se a quantos volts corresponde
cada divisão. Cada uma dessas divisões está ainda subdivida em mais cinco divisões.
O período do sinal mede-se na escala horizontal, onde a cada divisão se faz corresponder um
intervalo de tempo que se regula no comutador com a indicação BASE DE TEMPO (ou TIME/DIV,
ou SEC/DIV). Cada uma dessas divisões está ainda subdivida em mais cinco divisões.
Um gerador de sinais é um aparelho que produz sinais elétricos com formas, amplitudes e
frequências variadas. Ligando um gerador de sinais a um osciloscópio podem medir-se perío-
dos, frequências e amplitudes. Ligando um altifalante (ou auscultador) à saída do gerador de
sinais pode ouvir-se os sons com as frequências selecionadas no gerador e detetar limiares
de audiçã o (Fig. 2.16). Ligando um microfone ao osciloscópio podem comparar-se sinais elé-
tricos resultantes da conversã o de sons de diferentes frequênci as, intensidades e timbres
(Fig. 2.11). Pode medir-se o comprimento de onda com um gerador de sinais, um altifalante, dois
microfones e um osciloscópio: alinhando dois microfones e, em seguida, afastando-se um
deles ao longo da régua , até que os sinais voltem a ficar sobrepostos, a distância percorrida
pelo microfone ao longo da régua é igual ao comprimento de onda da onda sonora (Fig. 2.1s).

J\I rn1,r

Fig. 2.16 Sinal sonoro com as m esmas Fig. 2.17 A o nda sonora p roduzid a pe la Fig. 2.18 Medição d ireta de
ca ract e rísti ca s d o sin al e létrico produ zid o. d iapasão é capt ada pelo microfone. um comprimento de onda.

6. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) Em geral, os homens produzem sons de menor altura do que as mulheres.
(B) Os sons simples distinguem-se uns dos outros por três características: intensi-
dade, altura e timbre.
(C) A energia transportada por uma onda sonora por unidade de tempo depende
da amplitude da onda.
(D) Quando se aumenta o volume num rádio, aumenta-se a altura do som que el e
produz.
(E) Em geral, o som propaga-se mais rapidamente nos líquidos do que nos gases.

198
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

(F) O que nos permite distinguir a mesma nota musical tocada em in strumentos
diferentes é a frequência.
(G) A propriedade que distingue um som forte de um som fraco é a intensidade da
onda sonora.
(H) Na propagação do som ocorre transporte de energia sem que haja movimento
da matéria.

& Verdadeiras: (A), (C), (E) e (G). Falsas: (8), (D), (F) e (H).
O timbre é uma característica que permite distinguir sons complexos. Aumentar o
volume num rádio corresponde a aumentar a intensidade do som. A intensidade
do som é proporcional à energia da onda sonora e, portanto, à sua amplitude de
pressão. O que permite diferenciar a mesma nota em instrumentos diferentes é
o timbre. Na propagação do som não há transporte de matéria, mas esta vibra e,
portanto, movimenta-se.

7. O sinal que se mostra na figura foi produzido num oscilos-


cópio, ao qual foi ligado um microfone quando se tocou o
dó central de um clarinete. A base de tempo do osciloscó-
pio estava regulada para 0,5 ms/div.
7.1 O som que gerou este sinal é simples ou complexo?
7.2 Calcule o comp rimento de onda do som fundamental,
considerando que o som se propaga a 340 m/s.

7.3 O som produzido pelo cla rinete foi detetado por dois observadores: um perto

Ili
do clarinete, numa zona mais fria, e outro mais afastado do clarinete, junto a um
aquecedor. Na proximidade de cada um dos observadores, qual das segu intes
características da onda sonora tem o mesmo valo r?
(A) Frequência (C) Comprimento de onda
(8) Intensidade (D) Velocidade de propagação

& 7.1 O som é complexo, visto não se tratar de uma vibração sinusoidal.
7.2 O período do som pode ser obtido a partir do número de divisões no eixo ho-
rizontal (eixo dos tempos) compreendidas entre os dois picos do sinal. Esse
1
número é 7 + 3 x
5 = 7,6 (repare-se que cada divisão está subdividida em 5
partes iguais).

T = 7,6 div x 0,5 ms/div = 3,8 ms = 3,8 x 10-3 s ⇒


⇒ À= v T = 340 m s-1 x 3,8 x 10-3 s = 1,3 m

7.3 (A). A frequência de vibração só depende da fonte emissora. O comprimen-


to de onda altera-se consoante a velocidade de propagação do som, que é
maior para o ar mais quente. A intensidade do som diminui consoante nos
afastamos da fonte.

199
FÍSICA 11.0 Ano

8. Na seg uinte figura representa-se, no ins- y/cm


tante t = O s, uma porção de uma corda, 3,0 P
muito comprida, cuja extremidade oscila
com movimento harmónico simples. xlm
O sinal produzido propaga-se ao longo -3,0
s
da corda, da esquerda para a direita, com
uma velocidade de módulo 4,0 m s- 1.

8.1 A frequência do movimento de P é ___ frequência do movimento de Q


e a am pl itude do movimento de P é ___ amp litude do movimento de O.
(A) maior do que a ... maio r do que a (C) maior do que a ... igual à
(8) igual à ... maior do que a (D) igual à ... igual à

8.2 No in sta nte t = O s, o ponto Q move-se no sentido ___ do eixo dos ___ .
(A) positivo ... xx (8) negativo ... xx (C) positivo ... yy (D) negativo ... yy

8.3 Qual das seguintes figuras pode represe ntar a mesma porção de corda pas-
sado um intervalo de tempo de um quarto de período após o instante t =Os?

(A) (C)
y y
R

X X

R
(8) (D)
y
s y p

X X

p s

8.4 Determine a frequ ê ncia de v ibração do ponto P.

~ 8.1 (D). A vibração transmite-se ao longo do meio, assim, a frequência é caracte-


rística da onda e não se altera. Na porção representada, a onda propaga-se
sem atenuação, ou seja, na região considerada não há alteração de amplitude.

8.2 (C). Todos os pontos da corda se movem na direção do eixo dos yy, perpen-
dicularmente à direção de propagação. Como, neste caso, a onda se propaga
da esquerda para a direita, todos os pontos vão executar, sucessivamente,
os movimentos dos pontos da corda que estão à sua esquerda, portanto, o
ponto Q irá subir (os valores de y dos pontos imediatamente à esquerda de
Q são maiores que o valor de y de Q no instante t = O s).

8.3 (A). Passado um quarto de período os pontos que tinham y = O estão na posi-
ção de afastamento máximo da posição de equilíbrio (y = ±A). Como o ponto R
irá subir (no instante t = O, os pontos à esquerda de R estão acima de R), pas-
sado um quarto de período estará na posição y = A , em que A é a amplitude.

200
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

8 .4 O perfil espacial da corda permite determinar o comprimento de onda:


3 1,4 m X 4
À+ À= 1,4 m ⇒ À= = 0,80 m. Todos os pontos da corda vibram
4 7
V 4 0 m s- 1
com a mesma frequência f= l
= ~.
80
m = 5,0 Hz.

2.1. 7 Velocidade do som (AL 1.2)

Para determinar a ve locidade de propagação de um sinal sonoro no ar, pode, por exemplo,
determinar-se o tempo que um sinal sonoro produzido junto a uma extremidade de uma man-
gueira demora a ser detetado na outra extremidade (Fig. 2.19).

Pode também utilizar-se um sinal produzido num gerador a propagar-se do altifalante até
ao microfone: a medi ção da va riação do intervalo de tempo de desfasamento entre o sinal
produzido pelo gerador e o detetado pelo microfone em função da distância percorrida pelo
microfone permite determinar a velocidade de propagação do som (Fig. 2.20).

~
====~ Altitalante
Régu,

Fig. 2.19 Um sina l sonoro produzido junto a uma


extremidade da mangueira é captado na outra
extremidade.
Fig. 2.20 Um sinal sonoro produzido num gerador
propaga-se do altifa lante até ao microfone.
Ili
9. Numa experiência, pa ra determinar a velocidade de propagação do som no ar, pro-
duziu-se um som de curta duração junto à extremidade aberta, A, de um tubo cilín-
drico, de comprimento 3,08 m, estando a outra extremidade fechada , F.

Na extremidade aberta do tubo colocou-se um microfone ligado a um computador


com software de edição de som. Após a produção do som, registou-se no ecrã o
sina l representado na figura seguinte, onde se assinalou a escala do eixo horizontal.

9.1 Explique por que razão ocorreu o registo de dois sinais e as menores amplitudes
no segu ndo sinal.

9.2 Determine o módulo da velocidad e de propagação do som no ar, nas condi-


ções em que decorreu a experiência.

201
FÍSICA 11.0 Ano

9.3 Numa outra experiência, obteve-se para o módulo da velocidade de propaga-


ção do som no ar 338 m s-1, a 25 ºC. O va lor de referência àquela temperatura
é 346 m s-1. Qual é o erro percentual (erro relativo, expresso em percentagem)
daquele va lor experimental?

& 9.1 Surgem dois sinais porque o sinal produzido junto à extremid ade A do tubo
é refletido na extremidade F, sendo captados pelo microfone em instantes
diferentes dado que o som demora um certo tempo a propagar-se de A até F
e, novamente, de F até A. O sinal refletido tem menor intensidade do que o
sinal original, o que implica menores amplitudes do sinal mais à direita, pois o
som propaga-se em todas as direções e o sinal refletido corresponde apenas
à reflexão do som que se propagou na direção do tubo. Além disso, parte do
som é absorvido na reflexão, assim como na propagação no interior do tubo.

9.2 A distância medida na imagem entre as origens dos dois sinais é 8,9 cm. Aos
1,0 cm correspondem 2,0 ms, portanto, o intervalo de tempo entre o sinal
20
• •
ongma 1 e o sina
• 1 re fl et1do
· e, ô.t = 8 ,9 cm x -•-ms- = 17,8 ms.
1,0 cm
2d 2 x 3 08 m
O módulo d a velocidade de propagação do som é v = -----.-t = '
il 17,8 X 10-3 5
= 3,5 X 10 m 5 - •
2 1

(338 -346) m s-1 •


9.3 Erro percentual = - - - - - - - x 100% = -2,3% (ou 2,3% por defeito).
346 m s-1

10. A figura representa , num dado instante, as va-


riações de pressão no ar, numa certa região,
associadas a um ensaio I em que um som puro
se propaga nessa região (as zona s mais escuras
correspondem a zonas de compressão do ar, e as zonas mais claras correspondem
a zonas de rarefação) e uma camada de ar, L, nessa região.

10.1 As camadas de ar movem-se numa direção ___ à direção de propagação,


uma vez que o som no ar é uma onda ___.
(A) perpendicular ... longitudinal (C) paralela ... longitudinal
(8) perpendicular ... transversal (D) paralela ... tra nsversal

10.2 Qual das opções pode representar, um período e meio depois, a mesma região
do espaço e a mesma camada de ar?

(A) (C)

(8) (D)

202
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

10.3 Num ensaio li propaga-se nessa reg ião um out ro som de igual f requência, mas
menos intenso.
Comparando os dois ensaios, pode conclu ir-se que a amplitude das variações
de p ressão é _ _ _ _ _ e a distância entre uma compressão e a rarefação
adjacente é _ _ _ __
(A) menor no ensaio li ... menor no ensaio li (C) a mesma ... menor no ensa io li
(8) menor no ensaio li ... a mesma (D) a mesma ... a mesma

& 10.1 (C). As ondas sonoras nos gases são longitudinais.

10.2 (A). Quando se considera um número inteiro qualquer de períodos, o sistema


volta a ficar no mesmo estado. Assim, apenas nos interessa determinar o que
sucede passado meio período: na posição de compressão máxima existirá
uma rarefação máxima. As camadas de ar apenas vibram, não existindo trans-
porte de matéria: a camada de ar L fica na mesma posição.

10.3 (8). Uma menor intensidade significa uma menor amplitude de pressão. Para
a mesma frequência, e para o mesmo meio, o comprimento de onda não se
altera, portanto, a distância entre uma compressão e a rarefação adjacente,
meio comprimento de onda, também não se altera.

2.2 Eletromagnetismo
2.2.1 Campos magnéticos

Campos magnéticos criados por ímanes

Um íma n em barra tem uma extremidade que atrai uma extrem idade de
Ili
s ..:3- - s ..:II
outro íman. Se um ou outro forem rodados 180°, deixa de existir atração
e passa a existir repul são (Fig. 2.21). Esta interação efetua-se à distância -IIIII s s ..:3-
e as extremidades dos íma nes chamam-se polos - polo norte (N) e polo - s ..:II IIIIIIII s -
sul (S). Os po los co m o mesmo nome repelem-se e os polos com nome Fig. 2.21 Interação entre ímanes.
diferente atraem-se.

Se um íman for div idido em partes, os po los não se sepa ram, resu ltando sim, dessa div i- s 111111m
são, novos ímanes mais pequenos (Fig. 2.22). O que caracteriza um íman é a existência nas ✓ l 'm
suas proxi midades de uma região onde se fazem sentir as propriedades magnéticas SN sm
que ele cria. Diz-se que nessa reg ião exist e um campo magnético. Fig. 2 .22 Os polos
de um íman não se
Para ca racterizar as propriedades magnéticas em cada ponto ut iliza-se a grandeza ve- separam.

torial ca mpo magnét ico (ou densidade de fl uxo magnético), representado por 8. A sua
unidade SI é o tesla (símbolo T).

Quando se deita limalha de ferro nas proximidades de um íma n, ela dispõe-se seg undo uma
certa geomet ria. A forma como a limalha se dispõe permite observar o espetro do campo
magnético. O campo também pode ser representado por linhas do campo magnético.

203
FÍSICA 11.0 Ano

Convenção para as linhas de campo magnético (Fig. 2.23):


• apresentam maior densidade (mais linhas no mesmo espaço) nas zonas onde o campo
é mais intenso;
• são tangentes, em cada ponto, ao vetor campo magnético, â, e têm o sentido deste;
• são sempre linhas fechadas e nunca se cruzam;
• na região externa do íman, começa m no polo norte e terminam no polo sul magnético.

\~/
/
~

s -
- '
(
/
/ la
1)))/ Iª
I
.i. .j. .i.

\ \\
' '-- -+ ....-

J~\
Fig. 2.23 Espetro magnético e linhas de campo magnético de um íman em barra.

Um campo magnético â tem , em geral, características diferentes de ponto para ponto, quer
seja na intensidade, na direção ou no sentido. No entanto, existem campos magnéticos que
são iguais em todos os pontos de uma dada região do espaço. Nesta situação tem-se um
campo uniforme e em toda essa região o campo tem a mesma intensidade, direção e senti-
do: as linhas de campo são segmentos de reta paralelos.

l+liil+iliHli·I
11. A figura mostra as linhas de um campo magnético de um íman em U.
Pode afirmar-se que
(A) o polo norte do íma n está na zona X.

~,---~___.
(B) o campo magnético em redor do íman é uni-
forme.
(C) as zonas X e Y do íman são polos do mesmo
nome.
(D) no zona li o campo é mais intenso do que na
zona Ili. ~ li

(j (D). Entre as armaduras do íman há uma zona onde as linhas de campo são
segmentos de reta paralelos: aí o campo é constante. As linhas de campo
saem do polo norte (Y) e fecham-se através do polo sul (X). Como na zona li
a densidade de linhas de campo é maior do que na zona Ili, então, na zona li o
campo é mais intenso.

204
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

12. Colocou-se uma agulha magnética numa zona onde há um campo magnético B ext uni-
forme. Após uns instantes, a agulha estabilizou numa dada posição. Qual dos esque-
mas representa correta mente as linhas do campo magnético existente nessa região?

(A) (8) (C) (D)

----~ -- -- '-==- -- -- -- --
s-
s
s
s 11⇒ :

'
Bex, âex, Bext Bex,

O (D). Quando um íman é colocado numa região onde existe um campo magnético,
ele vai procurar alinhar-se com o campo magnético externo. A agulha magnética
assume uma posição paralela ao campo magnético externo e as linhas desse
campo «entram» no polo sul da agulha.

Campos magnéticos criados por correntes elétricas

O dinamarquês Hans Oersted descobriu


que um íman é desviado se for co locado 1
próximo de uma corrente elétrica e parale-
lamente a esta (Fig. 2 .24). Fig. 2.24 Uma corrente elétrica provoca a rotação da
agulha magnética.

Concluiu-se que uma corrente elétrica também cria um campo magnético. Este campo
magnético aumenta com a cor rente elétrica, mas diminui com a dist ância a essa co rrente elé-
trica. A forma das linhas de campo magnético criado por uma corren te depende da geometria
da co rrente elétrica (Fig. 2.2s).
Ili
A B e

Fig. 2.25 Espetro magnético e linhas de campo magnético criados por uma corrente e létrica retilínea (A ), por uma
corrente elétrica circular (B) e por uma corrente elétrica que percorre várias espiras circulares paralelas (C).

205
FÍSICA 11.0 Ano

13. Uma bobina é percorrida por uma corrente elétri-


ca constante, que cria na sua vi zinhança um ca m-
S N
.....
po magnético. Na proximidade dos seus extremos
e no seu interior coloca ram-se pequenas agulhas
magnéticas, que se orientaram como se in dica na
figura ao lado. Na proximidade daquela bobina co locou-se depois, sucess ivame n-
te, uma outra bobina, percorrida pela mesma co rrente elétrica (situação 1), e um
íman (situação li).
li

s -

Pode concluir-se que existe


(A) repulsão em I e em li. (C) repulsão em I e atração em li.
(8) atração em I e em li. (D) atração em I e repulsão em li.

~ (8). As interações entre ímanes, entre correntes elétricas e ímanes ou entre cor-
rentes elétricas são equivalentes, pois todas resultam das interações entre campos
magnéticos.
As agulhas magnéticas mostram que na situação I o polo norte da bobina da es-
querda se encontra na proximidade do polo sul da bobina da direita: existe atração.
A mesma orientação dos polos se verifica na interação entre a bobina e o íman.

2.2.2 Campos elétricos


As ca rgas elétricas interagem à distância, repelindo-se, se tiverem a mesma natureza, ou
atraindo-se, se tiverem natureza diferente {Fig. 2.26). Estas interações podem ser compreendi-
das com o conce ito de campo elétrico. Cada carga elétrica cria à sua volta um campo elétrico,
ou seja, uma região onde existe uma propriedade que origina uma força sobre as cargas
elétricas aí colocadas {Fig. 2.26).

Cargas do mesmo sinal repelem-se Cargas de sinal oposto


atraem-se

F -F
<-

Fig. 2.26 Interação entre ca rgas elétricas.

A uma dada distância da carga elétrica, o campo elétrico será tanto mais intenso quanto maior
for a ca rga elétrica que o cria.

206
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnet ismo

O campo elétrico num ponto é uma grandeza vetorial e é simbolizado por E. A unidade SI é o
vo lt por met ro (V m-1).

1 .,
. í/
1

O campo elétrico criado por uma ca rga E


~ r
pontual é radial, diminuindo de inten -
sidade com a d istânc ia à ca rga que o
cria. Se a ca rga que o cria fo r negativa,
o campo aponta para a ca rga; se a ca rga
/
~/~:z
1
---<


o
T
....

for pos itiva, o ca mpo aponta no sentido


Fig. 2.27 Campos elét ricos criados por ca rg as pontuais
do afastamento da ca rga {Fig. 2.21). negat ivas e positivas.

O ca mpo elétrico num ponto manifesta-se através de uma ação sobre uma carga elétrica aí
colocada , o riginando-se uma força na direção do campo.

Carga elétrica colocada num campo elétrico Sentido da força sobre carga

Positiva (+) O mesmo do campo elétrico

Negativa (- ) Oposto ao do campo elét rico

Propriedades das linhas do campo elétrico:


• são ta ngentes em cada pont o ao vetor campo e o seu sentido é o do ca mpo;
• a sua distribuição espacial é ta l que a sua densidade é propo rcional ao módulo do campo
- onde elas se adensam, o campo é mais intenso;
• são lin has abertas, com origem nas cargas positivas; terminam nas cargas negativas e
nunca se cruza m.

14. Nas figuras estão representadas as linhas de cam po de duas distri buições de car-
gas elétricas, algumas posições e um vetor campo elétrico, Êr
Ili
li
+ + +

.,. y

P,•

Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações segu intes.
(A) 1e li representam dois cam pos elét ricos uniformes.
(8) Os campos elétricos em P1 e em P2 são iguais.
(C) Os campos elét ricos em P3 e em P4 são iguais.
(O) O campo elétrico em P4 tem o mesmo módulo que o campo em P5 .
(E) Uma carga elétrica negativa colocada em repou so em P2 ap roxima-se da placa
positiva.
(F) Uma ca rga elétrica positiva colocada em P3 move-se segu ndo a linha de campo
que passa nesse ponto.

207
FÍSICA 11.0 Ano

f) Verdadeira: (B) e (E). Falsas: (A), (C), (D) e (F).


(A) - Apenas as linhas de campo de I são segmentos de reta paralelos.
(8) - Num campo uniforme, o campo é o mesmo em todos os pontos de uma
certa região do espaço.
(C) - Os campos em P3 e em P4 são diferentes, pois o campo é tangente à linha
de campo e nesses pontos as linhas têm diferentes direções.
(D) -As linhas de campo têm diferentes densidades em P4 e em P5 •
(E) - As cargas elétricas negativas são atraídas pela carga positiva.
(F) - A linha de campo elétrico tem a direção e sentido da força aplicada sobre
uma carga positiva, mas num movimento curvilíneo a trajetória não tem a
direção da força.

15. Selecione a opção em que se representa as linhas de campo elétrico de duas cargas
pontuais simétricas.

A B e D
.._., t )' '\ t
---: 1},-\, -~- ,..,~t"'- m~
,,.i '✓ +
l',l' +
""'tt; ,_.,,. i-1. ✓ .....,.\,~JJ,1 '\' f )'
-+- + ...... .
- .o "'' ! I ~o ~ -+-

-;,J[; r. --.....,.

)' 1 "-'' ✓! \(' +


+ ie;," ·v~\, l'tf l' /
'tI f\\ ✓/.J \\

f) (8). As linhas de campo têm origem na carga positiva e terminam na carga nega-
tiva . Estas linhas são contínuas e entre as duas cargas o campo aponta da carga
positiva para a negativa.

2.2.3 Fluxo do campo magnético

Um campo magnético va riável cria um campo elétrico. No estudo da re lação entre est es dois
campos, é útil o conceito de fluxo do campo magnético (Fig. 2.2s).

Considerando uma espira que delimita uma


superfície plana de área A, e um vetor uni-
tário n(vetor de módulo 1) perpendicu lar ao Espira de
plano da espira, o fluxo magnético, <I>, do área A e vetor
campo magnético uniforme através dessa unitário n
(perpendicular
área é uma grandeza esca lar dada por: ao plano da
espira), fazendo
um ângulo a
<I> = B A cosa com o campo
magnét ico.

sendo a o ângulo entre o vetor un itário n Fig. 2 .28 Fl uxo do ca mpo magnético.

perpendicular ao plano da espira de área A


e o campo magnético, B.

208
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

A unidade SI de fluxo de ca mpo magnético chama-se weber e tem o símbolo Wb:

1 Wb = 1 T m2 (tesla metro quadrado).

Se fore m co locadas N espiras num campo magnético uniforme, o fluxo que atravessa as su-
perfícies delimitadas pelas N espiras será a soma dos fl uxos magnéticos através de cada uma
(Fig. 2.29). Se tiverem igual área A e se forem dispostas paralelamente umas às outras, como
numa bobina, o fluxo será N vezes o fluxo numa só espira:

<t>bobina = N<l> espira = N B A COS O'

Fig. 2.28 Fluxo do campo magnético através de espiras.

l+iiii-i·it4Hli·I
16. Foram colocadas quatro espiras num campo magnético uniform e de módulo
5,0 x 10- 3 T. A espira menor, IV, tem uma área de 0,030 m2 . As espiras li e Ili t êm
igua l área. O fl uxo do campo magnético através da espira Ili é de 6,0 x 10- 4 Wb.

e __:?
6J a

16.1 Ca lcule o fluxo do campo magnético através da espira IV.

16.2 Determ ine a área da espira Ili.


Ili
16.3 Sendo o fl uxo do campo magnético através da espira li metade do da espira 111 ,
qua l é o ângulo entre a espira li e o cam po magnético?

16.4 A espira I tem o dobro da área da espira Ili. Significará isso que o fluxo do campo
magnético que a atravessa é o dobro do que se verifica para a espira Ili? Justifique.

& 16.1 <I> = B A cos a = B A cos Oº = B A = 5,0 x 10-3 T x 0 ,030 m2 = 1,5 x 10-4 Wb
cp 6,0 X 10-4
16.2 <I> = B A cos a = B A cos Oº = B A ⇒ A = = , x _ = m 2 = 0,12 m 2
8 5 0 10 3

16.3 <I> = T
<I> <I>
⇒ 7f
Ili
=
B A cos a
8
A cos Oº <=>
1 cos a
2 = - 1- ⇒ cos a = 0,5 logo, a= 60°

16.4 O fluxo do campo magnético depende da área da espira e do módulo do cam-


po magnético, mas também da orientação relativa entre o campo e a espira.
A normal ao plano da espira I faz 90º com o campo magnético, logo, como
cos 90º = O, o fluxo do campo magnético através da espira I é nulo. Através da
espira 111, o fluxo do campo magnético é máximo, porque cos 0° = 1.

209
FÍSICA 11.0 Ano

2.2.4 Indução eletromagnética e Lei de Faraday


Em 1831, o inglês Michael Faraday demonstrou experimentalmente que um fluxo magnético
variável pode criar uma corrente elétrica. Este fenómeno chama-se indução eletromagnética.
Se for colocado um íman junto de uma espira ligada a um amperímetro, este nada indica. Se o
íman se mover, aproximando-se ou afastando-se da espira, o amperímetro indica uma corren-
te elétrica (Fig. 2.30 A). O mesmo se verifica se o íman permanecer parado e se mover a espira,
aproximando-a ou afastando-a do íma n (Fig. 2.30 B).
A 8

.......-:: s s o
:::...--->
Fig. 2.30 Indução
J J
eletromagnética.

A corrente elétrica que é originada é a corrente elétrica induzida. Em A, o campo magnético


variável induz um campo elétrico na espira, o que provoca o movimento das cargas elétricas
devido às forças elétricas que sobre elas passam a atuar. Em B, o movimento da espira provoca
o movimento das cargas elétricas devido às forças magnéticas que sobre elas passam a atuar.

Para explicar a indução eletromagnética, Faraday enunciou a seguinte lei:

O módulo da fo rça eletromotriz indu zida, E; ou e;, num circu ito fec hado, é igual ao módulo
da variação do fluxo magnético que atravessa o circuito por unidade de tempo.

Esta lei pode ser representada matematicamente pela equação:

A força eletromotriz induzida, E;, é a tensão elétrica que surge num


circuito fechado e a sua unidade SI é o volt, símbolo V.

Então, só é criada uma força eletromotriz induzida se o fluxo do campo magnético através da
espira variar (Fig. 2.31). Como <P = B A cos a, existe variação de fluxo magnético se:
• varia r o campo magnético, em módulo ou em direção;
• varia ra área da espira sujeita ao campo magnético;
• mudar a orientação relativa entre o campo magnético e a espira (varia o cos a).

Fig. 2.31 Produção de corrente elétrica induzida. Mais linhas de campo a atravessar a espira representam
maior fluxo magnético.

A Lei de Faraday indica que a força eletromotriz induzida será tanto maior quanto mais rapi-
damente variar o fluxo do campo magnético.

210
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

17. Uma bobina de forma quadrada, com 10 cm


de lado e 50 espiras, é forçada a mover-se lv
com velocidade constante, perpendicular-
mente à direção de um campo magnético íL -L
-------+
uniforme. A região onde existe o campo
magnético tem uma altura L = 20 cm e o flu-
xo do campo magnético através da bobina
va riou de acordo com o gráfico apresentado.

17.1 Como se pode explicar a variação de


fluxo magnético registada no gráfico?
0,10 0,15 ti s'
17.2 Qual é o módulo do campo magnético?
17.3 Como varia o módulo da força eletromotriz induzida durante os 0 ,15 s?

& 17.1 O fluxo magnético através da bobina é <P = N B A cos a. Mas a área da bobina
sujeita ao campo magnético vai variar. Inicialmente a bobina está toda fora da
região onde existe o campo magnético, sendo aí o fluxo nulo; mas o fluxo vai
aumentar à medida que mais área da bobina ficar sujeita ao campo magnéti-
co. Como a bobina tem 10 cm de lado, haverá um intervalo de tempo em que
toda a área da bobina estará sujeita ao campo magnético uniforme. Neste in-
tervalo de tempo, o fluxo magnético é constante. Com a saída da bobina da re-
gião onde existe o campo magnético, o fluxo magnético diminui até se anular.

17.2 <P = N B A cos a. Pela geometria da situação, a = Oº e cos Oº = 1.


N = 50 espiras e a área de cada uma é A= 0 ,10 m x 0,10 m = 1,0 x 10-2 m 2 •

<P 0,10
O módulo do campo magnético é: B = NA = x , x _ T = 0,20 T
50 10 10 2

17.3 Só existe força eletromotriz induzida se variar o fluxo do campo magnético.

De O s a 0,05 s ⇒ ls.l = 1 ~<P 1 = 1 0, 0 - O I V= 2,0 V


' M
1
0 ,05
Ili
De005sa010s ⇒ ls.1=I~<PI=I0,1 0-0,1 0I V=OV
' ' ' M 0,10 - 0,05

De O 10 s a O15 s ⇒ ls.l = 1 ~<P 1 = 1º•15 º•1º


- 1 V= 2 O V
' ' ' M 0 ,15 - 0,10 '

A Lei de Faraday está na o rigem da produção de ener-


gia elétrica. Po r exemplo, um gerador de corrente alter-
nada pode ser co nstruído com uma espira no interior
de um campo magnético (Fig. 2 .32). A espira é colocada
em rotação e quanto maior for a veloc idade angular,
mais rapidamente variará o fluxo através da espira, ge-
rando uma maior força eletromotriz e disponibilizando
mais energia.
Fig. 2.32 Esquema de um a lternador.

211
FÍSICA 11.0 Ano

2.2.5 Aplicações da Lei de Faraday


A Lei de Faraday tem aplicações diversas, como micro-
fones de indução, nas placas de indução, ou em gera-
dores nas centrais elétricas, as quais têm duas partes
essenciais: as tu rbinas e o gerador (Fig. 2 .33).
As turbinas, ligadas ao gerador, provocam o movimento
necessário para haver indução eletromagnética. São for-
madas por pás (ou hélices ou lâminas) que rodam graças
à ação de um fluido (vapor de água ou água líquida).
O gerador é constituído por bobinas rodeadas de íma-
Fig. 2.33 Tu rbina e g e rador numa
nes (na rea lidade, eletroímanes) que criam um campo central hídrica.
magnético intenso. O movimento relativo entre os íma-
nes e as bobinas origina nestas um fluxo variável do E1

campo magnético, originando uma força eletromotriz


descrita por uma fu nção sinusoidal (Fig. 2.34).

A co rrente elétrica alternada utilizada no consumidor


final não tem as mesmas caract erísticas da produzida
nas centrais. O dispositivo que altera algumas das ca-
Fig. 2.34 Fo rça e letro motriz p roduzid a
racte rísticas da corrente alternada é o transformador.
por um gerad or d e corrente alte rnada .
Os transformadores (Fig. 2.35) são dispositivos capazes
de variar a tensão elétrica, aumentando-a ou diminuin- Primário Secundário
do-a. O seu fun cionamento baseia-se na indução ele-
tromagnética.
Ns
Um transformador é constituído por:
• núcleo: mat erial ferromag nético onde se enrolam
fios condutores (bobinas) e se produz um ca mpo;
Us
o núcleo intensifica o campo magnético;
• enrolamentos: fi os co ndutores isolados e enrola-
dos (bobinas) em torno do núcleo e que são per- Fig. 2.35 Transfo rmad o r de dois
co rridos por co rrente elétrica alternada. enro lam ent os.

Nos transformadores com dois enrolamentos, um é o primário e o outro o secundário.


Nestes transformadores, a bobina do primário é percorrida por corrente elétrica alternada
(corrente de entrada) que produz um campo magnético variável. O núcleo orienta o campo
magnético variável para o secundário, onde, então, devido à va riação do fluxo do ca mpo mag-
nético, é induzida uma corrente (corrente de saída).
A rela çã o entre a tensão no primário (tensão de entrada), UP, e a tensão no secundário (tensão
de saída), U5 , é dada pela expressão:
U N
_ P =_ P
Us Ns
em que NPé o número de espiras do primário e Ns é o número de espiras do secundário.
Quanto maior for o número de espiras da bobina, maior será a diferença de potencial elétrico
nos seus termina is.

212
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

Para diminuir as perdas de energia por efeito Joule no transporte da corrente elétrica das
centrais até aos locais de consumo, são usados transformadores que primeiro elevam a ten-
são elétrica e depois, perto dos locais de cons umo, por razões de segurança, outros transfor-
madores reduzem a tensão elétrica.

C+iMMii41-ili·ti
18. A figura representa esquematicamente o processo de produção, transporte e distri-
buição da energia elétrica desde a central até aos locais de consumo. As linhas de
transmissão, ou transporte, da energia elétrica são linhas de alta tensão e o consumo
faz-se em baixa tensão. Nas linhas de transporte da corrente elétrica parte da energia
é dissipada por efeito Joule.
Linhas de transmissão
Linhas de distribuição

,..,
,..
r

Turbina Transformador 1 Transformador 2


l:.lofm
18.1 Considerando que é necessá rio transmitir uma certa potência, conclua, justi-
ficando, sobre a influência do aumento da tensão sobre a potência dissipada
(efeito Joule) nas linhas utilizadas para o transporte de energia.
18.2 Indique o nome do fenómeno que está na base do funcionamento do gerador
e dos transformadores.
18.3 O transformador 1 tem maior número de espiras no ______ e o transfor-
mador 2 tem maior número de espiras no _ _ _ _ __
(A) primário ... secundário (C) primário ... primário
(B) secundário ... secundário (D) secundário ... primário

18.4 Num transformador, ao aplicar-se 230 V ao primário, com 500 espiras, obteve-
-se no secundário 150 V.
Ili
Determine o número de espiras do secundário. Admita que a tensão em cada
enrolamento é diretamente proporcional ao seu número de espiras.

& 18.1 A potência fornecida à linha é P1 = U /, assim, ao aumentar-se a diferença de


p
potencial elétrico (tensão), U, a corrente/= - 1- necessária para esse trans-
porte de energia diminui. U
A potência dissipada é dada por Pd = R/2, sendo R a resistência elétrica da
linha e Ia corrente elétrica que nela circula. Assim, como/ diminui, a potência
dissipada também diminui.

18.2 Indução eletromagnética.


18.3 (D). No transformador 1 ocorre elevação da tensão elétrica, para reduzir as
perdas por efeito Joule no transporte da corrente elétrica, logo, o número de
espiras no secundário deve ser maior do que no primário. No transformador
2 ocorre diminuição da tensão elétrica, passando-se de alta tensão para
média tensão, logo, o maior número de espiras é no primário.
U N 230 V 500
18.4 Up = NP ⇒ V = ~ ⇒ N. = 326
s s
150 s

213
FÍSICA 11.0 Ano

19. O microfone de indu ção funciona através do movimento re-


lativo entre uma bobina e um íman.
Observe o esquema: o íman está fixo e a bobina está ligada
a uma membrana que v ibra quando recebe um sinal sono ro.
Explique como se pode converter um sinal sono ro num sinal
elétrico, utilizando um microfone de indução.

O som cria uma vibração da membrana, que provoca um movimento relativo en-
tre a bobina do microfone e o íman que existe no seu interior.

Este movimento faz variar o fluxo magnético na espira, o que, de acordo com a Lei

de Faraday ( le,I = 1 ~ ; 1 ) , cria uma força eletromotriz induzida e correntes elétricas


com o mesmo padrão de variação do sinal sonoro que as originou.

2.3 Ondas eletromagnéticas


2.3.1 Origem e produção de ondas eletromagnéticas

A descoberta de Oersted, de que uma co rrente elétrica produz um campo magnético, e os


trabalhos de Faraday, de caracterização da in dução eletromagnética, abriram o ca minho ao
trabalho teórico de Maxwell, de unificação da ótica, da eletri cidade e do magnetismo.

Maxwell, em 1864, descreveu as bases de toda a X

teoria do eletromagnetismo e das ondas eletro- Direção da

magnéticas, demonstrando que se propagam à ~o


velocidade da luz e que essas ondas e a luz têm a
mesma natureza. y
As ondas eletromagnéticas, resultam da propagação z
de campos elétricos e magnéticos perpendicu lares
entre si e também perpendiculares à direção de pro-
pagação das ondas. São ondas transversais (Fig. 2.36). Fig. 2.36 Onda eletromagnética.

Foi Hertz, em 1888, quem primeiro produziu e dete-


tou ondas eletromagnéticas de grande comprimen- 2

• 1 - 1
to de onda (Fig. 2.37). 3

Hertz verifi cou que sempre que uma bobi na era per-
corrida por corrente elétrica, variável no t empo, se
produziam descargas elétricas entre esferas ligadas
a essa bobina. Verificou, também, que ocorriam ou-
Fig. 2.37 Experiência de H ertz.
tras descargas num anel metálico colocado a uma 1 - A bobina de indução produz alta voltagem.
certa distância das esferas e a elas não ligado, com- 2 - A descarga elétrica produz ondas
e letromagnéticas.
provando a teoria de Maxwell. Assim, Hertz descobriu 3 - As o ndas e letromagnét icas criam corrente
a forma de produzir artificia lmente ondas de rádio. e létrica num anel metá lico (ressoador).

214
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

A ve locidade das ondas eletromagnét icas, com uma frequência det erminada pela oscilação
de uma carga elétrica, depende do meio material onde estas se propagam.

Todavia, no va zio as ondas eletromagnét icas propagam-se todas à mesma velocidade


(e= 3 x 10ª m s-1) . A expressão

v = >,J

relaciona a velocidade de propagação, v, com a frequência, f, e com o comprimento de onda, À.

20. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afi rmações seg uintes.
(A) Faraday comprovo u experimentalmente a teoria de Maxwell.
(8) Faraday, ao descobrir a indução eletromagnética, abriu camin ho não só para
a prod ução de energia elétrica mas também para a produção de ondas eletro-
magnét icas.
(C) Através do se u t rabalho teórico, Maxwell unificou conceptua lmente a eletrici-
dade e o magnet ismo.
(D) Heinrich Hertz estabeleceu a p rimeira com unicação por ondas eletromag néticas
a longa distância.
(E) Foi Maxwell quem comprovou que as ondas de rádio e a luz são ambas ondas
eletromag néticas.
(F) As ondas eletromagnéticas permitem com unicação a longas distâncias po rque
são ondas longitud inais.

~ Verdadeiras: (8) e (C). Falsas: (A), (D), (E) e (F).


Maxwell realizou o seu trabalho teórico depois das descobertas de Faraday e nelas
se baseou. Nesse trabalho indicava que a luz eram ondas eletromagnéticas.No
entanto, quem o comprovou experimentalmente foi Hertz.
Ili
Hertz estabeleceu a primeira comunicação através das ondas hertzianas, mas fê-lo
apenas a pequena distância.
As ondas eletromagnéticas são transversais, pois propagam-se perpendicularmente
aos campos magnéticos e elétricos.

2.3.2 Fenómenos ondulatórios


Qua ndo uma onda que se propaga num meio 1 encon-
Radiação [I]
t ra um outro meio, 2, pode ser refletida (é devolvida incidente Radiação
ao meio 1), transmitida (a onda passa a propagar-se refletida

no meio 2, que é, por isso, transparente a essa onda)


ou absorvida (a energia t ransportada pe la onda é ab-
sorvida pelo meio 2). Radiação
transmitida
A Lei de Conservação da Energia implica que a energia da
onda incidente, E;, é igual à soma das energias das ondas Fig. 2.38 A rad iaçã o incidente pode ser
refletida, absorvida ou transmitida.
refletida, E,, transmitida, E1, e absorvida, Eª: E;= E,+ E1 + E.

215
FÍSICA 11.0 Ano

A percent agem de cada fração da energ ia incidente depende da frequência da onda inciden-
te, da sua inclinação em re lação à supe rfície do material onde incide e do t ipo de mat eria l.
Po r exemplo, a fração da radiação solar incidente que é refletida pela Terra na atmosfera e na
superfície designa-se por albedo da Te rra. O albedo da Terra é ce rca de 30%, sendo os restan-
tes 70% da radiação solar absorvidos pela atmosfera (19%) e pela superfície do p laneta - terra
e mar - (51%). Contudo, o comportamento da atmosfera é diferente para d ifere ntes frequências.
A at mosfera terrestre absorve fu ndamentalmente a radiação y, a rad iaçã o X, alguns ultravio-
leta e alguma radiação infravermelha de maior energia, transmitindo nas regiões do visível e
das ondas de rádio, designadas, muito apropriadamente, por <~anelas atmosféricas».
O comportamento da at mosfera terrestre relativamente às radiações incidentes é de vital impor-
tância pa ra a existência de vida e as janelas atmosféricas permitem a comunicação com o Espaço.

2.3.3 Reflexão de ondas

Embora a luz seja uma onda, no âmbito da ótica geométrica e la é representada po r raios lu-
minosos. Um raio luminoso é uma linha reta com a direção e se ntido da propagação da luz.
Um feixe de luz é um conjunto de ra ios luminosos.
Q uando um feixe pa ralelo de luz incide num espelho (mat eria l muito polido), origina ra ios
refletidos para lelos. Esta reflexão especular, ou regular, é a q ue perm ite ver a imagem dos
objet os nos espe lhos (Fig. 2.39 da esq uerda).

Na reflexão difusa, ou difusão da luz, raios luminosos para lelos são refletidos e m direções
va riadas (Fig. 2.39 da direita). A reflexão permite-nos ver os objetos que nos rodeiam, apesar
de e les não emitirem luz visível.
Consoante o grau de pol imento das supe rfícies, a reflexão pode ser mais especu lar (ma ior po-
limento) o u mais difusa (menor po limento). As ondas mecânicas, como, po r exemplo, o som,
também podem sofrer reflexão especula r e difusa.

Raios
Raios refletidos Raios
Raios refletidos
incidentes incidentes

Reflexão especular perfeita Reflexão difusa ou difusão


numa superfície polida

Fig. 2.39 Reflexão especular e reflexão difusa.

Para cada um dos ra ios refletidos (Fig. 2.40) verificam-se as Le is da Reflexão:

1.ª Lei da Reflexão: o raio incidente (i), a normal à Raio


Normal, refletido
superfície de sepa ração no ponto de incidência (n) (n) ', (r)
e o ra io reflet ido (r), estão no mesmo plano;
2.ª Lei da Reflexão: a amplitude do âng ulo entre a
normal e o raio incident e (ângu lo de incidência a) é
igual à ampl itude do ângulo e ntre a normal e o raio
refletido (ângu lo de reflexão {3): a= {3.
Fig. 2.40 Reflexão de um raio luminoso.

216
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

A reflexão de o ndas elet romag néticas é utilizada no radar (o ndas de rádio e micro-o ndas) e a
refl exão de o ndas sonoras (ultrassons) no sonar, ecografia, sensores de estacionamento, etc.
A frequência de uma onda só depende da fonte que o riginou a onda e não do meio o nde e la
se propaga. No entant o, a velocidade de propagação da o nda depende do meio.
Na reflexão, a velocidade de propagação da onda e o seu comprimento de onda não variam,
porque a onda é refletida pa ra o mesmo meio.
Contudo, devido à absorção de energia na superfície de reflexão, a onda refletida t e m, em
gera l, menor int e nsidade do que a incidente.

M+i%i·i·i4Hffi+M
21. Um espelho p lano, em posição inclinada, forma um
âng ulo de 60º co m o chão. Na fig ura está representa-
da uma pessoa a o lhar para um es pel ho e alg uns raios
refletidos no espel ho, que incidem nos seus o lhos.
21.1 O rdene os ra ios refletidos po r o rdem crescente
de âng ul o de reflexão.
21.2 Q ual é a amplitude do â ngulo de incidência do raio q ue dá origem ao raio
refletido 3?
21.3 O raio refletido que pe rmite que a pessoa vej a os se us sapatos é o ra io
(A) 1. (B) 2. (C) 3. (D) 4.

& 21.1 O ângulo de reflexão é o ângulo entre o raio refletido e a normal ao espelho,
por isso, quanto mais afastado da perpendicular ao espelho, maior será o
ângulo de reflexão. Ordenação crescente de ângulo de reflexão: 4 , 3, 2, 1.
21.2 O raio refletido 3 é horizontal,
por isso, faz 60º com o espelho,
tal como o chão. Assim, o ângu-
lo com a normal ao espelho é de
21.3 (D).

Ili
30º. Como o ângulo de incidência
é igual ao de reflexão, conclui-se
que a amplitude do primeiro é tam-
bém 30°.

2.3.4 Refração de ondas

A refração é um fenómeno q ue ocorre quando uma onda ao se pro-


pagar num meio, com um a certa velocidade, v1, passa para outro meio
em que se p ropaga com o utra ve locidade, v2 • Verifica-se uma mudan-
ça na d ireção de propagação da o nda, dependente da d ireção da
incidência.

Por exemplo, se um fe ixe de luz passar do ar para outro me io e se os


Fig. 2 .41 «Quebra» de
raios incidentes não coincidirem com a normal à superfície de sepa-
uma co lher devida à
ração, mudam de direção ao atravessá-la (Fig. 2.41). refração da luz.

217
FÍSICA 11.0 Ano

O índice de refração, n, de um meio é o quociente entre a velocidade de propagação da onda


nu m meio de referência e a velocidade nesse meio. No caso da radiação eletro magnética, o
meio de referência é o vazio, logo:
e
n=-
v

em que e é a velocidade de propagação da lu z no vazio


Meio
e v é a velocidade de propagação no meio considerado.
ar (PTN) 1,00029
Qua nto ma ior for o índice de refração, mais refringente
água a 20° C 1,33
será o meio e menor a velocidade de propagação. O ín-
dice de refração da luz num determinado meio depende glicerina 1,47

não só do meio material, como também da frequência da vid ros crown 1,5 a 1,6
luz que o atravessa. A variação do índ ice de refração com vidros flint 1,6 a 1,8
a frequênc ia é, em geral, pequena. d iamante 2,42

Por vezes é útil cons idera r o índice de refração de um meio 2 em relação a um meio 1, n 21 , que
é igual à razão entre o índice de refração do meio 2 e o do meio 1:
n2 v1
n 21 = - = -
n 1 v2

Quando a luz se propaga de um meio, 1, menos refri ngente


para outro mais refri ngent e (n 2 > n1}, o raio refratado aproxima-
-se da normal à superfície de separa ção entre os dois meios
(Figs. 2.42 e 2.43). Ocorre o oposto caso a luz se propague de um
meio mais refringente para outro menos refringente (n 2 < n,).

Para cada um dos ra ios refratados verificam -se as Leis da Re-


fração:
Fig. 2.42 Refração de uma onda.
1.ª Lei da Refração: o raio incidente (i), a normal à superfície
de separação no po nto de incidência (n) e o raio refrat ado (R)
estão no mesmo plano. n:

2.ª Lei da Refração ou de Snell-Descartes: o ângulo entre a


Meio 1 n,
normal e o ra io inciden te (ângu lo de incidência a) e o ângulo
entre a normal e o raio refratado (ângu lo de refração a) rela- Meio2
cionam-se pela expressão:
R

em que n, e n 2 são os índices de refração dos meios 1 e 2, Fig. 2.43 Refração (n 2 > n,).
respetivamente.

1+1%1·i·it4Hli·I
22. Um raio luminoso monocromático incide num prisma de vi-
dro, como se mostra na figura ao lado. O índice de refração
do vidro em relação ao ar é 1,5.
22.1 Determine as amplitudes dos ângulos a e {3. a:
22.2 De entre os raios indicados, A, B, C e D, indique.j usti- 1- - -
ficando, qual represe nta corretamente o ra io que sai 37º

do p risma de v idro.

218
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

22.3 Selecione a opção correta.


(A) A velocidade da luz aumenta quando esta passa do ar para o prisma.
(8) A intensidade do raio incidente no prisma é igual à do raio refratado.
(C) A frequência da luz incidente no prisma é igual à da luz refratada.
(D) O comprimento de onda da luz no prisma é maior do que no ar.

(j 22.1 Os ângulos de incidência e de reflexão são estabelecidos com a normal


à superfície no ponto de incidência. O ângulo a é o ângulo de reflexão
e é igual ao ângulo de incidência, logo, a = 90º - 37º = 53º.
O ângulo f3 é o ângulo entre o raio refratado e a normal à superfície, logo:
n sin 53°
n ar Sin 53° = n vidro Sin /3 ç:::> Sin 53° = Vidro X Sin /3 ç:::> Sin /3 = ç:::>
n., 1' 5
ç:::> sin f3 = 0,532 ⇒ f3 = 32°
22.2 O raio incidente que se propaga no vidro incide perpendicularmente à su-
perfície de separação vidro-ar, por isso, o ângulo de incidência é de 0°. Em
consequência, o ângulo de refração também é de Oº. Portanto, o raio que
sai do prisma de vidro é o B.

22.2 (C). Na refração, a frequência da luz permanece constante. Como o índice


de refração do vidro em relação ao ar é de 1,5, isso significa que a veloci-
dade da luz no vidro é 1,5 vezes menor do que no ar e, em consequência , o
comprimento de onda da luz no vidro é também 1,5 vezes menor do que no
ar. Quando a luz incide no prisma ocorre simultaneamente absorção, refle-
xão e refração, logo, o raio refratado é menos intenso do que o incidente.

23. Na figura representa-se o que pode suceder a uma VIU


onda quando muda de meio de propagação.
23.1 Qual dos meios é mais refringente?
23.2 Por que motivo a amplitude das ondas refletida e
Onda
incidente
Meio 1
Meio2
Ili
transmitida é menor do que a da onda incidente?
23.3 Relacione os comprimentos de onda das ondas
incidente, refletida e transmitida.

(j 23.1 O meio 2 é mais refringente (n2 > n 1), já que o ângulo entre a direção de
propagação da onda refratada (transmitida) e a normal à interface entre os
dois meios é menor do que o ângulo entre a onda incidente e essa normal.

23.2 Parte da energia da onda incidente é absorvida e o resto é distribuído pelas


ondas refletida e refratada. Menor amplitude significa que as ondas refleti-
da e refratada são menos intensas do que a onda incidente.

23.3 A onda refletida propaga-se no mesmo meio da onda incidente, por isso,
ambas têm o mesmo comprimento de onda.
A onda transmitida propaga-se num meio mais refringente (maior n), por
isso, a onda propaga-se mais lentamente (menor v), sendo, por essa razão,
menor o comprimento de onda da onda refratada:
(v, > v2 <=> v, T > v2 T <=> \efietida > )\transmitida) Em suma, \ ncident e = )\refletida> )\transmitida"

219
FÍSICA 11.0 Ano

2.3.5 Reflexão total e fibras óticas


Quando a radiaçã o eletromagn ética se propaga de um meio de maior índice de refração
para outro de menor índice de refração, como , por exemplo, da água para o ar, afasta-se da
normal à superfície de separa çã o entre os dois meios: o ângulo de refração é superior ao
de incidência. Assim, para um determinado ângulo limite de incidência (ou ângulo crítico), o
ângulo de refração será de 90º. Para ângulos superiores ao ângulo crítico, ª rim' deixa de ocor-
rer refração. Toda a energia da luz é refletida para o meio incidente, ocorrendo um processo
conhecido como reflexão total (Fig. 2 .44).

·n :n :n :n
R

~ - ~ ...
R
''
Ar
R
Agua

I i
/f( r ,- ~,, __ ~
a 1m --.•
, i
~~
, : r
~'--~-~

a>a~

I /
Reflexão e refração Situação limite Reflexão total

Fig. 2.44 A reflexão tota l ocorre qua ndo deixa de ocorrer refração.

Se a luz se propagar de um meio 1, de índice de refração n1, para um meio 2, de índice de refra-
ção n 2, em que n1> n 2 , o ângulo limite é aquele para o qual o ângulo de refra ção seria de 90º:

n2
n, sin ªrim =n2 sin 90º <=> sin ª lim =n = n2,
1

Numa fibra ótica, a luz, ao propagar-se


no núcleo da fibra , incide na superfície
de separação núcleo-revestimento, com
um ângulo de incidência superior ao
' ~
ângulo limite, sofrendo, por isso, reflex-
ão total (Fig. 2.45). Por sucessivas reflex-
Fig. 2.45 Percurso de um raio luminoso numa fibra ótica.
ões totais a luz fica confinada ao núcleo,
sendo guiada através da fibra ótica com
baixíssima atenuaçã o.

24. A utilização de fibras óticas supõe que


Fibra ótica
o sinal enviado fique confinado no nú-
cleo da fibra.
Se um raio luminoso ao entrar no nú-
cleo fizer um ângulo com o eixo da
fibra menor do que em , atingirá a se-
paração núcleo-revestimento com um
ângulo tal que sofrerá reflexão total,
mas se esse ângulo for maior do que em, a luz será refratada para o revestimento.
Os índices de refração do ar, revestimento e núcleo são 1,00, 1,39 e 1,53, respetivamente.

220
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

24.1 Calcule as amplitudes dos ângulos 0c e 0m para a fibra ótica da figura.


24.2 Se um raio entrar na fibra com um ângulo com o eixo da fibra maior do que
0m, atinge a superfície de sepa ração núcleo-revestimento com um âng ulo de
incidência _ _ _ _ _ ao ângulo crítico 0c, sofrendo _ _ _ _ __
(A) inferior .... refra ção
(B) inferior .... reflexão total
(C) superior .... refração
(D) superior .... reflexão total

Q 24.1 Cálculo da amplitude do ângulo 0,:


nnúcleo Sin 0, = n ,evestimento Sin 90º ç:::} 1,53 X Sin 0, = 1,39 X 1 ⇒ 0, = 65,3º
O ângulo 0, é o complementar de 0,, ou seja, 0, = (90 - 65,3)º = 24,7°.
A luz, ao entrar na fibra, sofre refração, logo,
n a, Sin 0m = nnúcleo Sin 0, ç:::} 1,00 X Sin 0m = 1,53 X Sin 24,7° ç:::} 0m = 39,7°

24.2 (A). Se o raio, ao entrar na fibra, fizer um ângulo com o eixo da fibra maior
do que 0m, então, o ângulo de refração no núcleo será também maior do
que 0, Como o ângulo de incidência na superfície de separação núcleo-
-revestimento é complementar do ângulo de refração no núcleo, conclui-se
que este último será inferior ao ângulo limite 0, e o raio será refratado para
o revestimento, mas também é refletido.

Fibra ótica

..,, Oº
0m /
------,---- --- - - - ~ . ~ - - - . - - - - _, - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - .

Ili
Eixo da fibra

2.3.6 Ondas: absorção, reflexão, refração e reflexão total (AL 3.1)

Pretende-se investigar os fenómenos de absorção, reflexão, refração e reflexão total , determi-


nar o índice de refração de um meio em relação ao ar e prever o ângu lo crítico.

Fazendo incidir a luz de um laser num alvo metálico, ou espelho,


com diferentes ângulos de incidência, determina-se os ângulos de
reflexão, comparando-os com os de incidência {Fig. 2.46).

Avalia-se a capacidade refletora de vá rios materiais da luz do laser,


comparando a intensidade da luz refletida e avalia-se a capacida-
de de diversos materiais de transmitirem a luz do laser, comparan- Fig. 2.46 Medição de ângulos
de reflexão.
do a intensidade da luz refratada.

221
FÍSICA 11.0 Ano

Medem-se ângulos de incidência numa face plana de um material


transparente (acríl ico ou vid ro) e os correspondentes ângulos de
refração {Fig. 2.47). A partir do gráfico do seno do ângulo de re-
fração em função do seno do ângulo de incidência, ca lcula-se o
índ ice de refração desse material em relação ao ar.
Aumentado progressivamente a amplitude do ângu lo de inci-
dência até que deixe de ocorrer refração na superfície plana de Fig. 2.47 Medição de ângulos
separação acrílico-ar, ou v idro-ar, e passe a haver reflexão tot al, de refl exão.

determ ina-se o ângulo crítico.

25. Um feixe de luz laser, de comprimento de onda no ar igual a 650 nm, incide na face
plana de uma lente de acrílico, exatamente no centro dessa face. Na figura surge
desenhado um trajeto do feixe. Os alunos mediram para diversos ângulos de inci-
dência, 01, da luz na superfície de separação ar-acrílico, os correspondentes ângulos,
02 , entre o feixe de luz que sai do acrílico para o ar, na face semicircular, e a normal à
face plana da placa. Na tabela apresentam-se os resultados obtidos.

10,0 7,0 0 ,1737 0 ,1219


20,0 13,5 0,3420 0,2335
30,0 18,5 0,5000 0,3173
40,0 26,0 0,6428 0,4384
50,0 31,0 0,7660 0,5150
60,0 36,5 0,8660 0,5948

25.1 Na face plana da placa, o feixe de luz refrata-se aproxim ando-se da normal,
portanto o índice de refração do acrílico é _ _ _ _ _ do que o do ar e a ve lo-
cidade da luz no acrílico é _ _ _ _ _ do que no ar.
(A) maior ... maior (8) maior ... menor (C) menor ... maior (D) menor ... menor
25.2 Explique por que razão os fe ixes de luz incidente na superfície de separação
acrílico-ar e os de luz transmitidos para o ar têm a mesma direção.
25.3 Um feixe de luz que incida na superfície de separação ar-acrílico _ _ _ __
reflexão total pois o ar é _____ refringente do que o acrílico.
(A) pode sofrer ... menos (C) nunca sofre ... menos
(8) pode sofrer ... mais (D) nunca sofre ... mais
25.4 Determine o va lor mais provável do índice de refração do acrílico em relação
ao ar.
Utilize as potencialidades da máquina de ca lcular gráfica.

~ 25.1 (8). Na refração, quando o ângulo entre o feixe de luz e a normal à superfície
de separação entre os meios diminui, o índice de refração do segundo meio,
n, aumenta. O índice de refração de um meio, n =~em que c é a velocidade
V

222
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

de propagação da luz no vácuo, é inversamente proporcional à velocidade


de propagação da luz nesse meio, v. Assim, se n aumenta então v diminui.

25.2 O feixe de luz incidente na superfície de separação acrílico-ar propaga-se


segundo uma direção radial da placa, fazendo, por isso, um ângulo de Oº
com a normal a esta superfície. Sendo o ângulo de incidência nessa super-
fície O°, o de refração também é Oº:

n 0 , sin Oº = n.c,mco sin,.1ração ⇒ 0,.tração = O°, portanto, não há mudança de


direção da propagação da luz.

25.3 (C). A reflexão total só pode ocorrer se o índice de refração do meio para o
qual a luz se refrataria for menor do que o índice de refração do meio onde
se propaga o feixe de luz incidente. Como o índice de refração do acrílico
é maior do que o do ar não pode ocorrer reflexão total.

.. sin 02 ⇒ sin 01 = n acríllco


25.4 Como nar sin 01 = n acnhco n sin 02 ou sin 01 = n acríl1.co,a r sin 02
ar
em que n.c,mco.a, representa o índice de refração do acrílico em relação ao ar.

A reta de ajuste ao gráfico de dis- ..


persão de sin 01 em função de ,.,-e"üe: .,A

0,8
sin 02 é: .!:
., 1/
-e 0,6
y
.....
o y = 1,464x + 0,006
y = 1,464x + 0 ,006 ⇒ :i
0,4
e: l,e'"
⇒ sin 01 = 1,464 sin 02 + 0 ,006

O índice de refração do acrílico em


o
-e
o
.,e:
0,2 ./
VI o
relação ao ar corresponde ao decli- o 0,2 0,4 0,6 0,8
Seno do ângulo de refração
ve deste gráfico: n.c,mco.a, = 1,46.

Ili
2.3.7 Difração de ondas

As ondas têm a propriedade de poder contornar


os obstáculos que encontram. A esta proprieda-
de chama-se difração (Fig. 2 .48). Um obstácu lo
é um obj eto que bloqueia uma fração da onda.

Fig. 2 .48 A difração permite que as ondas


contorne m o s ob stác ulos.

A difração torna-se mais visível quando o obstáculo e o comprimento de onda têm dimensões
próximas (Fig. 2.49 e Fig. 2.so).

Fig. 2.49 Fotografias de


difração de ond as planas
111111111111 . com iguais comprimentos
de onda em abertu ras
de diferentes tamanhos.

223
FÍSICA 11.0 Ano

A onda não atinge os pontos A e B A o nda atinge os pontos A e B


porque se difrata pouco porque se difrata apreciavel mente

Fig. 2 .50 A difração de uma onda depende das d imensões da abertura.

Devido ao tamanho dos obstáculos que encontram à superfície da Terra, as ondas eletromag-
néticas de maior comprimento de onda (de ordem de grandeza maior do que 1 metro) são as
que melhor se difratam, enquanto as de menor comprimento de onda (por exemplo, as micro-
-ondas) praticamente não se difratam, o que exige que entre o emissor e o recetor não haja
obstáculos. Na difração não há mundaça de meio, logo o comprimento da onda mantém-se.

2.3.8 Comprimento de onda e difração (AL 3.2)

O comprimento de onda de um laser pode ser determinado a partir da relação entre o padrão
de difração e o espaçamento entre as fendas por onde passa a luz.

Uma rede de difração é um obstáculo com fendas múltiplas e igualmente espaçadas.

Quando um feixe de luz monocromática incide perpendicularmente numa rede de difração, esse
feixe é difratado, podendo observar-se um padrão de pontos luminosos num alvo onde se projeta
a luz difratada. O padrão caracteriza-se por apresentar máximos e mínimos de intensidade lumino-
sa, em posições bem definidas no alvo, como a Fig. 2.s1 exemplifica.

Alvo
ordem 3 (n = 3)
Rede de
difração ordem 2 (n = 2)
Luz ordem 1 (n = 1)
monocromática
~:--:::..-:._-_---"~---1 ordem O (n = O)
ordem 1 (n = 1)
ordem 2 (n = 2)

ordem 3 (n = 3)

Fig. 2.51 Difração de um feixe de luz monocromática.

Com uma rede de difração, a posição dos pontos luminosos no alvo pode ser determinada a
partir da expressão n À= d sin 0, sendo:

• À o comprimento de onda da luz;

• n um número inteiro que indica a ordem do máximo: n = O (ordem O) para o ponto lumino-
so na direção perpendicular à rede, n = 1 (ordem 1) para os pontos luminosos mais próxi-
mos do ponto luminoso central (m áximo de primeira ordem), etc.;

• do espaçamento entre as fendas da rede de difração (calculado a partir do número de


linhas por milímetro, característica de cada rede de difração);

• 0 o ângulo entre a direçã o perpendicular à rede e a direção correspondente a um máximo


de ordem maior.

224
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

26. Por que razão é a difração das ondas sonoras evidente no dia a dia, contrariamente
à difração da luz, que praticamente não se obse rva?

(i Os comprimentos de onda das ondas sonoras usadas vulgarmente podem variar


entre alguns centímetros e alguns metros, enquanto os da luz visível são milhões
de vezes menores. Como a difração é mais evidente quando a dimensão dos obs-
táculos for próxima do comprimento de onda, tendo os objetos comuns dimensões
mais próximas dos comprimentos de onda das ondas sonoras, para esta é muito
mais evidente o fenómeno da difração.

27. Uma rede de difração, com 5,0 mm de largura, tem 3000 ranhuras. Sobre a rede de
difração incidiu perpendicularmente um laser de 532 nm.

27.1 Calcu le a distância dentre duas fendas adjacentes.

27.2 Para que ângulo ocorrerá o máximo de primeira ordem?

~ Smm_ x~
~ 27.1 A distância entre duas fendas consecutivas é - 1,7 10 mm.
3000
27.2 n = 1; n /\, = d sin e~ 532 X 10- 9 m =1,7 X 10-G m sin e ⇒ e= 18º.

2.3.9 Efeito Doppler e expansão do Universo


Se não variarem as posições relativas de um recetor e de um emissor de uma onda, são iguais

Ili
as frequências do sinal recebido e do em itido. Todavia, reg istam-se diferenças entre as fre-
quências d as o ndas recebidas e emitidas quando entre a fonte emissora da onda e o recetor
há afastamento ou aproximação.
A este fenómeno, comum a todas as ondas, atribuiu-se o nome de efeito Doppler.

Efeito Doppler: alteração da frequência percecionada, ou medida, f, por um recetor


devido ao movimento relativo entre esse recetor e uma fonte emissora, re lativamente
à freq uência emitida, f0 .

Afastamento entre Aproximação entre


Frequência percecionada emissor e recetor emissor e recetor
ou medida no recetor: f
Diminuiç ão: f < f0 Aumento: f > f0

No caso do som, os sons percecionados


poderão ser mais graves ou mais agudos
do que o sinal emitido (Fig. 2.s2).

O observador A perceciona um som - - - - + O observador B perceciona um som


Fig. 2.52 Efeito Doppler. mais grave (menor frequência) i7 mais agudo (maior frequência)

22 5
FÍSICA 11.0 Ano

Através da análise dos espetros da luz em itida por corpos celestes em movimento em relação
à Terra , o efeito Doppler permite medir a ve locidade desses co rpos. Se houver afastamento,
o espetro sofre globalmente um desvio para frequências menores, ou seja, deslocando-se
para o vermelho (redshift); se ocorrer aproximação, o desvio dá-se no sentido das frequências
maiores, ou seja, para o azul (blueshift) {Fig. 2.53).

Espetros dos componentes químicos da estrela

A
Estrela
parada

B Estrela a
afastar-se

e Estrela a
aproximar-se

Fig. 2.53 Efeito Doppler devido a movi mento orbital de um sistema binário de estrelas.

A observação de que o comprimento de onda da luz proveniente


das galáxias é superior ao que seria medido se não houvesse essa
expansão (efeito equivalente ao efeito Doppler) é uma das maiores
evidências de que o Unive rso está em expansão desde um instante
primordial, como é descrito pela teoria do big bang {Fig. 2.54).
8.
E
Outra evidência a favor da teoria do big bang é a rad iação cósmica ~
de fundo detetada por Penzias e Wilson, em 1965. Há uma radiação
de micro-ondas que atinge a Terra vinda com igual intensidade de
todas as direções do Espa ço.

Fig. 2.54 Expansão do Unive rso.

28. A figura mostra o resultado de uma experiência reali-


zada com um oscilador que vibra com uma frequên-
cia constante.
Conclua,justificando, se na experiência que a figura
registou o oscilador estava fixo ou em movimento.

& Estando o oscilador fixo seria de esperar que a frequência das ondas medidas no
ponto A e no ponto B fossem iguais à do próprio oscilador. Na figura observa-se que
as frentes de onda que chegam ao ponto A estão mais próximas do que as que che-
gam ao ponto B (o comprimento de onda das ondas que se propagam até A é menor
do que o comprimento de onda das ondas que se propagam até B). Assim, verifica-se
que ao medir-se a frequência das ondas no ponto A se encontrará um valor maior do
que a medição efetuada em B. Como há variação na frequência que é recebida, pode
concluir-se que o oscilador está em movimento, aproximando-se do ponto A.

226
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

29. Uma esta ção de rádio emite ondas médias na faixa de 1 MHz.

29.1 A estação emite ondas com comprimento de onda


(A) 3 m.
(8) 3 mm.
(C) 30 m.
(D) 300 m.

29.2 Estas ondas contornam facilmente obstáculos como casas, carros, árvores de-
vido ao fenómeno físico da
(A) reflexão.
(8) difração.
(C) refração.
(D) transmissão.

e 3,0 108 m

Ili
x
29.1 (D). À = - f = - - - - = 300 m
1 x 106 Hz
29.2 (8).

30. Uma rede de difração com 1,0 cm de largura tem 10 000 ranhuras paralelas. Um laser
vermelho, incidindo perpendicularmente à rede, sofre um desvio de 40,5º relativa-
mente a um máximo de primeira ordem.

30.1 Qual é o comprimento de onda, À, da luz? Considere a expressão n À= d sin e.


30.2 O que se espera que ocorra se for usado um laser verde? Justifique.

10 X 102
30.1 n=1· n Ã=dsin 0<;:::;>Ã = ' msin405º ⇒ Ã =65x10-7 m
' 10000 ' '
30.2 A um laser verde corresponde um comprimento de onda menor do que ao
vermelho, por isso, tendo em conta a expressão para a rede de difração, as
amplitudes dos ângulos dos máximos irão diminuir (como À aumenta, sin e
também aumenta; ora, a um maior sin 0 corresponde um maior 0 - a função
seno é crescente no 1. 0 quadrante).

227
FÍSICA 11.0 Ano

Questões propostas

Sinais e ondas

1. Na figura, um corpo preso a uma mola descreve uma oscilação


completa, na vertical, em 0,40 s. Ao atingir o ponto mais baixo da
sua trajetória, o corpo toca a superfície de um líquido, originando
ondas circulares que se propagam a 0,80 m/s.

1.1 Calcule a frequência da onda originada na superfície do líquido.


1.2 Determine a distância entre duas cristas consecutivas da onda gerada.

2. Uma oscilação periódica origina, na superfície de um lago, ondas que inicialmente se pro-
pagam a 2,9 m/s e têm um comprimento de onda de 4 ,2 m. Na região menos funda do lago,
essas ondas passam a propagar-se a 1,8 m/s.
O comprimento de onda das ondas na região menos funda do lago é
(A) 0,38 m. (8) 1,4 m. (C) 2,6 m. (D) 6 ,8 m.
y / cm p
3. A figura representa, no instante t = O s, uma 6

porção de corda onde se propaga uma onda


transversal a 2 ,0 m/s no sentido positivo do x l cm
eixo Ox. -6
Q
3.1 A frequência de oscilação é
(A) 0,40 Hz. (B) 5,0 Hz. (C) 10 Hz. (D) 20 Hz.

3.2 A distância entre os pontos P e Q da corda será mínima no instante


(A) 12,5 ms. (8) 25 ms. (C) 50 ms. (D) 100 ms.

(8) (D)
y / cm y / cm
6 .. . ........ , 6 .... .
3 3 .. .. .

oo
- 3 ......... .

4. Um estudante produz uma onda numa corda, cuja forma, no instante t = O s, se representa no
gráfico 1, no qual estão assinalados quatro pontos da corda: P, Q , R e S. A componente escalar y
da posição de um dos pontos assinalados no gráfico 1, em função do tempo t, está representada
no gráfico li. Considere que a onda se propaga no sentido positivo do eixo dos xx.

Gráfico 1 Gráfico li
y / cm y / cm
6 ...... .... , ...... 0 .. , .......... , ..... ...... , 6 -··· -···· ·•·· ...... . ...... .... ••-,•·· -···· ···,
' '
' '
3 3
oo x l cm
0 + -- - - t --1-- + - - ---+--- - + - - - - - - >
tis
-3 .... -3
-6 .......... ! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .' . . . . . . . . . . .

228
DOMÍNIO 1 Ondas e eletromagnetismo

4.1 O po nto q ue foi escolhido para elaborar o gráfico li foi


(A) P. (B) O. (C) R. (D) S.

4.2 Em qual dos gráficos está representada a velocidade do ponto P, para t = O s?

(A) (C)
y / cm y / cm
6 6
3 3
o o
-3 -3
-6 -6

(B) (D)
y / cm y l cm
6 6
3 3
o o
-3 -3
-6 -6

4.3 Calcule o módulo da velocidade de propagação da onda prod uzida na corda.

5. Um agitador produz um sinal harmónico de amplitude 1,0 mm que se propaga numa tina de
ondas. Verifica-se que, num dado ponto da água , passam 300 cristas num minuto e que a
distância entre cristas sucessivas é 4 ,0 cm. Admita que as ondas que se propagam na água
são transversais.
No final da experiência , o agitador é desligado. Após esse instante, qual é o intervalo de
tempo necessário para que um ponto na superfície da água, situado a 20 cm do agitador,
fique em repouso?

6. O Miguel produz um assobio estável durante 5,0 s. O gráfico representa a pressão, p , em


função da posição, x, num certo instante em que o Miguel assobia .
Considere a velocidade de propagação do som no ar 340 m/ s.

6.1 Determine o número de vibrações com pletas executadas por uma camada de ar durante
o intervalo de tempo em que o Miguel assobia.

6 .2 Tendo como referência o gráfico apresentado, pode afirmar-se que


(A) as camadas de ar vibram na direção do eixo dos xx.
(B) para os pontos de abcissa x = 40 cm ex= 80 cm, a amplitude de p ressão é nula.
(C) no instante considerado, para o ponto de abcissa x = 40 cm, a rarefação do ar é máxima.
(D) no in stante cons ide rado, para o po nto de abcissa x = 60 cm, a compressão do ar é
máxima.

229
FÍSICA 11.0 Ano

Questões propostas

6.3 O assob io da Rita produ z uma onda sonora de frequência duas vezes maior do que o do
Migue l. Qual é o gráfico de p em função de x para esta segunda o nda sonora?

(A) (C)
p p

40 120 x/cm

(D)

7. Um som pode ser agudo ou grave e forte ou fraco.


Classifique como verdadeira (V) ou fal sa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) O que d etermina a altu ra de um som é a sua amplitud e de pressão.
(B) Um som é mais ou menos gra ve consoant e a sua int ensida de.
(C) Os sons agu dos e graves p ropagam -se com a mesma velocidade no ar.
(D) Os ultrassons p ropagam-se no vácuo.
(E) Um som é tanto ma is agudo quanto menor for o seu período de vibração.
(F) A intensidade de um som depende unicament e da sua amplitude de pressão.
(G) Num determinado meio, quant o mais alto for o som menor é o seu compriment o d e onda.
(H) Exist em seres vivos q ue conseguem ouvir infrassons.

8. Os sons emitidos por dois diapasões foram captados por


dois microfones iguais, A e B, ligados ao mesmo osciloscó-
pio, com os comutadores das escalas em igual posição. Na B
figura e stão representados os dois sinais obtidos no osci-
loscópio.

8.1 O som capt ado pe lo microfone A t em ___ int ensidade e


___ fre quência do que o som captado pelo microfon e B.
(A) maio r ... maior (B) maior ... menor (C) menor ... menor (D) me nor ... maior

8.2 A vibração de um diapasão origina no ar aumentos e dimi nuições da pressão que se


propagam no espaço. Na f igura, representa-se n um certo instante a variação de pressão
originada pela vibração do diapasão. Estão assina lados cinco po ntos co m as letras X, Y,
Z, Q e W.

X z Q w

V • • •

Máxima
pressão

T
M ínima
pressão

230
DOMÍNIO 1 Ondas e eletromagnetismo

a) As letras _ _ correspondem a pontos no mesmo estado de v ibração e as letras


_ _ a estados de vibração opostos.
(A) X e Z ... Y e W (8) Y e W ... Z e Q (C} Y e W ... X eQ (D) X e Q ... Y e W

b) O comprimento de onda do som emitido pelo diapasão é


1 _ 3 _ 2 _
(A) YW. (8) YW. (C} YW. (D) 2 YW.
2 2 3
9 . Com um microfone ligado a um osciloscópio, no qual se mantiveram as escalas verticais e
horizontais, observaram-se os sinais A, B, C, D, E e F.

nnonnnnnnnnnnon, 1
.A\fVVVVl/1/1/1/VV\fVVV .
l º I"" """
~°'-

V V VV V\/ \TVV
/ \ / \ / \ / \ / \ / \ / \ / \ / \ 1

1
B

9.1 Indique qual é a fun ção de um microfone.

9.2 De entre os sinais representados, escolha o que corresponde:


a) ao som harmónico menos intenso;
b) ao som harmónico de maior comprimento de onda;
e) ao som complexo de maior período.

9 .3 Selecione a opção correta.


(A) Para o sina l E, com uma pequena régua, pode-se medir três comprimentos de onda
no ecrã.
(8) O sinal A é o que foi orig inado pe la onda de maior velocidade de propagação.
(C) O sinal D corresponde ao som menos intenso.
(D) O sinal 8 tem um período maior do que o sinal D.

9 .4 Qual é o nome dado à característica do som que permite ao ouvido humano distinguir os
sons correspondentes aos gráficos C e E?

Eletromagnetismo

10. A figura ao lado apresenta as linhas de campo


elétrico na zona onde existem duas cargas elé-
tricas pontuais, Q e O '. Também se assinalaram
seis pontos, P, Y, W, Z, O e H.

10.1 Indique, justificando, qual é o sinal de cada


um a das cargas.

10.2 Fundamente a seguinte afirmação: «os campos elétricos em O e H são diferentes».

10.3 Ordene as intensidades do campo elétrico nos pontos Y, P e W por ordem crescente.

231
FÍSICA 11.º Ano

Questões propostas

11. Um suporte do qual se suspende, com um fio


isolador, uma esfera, eletrizada positivamente, e
Fio
uma bússola, estão assentes numa placa retan-
gular. Um fio condutor retilíneo e vertical atraves-
sa um oríficio no centro da placa (pontos P e R
são equidistantes do centro da placa). X

Antes de o fio ser percorrido por uma corrente


elétrica, a bússola e o pêndulo assumem as posi-
ções indicadas na figura .

11.1 Ao estabelecer-se uma corrente elétrica, suficientemente intensa, no fio, a agulha d a bússola
(A) desvia-se e a esfera permanece na mesma posição.
(B) desvia-se e a esfera aproxima-se do fio.
(C) não se desvia e a esfe ra permanece na mesma posição.
(D) não se desvia e a esfera aproxima-se do fio.

11.2 Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações segu intes.
(A) Antes de se estabelecer uma corrente elétrica no fio, o campo magnético no ponto P
é nulo.
(B) Qua ndo o fio é percorrido por uma corrente elétrica , o campo magnético criado pela
corrente é mais intenso em P do que em Q.
(C) Os campos magnéticos criados pela corrente elétrica em P e em R são paralelos mas
têm sentidos opostos.
(D) Antes de se estabelecer uma corrente elétrica no fio, o campo magnético no ponto R
é paralelo ao eixo dos xx.
(E) A linha de campo magnético criado pela corrente elétrica, que passa no ponto R, é
uma reta paralela ao eixo dos yy.
(F) O campo magnético que se estabelece em redor do fi o, quando é estabelecida uma
corrente elétrica, não é uniforme.

12. A figura mostra uma bobina condutora ligada a um amperí- c.p ã


metro, colocada numa região onde há um campo magnéti-

S◊
co uniforme, vertical e paralelo ao eixo da bobina.
Esta bobina pode ser deslocad a horizontal ou verticalmen-
te ou, ainda, pode rodar em torno do eixo PQ da bobina ou R . . ,
da direção RS perpendicular a esse eixo. Considere que
a bobina, nos seus movimentos, permanece na região do
Q
campo.

12.1 O am perímetro indica uma corrente elétrica quando a bobina


(A) é deslocada horizontalm ente, mantendo-se o e ixo PQ oblíquo ao campo magnético.
(B) é deslocada verticalmente, mantendo-se o e ixo PQ paralelo ao cam po magnético.
(C) roda em torno do e ixo PQ.
(O) roda em torno da direção RS.

12.2 Qual é a amplitud e do ângulo entre o eixo d a bobina PQ e as linhas de campo magnético
pa ra que o fluxo do cam po magnético que atravessa a bobina seja nulo?

232
DOMÍNIO 1 Ondas e eletromagnetismo

13. Uma bobina com 30 espiras, cada uma com a área de 5,0 x 10-4 m 2 , foi
colocada com o seu plano fazendo um ângulo de 60º com a direção \ 60°
\
de um campo magnético uniforme de 0,25 T. 1

13.1 O módulo do fluxo magnético através da bobina â


4 3
(A) 1,1 x 10- Wb. (C) 3,2 x 10- Wb.
(8) 1,9 X
3
10- Wb. (D) 6,3 x 10-5 Wb.

13.2 Esta bobina foi colocada a rodar, funcionando como um gerador.


O gráfico representa a força eletromotriz induzida, E;, na bobina em fun ção do tempo, t,
em duas situações (curva a cheio e a tracejado).

, ' , \

''' ''' '' '' '


' \

' '
' ' '
\
'
1' '1
' 1 1 '
10 '1 1
1
' 1
1
'

1 '
'
1

'

-10
' 1
1

'
1

'
0,05

·v ·
'
'
1

1
1
'
'
0,10

'
1
'
1
1
'

'
'
1'
t/s

'
\ ' '\, \
'\,
- 20
\
',' \,

Que modificação foi produzida pa ra se obter a curva a tracejado?


(A) A área das espiras passou para o dobro.
(8) O número de espiras aumentou para o dobro.
(C) A intensidade do campo magnético aumentou para o dobro.
(D) A velocidade angular passou para o dobro.

14. Na figura, que não está à escala , representa-se, de duas perspetivas diferentes, uma bobina
de secção quadrada, com 9,0 cm de lado e 200 espiras, forçada a mover-se com velocida-
de, v, constante, perpendicularmente à direção Bobina Bobina
de um campo magnético, B,uniforme.
A região onde existe o campo magnético tem lv 1
1
~
,.
uma altura, L, igual a 25,0 cm e o fluxo do cam- L
po magnético através da bobina varia de acordo íL -----'--4
1 ~ B
com o gráfico seguinte, desde a posição inicial, 1, ---+--+-> â
''
da bobina imediatamente acima da região consi-
derada, até à sua posição final, F, imediatamente
l ---.-.->

F~
F : :
abaixo dessa região. Considere que fora da re- ''
gião de largura L o campo magnético é nulo.

14.1 Expl ique a va riação de fluxo magnético registada <P /Wb


no gráfico. 0, 162

14.2 Determine a intensidade do campo magnético B.


14.3 Qual é o módulo da força eletromotriz induzida na
o..--- - - - - - ~ - -~ ------>
bobina no intervalo [125 , 170] ms? 45 125 170 tlms

14.4 Apresente o esboço do gráfico que traduz o mó-


dulo da força eletromotriz induzida na bobina, li:), em f unção do tempo, t, desde o ins-
tante t = O até ao instante t = 170 ms.

233
FÍSICA 11.0 Ano

Questões propostas

14.5 A expressão que perm ite ca lcular o módu lo da velocidade da bobina é


9,0 X 12- 2 25,0 X 10- 2
(A) - - - m s- 1• (C) - - - - - m s-1.
45 X 10-3 (125 - 45) X 10- 3
45 X 10-3 (125 - 45) X 10-3
(B) - - - m s-1. (D) - - - - - m s- 1.
9,0 X 10-2 25,0 X 10-2

15. A diferença de potencial elétrico eficaz nas tomadas das nossas casas é 230 V em corrente
alternada. Essa diferença de potencial tem origem na produção de correntes elétricas ge-
radas em centrais elétricas.

15.1 No tra nsporte da corrente elétrica, das cent rais até aos locais de consumo, são usados
transformadores que primeiro elevam e depois reduzem a diferença de potencial elétrico.

a) Qual é a razão deste procedime nto?

b) Os transformadores utilizam corrente _ _ _ _ _ e o seu funcionamento baseia-se no


facto de o fluxo do campo magnético através do secundário ser _ _ _ __

(A) contínua ... const ante (C) alternada ... const ante

(B) contínua ... variável (D) alternada ... variável

15.2 Fundamente a segu inte afirmação com base na Le i de Faraday.


Um certo transformador opera com tensão de 8800 V no enrolamento primário e ten-
são de 220 V no enrolamento secundário, portanto, o número de espiras no primário
é 40 vezes maior do que no secundário.

Ondas eletromagnéticas

16. Um dínamo de bicicleta é constituído por uma parte fixa, a bobina onde é gerada a corren-
te elétrica , e por uma parte móvel, na qual um íman permanente roda por transmissão do
movimento de rotação da roda da bicicleta.

Lâmpada

N~ S

Parte ~ an

16.1 Atendendo à informação, pode afirmar-se que


(A) a força eletromotriz induzida depende da velocidade angular de rotação do íman .
(B) quando o íman roda, com veloc idade angu lar constante, o f luxo do campo magnético
através da bobina do dínamo permanece consta nte.
(C) quando o íman está em repouso, o fluxo do campo magnético através da bobina do
dínamo é nulo.
(D) a força eletromotriz induzida é diretamente proporcional ao fluxo do campo magnético.

234
DOMÍNIO 1 Ondas e eletromagnetismo

16.2 Leia atentame nte o texto seguinte.

A experiência mais famosa de Faraday foi, de certo modo, o recíproco da experiência de Oersted.
O movimento da carga elétrica causa o magnetismo. Porque não haveria então o movimento
magnético de causar a eletricidade?
O dispositivo experimental consistiu num circuito, sem pilha, no qual existia uma bobina.
Fazendo um iman entrar e sair no interior da bobina, criava-se uma corrente elétrica no circuito,
detetada pelo ponteiro de um instrumento de medida adequado. (...)
Faraday não imaginou, porém, a transmissão de notícias à distância com luz invisível. Era areia
de mais para a camioneta dele. O vaivém dos eletrões num circuito adequado provoca, em certas
condições, ondas de rádio, a luz que, apesar de invisível, permite hoje escutar vozes e ver imagens
à distância.

Carlos Fiolhais, Física Divertida, Gradjva, Lisboa, 1991, pp. 127-128, 137

Escreva um texto estrutu rado e com linguagem científica adequada em que relacione as
experiências de Oersted, Faraday e Hertz, fazendo referência aos seg uintes tópicos:
• a principal co nclusão da experiência de Oersted;
• o processo de produção de correntes induzidas descoberto por Faraday;
• a confirm ação da teoria de Maxwell com a experiência de Hertz.

17. Numa experiência para verificar a lei de Snell-Descartes, um grupo de alunos trabalhou
com um ponteiro laser e uma placa paralelepipédica de um material X desconhecido.
Fizeram incidir a luz na fronteira ar-material X e mediram a,, a amplitude do ângulo de inci-
dência no ar, e a 2 , a amplitude do ângulo de refração no material X.
Registaram os seguintes dados:

40º 50º 55º 60º 65° 70º


- 30º
26º 30º 33º 36º 38º 40º
- 19º

17.1 Qual dos esquemas pode traduzir a situação descrita para um ângu lo de incidência de 40º?

(A) (8) (D)


X X
. i 4º X

47 . .; :. Ar 40/
~A Ar
~A
50/ Ar

17.2 Determine o índice de refração do material X. Considere o índice de refração do ar 1,00.


Utilize as potencialidades gráficas da ca lculadora, e aprese nte a equação da reta de
ajuste obtida e o esboço do gráfico elaborado.

18. Um feixe fino de luz laser vermelha 1, incide sobre a superfície


da água de um aquário, como representado na figura. O fundo ~
' \: li
do aquário é espelhado.

18.1 Identifique os fenómenos q ue originam os feixes li e Ili. Ili


~

: 28,9°

235
FÍSICA 11.0 Ano

Questões propostas

18.2 Se lecione a opção correta.


(A) A potência do feixe Ili é igual à potência do feixe 1.
(B) O ângulo de inci dência do feixe Ili no fundo do aq uário é de 61,1º.
(C) O comprimento de onda d a luz incidente é igua l ao da luz refl etida.
(D) Ao passa r do ar para a água, a luz afast a-se da normal à superfície.
18.3 Q ual é a am plitude do ângu lo u 7
18.4 Determi ne o qu ocie nte entre a velocidade da luz laser I e a velocidade da luz lase r Ili.

18.5 Te ndo em conta o gráfico do índice d e refração da


água, n, em função do co mprimento de onda da n
radiação, À., no va zio, se um ra io de luz laser verde 1,35

~
incidir na su perfície da água com o mesmo ângu lo 1,34
de in cidê ncia do raio 1
1,33
(A) o ângulo de refração será me no r do qu e 2 8,9 º.
~~~-------,-------
(B) o ângulo de reflexão será menor do que 40º.
400 500 600 700
(C) não é refratado, pois sofre reflexão tota l.
M nm
(D) sofre um desvio igual ao da luz laser ve rmelha.

19. Um feixe fino de luz propaga-se no núcleo de uma


fibra ótica constituído por um vidro de índice de
refração n, = 1,50 (núcleo) revestido por um outro
vidro de menor índice de refração n 2 (casca).

19.1 Por que razão o índice de refração da casca,


n2 , é me no r do que o núcleo da f ibra, n,?
19.2 Para que ocorra reflexão interna total na interface núcleo-casca, a amplitude d o ângulo a
entre o feixe de lu z e o eixo da fi bra ótica deve obedecer à relação

(A) a< arcsi n ( ~: ) . (C) a> arcsin ( ~: ) .

(B) a+ arcsi n ( ~: ) < 90º. (D) a+ arcs in ( ~: ) > 90º.

19.3 Determi ne o índice de refração da casca, n 2 , para o qual o âng ulo crítico na interface
núcleo-casca é 80º.

19.4 Qua l é a ca ract erística da fibra ótica q ue mi nimiza a atenuação do sinal que se propaga
ao longo da fibra?

19.5 Indique uma aplicação das fi bras óticas.

20. Uma onda sofre desvios ao encontrar obstáculos ou fendas, encurvando-se em torno deles.
Na figura seguinte esquematiza-se o que ocorre a três ondas quando encontram fendas de
diferentes tamanhos.
Onda 1 Onda li Onda Ili

llll illllll)) )) 1111

236
DOMÍNIO 1 Ondas e eletromagnetismo

20.1 In dique o nome do fenómeno representado.


20.1 Compare os espalhame ntos das ondas 1, li e Ili, explicando as semelhanças e as diferenças.
20.3 Qual das sit uações pode ser explicada pelo fenómeno representado?
(A) Ao gritar em frente a u m desfiladeiro, uma pessoa ouve a repetição do seu próprio
grito.
(B) Ao encostar o ouvido no chão, um homem ouve o som de uma locomotiva ant es de
ouvi-lo pelo ar.
(C) Ao ouvi r uma ambu lância a aproximar-se, uma pessoa percebe o som mais agudo
do q ue quando se afasta.
(D) Ao esco nder-se atrás de um mu ro, um me nino ouve a conversa dos seus colegas.

21. Duas antenas transmissoras, uma de rádio AM - 950 kHz e outra de rádio FM - 97,7 MHz, foram
instaladas no cimo de um monte. Entre as antenas e a casa da Maria há um prédio, como mostra
a figura. Na casa da Maria, a receção de rádio FM é fraca, mas a de rádio AM é boa.

21.1 Qual é o fenómeno, ca racterístico das ondas, que permite a receção do si nal na casa
da Maria?
21.2 Porq ue é que a em issão em AM é recebida em melhores condições do que a emissão
em FM?

22. A luz de um laser de comprimento de onda 650 nm incide numa rede de difração, o que
origina um padrão de difra ção num alvo a 50 cm da rede. No alvo, a distância entre os
máximos de segunda ordem e o centro é de 13,5 cm .
Considere a expressão nÀ = d sin B.
22.1 O padrão de d ifração pressupõe que a distância entre fen das e o compriment o de o nda
da luz são de ordens de g randeza ______ e os máximos desse padrão correspon-
dem aos pontos em que a luz proveniente das diversas fendas interfere _ _ _ _ __
(A) próximas ... co nstrutivamente
(B) próximas ... destrutivamente
(C) afastadas ... construtivam ente
(D) afast adas ... destrutivamente

22.2 Dete rmi ne o número de linhas por milímetro da rede de difração.


22.3 As redes de difração são utilizadas em espetroscop ia para decompor a luz proven iente
das estrelas.
a) Expli que po r que ra zão as redes de difração podem decompor luz pol icromática.
b) Qual das sete co res do arco-íris (an il, v io leta, azu l, verde, ama relo, cor de laranja e
verme lho) sofre maior desvio?
e) Indique duas vantagens de u ma rede de difração em relação a um p risma de vid ro
na análise espetral.

237
Química
,, .º l~J,o

oornín\o 1
Equfübr\o quírn,co

0ornín\O 2
Reações ern sis\ernos aquosos
QUÍMICA 11.0 Ano

Domínio 1
Equilíbrio químico
1.1 Aspetos quantitativos das reações químicas

1.1.1 Reações químicas


Equações químicas

Uma reação química, por exemplo a formação da água resultante da reação entre o hidro-
génio e o oxigénio, pode ser representada com um modelo molecular em que cada átomo é
representado por uma esfera.

A nível molecular, cada duas moléculas de hidrogénio, H2 , reagem com uma molécula de
oxigénio, 0 2
, formando-se duas moléculas de água, H 2 O. Uma representação simbólica desta
reação, que usa as fórmulas de estrutura, é a que se segue:

Sabe-se que numa reação que ocorra em recipiente fechado, o número de átomos de cada
elemento químico e, consequentemente, a massa tot al, permanece constante. Esta conserva-
ção da massa durante uma reação química denomina-se Lei da Conservação da Massa (ou
Lei de Lavoisier) e está na base de uma outra represent ação simbólica: as equações químicas.

Uma equação química é uma representação simbó lica duma reação química. Para cada um
dos elementos químicos envolvidos numa reação química, tem-se que o número de áto-
mos nos reagentes deve ser igual ao número de átomos nos produtos da reação.

Numa equação química, os coeficientes estequiométricos são números que indicam a pro-
porção da quantidade de matéria em que os reagent es e os produtos intervêm na reação (são
omitidos na equação química quando são 1).

Para a equação química da formação da água, tem-se:

Coeficientes estequiométricos

H ➔ (2 x 2) = 4 H ➔ (2 x 2) = 4
Ü ➔ (1 X 2) = 2 Ü ➔ (2 X 1) = 2

A equação química também pode ser lida em termos de quantidade de matéria: 2 moles de
moléculas de hidrogénio, H 2 , reagem com 1 mole de moléculas de oxigénio, 0 2 , originando 2
moles de moléculas de água, H2 O.

240
DOMÍNIO 1 Equillbrio químico

1. Na produção industrial do ácido nítrico pelo processo de Ostwald, o primeiro passo


consiste na oxidação do amoníaco, NH 3 , pelo oxigénio, 0 2 , na presença de um catalisa-
dor de p latina, Pt, formando-se óxido nítrico, NO, e água, H 2 0, em fase gasosa. Escreva
a equação química que t raduz a reação de oxidação do amoníaco.

Q Com base na informação dada pode-se escrever:


pt
NH 3 (g) + 0 2 (g) ➔ NO (g) + Hp (g)

Os números que precedem as fórmulas, os coeficientes estequiométricos, podem


ser alterados, mas não se podem alterar os subíndices (os números presentes nas
fórmulas), pois alterar os subíndices significa mudar a identidade da substância.
Os coeficientes estequiométricos não têm de ser números inteiros. Assim, a equa-
ção química desta reação poderá ser:

2 NH 3 (g) + ~ 0 2 (g) ~ 2 NO (g) + 3 Hp (g)


2
É mais comum utilizar números inteiros para os coeficientes, e nesses casos de-
verão ser os menores coeficientes dos conjuntos possíveis de números inteiros.
Assim, a equação anterior também pode ser escrita como:
pt
4 NH 3 (g) + 5 0 2 (g) ➔ 4 NO (g) + 6 Hp (g).

Relações estequiométricas

A interpretação das reações quím icas permite, por exemplo, responder a questões do tipo
«Que quantidade de produto se poderá obter a parti r de determinadas quantidades de rea-
gentes?» ou «Que quantidades de reagentes se devem utilizar para obter uma quantidade
específica de p roduto?»

Por exempl o, como se pode prever a quantidade de amoníaco, NH 3 , que se pode produzir a
partir da reação de 2,0 mal de hidrogénio, H 2 , com nitrogénio, N)

1.º - Escrever a equação química, da reação química em ca usa:

2.º - Est abelecer a relação estequiométrica entre as substâ ncias:

• 1 mal de N2 é estequiometricamente equiva lente a 3 mal de H 2 ;


• 1 mal de N2 é esteq uiometricamente equiva lente a 2 mal de NH 3;
• 3 mal de H2 é estequiometricamente equiva lente a 2 mal de NH 3 .

Com base na relação estequiom étrica estabelece-se um fator de conversão:


n substância req uerida = 2 mal NH3
n substâ ncia conhe cid a 3 mol H2

3. 0 - Aplicar o fator de conversão à quantidade da substância conhecida (2,0 mal de HiJ e


obter a informação req uerida:
2 mal NH 3
nNH
3
= 2,0 .men=Ç x
3
~ =1,3 mol NH3

241
QUÍMICA 11.0 Ano

2. Nas naves espaciais utiliza-se hidróxido de lítio, LiOH, sólido, para eliminar o dióxido
de carbono , CO2 , exalado pelos seus ocupantes. O hidróxido de lítio reage com o
dióxido de carbono gasoso, originando carbonato de lítio, Li 2CO3 , sólido, e água,
H 2 O, líquida.

2.1 Escreva a equação química que traduz a reação de remoção de CO2 .


2.2 Determine:
a) a quantidade máxima de água produzida na reação de 3,20 mol de LiOH;
b) o número máximo de moléculas de CO 2 que podem ser removidas da
atmosfera de uma nave espacia l na reação de 1,00 g de LiOH.

2.2 a) Com base na equação química, 2 mol de LiOH é estequiometricamente


equivalente a 1 molde H2 O, logo:
n . . .
substancia req uerida = 1 mol H 2 o ⇒ nH20
=(3 ' 20 mo 1 L"1QH) X
1 mol H 2 O
2 mol LiOH
=160 1H Q
' mo 2
n substânciaconhecida 2 mol LiOH

b) Cálculo da quantidade de matéria de LiOH:


mliOH 1,00 g
M LiOH =6,94 + 16,00 + 1,01 =23,95 g moI-1, n LiOH =,;;,-- = =418 x 10- 2 mol
LiOH 23,95 g moI-1 '

Cálculo da quantidade de matéria de CO 2 : 2 mol LiOH é estequiometricamente


n s u bstância requerida 1 mol co2
equivalente a 1 mol CO 2 , logo, - - - - - ---- ⇒
nsubstânci a conhecida 2 mol LiOH

1 mol CO2
⇒ n c 0 2 = (4,18 x 10- 2 mol LiOH) x mol LiOH = 2,09 x 10- 2 mol CO2 .
2
Cálculo do número de moléculas de CO 2 :

NC02 = n co x N A = 2 ' 09 x 10- 2 mol x 6 ' 02 x 1023 moI-1 = 1 26 x 1022 t


2

1.1.2 Reagente limitante e em excesso

Numa reação química, os reagentes são raramente utilizados em quantidades estequiométri-


cas, ou seja, de acordo com a proporção estabelecida pela equação química.

Reagente limitante: é o reagente cuja quantidade determina a quantidade máxima de produ-


tos que se podem formar.

Reagente em excesso: é o reagente cuja quantidade presente na mistura reacional é supe-


rior à prevista pela relação estequiométrica.

242
DOMÍNIO 1 Equillbrio químico

3. Atualmente, o principal processo industrial de obtenção do amoníaco utiliza o nitro-


génio do ar e o hidrogénio, sendo este o reagente limitante. Para produzir diaria-
mente 5 toneladas de amoníaco, NH 3, utilizam-se 6,6 x 103 m 3 de nitrogénio, N 2 , e
9,9 x 103 m3 de hidrogénio, H 2 , medidos em condições PTN.

3.1 Verifique que o reagente limitante é o hidrogénio.

3.2 Determine o vol ume mínimo de ar, medido em condições PTN, necessário para a
produção da massa de NH 3 referida, sabendo que o N 2 utilizado neste processo
provém do ar atmosférico, cuja composição é 78% em volume de N2 .

& 3.1 Equação química da reação: N2 (g) + 3 H 2 (g) ➔ 2 NH 3 (g)


1.ª etapa: calcular a quantidade de matéria de cada reagente.
VN2 6,6 x 106 dm 3
nN =- = - - - - - = 2,95 x 10 5 mol
2
Vm 22,4 dm3 moI-1
VH 2 9,9 x 106 dm3
nH2 =V= m
22,4 dm3 moI-1 = 4,42 x 10s mol

2.ª etapa: selecionar um dos reagentes e usar a relação estequiométrica para


calcular a quantidade teórica necessária do segundo reagente para que a
reação seja completa.
1 mol de N 2 é estequiometricamente equivalente a 3 mol de H2 :
3 mol H2
n = (2,95 x 10 5 mol N2) x = 8,85 x 10 5 mol H 2
H2 1 mol N2
3.ª etapa: comparar a quantidade calculada com base na estequiometria do
segundo reagente com a quantidade de que se dispõe. Se a quantidade ba-
seada na estequiometria for superior, ele é o reagente limitante.
nH . . = 8 ' 85 x 10 5 mol > n H d1sponivel
. . = 4 ' 42 x 105 mol
2 com base na estequrometna 2
⇒ o hidrogénio é o reagente limitante.

3.2 Cálculo da quantidade de NH3 produzida diariamente:


mNH 5x106 g
M (NH) = 17,04 g moI-1; n 3
- ----=-- - - - - - - = 2,93 x 10 5 mol NH 3
NH 3 - M (NH ) - 1 17,04 g moI-
3

Cálculo do volume de N2 consumido:


1 mol de N2 é estequiometricamente equivalente a 2 mol de NH 3 , logo,
1 mol N2
5
n N2 = (2,93 x 10 mol NH 3) x mol NH = 1,47 x 10 5 mol N2
2 3

V = n x V = 1 47 x 105 mol x 22 4 dm 3 moI-1= 3 29 x 106 dm 3


N2 N2 m ' ' '

Cálculo do volume de ar necessário à produção de NH3 :


VN2 78 3,29 x 106 dm 3
- = - ⇒ V - - - - - - x 100 = 4,2 x 106 dm 3
V., 100 ar 78

243
QUÍMICA 11.0 Ano

M+iiil·i·itiHll·I
4. Em alguns países, o álcool utilizado como combustível para veículos motorizados é
constituído essencialmente por etanol. Na combustão completa do etanol, C2 H 5 0 H,
forma-se dióxido de carbono, C0 2 , e vapor de água, Hp.

4.1 Escreva a equação química que traduz a reação de combustão do etanol.

4.2 Determine a percentagem, em massa, do etanol no álcool, sabendo que na com-


bustão completa de 1,00 L de álcool se formam 1,45 kg de dióxido de carbono.
A densidade do álcool, nas condições da reação, é 0,810 g cm-3 .

4.2 Cálculo da quantidade de matéria de CO 2:


mco2 1,45 x 103g
nc02 = 32,95 mol
Mco2 44,01 g moI- 1
Cálculo da massa de C2 H 5 OH que reagiu:
1 mol de C 2 H 5 OH é estequiometricamente equivalente a 2 mol de CO 2 , logo,
1 mol C2 H 5OH
nc2HsoH = (32,95 mol CO 2 ) x mol CO = 16,48 mol
2 2

e mc
2
HsoH x Mc2HsoH = 16,48 mol x 46,08 g moI-1 = 759,4 g
= nc
2
HsoH

A massa de 1,00 L (1,00 dm 3) de álcool é:


m álcool = p álcool X válcool = 0,810 g cm-3 X 1,00 X 103 Cm3 = 810,0 g

Cálculo da percentagem em massa:


759
%(mim) = : etanol x 100 = .4 g x 100 = 93,8%
álcool 810,0 g

1.1.3 Rendimento de uma reação química

Se todo o reagente limitante se converte no produto que se pretende, obtém-se a quantidade


máxima de produto possível. Esta quantidade designa-se por quantidade teórica ou prevista.
A quantidade de produto que realmente se obtém numa reação química designa-se por
quantidade real. Esta quantidade é quase sempre menor do que a quantidade teórica .

Esta diferença tem diversas causas. Por exemplo, é possível que uma parte dos reagentes não
tenha reagido (reação incompleta), ou que tenha reagido de uma forma diferente da desejada,
em que se formam produtos diferentes do produto pretendido (ocorrendo então reações secun-
dárias). Por outro lado, nem sempre é possível recuperar todo o produto da mistura reacional.

O rendimento de uma reação relaciona a quantidade real de produto obtida com a quantida-
de teórica (calculada a partir da relação estequiométrica):
T)(%) = n ,ealdeproduto x 100%
n teórica de produto
O rendimento também pode calcular-se a partir da massa ou do vo lume (no caso de gases):
m V
T)(%) = real de produto X 100% 11(%) = real de produto X 100%
m teórica de produto v teórico de produto

244
DOMÍNIO 1 Equillbrio químico

5. O ca rbonato de sódio, Na 2 CO 3 , é utilizado no fabrico de vidro, sabões e papel.


O principal processo industrial para a produção de Na 2 CO 3 é o processo Solvay.
Duas das etapas reacionais podem ser traduzidas por:

NaCt' (aq) + NH 3 (aq) + CO 2 (g) + H 2 O (€) ➔ NaHCO 3 (s) + NH 4 Ct' (aq) (1)

2 NaHCO3 (s) ➔ Na 2 CO 3 (s) + co 2 (g) + Hp (€) (2)

Em determinadas condições, obteve-se pelo processo Solvay uma amostra de car-


bonato de sódio com 8,88 g, tendo-se concluído que o rendimento foi de 75% na
etapa (1) e de 100% na etapa (2).

Determine a massa de cloreto de sódio, NaCt', que deve ter sido utilizada para sin-
tetizar a referida amostra de carbonato de sódio.

(j Cálculo da quantidade obtida de Na2 CO 3 :


m Na co
2 3
8 ,88 Q
n Na2C03 = M = = 0,0838 mol
Na2C03 105,99 g mol-1
Cálculo da quantidade de NaHCO 3 que se decompôs (reação 2), uma vez que o
rendimento nesta etapa foi de 100%:
2 mol de NaHCO3 é estequiometricamente equivalente a 1 mol de Na 2 CO3 , logo,
2 mol NaHCO 3
n N Hco = (0,0838 mol Na 2 CO3 ) x - - - - - - = 0 ,168 mol NaHCO 3
ª 3 1 mol Na 2 CO3
Cálculo da quantidade teórica de NaHCO 3 na etapa 1:
n 75 0,168 mol NaHCO
IJ(%) = real produto X 100 ç::> _ _ = - - - - - - ~3 ç::> n =
3
nteórica produto 1QQ nteórica NaH C03 teonca NaHC0

= 0,224 mol NaHCO3

Cálculo da massa de NaCt' utilizada:


1 mol de NaCt' é estequiometricamente equivalente a 1 mol de NaHCO 3 •
Assim, para produzir 0,224 mol de NaHCO3 teria de se dispor de 0,224 mol de NaCt',
o que permite calcular a massa de NaCt' utilizada:

m NaCf = nNaCf X MNaCf = 0,224 mol X 58,44 g mo1-1 = 13,1 g

1.1.4 «Química verde»

A «química verde» está assoc iada a uma prática da Química com objetivos de obter a priori
proteção intencional do ambiente e da saúde humana. Centra-se em conceber, desenvolver
e aplicar produtos e processos químicos que impliquem a redução ou eliminação de subp ro-
dutos prejudiciais para a saúde humana e para o ambiente.

Um dos princípios-chave da «química ve rde» é o de os processos químicos deverem ser con-


cebidos de modo a maximizar a incorporação no produto final (produto desejado) das maté-
rias-primas usadas ao longo do processo e minimizar a formação de resíduos (subprodutos).

245
QUÍMICA 11.0 Ano

O conceito subjacente a este princípio é o de economia atómica. De um modo esquemático:

Elevada economia atómica Baixa economia atómica

e+
Reagentes
--+

'
Produto desejado

Todos os átomos dos reagentes


Reagentes
--+ +e
Produto desejado + resíduo

Alguns átomos dos reagentes não foram


foram incorporados no produto incorporados no produto desejado.
desejado.

A economia atómica percentual, EA(%), é a percentagem da massa de reagentes incorpo-


rada no produto desejado. Para além da economia atómica outros fatores devem ser con-
templados , tais como: toxicidade, uso de substâncias auxiliares, eficiência energética, origem
da matéria-prima (preferencialmente proveniente de recursos naturais renováveis) e uso de
catalisadores (tão seletivos quanto possível).

1+1%1·1·114Hli·I
6. O titânio encontra a sua maior aplicação na indústria aeronáutica militar e espacial.
Apresentam-se a seg uir dois processos de extração do titânio, cujas reações globais
são traduzida por:
• processo Hunter:
Ti0 2 (s) + 2 ce (g) + e (s) + 4 Na (C) ➔ Ti (s) + co
2 2
(g) + 4 Nace (C)

• processo eletrolítico:
Ti0 2 (s) ➔ Ti (s) + 0 2 (g)

6.1 Compare a eficiência dos dois processos de produção do titânio com base na
economia atómica percentual, para cada uma das reações.

6 .2 Indique uma vantagem do processo eletrolítico relativamente ao processo Hunter,


na produção de titânio, tendo em consideração o ponto de vista da «química verde».

~ 6.1 Processo Hunter:


mátomos de reagentes incorporados no produto desejado = 47 ,87
m ,otalde átomosnosreagentes = 47,87 + 2 X 16,00 + 2 X 2 X 35,45 + 12,01 + 4 X 22,99 = 325,6
4787
fA(%) =_,_ x 100 =14,70%
325,6

Processo eletrolítico:
m átomos de reagentes incorporados no produto desejado =
47,87

m ,otaldeátomosnosreagentes = 47,87 + 2 X 16,00 = 79,87


47,87
fA(%) = - -- x 100 = 59 93%
79,87 '
O processo eletrolítico tem uma economia atómica de 59,93%, sendo maior
do que a do processo Hunter, logo, é um processo mais eficiente, pois ori-
gina menos produtos secundários.

246
DOMÍNIO 1 Equillbrio químico

& 6.2 O produto secundário obtido no processo eletrolítico é o oxigénio que não é
perigoso e pode ser útil. No processo Hunter há maior produção de produtos
secundários e utiliza como reagente o cloro que é tóxico e não renovável.

1.1.5 Síntese do ácido acetilsalicílico (AL 1.1)

A síntese do ácido acetilsalicílico pode ser feita a partir da reação entre o ácido salicílico e o
anidrido acético, na presença de ácido su lfúrico. A equação química que traduz a reação de
síntese do ácido acetilsalicílico é a seguinte:

- ctrny
H2 SO,

o
CH
3
Ácido salicílico Anidrido acético Ácido acetilsalicílico Ácido acético
C7 H6 0 3 C, H6 0 3 C9 H8 0, C2 H,0 2
(M = 138, 13 g mol- 1) (M = 102, 10 g mo1- 1) (M = 180,1 7 g mol- 1 )

7. Com o objetivo de preparar o ácido acetilsalicílico, um grupo de alunos dissolveu,


num balão de erlenmeyer seco, 5,00 g de ácido salicílico em 10,0 ml de anidrido
acético (p = 1,080 kg dm- 3 ) , na presença de algumas gotas de ácido sulfúrico. Em
seguida, colocaram o balão num banho de água, entre 50 ºC e 60 ºC, durante 15
minutos e posteriormente num banho de gelo. Quando o processo de cristalização
terminou , os alunos filtraram a mistura a pressão reduzida. Por fim, deixaram os cris-
tais a secar dentro de um exsicador durante uma semana.

7.1 Identifiq ue o reagente em excesso. Apresente todas as etapas de reso lução.


7.2 A massa dos crista is obtid os, após a secagem, foi 4,55 g.
a) Calcule o rendimento da síntese do ácido acetilsalicílico.
b) Indique dois cuidados a ter na execução da síntese, que permitam aumentar o
valor ca lculado na alínea anterior.

7.3 Explique porque é que o grupo de alunos inicialmente mergulhou o balão de


erlenmeyer num banho de água quent e e posteriormente num banho de gelo.

7.4 Qua l foi o motivo que levou os alunos a secar os cristais dentro de um exsicador,
à temperatura ambiente?
7.5 Os alunos recorreram à fi ltração a pressão reduzida para separar os cristais ob-
tidos da mistura sobrenadante. Caso o grupo de alunos optasse pela filtração
por ação da gravidade e o mesmo tempo de secagem, que influência t eria esse
procedimento na medida do rendimento da síntese? Justifique.

247
QUÍMICA 11.0 Ano

~ 7.1 Cálculo da quantidade de ácido salicílico (AS):


5 ,00 g
n = - - - - - = 3 62 x 10- 2 mol
As 138,13 g mo1- 1 '

Cálculo da quantidade de anidrido acético (AA) presente em 10,0 ml de


solução:
mAA =p x V AA = 1,080 g cm- 3 x 10,0 cm 3 = 10,8 g
m 10,8 g
n = AA = - - - - - -1 = 1 06 x 10-1 mol
AA M AA 102,10 g mo1- '

Identificação do reagente limitante:


1 molde C7H 6 0 3 é estequiometricamente equivalente a 1 molde C4 H6 0 3
,

logo, 1,06 x 10- 1 mol de C4 H 6 0 3 reagirá com 1,06 x 10-1 mol de C7 H6 0 3 _


Como nAS teórica = 1,06 X 10- 1 mol > nASdisponível = 3 ,62 X 10- 2 mol, conclui-se que o
ácido salicílico é o reagente limitante.

7.2 a) Cálculo da quantidade teórica de ácido acetilsalicílico (AAS), C9 H8 0 4 , pro-


duzido (admitindo que todo o reagente limitante se converte no produto que
se pretende):
1 molde C7 H 6 0 3 é estequiometricamente equivalente a 1 molde C9 H 8 0 4 •
Assim, 3,62 x 10- 2 molde C7 H 6 0 3 produziria 3,62 x 10- 2 molde C 9 H8 0 4 •
mAAs = n AAsMAAs = 3 ,62 x 10-2 mol x 180,17 g mo1-1 = 6 ,52 g.
O rendimento da síntese do ácido acetilsalicílico é:

f/ (%) =
mAAS obtido
. 4,55 g
X 100% = - - - X 100% = 70%
M AAS teórica 6 ,52 g

b) Para aumentar o rendimento da reação é necessário minimizar as perdas


de cristais formados nos processos de transferência, como, por exemplo,
perda de massa de cristais na filtração. Adicionar à mistura reacional todas as
águas de lavagem dos materiais por onde a mistura foi passando; o tamanho
do papel de filtro a utilizar na filtração a pressão reduzida deve ser adequado
ao diâmetro do funil de Buchner e a porosidade do papel também deve ser
adequada ao tamanho dos cristais formados.
7.3 O banho de água quente aumenta a rapidez de dissolução do ácido salicílico
no anidrido acético. O ácido acetilsalicílico é solúvel em água quente, mas
pouco solúvel em água fria. Assim, o arrefecimento da mistura reacional no
banho de gelo irá provocar a precipitação do ácido acetilsalicílico na forma
de cristais.
7.4 Os cristais devem secar dentro de um exsicador à temperatura ambiente,
pois por aquecimento e na presença da humidade do ar os cristais de ácido
acetilsalicílico decompõem-se.
7.5 A filtração por ação da gravidade remove menos humidade aos cristais for-
mados do que a filtração a pressão reduzida. Assim , se os cristais ficam mais
húmidos e são submetidos ao mesmo tempo de secagem, vão apresentar
uma massa maior, consequência da ma ior massa de água que ainda não se
vaporizou. Assim, a medida do rendimento seria maior, embora não signi-
fique que se forme mais ácido acetilsalicílico.

248
DOMÍNIO 1 Equillbrio químico

1.2 Equilíbrio químico e extensão das reações


1.2.1 Reações incompletas e equilíbrio químico

Reações inversas e equilíbrio químico

Em sist ema fechado, algumas reações, ao fim de um certo t empo, parecem «terminar»: a cor
deixa de va riar, acaba a libertação de gases, não se forma mais sólido, etc. Em va riadíssimos
casos, a reação aparentemente termina antes de pelo menos um dos reagentes pratica mente
se esgot ar, o que co nduz a uma mistura reac ional onde coexistem reagentes e produtos.

Um exemplo de reação incompleta é o da reação de interconversão dos óxidos de nitrogénio,


N02 (cor castan ha) e N 2 0 4 (incolor) (Fig.1.1), que são gases à temperatura ambiente e à pressão
atm osférica.

2 N0 2 (g) N20, (g)


(cor castanha) (incolor)

Fig. 1.1 Repres entação esquemática da reação 2 N0 2 (g) ~ N2 O 4 (g)

Se a reação fosse co mpleta, a cor castanha deveria atenuar-se progressivament e até fica r
incolor, pois no fi m o N2 0 4 deveria ser a única espécie presente no sistema reacional. No en-
tant o, o que se observa é que, a partir de certa altura, a tona lidade do sistema reacional deixa
de varia r e a co r observada é castan ho claro.

Conclu i-se assim q ue a reação é incompleta: termi na sem que o reage nte se esgote (existin-
do vá rios rea gentes, nenhum deles se esgota). A explicação para este facto é que, à medida
que se va i formando N2 0 4 , ocorre gradua lmente a reação inversa descrita por:

Numa reação, em sistema fechado, os reagentes transformam-se em produtos - reação di-


reta - e, simultaneamente, os produtos tra nsformam-se em reagentes - reação inversa - ,
sendo a transformação representada por duas setas(~):

A estabilização da cor, ao fim de algum t empo, significa que as concentrações dos gases N0 2
e N 2 0 4 present es no sistema reaciona l não variam. O estado do sistema reacional em que as
concentrações de t odos os reagentes e prod utos deixam de variar com o t empo designa-se
por estado de equilíbrio químico.

Sintetizando, as reações que ocorram em sistema fechado, podem , ao fi m de um determina-


do tem po, atingir um estado de equilíbrio. Num estado de equilíbrio:

• não se registam, macroscopicamente, variações de propriedades físicas e quím icas (cor,


pressão, temperatura, vol ume, concentrações, etc.);

• coexistem reage ntes e produtos da reação (a reação é incompleta).

249
QUÍMICA 11.0 Ano

Equilíbrio químico

Na síntese d e Haber, o amoníaco, NH 3 (g), produ zido na reação d iret a pode decompor-se em
nitrogénio, N2 (g), e hidrogénio, H2 (g), na reação inversa:

O d iag rama da Fig. 1.2 mostra a variação das concentrações de N2 , H 2 e NH 3 ao longo do


tempo, numa mist ura mantida a temperatura co nstante. Verifica-se que inicia lmente a con-
centraçã o de amoníaco au menta rap idamente, mas ao fim de um certo t e mpo at inge um va lor
consta nte. A pa rtir desse instant e, a co mposição da mistura perm anece a mesma, estando
a inda alg um nitrogénio e hidrogénio prese ntes.

Dado que as concent rações dos reagentes e dos p rodutos não variam com o tempo, atinge-
-se o equ ilíbrio quím ico, daí se conc luir que as velocidades das rea ções d ireta e inversa são
iguais (Fig. 1.3).

o
,ro
?
e
Q)
ü
e
o
o

o t"" Tempo t.., Tempo

Fig. 1.2 Evolução das co ncentrações Fig. 1.3 Evolução das velocidades das
das espécies químicas ao longo do reações direta e inve rsa ao longo d o
tempo na reação de síntese tempo.
do amoníaco.

Q ua ndo to das as substâncias da mistura reacio nal se encont ram na mes ma fase, o equilíbrio
químico di z-se homogéneo.

Num sistema em equilíbrio à escala macroscópica não se notam quaisquer alterações no


sistema. Co ntu do, a nível molecul ar, as reações d ireta e inve rsa processam-se a ritmos igua is,
ca ncela ndo dest e modo as variações das prop riedades macros có picas: o equilíbrio químico
é dinâmico.

Um sist e ma químico pode atingir vários estados de equilíbrio à mesma temperatura , depe n-
dendo das concentrações iniciais (Fig. 1.4 ) .

o Tempo o Tempo

Fig. 1.4 Evo lução temporal das co ncentrações d e H2 , N 2 e NH3 , partindo de situações em
que inicialmente existe apenas NH3 (A); inicia lmente todas as espécies estão presentes (B).

250
DOMÍNIO 1 Equillbrio químico

8. Os gráficos representam a evolução, ao longo do tempo, das concentrações de rea-


gentes e produtos de três sistemas reacionais. Admita que as reações ocorrem em
sistema fechado, a temperatura constante e em fase gasosa.

li Ili
o
«ll
o o
<(ll
o
<(ll
o e
~ ~ (ll
e e e e
~
(1) (1)
o o B
e e e
o o o
o o o
B

A
A
A
Tempo Tempo Tempo

8.1 Poderão todos os esboços dos gráficos apresentados traduzir o estabelecimento


de um estado de equilíbrio? Justifique.

8.2 Escreva a equação química referente ao sistema químico 1.


8.3 Ao sistema químico Ili pode corresponder a reação
(A) H2 (g) + 12 (g) ~ 2 HI (g). (C) CO (g) + 2 H 2 (g) ~ CHpH (g).
(8) 2 HI (g) ~ H 2 (g) + 12 (g). (D) CH 3 0H (g) ~ CO (g) + 2 H2 (g).

8.4 O equilíbrio que se estabelece num sistema químico é dinâmico porque


(A) o estado de equilíbrio é atingido rapidamente.
(8) todas as propriedades macroscópicas são constantes.
(C) coexistem, em simultâneo, reagentes e produtos.
(D) tanto a reação direta como a inversa contin uam a processar-se a ritmos iguais.

& 8.1 Num sistema químico em equilíbrio, os reagentes e os produtos encontram-


-se todos presentes e com concentração constante. É o que se verifica nos
sistemas I e Ili. No sistema 11, a concentração de A parece anular-se, pelo que
o esboço do gráfico não pode traduzir o estabelecimento de um estado de
equilíbrio, pois, reagentes e produtos não se encontram todos presentes.
8.2 Analisando o gráfico, verifica-se que as concentrações de A e de C diminuí-
ram, respetivamente, 4 e 8 unidades arbitrárias. As concentrações de B e de
D aumentaram, respetivamente, 4 e 12 unidades. Assim, a estequiometria da
reação é 1 mol de A: 2 mol de C: 1 mol de B: 3 mol de D. A equação química
correspondente será A (g) + 2 C (g) ~ B (g) + 3 D (g).
8.3 (D). No sistema 111, quando a concentração de A diminui 3 unidades até ao
equilíbrio químico, as de B e de C aumentam, respetivamente, 3 e 6 unidades.
Estequiometria: 1 mol A: 1 mol B : 2 mol C. A é CHpH (g), B é CO (g) e C é H2 (g).
8.4 (D). O equilíbrio que se estabelece num sistema químico é dinâmico porque
as reações direta e inversa se continuam a dar. Estas reações processam-se
com a mesma velocidade quando se estabelece um estado de equilíbrio e
por isso as concentrações dos reagentes e produtos, que se encontram to-
dos presentes em simultâneo, mantêm-se constantes ao longo do tempo,
não existindo alterações visíveis do sistema.

251
QUÍMICA 11.0 Ano

1.2.2 Extensão das reações químicas


Constante de equilíbrio usando concentrações

Em geral, para uma reação química em equilíbrio homogéneo a uma determinada temperatu ra:

aA+bB+ ... ~ cC+dD+ ...

onde A, B, e, D... são as substâncias que pa rticipam na reação e a , b , e, d ... os coefic ientes es-
tequiométricos, há uma constante Kc para todos os estados de eq uíli brio a essa temperatura
e que é dada pela seguinte expressão algébrica:

lei~x 1D1~ ---


K = ----
e IAI~ x IBI~···

O quociente entre o produto dos valores numéricos das concentrações dos produtos da rea-
ção no estado de equilíbrio, elevados aos respetivos coeficientes estequiométricos, e o produ-
to dos va lores numéricos das concentrações dos reagentes no estado de eq uilíbrio, elevados
aos respetivos coeficientes estequiométricos, é const ante, a uma determinada temperatura.

Kc é a constante de equilíbrio, em que o índice «c» significa que é expressa em função dos
va lores numéricos das co ncentrações, quando expressas em mal dm-3 . O índice «e» significa
que são va lores correspondentes a um estado de equilíbrio. Kc é adimensiona l.

Se a temperatura for mantida constante, verifica-se que as concentrações iniciais dos rea-
gentes e dos produtos não influenciam o valor da constante de equilíbrio. Quando se faz
va riar a temperatura do mesmo sistema reacional, verifica-se que o va lor da constante de
equilíbrio depende da temperatura do sistema reacional.

A constante de equilíbrio est á relacionada com a extensão das reações. Para a reação quí-
mica escrita acima, à t emperatura T:

Valor elevado da constante de equilíbrio


Reação muito
(no equilíbrio é grande a conce ntração dos ~
extensa .
produtos e é pequena a dos reagentes).
lei~x 1D1~---
K =----
e IAI~X IBI~ ···
Valor baixo da constante de equilíbrio (no
Reação pouco
equilíbrio é grande a concentração dos ~
extensa.
reagentes e é pequena a dos produtos).

Constante de equilíbrio da reação inversa, K;


INH3I~
Síntese do amoníaco: N2 (g) + 3 H2 (g) ~ 2 NH3 (g); K =----
e IN2le X IH2I;
, _ IN2le X IH2I;
Decomposição do amoníaco (reação inversa): 2 NH 3 (g) ~ N2 (g) + 3 H2 (g); Ke - INH 1~
3

252
DOMÍNIO 1 Equillbrio químico

A constante de equilíbrio de uma reação é igual ao inverso da constante de equilíbrio da reação


inversa:

Quanto mais extensa for uma reação, menos extensa será a sua reação inversa.

i+i%i·i·lt4Hffi+M
9. O sistema reacional seguinte foi submetido a diferentes temperaturas. Nos gráficos
A e B, apresenta-se a variação ao longo do tempo da concentração dos reagentes
e dos produtos da reação para duas temperaturas. Admita que a reação ocorre em
sistema fechado.

co (g) + H2 0 (g) ~ co2 (g) + H 2 (g)

ik ----
A

li
Q)
o
e
o
ü
t*
Tempo Tempo

Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) O gráfico A indica que há maior quantidade de produtos do que reagentes no
equilíbrio.
(8) A temperatura do sistema em B favoreceu mais a extensão da reação.
(C) As linhas a verde podem traduzir a variação ao longo do tempo da concentração
de CO + H2 0.
(D) O instante no gráfico A em que a concentração dos produtos é igual à concen-
tração dos reagentes corresponde ao instante em que se atinge o equilíbrio
químico.
(E) A partir dos instantes t (gráfico A) e t* (gráfico B), a reação direta deixa de ocorrer.
(F) As alterações de temperatura a que foi submetido o sistema reacional que con-
duziram aos gráficos A e B alteraram a constante de equilíbrio, Kc.

O Verdadeiras: (A), (C) e (F). Falsas: (8), (D) e (E).


Em A houve um maior consumo de reagentes e, consequentemente, uma maior
produção de produtos da reação.

Assim , as condições que mais favoreceram a extensão da reação foram as usadas


em A. O equilíbrio só se atinge quando as concentrações dos reagentes e dos
produtos permanecem constantes ao longo do tempo. Os instantes te t* indicam
os momentos a partir dos quais o sistema se encontra em equilíbrio químico, ou
seja, a partir desses instantes a velocidade da reação direta é igual à velocidade
da reação inversa, portanto, a reação direta continua a processar-se só que a um
ritmo igual ao da reação inversa. A constante de equilíbrio depende da tempera-
tura.

253
QUÍMICA 11.0 Ano

10. O tetróxido de dinitrogénio e o dióxido de nitrog é nio encontram-se em equilíbrio,


de acordo com a equação N 2 O 4 (g) ~ 2 NO 2 (g).
Na tabela apresentam-se as concentrações de equilíbrio a diferentes temperaturas.

298 K 4,2 X 10-l 1,3 X 10-1

400 K 1,2 X 10- 2 1,3 X 10-l

500 K 4,1 X 10-4 1,3 X 10-1

10.1 Justifique a afirmação: «A rea ção de decomposição do tetróx ido de dinitrogé-


nio é fa vorec ida pelo aumento da te mperatura do sistema .»

10.2 Determine o va lor constante d e equílibrio para a reação de formação do tetró-


xido de dinitrog é nio a part ir do dióxido de nitrogénio, a 500 K.

& 10.1 Para produzir a mesma quantidade de N0 2 é necessário utilizar menor quan-
tidade de N2 O 4 para a temperatura de 500 K. Como a constante de equilíbrio
mede a extensão das reações químicas, pode calcular-se Kc para as diferen-
tes temperaturas:

INO2i; (1,3 X 10-1)2


T= 298 K Kc = -IN O 1 = 4 2 X 10-1 = 4,0 X 10-2
2 4e '

INO2i; (1,3 X 10-1)2


T= 400 K Kc =
,NO- 1
1 = 1 2 x 10-2 = ,4
2 4e '

INO2i; (1,3 X 10-1)2


T= 500 K Kc= -IN O 1 = 41 X 10-4 = 41
2 4e '

Ao aumento da temperatura do sistema corresponde um aumento no valor da


constante de equilíbrio, ou seja, a extensão da reação aumenta com a tempe-
ratura. Deste modo, a decomposição do tetróxido de nitrogénio é favorecida.
INp4le 1 1 1
10.2 2 NO 2 (g) ~ Np4 (g); Kc' = !NO
1
2
= = =
41 = 2,4K X 10-2
2e !NO2!~ e
!NP41e

11. Uma reação crucial na produção industrial de ácido sulfúrico envolve a conversão
do dióxido de enxofre em trióxido de enxofre, qu e se pode traduzir por:
2 SO 2 (g) + 0 2 (g) ~ 2 SO 3 (g).
Introduziram-se 0,20 ma l de SO2 (g) e 0,20 mal de 0 2 (g), num reator de 1,6 L de
capacidade, à temperatura T. Depois de o sistema químico atingir o equilíbrio, veri-
fic o u-se que 80% da quantidade ini cial de SO 2 (g) tinha reagido.
Determ in e a constante de equilíbrio, Kc, da reação conside rada, à temperatura T.

Com base na equação química, 2 mol de 50 2 (g) é estequiometricamente equiva-


lente a 1 mol de 0 2 (g) e a 2 mol de 503 (g).
Considerando x o valor da quantidade de 0 2 (g) que reagiu até se atingir o equi-
líbrio, podem relacionar-se as quantidades, no início e no equilíbrio, das substân-
cias envolvidas na reação, utilizando o seguinte procedimento:

254
DOMÍNIO 1 Equillbrio químico

• •
0,20 mo l 0,20 mol o
-2x - X + 2x

0,20- 2x 0 ,20-x 2x

Cálculo de x a partir da quantidade de SO 2 (g) que reagiu :


80
n S02 quereagiu = 100 X 0,20 mol =0,160 mol = 2x ⇒ X= 0,0800 mol
Cálculo das concentrações de SO2 (g), 0 2 (g) e SO 3 (g) no equilíbrio:
(0,20 - 0,160) mol (0,20 - 0,0800) mol
[S02 ] . = 1,6 dm 3 = 0,0250 mol dm
3
; [0 2] . = 1,6 dm 3 =
2 x 0,0800 mol
= 0,0750 mol dm-3 ; [S03 ] = 0
, dm 3
16
= 0,100 mol dm-3
Cálculo da constante de equilíbrio da reação, à temperatura T:
1s0 1;
3 0,100 2
Kc = SQ
1
Q
21; 1 2le
= 0 ,0250 2 X 0,0750
=2,1 X 102

Quociente da reação

Para saber se, num determinado instante e a uma determinada tempe ratura, um sistema está
ou não e m equilíbrio, determina-se o quociente da reação, Q c. Para uma reação química (sis-
tema homogéneo):
aA+bB+ ... ~cC+dD+ ...

o quociente da reação, Q c' exprime-se por uma relação idêntica à de K c, mas as concentra-
ções dos reage ntes e dos produtos da reação são as do estado do sistema nesse in sta nte,
que, geralmente, não é o de equilíbrio:

Comparando os valo res de Q c com va lores conhecidos de K c, a uma dada te mperatura,


se Q c = Kc, o sistema está em equilíbrio, mas se Qc ~ Kc, o sistema não está em equilíbrio.

Se o sistema não está em equilíbrio, as velocida des das reações direta e inversa são diferen-
tes. Qual será o sentido dominante pa ra a reação até at ingir um novo estado d e eq uilíbrio?

Para atingir um estado de equilíbrio é necessário que


a concentração dos produtos au mente, de modo que
Q e < Ke ~
o valor de Q c se aproxime de Kc, à mesma temperatura.
A reação direta é a predominante.
Q e ~Ke

Para atingir um estado de equilíbrio a concentração


dos produtos tem de diminuir, de modo que o valor de
Q > Ke
e ~ Q c se aproxime de Kc, à mesma temperatura.
A reação inversa é a predominante.

255
QUÍMICA 11.0 Ano

12. À temperatura de 500 K mediu-se, numa mistura reacional, as concentrações de


amoníaco presente, bem como as de nitrogénio e hidrogénio:
1,12 x 10- 3 mol dm- 3 de NH 3 , 2,23 x 10- 2 mol dm- 3 de N2 e 1,24 x 10- 2 mol dm-3 de H 2.
A constante de equilíbrio, Kc, da reação, à referida t em peratura, é 63,7.

Para o instante em que se processou essa análise:

12.1 determine o quociente da reação;

12.2 conclua sobre o sentido dominante para a reação.

2 (1,12 1Q- 3 ) 2
INH 3 1 X
12.1 Q = 29 5
e IN2lx IH2'3 (2,23 X 10- 2) (1,24 X 10- 2) 3 = •

12.2 Como Q c -;t. Kc, a reação não está em equilíbrio. O sistema evoluirá sempre
de maneira a tornar o valor de Q c mais próximo da constante de equilíbrio.
Neste caso, como Q c < Kc , Q c tende a aumentar, logo, a reação progride
no sentido de aumentar a concentração dos produtos e diminuir a concen-
tração dos reagentes, ou seja, o sentido dominante para a reação é o direto.

1.2.3 Fatores que alteram o equilíbrio químico

Quando se provoca uma determinada perturbação num sistema reacional em equilíb rio, o
sistema não fica, em geral, num estado de equilíbrio e vai ser favorecido um determinado
sentido da reação, de forma a atingir um novo estado de equilíbrio.

As perturbações que podem alterar o equilíbrio de um sistema reacional são as que se rela-
cionam com os fatores que afetam o quociente da reação ou a constante de equilíbrio:

• concentração dos compone ntes da mistura reacional;


• pressão (no caso de um ou mais com ponentes serem ga ses);
• temperatura .

Concentração

Para um sistema em equilíbrio um aumento da concentração dos reagentes (por exemplo, adi-
cionando reagentes a volum e constante) ou uma diminuição da conce ntração dos produtos
da reação (por exemplo, retirando produtos a vo lume constante) implica que Q c fique menor
do que Kc, o que fa vorece a formação de produtos (favorecimento da reação no sentido di-
reto: Q c aumentará at é igualar KJ Uma diminuição da concentração dos reagentes ou um
aumento da conce ntração dos produtos da reação origina o efeito oposto.

256
DOMÍNIO 1 Equillbrio químico

Pressão

A pressão de um gás, para a mesma temperatu ra, é t anto maior quanto maior for a quantidade
de matéria por unidade de volume.

A alteração da pressão (por va riação do volume) de um sistema reacio nal em equilíbrio só


terá influência no estado de equilíbrio se um ou mais componentes forem gases e q uando
a soma dos coeficientes estequiométricos das espécies reagentes no estado gasoso for
diferente da soma dos coeficientes estequiométricos dos produtos no estado gasoso.

Um aumento da pressão, por diminuição de volume de um sistema gasoso em equilíbrio, favorece


o sentido da reação em que a quantidade total das substâncias no estado gasoso seja menor.

Uma diminuição da pressão, por aumento do volume de um sistema gasoso em eq uilíbrio,


tem o efeito oposto.

Se a soma dos coeficientes estequiométricos das espécies reagentes no est ado gasoso for
igual à soma dos coeficientes esteq uiométricos dos prod utos no estado gasoso, a alteração
da pressão (por variação do volume) não infl uencia o estado de equilíb rio.

Temperatura

A variação de temperatura, co ntraria mente à variação de concentração e pressão, pode afe-


ta r o valor da consta nte de equilíbrio.

Verifica-se que, para uma reação exotérmica, a constante de equilíbrio diminui com o au-
mento da temperatura . Para uma reação endotérmica, a constante de equilíbrio aumenta
com o aumento da temperatura .

Princípio de Le Chãtelier

O Princípio de Le Châtelier permite prever, qualitativa mente, as conseq uências de alterações


de concentração, pressão e temperatura impost as a um sist ema químico em equilíbrio.

Princípio de Le Châtelier
Um sistema químico em equilíbrio, sujeito a alterações (de temperatura , pressão ou
concentração). tende a contrariar a perturbação que lhe foi imposta até atingir um novo
estado de equilíbrio.

A perturbação aumento da concentração de um dos compo nentes do sistema químico pro-


voca uma alteração do estado de equilíbrio, sendo favorecido o sentido da reação em que
diminui a concentração desse componente (o sentido em que é consum ido), até se atingir
um novo estado de equilíbrio.

A perturbação aumento da pressão, por diminuição de vo lume do sistema em equilíbrio, pro-


voca uma alteração do estado de equilíbrio, sendo favorecido o sentido da reação que con-
duz a uma diminuição da pressão, ou sej a, aquele que conduz a uma diminuição da quan-
tidade total das substâncias no estado gasoso, at é se atingir um novo est ado de equilíbrio.

A perturbação aumento de temperatura favorece o sentido da reação que ocorre com absor-
ção de energia, o sentido da reação endotérmica, at é se atingir um novo estado de equilíbrio.

257
QUÍMICA 11.0 Ano

13. Uma das principais etapas de produ ção do áci do su lfúrico é traduzida pela equação:

2 S0 2 (g) + 0 2
(g) ~ 2 S0 3 (g)

A 400 ºC, o equilíbrio apresenta 99% de S03 e a 800 ºC apenas 14%.

13.1 Classifique este processo do ponto de v ista energético.

13.2 Prevej a, com base no Princípio de Le Châtelier, como:


a) evolui a reação quando se retira S03 (g) ao sistem a e m equilíbrio;
b) va ria a percentagem de S03 (g) em equilíbrio quando se diminui a pressão.

(j 13.1 Um aumento da temperatura do sistema provocou uma diminuição da per-


centagem do produto da reação, o que permite concluir que o aumento de
temperatura favorece a reação no sentido inverso (houve consumo de S0 3) .
De acordo com o Princípio de Le Châtelier, o aumento da temperatura provo-
ca uma evolução do sistema no sentido da reação em que há consumo de
energia, a reação endotérmica. Assim, esta reação é endotérmica no sentido
inverso, logo, é exotérmica no sentido direto.

13.2 a) De acordo com o Princípio de Le Châtelier, a diminuição da quantidade


do produto da reação favorece a reação que conduz a um aumento da
quantidade de produto da reação, ou seja , a reação no sentido direto, até
se estabelecer um novo equilíbrio.
b) A diminuição da pressão do sistema é consequência do aumento do volume.
De acordo com o Princípio de Le Châtelier, a diminuição da pressão do
sistema favorece a reação que conduz a um aumento da pressão, ou seja,
no sentido em que a quantidade total das substâncias no estado gasoso
seja maior. Neste caso, a reação que conduz a um aumento de quanti-
dade de gases é a reação inversa [2 mol ➔ (2 + 1) mol]. Conclui-se, assim,
que a percentagem de S03 (g) diminuirá.

14. A reação de decomposição do cloreto de carbonilo, COCf 2, em monóxido de car-


bono, CO, e em cloro molecular, C€2 , pode ser trad uzida por:

cocc 2
(g) ~ co (g) + cc 2
(g) ; t..H > o
O gráfico traduz a evolução, ao longo do tempo, das concentrações das espécies
envolvidas na reação de decomposição.

O)

E 0,14
"O
0, 12
o
E 0, 10
o 0,08
----
0,06
0,0 4
0,0 2
0,00
o 2 4 6 8 10 12 14 16 18
t / min

Considere que o va lor da co nstante de equilíbrio não se alterou nos 18 min de


evolução do sistema.

258
DOMÍNIO 1 Equillbrio químico

14.1 No instante t = 4 min, o sistema químico foi perturbado


(A) pela diminuiçã o da temperatura do sistema.
(8) pelo aumento da temperatura do sistema.
(C) pelo aumento de volume do sistema.
(D) pela diminuição de volume do sistema.
14.2 Qu e perturbaçã o foi aplicada ao sistema químico no instante t = 10 min?

14.3 Justifique o sentido dominante da reaçã o após a perturbação aplica da ao sis-


tema no instante t = 14 min, com base no valor do quociente da reação para
esse in stante.

14.4 Concl ua, justificando, co mo variará a constante de equilíbrio, Kc, da reação


considera da se a temperatura do sistema químico diminuir.

Q 14.1 (C). A constante de equilíbrio da reação não se alterou durante a evolu-


ção do sistema, o que permite concluir que a temperatura permaneceu
constante. Assim, o sistema, inicialmente em equilíbrio, foi perturbado por
uma variação da pressão, consequência da variação de volume do sistema.
A análise do gráfico mostra que a reação direta foi favorecida, ou seja , a
reação em que a quantidade total de gases é maior, o que corresponde a um
aumento da pressão do sistema. Isto significa , de acordo com o Princípio de
Le Châtelier, que a perturbação aplicada ao sistema foi uma diminuição da
pressão do sistema, logo, um aumento do volume do sistema.

14.2 No instante t = 10 min, o sistema em equilíbrio foi perturbado pela diminuição


da concentração de CO (g), uma vez que a sua concentração diminui en-
quanto a dos restantes componentes se mantém constante.

14.3 Cálculo do quociente da reação:


Jcol x Jc e 1 o,o4 x o,os
2 = - - - - =016
Q =- - - -
e 1coce21 0,02 '
Cálculo da constante de equilíbrio ([12; 14] min):

K = [co[.x [c e). = 0,06 x 0 ,12 = O 24


e [COCf 2le 0,03 '
Como Q c < Kc, é favorecido o sentido em que Q c aumenta , o sentido direto,
com o consequente aumento da quantidade dos produtos, CO (g) e Cf2 (g),
e diminuição da quantidade do reagente, COCf2 (g), o que está de acordo
com a análise do gráfico.

14.4 De acordo com o Princípio de Le Châtelier, a diminuição da temperatura


favorece a reação exotérmica. Como a reação direta é endotérmica, a reação
inversa é exotérmica. Assim, uma diminuição da temperatura conduz a um
aumento da concentração de COCf 2 (g) e a uma diminuição das concen-
trações de co (g) e c e 2 (g).
tcol x Ice2 1

Sendo Kc = [C~Cf 2 ~ e, conclui-se que a constante de equilíbrio diminuirá

se a temperatura diminuir.

259
QUÍMICA 11.0 Ano

Equilíbrio químico e otimização de reações químicas

A aplicação do Prin cípio de Le Châtelier a processos industriais, e considerações sobre a


velocidade das reações, permitem prever condições de otimização dos processos, ou seja,
selecionar valores de temperatura e pressão e j ustificar o uso de catalisadores.

Na síntese industrial do amoníaco, feita pela processo de Haber-Bosch, a quantidade de amo-


níaco na mistura reacional aumenta com o aumento da pressão e diminui com o aumento da
temperatura.

Pressões elevadas: utilizam-se porque a reação direta é acompanhada de um decréscim o da


quantidade de matéria de espécies no est ado gasoso.

Temperaturas baixas: utilizam-se, pois, a reação direta é exot érm ica (aume nto da constante
de equilíbrio, ou seja, reação diret a mais ext ensa com a diminuição da temperatura).

No entant o, a pressões elevadas os custos de produção são elevados e a temperaturas baixas


o amoníaco é produzido muito lentamente. A escolha das condições para a produ ção indus-
trial está dependente dos custos económicos: é preferível obter rapidamente percentagens
moderadas de amoníaco do que esperar muito tempo para obter percentagens elevadas.

Para aumentar a rapidez do processo utilizam-se catalisadores. Estes apenas permitem que
se atinja o equilíbrio mais rapidamente (a umentam a eficiência do processo), não havendo, no
ent anto, influência na extensão da reação.

1.2.4 Efeito da concentração no equilíbrio químico (AL 1.2)

Quando se mistura uma so lução que contém iões ferro(III), Fe 3• (Fig. 1.5), co m uma sol ução que
contém iões tiocianato, SCN- (Fig. 1.6}, forma-se o ião comp lexo tiocianato de ferro(III) , (FeSCN]2•.

Fig. 1.5 Solução aquosa de Fe(NO3 )3 • Fig. 1.6 Solução aquosa de KSCN.

A reação dá origem a um equilíbrio homogéneo, em fase líquida, traduzido pela equação química:

Fe3 • (aq) + SCN- (aq) ~ [FeSCN]2• (aq)

amarelo vermelho

A cor produzida pelo ião com plexo formado pode ser um indicador da posição de equilíbrio.

260
DOMÍNIO 1 Equillbrio químico

Evolução do sistema quando se faz variar a concentração

Para o estudo do efeito da variação da concentração no equilíbrio referido (célula A1 da Fig.1.1)


adiciona-se:
• KSCN (aq);
• Fe(NO 3) 3 (aq);
• AgNO 3 (aq);
• KF (s).

Verifica-se que a adição de:

• KSCN (aq) irá perturbar o equilíbrio existente (aumento da


concentração de scN-): o sistema evoluirá no sentido da
formação de produto; a mistura reacional deverá apresen-
tar uma cor vermelha mais escura (célula A2 da Fig.1.1);

• Fe(NO) 3 (aq) irá perturbar o equilíbrio existente (aumento


da concentração de Fe3• ): o sistema evoluirá no sentido da
formação de produto; a mistura reacional deverá apresen-
tar uma cor vermelha mais intensa (célula B2 da Fig. 1.1);

• AgNO 3 (aq) irá perturbar o equilíbrio existente (diminuição


da concentração de SCN-): o sistema reacional evoluirá Fig. 1.7 Resultado dos testes para
o estudo do efeito da concentração
no sentido da formação de reagentes; a mistura reacional dos reagentes, no equilíbrio
químico em estudo.
deverá apresentar uma cor muito menos intensa (amare-
la) (célula C2 da A diminuição da concentração
Fig. 1.1).
dos iões ScN- em solução explica-se pela reação dos
iões Ag• com os iões SCN-:

SCN- (aq) + Ag• (aq) ~ AgSCN (s)

A formação do precipitado (branco) de tiocianato de prata remove iões SCN- da solução;

• KF (s) irá perturbar o equilíbrio existente (diminuição da concentração de Fe 3• ): o sistema


evoluirá no sentido da formação de reagentes; a mistura reacional deverá apresentar
uma cor vermelha muito menos intensa (célula D2 da Fig.1.7). A adição de KF (s) conduz à
presença de iões fluoreto, F-, em solução, que reagem com os iões Fe3 •:

Fe3 • (aq) + 6 F- (aq) ~ [FeF J3 - (aq)

A formação do ião complexo [FeF6 ] 3 - remove iões Fe 3• do sistema reacional.

261
QUÍMICA 11.0 Ano

Questões propostas

Aspetos qualitativos das reações químicas

1. Na produção industrial do ácido nítrico pelo processo de Ostwald, o primeiro passo consiste
na oxidação do amoníaco a óxido nítrico, na presença de um catalisador de platina. A figura
seguinte representa a reação com um modelo molecular.

N O

Pt
H + 9 --+ +

1.1 A representação da reação química respeita a Lei de Lavoisier? Justifique.


1.2 Escreva a equação química da reação representada, considerando todas as substâncias
no estado gasoso.

1.3 Nas condições de pressão e de temperatu ra em que a reação ocorre, a densidade do


oxigénio é 1,43 g dm- 3 .
Determine, nas condições da reação, o volume de oxigénio necessário para a reação com-
pleta de 5,4 g de amoníaco.

2. O metano, CH4 , é a principal matéria-prima utilizada para a produção industrial do hidrogé-


nio, H2 • O processo designa-se por reformação do metano com vapor de água, no qual se
obtém não só hidrogénio, mas também monóxido de carbono, CO. A figura seguinte repre-
senta a proporção dos reagentes no reator de produção de hidrogénio por reformação do
metano.

2.1 Qua l é o reagente limitante?

2.2 Admitindo que cada representação de molécu-


la corresponde a 1 mol de composto, que um
dos reagentes se esgota e que as substâncias
que reagem se transformam totalmente nos
produtos da referida reação, determine:
a) a massa de hidrogénio que se obtém;
b) a massa de reagente em excesso no final
da reação.
Oxigénio O Hidrogénio • Carbono

3 . O acetato de etilo, CH 3 COOC 2 H5 (M = 88,12 g mo1- 1) pode ser preparado a partir da reação
entre o etanol, C2 H 5 0H (M = 46,08 g mol-1), e o ácido acético, CH 3 COOH (M = 60,06 g mol- 1),
utilizando ácido sulfúrico como catalisador. Na reação também se p roduz água, H 2 0.

3.1 Escreva a equação química da reação, considerando que esta ocorre em meio aquoso.

3.2 Considere que se fizeram reagir 15,0 mL de etanol (p = 0,798 g cm-3 ) com igual vol ume de
ácido acético (p = 1,049 g cm-3 ). Determine:
a) a massa de reagente que fica por reagir se, na reação considerada, o reagente limitante
se esgotar;
b) o va lor máximo da massa de acetato de et ilo que pode ser preparado.

262
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

4. Um dos processos de purificação do dióxido de titânio, TiO 2 , obtido a partir do minério rutilo,
é a cloração, que pode ser traduzida por:

3 TiO2 (s) + 4 C (s) + 6 G€2 (g) ➔ 3 TiCf 4 (f ) + 2 CO (g) + 2 CO 2 (g)

4.1 Qu al é a massa d e cloreto de titânio, TiCf que se obtém da reação d e 1,25 x 10 4 kg de


4
,

rutilo, com 9 5% em massa de d ióxido de titânio, com 5,00 x 10 3 kg de ca rbono e cloro em


excesso? Apresente to das as etapas de resolução.

4.2 Indique por que ra zão, no p rimei ro passo do p rocesso de p urificação do dióxi do de titâ-
nio, o carbono e o cloro são util izados em excesso.

5. Para eliminar o dióxido de carbono, CO2 , da atmosfera das naves espaciais, são utilizados
recipientes com hidróxido de lítio, LiOH. A reação que ocorre pode ser traduzida por:

5.1 Determine o volume máximo de dióxido de carbo no, medido em condições PTN, que
pode ser elim inado por 32 3 g de hidróxido de lítio.

5 .2 Na reação de 2,72 mol de CO2 com 8,3 5 mol de LiOH obtiveram-se 187 g de Li 2 CO 3 (s).
a) De aco rdo com a informação, conc lui-se que o LiO H é o reagente
e o rendi mento da rea ção é _ _ _ __
(A) em excesso ... 100%
(8) limitante ... 100%
(C) em excesso ... inferior a 100%
(D) limitante ... inferior a 100%

b) Admitindo que um dos reagentes se esgota e que as substâ ncias q ue reagem se trans-
formam totalme nte nos produtos da reação d ada, a massa de só lido prese nte no fina l
da reação seria
(A) 271 g.
(B) 2 57 g .
(C) 201 g.
(D) 187 g.

6. Jacques Charles ficou famoso por ter participado na con strução do primeiro balão com hi-
drogénio, em substituição do balão de ar quente. Para produzir o hidrogénio, com o qual o
balão foi cheio, Charles utilizou ferro metálico e ácido sulfúrico, de acordo com a equação:

Fe (s) + H 2 SO4 (aq) ➔ FeSO 4 (aq) + H 2 (g)

O balão de Charles tinha um volume de 380 m 3 , medido em condições em que o volume


molar era 24,5 dm 3 moI-1• Determine:

6 .1 a quantidad e de ferro usada na produção do H 2 ;

6.2 o número d e ga rrafas de ácido sulfúrico, de concentração 18 mol dm-3 e com a capacida-
de 20,0 L, necessá rias ao enchiment o do balão.

263
QUÍMICA 11.0 Ano

Questões propostas

7. O ditionito de sódio, Na 2 S2 0 4 (M = 174,12 g mo1- 1), comercialmente conhecido como hidros-


sulfito de sódio, é utilizado como agente branqueador na indústria do papel. O «hidrossulfito
de sódio» comercial contém 90,1% em massa de N a2 S2 0 4 .
O ditionito de sódio pode ser preparado a partir da seguinte sequência de reações:

Zn (s) + 2 S02 (g) ➔ ZnS2 0 4 (s)

ZnSp 4 (s) + Na 2 C03 (aq) ➔ ZnC03 (s) + Na 2 Sp4 (aq)

Determine a massa de «hidrossulfito de sódio» comercial que contém a massa de ditionito


de sódio que pode ser preparado a partir de 1,25 kg de Zn (M = 65,39 g mo1-1) e 2 ,75 kg de
S0 2 (M = 64,07 g mol-1).

8. Nas modernas instala ções de produção de amoníaco, o hidrogénio é obtido a partir do me-
tano e do vapor de água.

Na reação de 448 L de metano, medidos em condições PTN, com 756 g de água

(A) reagem 21 moles de metano.


(B) formam -se, no máxi mo, 40 moles d e dióxido de ca rbono.
(C) há um excesso de 2,0 g de ág ua.
(D) formam -se, no máximo, 4,8 x 10 25 moléculas de hid rogénio .

9. O hidrogénio pode ser obtido laboratorial mente a partir da reação do alumínio, AC, com
ácido sulfúrico, H 2 S04 , de acordo com a seguinte equação química:

9.1 Considere uma amostra de 94,5 g, com 80%, em massa, de alumínio.

a) Ca lcule a quantidade máxima de hidrogénio que se obtém quando se faz reagir a


amostra com ácido em excesso.

b) Determine o volume de hidrogénio que se obtém, em condições PTN , se o rendimento


da reação for de 60%.

9.2 A 500 ml de solução aquosa d e ácido sulfú rico juntaram-se 15,14 g d e al umínio. No fina l
da reação verificou-se que fica ram por reagir 9,74 g de alumínio.
Calcule a concentração da solução de ácido sulfúrico, considerando que todo o ácido reagiu.

10. Nas centrais termoelétricas, o processo usado para minimizar a quantidade de dióx ido de
enxofre, S0 2 , libertado para a atmosfera consiste em usar o óxido de magnésio, MgO, para
fixar este poluente. Este processo é descrito pela equação:

2 S0 2 (g) + 2 MgO (s) + 0 2 (g) ➔ 2 MgS04 (s)

Considere que numa central termoelétrica são, em média, libertadas para a atmosfera cerca
de 3000 toneladas de S02 por cada MW h de energia elétrica produzida.

10.1 Dete rmine a massa mínima de óxido de magnésio necessária pa ra remover o S0 2 pro-
duzido por cada MW h.

10.2 Calcule o vol ume mín imo de ar, medido e m condições PTN, que contém o oxigénio
necessário à remoção do S02 produzido.
Considere a percentagem, em volume, de 0 2 no ar 21%.

264
DOMÍNIO 1 Equilíbrio quím ico

11. Dissolveram-se 6,50 g de uma amostra de cloreto de sódio, NaCC, com 10% de impurezas
em 100 ml de água destilada. A esta solução adicionou-se uma solução de nitrato de pra-
ta , AgNO3, para que todo o ião cloreto, c C-, presente na solução inicial, precipitasse sob a
forma de cloreto de prata, AgCC:

c C- (aq) + Ag+ (aq) ➔ AgCC (s)

A massa de cloreto de prata obtido foi 14,16 g.

11.1 Determine o re nd im ento da reação de p recipitação.

11.2 Determi ne a concentração em iões cloret o na solução inicial.

12. O cianeto de hidrogénio, HCN, pode ser sintetizado através da reação do metano, CH 4 ,
com amoníaco, NH 3, e oxigénio, 0 2 • Nesta reação, que ocorre em fase gasosa, também se
produz água , H 2 O.

12.1 Escreva a equação quím ica da reação, consi dera ndo que esta ocorre em fase gasosa.

12.2 Considere que se fize ram reagir 175 kg de metano com igual massa de amoníaco e
oxigé nio em excesso. Determine:
a) o va lo r máximo da quantida de d e HCN que pode ser sintetiz ado;
b) a quantidade de reagente que fica por reagir q uando um dos reagentes é total mente
consumido.

12.3 Se o rendimento da reação fosse 97,5%, qual seria a massa d e amoníaco necessá ria
para si ntetizar a mesma q uanti dade de HCN7

13. O ácido adípico, C6 H 10 O 4 , pode ser preparado fazendo reagir ciclo-hexeno, C 6 H 10 , com di-
crom ato de sódio, Na 2 Cr2 O 7 , em solução aquosa de ácido sulfúrico, H 2 5O4 • A reação global
pode ser traduzida pela equação:

3 c . H,o (C) + 4 Na, cr,o, (aq) + 16 H, so. (aq) ➔ 3 c . H,P. (aq) + 4 Cr, (50.)3 (aq) + 4 Na,so. (aq) + 16 H,O (C)

O rendimento global para este processo de prepara ção do ácido adípico é cerca de 70%.

13.1 Q ual é a massa de ciclo-hexe no necessá ria pa ra p repa rar 12,0 g de ácido adípico?

13.2 Dispondo apenas em laboratório de dicromato de sódio di -hidratado, Na 2 Cr2 O 7 , 2H 2 O,


determine a massa d e sal di-hidratado necessária à p reparação de 12,0 g de ácido
adíp ico.

14. O superóxido de potássio, KO 2 , é usado em equipamentos de respiração para bombeiros


e mineiros e para a regeneração do ar. O ar expirado contém dióxido de carbono, CO 2 ,
e vapor de água, H 2 O, sendo ambos removidos, ocorrendo simultaneamente a produção de
oxigénio, 0 2 •
A remoção do vapor de água gera oxigénio necessário à respiração, através da reação:

O hidróxido de potássio, KOH, formado na reação anterior, remove o dióxido de carbono


pela reação:
KOH (s) + co2(g) ➔ KHCO3 (s)

Considere que as duas reações de remoção são completas.

14.1 Calcule a massa de oxigénio obtida quando se p ro cessa a remoção de 24,0 g de vapor
de água.

265
QUÍMICA 11.0 Ano

Questões propostas

14.2 O projetist a de um submarino p rete nde ca lcular a massa de superóxi do de potássio que
deve ser uti li zada para remove r 100 L de C0 2 • Determin e a massa de K0 2 necessá ria,
considerando qu e a densidade do dióxido de ca rbono removido é 1,80 g dm -3 .

14.3 Com base na informação dada, po de afirmar-se que


(A) para prod uzir uma determinada q uanti dade de 0 2
, é ne cessário ig ual quantida de
de K0 2

(8) para remover 1 mol de C0 2 , são necessários 4 mol de K0 2


.

(C) a massa de C0 2 removida é ma ior do que a de H 2 0 .


(D) a quantidade de H 2 0 removida é mai or do que a quantida de d e C0 2 .

15. O dicromato de sódio, Na 2 Cr2 0 7 , pode ser preparado por reação do cromato de sódio,
Na 2 Cr04 , com água e dióxido de carbono:

15.1 Mostre q ue o cromato de sódio é o reagente limitante quando 8 5,0 g de cromat o de


sódio reagem com 11,0 g de água e dióxido de carbo no em excesso.

15.2 Com base nos p ress upostos da «química verde», expliq ue porque se opta por usar um
excesso de ág ua e de dióxido de carbo no.

16. A reação entre o óxido de ferro(III), Fe2 0 3 , e o monóxido de carbono, CO, tem como produto
desejado o ferro metálico:

Fep3 (s) + 3 co (g) ➔ 2 Fe (s) + 3 co 2 (g)


16.1 Mostre q ue a econo mia atómica do processo de p rod ução do ferro é de 45,8%.

16.2 Comente a afirmação: «De aco rdo com os press upostos da "q uímica verde ", uma reação
que aprese nte elevada eficiê ncia é am bientalmente adeq uada.»

16.3 De aco rdo com os pressupostos da «quím ica verde», pa ra ava liar a eficiência de uma
reação q uímica tem de se ter em conta
(A) a rentabilização do processo em te rmos económicos.
(8) a maximi zação da incorporação dos reagent es no produto fina l.
(C) a utilização d e energias renováve is.
(D) apenas o rendimento da reação.

17. O hidrogénio, H2 , pode ser obtido por reformação catalítica de g ás natural (CHi

CH 4 (g) + Hp (g) ➔ CO (g) + 3 H2 (g)

Um outro processo consiste em fazer passar o vapor de água através de carvão, como
mostra a equação seguinte:

17.1 Compare a eficiência dos dois processos com base na eco no mia atómica para cada uma
das reações.

17.2 Ind ique u ma desvantag em do processo de reformação catalítica relativam ente ao do


carvão, tendo em consideração o po nto de vista da «química verde».

26 6
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

Equilíbrio químico e extensão das reações

18. Um dos métodos de síntese de iodeto de hidrogénio, HI (g), utiliza a reação entre o iodo,
12 , e o hidrogénio, H 2 . Numa experiência, 0 ,1 00 mol de cada uma das substâncias, 12 e H2 ,
foram colocadas num recipiente fechado de 1,00 L de capacidade e a mistura foi aquecida
a 425 ºC. A figura representa a progressão da reação química com um modelo molecular.

lodo

Hidrogénio

Iodeto de hidrogénio

18.1 Concl ua.j ustificando com base na figura, que a reação de síntese do iodeto de hidrogé-
nio, nestas condições, é uma reação incomplet a.

18.2 Escreva a eq uação química que trad uz a reação de síntese do iodeto de hid rogénio.

18.3 A pós est abelecido o e quilíbrio, a concentração de


(A) HI é o dobro da concentração inicial de H 2 .
(B) H 2 é met ade da concentração de 1 .
2

(C) H 2 é igua l à co ncentração de 1 .


2

(D) 1
2
é ig ual a zero.

18.4 Considere q ue, no equ ilíbrio, a quantid ade de 12 na mistu ra reaciona l é 0 ,021 mo l.
Determi ne a constante de eq uilíbrio da reação, à temperatura de 42 5 ºC.

18.5 Qua l das condiçõe s não é ne cessária pa ra se atingir um e st ado de equilíbrio químico?
(A) Tempe ratura constante.
(B) Massa do sistema constante.
(C) Sistema fechado .
(D) Concentrações iguais de reagentes e produt os.
'124,0
19. Um recipiente fechado, contendo amoníaco, NH 3 , foi sub- u
020,0
metido à t emperatura de 800 ºC, o que provocou a decom- E
--- 16,0
posição do amoníaco. O gráfico representa a evolução das ü

concentrações do reagente e dos produtos da reação ao 12,0

longo do tempo. 8,0


4 ,0
o ""'----'----'--'----'--'---'----'--'---'--->
19.1 Faça co rresponder cada uma das curvas A, B e C à
substância respetiva presente no sistema reacional.

19.2 Que expressão traduz a constante de equilíbrio pa ra a reação de decomposição do


amoníaco?

267
QUÍMICA 11.0 Ano

Questões propostas

19.3 Ca lcule o valor dessa const ante à temperatu ra referida.


19.4 Determi ne o valor da constante de equilíbrio para a síntese do amo níaco à mesma t em-
peratura.

19.5 Na tabe la seguinte estão reg istados os valores da const ant e de eq uilíbrio, Kc, da reação
de síntese do amoníaco, a d uas temperatu ras diferentes.

T/ºC

25 3,3 X 10 8

327 4,1

Com para ndo o sistema no eq uilíbrio às duas temperatu ras consideradas, a 327 ºC
a reação é mais exte nsa no sentido - - - - ~ sendo _____ a conversão de
reagentes em produt os.
(A) direto ... maior (C) direto ... menor
(8) inverso ... maior (D) inverso ... menor

20. A figura apresenta o esboço do gráfico que t raduz a evolução da concentração, ao longo
do tempo, das espécies X, Y e Z que intervêm numa reação química em fase gasosa , à
temperatura T.

20.1 Q ual é a equação que tradu z a reação química entre as espécies X, Y e Z?


(A) Y (g) ~ Z (g) + 3 X (g)
(8) X (g) ~ Y (g) + 2 Z (g)
(C) 3 X (g) + Z (g) ~ Y (g)
(D) 2 X (g) + Z (g) ~ 2 Y (g)

20.2 Num reci piente fechado int rodu ziram-se, a uma


dada temperatura, 2 ,0 mol da espéc ie Y. Depois
de o sistema quím ico atingir o equilíbrio, verifi-
cou-se que apenas 50 % da quantida de inicial de
z
Y (g) tinha reag ido. Determine a quantidade total
d e gases presente no equilíbrio.
o Tempo
21. A figura I mostra um sistem a em equilíbrio onde ocorre
a dissociação de uma substância, X 2 , à temperatura T,
traduzida pela equação:

Num determinado instante o sistema sofre uma pertur-


bação, atingindo posteriormente um novo estado de
equilíbrio, representado na figura li.

21.1 Qual foi a perturbação a que foi submetido o sistema?


(A) Remoção de uma certa quantidad e de X 2 •
li
(8) Adição de uma cert a q uanti dade de X.
(C) Di minuição de volume.
(D) Aumento de temperatu ra.

268
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

21.2 A fi gura apresenta um gráfico q ue traduz a evolução o


ao longo do t empo do q uoc iente da reação, Q c, para
o sistema químico considerado.
4,5 t------,
No instante t = O, o sist em a encont rava-se à tempe-
ratu ra T.

a) O siste ma químico _ _ _ _ inicial mente em


t,
eq uilíbrio e evol ui no sentid o da reação
_ _ _ _, após lhe ter sido aplicada, no in st ante
t,, uma perturbação.
(A) não se e nco ntrava ... d iret a (C) não se encontrava ... inversa
(B) encontrava-se ... direta (D) encontrava -se ... inversa

b) Conclua, j ustifican do, como variou a temperatura do siste ma no instante t2 .

22. O gráfico apresenta a evolução das velocidades V


das reações direta e inversa do sistema químico
traduzido por:
- - Direta
2 AB (g) ~ 2 A (g) + 8 2 (g) ; 6.H > O ..... Inversa

22.1 O gráfico permite conclu ir que, num sistema t,


fechado e no instante t,, a co ncentração de
AB (g)
(A) te m uma taxa temporal de variação nula.
(B) está a diminuir e a concentração de B2 (g) está a aument ar.
(C) é maior do que a conce ntração de A (g).
(D) menor do que a concentração de B 2 (g).

22.2 Após a alt eração ao estado de eq uilíbrio a que o siste ma foi su bmetido no instante t2 ,
as velocidades das reações d ireta e inversa aumentaram, o que permite concl uir que
o sistema foi sujeito
(A) à adição de um catalisador.
(B) à remoção de reagentes.
(C) à remoção de prod utos.
(D) ao aumento da temperatura.

23. Num recipiente f echado de 2,0 L de cap acidade foi introduzida, à temperatura de 250 ºC,
uma determinada quantidade de pentacloreto de fósforo, PC€ 5 (g). Ao fim de algum tempo,
estabelece-se o equilíbrio representado pela seguinte equação química:

6.H > O

A const ante de equilíbrio, à temperatura de 250 ºC, é 1,80.

23.1 Determi ne a quantidade inicial de PC€ 5 (g) colocado no recipiente, sa bendo que a qu an-
tidad e d e reagente no e quilíbrio, à temperat ura de 250 ºC, é de 5,76 x 10-3 mol.

23.2 Preveja, j ustifica ndo, como variará a compos ição da mistu ra reacional se ocorrer uma
diminuição da temperatu ra do sistema em equilíbrio.

269
QUÍMICA 11.0 Ano

Questões propostas

23.3 Numa outra experiência, a um recipiente de igual capacidade foram adicionados


0,10 mol de PCC5 , 0,60 mol de PCC3 e 0,70 mol de Ct'2 , à temperatu ra de 250 ºC.
Determine a concentração de PCC5 no equilíbrio, sabendo que a quantidade de Ct'2 no
equilíbrio é 0,687 mol. Comece por prever o sentido dominante da reação.

23.4 Qual o gráfico que traduz a variação das concentrações das espécies presentes na mis-
tura reacional, após a adição de um cata lisador, no instante t , ao sistema em equilíbrio?

(A) (8) (C) (D)


o
<tU PCe3 g o PCe3 g o o
•<1l ><1l ><1l
<> <> <> PCe3(9) <>
~ C f2(9) jg c e2(9l jg jg
ê(l) e e c e2(9l e
(l) (l) (l)
o o o o
e PCfs 9 e PCCs(9) e e
o o o o
o o o PCes(9) o
Tempo Tempo Tempo Tempo

24. A 400 ºC, a constante de equilíbrio, Kc, para a reação de síntese do amoníaco é 0,5.

N2 (g) + 3 H2 (g) .== 2 NH 3 (g) 6.H= - 92,2 kJ/mol

24.1 Num rec ipiente fec hado de 2,0 dm 3 de capacidade foram introduzidos, à temperatura
de 400 ºC, 0,342 mol de N 2 , 1,260 mol de H2 e 0,546 mol de NH 3 .
Determine se na evolução do sistema para o equilíbrio há consumo ou formação de NH3 .

24.2 Preveja , com base no Princípio de Le Châtelier, em que sentido se deslocaria o


equ ilíb rio se se introduzisse N2 (g) no recip iente, mantendo a temperatura constante.

24.3 Qual das seguintes perturbações favorece a reação de síntese do amoníaco?


(A) Arrefecimento do sistema.
(8) Aumento do volume do sist ema.
(C) Utilização de um catal isador.
(D) Remoção de H 2 do sistema.

25. O iodeto de hidrogénio, HI, pode ser obtido da reação entre o hidrogénio, H 2 , e o iodo, 1,
2
traduzida pela equação química seguinte:

O gráfico representa a variação da constante de equilíbrio, Kc, da reação, com a tempera-


tura, no intervalo de 298 K a 700 K.

25.1 Pode afirmar-se que


(A) a síntese do iodeto de hidrogénio é uma K,
reação endotérmica. 900 ······························•··············•··
800
(8) o arrefecimento, a volume constante ,
700
favorece a decomposição do iodet o de 600
hidrogé nio. 500
400
(C) um aumento da pressão do sistema em
300
equilíbrio não terá influência no proces- 200
so de formação do iodeto de hidrogénio. 100
0 ~-~-~--~-~---
(D) a remoção de HI do sistema , a temper- 200 400 600 800 TIK
atura constante, faz aumentar o valor da
constante de equi líbrio, Kc.

270
DOMÍNIO 1 Equilíbrio quím ico

::::;-
25.2 Considere que se introduziu num reator de 1,00 L uma
o =---+-----HI
mistura de iodeto de hidrogénio, iodo e hidrogén io
É. 5,0
em fase gasosa. O gráfico represe nta a evo lu ção ao o
,ro
o
longo do tem po das concentrações dessas substân- ~ 3 ,0
eQJ :=,,,,.,..+-- - - - 12
cias, à temperatu ra de 770 K. {)
g 1,0 c=--I-----H2
ü ~ - - -~ ------>
Tempo

Calcule o re ndimento da reação para aqu elas co nd ições.


A presente todas as etapas de resol ução.

25.3 Num determi nado instante, depois de atingi do o estado de equilíbrio, à tem pe rat ura de
500 K, remove u-se HI do sistema reacional.

Qual dos gráfi cos seg uintes representa a evol ução da conce ntração de HI, ao longo do
tempo, até ser ating ido um novo estado de equilíbrio?

(A) (B) (C) (D)

7____
Tempo Tempo Tempo Tempo

26. A síntese de amoníaco pode ser traduzida por:

Num recipiente fechado, mantido a temperatura constante, fez-se reagir nitrogénio, N2 (g),
e hidrogénio, H2 (g).
A reação química progrediu , tendo-se atingido, num dado instante, uma situação de
equilíbrio. Este equilíbrio foi depois perturbado por alterações feitas ao sistema reacional.

26.1 Os gráficos seguintes representam a evolução das concentrações dos reagentes e do


produto da reação, ao longo do tempo, à mesma temperatura.

(8) (C)
"1
E
u
o
E
u

Tempo Tempo Tempo

Ind ique o gráfico que melhor representa a evolução do sistema reaciona l após as per-
turbações seg uintes ao estado de equ ilíbrio.
1. Aumento da concentração do produto da reação.
li. Au mento da co nce ntração de um dos reage ntes.
Ili. Diminuição da concent ração do produto da reação.
IV. Di minuição da concentração de um reagente.

271
QUÍMICA 11.0 Ano

Questões propostas

26.2 O sistema reacional foi submetido a diferentes p ressões, mantendo-se a temperatu ra


constante. Indique, j ustificando com base no Pri ncípio de Le Châtelier, q ual a curva do
g ráfico seg uinte que poderá representar a relação entre a variação da perce ntagem de
amoníaco presente na mistu ra reacio nal e o au ment o de pressão do sistema.

~----A
-----e
Pressão

26.3 A tabe la seguinte aprese nta as percentagens de amoníaco presentes em diferentes


estados de eq uilíbrio da mistura reacional , a diferentes temperatu ras e a p ressão cons-
tante.

Temperatura / ºC % NH3 (g) presente na mistura em equilíbrio

20 0 63,6

300 27,4

400 8,7

500 2,9

Com base na informação apresentada, j ustifique a segui nte afirmação: «A reação de


síntese do amoníaco é exotérmica.»

27. A otimização do processo de produção industrial


~ 100
do amoníaco implica um compromisso entre os va- ·e
o
lores de pressão e temperatura e o uso de catalisa- E 80

a,
dores. O gráfico ao lado representa a percentagem "O
E 60
de amoníaco obtida em função da pressão, a dife- a,
CTl

rentes temperaturas. ea, 40
t'
a,
27.1 Com base na informação do grá fi co, indique (L
20
as condiçõe s de pressão e tem peratura que
seriam ma is adequadas à síntese de NH 3 . o
200 400 600 800 1000
27.2 A otimização do processo de produção indus- Pressão / atm

trial do amoníaco implica valores de pressão


da ordem de 200 atm e temperatura da or-
dem dos 400 ºC.
a) Para e st as condições, preveja a percentag em d e amoníaco prod uzida.
b) Explique de q ue forma estas condições otimizam o processo industri al.

272
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

28. Um grupo de alunos realizou um trabalho laboratorial em que utilizou o seguinte equilíbrio:

SCN- (aq) + Fe3 + (aq) [FeSCN]2+ (aq); l::,.H < O

O efeito da concentração das espécies presentes no equilíbrio foi estudado usando uma
placa de microanálise (ver figura). A solução aquosa de [FeSCNJ2 + é vermelha.
O grupo de alunos colocou 3 gotas da mistura reacional em equilíbrio anteriormente
preparada em cada uma das células da coluna B e apenas numa célula da coluna A .
Posteriormente, foram feitas alterações à mistura reacional das células da coluna 8 .
Na figura seguinte apresentam-se os resultados dos testes realizados pelo grupo de alunos .

• Adição de AgN03 (aq)

Adição de NaF (s)

28.1 Exp lique a alteração observada na cor da mistura reac ional das células da coluna B
comparada com a do eq uilíbrio inicial (coluna A), em relação à adição de:
a) Fe(N 0) 3 (aq); b) Ag N0 3 (aq); e) NaF (s).

28.2 O g ráfico ao lado traduz a evolução, ao longo do tempo, das concentrações das espé-
cies envolvi das na reação de formação do tioc ianato de ferro(III) , após perturbação do
equilíbrio inicial do siste ma reac ional. '"'
Q ual fo i o fator que perturbou o sistema u
E
o Fe3+(aq)
em eq uilíbrio? E
.___
(A) A adição de Fe3 + (aq). ü
[FeSCNJ2+ (ªq)i
(B) A diminuição da concent ração de
[FeSC N]2+ (aq).
(C) O aumento da temperatura .
(D) A diminuição da temperatu ra.

Tempo

273
QUÍMICA 11.0 Ano

Domínio 2
Reações em sistemas aquosos
2.1 Reações ácido-base
2.1.1 Definição de ácido e de base
Evolução histórica

O termo «ácido» foi associado ao sabor azedo, enquant o «base» foi associado a materiais
amargos e escorregadios ao tato.

Antoine Laurent Lavoisier (século XVIII) supunha que todos os ácidos continham oxigénio.

Humphrey Davy (século XIX) demonstrou que existem substâncias ácidas sem oxigén io,
como, por exemplo, o ácido clorídrico, HCt' (aq). Assim, surg iu a ideia de que o pr incípio aci-
dificant e poderia ser atribuído ao hidrogénio.

Justus von Liebig (século XIX) cons iderou que todos os ácidos deveriam ser «compostos de
hidrogén io em que este pode ser facil mente substituído por um metal».

Svante August Arrhenius (século XIX) - teoria iónica - admitiu a existência de iões em solu-
ções aquosas, e propôs uma nova teoria:

• ácido: substância que contém hidrogénio e que, disso lvida em água, dá origem a iões
hidrogénio, H+;
• base: substância que contém O H e que, dissolvida em água, se dissocia produzindo iões
hidróxido, O H-.

Limitações da teoria iónica (Arrhenius):

• o ião W não existe livre em solução aquosa, pois estabelece ligação com a molécula de
água, Hp, origina ndo o ião hidrónio (ou oxón io), H3 O+;

+
H - 0: + H+ -+ H- 0 -H
1 1
H H

• não explicava por que razão o amoníaco, NH 3 (substância molecular), se comport ava
como uma base, nem a acidez e basicidade de soluções aquosas de sa is;
• aplicava-se apenas a reações em so lução aquosa e, por isso, não explicava o comporta-
mento de ácidos e bases noutros solventes ou em fase gasosa.

Ácidos e bases segundo Brensted e Lowry

Br0nsted e Lowry (século XX) - teoria protónica - chegaram , separadamente, a conceitos


mais gerais de ácido e base.

Ácido: espécie (molécula ou ião) com tendê ncia para ceder um ião hidrogénio (H •) a
outra espécie.

Base: espécie (molécula ou ião) com tendência para aceitar um ião hidrogénio (W).

274
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Como o átomo de hidrogénio, H, tem só um eletrão, o ião H• é o respetivo núcleo. Sendo


99,99% a abundância relativa do isótopo ;H, o ião H+ é, geralmente, um protão. Assim, a teoria
de Br0n sted-Lowry designa-se por teoria protónica.

i+i-bi+it4H!+M
1. Na teoria protónica de Br0nsted-Low ry
(A) o solvente é sempre a água.
(B) um ácido é a espécie que aceita um ião H•.
(C) a água é sempre a espécie ácida.
(D) a água pode aceitar iões H•.

~ (D). A teoria de Br0nsted-Lowry é abrangente, pois não se limita a reações em


solução aquosa. A água pode aceitar iões H' transformando-se em H30 +, funcio-
nando a outra espécie como ácido; a água pode também ceder iões H' transfor-
mando-se em OH-, funcionando a outra espécie como base.

Segundo a teoria de Br0nsted-Lowry, as reações de ácido-base explicam-se a partir da trans-


ferência de iões hidrogénio, H+, entre substâncias. Para que um ácido possa ceder um ião
hidrogénio, H•, é necessário que outra substância (uma base) aceite esse ião.

Por exemplo, na reação do cloreto de hidrogénio com a água, esta comporta-se como uma
base de Br0nsted-Lowry (recetor de iões hidrogénio).

H +
1
H-01 H- 0 1 + IC-€1
1
1
H H
Cloreto de hidrogénio Água Ião oxónio Ião c loreto

A cedência de H+ pelo cloreto de hidrogénio implica a rutu ra da ligação H-Ce nas moléculas
de cloreto de hidrogénio, devido às interações com as moléculas de água que, por sua vez,
estabelecem uma ligação com o ião hidrogénio, originando o ião oxónio, H 3 0 •.

Num outro exemplo, na reação do amoníaco, NH 3 , com a água (reação incompleta), esta com-
porta-se como ácido de Br0nsted-Lowry, sendo o amoníaco o recetor de iões hidrogénio
(base de Br0nst ed-Lowry).

~
r
+
H
_,_
+ @-01
1
H-N-H ..-- H- N- H + [ IQ - H
1 1 1
H H H
Amoníaco Água Ião amónio Ião hidróxido

275
QUÍMICA 11.0 Ano

A cedênc ia de H• pela água resulta da rutura de uma ligação H-0 nas moléculas de água,
devido às interações com as moléc ulas de amoníaco, NH 3 , que, por sua vez , estabelecem
uma ligação co m o ião hidrogénio, H+, orig inando o ião amónio, NH; .

Nas reações ácido-base de Br0nsted-Lowry há transferência de iões hidrogénio, H•, de um


ácido (espécie dadora) para uma base (espécie recetora).

2.1.2 Acidez e basicidade das soluções


Escala de SBrensen

O pH , um conceito introduzido por S0rensen, fornece indicação sobre o maior ou menor grau
de acidez, ou de alca linidade, de soluções aquosas, ou sobre a sua neutralidade.

Na escala de S0rensen, a 25 ºC, o valor de pH de uma solução neutra é 7. Se o pH for menor


do que 7 será ácida e será básica se for maior do que 7 (Fig. 2.1).
• Soluções ácidas: pH < 7,00.
• Solu ções básicas (ou alcal inas): pH > 7,00.
• Soluções neutras: pH = 7,00.

Soluções neutras

Soluções ácidas Soluções básicas

------ -------
o 2 3 4

Acidez crescente
5 6 7 8 9 10 11

Basicidade crescente
12 13 14

Fig. 2.1 Escala de S0rensen, a 25 ºC

pH e concentração hidrogeniónica

O va lor de pH está re lacionado quantitativament e co m o valor da conce ntração do ião hidró-


nio ou oxónio, Hp •, numa solução (concentração hidrogeniónica) (Fig. 2.2).

Concentração de H3Q+

Solução aquosa 1 Solução aquosa


alcalina ~ - - - - ~ ácida
Água pura
Solução neutra

Fig. 2.2 Carát er químico de uma solução.

276
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

O pH de uma solução é dado, aproximadamente, pe lo simétrico do logaritmo (na base 10) do


valor numérico da concentração hidrogeniónica:

pH

[o] pH<7 17 pH > 7 14

: ==========~
Solução aquosa ácida
Água pura
Solução neutra
Solução aquosa alcalina

10-1 10 14

♦ Concentração de H 3Q+

Fig. 2 .3 Soluções ácida, neutra e alcalina a 25 ºC.

Se o pH diminuir x unidades, a concentração de H 3 0 • (aq) aumenta 1ox vezes.

2. O conceito de pH é muito usado no dia a dia. A tabela apresenta va lores de pH para


quatro amostras de soluções.

2.1 Coloque as amostras por ordem crescente de acidez.


Soluções
2.2 Classifique como verdade ira (V) ou falsa (F) cada Água da chuva 5 ,6
uma das afirmações seguint es.
Água d o mar 8,0
(A) A concentração de Hp + (aq) na água da chuva Água com g ás 4,0
é menor do que na água pura.
Água d a piscin a 7,4
(8) A água pura tem uma concentração de H3 O+
(aq) dez vezes maior do que a água do mar.
(C) Uma garrafa de 500 ml de água com gás con-
tém 10-2 mol de H3 O+(aq).
(D) A concentração hidrogeniónica da água da pis-
cina é, aproximadamente, 3,98 x 10-s mol dm - 3 .

2.3 Entendendo por acidez de uma solução a concentração hidrogeniónica, Hp +(aq),


um aumento de acidez de cerca de 100% na amostra da água da chuva determi-
nará um p H de cerca de
(A) 11,2.
(8) 2,8.
(C) 5,3.
(D) 3,6.

277
QUÍMICA 11.0 Ano

& 2 .1 Água do mar (pH = 8) ➔


água de piscina ➔ (pH = 7,4) ➔ água da chuva
(pH = 5,6) ➔ água com gás (pH = 4,0).

2.2 Verdadeiras: (B) e (D). Falsas: (A) e (C).

(A) A água pura, a 25 ºC, tem pH = 7,0. Quanto maior for a concentração
hidrogeniónica, H 3O+ (aq), na solução, menor é o valor de pH. Se a água da
chuva tem menor valor de pH do que a água pura, logo, terá maior concen-
tração de Hp+(aq).

(B) [H3Q+]água pura= 10-pH = 10-7 mol dm- 3 ; [H3Q+]água domar= 10-pH = 10-s mol dm- 3
7
_ _ [H3Q+]á ua ura ( 10- )
Relaçao entre os valores das concentraçoes: H • g P = _ = 10.
[ 3
0 ] água do mar 10 8

(C) [H 3 o +J_ . = 10-pH = 10-4 mol dm- 3


ag ua com gas

Cálculo da quantidade de H3O+:


nH o+
cH 0 + = - 3- ⇒ nH 0 + = 10- 4 mol dm- 3 x 0,500 dm 3 = 5,0 x 10-s mol
3 V 3

(D) pH = 7 4 ⇒ [H o +] .
' 3
, , = 10-pH= 10- 7 .4 = 3 98 X 10- 0 mol dm- 3
agua de piscina '

2.3 (C). pH = 5 ' 6 ⇒ [H 3 o +]agua


. da chu va = 10-pH = 10-5 •6 = 2' 5 X 10-6 mol dm-3
Aumento de acidez de 100%:

[ H3 o +].ag ua da chuva = 2 ' 5 x 10-6 mol dm-3 + 2 , 5 x 10- 6 mol dm-3 =


= 5,0 x 10-6 mol dm-3
pH = -log IH3O+Iágua dachuva = -log (5,0 X 10-6 ) = 5,3

2.1.3 Autoionização da água

A água no estado líq uido, quando quimicamente pura, apresent a uma pequena condutivida-
de elét rica, pelo que devem existir iões na água «pura». Estes iões resultam de uma reação
espontânea entre as moléculas de água (Fig. 2 .4 ), que orig ina iões Hp+ (aq), os iões hidrónio,
e iões O H- (aq), os iões hidróxido. Esta reação, de extensão muito reduzida, designa-se por
autoionização da água:

+ +

:o - H +
1
H

Fig. 2.4 Auto ionização da água.

278
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Produto iónico da água

A constante de eq uilíbrio para a reação de aut oion ização da água é o produto iónico da água ,
Kw (a água, po r ser o solvente, não é considerada para o cálculo da constante de equilíb rio):

KW = IH3 0 •1 e IOH-1e

A 25 ºC, Kw= 1,0 X 10- 14 •

Relação entre as concentrações de H3 o• e de OH-

Atendendo à estequiometria da reação de autoionização da água, 1 mal de H3 Q• eq uivale este-


quiometricamente a 1 mal de OH-, obtendo-se [H3 0 •] = [OH-].

Na água pura, as concentrações do ião hidrónio e do ião hidróxido são sempre iguais; no enta n-
to, pa ra a maioria das soluções aquosas isso não se verifica. De qualquer modo, em qualquer
solução aquosa, verifica-se sempre que IH 3 0 •1e IOH-1e = Kw.

Qualquer solução aquosa com concentrações de H 3 Q • (aq) e oH- (aq) iguais é considerada
neutra (Fig. 2.5).

-
Solução Solução
ácida neutra alcalina

Fig. 2.5 Relação ent re a concentração de H3 0 +, a con centraçã o de O H- e o ca ráter químico de uma solução aquosa.

A relação entre as co ncent rações de H3 Q • e de OH- (Fig. 2.6), que é uma relação de proporc io-
nalidade inversa, em qualquer solução aquosa (diluída), pode traduz ir-se graficamente como se
apresenta a segu ir, por exemplo, para a tempe ratura de 25 ºC:

'"
E 6,0
"O [H30•] < [OH-] - Solução básica
o 5,0
E
o 4,0
2S 3,0 [H 30 •] = [OW] - Solução neutra
----
'oI 2,0

1,0 [H 3 Q•] > [OW] - Solução ácida

o.o 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0


[H30 •]; (10 -7 mol dm- 3)

Fig. 2.6 Relação entre as concentrações de H3 0 •


e de O H- em soluções aquosas, a 25 ºC.

279
QUÍMICA 11.0 Ano

3. Considere os resu ltados das análises de duas amostras de saliva humana, X e Y,


realizadas a 25 ºC.

Amostra X: pH = 6,0 Amostra Y: [O H-] = 1,0 x 10-9 mol dm-3

Relativa ment e às amostras X e Y pode conclu ir-se que


(A) a amostra X tem a co ncentração de 1,0 x 10-s mol dm-3 em iões oxónio, H3 O+(aq).
(B) a amostra Y tem um pH = 9.
(C) a amostra Y é mais alcalina.
(D) a concentração em ião hidróxido, OH- (aq), na amostra Y é menor do que na
amostra X.

~ (D). pHamostraX = 6,0 ⇒ -log IH3O+1 = 6,0 ⇒ [H3O+lamostraX = 1,0 X 10-G mol dm- 3
ou [H3Q+ ]amostra X= 10-pH = 10-6 mol dm-3.
K 1 o X 10-14
Kw = IH3O+1. IOH-1. ⇒ IH3O+1 = 10~-1 = ~,o X 10-9 = 1,0 X 10-s ⇒ pHamostraY
= -log IHp+I = 5.
A amostra Y (pH = 5) tem menor pH do que a amostra X (pH = 6), logo, maior
acidez.
K 1 o X 10-14
[oH-Jamostra X= I_H O+
w_ = ' = 1 o x 10-s mol dm-3 ⇒ [OH-J < [OH-J
I 10-6 ' amostra Y amostra X
3

Efeito da temperatura na autoionização da água

A reação de autoionização da água é endotérmica:

Com base no Princípio de Le Châtelier, pode prever-se que um aumento da temperatura do


sistema em equi líbrio provoca um a evolução do sistema no sentido da reação endotérmica.
Assim , um aumento da temperatura do sistema conduz à formação de produtos, ou seja,
aumentam simultaneamente as concentrações de H3 O+e de OH- e, consequentemente, dimi-
nui o pH. No entanto, qualquer que seja a temperatura, para a água pura verifica-se sempre
[Hp+] = [O H-].

l+i%H-it4H®+M
4. Na água no estado líquido, algumas moléculas de
água, H 2 O, reagem entre si, originando iões H 3 O+
e iões OH-:
Temperatura / ºC

10

25
60
-2 ,9

1,0

9,6
X

X
10-lS

10-14

10-14

Considere os va lores do produto iónico da ág ua da tabela, para diferentes temperatu-


ras. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.

280
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aq uosos

(A) Para a água pura, [Hp+J = [OH-] a qualquer temperatura.


(B) Os valores do pH não são influenciados pelo aumento da temperatura.
(C) A autoionização da água é um processo endotérmico.
(D) A rea ção de autoionização a 10 ºC é mais extensa do que a 60 ºC.
(E) O pH da água pura a 25 ºC é 7.
(F) A elevação da temperatura provoca um aumento do pH da água pura.
(G) A concentração de OH- (aq) na água pura a 60 ºC é menor do que a 10 ºC.
(H) O pH da água pura a 10 ºC é maior do que 7.

(j 4. Verdadeiras: (A), (C), (E) e (H). Falsas: (8), (D), (F) e (G).
A água pura é constituída por moléculas de água e uma pequeníssima quan-
tidade de iões Hp+ e OH-, em que [Hp+] = [OH-], sendo pH = 7 a 25 ºC. Dos
valores tabelados, conclui-se que a reação de autoionização da água é endo-
térmica, pois a extensão da reação aumenta (aumento de KJ com o aumento
da temperatura. Deste modo, a elevação da temperatura provoca um aumento
da concentração dos iões H3 Q+ (aq) e OH- (aq), o que se traduz numa diminui-
ção do pH.
Cálculo de [OW] a 60 ºC e a 10 ºC:
Água pura ⇒ [Hp+] = [OH-],

Kw =IH 30 +1x IOH-J ⇒ [OH-J 60 ºC = ''I<=


Vl'\.w ~ 'IV9 '6 x 10-14 = 31' x 10-7 mol dm-3

[ oH-J m~ = ''I<=
V~w ,/2
V, 9 X 10-15 = 5 ,4 X 10-s mol dm-3
A concentração de OH- na água pura a 60 ºC é maior do que a 10 ºC.
Cálculo do pH a 10 ºC:
Água pura ⇒ [Hp+J =[OH-J = 5,4 x 10-s mol dm-3 ⇒ pH =-log lHp+l =7,3.

2.1.4 Ácidos e bases em solução aquosa

Ionização de ácidos e bases em água

Ionização de ácidos em água Quebra de ligações na


molécula de HCe devido
Ionização significa formação de iões. Molécula
a interação com as
moléculas de água
Os áci dos são geralmente compostos de HCe

moleculares, cujas unidades estrutu- Ião Hp+


rais são molécu las. Quando dissolvi-
dos em água, ocorre uma reação de
gasoso
ionização, uma vez que há formação
de iões.

Quando se dissolve cloreto de hidro-


lãoCe--
génio, HCt', em água, ocorre uma rea- (hidratad o)

ção de ionização {Fig. 2.7 ), produzindo- Fig. 2.7 Ionização de Hc€ em solução aquosa.
se os iões oxón io e cloreto.

HCt' (aq) + Hp (t') ➔ Hp+ (aq) + ce- (aq)

281
QUÍMICA 11.0 Ano

Ionização ou dissociação de bases em água

Bases que são compostos moleculares reagem com a água ionizando-se, como, por exemplo,
na ionização do amoníaco:

Algumas bases são compostos iónicos. Quando estas entram em contacto com a água, os
iões que já existem no composto separam-se: ocorre uma dissociação. As ligações existentes
entre os iões do sólido, que formavam a rede cristalina, quebram-se e os iões separados são
solvatados (hidrat ados) pelas molécu las do solvente (água), co mo, por exemplo, na dissocia-
ção do hidróxido de sódio (Fig. 2.8):

H O
NaOH (s) ~ Na• (aq) + OH- (aq)

Cristal de NaOH (s)


(composto iónico)

Moléculas
Ião Na• de H,0
Ião Na•
rodeado por moléculas
de água (hidratado)

Ião OH- - - - - - '-----::


Desagregação
rodeado por moléculas da estrutura
de água (hidratado) iónica cristalina

Fig. 2.8 Dissoc iação d o hidróxid o de sódio em ág ua.

Pares conjugados ácido-base

A base conjugada de um ácido de Br0nsted-Lowry é a espécie que se forma quando um ião


hidrogénio, H•, é retirado ao ácido. Reciprocamente, um ácido conjugado é a espécie que se
forma a partir da adição de um ião W a uma base de Br0nsted-Lowry.

Exemplo: ionizaçã o do ácido acético, CH3 COOH, em água.

Dador de H+ Recetor de H+ Novo ácido Nova base


(ácido) (base) formado formada
---'
CH3 COOH (aq) + ~ + CH3COO- (aq)

Base 2 ..._______,,..
Ácido 1 Base1
Diferença de um ião W

Nesta represent ação, os números 1 e 2 designam os dois pares conjugados ácido-base, ou


seja, um ácido e uma base que diferem apenas num ião H•, que, neste caso, se represent am
por CH3 COOH/CH 3 COO- e H3 0 •/H2 0. Assim, o ião acetato, CH3 COO-, é a base conjugada de
CH3 COOH e o ião Hp• é o ácido conjugado de H2 0.

282
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Na ionização do amoníaco em água

Base 1 Ácido 2 Ácido 1 Base 2

os dois pares conjugados são: NH; /NH3 e Hp !OH-.

5. Alguns dos processos mais important es nos sistemas químicos e biológicos são reações
ácido-base em solução aquosa. As equações seguintes tradu zem alguns exemplos.
(A) H 2 CO 3 (a q) + Hp (€) ~ (aq) + (aq)
(8) NH3 (aq) + Hp (€) ~ (aq) + (aq)
(C) HCO; (a q) + Hp (€) ~ (aq) + (aq)
(D) F- (aq) + H2 O (f ) ~ (aq) + (aq)

5.1 Complete as eq uações anteriores prevendo os produtos formados.

5.2 Segundo Br0nst ed-Lowry, o que são reações ácido-base?


5.3 Indique os pares co njugados ácido-base para cada reação.

Q 5.1 (A) HCO; e Hp+ (C) co; - e Hp+


(8) NH; e OH- (D) HF e OH-

5.2 Reações ácido-base, segundo Bn,msted-Lowry, são reações em que há trans-


ferência de iões hidrogénio (H') de uma espécie que se comporta como ácido
(espécie dadora) para outra que se comporta como base (espécie recetora).

5.3 (A) H2 CO/ HCO; e Hp+;Hp (C) HCO;tco; - e Hp+;Hp


(B) NH;/NH 3 e H2 O/OH- (D) HF/F- e Hp!OH-

2.1.5 Constantes de acidez

A lei do equilíbrio químico aplica -se às reações entre um ácido, ou uma base, e a água. Em
soluções diluídas, a água, por ser o solvente, não é considerada pa ra o cálculo da constant e
de equilíb rio.

Reação de ionização do ácido acético:

K. é a constante de equilíbrio e designa-se por constante de ionização do ácido, ou cons-


tante de acidez.

Reação de ionização do amoníaco (base):

K = INH; le IOHt
b INH31e
Kb é a constante de equilíbrio e designa-se por constante de ionização da base, ou constante
de basicidade.

283
QUÍMICA 11.0 Ano

M+i%1·i·it4Hli·I
6 . Com o objetivo de determinar a constante de acidez do ácido acético, CH 3 COOH (aq),
a uma dada temperatura , um grupo de alunos preparou três soluções, X, Y e Z, com
conce ntrações diferentes e mediu o respetivo pH. Na tabela estão registados os
va lores obtidos.

X 0,50 2,54
y 0 ,10 2,88
z 0,050 3,03

6 .1 Determine o va lor da constante de acidez, K•. do ácido em estudo para cada uma
das soluções e compare-o com o valor tabelado, 1,75 x 10-s, nas condições em
que foi realizada a atividade.

6.2 O que pode concluir-se acerca da influência da concentração do ácido acético


na respetiva co nstante de acidez?

6.3 Um outro grupo de alunos registou para cada uma das sol uções valores de pH
superiores aos previstos teorica mente, o que implica um va lor _ _ __ para
a quantidade de ácido ionizado, em relação ao va lor teórico, determinando um
erro por _ _ _ _ no va lor experimental da constante de acid ez.

(A) inferior ... excesso (C) superior ... excesso


(B) inferior ... defeito (D) superior ... defeito

& 6.1 A reação de ionização do ácido acético pode ser traduzida por:
CH3COOH (aq) + Hp (.f) ~ Hp· (aq) + CH3coo- (aq)
Atendendo à estequiometria da reação, 1 mol de H3O• é estequiometricamente
equivalente a 1 mol de CH 3 COO-, pelo que [CH 3 COO-J. = [H 3 O•J. =
=10-2-54 mol dm- 3 =0,002884 mol dm- 3 ; [CH 3 COOH]. =
= [CH 3 COOH]inicial - [CH 3 COOH]que reagiu = 0,50 - 0,002884 = 0,50 mol dm-3
Atendendo a que a reação de ionização é pouco extensa e ao valor da concen-
tração inicial, pode considerar-se [CH3 COOH]. = [CH 3COOH]iniciai
(IH 3 0 ·1)2
Cálculo da constante de equilíbrio: K = IH 30 ·1• x 1cH 3 coo-1
• = •
ª ICH 3 COOH l0 ICH 3 COOH l0

(IH 3 0 · 1)2 (0,002884) 2


Solução X: K = e = ~ - - - = 17 X 10- 5
ª ICH 3 CQOHl 0 0 ,50 '

(1H 3 o •I )2 (10-2.88)2
Solução Y: K = e =- - - =17 X 10-5
ª ICH 3 CQOH l0 0,10 '

284
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

1H o+I )2 (1Q-3,o3)2
Solução Z: K = ( 3 e =~ - - = 17 X 10-s
ª JCH 3COOHJ. 0,050 '

Os valores obtidos para a constante de acidez do ácido acético são próximos


do valor tabelado, K. (CH 3COOH) = 1,75 x 10-s.

6 .2 Os valores obtidos para a constante de acidez permitem concluir que, para a mes-
ma temperatura, o valor da constante de equilíbrio não depende da concentração
inicial do ácido.

6.3 (8). Valores de pH superiores implicam concentrações de Hp+ menores, ou seja,


menores quantidades de ácido ionizado. Consequentemente, valores inferiores
ao tabelado para a constante de acidez.

2.1.6 Força relativa de ácidos e bases

As reações de ionização de ácidos e bases ou de dissociação de bases em solução aquosa


não são igualmente extensas, à mesma temperatura. As designações «forte» e «fraco(a)» são
um indica dor da força de um ácido ou de uma base, ou seja, da capacidade de originarem
iões H3 0 + ou OH-, respetivamente.

Ácidos fortes: ácidos cuja reação de ionização em solução aquosa é muito extensa, ou sej a,
Kª é muito elevada.

A maior parte dos ácidos são ácidos fracos porque em solução aquosa estão parcialmente
ionizados.

A uma dada temperatura, a força do ácido pode ser medida pelo valor de K•. ou sej a, quant o
maior é o va lor de Kª, mais forte é o ácido e, nas mesmas condições, mais ext ensa é a sua
ionização e, consequentemente, maior é, para uma dada concentração do ácido, a concen-
tração de iões Hp + no equilíbrio.

HCC (aq) + Hp (€) ~ HP ' (aq) + ce- (aq) Muit o grande

HN03 (aq) + Hp (€) ~ H3 Q+(aq) + NO; (aq) Muito grande

H2 SO4 (aq) + Hp (€) ~ Hp • (aq) + HSO; (aq) Muito grande

Nota: para reações m uito ext ensas u sa-se, ge ralmente , ➔ em v e z de - ·

Reação K. (a 25 ºC)
HF (aq) + Hp (€) ~ HP ' (aq) + F- (aq) 7,1 X 10-4

HN0 2 (aq) + H20 (€) ~ H30 ' (aq) + NO; (aq) 4,5 X 1Q-4

CH3COOH (aq) + Hp (€) ~ HP ' (aq) + CH3coo- (aq) 1,8 X 10-s

285
QUÍMICA 11.0 Ano

Bases fortes: bases que têm uma grande tendência para receber iões hidrogénio, H•.

O ião OH-, por exemplo, resultante da dissociação completa dos hidróxidos de metais alca li-
nos em solução aquosa, como NaOH e KOH, e o ião amideto, NH 2, são bases fortes.

Bases fracas: bases que têm pouca tendência para receber iões hidrogénio, H•. O amoníaco,
NH 3 , e o ião acet ato, CH3 Coo-, são exemplos de bases fracas.

A uma dada temperatura , a força da base pode ser medida pelo valor de Kb: quanto maior for
o va lor de Kb, mais forte é a base e mais extensa é a reação com a água; consequentemente,
para uma dada concent ração da base, é maior a concentração de iões O H- no equilíbrio.

A força de um ácido e a força da respetiva base conjugada estão re lacionadas.

Exemplo: HCN/ CN- (ácido c ianídrico/ião cianeto)

[CNt [HP t
Ka = [HCN[e

[HCN[ [OH-[
CN- (aq) + Hp (f ) ~ HCN (aq) + OH- (aq) K = e e
b [CN-[ e

Multiplicando Kª por Kb tem-se:

Ka Kb =[H3 o +[e [OH-[e =Kw

7. O aumento da acidez da água da chuva ocorre principalmente devido ao aumento


da concentração dos óxidos de enxofre e nitrogénio na atmosfera. Em contacto com
a água, estes form am os ácidos sulfuroso (H2 SO 3) e nitroso (HNO2 ), respetivamente.
As const antes de equilíbrio, a 25 ºC, são:

H 2 SO 3 + (aq) + Hp (f ) ~ Hp+ (aq) + HSO; (aq) K = 17 X 10- 2


ª1 '

HNO 2 (aq) + Hp (f ) ~ Hp + (aq) + NO 2(aq) K = 51 X 10- 4


ª2 '

7.1 Classifique como verdadeira (V) ou fa lsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) A ionização do ácido su lfuroso é mais extensa do que a do ácido nitroso.
(B) HNO 2 e H 2 SO 3 são dois ácid os igualmente fracos.
(C) Para soluções com igua l concentração inicial, o ácido su lfuroso apresenta me-
nor valor de pH.
(D) O ácido sulfuroso é o que apresenta a base conjugada mais forte.
(E) O valor da constante de basicidade da base conjugada do ácido nitroso
é 1,96 X 103 •

286
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

i.Pi%1·i·ifü+iffi+M
7.2 Entre as concentrações de Hp + em solu ção, provenientes da ioniza çã o de cada
um dos ácidos, verifica-se a relação

(A) IHP +le1 H O +I


Ka2 X IH 2SO3Ie x INO 2le (C) I 3 e1
IHP+l.2 K., X IHNO2I. X IHSO; I. IH3O+I• 2

7.3 Uma solução aquosa de ácido sulfuroso tem pH igual a 1,47, a 25 ºC. Calcule a
concentração dessa soluçã o em ácido sulfuroso.

~ 7.1 Verdadeiras: (A) e (C). Falsas: (8), (D) e (E).


O valor de K 0 para o ácido sulfuroso é mais elevado, a ionização do ácido é
mais extensa e, consequentemente, a concentração de iões H 3O+ no equilíbrio
é maior. Logo, este ácido é mais forte.
Para valores iguais de concentração inicial dos ácidos, terá menor valor de pH
aquele em que, no equil íbrio, a concentração de H 3O+ seja maior, daí que o
ácido sulfuroso apresente menor valor de pH.
Atendendo aos valores de K 0 , o ácido nitroso é mais fraco do que o ácido sul-
furoso. Assim, a respetiva base conjugada será mais forte do que a base con-
jugada do ácido sulfuroso.
Par conjugado ácido-base: HNO/NO2 Ka x Kb = IH 3 0 +1e x loH-I e = Kw

K - ~ - 1,0 X 10-14 = 1 96 X 10-11


b K. 5,1 x 10-4 '

7.2 (8).

IH3O+I.1 K.1 IH2SO3I. INO;I. K IH 0 +1 Kb2 IH 2 SO 3l0 IN0;I.


Como K = ___:!!_ ⇒ 3 01
X X X X

IHP'l.2 Kª2 x IHNO 2 Ie x IHso3-Ie • Kb IH 3 0 +1e K,b1 x IHNO 2eI x IHso-I


3e
2

7.3 Cálculo da concentração de H 3O+ na solução:


[H 3O+] = 10-pH = 10-1.47 = 0,0339 mol dm- 3
Cálculo da concentração de H 2SO3 (aq) presente na solução:
[H 3O+] = [HSO3] = 0,0339 mol dm-3 de acordo com a estequiometria da reação
IH 0 +1 x IHso-I IH 0 +1 x IHso-I o 0339 2
K. = 3 IHeSO 1 3 e ⇒ IH 2SO3le = 3 eK 3 e = 1; X 10-2 = 0 ,0676 ⇒
2 3e a '

⇒ [H 2SO 3]. = 0,0676 mol dm·3

Em 1 dm 3 de solução existem 0,0676 mol de H 2SO3 e 0,0339 molde HSO; em


equilíbrio, logo, a concentração inicial em ácido sulfuroso é
(0,0676 + 0,0339) mol
[H2SO3lnicial = 1 dm3 = 0 ,10 mol dm-3

287
QUÍMICA 11.0 Ano

8 . A metilamina, CH 3 NH 2 , é a substância responsável pelo cheiro característico do pei-


xe estragado. Em solução a metilamina aquosa apresenta caráter básico, que se
pode traduzir pela seguinte equação química:

8.1 Numa solução aquosa de conce ntraçã o 0 ,26 mol dm-3 de metilamina, esta en-
contra-se 4,0% ionizada, a 25 ºC. Calcule:
a) o pH da solução; b) a constante de basicidade.

8.2 Explique porque é que para diminuir o cheiro desagradável que fica nas mãos
após o manuseio do peixe, é comum a utilização de limão.
Apresente num texto a explicação solicitada.

& 8.1 a) Cálculo da concentração de OH- (aq) na solução:

0/ (d CH NH · · d ) 4,0
- - -_ n CH3NH2ionizada -_ [CH3NH2] ionizada -_
4 0 10 e 3 2 ioniza a ⇒
' 100 nCH3NH2inicial [CH3NH2l inicial
[CH NH] .
3 2 ,omzada ⇒ [CH NH ] . .
0 ,26 3 2 Iomzada
= o'0104 mol dm-3
De acordo com a estequiometria da reação: [OH- J = [CH 3NH)ionizada = 0,0104 mol dm-3

K 10-14
IH 3 o •I = _ w_ = -- = 9 62 x 10-13 ⇒ pH = -log IH3 o •I = 12
IOH-I 0 ,0104 '
. . ICH 3NH; le X IOHt 0,0104 X 0,0104
b) Constante de bas1c1dade: Kb = ICH NH le =
0 , 26 _ 0 ,0104 = 4 ,3 x 10-4
3 2

8 .2 A acidez do limão contribui para a diminuição da concentração dos iões


OH- (aq). De acordo com o Princípio de Le Châtelier, é favorecida a reação
direta , pelo que a concentração de metilamina diminui. Assim, a diminuição
da concentração de metilamina implica a redução do cheiro desagradável.

2.1. 7 Titulação ácido-base (AL 2.2)

Neutralização

Uma reação de neutralização é aquela que ocorre entre um ácido e uma base. As reações
de neutralização produzem um sal (co mposto iónico) e água.

Por exemplo, quando se mistura uma solução de HCC com uma solução de NaOH ocorre a
formação do sa l cloreto de sódio, NaCe (aq), e de água segundo a reação:

HCe (aq) + NaOH (a q) ➔ Nace (aq) + H2 0 (€)

Mas em solução aquosa, o HCC (ácido forte) está totalmente ionizado e o NaOH está total-
mente dissociado (base forte OH} Assim, pode reescrever-se a equação:

288
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Hp+ (aq) + ce- (aq) + Na+ (aq) + OH- (aq) Na+ (aq) + ce- (aq) + 2 Hp (t')
+ +
+

+
+
+
+
+
Na+ ce-
+ +

/
ce-

l+iiil·i·ihHli·I
9. Apó s a ingestão de alimentos calóricos, o organismo vê-se obrigado a produzir maior
quantidade de ácido clorídrico, HCt', presente no estômago para auxiliar a digestão.
Então, ocorre um aumento de acidez no estômago, a designada azia

9.1 É vulgar, nessas situaçõ es, tomarem-se medicamentos que se designam generi-
camente por antiácidos. Qual é a fun ção desse tipo de medicame ntos?

9.2 Um antiácido muito utiliza do no tratamento da azia tem com o princípio ativo o
hidróxido de alumínio, At'(OH) 3. A reação de neutralizaçã o da acid ez do estôma-
go pode ser traduzida por:

A t'(OH)3 (s) + 3 HCt' (aq) ➔ A ec e3 (aq) + 3 Hp (t')

a) Determine a quantidad e máxima de ácido que pode ser neutralizado quando


se toma um comprimido com 240 mg de hidróxido de alumínio.

b) Outro antiácido muito utilizado é uma suspensão de hidróxido de magnésio,


Mg (OH) 2 , conhecido por leite de magn és ia. Concl ua, justificando com base
nas reações química s envolvidas, qu al dos antiácidos é mais eficaz no trata-
me nto da azia .

Q 9.1 O antiácido é uma base que tem a função de neutralizar o ácido em excesso
produzido no estômago.
9.2 a) Cálculo da quantidade de A t'(OHt
m 240 X 10- 3 g
3=-
n = A e (OHJ - - - - = O 003077 mol
Af(OHlJ M 78 01 g mol-1 '
Af (OH)3 '

Cálculo da quantidade de ácido neutralizado:


1 mol de At'(OH)3 é estequiometricamente equivalente a 3 mol de HCt'
3 mol HCt'
nHce = (0,003077 mol At'(OH) 3) x - - - - - = 0 ,00923 mol
1 mol At'(OH)3

b) At'(OH)3 (s) + 3 HCt' (aq) ➔ At'Ct'3 (aq) + 3 Hp (t')


Mg(OH)2 (aq) + 2 HCC (aq) ➔ MgCt'2 (aq) + 2 Hp (€)
O hidróxido de alumínio é mais eficaz, pois uma mole de hidróxido de
alumínio neutraliza três moles de ácido clorídrico, enquanto uma mole de
hidróxido de magnésio neutraliza duas moles de ácido.

289
QUÍMICA 11.0 Ano

Ponto de equivalência

A volumetria de ácido-base, ou titulação, como t ambém é conhecida, é uma técnica que ge-
ralment e se utiliza em estudos quantitativos de reações de neutralização ácido-base (Fig. 2.9).

Bureta

Titulante
- a sua concentração é conhecida;
- mede-se o seu volume no final -------------- · Pinça
da titulação (no ponto final). ~
<------- para buretas

A torneira regula a adição


d e titulante até se atingir o Suporte
ponto final (mudança de cor). ~ universal

Titulado
- o seu volume é conhecido;
- adiciona-se-lhe indicador; ~ Erlenmeyer
- calcula-se a sua concentração
no final da titulação.

Fig. 2.9 Montagem para uma titulação ácido-base.

Numa titulação, a adição gradua l do t itu lante é fe ita até ao ponto em que a reação química
ent re as duas soluções seja completa, ou seja, em que o ácido e a base fo ram adicionados na
proporção estequiométrica. No momento em que isto se verifica atinge-se o ponto de equiva-
lência, ou seja, o ponto em que não há excesso nem de ácido nem de base em solução. Nes-
se momento, tem-se uma sol ução aquosa do sal que se formou na reação de neut ralização.

Curva de titulação é o gráfico que represe nta a variação do valo r de pH da so lução resu ltante
da titulação (titulado) em fu nção do volume de t itu lante adicionado. O ponto de inflexão da
curva de t itu lação corresponde ao ponto de equivalência.

l+i%i·i·l1++ili·I
10. Um grupo de alunos, que est ava a traba lhar p 14,00
no laboratório, deparou-se com um frasco U)

~ 12,00
que apenas indicava cont er uma solução I
a. 10,00
aquosa de hidróxido de bário, Ba(OH)2 (aq).
8,00
Para determinar a concentração, decidiram
6,00
realizar uma titulação. Para tal, mediram
3,00
20,0 cm 3 da referida solução. Em seguida,
2,00
adicionaram, gota a gota, uma solução
aquosa de ácido clo rídrico, HCl', de concen- 0,00 ~ - - - - - - - - - - -

3
5º 10 15 20 25 30 V/cm3
t ração 0,050 mo! dm- .

A figura representa a curva de titulação obtida.

10.1 Esc reva a equa ção química que traduz a reação entre a solução de hidróxido
de bário e a solução de ácido clorídrico.

290
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

10.2 Calcule:
a) a concentração da solução de hidróxido de bário;
b) o pH da solução de hidróxido de bário.

10.3 De acordo com a curva de titulação obtida, à solução inicial de Ba(OH) 2 foi adi-
cionado um volume total de 30,0 cm 3 de solução de HCe, pelo que o vol ume
total da solução resultante é 50,0 cm 3 .
Determine o pH da solução resultante.

~ 10.1 Ba(OH)2 (aq) + 2 HCe (aq) ➔ Bace2 (aq) + 2 H 2 O (C)

10.2 a) Cálculo da quantidade de HCC (aq) adicionado até ao ponto de equivalência:


n
e = - ⇒ n = O 050 mol dm- 3 x O 020 dm 3 = 1 00 x 10-3 mol
V ' ' '
Cálculo da quantidade de Ba(OH) 2 (aq) que reagiu:
1 mol de Ba(OH) 2 é estequiometricamente equivalente a 2 mol de HCC
1 mol Ba(OH)2
n = (1 00 x 10-3 mol HCC) x = 5 00 x 10-4 mol
Ba(OH)2 ' 2 mol HCC '
Cálculo da concentração de Ba(OH) 2 (aq) inicial:
n 5,00 x 10-4 mol
e = - = - - - - - - = 2 5 x 10-2 mol dm-3
V 0,020 dm3 '

b) O hidróxido de bário está totalmente dissociado em solução aquosa , de


acordo com a equação química:
Ba(OH) 2 (aq) ➔ Ba2• (aq) + 2 OH- (aq)
Cálculo da quantidade de oH- (aq):
1 mol de Ba(OH) 2 é estequiometricamente equivalente a 2 mol de OH-
2 mol OH-
n _ = (5,00 x 10-4 mol Ba(OH) ) x - --
2 -- = 1,00 x 10-3 mol
oH 1 mol Ba(OH) 2
1,00 x 10-3 mol
[OH-J = - - - - -3 - = 5 00 x 10-2 mol dm-3
0 ,020 dm '

K 10- 14
IH 3 0 · 1= _ w_ = - - -2 = 2 00 X 10-13 ⇒ pH = -log IH 0 ·1 = 12 7
IOH-1 5,00 X 10- , 3 ,

10.3 Cálculo da quantidade de HCC (aq) adicionado:


n
e= - ⇒ n = O 050 mol dm- 3 x O 030 dm 3 = 1 50 x 10- 3 mol
V ' ' '
Cálculo da quantidade de Ba(OH) 2 (aq) que reagiu, com base na relação
estequiométrica:
1 mol Ba(OH)
n Ba(0H)2 = (O ,050 mol dm- 3 x O,020 dm 3) mol HCC x 2 mol HCC 2 =
= 5,00 x 10-4 mol

Cálculo da quantidade de HCC (aq) em excesso na solução resultante:


nH Ct' que não reagiu = nHCf tot al adicionado - n HCt' que reagiu =
= 1,50 x 10-3 - (0,050 mol dm- 3 x 0 ,020 dm 3) = 5,00 x 10-4 mol
Cálculo do pH da solução resultante:
5 00 x 10-4 mol 2 3
[H3O\uenãoreagiul = [HCequenãoreagiul = , 0,050 dm3 = 1,0 X 10- mol dm- ⇒
⇒ pH = -log (1,0 x 10-2) = 2

291
QUÍMICA 11.0 Ano

AL 2.2 Titulação ácido-base

Titula ção de uma so lução de NaOH com uma solução de HCe.


,· ...
Procedimento laboratorial Titulante - - , .
.
1 - Calibrar o medidor de pH.

li - Fazer a montagem esquematizada na figura (Fig. 2.10).

Ili - Medir com uma pipeta volumétrica 15,0 ml de uma solução


de concentração desconhecida para o copo.
IV - Preparar a bureta com a so lução titulante de concentração
0,100 mol dm-3 .
V - Ligar o agitador magnético.
VI - Regista r o va lor de pH d o titulado, antes de adicionar titu-
lante. Medir o va lor de pH após cada adição sucessiva de
Fig. 2.10 Esquema de montagem
0,5 ml de titulante. d a titul ação ácido-base.

i+i%1·1·it4Hli·I
11. A figura representa o gráfico de dispersão dos resultados obtidos na atividade des-
crita anteriormente, realizada a 25 ºC.

(votum, pà)

9
• • • • • • • • • •
.,. ''
1

·.:
' (14,3; 6,9)
6

3

O 2 4 6 8 10 \2 14 16 1ê 20
volu~

11.1 Escreva a equação química que traduz a reação de neutralização.


11.2 Identifique o titulante e o titulado.
11.3 A segunda figura apresenta o método gráfico que foi utilizado para determina-
ção do vo lume de t itulante adicio nado no ponto de equivalência. Com base na
informação apresentada, determine a concentração do titulado.

& 11.1 NaOH (aq) + HCe (aq) ~ Nace (aq) + H2 0 (f )


11.2 O titulante é a solu ção de ácido clorídrico, HCe, e o titulado é a solução de
hidróxido de sódio, NaOH.
11.3 Cálculo da quantidade de HCf usada na titulação:
Vtitulante no p . e. = Vsolução HCt = 14 ' 3 ml cHce = 0 ,100 mol dm-3
n
e HC ( = ---.!::!ª-- ⇒ n = O 100 mol dm-3 x 14 3 x 10- 3 dm 3 = 1 430 x 10-3 mol
V HC ( ' ' '
solução

292
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Cálculo da concentração de NaOH (aq):


Com base na equação química estabelece-se a relação estequiométrica:
1 mol de HCC é estequiometricamente equivalente a 1 mol de NaOH.
Logo, 1,430 x 10- 3 mol de HCC neutralizaram 1,430 x 10- 3 mol de NaOH.

n 1 430 x 10- 3 mol


e = NaOH = ' = 9 53 X 10-2 mol dm-3
NaOH V 15,0 X 10-3 dm3 '

2.1.8 Acidez e basicidade em soluções aquosas de sais

Quando se mistura uma solução ácida com uma solução básica ocorre uma reação de neu-
tralização. O termo «neutralização» significa que as quantidades de ácido e de base são es-
tequiometricamente equiva lentes, mas tal não significa que a solução resultante (sal + água)
seja neutra. Exemp los:

• Solução aquosa de NH 4 C€, resultante da reação de neutralização entre HC€ (aq)


e NH 3 (aq):
NH 4Ct' (aq) ➔ NH; (aq) + ce- (aq)
A 25 ºC, esta solução é ácida, pH < 7 (Fig. 2.11 A).

• Solução aquosa de NaCt', resultante da reação de neutralização entre HCt' (aq)


e NaOH (aq):
NaCt' (aq) ➔ Na• (aq) + ce- (aq)
A 25 ºC, esta solução é neutra, pH = 7 (Fig. 2.11 B).

A ...............,..,....... B ... C> • 14


ptfO • U
Un,w,Nlmcue.tto,
,u\• '
' - -!

•••
tJ ll 1<4

•••••
.1 4 .. •

•••••••• •••
••••••••
•••••••• 1
Fig. 2.11 Tira s de ind icador universal com pH = 4 (A) e pH = 7 (B).
•••••
••
O caráter das soluções de sais é interpretado com base nos va lores das constantes de acidez
ou basicidade dos iões do sal em solução, ou seja, na extensão da reação desses iões com
a água (reação de hidrólise). A extensão das reações dos iões do sal com a água, com a con-
sequente formação de iões OH- ou H 3 0+, determina o caráter ácido ou básico das soluções
aquosas de sais.

293
QUÍMICA 11.0 Ano

Em síntese:
• os catiões dos metais alcalinos (exceto o lítio) e alcalinoterrosos (exceto o berílio) não
sofrem hidrólise;
• qualquer catião cuja base conjugada é fraca sofre hidrólise, originando iões H3 0';
• qualquer anião cujo ácido conjugado é forte não sofre hidrólise;
• qualquer anião cujo ácido conjugado é fraco sofre hidrólise, originando iões OH-.

l+iiil·i·itiHll·I
12. Soluções ácidas, básicas ou neutras podem ser obtidas pela dissolução de sais em
água.

Substância Fórmula Constante de equilíbrio a 25 ºC

Ácido metanoico HCOOH K. = 1,7 X 10-4

Ácido carbónico K =42 X 10-1 . K = 4 8 1


X 10-11
ª1 • ' ª2

Meti lamina Kb = 4,4 x 10-4

Com base na informação apresentada na tabela anterior, pode concluir-se que, a 25 ºC


(A) as soluções de metanoato de sódio, carbonato de sódio e clo reto de metilamó-
nio apresentam pH inferior a sete.
(8) a solução de cloreto de metilamónio apresenta pH superior a 7.
(C) as soluções de metanoato de sódio e carbo nato de sódio são ácidas, embora os
aniões sejam bases conjugadas de ácidos fracos.
(D) a solução de hidrogenocarbonato de sódio é básica.

& (D). O metanoato de sódio em solução aquosa dissocia-se completamente em


Na+ e HCoo-. Os iões sódio (catião de um metal alcalino) não reagem com a
água, enquanto os iões metanoato, cuja constante de basicidade Kb = Kj K. =
= 5 ,9 x 10-11 é superior a Kw, reagem com a água, de acordo com a equação química:
Hcoo- (aq) + Hp (C) ~ HCOOH (aq) + OH- (aq)
Os iões OH- formados são os responsáveis pelo caráter básico da solução de
metanoato de sódio.
O carbonato de sódio em solução comporta-se de forma semelhante ao meta-
noato de sódio. Os iões carbonato, CO 32- (Kb = K /K = 2,1 x 10-4) , reagem com a
w ª2
água, de acordo com a equação química:
co;- (aq) + Hp (C) ~ HCO; (aq) + OH- (aq), pelo que a solução deste sal é básica.
O cloreto de metilamónio em solução aquosa dissocia-se completamente em
CH 3 NH; e ce-. Os iões cloreto, base conjugada de um ácido forte (HCC), não
sofrem hidrólise, enquanto os iões metilamónio, cuja constante de acidez (K. = 2,27 x
x 10-11) é superior a Kw, reagem com a água, de acordo com a equação química:
CH 3 NH; (aq) + H2 O (C) ~ CH 3 NH 2 (aq) + Hp+ (aq)

Os iões H 3 O+ formados são os responsáveis pelo caráter ligeiramente ácido da


solução de cloreto de metilamónio.

294
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Q O hidrogenocarbonato de sódio em solução aquosa dissocia-se completamente


em Na• e HCO3. Os iões sódio não sofrem hidrólise, enquanto os iões hidroge-
nocarbonato, sendo anfotéricos, podem reagir com a água, de acordo com as
equações químicas:
HCO3 (aq) + H 2 O (f ) ~ co;- (aq) + Hp• (aq) K =48
•2 '
X 10-11
K 1 o X 10-14
HCO3 (aq) + Hp (f ) ~ H2 CO 3 (aq) + OH- (aq) K = ____:!!_ = ' =
b K 4 2 X 10-1
•1 '
= 2,4 X 10-s
A reação em que o ião hidrogenocarbonato se comporta como base é mais
extensa, pelo que a quantidade de iões OH- formados é superior à de H 3 O+,
sendo responsáveis pelo caráter básico da solução de hidrogenocarbonato.

2.1. 9 Aspetos ambientais das reações ácido-base

O aumento da acidez da chuva tem provocado, ao longo dos anos, a deterioração de cons-
truções de ca lcá rio e de mármore, a corrosão de objetos metálicos e também o aumento da
acidez dos cursos de água e de lagos. Este problema ambiental, caracterizado pela diminui-
ção do pH da água da chuva , é designado por «chuva ácida».

Acidez da água da chuva


Toda a chuva é naturalmente ácida, pois o dióxido de carbono existente na atmosfera reage
com a água da chuva, acidificando-a. A solução resultante, chuva normal, tem um pH próximo
de 5,6. Abaixo apresentam-se as equações químicas da acidificação da água da chuva pelo
dióxido de carbono.
co 2
(g) + Hp (.f) ~ H 2 C0 3 (aq)

H2 C03 (aq) + Hp (.f) ~ HC0 3 (aq) + Hp• (q)

Poluentes atmosféricos e chuva ácida


A chuva ácida é mais ácida do que a chuva normal. A chuva ácida (chuva com pH < 5,6)
é produzida quando os gases emitidos por determinadas fontes entram na atmosfera. É o
caso do dióxido de enxofre, S0 2 , produzido, fundamentalmente, pela queima de combustíveis
fósseis utilizados na indústria e em centra is termoelétricas, e dos óxidos de nitrogénio, NOx
(NO + N0 2), produzidos sobretudo pelos veícu los motorizados (Fig. 2.12).

% % % %
70 70 70 70
60% 60%
60 60 60 60
50 50 50 50
40 40 40 40
30 25% 30 30 30
20
10
o .L
15% 20
10
o
20
10
o
20
10
o .---.
10%1 0%

se ~ •
Indústria Veículos Centrais elétricas Outros

Fig . 2 .12 Fontes antropogénicas de óxidos de enxofre e de nitrogénio: valores t ípicos em países desenvolvidos.

295
QUÍMICA 11.0 Ano

O dióxido de enxofre, S0 2 , emitido para a atmosfera transforma-se em trióxido de enxofre, S03 :

Os óxidos de enxofre reagem com a água originando áci-


do sulfuroso, H2 S0 3 , e ácido sulfúrico, H 2 SO 4 :

S02 (g) + Hp (C) ,==>- H 2 S0 3 (aq)


S03 (aq) + Hp (C) ,==>- H 2S0 4 (aq)

Forma-se ácido nitroso, HN0 2 , e ácido nítrico, HN0 3 , nas


nuvens, pela reação de óxidos de nitrogénio com água:

2 NO (g) + 0 2 (g) ,==>- 2 N0 2 (g)


2 N0 2 (g) + H2 0 (C) ,==>- HN0 2 (aq) + HN0 3 (aq)

As chuvas ácidas são as principais responsáveis pelo Fig. 2.13 Monumento afetado pela c huva
áci da.
desgaste de mármores e calcários {Fig. 2 .13).

Estes são constituídos essencialmente por carbonato de cálcio, CaC0 3 , que ao reagir com
os ácidos liberta dióxido de carbono. Assim , a deterioração das construções de mármore e
calcário pode ser explicada pelo efeito da chuva ácida sobre o carbonato de cálcio, o qual se
traduz por:

Como o sulfato de cálcio, CaSO 4 , é moderadamente solúvel em água, o resultado desta rea-
ção é a dissolução do mármore e do calcário.

13. Para avaliar o impacto da precipitação atmosférica num meio urbano e altamente
industrializado, fez-se a recolha de um grande número de amostras de água da
chuva e mediu-se o pH. O valor médio obtido foi de 4,3, a 25 ºC.
13.1 Escreva as equações químicas que traduzem a acidificação da água da chuva
devido à presença de óxidos de nitrogénio, NOx, na atmosfera do referido meio.
13.2 Num meio rural, o valor médio obtido para o pH da água da chuva foi de 5,6,
a 25 ºC.
a) Compare, justificando, a concentração hidrogeniónica na água da chuva do
meio urbano e na água da chuva do meio rural.
b) Explique o facto de o valor obtido de pH para a água da chuva do meio rural
ser inferior a 7,0.
13.3 Um dos processos utilizados para minimizar a quantidade de dióxido de enxo-
fre libertado para a atmosfera consiste na injeção, na câmara de combustão de
uma central termoelétrica, de grandes quantidades de cal viva (CaO), produzin-
do sulfito de cálcio sólido, CaS0 3 .
Escreva a equação química que traduz a deposição do dióxido de enxofre sob
a forma de sulfito de cálcio.

296
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

(j 13.1 NO (g) + 0 2 (g) ~ 2 N02 (g)


2 N0 2 (g} + Hp (C) ~ HN0 2 (aq)+ HN03 (aq)

13.2 a) Cálculo da concentração hidrogeniónica:


pH = 4,3 ⇒ [H 30 +] = 10-pH= 10-4.3 = 5,01 x 10- 5 mol dm- 3
pH = 5 ,6 ⇒ [H 30 +] = 10-pH= 10-s,G= 2,51 x 10-6 mol dm-3
Relação entre as concentrações hidrogeniónicas dos dois meios:
[H30 +lmeiourbano 5 ,01 X 10-s mol dm-3 = 20
[H30 +]meio rural 2,51 X 10-Gmol dm- 3
A acidez da água da chuva do meio urbano é cerca de 20 vezes superior
à do meio rural.
b) A acidez da água da chuva normal resulta da reação do C02 atmosférico
com a água da chuva , de acordo com a seguinte equação química:
co2 (g) + Hp (C) ~ H2C03 (aq)
O ácido carbónico formado é um ácido fraco, instável, que na presença
da água dá origem a um aumento da concentração dos iões H 30 + (aq),
pelo que o pH da água da chuva diminui:
H 2C03 (aq) + Hp (C) ~ HCO; (aq) + Hp+ (aq)

13.3 50 2 (g) + CaO (s) ~ Ca503 (aq)

2.2 Reações de oxidação-redução


2.2.1 Caracterização das reações de oxidação-redução

Conceitos de oxidação e redução

As reações q uímicas de oxidação-redução e nvolvem a transferência de eletrões entre as


espécies envolvidas.

• Oxidação sig nifica cedência de eletrões, o u seja, uma espécie oxida-se quando cede
eletrões;
• Redução sig nifica ganho de eletrões, ou seja, uma espécie reduz-se quando ganha
eletrões.

Numa reação de oxidação-redução uma espécie cede eletrões e, si multanea me nte, outra
recebe eletrões, sendo o número de eletrões cedidos igual ao número de eletrões recebidos,
de modo q ue a carga e létrica total permaneça constante.

Espécie oxidada e espécie reduzida

Numa reação de ox idação-redução:

• a espécie oxidada é a que sofre oxidação, isto é, cede eletrões;


• a espécie reduzida é a que sof re redução, isto é, recebe eletrões.

297
QUÍMICA 11.0 Ano

Por exemplo, na reação entre o ferro e uma solução


que contém iões cobre (Fig. 2.14):

Fe (s) + CuSO 4 (aq) ~ FeSO 4 (aq) + Cu (s)

Ou, explicitando apenas as espécies que sofreram


alteração:

Fe (s) + Cu 2 • (aq) ~ Fe 2 • (aq) + Cu (s)


Fig. 2 .14 Exemplo de reação de oxidação-red ução:
prego na presença de uma solução de sulfato de
cobre.

A espécie que é oxidada é o ferro, Fe (s), pois sofre oxidação ao ceder eletrões, transformando-
-se no ião Fe2 • (aq), e a espécie que é reduzida é o ião cobre, Cu 2• (aq) , pois sofre redução ao
receber eletrões, transformando-se em cobre, Cu (s).

Oxidante e redutor

Para que uma espécie química seja oxidada (ceda eletrões) tem de coexistir com outra espé-
cie que provoque essa oxidação, a qual se designa por oxidante ao receber eletrões da outra
espécie. Do mesmo modo, para que uma espécie química seja reduzida (ganhe eletrões),
tem de reag ir com outra espécie que provoque essa redução, designando-se por redutor ao
ceder eletrões à outra espécie.

Assim, uma espécie só se comporta como oxidante (recebe eletrões) na presença de um


redutor (cede eletrões) (Fig. 2 .1s).

Fig. 2.15 Barra de zinco mergulhada numa solução aquosa de sulfato de cobre. Deposita-se cobre metálico sobre
a barra de zinco.

A equação química que traduz a reação da Fig. 2.1s é:

Zn (s) + CuSO 4 (aq) ~ ZnSO 4 (aq) + Cu (s)

ou

Zn (s) + cu 2 • (aq) ~ Zn 2• (aq) + Cu (s)

Entre o zinco e os iões cobre ocorre uma reação de oxidação-redução:

• o zinco cede eletrões: espécie oxidada;


• o ião cobre recebe eletrões: espécie reduzida .

A oxidação do zinco ocorre porq ue o ião cobre se reduz: o ião cobre é o agente oxidante
(recebe eletrões). A redução do ião cobre ocorre porque o zinco se oxida: o zinco é o agente
redutor (cede eletrões).

298
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Número de oxidação

O número de oxidação (n.o.) de um elemento numa molécula, ou num composto iónico, é a


carga que o átomo desse elemento teria se, na ligação química que forma, fossem atribuídos
todos os eletrões da ligação ao átomo mais com maior «apetência» para os eletrões (m ais
eletronegativo).

Por exemplo, na molécula de água existem ligações entre cada um dos átomos de hidrogénio
e o átomo de oxigénio. Em cada ligação, dois eletrões são partilhados entre o átomo de oxi-
génio e o átomo de hidrogénio, H:O:H.

Se se cons iderar que os eletrões da ligação são atri buídos unicament e a um dos átomos, e
tendo o oxigénio maior tendência para atrair eletrões do que o hidrogénio, o número de oxi-
dação de cada átomo de hidrogénio será +1, porq ue o eletrão de cada um deles será atribuído
ao oxigénio, assim, o número de oxidação do oxigénio será -2.

Regras básicas para a determinação do número de oxidação:

1. O número de oxidação de um elemento no estado livre (quando não está combinado) ou


quando constituinte de substâncias elementares é zero.

2. A soma dos números de oxidação de todos os átomos que constituem uma espécie quími-
ca é igual à carga elétrica dessa espécie: zero nas espécies moleculares e igual à carga do
ião nas espécies iónicas.

3 . O número de oxidação do hidrogénio quando se encontra combinado é +1 (sa lvo nos hidre-
tos metálicos, em que toma o va lor -1).

4. O número de oxidação do oxigénio quando se encontra combinado é -2 (à exceção dos


peróxidos, em que é igual a - 1, e dos superóxidos, onde é igua l a -0,5). Quando ligado ao
flúor, dado que est e é mais elet ronegativo do que o oxigénio, será o flúor que apresenta
número de oxidação - 1.

Muitos elementos apresent am vários números de oxidação (por exemplo, os metais de t ransi-
ção). Usa-se o termo estado de oxidação para referir a condição de uma espécie que ap resen-
ta um determinado número de ox idação. Assim, Fe 3• é um estado de oxidação do ferro com
número de oxidação +3; ce- é um estado de oxidação do cloro com número de oxida ção - 1.
Com base no conceito de número de oxidação, podem genera lizar-se os conce itos de oxida-
ção e redução:

Oxidação: aumento do número de oxidação.


Redução: diminuição do nú mero de oxidação.

As espéc ies oxidada e reduzida podem ainda definir-se com base no número de oxidação:

• espécie oxidada (ou redutor, porque permite que outra se reduza): espécie que contém
o elemento cujo número de oxidação aumenta;

• espécie reduzida (ou oxidante, porque permite que outra se oxide): espécie que contém
o elemento cujo número de oxidação diminui.

299
QUÍMICA 11.0 Ano

14. Aproximadamente 78% do ar que res-


piramos é composto por nitrogénio, N2 .
Apesar disso, poucos seres vivos têm
capac idade para absorvê-lo na sua forma
molecular. Assim, o nitrogénio integra um Decomposição de
animais e plantas
ciclo natural, esquematizado na figura ao
lado, onde a sua estrutu ra quím ica sofre
transformações em cada uma das et apas.

14.1 Em qual das espécies químicas represent adas no ciclo é que o nitrogénio apre-
senta maior número de oxidação?

14.2 Das etapas assinaladas pelas let ras A, B, C e D, indique as que traduzem a
oxidação do nitrogénio.

~ 14.1 NO;
N 2 ⇒ n.o.(N) = O; NO; ⇒ n.o.(N) + 2 x (-2) = -1 ⇒ n.o.(N) = +3
NH; ⇒ n.o.(N) + 4 x (+1) = +1 ⇒ n.o.(N) = -3; NO; ⇒ n.o.(N) + 3 x (-2) = -1 ⇒
⇒ n.o.(N) = + 5

14.2 Etapas B e C. Nestas duas etapas, o número de oxidação do nitrogénio


aumentou, o que significa que em cada uma delas houve oxidação.

Semirreações de oxidação e de redução

Ao mergulhar um fio de cobre met álico numa solução incolor de


nitrato de prata, AgNO3 (aq), verifica-se que se depositam crist ais
brancos de prata metálica sobre o fio de cob re e que a solução
vai adq uirindo cor azul ca racterística dos iões Cu2 + (aq), Fig. 2.16.

A reação resulta da transferência de eletrões do cob re pa ra os


Fig. 2 .16 Reação entre o fio de
iões Ag+ em solução. A reação q ue ocorre é interpretada como
cobre e a solução de nitrato
sendo res ultante da oco rrência simu ltânea de uma oxidação e de de prata.
uma redução:
Cu (s) - Cu 2 +(aq) + 2 e- semirreação de oxidação
Ag+ (aq) + 1 e- - Ag (s) semirreação de redução

Cada um desses processos designa-se por semirreação. As semirreações mostram, de forma


explícita, os eletrões envolvidos numa reaçã o de oxidação-redução.

A equação que traduz a reação globa l pode ser escrita a partir das duas semirreações, mas
essa equação global t em de esta r de acordo com a lei da conservação da massa e a lei da
conservação da carga, o que implica a igualdade do número de eletrões cedidos na oxida-
ção com o número de eletrões recebidos na redução.

Cu (s) - Cu 2 + (aq) + 2 e- semirreação de oxidação (cedência de 2 eletrões)


2 Ag+ (aq) + 2 e- - 2 Ag (s) semirreação de redução (ganho de 2 eletrões)

Cu (s) + 2 Ag+ (aq) - Cu 2 + (aq) + 2 Ag (s) equação global

300
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

M+hH-it¾Hli·I
15. O iodo, 12 , pode ser obtido a partir da reação entre cloro gasoso e uma solução de
iodeto de sódio, de acordo com a seguinte equação:
Cf2 (g) + 2 Nal (aq) - 2 NaCf (aq) + 12 (s)

15.1 Verifique que a reação é de oxidação-redução, co m base na variação dos


números de oxidação.
15.2 Identifique os agentes redutor e oxidante.
15.3 Identifique as espécies oxidada e reduzida.
15.4 Escreva a equação química que traduz a reação descrita relacionando-a com
as semirreações de oxidação-redução.

& 15.1 A reação é de oxidação-redução porque há variação dos números de oxi-


dação, ou seja, há transferência de eletrões entre as espécies envolvidas.
C f 2 (g) + 2 Nal (aq) - 2 NaCf (aq) + 12 (s)
n.o. O -1 -1 o
1 1 redução
~ - - - - - - - + - - ~ oxidação
t j
Ll n.o. (CC) = (-1 - O)= -1 <O ⇒ redução (diminui o n.o., ganha eletrões)
Ll n.o. (1) = (O -1) = +1 >O ⇒ oxidação (aumenta o n.o., de oxidação,cede eletrões)
A reação é de oxidação-redução, porque há variação dos números de oxi-
dação, ou seja, há transferência de eletrões entre as espécies envolvidas.

15.2 O agente redutor é o ião iodeto, 1-; o agente oxidante é o cloro, ce 2


15.3 A espécie oxidada é o ião iodeto, 1-; a espécie reduzida é o cloro, C-l\.
15.4 O número de oxidação do sódio não varia. Assim, o ião sódio, Na•, é espec-
tador e a equação química pode simplificar-se:
Semirreação de oxidação: 2 1- (aq) - 12 (s) + 2e-
Semirreação de redução: e-e (g) + 2e- -
2
2 ce- (aq)
Equação global: C€2 (g) + 2 1- (aq) - 2 ce- (aq) + 1 (s) 2

2.2.2 Força relativa dos oxidantes e redutores

O caráter oxidante ou redut or de uma espécie química depende da


natureza da espécie com que reage.

Reação ácido-metal

Muitos metais reagem com ácidos originando sais e hidrogénio gasoso.


Por exemplo, o magnésio reage com ácido clorídrico formando-se clo-
reto de magnésio e hidrogénio gasoso, Fig. 2 .11:

Mg (s) + 2 HCf (aq) - MgCf2 (aq) + H2 (g)


Fig. 2.17 Reação do
ou magnésio com ácido
Mg (s) + 2 W (aq) - Mg 2 + (aq) + H2 (g) clorídrico.

O metal é oxidado pelo ácido, formando-se o catião metálico; o ião W do ácido reduz -se para
formar H 2 •

301
QUÍMICA 11.0 Ano

Poder redutor e poder oxidante

Os metais apresentam diferenças quanto à facilidade com que se oxidam. Por exemplo, o
zinco metálico sofre oxidação em soluções aquosas do ião cobre(II), mas se se co locar uma
barra de cobre numa so lução contendo iões zinco não se observa nenhuma reação. Assim,
pode conc luir-se que o zinco cede eletrões (oxida-se) mais facilmente do que o cobre, pelo
que, nas mesmas condições, o zinco apresenta maior poder redutor do que o cobre.

O poder redutor de uma espécie química relaciona-se com a facilidade de ela ceder eletrões
(sofre oxidação) e o poder oxidante com a facilidade com que recebe eletrões (sofre redução).

Série eletroquímica

É possível listar os metais por ordem decrescente de facilidade de oxidação - série eletroquímica:

Semirreação de redução
Li++ e - ~ Li
<V
ero K• + e- ~K
-o
·x Ba 2• + 2e-
o
QJ
~Ba
s-o
:::J
-o Ca 2• + 2e- ~ Ca
o ~
Q.
Na•+ e - ~ Na QJ
o -o
-o o
o Mg 2• + 2e- ~ Mg Q.
ê:
(!)
o
-o
E A f 3+ + 3e- ~Af .8
:::J e:
~ (!)
V) Mn 2•+ 2e- ~ Mn E
o :::J
-~ ~
' íO Zn 2• + 2e- ~ Zn V)
aí "iõ
E Cr3• + 3e- ~Cr aí
V)
(!)
E
Fe 2• + 2e- V)

'ºo
V)
~ Fe o
-o
-o Co 2• + 2e- o
~ Co ,ro
o
,ro
V'
ro
V'
:::J
Ni 2• + 2e- ~ Ni -o
·x
-o o
~ Sn 2• + 2e- ~ Sn (!)
(!) -o
-o (!)
(!) Pb 2• + 2e- ~Pb -o
ro
-o
ro ~
2 H• + 2e- ~
-
~ H2 "ü
"ü ro
2 Cu 2• + 2e- ~ Cu ro
-o
ro
-o .8
.8 Ag• + e- ~ Ag e:
(!)
e:
E
Hg 2• + 2e-
(!)
E ~Hg :::J
:::J <t:
<t:
Pt 2• + 2e- ~ Pt

Au 3 • + 3e- ~ Au

A partir da tabela, é possível prever quais as espécies que reagem espontaneamente com ou-
tras, provocando a sua oxidação ou redução, como, por exemplo, prever qual a possibilidade
de um metal se oxidar na presença do ião H+, origi nando H2 •

Os metais têm, na maior parte dos casos, grandes poderes redutores, uma vez que facilmente
cedem eletrões.

302
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

16. Algumas evidências experimentais mostram que muitos metais são capazes de rea-
gir com os ácidos originando H2 (deslocamento de hidrogénio). Também um metal
num composto pode ser «deslocado» por outro met al no estado não combinado.
Considere que foram testados quatro metais, X, Y, W e Z, que apresentaram as
seguintes propriedades:
• X e Y deslocam o hidrogénio do ácido clorídrico;
• quando se adiciona Y a soluções aquosas de sais contendo os catiões dos outros
metais, formam-se X, W e Z metálicos;
• quando se adiciona Z a uma solução aquosa contendo iões W 2 +, estes são deslo-
cados da solução, ou seja , forma-se W metálico.
Quanto à reatividade dos metais X, Y, Z e W, pode estabelecer-se a re lação:

(A) X < W < Z < Y (8) Y < W < X < Z (C) W < Z < X < Y (D) Y < X < Z < W

& (C) . Apenas X e Y são capazes de reduzir o hidrog énio, deslocando-o do ácido
clorídrico, mas Y consegue reduzir X , W e Z, ou seja, tem maior poder redutor do
que X. Z apenas reduz W.

A corrosão é a oxidação não desejada de um metal. Esta diminui a duração de produtos me-
tálicos, principalmente de ferro e de aço, presentes em edifícios, pontes, navios, etc.

Um dos exemplos mais evidentes é a corrosão do


ferro que, em contacto com o oxigénio húmido, dá Nível ....J!IUl'lll'wr,iJ ~~r:irlr- - Solo (eletrólito)
do chão
origem à ferrugem. Uma forma de prevenir a cor- ' Canalização
r-'-''lfi-tiarl:IH-
de ferro
para água
rosão é a chamada proteção catódica (por ânodo (cátodo)
de sacrifício), que consiste em pôr em contacto ~ ~1-- Fio de cobre
com o ferro um metal fortemente redutor (que se
oxida mais facilmente), como, por exemplo, o mag-
nésio ou o zinco, resguardando assim o ferro da
corrosão (Fig. 2 .1s).
Fig. 2 .18 Proteção catódica de uma canalização
de ferro para água.

17. Um grupo de alunos resolveu testar a capa- Água


cidade que alguns metais têm de reduzir a
Fio de Zn / \ FiodeCu
água. Para isso realizaram uma atividade ex-
enrolado -....... , ,........- enrolado
perimental, representada esquematicamente no prego no prego
na figura ao lado.

Tubo 1 Tubo2
17.1 Num dos tubos o prego de ferro reagiu
com a água. Identifique esse tubo.

303
QUÍMICA 11.0 Ano

17.2 Na experiência realizada pelos alunos, que metal poderia servir para enrolar
fios de Zn ou Cu de forma a permanecer inalterado?

17.3 Escreva as equações globais de oxidação-redução ocorridas em cada tubo.

fj 17.1 Tubo 2. No tubo 1, o zinco oxida-se porque tem maior poder redutor do que
o ferro. A água sofre redução, libertando hidrogénio, enquanto o ferro per-
manece como espectador. No tubo 2, o ferro tem maior poder redutor do
que o cobre, cedendo eletrões com maior facilidade à água. É o cobre que
permanece inalterado.
17.2 Qualquer um com maior poder oxidante (logo, menor poder redutor) do que
o do cobre. Por exemplo, a prata.
17.3 Tubo 1: Zn (s) + 2 Hp (t') - Zn (OH)2 (aq) + H 2 (g)
Tubo 2: Fe (s) + 2 Hp (t') - Fe(OH) 2 (aq) + H 2 (g)

18. Os alambiques de cobre utilizados na destilação


de bebidas espirituosas apresentam uma colora-
ção avermelhada enquanto novos. Com o passar
do tempo, a tendência é para o aparecimento de
uma coloração verde (evidência da corrosão do
metal cobre) na superfície exterior do alambique.

18.1 Escreva a semirreação de oxidação respon-


sável pelo aparecimento da cor verde na su-
perfície exterior dos alambiques.

18.2 Considere que para solucionar o problema da corrosão se deve recorrer à


aplicação de uma tinta metálica. Selecione, com base na informação seguinte,
a tinta que lhe confere maior proteção.

Tinta Metal presente na tinta Semireação de redução

A Fe Fe 2 • + 2 e- - Fe
B

c Sn Sn 2• + 2 e- - Sn
2
D Pb Pb • + 2 e- - Pb

Ag Cu H Pb Sn Fe Cr Zn A€ Mg Ca
mais reativo (maior poder redutor)

(j 18.1 Semirreação de oxidação: Cu (s) - Cu 2• (aq) + 2e-

18.2 A proteção do cobre é tanto mais eficaz quanto maior for a capacidade do
metal presente na tinta para ceder eletrões. Com base na série eletroquími-
ca, verifica-se que o alumínio é, dos quatro metais, aquele que tem maior
poder redutor, logo, o que protegerá melhor o alambique da corrosão.

304
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

2.2.3 Série eletroquímica (AL 2.3)

Com esta atividade, pretende-se compara r a tendência de diversos metais pa ra sere m oxida-
dos e dos respetivos iões para sere m reduzidos.

Dispondo de so luções aquosas de Mg(NO) 2 , Zn(NO) , Mg(s) Cu(s) Zn(s) Pb(s)


2
Cu(NO3 ) 2 e Pb(NO 3) 2 , de igual concentração, e pequenas
Mg' •
amostras sólidas de Mg, Cu, Zn e Pb, colocam-se duas go-
tas de cada sol ução sobre cada uma das amostras metáli- Zn 2 '

cas colocadas na placa de microanálise.



A Fig. 2.19 apresenta os resultados após contacto das
amostras metálicas com as soluções dos catiões metáli-
cos durante alg um tempo. •
Fig. 2.19 Resultados obtidos no
estudo da reatividade entre metais
e soluções de iões metálicos.

l+l+aH-itiHli·I
19. Considere a atividade AL 2.3 realizada por um grupo de alunos.

19.1 Qual dos procedimentos é inco rreto na realização da atividade?


(A) Limpar p reviament e a superfície das amostras de metal.
(B) Usar amostras de metal com formas e tamanhos diferentes.
(C) Usar soluções com a mesma concentração e de igual volume.
(D) Realizar todos os ensaios à mesma temperatura.

19.2 Qual dos catiões metálicos apresenta:


a) menor poder oxidante?
b) maior poder oxidant e?

19.3 Coloque por ordem decrescente de reatividade os metais usados.

19.4 Conclua, com base nos resu ltados obtidos, sobre a possibilidade de algum dos
metais testados poder ser utilizado num recipiente que possa co nter qualquer
uma das soluções usadas.

~ 19.1 (B) . A forma e o tamanho das amostras de metal é uma das variáveis a con-
trolar.
19.2 a) Mg2 +. Não reagiu com nenhum dos metais, o que significa que é o que tem
menor capacidade para oxidar os metais utilizados e, consequentemente,
para sofrer redução, ou seja , para receber eletrões.
b) Cu 2 +. Reagiu com todos os metais, o que significa que é o que tem maior
capacidade para oxidar os metais utilizados e, consequentemente, para
sofrer redução, ou seja, para receber eletrões.
19.3 Mg > Zn > Pb > Cu
19.4 Apenas o cobre pode ser utilizado como recipiente para qualquer uma
das soluções usadas, pois seria o único dos metais utilizados a não sofrer
corrosão, uma vez que não reagiu com nenhum dos iões dos outros metais
presentes em solução.

305
QUÍMICA 11.0 Ano

2.3 Soluções e equilíbrio de solubilidade


2.3.1 Mineralização das águas

Dissolução de sais e gases na água do mar

Em cada quilograma de água do mar estão dissolvidos, em média, cerca de 35 g de sais, que
lhe conferem a salinidade, e dos quais o maioritário é o cloreto de sódio, Nace (Fig. 2 .20).

- Sódio (Na')
10,56g

- Sulfato (SOf )
2,649 g

\_ Magnésio (Mg2')
1 kg d e água do mar 1,27 g
Cálcio (Ca'') Hidrogenocarbonato (HCO;)
0,40g 0,1 4 g

Fig. 2.20 Composição média da água do mar.

As águas dos diferentes mares podem ser mais ou menos salgadas, mas a proporção em que
os vários solutos estão presentes mantém-se.

A água do mar é ligeiramente alcalina devido à dissolução do ião carbonato, co; -. O aumento
da concentração do dióxido de carbono na atmosfera tem contribuído para a diminuição do
pH dos oceanos.

As águas naturais doces também dissolve m muitos materiais, sendo a maioria sais minerais.
No entanto, também existem compostos moleculares dissolvidos, como a sílica, Si0 2, e gases,
como o nitrogénio, o oxigénio e o dióxido de carbono atmosféricos.

A composição destas águas depende da composição das rochas (origem geológica) por onde
passam e do tipo de materiais que arrastam e dissolvem na sua passagem (lixiviação). A mine-
ralização da água é a massa, em mg, do material inorgânico existente por litro de água (mg L-1).

20. Considerando Págua do mar = 1,03 g cm- 3 e com base na informação da Fig. 2.20 e do
texto conexo, pode concluir-se que

(A) os iões cloreto e cá lcio são os mais abundantes na água do mar.


(B) quando se evaporam 28 litros de água do mar obtêm-se cerca de 3 kg de sais.
(C) a equação química seguinte traduz o aumento da alcalinidade da água do mar:
2 Hp (-€) + co2 (g) ~ H2C03 (aq) + Hp (-€) ~ HCO; (aq) + Hp + (aq)
(D) a água do mar é uma água natural com um valor de pH > 7, a 25 ºC.

306
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

& (D). Os iões mais abundantes na água do mar são o cloreto e o sódio.
Cálculo da mineralização de 28 L de água do mar (28 x 103 cm 3 ):

1,03 g cm- 3 ⇒
p água do mar = m água do ma r = p á gua do mar X V= 1,03 g cm-3 X 28 X
3
10 cm
3
=

=28,84 x 103 g = 28,8 kg


1 kg (água do mar) 28,8 kg (água do mar) 28,8 kg
--------- ⇒ m sais = 34,4 g X ----
34,4 g (sais) m sais 1 kg
= 992 g :::: 1 kg

Existem várias espécies moleculares e iónicas dissolvidas na água do mar, entre


elas iões carbonato, co;-, em quantidade apreciável. Estes iões reagem com a
água:
co;- (aq)+ Hp (C) ~ HCO; (aq) + OH- (aq)
aumentando a concentração de OH-, contribuindo, assim, para a alcalinidade da
água do mar (pH > 7, a 25 ºC).

2.3.2 Solubilidade de sais em água

Solubilidade

A solubilidade é a quantidade de soluto (ou massa de soluto), por unidade de volume de


solução (ou de volume de solvente), a uma dada temperatura e pressão, para que esta fique
saturada. É usualmente expressa em gramas de soluto por 100 g de solvente ou em unidades
de concentração, mal dm-3 .

Quanto à solubilidade em água, os sais podem classificar-se em muito solúveis, pouco solú-
veis e medianamente solúveis.

Sais muito Apresentam va lores elevados de solubi lidade.


solúveis Exem plo: sais de met ais alcalinos, de amónio e nitratos.

Apresentam va lores muito baixos de solubilidade.


Sais pouco
Exemplo: carbonatos, fosfatos, cromatos e su lfuretos, com exceção
solúveis
dos que contêm iões de met ais alca linos ou o ião amónio.

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' .'
1 '
' · KN03 Efeito da temperatura na solubilidade
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'' '' . '
'
A solubilidade da maio ria dos sais aumenta co m a tem-
----
0
' ' ' '
peratura, ou seja, a dissolução em água é, em geral,
~ 150 ' ' ' '
(f) um processo endotérmico (Fig. 2 .21).
2!
Q)

iii 100 .. KBr


~

::, KCC
bj 50 ':":,":'..'";..~~";.,.,.F-'-+ N~SO,
= NaCe
: : : Ce,(S0,)3
o 20 40 60 80 100 Fig. 2.21 So lubilidade de alguns sais em água , em fu nçã o da
Temperatura / °C temperatura.

307
QUÍMICA 11.0 Ano

Solução não saturada, saturada e sobressaturada

Uma solução diz-se saturada quando, a uma dada temperatura, se atinge o seguinte equilíbrio:

dissolução

Soluto sólido Soluto solução


cristalização

ou seja, uma solução saturada é uma solução em que o soluto dissolvido e o soluto por dis-
solver estão em equilíbrio (Fig. 2 .22).
Solução saturada

'\
'
Fig. 2.22 Formação de uma solução satura da.

A solução não saturada é uma solução em que a quantidade de soluto dissolvido, a uma
dada temperatura, é inferior à da respetiva solubilidade a essa mesma temperatura.

A presença de um precipitado significa que há equilíbrio de solubilidade entre o precipitado


e a solução saturada de soluto. Se não se observar um precipitado, não se pode concluir que
a solução está saturada.

Uma solução que contém maior quantidade de soluto, para um certo volume, do que a exis-
tente numa solução saturada, diz-se sobressaturada. As soluções sobressaturadas não são,
em geral, estáveis e o soluto dissolvido em «excesso» tenderá a depositar-se na forma de
sólido, atingindo o sistema um estado de equilíbrio em que a solução fica saturada.

21. Com base nas informações da Fig. 2.21 e nos conhecimentos sobre solubilidade,
expressa em gramas de soluto por 100 g de solvente, classifique como verdadeira
(V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.

(A) Até 70 ºC, o nitrato de potássio, KN03 , é o sal mais solúvel em água.
(B) O nitrato de sódio, NaN0 3 , é menos solúvel em água do que o nitrato de chum-
bo, Pb(N0) 2
, a qualquer temperatura.
(C) A 40 ºC, a solubilidade do cloreto de potássio, KCC, é maior do que a do cloreto
de sódio, NaCC.

(D) A dissolução do sulfato de cério, Ce 2 (SO 4) 3 , em água é um processo exotérmico.


(E) Se se dissolver 125 g de nitrato de chumbo, Pb(N0) 2 , em 200 g de água, a 100 ºC,
obtém-se uma solução saturada.
(F) Se se dissolver 50 g de b rometo de potássio, KBr, em 100 g de água, a 60 ºC,
obtém-se uma solução não saturada.
(G) Se se misturar 80 g de KN03 com 100 g de água, a 50 ºC, não se pode verificar
equilíbrio de solubilidade.
(H) Ao arrefecer de 60 ºC para 40 ºC uma solução saturada de NaN03 que contém
125 g de sal em 100 g de água, haverá precipitação de cerca de 25 g de NaN03 .

308
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aq uosos

& Verdadeiras: (A), (D), (F) e (H). Falsas: (8), (C), (E) e (G).
A solubilidade do sulfato de cério a 20 ºC é 25 g/100 g de água e a 100 ºC
é muito menor. Como quando a temperatura aumenta a solubilidade diminui,
o aumento de temperatura não favorece a solubilização do sal, portanto,
a dissolução do sulfato de cério é um processo exotérmico.
A 100 ºC, a solubilidade da solução de nitrato de chumbo em água é
125 g/100 g de água, portanto, para 200 g de água seriam necessários
250 g de Pb(NO 3)2 para obter uma solução saturada.
A solubilidade do brometo de potássio em água, a 60 ºC, é 75 g. Se a esta temper-
atura se dissolverem 50 g de sal em 100 g de água, a solução obtida é não saturada.
A solubilidade do nitrato de potássio em água , a 50 ºC, é 75 g. Se se adicionarem
80 g de nitrato de potássio à água, à temperatura de 50 ºC, vão ficar cerca de 5 g
por dissolver. A presença de sal sólido indica que se verifica equilíbrio de solubili-
dade entre o soluto sólido e a solução saturada de so luto.
A dissolução do nitrato de sódio é um processo endotérmico, pelo que uma dimi-
nuição de temperatura não favorece a solubilização do sal, originando precipita-
ção. A 60 ºC, a massa de sal dissolvido era de 125 g; como a 40 ºC a massa de sal
que, no máximo, se pode dissolver é 100 g, isto significa que precipitarão cerca
de 25 g de nitrato de sódio quando se baixa a temperatura de 60 ºC para 40 ºC.

22. O gráfico representa a variação da solu- õ


±'
bilidade do C0 2 em água com a tempe- _J

E
ratura . o 0,3
o
:::::
o
22.1 Determine a solubilidade do dióxido :i
o(/) 0,2
de carbono em água, a 12,5 ºC, em 9
Q)
mal dm-3 . D
"'
R 0,1
22.2 Indique uma consequência resu l- i5
:::,
o
tante do aumento da quantidade de (/)
5 1O 15 20 25 30 35 40 45 50 55
dióxido de carbono na água. Temperatura /ºC

22.3 Conclua, com base no Princípio de Le Châtelier, se a dissolução de C0 2 é um


processo endotérm ico ou exotérm ico.

m 0,2 g
n M 44,01 g mo1- 1
22.1 s c02 (12,5 ºC) = 0,2 g /100 ml Hp; s c02 =-V-= -V-=
0,100 dm 3
= 0,05 mol dm-3
22.2 O aumento da quantidade de CO 2 na água produz um aumento de acidez
e, consequentemente, uma diminuição do pH da água. A equação química
seguinte traduz esse aumento d e acidez:
2 Hp (C) + co2 (g) ~ H2CO3 (aq) + Hp (C) ~ HCO3 (aq) + Hp+ (aq)

22.3 A dissolução do CO 2 pode ser traduzida por CO 2 (g) ~ CO 2 (aq).


De acordo com o gráfico, um aumento de temperatura diminui a solubi-
lidade do CO 2, isto é, a reação anterior é favorecida no sentido inverso.
De acordo com o Princípio de Le Châtelier, um aumento de temperatura
favorece a reação endotérmica, portanto, neste caso, o sentido inverso.
Assim, conclui-se que a dissolução de CO2, sentido direto, é exotérmica:
/J.Hdissolução < O.

3 09
QUÍMICA 11.0 Ano

2.3.3 Equilíbrio químico e solubilidade de sais


Os equilíbrios em soluções saturadas de sais são exemplos de equilíbrios heterogéneos por-
que envolvem mais de uma fase: a fase sólida (o sal sólido) e a fase líquida (a solução aquosa
dos iões desse sal).

Constante de produto de solubilidade

Por exemplo, o equilíbrio que se estabelece, a uma dada temperatura numa so lução saturada
de su lfato de bário pode ser traduzido por:

O valor da concentração do sólido não é incluído na expressão da constante de equilíbrio, K5 ,


daí surgirem apenas os va lores das concentrações dos iões em solução.

Esta constante designa-se por constante de produto de solubilidade ou produto de solubi-


lidade, K, Para uma situação genérica:

Solubilidade e produto de solubilidade

Uma consta nte de equilíbrio, em gera l, depende apenas da temperatura e é uma medida
da extensão da dissolução do sal. Assim , pa ra a mesma estequiometria, quanto maior for o
produto de solubilidade de um dado sa l, a uma dada temperatura , maior será a concentração
dos iões na solução saturada.

A partir dos valores do produto de solubi lidade, é possível determinar, de uma forma aproxi-
mada, a solubilidade do sal em água. Assim, sendo s a solubi lidade do sal, tem-se, por exem-
plo, para o BaSO4 :

[Ba 2 •J =s e [S042 -J = s ⇒ Ks = s x s

23. O su lfato de bário, BaS04 , é um sa l pouco solúve l em água.


Considere três soluções aquosas com iões Ba 2 + e SOt com as seguintes concen-
trações:

A - [Ba2 +J =[SOt J=1,0 x 10-6 mol dm-3

B - [Ba 2 +] = [SO~-J =1,0 x 10- 5 mol dm- 3

e - [Ba 2 +] =[SOtJ =1,0 x 10-4 mol dm-3

O produto de solubi lidade, K5 , do sulfato de bário, em água, é 1,0 x 10-10 , a 25 ºC.

Preveja para cada uma das so luções se são saturadas, não saturadas ou sobressa-
turadas.

310
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Se a solução é saturada estabelece-se o seg uinte equilíbrio:


BaSO4 (s) ~ Ba 2+ (aq) + sO42- (aq) t em que Ks = IBa2 +Ie IsO4
2
-e
I
Cálculo do quociente de reação para cada uma das soluções:
A - Q5 =IBa 2+I x ISO;-I = (1,0 x 10-6 ) 2 =1,0 x 10- 12 < K ⇒ solução não saturada
5

B - Q5 =IBa 2 •I x ISO;-I = (1,0 x 10-5 )2 =1,0 x 10- = K. ⇒ solução saturada


10

C- o. =IBa •I x ISO;-I = (1,0 x 10- )2 = 1,0 x 10-s > K. ⇒ solução sobressaturada


2 4

24. Na tabela seguinte apresentam-se valores de concentraçã o em massa de sal dissol-


vido, a 25 ºC, para quatro sais presentes numa amostra de água mineralizada devido
à poluiçã o do meio envolvente, e respetivas solubilidades, à mesma temperatura.

CaSO4 1,6 X 10-3 6,7 X 10- 1

BaCrO 4 5,5 X 10-4 3,32 X 10-3

Ca)PO 4 ) 2 2,8 X 10-4 9,8 X 10- 4

Cul 2,3 X 10-6 4,38 X 10-4

24.1 Identifique o sal mais solúvel na água à temperatura referida.


24.2 Verifique se a amostra de água mineralizada, à temperatura considerada, está
saturada em relação a algum dos sais.

24.3 A partir dos dados relativos ao fosfato de cálcio, Ca 3{PO ) 2 , e ao iodeto de


cobre(I), Cul, mostre que um sal mais solúvel não tem necessariamente um
K. maior.

O 24.1 À temperatura de 25 ºC, o sulfato de cálcio é o sal mais solúvel, pois é o que
apresenta maior solubilidade.
24.2 A concentração em massa de sal dissolvido para qualquer um dos sais é sem-
pre inferior à respetiva solubilidade em água, à temperatura de 25 ºC, pelo que
a amostra de água mineralizada não está saturada em relação a nenhum deles.
24.3 Cálculo da solubilidade, em mol dm- 3 :
9,8 x 10-4 g dm-3
M (Ca 3 (PO4 ) ) = 310,18 g moI- 1 ⇒ s(c (Po l l = ------
ª3 4 2 310,18 g moI- 1
= 3,16 x 10- 6 mol dm- 3
4 38 x 10-4 g dm-3
M (Cul) =190 45 g moI- 1 ⇒ s
' (Cul)
= ' 190,45 Q mol- 1
=2 30 x 10- 6 mol dm- 3
'

Cálculo do produto de solubilidade:


CaiPO4 ) 2 (s) ~ 3 Ca 2 +(aq) + 2 POt (aq)
K. =ICa2+I; IPOt l; =(3s) 3 x (2s)2 =27s3 x 4s2 =108 x (3,16 x 10-6) 5 =3,4 x 10-26
Cul (s) ~ cu+ (aq) + 1- (aq)
K. = ICu+I. 11-1. =s x s =s2 = (2,30 x 10-6 )2 = 5,3 x 10-12
A solubilidade do fosfato de cálcio (Ca 3 (PO 4) 2 , é ligeiramente maior do que
a do iodeto de cobre, Cul , no entanto, o Ks deste último é cerca de 1014
vezes maior do que o K. do fosfato de cálcio. Isto resulta de a estequiome-
tria dos dois compostos não ser a mesma.

311
QUÍMICA 11.0 Ano

25. A solubilidade de hidróxido de ferro(II), Fe(OH) 2 , é 1,59 x 10-5 mol dm-3 , a 25 ºC.

25.1 Escreva a equação química que traduz o equilíbrio de solubilidade do hidró-


xido de ferro(II) em água.

25.2 Determine a constante de produto de solubilidade do hidróxido de ferro(II).


25.3 Determine o pH de uma solução saturada de hidróxido de ferro(II), a 25 ºC.
25.4 A 50,0 ml de uma solução de FeSO4 (aq) de concentração 3,00 x 10-4 mol dm-3 ,
adiciona-se 50,0 ml de uma solução de NaOH (aq) com a concentração de
2,00 x 10-5 mol dm-3 , à temperatura de 25 ºC.
Preveja se ocorrerá precipitação de Fe(OH)2 .

H20
25.1 Fe(OH) 2 (s) ~ Fe2 + (aq) + 2 OH- (aq)

25.2 Ks = IFe2+1. IOH- 1; = s X (2s) 2 =4 X (1,59 X 10- 5) 3 =1,61 X 10- 14


25.3 Cálculo da concentração dos iões OH- na solução saturada:
[QH-J = 2s =2 x 1,59 x 10- 5 mol dm- 3 = 3,180 x 10- 5 mol dm- 3
Cálculo do pH:
K 1 o X 10-14
K
w
= IH3O+Ie IOH-1e ⇒ IH3O+I = IOH-1
_ w = 3,180
' x 10-s =3145
'
X 10- º ⇒
1

⇒ pH = -log IHP+I = 9,50

25.4 Cálculo da concentração de Fe2 + na solução resultante:


nF•'+ = c x V= 3,00 x 10-4 mol dm- 3 x 0,050 dm 3 = 1,500 x 10- 5 mol
1 500 x 10-s mol
[Fe 2+] = ' = 1 500 x 10-4 mol dm-3
0,100 dm 3 '

Cálculo da concentração de OH- na solução resultante:


n 0 H_ = c x V= 2,00 x 10-5 mol dm-3 x 0,050 dm 3 = 1,000 x 10- 6 mol
1,000 x 10-6 mol
[OH-J = - - - - - - = 1 000 x 10-5 mol dm-3
0,100 dm3 '

Cálculo do quociente da reação:


Q5 = 1Fe2+1 IOH- 12 = 1,500 x 10-4
(1,000 x 10- 5 )2 = 1,50 x 10-14
x
Não ocorrerá precipitação de hidróxido de ferro(II), a 25 ºC, pois Q 5 < K5 ,
pelo que a solução resultante é insaturada.

2.3.4 Alteração da solubilidade dos sais

A solubilidade de um sal é afetada não só pela temperatura, mas também pe la presença de


outras espécies em solução, em conformidade com o Princípio de Le Châtelier.

Efeito do ião comum

A presença de um ião comum diminui, em geral, a solubilidade de um sal. Por exemplo, a


presença de iões Ca 2 + (aq) ou F- (aq) em solução diminui a solubilidade do fluoreto de cálcio,
CaF2 , uma vez que o eq uilíb rio de solubilidade será deslocado no sentido da formação do
sólido:

312
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

HO
CaF2 (s) ~ Ca 2 • (aq) + 2 F- (aq)

A adição de uma solução contendo iões F- ou Ca2• deslocará o equilíbrio


no sentido da formação de CaF2 (s), diminuindo a solubi lida de do sal.

Tratando-se de um equ ilíbrio, a previsão do efeito de um ião comum no sistema em equilíbrio


pode ser feita com base no Princípio de Le Châtelier.

A solubilidade de um sal numa solu çã o que cont enha iões do mesmo sa l é menor do que a
solubilidade do mesmo sa l em água, à mesma t emperatura. O produto de solubilidade não
se altera.

26. Alguns métodos de diag nóstico ao estômago, por t écnica de raio X, obrigam
os pacientes a ingerir uma suspensão de sulfato de bário (K5 (BaSO 4) = 1,0 x 10-10 ,
a 25 ºC) preparada numa solução de sulfato de potássio, K2 SO 4 .

Considera ndo que os iões Ba2• são prejudiciais à saúde humana, pode concl uir-se que
(A) a con centra çã o de Ba 2 • numa so lução aquosa saturada de BaSO4 , a 25 ºC,
é 1,0 x 10- 10 mol dm- 3 •
(B) o produto de solubilidade do BaS0 4 em água é maior do que em soluçã o
aquosa de K2 S0 4 .
(C) a suspensão de BaS04 preparada numa solução de K2 S04 é menos prejudicial
para a saúde do que em solução aquosa.
(D) quando se ingere BaSO4 em pó, a acidez natura l do estômago faz diminuir a
concentração de iões Ba 2 •.

~ (C). A uma dada temperatura, o equilíbrio que se estabelece numa solução saturada
de sulfato de bário é dado pela equação:

BaS04 (s) ~ Ba 2 • (aq) + SOt (aq)

cuja constante de solubilidade é Ks = IBa 2•1. 1s0;-1. e [Ba 2•J = [SO;-], pela estequi-
ometria da reação:

1,0 x 10-10 = [Ba 2 •]2 ⇒ [Ba 2 •J= V 1,0 x 10- 10 = 1,0 x 10- 5 mol dm- 3

O produto de solubilidade é uma constante de equilíbrio, pelo que apenas


depende da temperatura.
O K2S04 é um sal muito solúvel, pelo que se encontra totalmente dissociado em
água. Quando se adiciona BaS04 a uma solução de K2 S04 , a solubilidade do BaS04
será menor do que em água, devido à presença em solução de iões so;- (efeito do
ião comum). Deste modo, a concentração de Ba 2• é menor.
Quando ingerido em pó, o BaS04 vai dissolver-se nos fluidos presentes no
estômago, cuja acidez é bastante elevada. Os ácidos presentes reagem com os
iões so;-, «deslocando» o equilíbrio no sentido da formação dos iões, ou seja,
no sentido da solubilização do BaS04 , aumentando a concentração de Ba 2 • (que
são prejudiciais à saúde).

313
QUÍMICA 11.0 Ano

2.3.5 Temperatura e solubilidade de um soluto sólido em água (AL 2.4)

Com o objetivo de estudar o efeito da temperatura na solubilidade de um soluto sólido em


água, um grupo de alunos realizou uma atividade com o seguinte procedimento.

1.º Pesar quatro amostras de nitrato de potássio, KNO 3 , de diferentes massas e transferir as
amostras para quatro tubos de ensaio.

2.º Adicionar 10,00 ml (10,00 g) de água destilada a cada tubo e agitar.


3.° Colocar os quatro tubos de ensaio num banho de água quente dentro de um copo de
250 ml e agitar as soluções até que o sólido se dissolva completamente.

4.º Retirar da água um tubo de cada vez e colocar dentro dele um sensor de temperatura.
Deixar arrefecer continuando a agitar, cuidadosamente, até se observar a formação dos
cristais. Registar o valor da temperatura.

27. Com os valores registados, o grupo de alunos construiu a curva de solubilidade do


KNO 3 .

27.1 Indique uma variável que os 200


alunos tiveram de controlar na ro 180
:::,

atividade. ,g' 160


a,
u 140
27.2 No rótulo do sal de nitrato de '
a,
CJl
o 120
u o
potássio encontra-se o picto- -@l::::: 100
grama de perigo exibido abai- '§ § 80

xo. Qual é a advertência de pe- 3s ~ u


60

rigo associado a este sinal? Cll


<f)
40
KJ 20
-S o ~-----------➔
O 10 20 30 40 50 60 70 80
Temperatura/ ºC

(A) Manter afastado do calor.


(B) Pode agravar incêndios.
(C) Não misturar com comburentes.
(D) Usar luvas e vestuário de proteção.

27.3 O grupo de alunos mediu o volume de água adicionado a cada tubo de


ensaio com uma pipeta graduada com uma incerteza absoluta de leitura
de 0,05 ml, mas poderiam ter usado uma pipeta volumétrica com incerteza
absoluta de leitura de 0,01 ml. Conclua, justificando, se esta substituição
aumentaria a incerteza ou o rigor da medida.

314
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

27.4 Com base na curva de solubilidade do KNO 3 , estime:


a) o valor da massa de sal que foi utilizada na preparação da solução que
saturou aos 22 ºC;
b) o valor da solubilidade a 68 ºC, expressa em mol dm-3 (considere que a
massa volúm ica da solução é 1,17 g cm- 3 );
e) a percentagem em massa de KNO 3 numa solução saturada a 48 ºC.

& 27.1 Uma das variáveis a controlar é o volume de água adicionado a cada tubo.

27.2 (8).

27.3 A pipeta graduada apresenta uma maior incerteza absoluta de leitura do


que a volumétrica. Assim, a utilização da pipeta volumétrica permitiria dimi-
nuir a incerteza da medida e permitiria, consequentemente, uma medição
mais rigorosa do volume de água.

= 40 g (KN03 )/100g H 2 0 ⇒ para um Vag ua


27.4 a) s (22 ºC) =10 ml ~ m _ =10 g, agua
a massa de KN0 3 utilizada foi 4,0 g.

b) T = 68 ºC ⇒ s = 140 g (KN03 )/100 g Hp


140 g
M(KN0 3 ) = 101,11 g mo1- 1 ⇒ nKNo
3
= ,
101 11 9
mor-, = 1,38 mol

m 240 g
_ = (140 + 100) g = 240 g ⇒
msoluçao _ =-p =-
Vsoluçao - ~ - =205 cm3
1,17 g cm-3

1,38 mol
⇒ s= = 6,73 mol dm-3
205 x 10- 3 dm3
e) T = 48 ºC ⇒ s = 80 g (KN03 )/100 g Hp

%(mi m)
m KNO3
=- - x 100 =- -80-g- - x 100 = 44%
m solução (80 + 100) g

2.3.6 Desmineralização de águas


1 Água muito dura
1: ..
Correção da dureza da água
mais de 300 mg/L
1 Água dura
., . í
de 150 a 300 mg/ L
A dureza de uma água é determinada principalmen-
te pela quantidade total de iões cá lcio e magnésio
presentes. Água dura é uma água que contém con-
centrações apreciáveis de Ca 2 + e Mg 2 + e outros ca-
1 Água moderadamente dura
de 75 a 150 mg/L
Água macia
menos de 75 mg/L
·;
• 1

tiões metálicos. A natureza geológica dos solos que


a água atravessa é determinante para a sua dureza
:ºiJi'.....
(Fig. 2.23).
: \:;.

Quando a concentração desses iões é reduzida,


diz-se que a água é macia ou mole.
Fig. 2.23 Mapa da distribu ição da água
em função da dureza , em Portugal.

315
QUÍMICA 11.0 Ano

Exemplo de processos para minimizar os efeitos da dureza da água:

• aditivos anticalcários: são agentes complexan-


tes que se adicionam aos detergentes e que
vã o reagir com os catiões cálcio e magnésio,
formando iões complexos (que são solúveis);

• resinas de permuta iónica (Fig. 2.24): faz-se pas-


sar a água dura através da res ina que contém
iões Na+. Quando a água dura passa através da
resina, os catiões Ca 2 + e Mg 2 + permutam com
os iões sódio, que se deslocam para a ág ua. Os
sais de sódio são muito solúveis. Fig. 2.24 Permuta ió nica.

M+liil·l·itiHll·I
28. A dureza da água é provocada pela exist ência de catiões metálicos, sendo os iões
cálcio, Ca 2+, e magnésio, Mg 2+, os mais import antes.
A dissolução do carbonato de cálcio, CaC03 , por ação de uma água contendo dióxido
de carbono, C0 2 , dissolvido pode ser traduzida por

CaC03 (s) + co 2 (g) + Hp (€) ~ Ca 2+(aq) + 2 HC0 3 (aq)

Conclua.justificando, com base na reação acima referida, de que modo a presença de


uma quantidade apreciável de C0 2 dissolvido pode alterar a dureza da mesma água.
Adaptado de Exame Nacional

~ De acordo com o Princípio de Le Châtelier um aumento da concentração de um


dos reagentes do sistema químico favorece o sentido da reação em que diminui
a concentração desse componente. Assim, uma quantidade apreciável de CO2
dissolvido implica que o sistema considerado evolua no sentido da reação direta,
o que se traduz num aumento da concentração de Ca 2 • (aq). Um aumento da con-
centração de Ca 2+ (aq) corresponde a um aumento da dureza da água.

Remoção de poluentes

A remoção de poluentes metálicos pode ser feita através de reações de precipitação de sais.

Uma reação de precipitação é uma reação que é caracterizada pela formação de um com-
posto insolúvel (precipit ado) que se separa da solução. Estas reações ocorrem, geralmente,
entre compostos iónicos.

Em prin cíp io, ocorrerá a formação de um precipitado sempre que as con centrações dos iões
do sal em solução conduzam à sobressaturação da solução nesse sa l, ou seja, sempre que o
quociente da reação Os correspondente ao equilíbrio de solubilidade desse sal seja maior do
que o respetivo produto de solubilidade, Ks.

• Os < Ks - não há formação de precipitado;


• Os> Ks - há formação de precipitado.

316
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

A precipitação seletiva é um processo em que se separa uma espécie em solução de outras


por precipitação. Existem vários agentes precipitantes que permitem a separação de iões a
partir das diferenças de solubilidade dos respetivos sais, designando-se este processo por
precipitação seletiva de sais por adição de um precipitante.

1+1%i·i·ihHll·I
29. Numa tentativa de tratar a água de um pequeno lago, cujas análises químicas re-
velaram a presença de iões cálcio, Ca 2 +, e magnésio, Mg 2 +, nas conce ntrações de
3,5 x 10-4 mol dm-3 e 4,0 x 10-3 mol dm-3 , foram feitas adições de pequenas quanti-
dades de carbonato de sód io, Na 2 CO3 , no estado só lid o. Considere que a concen-
tração final de ião sódio na água do lago é de 2,0 x 10-4 mol dm- 3 e que a dissocia-
ção do Na 2 CO 3 foi comp leta.

29.1 Determ ine se este processo permite remover por decantação o cálcio e o
magnésio.
29.2 Calcule a concentração em ião carbonato necessária para o mag nésio
também precipitar.
Dados: Ks (CaCO) =8,7 x 10- 9 ; Ks (MgCO) =1,0 x 10- 5 _

tj 29.1 Com a adição de carbonato de sódio há possibilidade de se formarem pre-


cipitados de carbonato de cálcio e de carbonato de magnésio que, poste-
riormente, poderão ser removidos por decantação. Daí que seja necessário
determinar, para as concentrações de iões cálcio e magnésio presentes na
água do lago, a concentração em iões carbonato necessária para que os sais
precipitem.
Cálculo da concentração de iões carbonato provenientes do carbonato de
sódio (sal muito solúvel) adicionado:

H2 0
Na2 CO 3 (s) - 2 Na+(aq) + co;- (aq)
C + 2,0 X 1Q- 4
c 2- = ~ = - - - - = 1 O x 10-4 mol dm-3
003 2 2 '
Cálculo do quociente da reação para cada um dos possíveis equilíbrios de
solubilidade:
CaCO 3 (s) ~ ca 2+ (aq) + co;- (aq)
Q
s
= 1ca2 •11co32-1 = 3 ' 5 x 10-4 x 1' o x 10-4 = 3 ' 5 x 10-s > Ks ⇒ há formação de
precipitado de CaCOr
MgCO3 (s) ~ Mg 2• (aq) + co;- (aq)
Qs = IMg2 •11co;-1 = 4 ,0 X 10- 3 X 1,0 X 10-4 = 4,0 X 10-7 < Ks ⇒ não há formação
de precipitado de MgCO 3 •
Nas condições dadas, apenas se consegue remover por decantação os
iões cálcio na forma de CaCO3 •
10 X 10-s
29.2 Ks =IMg2•1e 1co32-1 e⇒ 1co32 -1 = 4,0
' X 10-3
2 5 x 10-3 ⇒ [Co 2-J
' 3 e
= 2' 5 x 10-3 mol dm-3

Para haver formação de precipitado de MgCO3 , [CO;-Je> 2,5 x 10-3 mol dm-3 •

317
QUÍMICA 11.0 Ano

Questões propostas

Reações ácido-base

1. Os ácidos e as bases estão presentes em processos químicos, industriais, biológicos, de


laboratório e no meio ambiente.
Considere as espécies químicas OH-, HCN, NH;, oce-, H PO;, H SO
2 2 4
e HCO;.

1.1 De acordo com a teoria de Br0nsted-Lowry, indique as espécies que:


a) se comportam como ácidos;
b) se comportam como bases.

1.2 Para as espécies H2 PO; e HCO; , escreva as equações químicas que traduzam o seu com-
portamento como:
a) base, reagindo numa solução aquosa de um ácido;
b) ácido, reagindo numa solução aquosa de uma base.

1.3 Identifique os pares conjugados ácido-base em cada uma das equações da questão 1.2.

2. A água quimicamente pura apresenta uma condutividade elétrica muito pequena, o que
significa não existirem somente moléculas H 2 O, mas também iões que só poderão resultar
da sua autoionização.

2.1 Escreva a equação química que traduz a auto ionização da água.


2.2 A tabela apresenta alguns valores da constante de ionização da água em função da tem-
peratura.

20 25 30 40 50
6,8 X 10-lS 1,0 X 10-14 1,5 X 10-14 2,9 X 10-14 5,5 X 10-14

Os dados da tabela permitem concluir que


(A) a reação de autoionização da água é exotérmica.
(8) na água quimicamente pura a concentração dos iões H 3 o+ é igual à dos iões OH- para
qualquer temperatu ra.
(C) uma elevação de temperatura provoca um aumento no pH da água quimicamente pura.
(D) a temperaturas superiores a 25 ºC, a água quimicamente pura é ácida.

2.3 Determ ine o va lor do pH da água quimicamente pura à temperatura de 50 ºC.

3. O gráfico da figura representa o pH de uma amostra de água quimicamente pura, em função


da temperatura .

pH 7,5

7,0

6,5

6,0
o 10 20 30 40 50 60
T /ºC

3 .1 Conclua, justificando, como varia o produto iónico da água com a temperatura.

3.2 Determ ine o produto iónico da água a 45 ºC.


Apresente todas as etapas de resolução.

318
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

3.3 A co ncentração hidrogeniónica, [H30 •J, numa amostra pura de água _ _ _ à medida que
a temperatura diminui, _ _ _ alteração do caráter neutro da água.
(A) aumenta ... havendo
(8) diminui ... não havendo
(C) diminui ... havendo
(D) au me nta ... não havendo

4 . Muitas das reações químicas que ocorrem nos siste-


mas vivos são extremamente sensíveis a altera ções de
pH. A tabela mostra os valores de pH típicos de diver-
sos líquidos corpóreos.

4.1 Com base nos dados da tabela, pode concluir-se que


Líquidos

Suco gástrico

Plasma sanguíneo

Suco pancreático
-- 1,5 - 3,0

7,4

7,8 - 8 ,0

Líquido intracelular 6,9


(A) o suco pancreático é mais ácido do que o líquido
intracelular.
(8) o suco gástrico é a solução que possui maior concentração de OH- (aq).
(C) a concentração de H3 0 • (aq) no plasma sanguíneo é 7,4 x 10- 1 mol dm- 3 .
(O) a co ncentração de Hp• (aq) no líquido intracelular é 3,16 vezes maior do que no pias-
ma sa nguíneo.

4.2 Va lores de pH do plasma sanguíneo fora do intervalo 7,4 ± 0,4 podem ser leta is. Determine
a concentração máxima de H3 o+ (aq) no plasma sa nguíneo.

4.3 Uma das razões pela qual o pH do plasma sanguíneo é mantido praticamente constante
é o segui nte equ ilíbrio:

co 2 (a q) + 2 Hp (f ) ~ HC03(aq) + Hp• (aq) K = 7,94 x 10- 1 a 36 ºC


JHco-1
O valor da relação [COi! , no plasma sanguíneo, pa ra o va lor normal de pH é

(A) 20. (8) 0 ,05. (C) 1,25. (O) 1.

5 . O pH de uma solução aquosa de ácido clorídrico, HCf (aq), é 3,00. Considere que uma amos-
tra de 100 ml dessa solução foi diluída, passando a registar-se um valor de pH igual a 3 ,50.
O volume da amostra após a diluição é _ _ _ _ _ e a concentraçã o de iões H 3 0 • (aq) teve
um decréscimo de _ _ _ __

(A) 0 ,316 dm 3 ... 68,4%


(8) 0,316 dm 3 ... 16 ,7%
3
(C) 0,117 dm ... 68,4%
3
(O) 0 ,117 dm ... 16,7%

6 . Das equações químicas seguintes, identifique as que traduzem reações ácido-base de


acordo com Br0nsted-Lowry.

(A) NaOH (aq) ➔ Na• (aq) + OH- (aq)

(8) NH3 (aq) + Hp (f ) ~ NH; (aq) + O H- (aq)

(C) HN0 3 (aq) + Hp (f ) ~ N03 (aq) + Hp• (aq)

(D) H2 SO 4 (aq) + Mg (s) ➔ MgSO 4 (s) + H 2 (g)

319
QUÍMICA 11.0 Ano

Questões propostas

7. A figura representa esquematicamente a proporção relativa das espécies químicas pre-


sentes em três equilíbrios químicos resultantes da ionização de três ácidos monopróticos
HA (em que A= X, Y e Z) em água, que não está representada na figura.

HA=

HX HY HZ

7.1 A seq uê ncia que ordena os ácidos por ordem crescente de extensão da reação de ioni-
zação é

(A) HX < HY < HZ.


(B) HZ < HY < HX.
(C) HY < HZ < HX.
(D) HX < HZ < HY.

7.2 Indique a percentagem de ionização do ácido HZ.


7.3 A figura permite conclu ir que
(A) HY é um ácido forte.
(B) HZ é o ácido que ap resent a a maior co nstante de aci dez.
(C) para iguais concentrações dos três ácidos, o HX apresenta um menor valo r de pH.
(D) HY é o áci do cuj a base conjugada aprese nta maior constante de bas icidade.

8. O ácido fluorídrico, HF (aq), é um ácido monoprótico fraco, cuja constante de acidez


é 6 ,8 x 10-4 , a 25 ºC. A reação de ionização do ácido fluorídrico com a água pode ser tradu-
zida por:

HF (aq) + Hp (f ) ~ Hp+ (aq) + F- (aq)

Considere uma solução de ácido fluorídrico cujo pH, a 25 ºC, é 2,4.


Determine a concentraçã o da solução de ácido fluorídrico.
Apresente tod as as etapas de resolução.

9. O ácido acético é um líquido incolor, corrosivo e com odor de vinagre.


Considere a seguinte equa ção, que traduz a ionização do ácido acético em água:

K0 = 1,78 x 10-s a 25 ºC

9.1 A 25 ºC, pod e conc luir-se que


(A) a ionização do ác ido acético é pouco extensa.
(B) em soluções com pH superior a 7 é favorecida a forma ção de CH3 COOH (aq).
(C) no equilíbrio predominam as espécies CH 3 COO- (aq) e Hp +(aq).
(D) o pH de uma soluçã o aquosa de iões acetato é inferior a 7.

320
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

9.2 Com o obj etivo de dete rminar o va lor da constante de aci dez do áci do acético, um g rupo
de alunos começou por medir o pH de uma sol ução de ác ido acético de concentração
2,7 x 10- 3 mol dm- 3 . O valo r de pH obtido foi 3,70, a 2 5 ºC.
a) Determine a concentração de ácido acético não ioniza do.
b) Ca lcule o valor da constante de acidez.
e) Em medições repetidas, este grupo de alunos determinou semp re o mesmo valo r de Kª.
O va lor de Kª determinado pe lo g ru po d e alunos é _ _ _ _ _ tabelado, o que pode
j ustificar-se pela ocorrência de erros _ _ _ __
(A) igual ao ... aleatórios
(8) igual ao ... sistemáticos
(C) diferente do ... aleatórios
(D) d iferente do ... siste máticos

10.
A Câm ara Municipal de Gaia avançou hoje que o derrame de ácido clorídrico ocorrido na ma-
nhã de ontem na A29, após o despiste de um camião-cisterna, destruiu parte significativa da
vida no rio Febros. De acordo com a autarquia, foram derramadas quatro toneladas de ácido.
Num dia, a água do rio contava com um pH de 7,1, quase boa para ser bebida. Um dia depois
tinha acidez extrema de 3,2. Por isso, injetaram-se no rio milhares de m etros cúbicos de água
para ajudar a diluir o ácido, ao mesmo tempo que se realizaram centenas de análises.

www.publico.pt, 26/ 8/ 2008 (adaptado)

10.1 Com base na informação dada, pode concluir-se que


(A) na concent ração de OH- (aq) na água do rio diminuiu após o derrame de áci do.
(8) o ácido clorídrico ionizou-se parcialmente em sol ução aq uosa.
(C) ao injetar no rio mil hares de metros cúbicos de água diminui-se a ionização do ácido.
(D) após o derrame do ácido, a co ncentração dos iões Hp +(aq) aumentou 3,9 v ezes.

10.2 Mostre que todo o ácido derramado pode ser neutralizado com a ad ição de 5,5 t de
carbonato de cálcio, de acordo com a equação:

11. No decorrer de uma titulação ácido-base mediram-se os valores de pH, a 25 ºC. O titula-
do tinha um valor de pH de 9 ,5 e a solu ção obtida apresentou pH igual a 4 ,5 quando se
atingiu o ponto de equivalência. Admita que apenas um dos iões do sal form ado sofre
hidrólise.
Na titulação considerada, o titulado é uma base _ _ _ _ _ e o titulante é um ácido

(A) forte ... fraco


(8) fraca ... fraco
(C) forte ... forte
(D) fraca ... forte

321
QUÍMICA 11.0 Ano

Questões propostas

12. No laboratório foi encontrado um fra sco com uma solu ção aquosa de ácido iodídrico,
HI (aq), um ácido forte, com uma etiqueta p arcialmente corroída , o que impossibilitou
conhecer a concentração da solução .
Com o objetivo de determinar a concentração da solução de HI (aq), procedeu-se
à titulação de 20,0 ml dessa solu ção com uma soluçã o padrão de hidróxido de sódio,
NaOH (aq), de concentração 1,00 x 10-2 mol dm-3 •

12.1 Escreva a equação química que tradu z a reação de neu- ml ml


tra lização da sol ução d e HI (aq) com a solução de hid ró-
xido de sódio.

12.2 Na fi g ura estão representados os níveis de titu lante na Início


bureta no início da tit ulação e quando se atingiu o pont o
de equivalência. Qual é o v olume de titu lante gasto até Fim
ao ponto de eq uiva lência?

12.3 Determ ine a concentração da sol ução de ácido iodídrico.


A presente todas as eta pas de reso lução.

13. Titulou-se uma soluçã o contendo 0,181 g de um ácido monoprótico forte com uma solução
aquosa de hidróxido de potássio, KOH (aq), de concentração 0,150 mol dm-3 •
Na tabela seguinte estão registados os volumes gastos de titulante em três ensaios diferen-
tes, até ao ponto de equivalência da titulação de um mesmo volume V do ácido monoprótico.

Ensaio 1 2 3
3
Volume de titulante / cm 19,10 19,10 19,20

13.1 Qual é o valor mais p rovável do vol ume de titulante gasto na titu lação?

13.2 Determi ne a incerteza absolut a de obse rvação na titula ção realizada.

13.3 Dete rmi ne a massa mola r do ácido monoprótico em solução.

14. O estômago de uma pessoa, que sofre de indigestão ácida contém 75 ml de ácido clorídri-
co, HC-t' (aq), de con centraçã o 0,22 mol dm-3 •
Determine quantos comprimidos antiácido são necessários para neutralizar 90% do ácido
do estômago, considerando que cada comprimido contém 500 mg de CaCO 3 •
A reação que ocorre pode ser traduzida por:

2 HC-t' (aq) + CaCO 3 (s) ➔ CaC-€2 (aq) + H2 CO3 (aq)

Apresente todas as etapas de resolução.

15. O hidróxido de lítio, LiOH, pode ser utilizado no tratamento de gases de exaustão industrial.
Para neutralizar uma soluçã o aquosa de hidróxido de lítio, com pH = 12,20, foram usados
26,4 ml de uma soluçã o de HC-t' 0,100 mol dm- 3 , a 25 ºC.

15.1 Determine o vol ume da solução de LiOH neutralizado.

15.2 Calc ule a massa de hidróxido de lítio que te ria de se utilizar para preparar 200 ml da
referida sol ução.

322
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

16. A figura mostra a curva da titulação de 12,50 ml de HC-€ com NaOH 0,025 mol dm- 3 •

pH
14 ........................ : ····· .. ····· .. :·

' ---·
'
''
'
'
'
''
'
'

Vermelho de metilo

O 1O 20 30 40 50 60 70 80
VNaOI-\ adicionado / ml

16.1 Ident ifiq ue o titu lante e o tit ulado.

16.2 Escreva a eq uação que traduz a reação de neutrali zação.

16.3 Determine:
a) a concentração da so lução de HC-€;
b) o pH da sol ução inicial;
c) o pH da solução obtida após adição de 10 ml de NaOH.

16.4 Explique a afirma ção: «O p H da sol ução obtida quando se ati nge o ponto de equivalên-
cia é 7.»

16.5 Com base na informação ap resentada na fi gura, explique a utilização labo rat orial de
qualquer um dos indicadores para este tipo de titu lação.

17. O pH de uma solução aquosa de fluoreto de potássio, KF (aq), a 25 ºC, é superior a 7, uma
vez que o _ _ _ _ _ sofre hidrólise, por ser o par conjugado de _ _ _ __

(A) catião ... uma base fraca


(8) anião ... u ma base fraca
(C) catião ... um ácido fraco
(D) anião ... um ác ido fraco

18. Utilizando a couve-roxa, preparou-se um indicador que apresenta as cores indicadas na


Tabela 1 para os respetivos valores de pH.
Adicionaram-se algumas gotas do indicador p reparado a soluções aquosas de HC-€ (ácido
forte), NaOH (base forte), NH 4 C-€ , NaC-€ e NH 3 (base fr aca), todas com a mesma concentra-
ção da Tabela 2.
Com base na informação apresentada, associe a cada letra da Tabela 2 a cor que cada
solução apresentará na presença do indicador.

--- 4
7
Tabela 1

Vermelho

Cor-de-rosa

Lavanda
Solução (a 25°)

HC-€
NaO H
Tabela 2
Cor da solução na presença do indicador

A
B
e
10 Ve rd e D
13 Am arelo E

323
QUÍMICA 11.0 Ano

Questões propostas

19. Os óxidos responsáveis pela acidificação atmosférica podem ter na sua origem atividades
naturais ou antropogénicas. A figura apresenta as principais fontes emissoras de gases
poluentes, alguns dos quais estão na origem das chuvas ácidas.

Transfonnação química
N0 2 HN0 3 ----------
SO2 H2 sO.

' ' '' ' \' ' \


Foto-oxidação
• '' ' ' ' ' '
1 ' Partículas
Poluentes ácidos (NO2 e SO2)
Hidrocarbonetos
Emissão para a atmosfera
Gases
~ hrvaácida

.il ' 11 1
Residências Veículos

Te ndo por base a informação, po de concluir-se q ue

(A) Uma chuva q ue apresente u m va lor de pH igual a 6, a 25°, é cons iderada ácida.
(8) os veículos motorizados são a p rincipal fo nte de emissão de óxidos de enxofre.
(C) a fo rmação da ch uva mais ou me nos ácida depende não só da concentração do áci do
fo rmado, mas ta mbém do ti po de áci do.
(D) a ch uva ác ida é um fenóme no qu e ocorre apenas em zo nas o nd e são libertados óxidos
de enxofre para a atmosfera.

20. A acidificação oceânica é a designação dada à diminuição do pH da água dos oceanos,


significando aumento da acidez, causada pelo aumento do dióxido de carbono, CO2 , que
se dissolve na água.
co2 (g) ~ co2 (aq)
co 2
(aq) + H 2 O (€) ~ H2 CO3 (aq)

20.1 Explique a origem da diminuição de pH da água dos ocea nos referida.

20.2 No início do século XXI, o pH méd io da ág ua do mar era 8,05. Estima-se que o p H po-
derá descer para 7,7 em 2100 se forem mantidas as taxas atuais de em issão de CO2 •
Dete rmine o aum ento percentual da concentração do ião oxónio na ág ua dos oceanos,
previsto para 2100, em re lação ao va lor atual.

Reações de oxidação-redução
21. O fosfato de amónio, (NH 4 ) 3 PO4 , é um componente importante dos fertilizantes agrícolas.
As reações envolvidas num dos processos de síntese do fosfato de amónio podem ser tra-
duzidas pelas seguintes equações químicas:
1. 2 Ca 3 (PO 4 ) 2 (s) + 6 SiO 2 (s) + 10 C (s) ➔ P4 (€) + 10 CO (g) + 6 CaSiO3 (s)
li. P4 (€) + 5 0 2 (g) + 6 Hp (€) ➔ 4 H 3 PO4 (€)
Ili. H3 PO 4 (€) + 3 NH 3 (€) ➔ (NH 4 ) 3 PO4 (s)

324
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

21.1 Verifique se cada uma das reações é de oxidação-redução, calcu lando a va riação dos
n úmeros de oxidação.

21.2 Identifi que para cada reação de oxidação-redução:


a) as espécies oxidada e red uzida;
b) os agentes redut or e oxidante.

22. O brometo de alumínio, A-€Br3 , pode ser obtido a partir da reação entre o bromo e o alumí-
nio, traduzida pela equação química seguinte:

22.1 Na reação houve transferência de


(A) elet rões do Br2 pa ra o Af .
(B) protões do Br2 para o A C.
(C) elet rões do Af para o Br2 .
(D) prot ões do Af para o Br2 •

22.2 Escreva as semi rreações de oxidação e de redução.

23. As baterias de níquel-cádmio (NiCd) são constituídas por um elétrodo positivo de dióxido
de níquel, Ni02 , um elétrodo negativo de cádmio metálico, Cd, e uma solução que permite
a transferência de eletrões. Quando esses constituintes entram em contacto ocorre a se-
guinte reaçã o:

Durante a descarga da bateria, a reação química evolui no sentido da formação dos hidróxi-
dos de cádmio e de níquel. Durante a carga, a reação evolui no sentido inverso, repondo os
constituintes originais.

23.1 Verifique que o processo de descarga da bateria é uma reação de oxi dação-redução.
23.2 Identifi que, pa ra o processo de ca rga de uma bat eria NiCd, os agentes redutor e ox i-
dante.

24. Mergulhou-se uma placa de estanho em 250 ml de uma solu-


ção aquosa de sulfato de cobre 0,10 mol dm-3 • Passado algum
t empo, verifica-se a de posição de uma camada avermelhada
sobre a placa de estanho e que a soluçã o se torna mais clara.
1
Removido o depósito, constata-se que a placa de estanho se CuS04 (aq)
apresenta corroída.

24.1 Pode concl uir-se que


(A) o cobre tem maior poder reduto r do que o estanho.
(B) o estanho reduz-se, cedendo eletrões aos catiões cobre(II).
(C) os catiões cobre(II) são a espécie responsável pela oxidação do est anho.
(D) a concentração de catiões cobre( II) na solução aumentou.

24.2 Escreva a equação química q ue traduz a reação ocorrida a parti r das semirreações de
oxidação e de redução.

24.3 Mediu-se a massa do depósito removido depois de seco, tendo-se obtido 0,325 g.
Dete rmine a concentração da solução de sulfato de cobre após a reação. Co nsidere
desprezáveis as variações de vol ume da solução.

325
QUÍMICA 11.0 Ano

Questões propostas

25. No processo de corrosão, os metais reagem com compostos de elementos não-metáli-


cos presentes no ambiente, tal como ox igénio, enxofre e dióxido de carbono. Mas, como
mostra o esquema seguinte, nem todos os metais, nas mesmas condições, sofrem igual
corrosão.

Zn Fe Ni Cu Ag Pt Au

Facilidade de oxidação dos metais

Pode concluir-se q ue
(A) a prata, a platina e o ouro são considerados meta is nobres pela sua facilidade em oxidar-
se.
(8) os metais com maio r faci lidade de oxidação são frequen teme nte encontra dos na nature-
za na forma de substâ ncias elementare s.
(C) à maior facilidade de um meta l sofrer corrosão corresponde uma maior dificuldade em
ceder eletrões.

(D) o zinco met álico é o mais reativo entre os metais aprese ntados.

26. Um grupo de alunos investigou a tendên- zn Pb


eia de diversos metais para serem oxidados.
Dispondo de soluções de Pb(NO 3 ) 2 (aq) e
Cu(NO3 ) 2 (aq), de igual concentração, colocaram
uma b arra de Zn (s) em 20 ml da solução de
Pb(NO) 2 (aq) e uma de Pb (s) em 20 ml da Zn
solução de Cu(NO3 ) 2 (aq) .
A figura apresenta os resultados após o con-
tacto das barras metálicas com as soluções.

26.1 Refira as variáveis a controlar d urant e a


realização da atividade.

26.2 Coloque por ordem cresce nte de poder red utor os metais Zn, Cu e Pb.

26.3 Exp lique, com base nos result ados apresentados, porque é que não se deve armaze nar
uma sol ução d e Pb(NO 3) 2 num reci piente de zinco, mas j á será possível fazê-lo num
recipiente de cobre.

27. Um parafuso de níquel enroscado numa porca de cobre foi colocado numa solu ção de
ácido clorídrico. Passado algum tempo, observou-se a libertação de bolhas gasosas e a
solução ficou esverdeada.

Cu H Pb Sn Ni

Maior poder redutor

27.1 Explique as evidências expe rimenta is observa das com base na informação forneci da.

27.2 Escreva a eq uação química que tra duz a reação que ocorreu a partir das sem irreações
de oxidação e de redução.

326
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Soluções e equilíbrio de solubilidade

28. A tabela apresenta a composição química dos constituintes - - Concentração em


maioritários de uma amostra de água do mar. massa / g dm-3

28.1 Pode concluir-se que ce- 19,22

(A) os iões cloreto presentes na ág ua do mar são p ro- Na+ 10,70


ven ientes apenas da dissolução d e cloreto de sódio, 2 ,51
SOt
NaCt'.
Mg 2+ 1,29
(8) a percentagem em massa de cálcio, Ca 2+, relativa-
Ca 2 + 0,40
me nte à totalidade dos iões (constit uintes maio ritá-
rios) é 1,15%. 0,39
(C) em 10 L de água do mar co nsiderado, a massa de 0,14
iões dos constituintes maiorit ários é 3 4,7 g.
(D) a mi nera liz ação da água do mar res ulta apenas da dissolução de sa is.

28.2 Uma das possíveis causas da presença dos iões hidrogenocarbonato, HCO3, na água
do mar é a dissolução do dióxido de carbono atmosférico. Escreva as eq uações quí-
micas q ue traduzem a forma ção desses iões a partir da dissolução do CO 2 na água do
ma r.

29. O gráfico representa a variação da solubili-


Õ 10,0
d ade de um sal em água em fun ção da tem- I N

peratura.
_J

E
. .. .. . .. .
8,0 . . . . --~ ..........................
29.1 Determ ine a massa de sal que pode p re-
8
cipita r quando 40 ml d e um solução sa-
turada a 80 ºC é arrefeci da até 20 ºC.

29.2 Pode co ncluir-se que


(A) a dissol ução deste sa l em ág ua é
sempre endotérmica.
o 20 40 60 80 100
(8) se a solução for arrefecida, forma-se Temperatura /ºC
um prec ipitado q uando a solução é
saturada.
(C) a solubilidade de um gás em água aumenta com a temperatura.
(D) q uando, a uma dada temperatu ra, se est abelece um equilíb rio entre o sol uto dissol-
vido e o soluto sólido, a solução diz-se saturada.

30. O sulfato de prata , Ag 2 SO4 , é o principal responsável pela cor castanha-amarelada que as
radiografias apresentam quando a sua revelação não é executada nas melhores condi-
ções. À temperatura de 25 ºC, a constante do produto de solubilid ade do sulfato de prata
em água é 1,7 x 10-s.
À temperatura de 25 ºC, a solubilidade do sulfato de prata em água é
(A) me no r do que numa solução de sulfat o de cobre.
(8) igual ao quadrado da concentração do ião sulfato em solução saturada.
(C) me nor do que a concentração do ião prata na solução saturada.
(D) igual a 0,032 mol dm- 3 .

32 7
QUÍMICA 11.0 Ano

Questões propostas

31. O carbonato de sódio, Na 2 C0 3, é produzido através


do processo Solvay. Este processo envolve como
reagentes principais o NH 3 , o C02 e uma solução sa- Ol
o 80
turada de Nace. No final do processo, a solução ob- o
tida contém alguns iões, nomeadamente NH;, Na+, ---
o
:J 60
HC03 e ce-. O gráfico ao lado apresenta as curvas o
(/)

de solubilidade em fun ção da temperatura para al- 9


Q) 40
guns sais que poderão precipitar na solução final.
àl
:g
M(NH 4 C€) = 53,49 g mo1- 1; M(NH 4 HCO) = 79,06 g mo1- 1; 15 20
..,.' .... ,' ....., .... ,' .... ,' .... ,..
:::,
o .. .
M(NaC€) = 58,44 g mo1- 1; M(NaHCO) = 84,01 g mol-1. (/)
'
' '
'
'
'

Pode concluir-se que o 20 40 60 80 100


Temperatura /ºC
(A) o aq uecimento favorece a dissolução dos sais
presentes na fig ura.
(B) as soluções aq uosas satu radas de NaHC0 3 e Nace, à temperatura de 40 °C, contêm a
mesma quantidade de matéria de sais dissolvidos.
(C) aumenta ndo igualmente a concentração dos sais indicados, a partir de um determinado
valor, à temperatura de 20 ºC, o NH 4 C€ é o pri mei ro a precipitar.
(O) a dissolução dos referidos sais é um processo exotérmico.

32. O fluoreto de magnésio, MgF 2, é um composto usado no fabrico de cerâmicas e vidro e em


filtros de instrumentos óticos.
O produto de solubilidade do MgF 2 , à temperatura de 25 ºC, é 6,4 x 10-9 _

32.1 Determine a concentração dos iões F- na solução saturada, à temperatura de 25 °C.

32.2 A adição de algumas gotas de solução de fluoreto de potássio, KF (aq), a uma solução
sat urada de fluoreto de magnésio, irá originar
(A) um aumento da concentração dos iões F- e uma diminuição da concentração dos
iões Mg 2 +.
(8) um aumento da concentração dos iões F-, permanecendo constante a concentra-
ção dos iões Mg 2+.
(C) uma diminuição das concentrações dos iões F- e Mg 2+.
(O) um aumento das concentrações dos iões F- e Mg 2 +.

32.3 Adicionaram-se 200,0 ml de uma solução de Mg(N0)2 3,0 x 10- 3 mal dm- 3 a 100,0 ml
de uma solução NaF 2,0 x 10- 3 mal dm- 3 . Preveja, com base no va lor do quociente da
reação, se poderá ocorrer precipitação de MgF2 •

32.4 A 18 ºC, a concentração de Mg 2+ numa solução saturada de MgF2 é 1,21 x 10- 3 mal dm- 3 .
Prevej a se a dissolução do fl uoreto de magnésio em água é um processo endotérmico
ou exotérmico.

328
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

33. A contaminação da água com vários poluentes é, em grande parte, de origem antropo-
génica. Os efluentes aquosos de uma determinada indústria contêm iões de níquel, Ni 2+
que são um exemplo dos referidos poluentes. Considere que os iões níquel permanecem
nesses efluentes na forma de hidróxido de níquel e que a concentraçã o desses iões, na
solução saturad a, é 5,8 x 10-6 mol dm-3 •

33.1 Escreva a equação química q ue tra duz o e quilíbrio de sol ubilidade do hidróxido de
níquel em água.

33.2 Mostre que, nas condições referidas, o produto de solubi lidade do hidróxido de níquel
é 7,8 X 10 - 16•

33.3 Um dos processos de remoção dos iões níquel dos efl uentes industriais consiste na
utilização de um agent e precipitante. Conside re que o agente precipitante é o hidróxi-
do de sódio.
a) Refira, j ustificando, com base no Pri ncípio de Le Châte lier, de que modo a adição de
NaO H (aq) contribui pa ra a remoção dos iões níquel da sol ução.
b) Suponha que 990 L dos efl uentes foram tratados com 10 L de so lu ção de NaOH (aq)
0,5 0 mol dm-3 , antes de serem libe rtados no ambiente.
Determin e a concentra ção em iões Ni2 + q ue perma neceram na so lução resu ltante,
coment ando o resultado.

329
Provas-modelo
Física e Química A
Física e Química A

Prova-modelo de exame 1

GRUPOI

Na figura está representado o diagrama de ní- n= oo

veis de energia do átomo de hidrogénio, no qual . n =5


n =4
estão ass in aladas oito transições eletrónicas,
of G! n =3
A, 8 , C, D, E, F, G e H. As energias dos quatro
A
e F H ■Dill·Wii
primeiros níveis são as indicadas na tabela. n=2 4 - 0,136

1. A variação de energia do átomo de hidrogé- 3 -0,242


nio na transição E é
B E 2 - 0,545
(A) -2,315 X 10-18 J. (C) -2,043 X 10-18 J.

(8) 2,315 X 10-18 J. (D) 2,043 X 10-18 J. - 2,179


n= 1

2 . Das oito transições assinaladas, a F co rresponde à _ _ _ _ _ do fotão de _ _ _ _ _ frequência.

(A) emissão ... maior (8) absorção ... maior (C) emissão ... menor (D) absorção ... menor

3. As transições elet rónicas _ _ _ _ _ pertencem à mesma série espetra l e correspondem a riscas na


região do _ _ _ __

(A) G e H ... visível (8) G e H ... ultravioleta (C) B e E ... v isível (D) B e E ... ultravioleta

GRUPO li

A primeira mistura gasosa utilizada na soldagem foi


uma mistura dos gases hidrogénio, H 2 (g), e oxigé-
nio, 0 2 (g).
Considere uma mistura de H2 (g) e 0 2 (g), com
80,8% (VI I/) de H2 (g).
O gráfico da figura representa o volume, V, dessa
4,0 :::t::::t:::::::::·:t:::::; ..; . : ····,· ·:·::::\::::::·:::::::::: ...:
mistura em fu nção da quantidade de matéria total , 3,0
.. ---~-.. - ~ ·----~-----~ _____:. .. - ~..:: J::. :: :t:: :: ::t::. :J::::
:
:t::::::t:::: :t. ·. -·:.
' ' ' -~-. ·: ... --: .. ·: ..... : ... ·: .... ·: ... --: .... ·; .... ·:
2,0 ....., ....., ....., ...., ... .., ....., .... , ....., ....., ....., ..... , ..... ,....., .....,
n, à pressão de 2 atm e à temperatura de 19 ºC.
. .
1,0 · ---~--- ·------~--- -~-----~ ----~-----~-----: .....:
1. A composição da mistura, em volume, em 0 2 (g) é 0,0 l"--~~~~~~~-~~~~~~---
0,00 o, 1O 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70
(A) 1,92 x 10 5 ppm. (C) 8,08 x 105 ppm. n/mol
7
(8) 1,92 X 10 ppm. (D) 8,08 x 10 7 ppm.

2. Qual das expressões traduz o número de átomos em 3,0 dm 3 da mistura a 19 ºC e à pressão de 2 atm?
6,02 X 10 23 X 2
(A) (C) 0,25 X 6,02 X 10 23 X 2
0,25
6,02 X 1023 X 4
(B) (D) 0,25 X 6,02 X 1023 X 4
0,25

3. Determine a massa volúm ica da mistura nas condições de pressão e de temperatura dadas.
Apresente todas as etapas da resolução.

332
PROVA-MODELO DE EXAME 1

4 . A reação entre o hidrogénio e o oxigénio pode ser representada pela equação seguinte:
2 H 2 (g) + 0 2 (g) ➔ 2 H2 O (g)

Esta reação, à pressão de 1 bar e a 25 ºC, liberta 286 kJ por ca lor, por cada mole de água formada.
A expressão que relaciona as energias de ligação de reagentes e produtos é

(A) 2 E(H-H) + E(O=O) - 2 E(O-H) = -286 kJ. (C) 2 E(O-H) - 2 E(H-H) - E(O=O) = -286 kJ.

(8) 2 E(H-H) + E(O=O) - 4 E(O-H) = -2 x 286 kJ. (D) 4 E(O-H) - 2 E(H-H) - E(O=O) = -2 x 286 kJ.

GRUPO Ili

A água do mar tem dissolvidas várias substâncias, sendo o sa l maioritário o clo reto de sódio, NaCf .

1. Para uma água do mar com salinidade de 35 g/kg, os valores comuns das percentagens em massa dos
iões clo reto, ce-, e sódio, Na+, são 1,94% e 1,08%, respetivamente. Existem ainda, por quilograma de
22
água, cerca de 6,23 x 10 iões de outras espécies.

1.1 Determine o quociente entre a quantidade de iões cloret o e a quantidade total de iões da água do
mar considerada.
Apresente todas as etapas de resolução.

1.2 Explique porque é que o raio atómico do sódio é maior do que o raio atómico do cloro.
Tenha em consideração as config urações eletrónicas destes átomos, no estado fundamental.

2. O gráfico seguinte representa a solubilidade de três sais em água em função da temperatura:


KNO3 (s) de O ºC a 60 ºC, Na 2 5O4 °10H 2 O (s) de O ºC a 30 ºC, e Na 2 5O 4 de 30 ºC a 100 ºC.

O gráfico permite conc luir que ·----,- -- -- r-··-,-· ·- -•- · --· r· ·-· ,
' ''
'
' ..' ''
'

(A) uma solução contendo 36 g de KNO 3 (aq) por 60 g de água, O: 100 ---··:-··i<~o3 . ·r··-·•--·;
~ ~ 80 .. , ... , ----:- --- -..... :
a 40 ºC, est á insaturada. ~ o
nS 60
(8) a disso lução do Na 2 5O 4 °10H 2 O (s) é exotérmica. .2 ......
O - 40
(fJ m

(C) uma so lução cont endo 50 g de Na 2 5O4 (aq) por 150 g de água, .9 20 --·-: -ãicf 16i-iA·- --:··-- 1
a 80 ºC, está insat urada.
20 40 60 80 100
(D) a dissolução do Na 2 5O4 (s) é endotérmica. Temperatura / ºC

3 . O gráfico representa as conce ntrações de dois cont aminantes da água,


Pb2 + (aq) e 5 2 - (aq), provenientes de minerais de composição maioritária ~ 3
o
E
em sulfureto de chumbo, Pb5 (s), em função do pH.
'b 2
Pode afirmar-se que ......
o
'i'l. 1
(A) a acidificação do meio favorece a diminuição da concentração de ~
e
<D s2-
Pb 2 + (aq) na água dos oceanos. g o
8 ~~~2~~3~~4--
(8) o produto de solubilidade do Pb5, a temperatura constant e, não de-
pH
pende da acidez do meio.

(C) a baixa concent ração do ião 5 2 - (aq) resulta do favorecimento do equilíbrio


H5- (aq) + H2 O (€) ~ 5 2- (aq) + H 3 O+ (aq) no sentido d ireto.

(D) a concentração de Pb 2 +(aq) diminui com o aumento da concentração de Hp+ (aq).

333
Física e Química A

4 . O ácido sulfídrico, H2 S (aq), é um ácido cuja ionização ocorre em duas etapas sucessivas: a segunda
etapa, por ser muito menos extensa do que a primeira, pode ser desprezada. A primeira etapa de ioni-
zação pode ser traduzida por:

Considere uma amost ra de 250 cm3 de uma solução de ácido sulfíd rico, de concentração 0,10 mo! dm-3 .
Despreze a variação da concentração de H 2 S (aq) em resultado da sua ionização.
Determine quantos iões Hp• (aq) existem em solução por cada ião OH- (aq).
Apresente todas as etapas de resolução.

5 . A autoionização da água é uma reação endot érm ica, assim

(A) o aument o da t emperatura diminui a concentração de Hp • (aq).

(B) a 50 ºC, o pH da água quimica mente pura é menor do que 7.

(C) a 50 ºC, a concentração de H3 0 • (aq) na água quimicamente pura é maior do que a concentração
de o H- (aq).

(D) o aumento da temperatura diminui a concentração de OH- (aq).

6 . A análise de uma amostra de água do mar revelou a presença de algumas espécies químicas, nomeada-
mente iões sódio (Na•), iões cloreto (Ct'-), iões sulfat o (SOt ), dióxido de carbono (COiJ e oxigénio (OJ

Sobre as espécies referidas, pode afirmar-se que

(A) as moléculas de H 2 0 e de C0 2 apresentam a mesma geometria.

(B) na molécula de 0 2
há quatro eletrões de valência partilhados e oito não partilhados.

(C) no sulfato de sódio por cada ião Na• há dois iões sot.

(D) o ião ce- t em sete eletrões de valência.

GRUPO IV

1. A uma altura de 80 m, um helicópt ero, em repouso em relação ao solo, larga uma ca ixa. No instante em
que a ca ixa in icia a queda o se u paraquedas encontra -se já aberto.
Durante a queda, na vertical, sobre o sist ema caixa + paraquedas, de massa 60 kg , atua uma força de
resistência do ar de intensidade F., = b v, em que b é uma constante e v é o módulo da velocidade do
sistema. Quando o sistema atinge a velocidade de módulo 7,5 m s-1 passa a mover-se com velocidade
co nstante.

1.1 Determine o módulo da aceleração do sistema caixa + paraquedas no instante em que a sua velo-
cidade é 20 km/h.

1.2 O traba lho realizado pe la força de resistência do ar durant e a queda é

(A) -4,8 X 104 J. (8) - 1,7 X 10 3 J. (C) -4,6 X 104 J. (D) -1,1 X 10 3 J.

2. De uma vara nda de um prédio, a uma altura h, uma bola é lançada verticalmente para cima, a 6,0 m s-1.
Simultaneamente, do mesmo nível, um vaso cai, acidentalmente, partindo do repouso, atingindo o solo
decorridos 2,0 s.
Considere um referencial Oy vertical, com origem na varanda, e sentido positivo de cima para baixo.

334
PROVA-MODELO DE EXAME 1

2.1 Qual dos esquemas pode representar a velocidade, v, e a resultante das forças, FR, que atuam na
bola , imediatamente após o seu lançamento?

(A) (8) (C) (D)

FR FR
v v

v v
FR
FR

2 .2 Qual dos esboços de gráfico pode representar a energia cinética, Ec, da bola em função do tempo, t?

(A) (8) (C) (D)

2 .3 Qua l dos esboços de gráfico pode representar a energia potencial gravítica, f pg' do sistema
vaso + Terra em função do tempo, t?

(A) (8) (C) (D)

2.4 Determine quanto tempo após o vaso ter chegado ao so lo a bola atingirá o solo.
Apresente todas as etapas de resolução.

GRUPO V

A figura apresenta um corpo, de massa 2,0 kg , suspen-


Água
so por um fio enrolado num ci lindro, ligado ao eixo de
um gerador elétrico. A queda do corpo provoca o mo-
vi mento do eixo do gerador elétrico que aliment a uma
resistência elétrica, imersa num recipiente com 80 g de
í
Resistência
elétrica
água, inicialmente a 15,0 ºC. Após 30 quedas sucessivas m
do corpo, de uma mesma altura de 1,2 m, a t emperatura
da água é 15,9 ºC.

1. Nesta experiência _ _ _ _ _ cede energia _ _ _ __

(A) o sistema corpo suspenso + Terra ... à resist ência por calor

(8) o sistema corpo suspenso + Terra ... à resistência por trabalho

(C) o gerador ... ao corpo suspenso por ca lor

(D) o gerador ... ao corpo suspenso por trabalh o

335
Física e Química A

2. Determine o rendimento do processo de aqueciment o da água.


Apresente todas as etapas de resolução.

3. Qual é o gráfico que relaciona a potência, P, dissipada num condutor por efeito Joule, com a tensão
elétrica , U, aos seus terminais? Admita que a resistência elétrica do condutor permanece co nstante.

(A) (8) (C) (D)

GRUPO VI

1. Um anel metálico, de raio r, rola sobre uma mesa com ve locidade const ante, passando, sucessivamente,
pelas posições P, Q, R, S e T, como representado na figura.

--+ 000000

00@00
p Q R s T

Na reg ião indicada pela parte sombreada a azul na fig ura existe um ca mpo magnético uniforme, de in-
tensidade 8 , perpendicular ao plano do anel e que aponta para fora da página.

1.1 Se o fluxo do campo magnético através do anel no ponto Q for igual a $ , qual será o fluxo do campo
magnético no ponto R?

(A) 2$ (8) 4cp (C) _!_ (D) _!_


2 4

1.2 A corrent e elétrica induzida no anel é máxima em _ _ _ _ _ e nula em _ _ _ __

(A) P e T ... R (C) R ... Q e S

(8) Q e S ... P e T (D) R ... P e T

1.3 Qual é o gráfico que pode representar corretamente o módulo do fluxo magnético através do anel
ao longo do percu rso PQRST?

(A) (8) (C) (D)


<I> <I>

:--
I""'"""' ........

X
- .- ''
'

336
PROVA-MODELO DE EX AME 1

2. A luz de um laser incide na superfície de sepa ração meio 1-meio 2, apresentando dois comportamentos
diferentes, A e B, como mostra a figura (que não está à escala).
Comparando os módulos da ve locidade de propagação da luz nos meios 1 e 2, verifica-se que é 1,5
vezes maior no meio 2.
Na situação A, a amplitude do ângulo de incidência é 20º.

A B i
''
''
'
meio2 :' meio2
meio 1 !rr{eio l
0:3 : 0:4
'
'''
''

2.1 Determine, para a situação A, a amplitude do ângulo que o f eixe refrat ado faz com a superfície de
separação dos dois meios.
Apresente todas as etapas de resolução.

2.2 Para determinados ângulos de incidência a luz passa a ter o comportamento apresentado na situa-
ção B. Expliq ue as cond ições necessárias pa ra que ocorra o fenómeno representado na situação B.
Apresente, num texto estruturado e com linguagem científica adequada, a explicação solicitada.

FIM

1111 1. 2. 3.
Item
Cotação (em pontos)

18
6 6 6
1. 2. 3. 4.
li 28
6 6 10 6
1.1 1.2 2. 3. 4. 5. 6.
Ili 54
10 10 6 6 10 6 6
1.1 1.2 2.1 2.2 2.3 2.4
IV 44
10 6 6 6 6 10
1. 2. 3.
V 22
6 10 6
1.1 1.2 1.3 2.1 2.2
VI 34
6 6 6 6 10
Total 200

337
Física e Química A

Prova-modelo de exame 2

GRUPO 1

A tabela apresenta a percentagem em vo lume dos


Gases % (V/V)
quatro componentes maioritários no ar seco (ar sem
vapor de água) na atmosfera da Terra: nitrogénio, N2 , Oxigénio 21
oxigénio, 0 2 , árgon, Ar, e dióxido de carbono, CO 2 . Nitrogén io 78

Árgon 0,93

Dióxido de carbono 0,041

1. A expressão que traduz o teor de CO 2 na atmosfera terrestre, expresso em partes por milhão, em vo-
lume é
41 X 10-2 X 10 6 41 X 10-2 41 X 10-2 X 10 2
(A) 4,1 X 10- 2 X 106 (8) , 102 (D) , 106
(C) 1~2 X 106

2. Qual é a quantidade de átomos de nitrogénio em 10,0 dm 3 de ar, medidos em condições PTN?

(A) 0,35 mol (8) 0,70 mol (C) 2,9 mol (D) 5,7 mol

3. Numa respiração normal, um adulto inspira cerca de 0,500 dm 3 de ar. À pressão normal e a uma tempe-
ratura de 25 ºC, esse volume contém 2,58 x 10 21 moléculas de oxigénio.
Determine o volume molar de um gás nessas condições de pressão e temperatura. Apresente todas as
etapas de resolução.

4. A atmosfera recebe diariamente muitos compostos orgânicos.

4 .1 Um desses compostos apresenta a composição em massa


indicada no diagrama.
53,33% e 40,00%

Qual das fórmulas moleculares pode corresponder a esse


composto?

6,67%

4.2 Relativa mente aos compostos orgânicos, pode afirmar-se que

(A) as ligações múltiplas entre átomos de carbono apresentam maiores comprimentos de ligação do
que as simples.

(8) uma ligação dupla carbono-carbono tem maior energia de ligação do que uma ligação tripla
carbono-carbono.

(C) as moléculas de metano, CH 4 , apresentam uma geometria piramidal.

(D) as mol éculas de clorometano, CH 3 CC, são polares.

GRUPO li

Nos gases de escape dos automóveis existem diversos poluentes. Para eliminar estes contaminantes utili-
zam-se conversores catalíticos. Estes dispositivos têm a função de converter os gases poluentes, entre eles
os óxidos de nitrogénio, NOx, e o monóxido de carbono, CO, em nitrogénio, N 2 , e dióxido de carbono, CO 2 .

338
PROVA-MODELO DE EXAME 2

1. Uma dessas reações pode ser traduzida por:


2 CO (g) + 2 NO (g) ---->.
~ fi.H < O

1.1 Pode concluir-se que

(A) se a reação ocorrer em sistema isolado, a temperatura do sistema mantém-se constante.

(8) se a reação ocorrer em sistema isolado, a temperatura do sistema aumenta.

(C) a energia envolvida na quebra das ligações nos reagentes é igual à energia envolvida na forma-
ção das ligações nos produtos da reação.

(D) a energia envolvida na quebra das ligações nos reagentes é superior à energia envolvida na for-
mação das ligações nos produtos da reação.

1.2 Considere que num recipiente fechado contendo inicialmente 6,0 mal de monóxido de carbono e
4,0 mal de monóxido de nitrogénio, o equilíbrio foi estabelecido, a uma dada temperatura , quando
85% de monóxido de nitrogénio foi consumido.
A quantidade total de gases no equilíbrio é

(A) 5,10 mal. (8) 3,40 mal. (C) 5,70 mol. (D) 8,3 mal.

1.3 Na reação considerada, a variação do número de oxidação do carbono é _ _ _ _ _, atuando o


monóxido de nitrogénio como _ _ _ __

(A) +2 ... oxidante (8) -2 ... oxidante (C) +2 ... redutor (D) -2 ... redutor

2. À saída do escape, o monóxido de nitrogénio, NO, contacta com o ar atmosférico, sendo rapidamente
oxidado a NO 2 :
2 NO (g) + 0 2 (g) ➔ 2 NO 2 (g)

Fez-se reagir uma amostra de 50,0 L de ar, contaminada com 30,0 mg L-1 de NO, com 1,8 dm 3 de oxigé-
nio, 0 2 , tendo-se obtido 0,112 dm 3 de NO 2 .
Determine o rendimento do processo de conversão do NO em NO 2 . Considere que os volumes foram
medidos em condições PTN.

GRUPO Ili

O dióxido de enxofre reage com o oxigénio, originando trióxido de enxofre, de acordo com a equação
química seguinte:

1. O gráfico representa a evolução, ao longo do tempo, das quantidades n I mo l


de cada espécie química presentes num reator com a capacidade de 0,32
S03
1,00 L, à temperatura de 700 ºC.

1.1 Depois de o sistema atingir o equilíbrio, verificou-se que existiam 0,17

no recipiente 0,062 mal de sO 2 .


Determine a constante de equilíbrio da reação de conversão do dió-
xido de enxofre em trióxido de enxofre, à temperatura de 700 ºC.
o
1.2 Considere que num determinado instante, depois de atingido o equilíbrio à temperatura de 700 ºC,
se aumenta a concentração de 0 2 (g). Conclua, justificando, como variará o quociente da reação até
ser atingido um novo estado de equilíbrio, à mesma temperatura.

339
Física e Química A

2. Na tabela estão registados os va lores da constante de equilíbrio, Kc, da rea-


ção de formação de S03 (g) considerada, para três temperaturas diferentes.
Quando se provoca uma diminuição da temperatura do sist ema em equi-
líbrio, a pressão constante, o rend imento da reação _ _ _ _ _, o que
pe rm ite conclu ir que a reação de formação de S03 (g) é _ _ _ __
-- 298

500
9,8

1,0

1,7
X

X
10 25

10 12

10 6
700 X

(A) aumenta ... endotérmica (C) diminui ... endotérmica

(8) diminui ... exotérmica (D) aumenta ... exotérmica

3. Os óxidos de enxofre reagem com a água da chuva originando ácido sulfuroso, H 2 S0 3 (aq), e ácido
su lfúrico, H 2 SO 4 (aq). As primeiras etapas de ionização desses ácidos podem ser traduzidas por:

K = 16 x 10- 2 a 25 ºC
ª1 ' '

K = 1 3 x 10 3 a 25 ºC
ª1 ' '

3.1 Comparando, em termos das respetivas ordens de grandeza, a força do ácido sulfúrico com a fo rça
do ácido sulfuroso, conclu i-se que o ácido sulfúrico é cerca de

(A) 103 vezes mais forte. (C) 103 vezes mais fraco.

(8) 10 5 vezes mais forte. (D) 105 vezes mais fraco.

3.2 A base conjugada do ácido sulfú rico é _ _ _ _ _ do que a base conjugada do ácido sulfuroso,
pois t em _ _ _ _ _ const ante de basicidade.

(A) mais forte ... menor (C) mais fraca ... maior

(8) mais forte ... maior (D) mais fraca ... menor

GRUPO IV

Dois esquiadores, 1 e 2, com a mesma massa, descem dois percursos diferentes, como se mostra na figura
(que não está à escala): o esquiador 1 desloca-se no percurso ABC, enqua nto o esquiador 2 faz o percurso
DEF.

Esquiador 1 Esquiador 2
A D

24m

12 m
e
·-----------------------•-+••---------------- -·· ·* ··

Tome o nível dos esquis nos pontos C e F como referência para a energia potencial gravítica.
Considere que ambos os esquiadores iniciam a descida a partir do repouso e que no fin al do percurso as
energias mecânicas são 90% e 80% das energias mecânicas iniciais, respetivamente para o esquiador 1
e para o esquiador 2.
Considere que os esquiadores podem ser representados pelo seu centro de massa (modelo da partícula
material).

340
PROVA-MODELO DE EXAME 2

1. Na descida, entre as posições iniciais e finais , as variações de energia potencial gravítica dos sistemas
esquiador+ Terra são _ _ _ _ _ e o trabalho realizado pela força gravítica que atua sobre o esquia-
dor 1 é _ _ _ _ _ realizado pela força gravítica que atua sobre o esquiador 2.

(A) positivas ... maior do que o (C) negativas ... maior do que o

(8) positivas ... igual ao (D) negativas ... igual ao

2. Qual dos esboços de gráfico seguintes poderá traduzir a energia mecânica, Em, dos esquiadores 1 e 2
em fun ção da altura, h 7
(A) (8) (C) (D)

o h o h o h o h

3. Para percursos na região retilínea da descida, com um mesmo desnível D.h, é maior a variação de velo-
cidade do esquiador 2, podendo concluir-se que para o esquiador 2 é maior, em módulo,

(A) a resultante das forças de atrito que nele atuam.

(8) a resultante das forças que nele atuam.

(C) a soma dos trabalhos realizados pelas forças que nele atuam.

(D) a soma dos trabalhos realizados pelas forças de atrito que nele atuam.

4. Considere que o troço retilíneo onde se inclui o ponto E faz um ângulo de 30º com a horizontal.
A intensidade da resultante das forças de atrito que atuam sobre o esquiador 2, ao passar em E, é 12%
da intensidade da força normal que a rampa exerce sobre esse esquiador.
Determine, com base na Segunda Lei de Newton, o módulo da aceleração do esquiador 2 na posição E.
Apresente todas as etapas de resolução.

5. Admita que no troço retilíneo da descida é constante a resultante das forças que atua sobre o esquia-
dor 1 e que o movimento se inicia no instante t = O.
Qual das expressões seguintes poderia traduzir a distância percorrida, d , pelo esquiador 1, na descida,
em função do tempo, t, estando essas grandezas expressas nas unidades de base do SI?

(A) d = 10t (8) d = 6 ,0t (C) d = 5,0t2 (D) d = 3,0t2

6. Determine o módulo da velocidade do esquiador 1 ao atingir a posição C.


Apresente todas as etapas de resolução.

GRUPO V

1. A figura apresenta as linhas de campo criadas por duas cargas elé-


tricas pontuais, 0 1 e 0 2 . Na região do campo criado por essas cargas
assinalam-se quatro pontos (P, R, S e T) e um referencial xOy.

1.1 A carga 0 1 é _ _ _ _ _ e dos quatro pontos considerados


o campo elétrico é mais intenso no ponto _ _ _ __

(A) positiva ... R (C) negativa ... R

(8) positiva ... S (D) negativa ... S

341
Física e Química A

1.2 Considere que se coloca em T uma carga elétrica negativa pontual.


A força elétrica exercida sobre essa carga tem a direção do eixo _ _ _ _ _ e o sentido
_ _ _ _ _ desse eixo.

(A) Ox ... positivo (B) Oy ... positivo (C) Ox ... negativo (D) Oy ... negativo

2. Uma bobina com 800 espiras circulares, de raio 10 cm, roda com velocidade angular constante numa
região em que existe um campo magnético, 8 -, constante. A figura seguinte representa o gráfico do fluxo
do campo magnético, <1>m' através da bobina em função do tempo, t , no intervalo de tempo [O; 200] ms.

<I> / Wb
0,200
0,150
0, 100
0,050
0,000
t/ m s
- 0,050
- 0, 100
- 0, 150
- 0,200

2.1 A figura seguinte apresenta a bobina e o campo magnético


nos instantes tA e t 8.

O instante tA pode corresponder a _ _ _ _ _ e o instante


t8 pode corresponder a _ _ _ __

(A) 125 ms ... 100 ms (B) 50 ms ... 75 ms (C) 125 ms ... 75 ms (D) 50 ms ... 100 ms

2.2 Determine a intensidade do campo magnético na região em que se encontra a bobina.


Apresente todas as etapas de resolução.

GRUPO VI

1. Na figura representa-se, no instante t = O, uma porção de uma mola elástica , na qual se propaga uma
onda periódica de período T, no sentido de A para 1.

- ~
ABC E F
oorpa~
H 1

1.1 O comprimento de onda é igual a

(B)~- (C) BE. (D) BH_


2 2

3
1.2 Qual das figuras pode representar a mesma porção da mola no instante t = T?
4
(A) amxxm oooaxmmxm oooaxmmxxm
1 1 1 1 1 1 1

(B) mmnmno ooo mmmmo oooammm


1 1 1 1 1 1 1

(C) nommmxxxn oooommmm ooomm


1 1 1 1 1 1

(D) ooooooamomxmoooOOlJüJiiill)()orr
1 1 1 1 1 1

342
PROVA- MODELO DE EXAME 2

2 . Em alguns automóveis existe um sist ema automático, esquematizado na figura seguinte, que aciona o
lim pa para-brisas quando cai água sobre o vidro.

••
Emissor Emissor
de IV de IV

Para-b risas Para-brisas


Detetor em
de IV movimento

O dispositivo contém um emissor de infravermelhos (IV) e um det etor para essa radiação. A radiação
emitida pelo emissor propaga-se do ar para o vidro e, se não existir água sob re o vidro, grande pa rte
da radiação passa do vidro para o ar no detetor atingin do-o. Se existir água sobre o v idro, uma grande
parte da radi ação não atinge o detetor, e as escovas são ativadas.

2.1 Quando não há água sobre o vidro, a radiação IV emitida, que atinge o detetor, sofre, sequencial-
mente, os seguintes fenómenos:

(A) refração, refl exão e refração. (C) reflexão, refração e reflexão.

(8) refração, difração e refração. (D) reflexão, difração e refl exão.

2 .2 Para q ue este sistema fun cio ne, é necessá rio que o ângulo de inci-
dência da radiação IV na superfície exterior do pa ra-brisas estej a com-
preendido num determinado interva lo.
Determine, co m base nos índices de refração apresentados na t abela,
esse interva lo de amplitudes do ângulo de incidência.
-- Vid ro

Água
1,49

1,33

Apresente todas as et apas de resolução.

FIM

1111 1. 2. 3.
Item
Cotação (em pontos)

4 .1 4.2
34
6 6 10 6 6
1.1 1.2 1.3 2.
li 28
6 6 6 10
1.1 1.2 2. 3.1 3.2
Ili 38
10 10 6 6 6
1. 2. 3. 4. 5. 6.
IV 44
6 6 6 10 6 10
1.1 1.2 2 .1 2.2
V 28
6 6 6 10
1.1 1.2 2 .1 2.2
VI 28
6 6 6 10
Total 200

343
Física e Química A

Prova-modelo de exame 3

GRUPOI

No co ncurso CanSat cada eq uipa concorrente aprese nta um proj eto e constrói um pequeno satélite
(cansat) que desempenhará uma missão científico-tecnológ ica. Um fog uete transporta o cansat e larga-o no
po nto mais alto da sua t raj etória. Depois, o cansat desce preso por um fio a um paraq uedas. Durante todo o
percurso comun ica com a est ação de base e é possível conhecer a sua altitude em função do tempo.
De acordo com o regulamento do concu rso, a ve locidade de descida deve situar-se entre 8 m s-1 e 11 m s-1.

Conside re que o cansat pode ser representado pe lo seu centro de massa (modelo da partícula material) e
admita que t em um movimento aproxi madament e ve rtical.

1. Os gráficos segu intes apresentam, para um cansat co m a massa de 3 50 g, a altitude em função do t em-
po, t, para todo o movim ento, e o módulo da ve locidade, v, em fu nção do tempo, t , para os pr imeiros 17 s.

altitude / m v i m s~1
1200
/. 140
{'
1000
I ' 120

800

600
" "~ I'\.. 100

80

400

"' 60

40

200

o
o 20 40 60 80 "" "'
100 120 140
t/ s
20

1.1 Para os pri meiros 4 s de movime nto, o movimento do foguete foi ____ e a aceleração _ _ __

(A) u niforme ... é co nstante (C) uniforme ... não é const ante

(8) acelerado ... é constante (D) acelerado ... não é constante

1.2 Verifique se a ve locidade de descida se encontrou no intervalo de va lores recomendado.


Apresente t odas as et apas de resolução.

1.3 Co nc lua, j ustifica ndo, qual foi , no inst ante 60 s, a intensidade da força exercida no cansat pelo fio
que o ligava ao paraquedas.

1.4 Qual dos esboços de gráfico seg uintes pode representar, durante a descida, a energ ia mecânica, Em,
do sistema cansat + Terra , em função da altura, h, em relação ao solo?
Considere o so lo como nível de referência da energia potencia l gravít ica.

(A) (8) (C) (D)

o h o h o h o h

344
PROVA-MODELO DE EXAME 3

2. O cansat deve ser capaz de suportar uma força resultante que origine uma aceleração até 20g, ou
seja, uma força 20 vezes maior do que a força gravítica nele exercida. Para testar aquele limite de
aceleração, uma equipa considerou a hipótese de o fi xar a uma plataforma giratória, descrevendo um
movimento circu lar uniforme num plano horizontal.

2.1 Quando o cansat descreve um movimento circu lar uniforme, qual dos diagramas seguintes repre-
sent a corretamente a resultante das forças, F, aplicadas no cansat?

(A) (8) (C) (D)


/ rR

~
'

1
[t3 ):i 1

ll'
FR \
):i 1 :□-, 1
1

~ ~
:□-, 1

2.2 A plataforma efetua 200 rotações em cada minuto.


Determine qual deverá ser o raio mínimo da trajetória do cansat.

2 .3 O cansat foi colocado na plataforma giratória. Um sensor de ultravioletas, U, de massa m , e outro


de pressão, P, de massa 1,5m, foram ligados ao cansat. O raio da trajetória de U é 1,5 vezes maior
do que o raio da trajetória de P.
Quando a plataforma roda , o módulo da aceleração de U é _ _ _ _ _ ao módulo da aceleração
do ponto P, sendo _ _ _ _ _ a intensidade da resu ltante das forças sobre U.

(A) inferior ... menor (8) superior ... igual (C) inferior ... igual (D) superior... menor

3. As comun icações do cansat com a estação de base usam ondas eletromagnéticas de frequência
433 MHz. Para o dimensionamento das antenas é necessário con hecer o compr imento de onda dessas
ondas. Qua l é o comprimento de onda dessas ondas?
Apresente o resultado na unidade SI de base, com três algarismos significativos.

GRUPO li

Do estudo experimental de uma célu la fotovoltaica , com a área de 34 cm 2 , e de duas célu las idênticas,
associadas em paralelo ou em série, obtiveram-se os gráficos, da potência, P, fornecida em função da
tensão elétrica, U, nos seus terminais, quando a irradiância era 170 W m- 2 , que se apresentam na figura
seguinte.

P/mW • Uma célula • Paralelo duas células • Série duas células

.• .-·-~ ~.
180 ·-
160
1

19'" •• t-
+ +t 1 1

·~
1
~
140
1- J •
' 1

.~~
1 1

'
---
120

100
,, 4
1t•

.~
1
1
.j.

1
~- -1-1-

.,. -·~
._"'-, L-
•I I • 1 1

i~
80 - 1- - 1-1-

• , ..+- -
60
- -i.t j-- 1-
t - - 1-1-

40 W'- .
-~·1---+
t- 1-

WI - 1

1
1-
+- -- 1-1-

20

o
0,0
• 0,5
1- -r
1,0
rr 1,5
t -

2,0 2,5
+ t -

3,0
1-

3,5
U JV

345
Física e Química A

1. O rendimento máximo da célu la fotovoltaica é


(A) 48%. (8) 28%. (C) 14%. (D) 6 ,1%.

2. Considere um dispositivo que funciona com uma corrente elétrica de 67 mA, ligado diretamente aos
t erm inais da associação de duas célu las. Indique qual é o tipo de associação adequado.

3. Com as célu las estudadas, pretende-se construir um sistema de alimentação de um sat élite com uma
potência máxima de 10 W. Considere que o satélite orbita numa região de irradiância solar 1400 W m- 2 ,
a luz solar incide sempre perpendicularmente aos painéis e o rendimento máximo das célu las se man-
t ém consta nte.
Determine o número mínimo de cé lulas necessárias.
Apresente todas as etapas de resolução.

GRUPO Ili

Há diversos satélites que monitorizam as condições meteorológicas e registam dados do clima usando
feixes de radiação eletromagnética, por exemplo para medir o nível dos oceanos.

1. Os satélites meteorológicos medem a velocidade dos ventos com base no efeito Doppler (diminuição
da frequência quando a fonte e o recetor se afastam e aumento da frequência quando a fonte e o rece-
tor se aproximam). Estes sat élites emitem um feixe laser de frequência bem determ inada. Após o feixe
entrar em contacto com as camadas de ar volta a ser recebido no satélite.

O feixe recebido pelo sat élite resulta da _ _ _ _ _ do feixe emitido e tem frequência _ _ _ __
do feixe emitido.

(A) reflexão ... igual à (C) difração ... igual à

(8) reflexão ... diferente da (D) difração ... diferente da

2. Um satélite emite uma onda eletromagnética que se propaga de um meio, 1, para outro, 2, diminuindo
o comprimento de onda de 40 cm para 30 cm.
Pode conclu ir-se que a velocidade de propagação no meio 1 é _ _ _ _ _ do que no meio 2, se ndo
o índice de refração do meio 1 em rela ção ao meio 2 _ _ _ __
. 4 . 3 4 3
(A) maior ... (8) maior ... (C) menor ... (D) menor ...
3 4 3 4
3. Os satélites têm registado uma subida do nível médio do mar. Considere que recebem a mesma energia
iguais massas de ar, água e gelo, e que não ocorrem mudanças de estado físico.
X 10 j kg- 0 c- • e = 2 ' 4 X 103 j kg-1 0 c-1·' ear = 100 X 10 j kg- 0 c-
3 1 1 3 1 1
e.agua lrqu1da
. . = 418
' ' gelo '

A sequên cia que traduz uma ordem crescent e das variações de tempe ratura é

(A) gelo, água e ar. (8) água, gelo e ar. (C) ar, gelo e água. (D) água, gelo e ar.

GRUPO IV

Na in dústria siderúrgica, a extração de ferro a partir do minério de ferro hematite, Fe 2 0 3 , é feita num alto-
-forno. As reações químicas que aí ocorrem podem ser traduzidas pela reação global:

Fep 3 (s) + 3 co (g) ➔ 2 Fe (f ) + 3 co2 (g)

346
PROVA-MODELO DE EXAME 3

1. Ca lcule a massa de ferro prod uzido a partir de 10 0 toneladas de hematite, com 30% (mi m ) de impurezas.
Apresente t odas a et apas de resolução.

2 . A água de um lago, em contacto com o ar, dissolve dióxido de ca rbono, CO 2 • O dióxido de carbono
reage com a água, como é traduzido pela equação seg uinte:

Qual dos gráficos pode representar a va riação das percentagens de HCO 3(aq) e co 2
(aq) em função do
pH numa solução resultante da dissolução do dióxido de ca rbono?

V
(A) (8) (C) (D)

,;_jr ~"
* *
10 0
ON
o
\_
o
b(")
§?
100

oO
*
N o
oI
~ M

*
* + - - - --=e.+*
O+=- - - - + 100 o 100 0 +---=---+ 100
O pH 14 0 pH 14 O pH 14

3. Uma amostra de água, recolhida no referido lago, apresenta uma concentração de 2,0 mol dm-3 em CO 2
dissolvido. Adm itindo que apenas 0,0 5% do CO 2 se transforma em hidrogenoca rbonato, HCO3, deter-
min e o pH da amostra de água do lago.

GRUPO V

O gráfico ao lado re presenta a variação da so lubilidade ~ 1,0


em água, a 25 ºC, dos hid róxidos de ferro(III), Fe(OH)3 , e o
E
0,8
do hidróxido de alumínio, A-€(OH)3 , em fu nção do pH do Ql
-o
cu
meio. }? 0,6

::::,
o(fJ 0,4
1
1. Para va lores de pH _ _ _ _ _ precipitará _ _ _ __ \ e (OHI, A.e (OHh
0,2
(A) inferiores a 1 ... apenas o Fe(OH)3
o
2 3 4 5 6 7 pH
(8) entre 2 e 3,5 ... o Fe(OH)3 e o A-€(OH)3

(C) inferiores a 3 ... apenas o A-€(OH)3

(D) entre 2 e 3 ...apenas o Fe(OH)3

2 . Con cl ua, sobre o que se poderá ve rificar quanto à solubilização das referidas subst âncias, quando se
adicionam 0,1 mol de cada uma das substâncias a 1,0 dm 3 de água quimicamente pura, a 2 5 ºC.

GRUPO VI

1. O néon foi o pri meiro elemento para o qual se demonstro u a existência de isótopos estáveis: em 1913,
por aplicação da técnica da espetrometria de massa, fo i revelada a existência de Ne-2 0 e Ne-22. O ter-
ceiro isótopo estável, Ne-21, foi det etado mais tarde.

347
Física e Química A

1.1 A figura mostra o espetro de massa do néon. Abundância


A abundância do isótopo Y é _ _ _ _ _ e a isotó pica
19,992440
massa atómica relativa média do néon está com- 90,48%

preendida no intervalo _ _ _ __

(A) 9,25% ... (19,9; 20,4] (C) 9,25% ... (20,9; 21,4]

(8) 22% ... (19,9; 20,4] (D) 22% ... [20,9; 21,4]
21,991385
y •·-•-••---•---·
0,27% ···-·········-

19 20 21 22 23
Massas isotópicas

1.2 A figura most ra o espetro fotoeletrónico do néon.


A energia mínima necessária para remover uma
mole de eletrões da orbital 1s do néon é
e
(A) 824 MJ. (C) ~ MJ.

(8) 84 MJ. (D) 2 MJ. B

--P------,f---//-__,,__,_+---.L.......f-'---
84 82 4 2
Energ ia de remoção / MJ moI - 1

2. A figura representa espetros de algun s elementos quí-


micos.

Relativamente aos espetros representados, pode con-


1 1 1 1 1 B
cluir-se que
2
(A) os espetros A e B correspondem a átomos de ele-
mentos quím icos diferentes.

(8) no espetro C o fotão correspondente à risca 1 é me-


nos energético do que o que corresponde à risca 2.

(C) o espetro D pode corresponder ao espetro de em issão de um elemento existente numa estrela.

(D) o espetro C obtém-se quando os átomos do respetivo elemento emitem fotões no visíve l.

3. Considere os elementos flúor, sódio, magnésio e cloro.

3.1 Pode afirmar-se que

(A) os elementos sódio e magnésio pertencem ao período dos metais alcalinoterrosos.

(8) o flúor e o cloro pertencem ao bloco s da Tabe la Periódica.

(C) o sódio, o magnésio e o cloro pertencem ao mesmo grupo da Tabela Periódica.

(D) o magnésio e o flúor pertencem a blocos diferentes da Tabela Periódica.

3.2 A fórmula química do fl uoreto de magnésio é _ _ _ _ _ e as suas unidades estruturais são

(A) MgF 2 . .. moléculas (8) MgF 2 ... iões (C) Mgl ... moléculas (D) Mg 2 F ... iões

348
PROVA-MODELO DE EXAME 3

3.3 Comparando os átomos de fl úor e cloro, tem maior energia de ionização o _ _ _ _ _ e maior raio
atómico o _ _ _ __

(A) flúor ... flúor (8) flúor ... cloro (C) cloro ... fl úor (D) cloro ... cloro

GRUPO VII

Um aluno preparou 1,0 L de uma solução aquosa com 15,0 g dm-3 de NaOH. Em seguida, transferiu
250 ml dessa solução para um balão volumétrico de 500 ml e adicionou-lh e água destilada até ao traço
de referência do balão vo lumétrico.

1. A concentração da solução inicial relativamente à da solução diluída é


(A) 4 vezes maior. (8) 4 vezes menor. (C) 2 vezes maior. (D) 2 vezes menor.

2. Um outro aluno retirou o excesso de so lução com um conta-gotas para acertar o menisco da solução
preparada pelo traço de referência. Conclua, justificando, sobre o rigor da concentração da solução
preparada pelo aluno e qual a atitude a tomar numa situação como esta.

3. Para neutralizar a restante so lução, o aluno recorreu a um frasco de ácido


acético glacial, 100%. O rótulo do frasco de ácido acético glacial contém os
pictogramas apresentados ao lado.
Quais as advertências de perigo transmitidas?

(A) Líquido inflamável, provoca queimaduras na pele e lesões oculares graves.

(8) Manter afastado do calor e usar luvas de proteção.

(C) Não deixar entrar em contacto com o ar e lavar as mãos após o manuseamento.

(D) Manter fora do alcance das crianças e não entrar em contacto com os olhos, a pele ou a roupa.

FIM

- 1.1
6
1.
1.2
10
2.
1.3
10
3.
1.4
6
Item
Cotação (em pontos)

2.1
6
2.2
10
2.3
6
3.
6
60

li 22
6 6 10
1. 2. 3.
111 18
6 6 6
1. 2. 3.
IV 26
10 6 10
1. 2.
V 16
6 10
1.1 1.2 2. 3.1 3.2 3.3
VI 36
6 6 6 6 6 6
1. 2. 3.
VII 22
6 10 6
Total 200

349
Física e Química A

Prova-modelo de exame 4

GRUPOI

I/ A
Na figura representam -se os gráficos da corrente 2,5
~ t t +

elétrica, /, fornecida por uma célu la fotovoltaica, d, i t t 1000 W m·2


~ / 1f' +
,
t 1 1
F ---1- 1 1 1

+
2,0
com 100 cm 2 de área, em função da tensão, U, nos
=tJ-H-+- t =! f ~
w dt.:w=
seus terminais, para duas irradiâncias, 200 W m-2 1,5
li -t- 1-t-

-1\-
2 t-
e 1000 W m- . Nos pontos P e Q, assinalados nos -1-
1 1

gráficos, a potência fornecida pela cé lula é máxima. r


·~
1,0

~
1-H---i-r
+t-+ t- ~
+
1. A energia que incidiu na cé lula ao fim de 5 h,
0,5
t+i +- 200W m·2 - ~ Q J_

para uma irradiância de 1000 W m- , foi 2


o.o
o.o 0,1 0,2 0,3
1-

0,4
~
0,5
\ 0,6
(A) 20 kW h. (8) 0,20 kW h. U/ V

(C) 5,0 kW h. (D) 0,050 kW h.

2. Compare o rendimento máximo da célula fotovoltaica para as duas irradiâncias.


Apresente todas as etapas de resolução.

GRUPO li
e
y
1. O circuito da figura é constituído por um gerador, de re- E, r
X
sistência interna r, uma associação de três resistências R,
elétricas, R,, R2 e R3 , sendo R, uma resistência variável,
e um comutador C que permite estabelecer uma liga-
E
ção no ponto X ou no ponto Y. Instalaram-se ainda um G
voltímetro e um amperímetro. O valor da resistência
R3 é triplo do da resistência R2 •
Considere desprezáveis as resistências dos fios de ligação e dos contactos.

1.1 O comutador C é ligado ao ponto X e varia-se o valor da resistência R,. Qual dos esboços de gráfico
pode representar a co rrente elétrica, /, em função da resistência elétrica, R,?

(A) (8) (C) (D)

o R, o R, o R, o R,

1.2 Liga-se o comutador ao ponto Y e regula-se R, para que fique com o mesmo va lor de R2 (R, = RJ
No voltímetro regista-se 8,4 V e no amperímetro 0,24 A.

1.2.1 A diferença de potencial elétrico entre os pontos E e Fé _ _ _ _ _ diferença de potencial


entre os pontos F e G e a corrente elétrica que atravessa R3 é do que a que
atravessa R2 •

(A) maior do que a ... maior (C) igual à ... maior

(8) maior do que a ... menor (D) igual à ... menor

350
PROVA- MODELO DE EXAME 4

1.2.2 Nestas condições, o rendimento da pilha é 93%. Pode concluir-se que a força eletromotriz da
pilha é _ _ _ _ _ a sua resistência interna é _ _ _ __

(A) 8,4 V ... 2,5 Q (8) 8,4 V ... 0,6 Q (C) 9,0 V ... 0,6 Q (D) 9,0 V ... 2,5 Q

2. Montou-se um circuito com duas bobin as circu lares iguais, B1 e B2 , ligadas em série e com
os seus centros alinhados na vertical. Um íman foi largado verticalmente sobre o eixo das
duas bobinas, como mostra a figura. Entre B, e B2 a velocidade do íma n aumenta. 1
:e::
Num osci loscópio ligado nos terminais XY reg istou-se a força eletromotriz induzida, E, no
circuito.
Qual dos gráficos pode traduzir o módulo do sinal obtido no osciloscópio, IEI, em fun ção
do t empo de queda, t?

(A) (C)

le1J\J\ J\J\ t
(8) (D)

lel1j\ A.. J\J\


GRUPO Ili

Um gerador de sin ais foi ligado a um vibrador que osci la numa


direção vertica l, e periodicamente toca na superfície da água con-
tida numa tina. O gerador de sinais foi também ligado a um osci-
loscópio.
A figura de cima apresenta o sina l observado no ecrã do osc ilos-
cópio, quando a base de tempo foi reg ulada para 25,0 ms por
divisão, e a figura de baixo mostra uma fotogra fia da superfíc ie da
água da tin a.
Na base da tina co locou-se uma régua, graduada em cm, que se
pode também ver nessa fotografia.

1. O gerador de sinais enviou para o oscilador um sinal _ _ _ __


gerando depois o osc ilador uma onda _____ na água.

(A) mecânico ... mecânica (C) elétrico ... mecânica

(8) mecânico ... eletromagnética (D) elétrico ... eletromagnética

2. Determine a ve locidade de propagação das ondas na água da tina, a partir dos reg istos do osciloscópio
e da imagem da onda gerada.
Apresente todas as etapas de resolução.

3 . Se a base de tempo do osc iloscópio for alterada para 10,0 ms por div isão, mantendo-se o sinal produ-
zido pelo gerador, a frequência das ondas na água _____ e o comprimento de onda _ _ _ __

(A) altera-se ... altera-se (C) mantém-se constante ... altera-se

(8) altera-se ... mantém-se const ante (D) mantém-se constante ... mantém-se constante

351
Física e Química A

4. Colocou-se uma placa plana de vidro transparente na base


da tina de ondas, tornando assim menor a profundidade da
água onde se encontrava a placa.
Na figura apresenta-se a imagem, à escala, da superfície da
água da tina , a direção perpendicular (linha a tracejado) à
placa de vid ro (linha a negro) e as direções de propagação
da onda no meio 1, o de maior profundidade, e no meio 2.
A onda propaga-se no meio 1, com comp rimento de onda
1,20 cm, e no meio 2 o seu comp rimento de onda é 0,98 cm.

A onda que se pode observar na figura propaga-se com


velocidade _ _ _ _ _ no meio 1 e a amplitude do âng ulo
de refração da onda é _ _ _ __

(A) menor ... 24º (8) maior ... 24º (C) menor ... 30º (D) maior... 30º

GRUPO IV

Um carro, de massa 1000 kg, deslocava-se a 80 km h-1 quando entrou numa superfície plana gelada. Para
parar, mantendo-se sempre na mesma superfície, percorreu uma distância de 186 m, em linha reta.
Considere a variação de entalpia mássica de fusão da água 3,34 x 105 J kg-1.

1. Admitindo que toda a energia dissipada na travagem do carro se transferia para o gelo a O º C, e que não
existiam outras transferências de energia, qual seria a massa de gelo que fundiria?

(A) 5,5 kg (8) 0,12 kg (C) 9,4 kg (D) 0,74 kg

2. Determine a intensidade da resultante das forças de atrito, F., que atuaram sobre o carro. Comece por
calcular a aceleração do carro partindo das equações x(t) e v(t). Considere um referencial unidimensio-
nal Ox com direção e sentido do movimento.
Apresente todas as etapas de resolução.

3. Se a superfície gelada fosse inclinada, o ca rro, usando igualmente dos travões, também acaba ria por
parar após ter ficado a uma determinada altura acima do nível inicial. Compare as distâncias percorridas
na travagem no plano inclinado e no plano horizontal. Considere que a intensidade da resultante das
forças de atrito é a mesma nos dois planos.
Apresente, num texto estruturado e com linguagem científica adequada, a fundamentação da compa-
ração solicitada.

4. Se a resultante das forças de atrito na superfície plana gelada fosse nula, o módulo da velocidade do
carro, depois de ter percorrido 186 m, seria _ _ _ _ _ 80 km h-1, e as forças que atuam sobre o carro ,
nesse percurso, _ _ _ __

(A) maior do que ... anular-se-iam (C) igual a ... anular-se-iam

(8) maior do que ... não se anulariam (D) igual a ... não se anulariam

GRUPO V

Considere a reação, em fase gasosa, em que as espécies químicas A e B se transformam nas espécies, C e D.
A figura apresenta o gráfico das concentra ções, e, ao longo do tempo, das espécies A, B, C e D, a uma
dada temperatura.

352
PROVA-MODELO OE EXAME 4

e / mol dm'

3,0

=W
-
2,5 ' -1- -+ r---f- ~
:±l___,,d?
-'-
li. -1-1- Ll:I
2,0 1 1
~-
,..::, ~
r=l-

- - - -
>-
-A
1,5
->- /
,
j__~
-
- --
~

•2 • -- ffl-
/ F ------l-, ('
1,0
~
/ t--+-
+- B
0,5 +++-+

0,0 -
1D -++ ~ -f---+-

Tempo

1. Em que proporção reagem entre si as espécies A e B?

(A) 1 mal A : 5 mal B (8) 2 mal A : 3 mal B (C) 3 mal A : 2 mal B (D) 3 mal A : 1 mal B

2. Considere que a variação de entalpia da reação considerada é positiva. Conclua como varia rá a compo-
sição do sistema em equilíbrio quando a sua temperatura diminui, a volume consta nte.
Apresente, num texto estruturado e com linguagem científica adequada, a fundamentação da conclu-
são solicitada.

3 . Para a reação considerada, a constante de equilíbrio, a uma determinada temperatu ra, _____ se
aumentarem as concentrações iniciais de A (g) e B (g) e _____ se aumentarem as conce ntrações
iniciais de C (g) e D (g).

(A) mantém-se ... mantém-se (C) diminui ... mantém-se


(8) mantém-se ... aumenta (D) diminui ... aumenta

GRUPO VI

A densidade relativa do estanho foi determinada experimentalmente por picnometria de sólidos. O proce-
dimento experimental incluiu as pesagens 1, li e 111, efetuadas a 20 ºC, que estão representadas na figura.

-+ -+

32,41 g l8 208,06 g l8
li Ili
Massa da amostra de esta nho Massa do picnómetro com água Massa do picnómetro com a amostra
m, = 32,41 g m,= 208,06 g de estanho e com água
me = 235,97 g

1. Qual das expressões permite calcu lar a densidade relativa do estanho, à t emperatura de 20 ºC?
32,41 32,41
(A) 235,97 - 208,06 (C) (208,06 - 32,41) + 235,97
32,41 32,41
(8) (D) - - - -
(208,06 + 32,41) - 235,97 235,97 - 32,41

353
Física e Química A

2. O erro percentual na determinação do valor experimental da densidade relativa do metal da amostra


foi 1,3% por defeito.
Pode concluir-se que o va lor experimental det erminado tem grande _ _ _ _ _ e é _ _ _ _ _ ao
va lor usado como referência.

(A) precisão ... superior (8) precisão ... inferior (C) exatidão ... superior (D) exatidão ... inferior

3. A incerteza de leitura da balança usada na atividade é

(A) 0 ,01 g. (8) 0,05 g. (C) 0,1 g. (D) 0,5 g.

GRUPO VII

Foram introduzidas lâm inas metálicas de chu mbo, Pb (s), e prata,


Ag (s), em soluções aquosas de n itrato de cobre, Cu(NO)2 (aq), de
acordo com a figura. Decorrido algum tempo, observou-se a for-
mação de um depósito de cobre metálico, Cu (s), apenas sobre a
lâmina de chumbo.

1. Os resultados obtidos permitem conclui r que

(A) o chumbo tem maior tendência para ceder eletrões do que a prata.

(8) a prata tem um poder redutor superior ao do chumbo.

(C) o catião Cu 2 + (aq) tem menor poder oxidant e do que o catião Pb 2 + (aq).

(D) o catião Pb 2+ (aq) tem maior tendência para captar elet rões do que o catião Ag+ (aq).

2. A semirreação de redução que ocorre pode ser traduzida por

(A) Pb (s) ➔ Pb 2 +(aq) + 2 e- (C) Cu 2 + (aq) + 2 e- ➔ Cu (s)

(8) Pb 2+ (aq) + 2 e- ➔ Pb (s) (D) Cu (s) ➔ Cu 2 + (aq) + 2 e-

3. Para rest aura r o brilho de uma lâmina de cobre recoberta com uma camada de óxido de cobre( II),
CuO (s), a lâmina, de massa 2,572 g, foi aquecida numa câmara com hidrogénio gasoso, H2 (g). Neste
processo químico ocorreu a redução completa do catião e formou-se vapor de água, apresent ando a
lâmina, no fina l, a massa de 2,552 g. Admita que o metal formado permanece na lâmina.

3.1 Antes do restauro, a percentagem em massa de óxido de cobre( II) p resente na lâmina era

(A) 0 ,78%. (8) 3,8%. (C) 0 ,97%. (D) 2 ,0%.

3.2 Conclua, justificando com base na va riação do número de oxidação, que o processo de restauro do
brilho da lâmina traduz uma reação de oxidaçã o-redução. Comece por escrever a equação quím ica
que traduz a reação entre o óxido de cobre (li), CuO (s), e o hidrogénio, H2 (g).

GRUPO VIII

O equilíbrio que se estabelece entre o fluoreto de chumbo, PbF 2 (s), e os iões resultantes da sua dissolu-
ção em água pode ser traduzido por:

PbF 2 (s) ~ Pb2 + (aq) + 2 F- (aq)

A 25 ºC, o p roduto de solubilidade, K5 , do PbF 2 é 7,1 x 10-7 _

354
PROVA- MODELO OE EXAME 4

LJ Clg,arnl
1. Na figura est ão represent adas duas soluções saturadas de fluoreto de li

chumbo, 1e li, a uma mesma temperatura.


As duas soluções t êm _ _ _ _ _ concentração e a concentração da
so lução I após a adição de PbF2 (s).
água+ sal sal depositado
(A) diferente ... aumentará (C) igua l ... aumentará

(B) diferent e ... manter-se-á (D) igual ... manter-se-á

2. Considere que se dissolveu fl uoreto de chumbo em água até a solução ficar satu rada, a 25,0 ºC. Qual é
a concentração de iões F- (aq) nessa solução?

(A) 4,2 x 10-4 mal dm-3 (B) 8,4 x 10-4 mal dm-3 (C) 1,1 x 10-2 mal dm-3 (D) 5,6 x 10-3 mal dm-3

3. A solubi lidade do fluoreto de chumbo altera-se numa solução aquosa de nitrato de chumbo,
Pb(NO) 2 (aq), um sal muito solúvel. Conclua, justificando, se a solubilidade do fluoreto de chumbo
naquela solução é maior ou menor do que em água.

4 . Suponha que se pretende precipitar fluoreto de chumbo a partir de uma solução contendo iões Pb 2 • ,
de concentração 1,50 x 10-3 mal dm-3 , utilizando ácido fluorídrico, HF, de concentração 0 ,10 mal dm-3 ,
que se mantém constante ao longo da reação.
A constante de acidez do ácido fluoríd rico é Kª = 6,8 x 10-4 , a 25 ºC.
Determine o va lor de pH necessário para que o fluoreto de chumbo possa precipitar.

FIM

Ili 1. 2.
Item
Cotação (em pontos)

16
6 10
1.1 1.2.1 1.2.2 2.
li 24
6 6 6 6
1. 2. 3. 4.
Ili 28
6 10 6 6
1. 2. 3. 4.
IV 32
6 10 10 6
1. 2. 3.
V 22
6 10 6
1. 2. 3.
VI 18
6 6 6
1. 2. 3.1 3.2
VII 28
6 6 6 10
1. 2. 3. 4.
VIII 32
6 6 10 10
Total 200

355
QUIMICA 10.º ANO
Domínio 1 11.1 Composição qualitativa: o pentóxido de vanádio é constituí-
do pelos e lementos oxigénio e vanádio.
1.1 Massa e tamanho dos átomos (QP. pág. 38)
Composição q uant itativa: uma molécula de pentóxido de vanádio
1. (B) . Número de massa de X= número de p rotões+ número de é constituída por 2 átomos de vanádio e 5 átomos de oxigénio.
neutrões = 12 + 14 = 26.
5 24 23
2. (A) . A (Si)= 2,3 x 10' x 28 + 1,2 x 10 x 29 + 8 x 10 x 30 = 2 81
11.2 (A). M(V20 5) = 181,88 g moI-1; ~ = 5 x 16 ,00 g = 0,4399
mv 181 ,88 g
' 2 ,5 x 1025 ' 205
103
3.1 B-10 ➔ 19,78% e B-11 ➔ (100 -19,78)% = 80,22% 11.3 n = .!!!... = 2 ·3 x g = 12,6 mol V,O 5
M 181,88 g mol· 1
A (B) = 19 ,78 x 10 0129 + 80 ,22 x 11 0093 = 10 81 1 mol de V 20 5 cont ém 2 mol d e vanádio, nv = 2 x 12,6 mol =
' 100 ' 100 ' ,
3.2 (B). = 25 molde V.
4 . (B). 12. (D) . n = 19,7 oo g = 0 ,10 mol
Au 196,97 g mol- \
Ar(Li-6) x %abundãndarelatNa + Ar{Li-l) x %abundância relativa
A ,(Li) =
100 n = 4 ,316 g = 0,04 mol 2 ·540 g
n =
= 0,04 mol
Ag 107,87 g mol· ' 63,55 g moI-1 cu
⇒ 6 ,941 = 6 ,0151 Y + 7,0160 (100 - y) ⇒ y = 7,5 ➔ 7,5%
º·º:
X X

100 A p roporção Au: Ag: Cu, em número de átomos, é 1 0,04 :


0 ,04 0,04
%abund3ndarelatrva (Li-7 ) = 100 - 7, 5 = 92 , 5 % ~ ⇒ 2 ,5: 1 : 1 equivalent e a 5: 2: 2.
00
0,04
5.1 N Ga-69 = 60,11 x 10 000 = 6011 átomos
100 13.1 5 ,o nm = __x__ ⇒ x = 0,56 nm = 5,6 x 10 - 10 m.
9 átomos 1 átomo
5.2 NG•-71 = 10 000 - 6011 = 3989 átomos
O diâmet ro do átomo de xénon é da orde m de 10- 9 m.
A (Ga) = 6011 x 68,92 5580 + 3989 x 70,924700 = 69,72
' 10 000 13.2 N,, = 6 ,8 x 105 = N,, ⇒ N,, = 2 ,38 x 107
Nx. 35
5.3 Cálculo do número total de átomos de gálio:
n,,= N,, = 2 ,38 x 101 = 3,95 x 10-11 mol
m =n x M ⇒ 69,72 g moI-1⇒ n = 0,07172 mol
5,00 g = n x N• 6 ,02 x 1023 mol- 1
N = n x N• = 0 ,07172 mol x 6 ,02 x 1023 moI-1= 4,318 x 1022 átomos m =nx M = 3,95 x 10 · 17 mol x 58,69 g moI- 1 = 2,3 x 10- 15 g

N
Ga-ll
= 39,89 x 4 318 x 1022 = 172 x 1022 átomos
100 ' '
14. n . = n = N r, =
r,o, n N•
6 2 x 102º•º = 1 00 x 10-3 mol
6,02 x 1023 mol-1 '
M(Ti0 2) = 79,87 g moI· 1
6.1 A nanotecnologia é a tecnologia à nanoescala, que consis-
te na manipulação da matéria à escala atómica e molecular, de m = n x M = 1,00 x 10-3 mol x 79,87 g moI-1 = 7,99 x 10- 2 g
modo a construir novas moléculas e novos materiais. p = _111__ ⇒ V = 7,99 x 10-2 g ~ V = 1 89 x 10-2 cm3
V 4,23 g cm- 3 '
6.2 Med icina e robótica.
V = e x / x a ⇒ 1,89 x 10- 2cm 3= 50 cm x 100 cm x a ⇒ a = 3,8 x 10--6 cm =
7. 1 nm = 10
x 0 ⇒ 1 x 10- 9 m = 10
x0 ⇒ = 3,8 x 10--a m = 38 nm
1000 000 cabelo 1000 000 cabelo

⇒ 0cabelo = 1 X 10-4 m
15.1 As incertezas de leitura são 0,001 g, pa ra a balança,
e 0,05 m l , pa ra a bureta.
8.1 0. = 3 ,6 cm x 1 x 10- 10 m = 1,2 x 10-10 m
atomo 3 ,0 cm 15.2 V= (9,50 - 0,25) m l = 9,25 ml
15.3 M (H2O) = 18,02 g moI- 1 nH = _111__ = 9 ,542 g = 0,5295 mol
r= 0á1omo = 1,2 X 10-10 m = 60 X 10-tt m 2° M 18,02 g mol- 1
2 2 '
NH20 = n x N • = 0 ,5295 mol x 6,02 x 10 moléculas moI- 1 = 3 ,19 x 10 23
23
A ordem de grandeza do raio atómico é 10- 10 m.
moléculas
8.2 (C). 0,úcleo = 1 x 10--6 x 1 x 10-9 m = 1 x 10- 15 m 3•19 x 1023 moléculas
número de gotas= = 220 gotas
0,úcleo = 1 X 10-\5 m = 8 X 10 -6 = 10-5 1,45 x 10 21 moléculas/gota
0ãtomo 1,2 X 10-\0 m 15.4 Se o número de gotas transferido foi superior ao número
9.1 0 = 3 ,o cm x 5 x 10- 10 m = 1,4 x 10- 9 m de gotas contado, o volume ca lc ulado, 9 ,25 ml, corresponde-
molécula 11 cm rá a um maior número de gotas e o volume de cada got a será
9.2 A escala ~ostra q ue 5 A na realidade corresponde a 1,1 cm na menor, o u sej a, a determinação do volume de cada gota foi feita
imagem, o u seja, 1,1 cm na imagem ~ 5 x 10--a cm na realidade, pelo por excesso (o valor medid o é maior do q ue o va lor verdadei ro).
q ue o fator de ampliação é 1•1 cm = 2 ,2 x 10 7= 22 000 000.
5 x 10-• cm 15.5 (8). Como as balanças são digitais as incertezas de leitura são
Conclui-se que a imagem está ampliada 22 milhões de vezes. 0,1 g e 0,001 g. A de menor incerteza de leitura é menos precisa.
O valor medido está comp ree ndido no intervalo [(9,5 - 0,1);
10.1 (B). M(C7H5 (NO,))= (7 x 12,01 + 5 x 1,01 + 3 x (14,01 + 2 x 16,00)) (9,5 + 0,1)] g .
g mol-1 = 22715 g moI-1· N = n N = !!!.. N =
' '
1
kg x
• M •
·º
227,15 x 10-' kg
X 6 ,02 X 1023 1.2 Energia dos eletrões nos átomos (QP, pág. 42)
10.2 Cálculo da quantidade de TNT: 16.1 A - e spetro de emissão descontínuo: apresenta algumas ris-
N= n x N• ⇒ 3,6 x 10 24 = n x 6 ,02 x 1023 ⇒ n = 5 ,98 molde TN T cas coloridas, sepa radas por largas zonas escuras. B - espetro
de abso rção descont ínuo: ap resenta riscas negras num fundo
Cálculo da massa de h idrogénio:
colorido.
1 mol de TNT contém 5 mol de átomos de hidrogénio
16.2 Não, os filamentos são materia is só lidos à tempe ratura a m -
mhld,ogénlo = 5,98 mol x 5 x 1,0 1 g moI- 1= 30 g biente e os espetros de sólidos incandescentes apresentam-se
10.3 A proporção entre as massas de ca rbo no e de n itrogénio como espet ros de emissão contínuos, contêm uma gama ininte r-
na amostra é caracte rística da substância não dependendo da rupta de radiações ou cores.
massa da amost ra. Assim, para u ma mole de moléculas:
17.1 (C).
m(C) = n(C) x M(C) = 7 mol x 12,01 g moI-1 =
2 000 17.2 IV < Ili < li < 1
m(N) n(N) x M(N) 3 mol x 14,01 g moI-1 '

356
18. (B). um conjunto de riscas característico associado a um ce rto elemento.
19. Segundo Bohr, o eletrão do átomo de hidrogénio movimenta-se A cor violeta do potássio resulta da sobreposição de riscas no
em torno do núcleo descrevendo órbitas fixas e enquanto perma- visível com maior energia (maior frequência), pelo que uma com-
nece numa determinada órbita não absorve nem emite energia. bustão pouco energética pode não ser suficiente para promover a
A cada uma dessas órbitas está associado um determinado valor excitação eletrónica dificultando a sua identificação.
de energia, pelo que só são permitidos determinados valores de 24.3 A desexcitação dos eletrões nas amostras em análise deve
energia bem definidos para o eletrão. O eletrão pode transitar de situar-se na zona do visível, pelo que apenas podem ser anali-
um nível de energia para outro se absorver ou emitir radiação de sados os elementos cujos átomos emitam no visível, o u porque
energia igual ao módulo d a diferença de energia entre os níveis as colorações observadas podem ser provenientes de impurezas
em q ue se dá a transição. Assim, cada risca no espetro de emissão presentes na amostra.
resulta da transição do eletrão de um nível para outro de menor 24.4 Nocivo ou irritante. Deve ser evitado o contacto com o corpo
energia, correspondendo a energia de cada risca a um valor bem humano, assim como a inalação da substância.
definido: a diferença de energia entre o nível de maior energia e o
25.1 5 subníveis. Cada pico corresponde a um subnível.
de menor em que se deu a transição.
25.2 (C). Os eletrões do átomo distribuem-se por 5 subníveis, 1s,
20. Transição A n = 1 ➔ n = 2
2s, 2p, 3s e 3p. As letras A, B e C correspondem aos 3 picos de
!'.E= E, - E,= E2 - E1= -5,45 X 10-19 - (-21,8 X 10-"') = 1,64 X 10-18 J
menor energia de remoção, ou seja, ao subnível ocupado por ele-
Transição B n = 1 ➔ n = 3 trões mais energéticos, 3p, 3s e 2p, respetivamente.
!'.E = E,- E,= E3 -E1 = -2,42 X 10- 19 - (-21,8 X 10- 19) = 1,94 X 10-18J
25.3 1s2 2s 2 2p6 3s' 3p 1 ➔ Z = 13 ➔ Elemento alumínio, símbolo Ae.
Apenas a transição B correspo nde à absorção do fotão f 2 .
25.4 Num espetro fotoeletrónico, a altura de cada pico é propor-
21.1 Uma risca negra no espetro de absorção do átomo de hidro- cional ao número de e letrões em cada nível ou subnível de ener-
génio resulta de uma transição eletrónica de um nível inferior para gia. O pico C apresenta um número relativo de eletrões que é o
outro nível superior de energia. Uma risca negra na zona vermelha triplo dos picos B, De E e estes um número que é duplo do pico A.
do espetro corresponde a uma risca vermelha no espetro de emis- Ass im, o pico C representa um subnível ocupado com 6 eletrões.
são. Esta risca resulta da transição de um nível superior de energia Como cada orbital só comporta no máximo 2 eletrões, então os
para o nível 2. Sendo a menos energética da série do visível, sig- eletrões do pico C distribuem-se por 3 orbitais (degeneradas).
nifica que corresponde a uma transição de n = 3 ➔ n = 2. A risca
25.5 (B). Como é necessário maior energia para remover os ele-
negra no espetro de absorção e a risca colorida no espetro de
trões do pico E, concl ui-se q ue estes são os q ue têm menor
emissão, na mesma posição, correspondem à mesma diferença
energia, portanto, os que, em média, estão mais perto do núcleo.
energética, portanto, a risca negra corresponde a uma transição
Como esses eletrões têm menor energia, pode concluir-se que o
de n = 2 ➔ n = 3.
efeito da maior atração pelo núcleo, resultado da maior proximida-
21.2 !'.Eeietroo = E1- E,= E1- E3= de ao núcleo, predomina sobre a maior repulsão entre eletrões.
= -2,18 X 10-18 - (-2,42 X 10-19) = -1,94 X 10-!8J
26.1 Da análise dos espetros fotoe letrónicos, ve rifica-se que é ne-
!'.E,otão = l!'.Ee,etrool = 1,94 x 10-18 J cessário mais energia para remover um eletrão do subnível 1s ao
22.1 No espetro do sal desconhecido não existem riscas com as oxigénio do que ao nitrogénio. Quanto maior for a energia neces-
mesmas energias das riscas do espetro do lítio nem com as mes- sária para remover um eletrão, menor será a energia do eletrão.
mas energias das riscas do espetro do cálcio. Como a posição das Ass im, concl ui-se que o eletrão com maior energia é o eletrão 1s
riscas é característica de cada elemento químico, co nclui-se que a do átomo de nitrogénio.
amostra não contém nenhum destes dois elementos. 26.2 (C).
22.2 (C) . A rad iação de cor vermelha tem menor energia por fotão 27. (B).
do que a de cor azul. A cor do sal res ulta da absorção seletiva da 28.1 A: p; B: s; C: d.
luz visível e não das cores do seu espetro de emissão.
28.2 No nível de energia n = 3, há 3 subníveis de energia: 3s, 3p
23.1 Só as transições eletrónicas de níveis de energia superiores e 3d. O subnível s comporta no máximo 2 eletrões, pelo que se
(n > 2) para o níve l de energia n = 2, podem corresponder à emis- pode associar a este subnível uma orbital. O subnível p comporta
são de rad iação na região do visível. As quatro riscas de menor no máximo 6 eletrões, pelo que se pode associar a este subní-
energia da região considerada correspondem às transições dos vel 3 orbitais. O subnível d comporta no máximo 10 eletrões, pelo
níveis n = 3, n = 4, n = 5 e n = 6 para o nível n = 2. A transição que se pode associar a este subnível 5 orbitais. Ass im, ao nível de
eletrónica responsável pela risca D corresponde à risca de maior energia n = 3 correspondem 9 orbitais.
frequência e consequentemente de maior energia, ou seja, à tran-
sição do nível n = 6 para o nível n = 2.
28.3 (C).

23.2 No espetro de emissão do átomo de hidrogénio, na região


do visível, observam-se riscas coloridas sobre um fundo negro. Es-
1.3 Tabela Periódica (QP, pág. 46)
tas riscas ocorrem a frequências características do hidrogénio. No 29.115 29.2 8 29.3 1s' 2s2 2p6 3s2 3p4
espetro da estrela existem riscas negras q ue se devem à absor-
29.4 Ar 29.5 Ba 29.6 K 29.7 1
ção de radiação pelos gases existentes nas camadas superficiais
mais frias da estrela. Se algumas dessas riscas coincidirem com as 30. (C) .
riscas do espetro de emissão do átomo de hidrogénio, pode con- 31.1 (A). 31.2 (D). 31.3 (A).
cluir-se que existe hidrogénio nas camadas superficiais da estrela. 32.1 De acordo com o diagrama de energia, o eletrão de valência
24.1 Bico de Bunsen. do átomo Y é mais energético do que os eletrões de valência do
24.2 O aq uecimento permite que uma certa energia seja fornecida átomo X. Assim, é necessário mais energia para remover um dos
à amostra e provoque a excitação de alguns dos eletrões do átomo eletrões mais energéticos do átomo X, pois os eletrões de valên-
do elemento e m estudo. Quando um desses eletrões excitados re- cia mais energéticos do átomo X têm menos energia do que o
gressa a um estado de menor energia, emite luz de energia igual à eletrão de va lência do átomo Y.
absorvida, que na reg ião do visível vai dar origem a uma risca colo- 32.2 (C). A energia de ionização é a energia mínima necessária
rida no espetro de emissão, cuja frequência é caraterística do ele- para extrair um eletrão de um átomo no estado funda mental, iso-
mento químico. Como existem diversas transições possíveis surge lado e em fase gasosa.

357
32.3 (D). O átomo Y forma o ião estável Y' , cedendo o único ele- 38.4 (A). A densidade relativa estabelece uma relação entre a mas-
trão de valência. O átomo X para ficar estável tende a receber 2 sa volúmica de uma substância e a massa volúmica do padrão
eletrões que preenchem completamente o nível de valência, for- considerado. A massa volúmica, a uma determinada temperatu-
mando o Ião x2 -. O compost o formado é Y 2 X. ra, é uma propriedade característica das substâncias, pelo que a
33.l Substância elementa r. A cor, a toxicidade e a reatividade são densidade relativa deverá ser a mesma independentemente da
algumas das propriedades da substância elementar. massa da amostra.
38.5 A presença de bolhas de ar no picnómetro, após entrada do
33.2 E = 906 .4 x 10' J = 1,51 x 10-1• J
6,02 X 1023 metal, faz com que a massa m 111 seja menor do que se apenas se
tivesse introduzido o metal, pelo que, de acordo com a expressão
34.l W. Ao longo de um mesmo período da Tabela Periódica, o
d= mamostra m
metal alcalino é o que apresenta menor energia de Ionização. amostra
) o denominador da fração anterior
m agua desk>Cada (m,+ mil -mu,
34.2 Elemento sódio: configuração eletrónica ([Ne]3s'), ralo atómi- será maior. Assim, o resultado experimental obtido para a densida-
co (180 pm) e energia de ionização (495,7 kJ mol- 1). de relativa será menor do que o esperado e o erro será por defeito.
Substância elementar potássio: ponto de fusão (63 ºC) e massa
volúmlca (0,86 g cm-3). Domínio 2
34.3 Os metais alcalinos têm baixas energias de Ionização, pelo 2.1 Ligação química (QP, pág. 76)
que são multo reativos, perdendo facilmente o seu eletrão de va-
lência, transformando-se em iões monopositivos, multo estáveis. 1.1 a) E0gaçao = 436 kJ mol-'. b) Comprimento de ligação H-H:
35. (8). O ralo atómico aumenta ao longo do grupo e diminui ao r0 = 74 pm = 74 x 10- 12 m = 7,4 x 10- 11 m.
longo do período. Os e lementos dos metais alcalinos são os que 1.2 (D). Para distâncias lnternucleares mui to pequenas, as forças
aprese ntam maior ralo no período respetivo. repulsivas (entre núcleos e entre eletrões) são predominantes, ve-
36.l (C). , E: 1s2 2s2 2p; 2p~ 2p; Nível de valência: n = 2; orbitais do rificando-se um aumento brusco da energia do sistema e conse-
nível de va lê ncia (quatro): 2s, 2p., 2p, e 2p, ; eletrões de valência quente diminuição da estabilidade da molécula.
(cinco): 2 na orbital 2s e 3 nas orbitais 2p. 2 . (D). Y é um gás nobre, X é um halogéneo (grupo 17), Z é um metal
36.2 Os eletrões de valência dos átomos do elemento C até ao alcalino (grupo 1) e W é um halogéneo, pois pertence ao mesmo
elemento E, no estado fundamental, encontram-se no mesmo ní- grupo de X. Z estabelece ligação metálica com outros átomos de Z,
vel de energia (n = 2). Sendo a carga nuclear do átomo do ele- partilhando eletrões deslocalizados por todos os átomos. X estabe-
mento C (+5) inferior à do átomo de D (+6) e de E (+7), as forças lece ligação com Z formando o composto iónico ZX.
atrativas exercidas pelos núcleos dos átomos de C, D e E sobre 3.1 Como o número de eletrões de valência representados na mo-
os seus eletrões de valência são sucessivamente maiores. Assim, lécula (20) é superior ao total de eletrões de valência dos átomos
será necessária menos energia para remover um dos eletrões de envolvidos nas ligações (18), esta fórmula de estrutura é impossível.
valência mais energéticos do átomo de C do que para remover um Segundo a regra do octeto, os átomos ligam-se partilhando eletrões
dos eletrões de valência mais energéticos do átomo de D. Esta ener- de modo que cada um fique com 8 eletrões de valência (no caso do
gia, por sua vez, é menor do que a necessária para remover um dos hidrogénio são apenas 2). A estrutura representada mostra 1 átomo
eletrões de valência mais energéticos do átomo de E. de hidrogénio, com dupla ligação, a partilhar 4 eletrões de valência,
36.3 (A) o átomo de carbono do grupo CH3 ficou com 10 eletrões de valên-
cia, enquanto o átomo de carbono ligado ao oxigénio ficou apenas
37.l Cálculo do valor mais provável de m 110:
com 6 eletrões de valência.
m= 10,02 + 10.05 + 10.01 10•03 g.
3 3.2 H O:
1 li
Cálculo do va lor mais provável de m': H -C-C- H
1
m' = 66,07 + 65,80 + 66,01 = 65,96 g. H
3
Cálculo do valor mais provável de m": 4.1 PH3 co, OF2 cce2 F2
m" = 62,22 + 61,98 + 62,27 = 62,22 g. :ce:
3 1
Cálculo da densidade do metal: H -P-H :o1 - F: .. /e' f.:
1
•• :ce I
d = __
m_ = 10,03 g = 2 ,68 _ H : F: : F:
m' - m" (65,96 - 62,22) g
2,68 -2,70 4.2
37.2 Erro(%) = - - ~ - x 100 = -0,74%.
2,70 a) N.º eletrões
6 8 4 8
37.3 O erro percentual é muito pequeno, logo, o resultado obtido ligantes
tem grande exatidão. b) N. 0 eletrões 8 16 24
não-ligantes 2
37.4 A secagem inadequada do picnómetro e a formação de bo- Piramidal
e) Geometria trigonal Linear Angular Tetraédrica
lhas de ar no interior do picnómetro.
38.l d = mª"""'trª m amostra 15,94 g
magua deSk>cada (m,+m 11)-m111 [(15,84 + 56,29) - 70,79] g 5.1 :s - H
1
15,94 g
11,9. H
1,34 g
38.2 o chumbo é 11,9 vezes mais denso do que a água líquida a 5.2 Têm a mesma geometria. O sulfureto de hidrogénio apresenta
16,o · c. uma estrutura de Lewis semelhante à da água, H 2 0, pois o enxofre,
valor experimental - valor de referência S, é do mesmo grupo do oxigénio (6 eletrões de valência). Assim, na
38· 3 Erro(%) = valor de referência 1
x 00% = molécula de H 2 S o átomo central (S) tem duas ligações covalentes
11,9 - 11,4 simples e dois pares não-ligantes, pelo que a repulsão mínima entre
---- x 100% = 4,4%. A exatidão pode considerar-se eleva- os quatro pares de eletrões pressupõe uma geometria angular.
11,4
da, pois o erro percentual é peq ueno. 5.3 Geometria angular.

3 58
5.4 H2O. Quanto maior for a en ergia d e ligação, mais energia se de dispersão de London. As moléculas de éter e tilmetílíco apre-
liberta quando a ligação se forma, pelo que mais estável é a molé- sentam tamanho semelhante ao das de metilpropano, mas são
cula. Mais forte é a ligação, pois mais energia será necessária para polares devido à presença do átomo de oxigénio, pelo que as li-
a quebrar. Quanto mais estável é uma molécula, menos reativa é. gações intermoleculares predominantes são ligações de van der
Deste modo, será a molécula de água que terá maior difi culdade Waals do tipo dipolo-dipolo. Estas ligações são mais intensas do
em perder um átomo de hidrogénio, H. que as forças de dispersão de London. Para «vencer» uma maior
6.1 (B). A ligação N-O na molécula de NO apresenta uma maior atração intermolecular é necessário , em média, uma maior energia
energia de ligação, pelo que é uma ligação mais forte, o que im- cinética molecular, logo uma maior temperatura, o que justifica um
plica um maior número de eletrões partilhados e um menor com- maior ponto de ebulição para o éter etilmetílico.
primento de ligação.
2.2 Gases e dispersões (QP, pág. 80)
6.2 (C). A quebra de uma ligação química envolve sempre a ab-
sorção de energia. A fo rmação de 1 mel de átomos de N e 1 mel 15.l (D). Segundo a Lei de Avogadro, volumes iguais de quaisquer
de átomos de O a part ir de 1 mel de moléculas de NO implica a gases {ideais) contêm o mesmo número de moléculas quando me-
quebra de 1 mel de ligações NO e, assim, a absorção de 632 kJ. didos nas mesmas condições de p ressão e temperatura. Assim, os
7. As zonas vermelhas e azuis representam zonas de alta e bai- recipientes I e li apresentam o mesmo número de moléculas, tal
xa densidade e letrónica, respetivamente. Assim , a molécula que como os recipientes Ili e IV. O número de moléculas no recipiente
apresenta uma maior assimetria na distribuição de carga elétrica 1 é o dobro das contidas no recipiente IV. Cada molécula de H 2O
em torno dos átomos envolvidos na ligação é a de HCe, apresen- é formada por três átomos e nquanto a molécula C2H 4 é formada
tando então maior polaridade. A molécula de HI é a que apresenta por 6 átomos, pelo que se pode concluir que o número total de
uma menor assimetria na distribuição de carga em torno dos áto- átomos é igual nos rec ipientes I e IV.
mos envolvidos na ligação, por isso apresenta menor polaridade. N
-x M
8. Nas duas moléculas (CH4 e CH 3Ce) existem 4 ligações cova-
15_2 (C). V=.!!!_ = n x M = !'..!,__ = N x M =
le ntes simples, pelo que a repulsão mínima entre os 4 pares de p p p p X NA
eletrões pressupõe uma geometria tetraédrica. Assim, apesar de 1,81 x 1024 x 18,02 g moI- 1
as ligações C ::11 serem polares, a molécula de CH4 é apoiar, pois 0,590 g dm- 3 x 6,02 x 10 23 moI-1
a geometria da molécula conduz a uma distribuição simétrica de
carga em torno do átomo centra l. Ainda que haja menor densida- 16. n = .!!!_ =
He M
2
Ἴ
9 = 0,5000 mel
4 00 g moI-1
de elet rónica junto aos átomos de hidrogénio, a posição simét rica , V ~
desses quatro átomos no espaço anula essa assimetria local. Na Segundo a Le i de Avogadro, -n = constante,
3 3
n,
molécula de CH3Ce, a presença do átomo de cloro gera uma as- ~ 3,00 dm = 3,70 dm ~ n = 0 ,6167 mel.
0,5000 mel n2 2
simetria de ca rga na molécula do clorometano (evidenciada pela
diferença d e cor no mapa de potencial eletrostático). Conclui-se, An =(0,6167 - 0,500) mel =0,1167 mel a adicionar
assim, que a molécula é polar.
mHeaad!CIOna, = n x M = 0,1167 mel x 4,00 g moI-1 = 0,467 g
9. Verdadeiras: (C), (E) e (F). Falsas: (A), (B) e (D).
17.l A equação da reta de ajuste ao gráfico do vol ume, V, em fun-
10.l a) 1; b) I; e) Ili; d) 11 ção da quantidade de matéria, n, é V= 20,7 n + (-0,030). O declive
10.2 Ili. Nos hidrocarbonetos sat urados a fórm ula geral é C"H 2n, 2.
Em 1, li e IV os átomos de carbono e de hidrogénio são, respetiva-
desta reta, ~V
un
= V-
n- 0
°, coincide com o volume molar (constante

mente, 5 e 12, 4 e 10, e 6 e 14, portanto, estes compostos são todos de proporcionalidade da função V = l(n)). A ordenada na origem
saturados, pois, para n átomos de carbono existem (2n + 2) átomos é desprezável e resulta de incertezas de medição. Logo,
de hidrogénio. Em Ili há 6 átomos de carbono e 12 de hidrogénio, Vm= 20,7 dm3 moI-1 = 21 dm3 moI-1•
logo, Ili não é um hidrocarboneto saturado de cadeia aberta. Pela mN n x MN MN
17.2 M(N,) = 28,02 g moI-1 ; PN2= ~ 2 = - -~2 = ~ 2 =
análise da fórmula dada, conclui-se que não pode ser de cadeia VN2 n x Vm Vm
fechada. Assim, Ili é um hidrocarboneto insaturado. = 28,02 g moI-1 =1,35 g dm-3
20,71 dm3 moI-1
11. (D).
12. 1 - Grupo formi lo (grupo carbonilo terminal}; 3 - grupo hidroxilo; 18.1 VNO = nNo x Vm~ VN 0 = 40 mel x 22,4 dm3 moI-1 = 9,0 x 10 2 dm 3
4 - grupo amino; 5 - grupo carbonilo. Vso2 = 716,8 dm3
280 0 9
13.l Vitamina C. A vitamina C apresenta uma estrutura molecular · x 22 4 d m 3 moI-1 =
28,01 g moI-1 '
com vários grupos OH, logo é uma molécula polar. Os sumos de fruta
são misturas nas quais o principal componente é a água, um solven-
te polar. Assim, poderão estabelecer-se interações intermoleculares Vco < V502 < VNO ⇒ N moléculas de CO < N mOléculas de so2 < N moléculas de NO
entre as moléculas de vitamina C e as moléculas de água do mesmo de acordo com a Lei de Avogad ro.
tipo das existentes entre as moléculas de vitami na C, pelo que é a Mso2 64,07 g mol-1 _
mais indicada para ser utilizada como aditivo num sumo de fruta. 18.2 Pso2 = -V:- 22 ,4 dm3 mel-' - 2,860 g dm
_
3

13.2 Vitamina A. As manteigas são misturas em que os principais d = P502 = 2,860 g dm- 3 =
2 33
co nstituintes são gorduras, que apresentam uma estrutura mole- P., 1,23 g dm-3 '

cular fracamente polar com longas cade ias de hidrocarbonetos.


n
A vita min a A apresenta na estrutura molecular apenas um grupo 19.l c =V ⇒ n = c x V = 0,030 mel dm-3 x 0,025 dm3 =
OH e uma longa cadeia carbonada, logo, é fracamente polar. As-
sim, poderão estabelecer-se interações intermoleculares entre as
=7,50 x 10-4 mel de (NH 2)2CO

moléculas de gordura e as de vitamina A do mesmo tipo das exis- M[(NH,) 2CO] = 60,07 g moI-1
tentes entre as mol éculas d e vitamina A, pelo que esta é a mais m,o,uto = n x M =7,50 x 10-4 mel x 60,07 g moI-1 =0,0451 g
indicada para ser utilizada como aditivo numa manteiga.
p = mso,uçào ⇒ 1 05 g cm-3 = m ⇒m = 26 3 g
14. As moléculas do metilpropano são apoiares, pelo que as inte- solução V soluçâo • 2 5.o em 3 soluçâo '

rações intermolecula res predominantes são ligações de van der m 0,0451 g


Waals do tipo dipolo instantâneo-dipolo induzido, ou seja, forças % (m/m) = ~ ⇒ %(mi m) = - - - x 100 = 0,17%
m,o,uçao 26,3 g

359
V11'°'"1'° 81 ~ V 500 cm3 25.2 ~ + o, ➔ + o,
- •- - = 10 O cm3
~2
19.2 a) f = =
vi (solução A) 1(solução A) 5 Nó,+ o· ➔,Nó+ 0 2
03 + o· ➔ 202
b) v,estantedeso1uç,0A = (25,0 -10,0) cm3 = 15,0 cm 3
O NO funciona como catalisador da decomposição do ozono. uma
V,oluçlloC = (15,Q + 30,Q) Cm3 = 45,Q cm 3 vez que não é co nsumido na rea ção.

f= v l(soluç,oC) ⇒ f= 45,Q Cm3 = 3 ⇒ f= _s_ ⇒ 26. (C). A quebra da ligação C-Ce, nos CFC envolve menos e ner-
vi (restantedesoluçâoA) 15 ,0 Cm 3 Cf gia do que a quebra da ligação C-F, daí que a fotodissociação dos
clorofluorocarbonetos forme com maior facil idade radicais cloro
0,030 mol dm- 3
⇒ c, = = 0,010 mol dm-3 do que radica is fiúor. Assim , o CF2ce 2 pode libertar dois radicais e
3
o CFCC3 três. Como estes radicais livres são muito reativos, quan-
20.1 V8 = 500 ml = 0,500 dm3; M (NaCCO) = 74,44 g moI- 1
tos mais existirem dispersos pela troposfera ou estratosfera, maior
c=!!__
V ⇒ n=c x V = o,050 mol dm- x o,500 dm = 0 ,025 mol de Naceo
3 3 é a quantidade de ozono que pode ser destruído.
mNac,o = n x M = 0,025 mol x 74,44 g mol- 1 = 1,9 g 21. 0 2 ~ 0 · + 0 · ; 0·+0 2 ➔ 03 .

20.2 v; (soluç•oq = 250 cm 3 = 0,250 dm3


= vl(SOluç•o A) = 1,0 dm3 C
f - - - -3 = 4 ⇒ f= ~ ⇒ e, (soluç>oq FÍSICA 10.º ANO
v,(soluç•oq 0,250 dm e,
= 4 x 0,10 mol dm-3 = 0,40 mol dm-3 Domínio 1
⇒ f = V, ⇒
3 1.1 Energia e movimentos (QP. pág. 130)
20_3 f= c,1soIuç•o•i = 0,050 mol dm- =
3 3 10
e, (soluç•o B) 5,0 X 10- mol dm- v, 1. Verdadeiras: (8). (C) e (D). Falsas: (A) e (E).
⇒ v ,(soluç11o B) = 10 X 0,500 dm' = 5,0 dm3 2.1 (B); 2.2 (E); 2.3 (E); 2.4 (C).
v ,gua aadlcKma, = v, - v,= (5,0 - 0,500) dm' = 4 ,5 dm 3 J_ m (2v)2
m x 4v2
3 _(B); Ec{A) = _2_ __ - - - =2
2.3 Transformações químicas (QP, pág. 81) Ec(B) J_ x 2m v 2 2m v2
2
21. Diagrama 1 - a reação é exotérmica (!!.H < O) porque a ener-
gia potencial dos produtos da reação é menor do que a energia
iii
4.1 f
potencial que os reagentes possuíam , o que significa que ocorre
transferência de energia por calo r do sistema para o exterior.
Diagrama li - a reação é endotérmica (!!.H > O) porque a energia p
potencial dos produtos da reação é maior do que a energia poten-
cial que os reagentes possuíam, ocorrendo então transferência de 4.2. Fencaz = F COS 20° = 1,9 x 103 N 4.3. W = F COS 20° d = 1,9 x 105 J
energia por calor do exterior para o sistema. 4.4. Verdadeiras: (C) e (D). Falsas: (A), (B) e (E). Sendo a velocidade
22.1 (D) constante. o trabalho total é nulo, pois a energia cinética não varia.
O trabal ho da força potente é simétrico do trabal ho da força resis-
22.2 /!.H = Hp,odutos - H,eagentes = (75 - 965) kJ = -890kJ
tente.
178 104
22.3 n(CH4) = • x
890 kJ moI- 1
kJ = 20,0 mol ;
5.1 a) t =
19
·º
18 9 18
+ • + .7 = 18,9 ms . Os módulos dos desvios de
3
M(CH4) = (12,01 + 4 x 1,01) g moI-1 = 16,05 g mo1-1 ;
cada medida ao va lor mais provável são d, = 0,1 ms, d2 = 0,0 ms e
m=n x M = 20,0 mol x 16,05 g moI-1 = 321 g
23.1 (C). !!.H = LE,igaçao (reagentes) - LE,1gaçao (produtos)~
d 3 = 0 ,2 ms. A incerteza relativa é º·
2 x 100 = 1,0%. t = 18,9 ms, com
18,9
uma incerteza relativa de 1,0%.
~ -104 = 4 x 413 + 242 - (3 x 413 + 328 + E(H-Ct')] ~ 3
b) v = 9.40 x 10- m = 0,497 m s- 1.
~ E(H-CC) = (413 + 242 + 104 - 328) kJ mol-1 18,9 X 10- 3 S
23.2 A energia interna de um sistema isolado mantém-se constan- 5.2
te. Como !!.H,eaçao < O, a energia potencial dos produtos é menor :::: 0,250
do que a dos reagentes, ou seja, há uma diminuição da energia
li.!º 0.200
potencial interna. Logo, para que a energia interna se mantenha
co nstante, a energia cinética interna tem de aumentar, e, assim, a 0,150
temperatura do sistema aumenta.
0,100
24.1 IE,igaçao (reagentes)= (4 x 414 + 2 x 498) kJ = 2652 kJ
0,050
IE,1gaçao (produtos) = (2 x 799 + 2 x 2 x 460) kJ = 3438 kJ
0,000
Balanço energético: !!.H = IE,1gaç11o (reagentes) - IE,1gaç11o (produtos) ⇒ o.o 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
⇒ !!.H = 2652 kJ - 3438 kJ = -786 kJ dlm
24.2 A reação é exotérmica porque a energia libertada na forma- O trabalho da resultante das forças é igual à variação de energia ciné-
ção de ligações nos produtos é superior à energia necessária para tica: F d cos Oº= !!.Ec Como no gráfico Ec(d) o declive é igual à intensi-
quebrar as ligações nos reagentes. dade da resul tante das forças, da equação y = 0,223x - 0,007 pode
24.3 O valor obtido (-786 kJ) difere do valor experimental (-802 kJ), concluir-se que a intensidade da resultante das forças foi 0,223 N.
todavia , ele é apenas uma estimativa (valor aproximado), pois foi 5.3 (A). Para uma maior inclinação é maior a resultante das forças
obtido com base nas energias médias de ligação. sobre o carrinho (maior declive da reta de ajuste ao gráfico de pon-
25.1 A quantidade de ozono presente na estratosfera é mantida tos Ec (d)).
a um nível adequado, pois é continuamente formado e destruído, 5.4 (A). Para uma maio r massa do carrinho é maior a resultante das
obtendo-se uma situ ação em que a conce ntração de ozono na forças sobre o carrinho (maior declive da reta de ajuste ao gráfico
estratosfera é praticamente constante - estado estacionário. de pontos Ec (d)).

360
6.1 E = m g h = 70 x 10 x 20 J = 1,4 x 10 4 J
P 1 1 16.2 Na subida: W = P x t ⇒ P = '!1...Il...!2 = 850 W.
6.2 E + E = E + E ⇒ -2 m v2A + m g h = -2 m v28 + m g h 8 20 s
CA PA C5 Ps A
16.3 Na subida tem de fornecer mais energia, pois em relação ao
com vA = O, e h 8 = Ovem v8 = 20 m/s
6.3 W = P sin 20º d = m g sin 20° d =
⇒2 g sin 20º d = v2 ⇒ v2 = 20 sin 20° d
+ m (v2 - v!) ⇒
percurso plano aumenta a energia potencial gravítica.
16.4 Se a potência é a mesma mas a energia é maior, o tempo em
que e la é fornecida tem de aumentar.
1
6.4 WF, = -F, d = m (v~ - v~). vc = 36 km/ h = 10 m/s. F, = 350 N 17. (8). Maior velocidade implica maior energ ia cinética (ponto R)
2 que, por sua vez, implica menor energia potencial gravítica (a ener-
7.1 w = F CDS 0 ° d = E,= 1,6 X 103 J
1 gia mecânica é constante), logo, menor altura.
7.2 /'iEc = m (v;- ~ ) e v, = 1,9 m/s
2 18.1 v1 = O e v, = (100/3,6) m s- 1 = 27,8 m s-1;
7.3 W = F' cos 0 ° d = 2 F cos 0 ° d = 2 Ecr 1 1
W = t;.E = - m v2 - - m v 2 = 4 2 x 105 J
u c 2 '2 ,, W
7.4 Se a energia cinética aumentou para o dobro, a velocidade au-
18.2 Pu = 0,3 x 35 x 104 W; W = P x M ⇒ M= p = 4 ,0 S
mentou de um fator ✓
2.
19. Verdadeiras: (8) e (E). Falsas: (A), (C), (D) e (F).
8.1 W = t;.EP= m g h = 213 x 10 x 2,20 J = 4,7 x 103 J
20.1 Em, = E0 , + Ec, = 2,0 J ; Em, = E0 , + Ecr = 1,5 J. A energia mecânica
8.2 p =_É___= (4,69 X 103 / 1,3) W = 3,6 X 103 W diminui, logo, o trabalho das forças não conservativas é negativo
t
9.1 wp = -!;,Ep = -m g !;.h = -600 x 10 x 20 J = -1,2 x 10 5 J pois é igual à variação de energia mecânica.

9.2 A energia aumentou 1,2 x 105 J. 20.2 A energia conserva-se, mas transforma-se ou transfere-se.
E 1 2 x 105 J Neste caso, a energia mecânica transformou-se em energia inter-
9.3 17 = ~ x 100% =- - - x 100% = 95%; O cabo rea lizou o
' -E na do carrinho e do exterior, por ação de forças dissipativas, neste
forn rorn W caso, forças de at rito.
trabalho de 1,2 x 105 J/ 0,95 = 1,26 x 105 J; Fm= d = 6,3 x 103 N.
20.3 d = 1,00 m ; wF, = !'!.Em = /'iEP + /'iEC= -0,5 J ;
10.1 Sendo constante a velocidade, não há variação de energia F, d cos 180° = -0,5 J ; F, = 0,5 N
cinética. Apenas varia a energia potencial, para ambas as situações, 20.4
com igual valor. O Manuel apenas utilizaria mais e ne rgia se existisse
atrito entre o plano e a mala. Como o atrito é desprezável, ambos
utilizam a mesma e nergia.
10.2 (A). A energia transferida é a mesma no mesmo tempo.
20.5 (8).
11.1 a) we= -t;.E0 = + m g (h, - h,) = 0,25 x 10 x (5,5 - 0,5) J = 12 ,5 J
⇒ m = (2/(10 x 0,34)) kg = 0,59 kg
20.6 Ep, = 2,0 = m g h,
b) WFresist =!;.Em= t;.Ep + t;.Ec = (-12,5 + 9) J = -3,5 J
1
11.2 E dlSSI = -WFress = 3,5 J 20.7 Ec = - m v ⇒ 1,5 = 0 ,5 x 0,59 x v2 ⇒ v = 2 ,3 m s- 1
2
2
11.3 (8). Ec = + 9 J e EP = - 12,5 J 21.1 Sendo uma rég ua com menor div isão 1 mm, a incerteza de lei-
1 tura é 0,5 mm.
12.1 Em,= 2 m v~+ m g h,; Em,= 0,9 X Em,.
1 21.2 Os módulos dos desvios são d, = I0,883 - 0,8871m = 0,004 m,
2 2 2
E
mr
= -
2 mvt +mghr ; v t =0,9 x v 1 +2g x(0,9h1 -h,) d 2 = I0,883 - 0,8771 m = 0,006 m e d 3 = I0,883 - 0,8841m = 0,001 m
v, = 1,5 m/s; h, = 4 m; h, = O m ⇒ v, = 8,6 m/ s . 100061
e o desvio percentual da altura de ressalto e - ' - - x 100 = 0,7%.
0,833
12.2 Depois de abandonar o escorrega, a energia mantém-se 21.3 (D). Os módulos dos desvios são d, = I0,7 04 - 0,7071m = 0,003 m,
constante. Em, = 0,9 x Em,; v; = 0,9 x v~ + 2 g x (0,9 h , - h,) d 2 = I0,704 - 0,6981 m = 0,006 m e d 3 = I0,704 - 0,7061 m = 0,002 m
v, = 1,5 m/s; h, = 4,0 m; h, = -2,0 m ⇒ v, = 11 m/ s e a medida é (0,7 04 ± 0,006) m.
21.4

+
7
13.1 W = F CDS 0 ° d = 1,67 x 10 J
hressatto/m Queda e ressalto
13.2 W = /'iEc = m v; ; 1,67 x 10 = 0,5 x 10,0 x 10 v; ⇒ v, = 57,8 m/s
7 3 1,000
0,900
14.1 Effip = J_
2
m v 2t + m g h 1 = (0,5 x 1,4 x 0 ,6 2 + 1,4 x 10 x 1,5) J = 21 J 0,800
0,700
E
mo
= J_
2
m v 2 + m g h, = (0,5 x 1,4 x 3 2 + 1,4 x 10 x O) J
1
= 6,3 J. 0,600
0,500
Emp > Em . Não é conservada. 0,400 y ~ 0,591x -0,004
0
0,300
14.2 WFreslst = t;.Em = t;.EP + t;.Ee = -15 J 0,200
14.3 WFresist = /'iEm = /'iEp + /'iEe =- 6,3 J = -Fa d ⇒ F = (6,3/1,26) N = 5,0 N 0,100
a 0,000 +--~--~--~-~--~-~--~-~
0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1.200 1.400 1,600
15.1 Inicialmente, o conj unto atleta + vara tem energia cinética
hqueda/m
e energia potencial gravítica em relação ao so lo. Esta energia,
com a deformação da vara, transforma-se em energia potencial Da regressão lin ear, indicada no gráfico, h,essal1o = 0,591hquecta - 0,004.
e lástica e depois em energia cinética e pote ncial gravítica, quan- 21.5 As energias mecânicas antes e após a colisão com o solo são
do a vara retoma a sua forma inicial. A energia cinética diminui iguais às energias potenciais gravít icas na alt ura de q ueda e na
na sub ida, aumentando a energia pote nci al gravítica. Na descida, altura máxima de ressalto, respetivamente, visto nessas posições
a e nergia potencial gravítica transforma-se em energ ia cinética. ser nula a energia cinética . Como a e ne rgia potencial gravítica é
15.2 1- C; li - A; Ili - D; IV - B. diretamente proporcional à altura , na eq uação h,essano = m hquecta•

15.3 (J_ 2
m v 2 + m g h) x
' ,
80
100
=
2 r
J_
m v 2 + m g h ; v = O m/s;
r r
o declive, m, corresponde à fração da energ ia que não se dissipa na
colisão da bola com o solo (co nsiderando desprezável a ordenada
na origem). Sendo esse declive de 0,550 para a bola de voleibol
h,= 4,9 m; h, = 0,9 m ⇒ v, = 10 m/s
e de 0,461 para a de ténis , conclui-se que na bola de voleibol há
16.1 A energia que o organismo tem de fornecer é igual à variação menos dissipação de energia, logo, menor percentagem de energia
de ene rgia potencial gravítica. E= m g h = 1,7 x 104 J. dissipada na col isão.

361
1.2 Energia e fenómenos elétricos (QP. pág. 137) 32.2 A resistência do condutor C pode ser determinada a partir
22. (O). A corrente elétrica é a grandeza física que corresponde à do gráfico: Rc = !!_ = _1SJ__',/__ = 100 Q. A energia fornecida pelo
I 0,200 A U
carga elétrica por unidade de tempo que atravessa uma seção de gerador é a dissipada na resistência: E = Pl!.t = Ull!.t = u ~ f!.t =
um condutor. W~ R
; Q X (15 X 60) S; 9,0 X 102 J.
23. (O). Ver definição de diferença de potencial elétrico. 100
24.1 o = 1 x M = 0,200 A x 30 x 60 s = 360 c 33.1 (O). Num gerador ideal, há sempre a mesma tensão aos seus
360 termi nais. Assim, o voltímetro V 1 indica sempre o mesmo va lor.
24.2 N = c =2 ,24 x 1021 eletrões Com o interruptor aberto, o voltímetro V 2 indica metade do V 1• Ao
1,61 X 10-19 C
25. O efeito do movimento de cargas elétricas positivas num fechar-se o interruptor, a corrente em cada resistência em paralelo
sentido é o mesmo das cargas simétricas (negativas) em senti- é metade da co rrente na outra resistência. Assim, diminuindo a
do contrário. 6 C movendo-se num sentido e -6 C movendo-se corrente também diminui a tensão, a qual é a mesma para as duas
no sentido contrário equivale a 12 C a mover-se num só sentido. resistências em paralelo.
12 33.2 (A). Admitindo que a tensão aos terminais do gerador se
A corrente elétrica que seria medida era I = _Q__ = C = 4 A.
l!.t 3s mantinha constante, conc luir-se-ia q ue a corrente fornecida
26.1 Corrente contínua. pelo gerador iria aumentar, pois, antes de se fecha r o interrupto r
26.2 (B). Esta é a definição da grandeza corrente elétrica.
u, =RI+ RI= 2 RI e depois u, =RI' + R /' = 3 RI' (comparando as 2 2
26.3 A rede de energia elétrica disponibiliza corrente alternada.
Nesta, o valor da corrente varia periodicamente, tomando também expressões, conclui-se que I < /' < 21). Ora, a tensão aos termi nais
periodicamente valores negativos e positivos, consoante o senti- de um gerador com resistênc ia interna , r , diminui se a corrente
do do movimento dos eletrões de condução. A tensão da rede aumentar (U' = E - ri'). Assim , ao fechar-se o interruptor, a leitura
portuguesa é de 230 V (tensão eficaz) com frequência de 50 Hz. do voltímetro V, diminui. A leitura do voltímetro V 2 passa de U2 = RI
/'
De modo diferente, os computadores utilizam corrente contínua. para u; = R . Embora ao fechar-se o interruptor a corrente no
2
Nesta, os eletrões movem-se sempre no mesmo sentido e o valor
ramo principal aumente, /' > I, não chega a duplicar, por isso, a
da corrente é constante.
leitura do voltímetro V2 diminui (u; < U,).
26.4 P = UI= 19 V x 316 A= 60 w· E = Pl!.t ➔ !!.t = .É_ = • x
4 32 1 5
' ' P 60W
J= º 34.1 Uma força eletromotriz de 24 V significa que por cada unida-
= 7200 s = 2,0 h de de carga (1 C) que atravessa a bateria é fornecida uma energia
27.1 (A). O led é um componente de elevada eficiência luminosa. de 24 J.
18 W
27.2 O led branco. Para o mesmo va lor de corrente é necessária 34.2 a) p = R /2 ~ 18 W = R(1 ,5 A)2 , resultando R = ( _ A)' = 8,0 Q.
15
uma maior diferença de potencial e létrico. b ) A potência fornecida ao circuito é E I - r/2 = PL + R/2 ou
27.3 A tensão aos terminais do led é 3,5 V. A tensão aos terminais 24 V x 1,5 A- r(1 ,5 A) 2 = 18 W + 6,0 Q x (1,5 A)2 , resolvendo, segue-se
da resistê ncia é U = (9 - 3,5) V= 5,5 V. A resistênc ia limitadora vale r= 2 ,0 Q .
R = !!_ = 5.5 V = 275 Q = 2 8 x 10 2 Q. 34.3 a) E - ri= U =24 V - 2,0 Q x 2,0 A= 20 V. b) A t ensão aos ter-
I 20 x 10- 3 A ' minais da lâmpada é U = 8,0 Q x 2,0 A= 16 V, logo, aos extremos
28.1 Significa que a energia transferida para um certo recetor, por da resistência X e da de 6 ,0 Q há 20 V - 16 V = 4 V. A corrente na
trabal ho das forças elétricas, é 230 J por cada unidade de carga resistência X é I = 2,0 A - ~ = 1,3 A. A resistência X é R = ~ =
elétrica que o atravessa. 6Q 1,3A

28.2 (B). I = 1,0


3
X 10 w = 1,0 X 10 A.
3 = 3,1 Q . e) E= Pl!.t = Ull!.t = 16 v x 2,0 A x 2 x 60 s = 3,8 x 103 J
230V 230
35 _l (D). r=E -U = 12,0V-8,0V = 2 0Q
I 2,0A '
28.3 E= P l!.t = 3,0 kW x ( 2 ,0 + :~ ) h = 8,0 kW h
35.2 (A). I = ~= 12 0
• V = 3 ,0 A e P = 2 ,0 Q x (3,0 A) 2 = 18 W
2( 2 X 2,0 Q
28.4 (A). P = UI= U !!_ = U2, logo, R = U2; R = U2 = _(12____ = _!_R 36. (C).
R R P v P v 2Px 2 x
37.1 (A). A pilha, o amperímetro, a resistência e o interruptor de-
28.5 Uma menor diferença de potencial elétrico para a mesma vem ficar em série e o voltímetro em paralelo com a resistência.
resistência elétrica implica uma menor corrente elétrica. Como a
potência dissipada é igual ao produto da diferença de potencial 37.2 Colocando uma nova coluna com a corrente em amperes,
elétrico pela corrente elétrica, ambas menores, conclu i-se que a elabora-se um gráfico semelhante ao seguinte.
potência dissipada nos aquecedores seria menor nos EUA. 2: 9,5
29.1 (A). A tensão entre X e H é U = I x R = 2,73 x 10-3 A x 1,0 x :.) 9
X 103 Q = 2,73 V.
8.5
29.2 (A). A corrente no ponto F é I = (2,73 - 1,64) A= 1,09 A. 8 y = - 11.39x + 8.85
29.3 A potência dissipada por efeito Joule é P = R/2 = UI.Potê ncias 7.5 R'=L00
dissipadas: P = R/2 = 1,0 x 10 3 Q x (2,73 x 10- 3 A) 2 = 7,5 x 10-3 W ;
p = u 1 = 3,27 v x 1,64 x 10- 3 A = 5,4 x 10-3 w; P = u 1 = 3,27 v x
1 1 1 2 2 2
1~-----------------
0,010 0,020 0.030 0.040 0.050 0,060 0.D70
X 1,09 X 10- 3 A = 3,6 X 10 -3 W; p > p1 > p2 // A
30. A energia dissipada é proporcional à potência dissipada por A equação da reta é y = - 11,39 x + 8,85 ou U =-11,39 I + 8,85.
efeito Joule P = UI. Para aumentar a potência, ter-se-á de aumen-
O simétrico do declive é a resistência interna, 11,4 Q, e a força
tar a corrente, mas, para isso, deve-se diminuir a resistência .
eletromotriz é a ordenada na origem, 8,85 V.
E 3,0 V
31.1 (A). I = - = ( ) Q = 0,27 A 37.3 Ligando diretamente aos terminais da pilha um voltímetro.
r +R 1,3 + 10,0
31.2 (O). U = IR = 0,27 A x 10,0 Q = 2,7 V
1.3 Energia, fenómenos térmicos e radiação (QP. pág. 142)
32.1 Para os três co ndutores, a temperatura constante, a corrente
elétrica é diretamente proporcional à diferença de potencial elé- 38.1 O saco preto é opaco à radiação visível, daí não ser possível
trico aos seus term inais. ou seja, a sua resistência é constante. ver a mão do homem, mas é transparente à radiação infravermelha,

362
daí ser possível ver a imagem da radiação Infravermelha emitida Para produzir esta energia elétrica, é necessário que a energia da
pela mão do homem. 2 00
radiação seja E = Éll!!l. = • kW h 16,7 kW h. Para receber esta
38.2 (A). lu, 1) 0,12
energia da radiação, durante um dia, é necessária uma área
38.3 (B). Os óculos, embora transparentes à radiação visível, são
opacos ao infravermel ho. A=~= 16,7 kW h = 6 5 m2.
E, M 0,320 kW m-2 x 8,0 h '
39.l (A). A temperatura é a propriedade comum dos corpos que es-
tão em equilíbrio térm ico. 43.l O calor é transferido pelo movimento de porções de ar (con-
vecção térmica): movimento ascendente e descendente de partes
39.2 (A). A energia interna depende da temperatura, da massa do
do fluido. Em geral, as partes mais quentes sobem e as mais frias
sistema e da natureza das substâncias que o constituem. O calor
descem, pois as mais quentes são menos densas.
não é uma propriedade de um sistema (corpo).
43.2 Quer o mar, quer a terra absorvem energia da radiação. Du-
40.l Thompson observou que, na perfuração de canhões, as peças,
rante o dia a terra aquece mais do que o mar, pois a água tem ele-
devido à fricção, ficavam tão quentes que era necessário arrefecê-
vada capacidade térmica mássica e parte da energia absorvida é
-las com água fria, que chegava mesmo a ferver.
utilizada em processos de evaporação; em consequência, junto à
Joule montou um sistema que girava no interior de um vaso calori-
terra o ar fica mais quente, logo, menos denso e com menor pres-
métrico contendo água, enquanto um corpo caía por ação da força
são do q ue junto ao mar. O ar move-se das pressões mais altas para
gravítica (transferência de energia por trabalho). Esta transferência
as mais baixas. À noite acontece o contrário, pois o mar arrefece
de energia, num sistema isolado termicamente, provocou um au-
mais lentamente do que a terra.
mento de temperatura.
Estas experiências permitiram conclu ir que o calor não podia ser 43.3 TA= 23 ºC, T8 = 19 ºC, Te = 15 ºC, T0 = 18 ºC.
uma substância, devendo antes ser um processo de transferência 44. (C). As sensações de frio ou de quente são originadas pela
de energia. transferência de energia, por ca lor, do corpo para a vizi nhança ou
40.2 a) Com o tubo de cartão na vertical, com ambas as extremida- da viz inhança para o corpo, respetivamente. O álcool ao evaporar
de fechadas com um material isolante e com as esferas de chumbo absorve energia da pele, daí a sensação d e frio (a vaporização
no seu interior, inverter rapidamente o tubo de modo que as esferas ocorre com absorção de energia).
caiam na vertical, repetindo, sucessivamente, estas inversões. 45.l t,U=Q+ W=-14 kJ +36 kJ = 22 kJ.
Medições a realizar: temperatura inicial das esferas, massa das es-
45.2 Significa que, apesar de haver variação de temperatura do
feras colocadas no interior do tubo, comprimento do tubo, número
recipiente, a va riação de energia que lhe corresponde é despre-
de inversões e temperatura final das esferas.
zável face à energia transferida para o hélio.
b) O trabalho realizado pela força gravítica durante a queda das
45.3 (D). A mesma variação de temperatura implica a mesma varia-
esferas faz aumentar a sua energia cinética. Esta energia é dissi-
ção de energia interna, como W = O, segue-se que O= t,U = 22 kJ.
pada na colisão das esferas com a extremidade inferior do tubo: a
energia cinética das esferas converte-se em energia interna das 45.4 A variação de temperatu ra é M = __§__ , portanto, para a mesma
me
esferas. Ass im, desprezando as transferências de energia para o
energia recebida é inversamente proporcional à massa da amostra.
ar e para o próprio tubo, o trabalho realizado pela força gravítica
é igual à variação da energia interna das esferas, o que permite Assim M' = __!!l____ M= ~ x 276 ºC = 414 ºC.
' m' 100 g ' '
determinar a equivalência entre trabalho e calor.
46. (B). Em ambos os processos o sistema absorve energia e a
e) Seria necessário conhecer a capac idade térmica mássica do
sua temperatura aumenta igualmente. Sendo os estados iniciais
chumbo expressa em calorias por unidade de massa e por unida-
e finais os mesmos, a variação de energia interna é a mesma nos
de de variação de tem peratura. O conhecimento da capacidade
dois processos. Conclui-se que no segundo processo, o sistema
térmica mássica e da variação de temperatura permite determinar
deve ter transferido uma energia, por trabalho, de 80 J, para a
a energia ganha pelas esferas de chumbo, expressa em calorias
vizinhança (420 J = 500 J - 80 J).
por quilograma. Essa energia resulta do trabalho realizado pela
força gravítica na queda das esferas, expresso emjoules. Da igual- 47.l O preto absorve toda a radiação visível nele incid ente. Ora,
dade dessas energias determina-se o equivalente de uma caloria a maior percentagem da energia solar incidente na Terra situa-
em joule. -se na região do visíve l. A radiação emitida, por ser na região do
41.l (C). O amperímetro liga-se em série e o voltímetro em paralelo infravermelho, tende a ficar retida no coletor, sendo reabsorvida
com a célula fotovoltaica. pela placa.

41.2 Para uma diferença de potencial de 0,68 V, a potência forneci- 47.2 O vidro é transparente à maior parte da rad iação incidente.já
P 15 X 10- 3 w que nessa radiação predomina a visível, maximizando, por isso, a
da pela célula é 15 mW. Portanto, a corrente é 1= - = - - - - entrada de luz visível. A placa coletora emite sobretudo no infra-
= 2,2 x 10-2 A. U 0,68 V
vermelho. Como o vidro é relativamente opaco ao infravermelho,
41.3 0,44 V e 1,16 V. as perdas de energia por radiação são minimizadas.
41.4 A potência é máxima, 17 mW, para uma diferença de potencial 47.3 E= cm t,T= 4,18 x 103 x 50 x (80 - 25) J = 1,15 x 10 7 J

R= -
u = -
u = -
u
2
= 47.4 E,u, = P M = E, AM = 8,0 X 2
10 X 10 X 3600 J = 2,88 X 10 7 J
elétrico de 0,92 V. A resistência elétrica é
1 p p
= o,92 v
2

17 X 1Q- 3 w
= 50 º· u 1J
= Éll!!l.
Eforn
X 100% = 1•15 X 10' j
2 ' 88 x 10 7 J
X 100% = 40%

42.l A energia da radiação que naquele local incide numa área de 48.l E = 6 x PM=6 x 180 W x 300 s = 3,24 x 105 J
1,0 m2, em cada segundo, é, em média, 320 J. 5
48 _2 M = _Q_ = _ E_ = 3,24 x 10 J
42.2 934 kW h m-2 ano-' (E = _E__ = 0 ,320 kW
1
x 8,0 h d- 365 d = c m c p V 1,0 x 103 J kg-• 0 c-1 x 1,2 kg m- 3 x 6,0 m 3
' AM 1,0 m2 x 1 ano = 45 ºC
= 934 kW h m-2 ano- 1) 49. (D). Sendo a energia e a va riação de temperatura ig uais, a ca-
42.3 (B) pacidade térmica mássica é inversamente proporcional à massa.
42.4 A energia elétrica utilizada pelo sistema elétrico, num dia, é 50.l (B).
E""' = P M = 0,500 kW x 4,0 h = 2,00 kWh. 50.2 (8).

363
51.l O = -O ~em !J.T = -em !J.T ~e=- c. m. tJ.T. menos energia, portanto para a mesma energia transferida haverá
metal agua m m m a a a m mm 11Tm maior variação de temperat ura).
e = _ 4,18 x 10 3 J kg-1 ·c-1 x 0,200 kg x (18 - 10) ·c =
55.3 (A). A energia necessária para a fusão é menor do que para
m 0,095 kg x (18 - 100) ·c
a vaporização. O declive do gráfico da tempe ratura em função da
2 1 1
= 8,6 x 10 J kg- ºC- Trata-se do alumínio.
• 1
energia é - - . Como a capacidade térmica mássica do gelo é
102 102
51.2 erro percentual = 8 '6 X - 90
'
X
x 100% = -4,4%
me
9,0 X 102 menor do que a da água líquida, o declive é maior quando a tem-
peratura é inferior a O ºC (maior variação de temperatura para a
51.3 O sistema metal + água não é isolado. Parte da energia ce-
mesma energia).
dida pelo metal é transferida para a vizinha nça (recipiente e ar).
Assim, a temperatura final do sistema é inferior à que seria de es- 56. A variação de temperatura, !J.T, de uma amostra de um material
perar se não ocorressem essas perdas. 1
relaciona-se com a energia recebida, E, por !J.T = - - E. Ass im,
52.1 (B). O sistema água + gelo transfere energia para o ar, por ca- me
num gráfico da variação de temperat ura em função da energia,
lor, uma vez que a temperatura do ar é inferior à da água. Portanto,
!J.T(E), o declive da reta é igual ao inverso do produto da massa, m ,
a energia interna desse sistema diminui. Ao ceder energia, a água
pela capacidade térmica mássica, e. Como as massas são iguais,
em contacto com o gelo vai congelando, ou seja, a espessura da
ao material de maior capacidade térmica mássica corresponde
camada de gelo vai aumentando. Todavia, a temperatura da água
uma reta de menor declive. Portanto, o material da amostra N é o
líquida em contacto com o gelo é sempre O ·c, pois esta é a tem-
de maior capacidade térmica mássica.
peratura de fusão da água. A superfície do gelo em contacto com
o ar deverá estar a -15 ·e. Assim, nem todo o gelo se encontra à 57.1 (D). Numa mudança de fase a temperatura mantém-se.
mesma temperatura. 57.2 Lei da conservação de energia.
52.2 A massa de gelo correspondente ao aumento de espessura é 57.3 E•gua = magua e !J.Tagua = 0,260 x 4,18 x 103 x (11 - 20) J = - 9,78 x
m = pV = 0,90 g cm- 3 x 4,0 x 104 cm 2 x 1,0 cm = 3,60 x 104 g =
X 10 3 j
= 36,0 kg.
Egelo = mgelO /',./]fusão+ mgelO C !J.Tagua do gelo = 0 ,0 3 0 kg tJ.h n,são + 0,03 0 x
A energia ced ida pela água é a necessária para a solidificação e
X 4 ,18 x 10 3
X {11 - O) J = 0,030 kg !J.hfusilo + 1,39 X 103 J
coincide com a energia que seria necessária para a fusão:
As variações de energia da água e da massa de gelo são simétri-
Esolldmcaçâo = m /',./]fusão= 36,0 kg x 3,34 x 10 5 J kg-1 = 1,20; 107 J.
cas: - E água = E ge10·
O tempo necessário para essa transferência é !J.t = solldincaçào
p 9,78 x 103 J = 0,030 kg /',./]fusão+ 1,39 x 103 J ; M,usão = 2,8 x 10 5 J kg-1
= ·
12
ºx
10
' J = 1 2 x 104 s = 3 3 h
1,0 X 103 j 5 - l ' ' • 57.4 Como a expressão de cálculo da entalpia mássica de fusão
do gelo é
53.1 O mecanismo de transferência de energia por calor que se
/',.h = m água e I/J, T águal - m gelO e /J, Tágua do gelO
pretende aproveitar é a convecção (como o aquecimento se dá no rusao m
fundo, a água aí aquece e sobe, por ficar menos densa, descendo gelO
a água mais fria , por ser mais densa - as correntes de convec- e o valo r encontrado é menor do que o tabelado, compreende-se
ção resultam da repetição destes movimentos de transporte de este resu ltado se, ao contrário do que se verificaria num sistema
matéria). isolado, o módulo da variação de temperatura da água for menor
e a variação de temperatura da água resultante do gelo for maior.
53.2 A energia dissipada na resistência elétrica até que a água
Assim, a temperatura final foi maior do que aquela que se verifica-
atinja os 100 ºC é E•"'"'"' = P /',.t = 400 W x (14 x 60 + 50) s = ria num sistema isolado e terá havido transferência de energia do
= 3,560 x 105 J . A energia absorvida pela água nesse intervalo de exterior para o sistema água + gelo.
tempo éE..,,.., =me !J.T= 0,800 kg x 4,18 x 103 J kg-1 •c-1 x (100 - 18,2)°C= 58. As variações de energia das duas massas de água são simétri-
= 2,74 x 105 J. O rendimento do processo de aquecimento é cas: - mag,a quente e !J.T•9 uaquente = mag,artta e !J.T, 9uarna;
= Eagua = 2,74 x 105 J = 077 -0,34 (Tf - 27) ºC = 0,20 {T, - 5) ºC; T, = 18,9 ºC.
17
EeléUka 3,560 x 105 J ' . 59. A potência elétrica fornecida pela resistência é P = U I =
53.3 {B). Evapomação = m /',./Jvapomaçào = 0,800 kg x 2,26 x 10 6 J kg-1• = (7,5 x 2 ,6) W = 19,5 W. A energia recebida pelo alumínio é dada
pela expressão P x t = m e !J.T ou m e T - m e T0 = P x t.
53.4 A energia elétrica que é necessário fornecer à resistência, por
Um gráfico T(t) tem um declive igual a ___f__
dia, é E.,e,nca = P /',.t= 0,400 kW x 5,0 h = 2,00 kW h. Para produzir esta me
energia elétrica é necessário que a energia da radiação incidente 27,0
Ee,.trtca 2 ,00 kW h µ
-._
no painel, por dia, seJa E,adiação = - - - = 0, 16,7 kW h. f-
25,0
11 12
E 0 23,0
Por dia, a energia da radiação por metro quadrado é •~ 1• =
21 ,0
= 0,320 kW m- 2 x 8,0 h = 2,56 kW h m- 2 • A ssim, a área do paine l y = 0,0 195x + 18,705
19 ,0
16 7
de verá ser A = • kW h = 6,5 m 2 . 17.0
2,56 kW h m- 2
54. (B). Existe sempre energia dissipada e transferência de energia 15,0
para a vizinhança (nos processos espontâneos verifica-se uma di- o 50 100 150 200 250 300
1/ S
minui ção de energia útil).

55.1 Efusão = m M,usão !J.h,usão = 3,34 x 105 = ___f_ = ~ = 0,0195 ⇒ e= 19 5


• W 909 J kg- 1 0 c-1
0148
E vaporlzação m .ó..hvaporlzação !J.hvapotttação 2 ,26 x 106 ' m e 1,100 e 1,100 kg x 0,0195 °C s- 1

(a energia envolvida na fusão é 14,8% da energia de vaporização).


55.2 Estado sólido, por ser neste estado que a capacidade térmi-
ca mássica da água é menor (menor capacidade térm ica significa
que para a mesma variação de temperatura é necessário fornecer

364
FÍSICA 11.ºANO tempo medido na interrupção de cada célula vai ser inferior ao
que deveria ser se fosse o d iâmetro da esfera a interromper o fe i-
Domínio 1 xe. Em vez da distância que efetiva mente foi percorrida divide-se
1.1 Tempo, posição e velocidade (QP. pág. 180) um valor maior de distância (o diâmetro da esfera) por um intervalo
de tempo menor do que o que deveria ocorrer se fosse o diâmetro
1.1 a) De 5 s a 7 s. b) De 4 s a 5 s e de 12 s a 14 s. e) De 8 s a 10 s. da esfera a interromper o feixe. Assim, o módulo da va riação de
d) De 8 s a 12 s ou de 2 s a 8 s ou de O s a 14 s, etc. (n um intervalo velocidade ca lculada va i ter um erro por excesso, e a mesma ten-
de tempo que inclua inversão de sentido).
dência no erro ocorre para o módulo da aceleração.
1.2 1-W; 2-Y; 3-Z; 4-X. 1.3 1-Z; 2-Y; 3-X; 4-W. 1.4 (D). 8.3 Os módulos das velocidades nos instantes médios de passa-
2. (B). A velocidade é a mesma no instante em que os declives das gem da esfera em frente às células fotoelétricas são:
tangentes aos dois gráficos x(t), o de A e o de B, são iguais.
1 20 x 10-2 m 1 20 x 10-2 m
3. (A). A componente escalar da velocidade num certo instante t v = ' = 2,06 m s· 1 e v = ' = 2,70 m s· '.
A 5,83 X 10- 3 5 S 4,44 X 10-3 5
é igual ao declive da reta tangente ao gráfico x(t) nesse instante.
o módulo da aceleração e, a= t.vIM = (2,66
1
7 0 - 2,06)m s-
Inicialmente, o declive da reta tangente ao gráfico x(t) é constante , x _ 964
, m s· 2 ·
37 10 3 5
e positivo, depois aumenta, passando a constante num pequeno 2
interva lo de tempo, e, a seguir, diminui até ocorrer inversão no sen- O erro percentual é (9 ,64 - 9 ,8 ) m s· x 100% = -2 ,0 %.
9,8 m s· 2
tido do movimento. Após a inversão, o declive é negativo e diminui
o seu módulo até se anular, quando a posição deixa de varia r.
1.3 Forças e movimentos (QP. pág. 184)
1.2 Interações e seus efeitos (QP. pág. 181) t.x -7-5
9.1 (C). 9.2 vm= Af = _
4 0
= -3 m s· 1
4. (D). 5. (B).
9.3 (C). A componente escalar da posição inicial é 5 m. a da veloci-
6.1 (A). A intensidade da força gravítica é inversamente proporcio-
dade inicial é negativa e a da aceleração é positiva (no movimento
nal ao quadrado da distância entre os corpos: quando a distância
retardado, a aceleração tem sentido oposto à velocidade).
diminui -J2 vezes, a intensidade da força aumenta -✓22 = 2 vezes
9.4 (A).
(F' = G m ,mv = 2 G m,my = 2 F ).

c;J d2
10.1 A força resultante é a força gravítica: d ireção vertical, sentido
negativo do eixo dos yy e intensidade lf'.I = m g = 0,057 x 10 N =
= 0,57 N.
6.2 (D). A intensidade da força é diretamente proporcional à massa 10.2a) y=.),'.o +vt+
o
_1_ at2 3 ,2 = 0 + V/ - 5 /2
de x· F = G m,my = G !!}_y_ m . 2 <=>
. d2 d2 X 0 = V 0 - 10 t

6.3 A força gravítica que Y exerce sobre X e a força gravítica que


X exerce sobre Y constituem um par ação-reação, portanto, essas 3,2 = 10 12 - 5 12 t = 0,80 s
duas forças têm a mesma intensidade, a mesma direção e senti-
dos opostos.
7.1 De Os até 13,0 s. Quando a componente escalar da velocidade
é positiva.
b) Em(A)= Em (B) ⇒ + m vi + O= O+ m g hmax <=>

v0 = .J 2 g hma, = .J 2 x 10 x 3,2 m s- 1 = 8,0 m s- 1


7.2 (B). No instante 10 ,0 s, o declive da reta tangente ao grá-
- .
fico. ou seja, a componente escalar da aceleraçao. e
L'.v,
a, = M 10.3 y= y 0 + v/+ _1_ a t2 ⇒ -1=O+8t-512 <=> t= ~ ou t= 1,7 s.
2
1
= (O -13,0) m s· = _ , 5 m _2 _ Demora 1,7 s.
2 5
(13,0 - 9,0) s 10.4 (B). 10.5 (A). 10.6 (A) 10.7 (D).
7.3 O instante 13,0 s está incluído no intervalo de tempo em que a 11.1 A componente escalar da velocidade tem um mínimo em A,
componente escalar da velocidade varia linearmente com o tem- mas 0,13 s depois, em B, tem um máximo. De A para B, há uma
po [8,0 ; 15,0] s, o que significa que a componente escalar da ace- inversão brusca do sentido da velocidade. Em A, a bola entra em
leração é constante. Para o instante 9,0 s a componente escalar contacto com o solo; em B, deixa de estar em contacto com o solo.
1
da aceleração é (O - 13·º) m s· = -2,5 m s· 2 . 11.2 a) x➔ tempo; y ➔ velocidade. b) Representa a componente
(13,0 - 9,0) s
escalar da variação de velocidade por unidade de tempo, ou seja,
A intensidade da resultante das forças é F = m a = 0,200 kg x
a componente escalar da aceleração. e) y = y0 +V/+ _1_ a t2 ⇒y=
x 2,5 m s- 2 = 0 ,50 N. 2
= 0,78 - 4,9512 (SI)
7.4 A área entre a linha do gráfico v,(t) e o eixo dos tempos é
11.3 Direção vertical, sentido de baixo para cima e intensidade
igual à componente escalar do deslocamento, t.x. x 13 - X8 =

_ v, (8) x (13,0 - 8,0) s <=> x = ( 68,7 + 12,5 x 5 ) m = 100 m. IF 1 = m la 1 = m 11'.vl = 0,620 x 12 •82 - (-3 .40) I N = 48 N.
2 13 2 R m Â/ 0,47 - 0,34
11.4 Diagrama 1.
8.1 (B). O va lor mais provável é o valor médio, 5,83 ms, e a in-
e + L'.Ep = ( _1_ m vs - _1_ m vA ) + O ⇒
= L'.E 2 2
certeza absoluta de observação é igual ao maior desvio absoluto 11.5 L'.Em
2 2
(5,88 - 5,83) ms = 0 ,05 ms.
⇒ L'.E = _1_ X 0,620 X (2,822 - 3,402) = -1,12 J
8.2 a) Admitindo uma aceleração constante, a velocidade é dire- m 2
tamente proporcional ao tempo. Neste caso. a velocidade média Dissipou-se uma energia de 1,12 J .
entre dois instantes de um certo intervalo de tempo é igual à velo- 12.1 No instante t = 0,0 s, o ca rrinho encontra-se a 2,4 m da origem.
cidade no instante médio desse intervalo.
12.2 (A). A equação da componente escalar da posição, x, do
b) (A). Os módulos das velocidades determinam-se pelos quocien- carrinho traduz um movimento uniformemente variado, de
tes do diâmetro. d , da esfera pelos intervalos de tempo, por isso. equações gerais x = x 0 + v/ + 0,5 at2 e v = v0 + a t. sendo, então.
1 1 v0 = - 2,0 m s- 1 e a = 1,2 m s- 2 •
a variação de velocidade é L'.v = d ( - - - - - ) . O intervalo de
L'.t2 L'.t1

365
12.3 (D). No insta nte t = 0,0 s, em relação ao referenc ial Ox, a com- (o produto da acele ração gravítica pelo quadrado da distância ao
ponente escalar da velocidade é negativa e a da aceleração é centro da Terra, para a Lua e para uma bola à superfície da Terra,
positiva. é constante).
12.4 (B). Como a componente escalar da aceleração, segundo Ox, 17.1 (D). O satélite tem um movimento circu lar uniforme, sendo, re-
é positiva, a resultante das forças aponta também no sentido posi- lativa mente à trajetória, a velocidade tangente e a aceleração per-
tivo do eixo. Assim , para além do peso e da força normal há ainda pendicular, tal como a força que a Terra exerce nele.
uma força que tem a direção do eixo e o sentido positivo. 17.2 Sendo aceleração g ravítica à superfície da Terra 9 r e 9, à alti-
12.5 x/m 9r (rr +
tude do satélite, tem-se - = - -
h)
2

=
6
(6,37 x 10 + 1,73 x 10 )
6 2

::LllE
00
' 0,0 O, 1
I
0,2 0,3 ti 5 0,4
' '
9
9,
10 m s-2
= 174 logo 9 = - r =---=57ms- 2•
' ' 1,74 1,74 '
(T

47!2
17.3 (B). 9 = a = a:í'r = - - r ~ r = - - - m.
12 2 X 10
6,37 X 1Q6

e p 41!2
No instante 1,67 s a componente escalar da posição tem um míni- 18.1 (B). A força gravítica é centrípeta.
mo, 0,73 m, ocorrendo nesse instante uma inversão de sentido de
movimento. Aos 4,0 s a componente esca lar da posição é 4,0 m.
18.2 A única força a que estão suj eitos é a força gravítica.
A distância percorrida é a soma dos módulos dos deslocamentos 18.3 (D). A direção da velocidade varia. 18.4 (C).
em ambos os sentidos: d = (10,73 - 2,41+ 14,0 - 0,731) m = 4,9 m. 18.5 S8 , pois o seu período é igual ao período de rotação da Terra
13.1 (A). (24 horas), a sua órbita é circular no pla no do equador.
13.2 FR=ma ~F, =ma~-0.75m 9=ma~a=-0,7 59=-7,5 m s-2 18.6 F =ma ~GMrm' =m ai'r~ G~= (~ ) \ ~
75 2 9 , r2 s r2 T
13.3 { /V.= V 0 t + _1_ a t 2 { /V. = 20/ - • t
2 => 2 ~ ~r=
3 GM
_ _r T2 = constante x
3~
-vT 2 logo
V= V 0 + at O= 20 - 7,5 t 4 1!2 ' '

~
t,.x = (20 x 2,67 -
75
• x 2,672) m = 27 m
2
constante
constante x
x 1/f;,
;/f:
,3
F)
'\fü:;) = ~ = 1,593

{
t = 2,67 s
18.7 T = 24 h = 8,64 x 104 s ~ r=
t,.x > 25 m, portanto, a senhora é atropelada.
2 2
14.1 (D). A altura de A em relação ao troço horizontal é h = sin 30º x a = ai' r = (-2n) r = - - 4n- - x 4 23 x 10 7 m s-2 = O 22 m s- 2
x 0,40 m = 0,20 m. Usando a Lei de conservação de energia mecâ- T (8,64 x 104 ) 2 ' '

nica, a veloc idade em B é v8 = --5gtl = ✓2 x 10 x 0,2 m s- 1 = 2,0 m s- 1•


14.2 Considera ndo a origem do eixo em B e o sentido positivo de B Domínio 2
para C, para as posições a equação é x = 2t + 0,5 at2 e pa ra a veloci- 2.1 Sinais e ondas (QP, pág. 228)
dade v = 2,0 + at. Em C a velocidade an ula-se. Resolvendo as equa-
1 1
2 02 1.1 f= -= - - = 2,5 Hz
ções·· 0 '60 = 2t+ o ' 5 at2 '• o= 2 ' o +at·' 060
' =2 x ( - ~) -o 5
a ' x · ·
a ' T 0,40 s
a = - 3,3 m s-2. A intensidade da resultante das forças é IA = miai = 1.2 A distância ent re duas cristais consecut ivas é igual ao compri-
= 0,300 kg x 3,3 m s-2 = 1,0 N . mento de onda. À= v x T = 0,80 m s-1 x 0,40 s = 0,32 m.
v, v1 v, 1,8 m s- 1
14.3 (C). Havendo conservação de energia mecânica de A para B, 2. (C). r, = r, ~, = , ~ "-, = -).., = - - -
_1 x 4,2 m = 2,6 m
"-, 11. v1 2,9 m s
a velocidade com que chega a B não depende da massa. Aumen- 1

tando a massa para o dobro aumenta igualmente a resultante das V 20 m s-1


3.l (C).f= - = ' 10 Hz
forças. À 0 ,20 m
15.1 (A). 15.2 (D) 15.3 (C) 15.4 (D). 15.5 (C) T
0,10 s 1
3.2 (B). t= =- - = 0,025 s. Passado um do período a onda avan-
16.1 (B). O período em horas é T = 27 d x 24 h d-1 + 8 h = (27 x 24 + 8) h. 4 4 4
Neste intervalo tempo, o ângulo descrito é 2n. Assim, o módu lo da ça rá ficando com o perfil da figura e os pontos P e Q ficam mais
. , _ 2n _ 2n rad 2n _ próximos.
velocidade angular e ro - --:;:- - x + h x + rad h 1.
127 24 81 27 24 8 3.3 (A). Por exemplo, as ordenadas do ponto de abcissa x = 5 cm
16.2 A aceleração da Lua no seu movimento em redor da Terra (ace- T
serão sucessivamente y = - 6 cm, y = O e y = 6 cm nos instantes - ,
leração centrípeta ã), i.e., a aceleração gravítica, g _ , a uma distân- 4
0
T T
4,
cia d a Terra igual ao ra io d a órbita da Lua, rL, é: , _,,

r
2 e3 respetivamente.
2 4
À 0 ,20 m
V2 ( ~(L 41!2 (L2 41!2 (L 47!2 (3,84 X 108 ) m 4.1 (A) . 4.2 (B) 4.3 v = - = - - = 0,33 m s- 1
T 0,60 s
9, º'L ºªe =7:_ = - -r-L - = ~ =---:;:, = [(27 x 24 + 8) x 60 x 60 s]2 =
t =~ t ~ 0 20 =
60 4
= 2,72 x 10-3 m s- 2, comparando-a com a aceleração gravítica à su- 5. T = S = 0 20 s· X= V 0,0 0 t => t = 1 0 S
300 ' ' T ' 0 ,20 '
9 _ 2,72 m X 10- 3 5-2
perfície da Terra , g _ , obtém-se ---'.::.í = - - - - - - 2,78 x 10-4 À 0,80 m t
r-ry 9,=r1 9,8 m 5 - 2 6.1 T = -· T = - - - -1 = 2 4 x 10-3 s· n =-= 21 x 103
1 v'
340 m s- ' ' T '
(a aceleração da Lua é - - - - " ' 3,6 x 10 3 vezes menor do que a 6.2 (A). O som no ar é uma onda longitudinal.
2 ,78 X 1Q-4
aceleração da bola à superfície da Terra). O quadrado do quociente da 6.3 (C). O comprimento d e onda é inversamente proporcional à fre-
2 quência.
3 84 10
distância Terra-Lua pelo raio da Terra é (!i.)'= ( • x ª m) "' 3,6 x 103. 7 . Verdadei ras: (C), (E) , (F), (G) e (H). Falsas: (A), (B) e (D).
rr 6,37 x 106 m
2 8.1 (B). O sinal A tem maior amplitude, logo, maior intensidade, e tem
Verificou-se que -9,º,
-'= -1- ~ - 9, -' = ( -(r) ~ 9 r 2 = 9 r 2
0
,

maior período, logo, menor frequência.


9 r=rr r )'
(~ 9 r =rr rL 'º'' , 'º'' r
(T

366
8.2 a) (D). Pontos no mesmo estado de vibração estão afastados de 15.1 a) Na linha de transporte, a potência d issipada por efeito Joule
múltiplos do comprimento de onda (o tempo que a onda demora a é dada por P = R P, sendo R a resistência da linha e/ a corrente elé-
propaga r-se entre eles é múltiplo do período} e estados de vibração trica que nela ci rcula. Para minimizar essa dissipação, diminui-se a
opostos estão afastados de múltiplos ímpares de meio comprimen- corrente. A potência fornecida à linha é dada por P = U /, assim, para
to de o nda (o tempo que a o nda demora a p ropagar-se entre eles é diminuir/ mantendo a potência fornecida, aumenta-se a te nsão elé-
a soma de um múltiplo do período com meio período). trica, U. Nos locais de consumo é necessário reduzir a tensão, dado
b) (C). Y é um ponto de pressão máxima e W é um ponto de pressão que seria extremamente perigoso util izar altas tensões.
mínima. A distância entre Y e W é um comprimento de onda e meio: b) (D). A corrente altern ada varia, logo, também o campo magnético
YW =~ À ⇒ À= 3._ YW. por ela criado e o fluxo desse campo, originando uma força eletro-
2 3 motriz no enrolamento secundário.
9.1 O microfone transforma um sinal mecânico (variação de pressão 15.2 A força eletromotriz induzida é igual, em módulo, à variação do
associada ao som) num sinal elétrico (corrente elétrica gerada pela fl uxo do ca mpo magnético por unidade de tempo. A va riação do fl u-
força eletromotriz induzida). xo é proporcional ao número de espiras, por isso, a relação entre as
9.2a) D. b) D e) F. 9.3 (C). 9.4 Timbre. tensões no primário e no secundário coincide com a relação entre
os números de espiras desses dois enrolamentos.
2.2 Eletromagnetismo (QP, pág. 231)
10.1 As linhas de campo emergem da carga O e convergem para
2.3 Ondas eletromagnéticas (QP, pág. 234)
a ca rga O'. Co mo as linhas de campo saem das cargas positivas 16.1 (A).
e entram nas cargas negativas, O é uma carga positiva e O' é uma 16.2 Foi Oersted quem descobriu, através de uma experiência,
carga negativa. que uma corrente elétrica produzia um ca mpo magnético. Faraday
10.2 Em O e H os campos elétricos têm a mesma direção e sentido descobriu que um campo magnético variável produzia uma força
(são tangentes à mesma linha de campo retilínea), mas as densi- eletromotriz induzida e uma corrente elétrica induzida num circuito.
dades de linhas de campo em O e H são diferentes. Logo, em O é Mas para produzir a corrente elétrica, o fluxo do ca mpo magnético
maior a intensidade do campo, e os campos diferem na intensidade. através de uma espira tem de ser variável. A corrente é ta nto mais
intensa quanto mais depressa variar o fluxo do campo magnético.
10.3 Ew < Ee < Ev· A intensidade do campo elétrico num ponto é pro-
Tendo Maxwell elaborado uma teoria de ondas eletromagnéticas,
porcional à densidade das linhas de campo.
foi Heinrich Hertz quem pela primeira vez, através de uma experiên-
11.1 (A). Uma corrente elétrica cria um ca mpo magnético. cia, de uma forma controlada, produziu ondas eletromagnéticas e,
11.2 Verdadeiras: (B), (C) e (F). Falsas: (A), (D) e (E}. logo de seguida, as detetou. Confirmou assim a teoria de Maxwell.
12.1 (D). Só existe corrente elétrica induzida se existir variação do 17.1 (C). Os ângulos de incidência e de refração são medidos em re-
fluxo do ca mpo magnético. lação à normal da superfície de separação ar-material X, respetiva-
12.2 90º. mente, com o raio incide nte e com o raio refratado . Como o ângulo
de refração é menor do q ue o de incidência, o raio aproxima-se da
13.1 (C). <I> = NBA cosa= 30 x 0,2 5 T x 2
5,0 x 10-4 m cos(90º - 60º) =
normal, assim os esquemas (B) e (O} podem ser logo eliminados.
= 3,2 X 10-3 Wb
Se o ângulo de incidência é 40º segue-se que o ângulo entre o raio
13.2 (D) . Qualquer uma das alterações indicadas nas alternativas incidente e a superfície de separação ar-materi al X é (90º - 40º) =
conduz ao aumento verificado na amplitude da força eletromotriz, = 50º, o que apenas se verifica na opção (C). Nessa o pção, o ângulo
mas apenas o aumento para o dobro da velocidade angular cond uz entre o raio refratado e a superfície de separação ar-material X é
a uma diminuição do período para metade. 64º, o que corresponde a um ângulo de refração de (90º - 64º) = 26º.
14.1 Nos primeiros 45 ms, a bobina está a entrar na região em que 17.2 Com base na lei de Snell-Descartes, n., sin a, = nx sin a 2 , e m
existe campo magnético. Assim, a área submetida ao campo mag- que n., e nx são os índices de refração do ar e do material X, respe-
nético vai aumentando e, em consequê ncia, também o fluxo mag- n
nético. No intervalo [4 5, 125] ms, a área sujeita ao ca mpo magnético tiva mente, segue-se que sin a 2 = -2é sin a,. Assim, o gráfico de sin a 2
nx
mantém-se constante e, também, o fluxo. Nos últimos 45 ms está a em função de sin a, permite obter o índice de refração do material
sair da região e m que existe campo magnético. Assim, a área sub- X, con hecido o índice de refração d o ar.
metida ao cam po magnético vai diminuindo e, em conseq uência,
também o fluxo magnético. sin a2
... . . -•
14.2 O campo magnético é perpendicular ao plano das espiras da
bobina, <l>M= N B A cos Oº. Considerando a situação em que a bo-
bina está completamente dentro do campo magnético, obtém-se
<l>M <l>M 0 162 Wb
0,60 ·
0,50 +--t---+--+-+--t--+-----1--c/ '~ -+---I

0,40
y = O, 707x - 0,02
J ·....,.,,
_,.--- -·
+---<----+-.....
B=~~~~ - - = - - - - - - = 010 T 0,30 +--t---+--+----+-,,.-+--+--+---+--+---<
N Aco s0º NA 2 200 x0,090 2 m 2 ' ·
0,20 _______ ,,--(_ -t- ----1--t---t--+--+
14.3 O módulo da força eletromotriz induzida é
IEI = IL'.<l>I = 10 - 0,1621Wb O,10 +--t--- .--+----+--+--+--+---+--+---<

[,,[/V
b
36
' M (170 - 125) ms = ' V. 0,00 +- =---+--+--+--+--+--+--+--+--+--4
0,00 O,1O 0,200,30 0,40 0,50 0,60 O, 70 0,80 0,90
14.4
sin a,

3,6 A equação que traduz o ajuste entre sin a 2 e sin a, é:


Y = 0,707X - 0,027 ⇒ sin a2 = 0,707 sin a, - 0,027, obtendo-se uma
ordenada na origem próxima de zero. Pode, pois, considerar-se que
o t - - - -- - - - -- - - ~ - - - - ,,
45 125 170 tl ms a lei de Snell-Descartes foi verificada: d entro dos limites dos erros
experimentais verificou-se q ue sin a 2 é d iretamente proporcional a
14.5 (A). Nos primeiros 45 ms, a bobina está a entra r na região em sin a,. A partir do declive do gráfico determina-se o índ ice de refra-
que existe ca mpo magnéti co. Como o lado de cada espira é 9,0 cm, n., 1,00
ção do material X: - = 0,707 ⇒ nx = - - ⇒ nx = 1,4.
ill( 9 0 X 10- 2 m nx 0,707
segue-se que v = . - = ' •
L>1 45 X 10- 3 S

367
18.1 11 - reflexão; Ili - refração. 18.2 (C). 18.3 40,0°. 22.3 a) Na luz policromática estão p resentes diferentes comprimen-
18.4 ~ = sin 40,0 º 1,33 tos de onda (cores) e a separação entre máximos do pad rão de d ifra-
Vagua sin 28,9° ção varia com o comprimento de onda. Como os padrões de difração
de diferentes cores apresentam espaçamentos diferentes, ocorre
18.5 (A). A luz verde tem menor comprimento de onda do que a
separação das cores. b) O desvio será maior para a luz de maior com-
vermelha, logo, maior n e maior desvio (ângulo de refração menor).
primento de onda, a luz vermelha. e) Num prisma ocorre absorção
19.1 Para que possa ocorrer reflexão total, a luz, ao passar do meio 1 de certos comprimentos de onda da luz (o que não sucede na rede
para o meio 2, afasta-se da normal, pois n, > n 2. A partir de um certo de difração). A separação angular entre diferentes comprimentos de
ângulo, a luz deixa de passar de um meio de maior índice de refração, onda num prisma é pequena (a variação de n com À é pequena), en-
n,, para um de menor, n2 , ocorrendo então a desejada reflexão total. quanto numa rede de difração essa separação é muito maior.
19.2 (B). Para o ângulo crítico, i, o ângulo de refração é 90º, assim,
n, sin i = n 2 si n 90°, portanto, i = arcsin ( ~: )-
QUÍMICA 11.º ANO
A reflexão total ocorre sei> arcsin (~ ). como a+ i = 90°, conclui-se

que a < 90° - arcsin ( ~: )- n, Domínio 1


1.1 Aspetos quantitativos das reações químicas (QP. pág. 262)
19.3 n, sin i = n2 sin 90º ⇒ 1,50 x sin 80° = n 2 ⇒ n 2 = 1,48
1.1 A equação química respeita a Lei de Lavoisier (Lei da Conser-
19.4 A transparência. As fibras devem ter uma elevada transparên- vação da Massa), pois, para cada um dos elementos químicos en-
cia (ou baixa taxa de absorção da luz) ou minimizarem a dispersão volvidos na reação, o número de átomos nos reagentes é igual ao
da luz. número de átomos nos produtos da reação (4 N, 10 O e 12 H).
19.5 Sistemas de comunicação (troca de informação entre compu- 1.2 A equação química que representa a reação é
tadores, televisão por cabo), sistema de controlo e processamento
4 NH3 (g) + 5 0 2 (g) ➔ 4 NO (g) + 6 H,0 (g).
industrial, endoscopia (visualização do interior de um organismo,
gastroscopia, broncoscopia, ortoscopia, ...), fibroscopia, diversos ti- 1.3 Cálculo da quantidade de NH3:
pos de sensores, etc. 5,4 g
M(NH,) = 17,04 g moI-1; nNH = = 0,317 mol
3 17,04 g moI-1
20.1 Difração (espalhamento de uma onda quando encontra um
obstáculo ou fenda cuja dimensão é de uma ordem de grandeza Cálculo da quantidade de 0 2 necessário à reação:
próxima da do comprimento de onda). 4 mol de NH3 é estequiometricamente equivalente a 5 mol de 0 2,
20.2 As ondas li e Ili são difratadas de forma semelhante, pois em 5molO 2
n O:i = (0,317 mol NH3) x = 0,396 mol 0 2.
ambos os casos existe uma relação semelhante ent re a largura 4 mol NH 3
da fenda, d, e o comprimento de onda, À, dado serem ambos pro- Cálculo do correspondente volume de 0 2:
porcionalmente maiores para a onda Ili em relação à onda li, i.e.,
M(O,) = 32,00 g moI-1; m = n M(O,) = 0,396 mol x 32,00 g moI- 1=
d d 02 0 2
_.!!.. N _!!!__ O espalhamento das ondas li e Ili é apreciável, pois em
12 7
À,, À,,, = 12 7 g· V = mº2 • g = 8,9 dm3.
' ' 02 Po2 1,43 g dm-3
ambos os casos a fenda e o comprimento de onda apresentam a
mesma ordem de grandeza: d 11 N À11 e d 111 N À111 • 2.1 A equação química que t raduz a reformação do metano com o
Para a onda I o espalhamento é menos acentuado, pois a largura vapor de água é CH4 (g) + H 2O (g) ➔ 3 H 2 (g) + CO (g). Assim, 1 mol
da fenda é maior do que a encontrada pela onda li (d, > d,), mas o de CH4 é estequiometrica mente equivalente a 1 mol de H 2O, logo,
d o reagente limitante é o metano, pois existem mais moléculas de
comprimento di onda é o mesmo (À, = À11): ~ é significativamente
H2O do que de CH •.
maior do que ___1c._ Nos três casos o comprimento de onda não se
À,, 2.2 a) Cálculo da massa de H 2:
1 mol de CH4 é estequiometricamente equivalente a 3 mol de H 2.
altera após a onda ser difratada.
3 mol H 2
20.3 (D). Devido à difração, a onda sonora contorna o muro, chegan- nH2 = (5 mol CH4) x mol CH 15 mol H 2; M(H,) = 2,02 g mol-';
1
do ao menino atrás deste. Em (A), repetição do próprio g rito (eco), 4

o fenómeno subjacente é a reflexão do som. Em (B), audição do mH = nH M(H 2) = 15 mol x 2,02 g moI- 1= 30,3 g.
2 2
som da locomotiva através do solo, o fenómeno é a propagação do b) 1 mol de CH 4 é estequiometricamente equivalente a 1 mol de H 2O,
som no solo, sendo nesse meio a velocidade de propagação maior logo, 5 molde CH 4 reagem consumindo 5 molde H 2O.
do que no ar. Em (C), alteração da frequência devido ao movimen-
nH20excesso:::: nH20lnlclal - nHi()consumldo = 6 mal - 5 mal = 1 mal
to relativo da fonte e do recetor, trata-se de uma manifestação do
efeito Doppler. M(H 2O) = 18,02 g moI- 1; mH,O = 1 mol x 18,02 g moI-1= 18,02 g

21.1 Difração. 3.1 C2HpH(aq) + CH 3COOH(aq) ➔ CH,COOC2H5 (aq) + H,0 (C)


21.2 O fenómeno da difração é mais evidente quando o comprimento 3.2 a) Cálculo da quantidade de matéria de cada reagente:
de onda é da ordem de grandeza dos obstáculos (À= f )- Para as mc2HsOH = Pc2HsoH x Vc2HsoH = 0,798 g cm-3 x 15,0 cm3 = 11,97 g

ondas indicadas: À.AM= 316 m, À.,M = 3 m, por esta razão as ondas AM mcH,cooH = pcH3COOH x VcH,cooH = 1,049 g cm-3 x 15,0 cm3 = 15,74 g
são mais difratadas do que as FM. 11 97
n = • g = O 2598 mol
22.1 (A). A difração só é significativa se a dimensão do obstácu lo ou C2H50H 46,08 g moI-1 '
da fenda for de ordem de grandeza próximo da do comprimento de n = 15•74 g =O' 2621 mol
CH3COOH 60,06 g moI-1
onda. Nos máximos a intensidade da luz é maior, o que significa que
as ondas interferiram construtivamente. Determinar o reagente limitante: 1 mol de C2H 5OH é estequiome-
0,135 tricamente equivalente a 1 mol de CH3COOH, logo, 0,2598 molde
22.2 nÀ. = d sin 0 ⇒ 2 x 650 x 10- 9 m =d x -j), + _ ⇒
C2H 5OH reage consum indo 0,2598 mol de CH3COOH.
1352 0 502
⇒d = 5,0 x 10 -6 m, assim, o número de linhas por milímetro é nCH3COOHtrooca = 0,2598 mol < nCH,COOHd1spoa~el = 0,2621 mol ⇒
10 X 10 - 3 m
n= ' 200. ⇒ o CH 3COOH é o reagente em excesso e o C2H 5OH é o limitante.
5,0 X 10-G m

368
nCH3COOHe,cesso = (0,2621 - 0,2598) mel= 0,0023 mel 7. Cálculo da quantidade de matéria de cada reagente:
1,25 X 103g 2,75 X 103g
mCH3COOHe,cesso = nCH,COOH X M(CH3COOH) = n =------ 19,12 mel n50 = - - - - - 42,92 mel
zn 1 65,39 g moI- 2 1
64,07 g moI-
= 0,0023 mel x 60,06 g mel-'= 0,138 g
Determinar o reagente limitante:
b) 1 mel de C2H 5OH é estequiometricamente equivalente a 1 mel
1 mel de Zn é estequiometricamente equivalente a 2 mel de SO2,
de CH3COOC 2H 5 , logo, 0,2598 mel de C2H 5 OH produz 0,2598 mel
de CH3COOC 2H 5 ; M(CH3COOC 2H 5) = 88,12 g moI-1; mcH cooc H =
n50 = (19,12 mel Zn) x 2 mel 502 = 38,24 mel
3 25 2 1 mel Zn
0,2598 mel x 88,12 g moI-1 = 22,9 g.
nS02teóOCa = 38,24 mel < nso2 dSponf;eJ = 42,92 mel ⇒ o SO2 é o reagen-
4.1 Cálculo da quantidade de cada reagente: M(TiO,) = 236,38 g moI-1; te em excesso e o Zn é o limitante.
1188 X 107 g
m(TiO,) = 0,95 x 1,25 x 107 g = 1,188 x 10 7 g; n = ' , Cálculo d a massa de Na 2S2O4 produzida:
= 5,026 x 104 mel TiO2. 236,38 g mo1- 1 mel de Zn é estequiometricamente equivalente a 1 mel de
5 00 X 106 g Na2S,04, logo, 19 ,12 mel de Zn produz 19,12 mel de Na 2S,04.
M(C) = 12,01 g moI-1; n = ' = 4,163 x 105 mel C
12,01 g moI- 1 mNa25204 = nNa x M(Na 2S2O.) = 19,12 mel x 174,12 g moI- 1 = 3329 g
25204
Quantidade de dióxido de titânio para reagir com o carbono
Cálculo da massa de hidrossulfito comercial:
3 mel TiO2
existente: nr,o = 4,163 x 10 5 mel C x = 3 ,122 x 10 5 mel . % (m/m) = mdltlonllodesôdlo X 100 ⇒ 90,1 = 3329 g X 100 ⇒
2 4 mel c
mhldrossulflto de sódlO mhldrossumto de sôdlO
Como esta quantidade é maior do que a disponível, 5,026 x 104 mel,
⇒ m...,=mtodesôd1o = 3695 g = 3,70 kg
o TiO2 é o reagente limitante.
Cálculo da massa de Ti Ce4 obtida: 3 mel de TiO 2 é estequiometri- V 448 dm 3
8 . (D). ncH = - , = 20,00 mel
camente equivalente a 3 mel de Tice., logo, 5,026 x 104 mel TiO2 4 Vm 22,4 dm 3 moI-
produzem 5,026 x 10• mel de Tice•. M(Tice.) = 346,18 g moI-1; 756
n = m = g = 41 95 mel
m = 5,026 x 104 mel x 346,18 g moI-1 = 1,74 x 107 g. "2º M 18,02 g moI- 1 '

4.2 No primeiro passo do processo de purificação, o objetivo é 1 mel de CH 4 é estequiometricamente equivalente a 2 mel de
converter todo o TiO 2 presente na amostra em TiCC4. Assim, o H 2O, logo, 20,00 mel de CH 4 reagem com 40,00 mel de H2O ⇒
carbono e o cloro devem se r utilizados em excesso para que todo
⇒ n",0 teó<lca = 40,00 mel < n"2º dJSponlvel = 41,98 mel ⇒ a ág ua é
o TiO2, sendo o reagente limitante, reaja totalmente, transforman-
do-se em Tice 4. o reagent e em excesso. 1 mel de CH 4 é estequiometricamente
equivalente a 1 mel de CO2 e a 4 mel de H 2, logo, 20,00 mel de
5.1 Cálculo da quantidade de hidróxido de lítio: M(LiOH) =
323 g CH4 originam 20,00 mel de CO2 e 80,00 mel de H 2.
= 23 95 g moI-1· n = - - - ~ - = 13 49 mel
' ' 23,95 g moI -1 ' · m.guaemexcesso = n M = (41,95 - 40,00) mel x 18,02 g moI-1 = 35 g
Cálcu lo do volume de CO2 eliminado: N = n" NA= 80,0 mel x 6,02 x 10 23 moI-1 = 4,8 x 10 25 moléculas de H,.
2
. 1 mel co 2 75,6 g
nc02 = 13,49 mel LiOH x mel LiOH = 6,745 mel. 9.1 a) mM = 94,5 x 0,80 = 75,6 g; nM =
, = 2,80 mel
2 26,98 g mol-
O volume de CO2 eliminado, medido em condições PTN, é 2 mel de Ae é estequiometricamente equiva lente a 3 mel de H 2,
V= n Vm = 6,745 mel x 22,4 mel dm- 3 = 151 dm3. 3 mel H
1 mel co 2 n" = (2,80 mel A f ) x - - -02 = 4 ,20 mel H2
2 2 mel A1-
5.2 a) (C). nc02 (necessário) = 8,35 mel LiOH x mel LiOH
2 b) n" "'""'S1a = 4,2 mel ⇒ V" "'evisto = 4,2 mel x 22,4 dm3 moI-1 = 94,1 dm3
2 2
= 4,18 mel CO 2> nc02 (disponível)= 2,72 mel ⇒ o CO 2 é o reagente
V= ,,., v p,evJS10 = 0,60 X 94,1 dm3 = 56 dm 3
limitante, portanto, LiO H é o reagente em excesso.
Cálcu lo da massa de Li 2CO 3 teórica: 1 mel de CO2 é estequio- 9.2 Cálculo da quantidade de H 2SO4 consum ida:
metricamente equivalente a 1 mel de Li 2CO3, logo, 2 ,72 mel CO2 mA(que,eaglu = 15,14 g - 9 ,74 g = 5,40 g ;
produzem 2,72 mel de Li 2CO3. 5
M(Ae) = 26,98 g moI- 1 n = AO g = O 200 mel
M(Li 2CO3) = 73,89 g moI-1; m = 2,72 mel x 73,89 g moI-• = 201,0 g; ACgaS1o 26,98 g mol-1 '

187 2 mel de Af é estequiometricamente equivalente a 3 mel de H 2SO4,


T) = - - X 100% = 93 0%.
201,0 '
n 50 = (0,200 mel Af) x 3 mel H2S0 4 = 0 ,300 mel H 2SO 4
b) (A). m sólldo = mu2co3 que se formou + mreagente em excesso que não reagiu ; "2 • 2 mel Af
1 mel de co 2 é estequiometricame nte equivalente a 2 mel de Cálculo da concentração do H 2SO4:
LiOH , logo, 2,72 mel de CO2 reagem com 5,44 mel de LiOH. e = o,3 oo mel = O 600 mel dm- 3
nlJOHQuenão,eagJu = (8,35 - 5,44) mel= 2,91 m el ⇒ "2s04 0,500 dm3 ,
1
⇒ mltOHquenà-0,eaglu = n M = 2,91 mel X 23,95 g moI- = 69,7 g 10.1 M(MgO) = 40,31 g moI- 1 ; M(SO,) = 64,06 g moI- 1
A massa de sólido no final da reação é m = 201,0 g + 69,7 g = 271 g. 109
n = 3 ,ooo x g = 4 683 x 107 mel
6.1 Cálculo da quantidade de hidrogénio usada para e ncher o 502 64,06 g moI- 1 '
balão: V = n Vm ⇒ 380 x 10 3dm3 = n x 24,5 dm3 moI- 1 ⇒ n = 1,55 x
2 mel de SO2 é estequiometricamente equivalente a 2 mel de
x 104 mel de H,.
1 mel de Fe é estequ iometricamente equivalente a 1 mel de H 2, MgO, logo, 4,683 x 107 mel de SO 2 reagem com 4,683 x 107 mel
logo, a formação d e 1,55 x 104 mel H 2 consomem 1,55 x 104 mel de MgO.
de Fe. m (MgO) = 40,31 g moI- 1 x 4 ,683 x 10 7 mel = 1,890 x 109 g = 1890 t.
6.2 1 mel de H 2 é estequiometricamente equivalente a 1 mel de H 2SO4, 10.2 2 mel de SO2 é estequiometricamente equivalente a 1 mel
logo, a formação de 1,55 x 104 mel H 2 consomem 1,55 x 104 mel de de 0 2 ,
H2 SO4 . 1 mel O
n0 = (4 683 x 107 mel SO 2) x - - -- = 2,342 x 107 mel 0 2
nH2so4 1,55 x 104mel 2 3 2 ' 2 mel sO2
V = - c - = 18 mel dm-3 = 8,61 x 10 dm
V = 2,342 x 107 mel x 22,4 dm3 moI- 1 = 5,25 x 108 dm3;
02
8 61 x 102 dm3
Número d e garrafas = ' = 43 garrafas V = 5,25 x 10• dm3 2,5 x 10• dm3
20,0 dm3 ar 0,21

369
90 5,85 g
11.1 mNact = 6,50 g x - - = 5,85 g; nNact 0,100 mol 14.3 (C). 4 mol de KO2 é estequiometricamente equivalente a 2 mol
100 58,44 g moI-1
de H2O e a 4 mol de co, .
1 mol de Nace é estequiometricamente equivalente a 1 mol
15.1 Cálculo da quantidade de cada reagente:
de ce- e a 1 mol de AgCC, logo, 0 ,100 mol de Nace produz
85 0
0 ,100 mol de Agce. n = • g 0 ,5248 mol
Na,c,o. 161,98 g moI-1
m = 0100 mol x 143 3 g moI- 1 = 14 3 g· 1J = 14•16 g x 100 = 99%
AgCt ' ' ' ' 14,3 g 11 0
100
11 •2 nNact -- ncr -- O'100 mo'1· c cr -- 0,100 mol
dm3
1 00
'
º·
1d -3
mo m
• g
nH,o = 18,02 g moI-1
= O 6104 mol
'

Determinar o reagente limitante:


12.1 2 CH4 (g) + 2 NH3 (g) + 3 O, (g)---+ 2 HCN (g) + 6 H 2O (g)
2 molde Na 2CrO4 é estequiometricamente equivalente a 1 mol de
12.2 a) M(CH4) = 16,05 g moI-• ; M(NH3) = 17,04 g moI-• H 20,
175 103 2 mol Na,CrO4
n = x g = 1 090 x 104 mol nNa,c,o. = (0,6104 mol H2O) x mol H = 1,221 mol Na2CrO 4
cH• 16,05 g moI-1 ' 1 2
O
175 10 nNa,C,041e0<1ca = 1,221 mol > nNa,C,04dlsponNel = 0,5253 mol ⇒ Na,cro.
n = x ' g = 1 027 x 10 4 mol
NH3 17,04 g moI- 1 '
é o reagente limitante.
2 mol de CH 4 é estequiometricamente equiva lente a 2 mol de 15.2 A «química verde» procura a redução ou eliminação de
NH 3, logo, 1,027 x 104 molde NH, consome 1,027 x 104 mol de CH4
substâncias prejudiciais à saúde humana e ao ambiente. Nesta
< ncH. dlspOONe, ⇒ CH 4 é o reagente em excesso e o NH3 é o reagente reação, opta-se por usar a água e o dióxido de carbono em exces-
limitante. so para garantir que todo o cromato de sódio se consome, pois o
2 mol de NH3 é estequiometricamente equivalente a 2 mol de
cromato de sódio é o mais perigoso dos três reagentes.
HCN, logo, 1,027 x 104 molde NH3 produz 1,027 x 10 4 molde HCN,
m átomos de reagentes Incorporados no produto desejado
logo, nHCN = 1,03 x 104 mol. 16.1 EA (%) = x 100%
mtotal de átomos nos reagentes
b) nCH4 em excesso = (1,090 x 10 4 - 1,027 x 104) mol = 6,3 x 10- 2 mol.
104 matomosdemagenteslncmpomdosnopmdUlodeseJado = 55,85 x 2 = 111,7
12.3 n = nHCN ,ea, = 1•03 x mol = 1 056 x 10 4 mol
m,otaldeálomosnos,eagentes = 55,85 x 2 + 16,00 X 3 + (12,01 + 16,00) 3=
HCNteó<Ka 1) 0,975 ' X

Segundo a estequiometria da reação nHCN =nNH =1,056 x 104 mol ⇒ = 243,73


3
⇒ mNH = 1,056 x 10' mol x 17,04 g moI- 1 = 1,80 x 105 g = 180 kg
EA (%) = ___J1!2._ x 100% = 45 8%.
3 243,73 '
13.1 Cálculo da massa teórica de ácido adípico: 16.2 Uma reação com elevada eficiência deverá ter não só um
m C H O real 12 ,Q elevado rendimento mas também uma elevada economia atómi-
1J (%) = m 6 10 4 x 100 ⇒ 0,70 = m ⇒ mc H1004 =17,1 g
6 ca, mas a eficiência não é o único aspeto a ter em conta para que
c H o teôóca C6 H10o 4 teórica
6 10 4
esta seja ambientalmente adequada, pois devem também ser con-
Cálculo da massa de ciclo-hexeno consum ida:
templados outros fatores como a toxicidade, o uso de substâncias
M (C6 H10O.) = 146,16 g moI- 1 e M (C6 H,J = 82,16 g moI- 1 auxiliares, a eficiência energética, a o rigem da matéria-prima e o
17 1 uso de catalisadores, tão seletivos quanto possível.
n = · g = 0 ,117 mol
c6 H1004 146,16 g moI- 1
16.3 (8).
3 mol de C6 H10 é estequiometricamente equivalente a 3 mol de
17.1 Processo por reformação catalítica:
C6 H 10 O 4, logo, para produzir 0 ,117 mol de C6 H10O4, é necessário
0 ,117 mol de C6 H 10 . mc H,o = 0,117 mol x 82,16 g mol -1 = 9 ,6 g. m átomosdereagentesJncorporadosnoprodutodesejado =3 x (1,01 x 2) = 6 ,06
6

13.2 4 mol de Na,cr,O7 é estequiometricamente equivalente a m,otaJdeatomosno,neagentes = (12,01 + 1,01 x 4) + (1,01 x 2 + 16,00) = 34,07
3 molde C6 H10O 4, EA (%) = ~ x 100% = 17 8%
4 mol Na, cr, O 34,07 '
n""'°'°' -_ (0,117 mol C H.,O4) x -
6
- -~ ~ ~
3 mol C H O
7
0,156 mol Na2Cr2O1 ⇒
Processo por via de carvão:
6 10 4
⇒ 0,156 mol Na 2Cr2O 1 · 2 H2O m atomosdereagenteslncorporados noprodutodesejado =2 x (1 ,01 x 2) = 4,04
M (Na2cr2O,- 2 H2O) = 298,02 g moI- 1 m,otaldeátomosnos,eagentes = 12,01 + 2 x (1 ,0 1 x 2 + 16,00) = 48,05
m (Na2Cr2O 7· 2 H,O) = 298,02 g moi-' x 0 ,156 mol = 46,5 g 4 4
EA (%) = ,0 x 100% = 8 41%
14.1 Cálculo da quantidade de vapor de água removida: 48,05 '
_ _,_ _ 24,0 g Tendo em conta a economia atómica dos processos, conclui-se
M (H 2O ) - 18,02 g mol , nH - ---~- 1,332 mol
,O 18,02 g moI-1 que a reformação catalítica é o processo mais eficiente, pois tem
Cálculo da massa de 0 2 produzida: maior economia atómica.
2 mol de H2O é estequiometricamente equivalente a 3 mol de 0 2 17.2 O processo por reformação catalítica tem como subproduto
3 mol O 2 o monóxido de carbono , CO, substância com elevada toxicidade
n0 = (1,332 mol H2O) x =1,998 mol 0 2
2 2 mol H,O quando comparada com o dióxido de carbono produzido no pro-
M(O2) = 32,00 g moI- 1; m = 1,998 mol x 32,00 g moI-1 = 63,9 g cesso por via de carvão.
02
14.2 Cálculo da quantidade de CO2 a remover:
1.2 Equilíbrio químico e extensão das reações químicas
_ m co2 _ _ m co2 _
Pco, - ~ ⇒ 1,80 g dm 3 - dm3 ⇒ mco, - 180,0 g (QP. pág. 267)
co, 100
180,0 g 18.1 A fig ura mostra que a reação ocorreu em sistema fechado,
M (CO 2) = 44,01 g moI- 1 nco, = 44 ,01 g mol-' = 4 ,090 mol verificando-se que, inicialmente, havia iodo e hidrogénio e, quan-
Cálculo da massa de KO 2 necessária: 1 mol de co, é estequio- do a reação termina, estão presentes não só o produto da reação,
metricamente equivalente a 1 mol de KOH , logo, para remover HI, mas também os dois reagentes, H, e 12, ou seja, a reação ter-
mina sem que nenhum dos reagentes esgote. Assim, conclui-se
4,090 mol de CO2, é necessário 4,090 mol de KO H. Por outro
lado, 4 mol de KOH é estequiometricamente equivalente a que a reação é incompleta.
4 mol de KO 2, logo, para produzir 4,090 molde KOH, é necessário 18.2 H2 (g) + 12 (g) a=' 2 HI (g) 18.3 (C)
4,090 mol de KO 2. 18.4 De acordo com a estequiometria da reação, 1 mol de 12 reage
M (KO2) = 71,10 g moI-1; m. = 4,090 mol x 71,10 g moI- 1 = 291 g com 1 mol de H 2, originando 2 mol de HI.
02

370
b) Após a perturbação efetuada no instante 12, o quociente da
reação variou até atingir um valor constante, superior a 4,5
Inicio/ mol 0,100 0,100
(K, > 4,5). Deste modo a perturbação introduzida provocou um
Variação / mol -X - X +2x aumento da constante de equilíbrio, o que permite concluir que
Equilíbrio / mol 0 ,100 - X= 0,021 0,100 - X= 0,021 +2x
foi favorecida a reação no sentido direto. A reação no sentido
direto é endotérmlca (dissociação de X 2), ora de acordo com o
No estado de equilíbrio há 0,021 mol de 12, assim, Princípio de Le Châteller a reação endotérmica é favorecida por
0,100 mol - x = 0,021 ⇒ x = 0,079 mol um aumento de temperatura. Conclui-se, assim, que no instante 12
Logo, a quantidade de HI no equilíbrio é: a temperatura do sistema aumentou.
+ 2x = 2 x 0,079 mol = 0,158 mol 22.l (B). De acordo com o gráfico, o instante t, refere-se a uma
Cálculo da constante, dado que o volume do recipiente é 1,00 L, situação anterior ao equilíbrio químico, uma vez que a reação
K = __ 0_,1_5_82
__ = 57. direta se processa a maior velocidade do que a inversa, o que se
e 0,021 X 0,021 traduz numa maior transformação de reagentes em produtos e a
18.5 (D). Para um sistema atingir um estado de equilíbrio é necessário concentração do reagente Irá diminuir e as concentrações dos
que o sistema seja fechado e não se registem, macroscoplcamente. produtos irão aumentar. As concentrações relativas de reagentes
variações de propriedades físicas e químicas, o que acontece quan- e de produtos dependem do estado inicial e do valor da constan-
do as taxas temporais de va riação das concentrações dos reagen- te de equilíbrio. Como se desconhece o valor da constante de
tes e produtos forem simétricas, para uma dada tem peratura. equilíbrio nada se pode concluir sobre a comparação das concen-
trações de reagentes e de produtos, exceto no instante t = O em
19.l A ➔ H 2; B ➔
NH3; C ➔ N2. 19.2 (B).
que só há reagentes.
12 3 1
19.3 K =
'
4
x ·º
10,0 2
=69 1
'
•º 19.4 K', = _]__ =- - = 0,0145
K, 69,1
22.2 (D). A velocidade da reação direta aumentou mais do que a
inversa, o que não pode acontecer por consequência da ação de
19.5 (D). Num sistema em eq uilíbrio, a constante de equilíbrio mede
catalisadores, pois estes apenas permitem que se atinja o equi-
a extensão da reação. Quanto maior for a constante maior será a líbrio mais rapidamente, não havendo, no entanto, influência na
extensão da reação, ou seja, maior é a conversão de reagentes em
extensão da reação (durante um certo intervalo de tempo, a velo-
produtos, portanto, menor a conversão de produtos em reagentes.
cidade da reação direta vai ser maior do que a reação inversa).
1 1
K' =- =- - - =3 O x 10-9 para T = 25 •e- K' =O 24 para T = Como a reação é endotérmlca, um aumento de temperatura irá
e K, 3,0 x 108 ' ' e '
favorecer a reação no sentido direto, aumentando a velocidade
= 327 ·e. com que os reagentes se transformam em produtos infiuenciando
20.l (A). O gráfico mostra que a concentração da especIe Y a extensão da reação. A remoção de reagentes alteraria a velo-
diminui, desde o instante inicial até ao instante em que se atinge o cidade da reação direta (diminuindo-a) e a remoção de produtos
equilíbrio químico. Pelo contrário, as concentrações das espécies a da reação inversa {diminuindo-a), no entanto, a extensão da
X e Z aumentam nesse intervalo de tempo. Conclui-se. assim, reação não se alteraria.
que Y é reagente e X e Z são p rodutos da reação. Analisando 23.l De acordo com a estequiometria da reação, 1 mol de PCe5
quantitativamente o gráfico, verifica-se que a concentração de Y origina 1 mol de PCe3 e 1 mol de c e2.
diminuiu uma unidade arbitrária. As concentrações de X e de Z
aumentaram, respetivamente, 3 e 1 unidades. Assim, a estequio-
metria da reação é 1 mol de Y : 1 mol de Z : 3 mol de X. Inicio/ mol a
20.2 De acordo com a estequiometria da reação, Variação / mol -X +x +x
Equilíbrio / mol a-x +x +x
Inicio/ mol 2,0
X X
Variação / mol -X +x +3x IPCe3Ie X Ice2I. 2,0 2,0
X
K = - - - -- - ~ 1 80 = ~ x = 0,144 mol
Equilíbrio / mol 2,0- x +x +3x ' IPcesI. ' 5,76 x 10-3
2,0
Após a decomposição de 50% do componente Y, ficam Cálculo da quantidade Inicial de PCe5 :
50 3
nY= x 2,0 mol =1,0 mol, logo, 2,0 - x =1,0 mol ⇒ x =1,0 mol. [PCeJ = 5,76 x 10- mol = (a - 0,144) mol ⇒ a = O 150 mol
100 • 2,0 dm3 2,0 dm' '
De Z ficam em equilíbrio 1,0 mol e de X ficam 3,0 mol, o que, no 23.2 Do ponto de vista energético, o processo de decomposição
total, perfaz 5,0 mol de gases presentes no equilíbrio. do PCC5 é endotérmico (ti.H > O). De acordo com o Princípio de
21.l (D). De acordo com a fig ura li, verifica-se uma maior quan- Le Châtelier, a diminuição da temperatura do sistema altera o
tidade da espécie atómica, por isso, a reação favorecida com a estado de equilíbrio, provocando uma evolução do sistema no
perturbação foi a reaçã o direta (dissociação de X,). A dissociação sentido de contrariar a perturbação Imposta, ou seja, no sentido
de uma molécula dlatómica é um processo endotérmico, que da reação que liberta energia (reação exotérmica), que, neste
será favorecido por um aumento de temperatura. Não pod e ter caso, é a rea ção inversa. É, assim, de prever uma diminuição das
existido remoção de X2, nem adição de X, pois a quantidade tota l concentrações de PC e3 (g) e de ce2 (g) e um aumento da concen-
de átomos X no sistema manteve-se constante. O volume do tração de PCe5 (g).
recipiente é o mesmo. 23.3 Cálculo do quociente da reação no instante inicial:
21.2 a) (8). A partir do gráfico apresentado conclui-se que o siste- 0,600,70
ma químico se encontrava inicialmente em equilíbrio, uma vez que ~
2,O X
O, - - - - - - 2,1 ⇒ o, > K,. o sistema vai evoluir no sentido
o valor do quociente de reação é igual à constante de equilíbrio 0,10
(O,= K, = 4,5). No instante t, é aplicada ao sistema químico uma 2,0
perturbação que origina diminuição do quociente da reação. O
em que o, diminua, aproximando-se de K,, portanto, no sentido
sistema evolui até atingir um novo estado de equilíbrio, o, aumen-
de produzir PCe5 , o sentido inverso.
ta, aproximando-se de K,. Para que o, aumente é necessário que
a concentração do produto aumente e a do reagente diminua. Cálculo da concentração de PCe5 no equilíbrio:
Assim , o sistema vai evoluir no sentido da reação direta.

371
26.3 De acordo com os valores da tabela, a percentagem de
Inicio / mol
NH3(g) diminui à medida que a temperatura aumenta, significando
0,10 0,60 0.70
que um aumento de temperatura favorece a reação inversa. De
Variação / mol +x -X -X acordo com o Princípio de Le Châtelier, o aumento da tempera-
Equilíbrio / mol 0,10 + x 0,60 - X 0,70 - X tura favorece a reação endotérmica, concluindo-se. assim, que a
reação é exotérmica no sentido direto.

Como no equilíbrio há 0,687 mel de ce • 0,70 - x = 0,687 => 27.1 t = 200 ºC e p = 1000 atm
2

=> x = (0,70 - 0,687) mel = 0,013 mel 27.2 a) 40%; b) As condições Ideais na produção do amoníaco
seriam: pressões elevadas, porque a reação direta é acompa-
[PCf ] = (0,10 + 0,013) mel = O 057 mel dm-3
5
• 2,0 dm3 ' nhada de um decréscimo de quantidade de espécies no estado
gasoso, e temperaturas baixas, pois a reação direta é exotérmica
23.4 (C). Os cata lisadores utilizam-se para aumentar a rapidez das
(aumento da constante de equilíbrio, ou seja, reação direta mais
reações. Estes apenas permitem que se atinja o equilíbrio mais
extensa, com a diminuição da temperatura). Mas pressões eleva-
rapidamente, não havendo, no entanto, influência na extensão
das exigem custos elevados e a temperaturas baixas o amoníaco
da reação química. Uma vez que a reação Já se encontra num
é produzido multo lentamente. Como na indústria a escolha das
estado de equilíbrio, a adição de um catalisador não provocará
condições para a produção está dependente dos custos econó-
perturbação no sistema reacional, pelo que não há alteração nas
micos, é preferível obter rapidamente percentagens moderadas

24.1 o, = _
( o.526
__2_,_
o ___ = 1,1.
r
concentrações das espécies presentes nesse equilíbrio.
de amoníaco do que esperar multo tempo para obter percenta-
gens elevadas.
28.1 a) A adição de solução de Fe(NO,)3 implica um aumento da
0,342
( 2,0
)J X ( 0 ,126 ) concentração de Fe3' ; o sistema evoluirá no sentido do consumo
2,0 de Fe3' e SCN-, formando-se [FeSCN]2', até se estabelecer um
o, > K,, o sistema vai evoluir no sentido inverso, ou seja, no senti- novo estado de equilíbrio. Assim, a cor vermelha da solução será
do de consumo de NH 3. mais intensa comparada com a do equilíbrio inicial.
b) A adição de solução de AgNO3 Implica a diminuição da concen-
24.2 O aumento da quantidade de N2 (g) altera o estado de
tração de SCN-, pois os iões Ag' reagem com os iões tiocianato, de
equilíbrio, provocando uma evolução do sistema no sentido de
acordo com a seguinte equação: SCN- (aq) + Ag' (aq) a==>- AgSCN(s).
contrariar a perturbação imposta, ou seja, no sentido da reação
O sistema evoluirá no sentido da formação de Fe 3' e SCN-, con-
em que haja consumo de N2, o da reação direta, até se esta-
sumindo-se [FeSCN]2' , até se estabelecer um novo estado de
belecer um novo equilíbrio.
equilíbrio. Assim, a cor vermelha da solução será muito menos
24.3 (A) . De acordo com o Princípio de Le Châteiler, a diminuição intensa comparada com a do equilíbrio inicial.
da temperatura do sistema reacional favorece a reação exotér- e) A adição de NaF Irá diminuir a concentração de Fe3' , pois a
mica, neste caso, a reação direta (AH < O), ou seja, a reação de adição de NaF (s) à mistura reacional conduz à presença de iões
síntese do amoníaco. fluoreto, F-, em solução, que reagem com os iões Fe3', segundo
25.1 (C). A reação no sentido direto é exotérmica, pois os valores a equação: Fe 3' (aq) + 6F- (aq) a==>- [FeF6 f (aq). O sistema evoluirá
da constante de equilíbrio diminuem com o aumento da tempe- no sentido de formação de Fe3' e SCN-, consumindo-se [FeSCN]2' ,
ratura. De acordo com a estequiometria da reação (1 + 1 _, 2), a até se atingir um novo estado de equilíbrio. Assim, a cor vermelha
alteração da pressão não altera o estado de equilíbrio. A co nstan- da solução será menos Intensa comparada com a do equilíbrio
te de equilíbrio só depende da temperatura, pelo que o seu va lor inicial.
não se altera após a perturbação. 28.2 (C). Sendo o processo exotérmico, um aumento de temperatura
1 mel H2
25.2 Verificação do reagente limitante: nH2 = 3,0 mel 12 x - - - - do sistema altera o estado de equilíbrio, provocando uma evolução
1 mel 12
do sistema no sentido em que a reação absorve energia, ou seja,
= 3,0 mel H 2 > nH2 d JspoolVe, = 2,0 mel => o H 2 é o reagente limitante. no sentido inverso, e, consequentemente, aumenta a concentração
Cálculo da quantidade de HI que se formaria, de acordo com a de SCN- e de Fe3' , diminuindo a de [FeSCNJ", o que está de acordo
estequiometria da reação, a partir da quantidade de reagente com o gráfico.
2 mel HI
limitante: nH, = 2,0 mel H 2 x - - - - = 4,0 mel HI. 2.1 Reações ácido-base (QP, pág. 318)
1 mel H 2
Cálculo da quantidade real de HI que se forma. nas condições l,l a) HCN; H2so.; NH;; H,PO;; HCO, .
consideradas: nH, = (6,0 - 4,0) mel = 2,0 mel. b) OH-; oce-;HCO,; H,PO;.
, 2,0 mel 1.2 a) H2PO; (aq) + H,O' (aq) a=='- H3PO 4 (aq) + H,O (€)
Calculo do rendimento da reação: 17 = - - - x 100% = 50%.
4,0 mel
HCO, (aq) + H,O' (aq) a=='- H2CO3 (aq) + H2O (e)
25.3 (D) . A diminuição da concentração de HI (g) leva o sistema
b) H2PO; (aq) + OH- (aq) a==>- HPO ;- (aq) + H,0 (C)
a evoluir no sentido de produzir iodeto de hidrogénio até se
HCO, (aq) + OH- (aq) a=='- co ;- (aq) + H,O (f)
atingir um novo estado de equilíbrio. No entanto, o aumento da
q uantidade de HI (g), até se atingir um novo estado de equilíbrio, 1.3 H3PO/H2PO; e H,O'/H,O; H2PO;/ HPO;- e H2O / OH- .
é inferior à diminuição provocada no sistema reacional , pelo que H2CO/ HCO, e H,O' /H2O; HCO,Jco;- e H,0/OH-.
a concentração de HI (g) no novo estado de equilíbrio é inferior à
2.1 2 H,O (C} a==>- H,O' (aq) + OH- (aq)
do equilíbrio inicial.
26.1 1-, (B); li -, (A); Ili _, (C); IV _, (D). 2.2 (B). A autoionização da água quimicamente pura produz iguais
quantidades de H3O' e OH-, pelo que a água quimicamente pura
26.2 A - De acordo com o Princípio de Le Châteller, o aumento é neutra para qualquer temperatura. A reação no sentido direto é
da pressão favorece a reação que conduz a uma diminuição da endotérmica, pois os valores do Kw aumentam com o aumento da
pressão, ou seja, que conduz a uma diminuição da quantidade temperatura. Um maior valor de Kw implica maior concentração de
de gases. Neste caso, a reação que conduz a uma diminuição H,O' e OH- simultaneamente, pelo que o pH da água diminui.
da quantidade de gases é a reação direta, consequentemente, a
quantidade de produto aumenta. 2.3 Kw = IH,O'I• IOH-I0 = 5,5 x 10-14 , como [H3O1 = [OH-J,
IH3O'I 2= 5,5 x 10-1• => [H,O'l = 2,35 x 10- 1 mel dm-3 => pH = 6,6.

372
3.1 De acord o com o gráfico o p H da amostra de água diminui 9.1 (A). A constante de equilíbrio é uma medida da extensão de
com o aumento da te mperatura, o que permit e concluir que, uma reação. Assi m, a reação de ionização do ácido acético, a 25
nessa amostra, a concentração hidrogeniónica, [H,01, aumenta ºC, é pouco extensa. Em sol uções básicas (pH > 7) há consumo de
com o aumento de temperatura. Numa amostra de água pura as H,O', pelo que, de acordo com o Princípio de Le Châtelier, é favo-
co ncentrações dos iões oxónio, Hp• (aq), e hidróxido, OW (aq), recida a reação de ionização do ácido acético e não a sua forma-
são iguais entre si. Consequentemente, a expressão do produto ção. No equilíbrio prevalece a espécie CH3COOH, pois a reação
iónico da água, Kw, pode ser escrita em função do valor numérico é pouco extensa no sentido direto. Consequen temente, é baixa a
da concentração de Hp• (aq): Kw = IH, O•1 IOH-1 = IH,0'12. Assim, concentração d e Hp•, d aí a baixa acidez do ácido acético.
um aumento da concentração hidrogeniónica, [H, o •J, implica um K 1,0 X 10- 14
aumento de Kw. Conclui-se que Kw aumenta com o aumento de Kb(CH 3Coo-) = / = x _ = 5,6 x 10- 10• Como Kb > Kw o ião
a 178
, 10 5
temperatura.
acetato sofre hidrólise de acordo com a equação
3.2 Va lor de pH a 45 ºC, pH = 6,7. CH3coo- (aq) + H,O (C) s='- CH3COOH (aq) + OH- (aq), pelo que
Cálculo da concentração hidrogeniónica na águ a, a essa tempe- as soluções de ião acetato são básicas (pH > 7).
ratura: [H, o •J= 10 -••1 mol dm-3 = 2 ,00 x 10-1 mol dm-3 .
9.2 a) De acordo com a estequiometria da reação , 1 mol d e
Cálculo de Kw, a essa temperatura: como em água pu ra [H, o •J =
CH 3COOH origina 1 mol de CH,coo- e 1 mol de Hp•.
= [OH-J, tem-se Kw = IHp •11OH-1= IHp •1 2 = (2,00 x 10-7)2 = 4 ,0 x 10-14_
3.3 (8). Com a diminuição da temperatura, o valor do pH aumenta
e a concentração hidrogeniónica, [Hp •J, dim inui, não havendo,
..
10-3
■!l!!·I·■
Início/ mol 2 ,7 X

contudo, alt eração do caráter neutro da água uma vez que as


Variação / mol -X +x +x
co ncentrações dos iões H, o • e O H- se mantêm iguais entre si.
Equilíbrio / mol 2,7 X 10- 3 - X +x +x
4.1 (D). menor pH ⇒
maior acidez. O suco gástrico é a solução mais
ácida, logo, é o que contém maior concentração hidrogeniónica.
x = [H,o •i. = 10-3 .1o mol dm-3 = 2,00 x 10-4 mol dm- 3
[H, o ·Jio,mcelu@t 10-6,9 = 100,s = 316
[H, o ·iplasma 10-7.4 , (2,7 x 10-3 - 2,00 x 10-•) mol
[CH3COOH]não1on1rndo = _____1_d_m _ 3_ _ __
4.2 Intervalo de pHpiasma [7,0; 7,8]; [H3 O+lmax = 1,0 x 10-7 mol dm- 3 = 2,5 x 10- 3 mol dm-3
4.3 (A). [H 3 O•JP"sma = 10- 7,4 mol dm-3= 3,98 x 10-• mol dm-3
IHp·1 ICH3coo-1
IH 0 ·1 1Hco -1 1Hco -1 K 7,94 x 10-1 b) K = e e e IHp•1. = ICH3 COO-le
K= 3 e 3 e => __3_e = ___ = _ _ _ _ = a ICH3COOHle
20
1co,1. 1co,1. 1Hp·1. 3,98 x 10-s (2,0 X 10 -4) 2
5. (A). O HC Cé um ácido forte, assim, [H,01 = [HCfl,n1e1ar K, = 2 ,5 x 10-3 = 1,6 x 10-s
Sendo a concentração de [H,01 = 10-pH mol dm- 3, a variação per- e) (D). Numa medição, os erros sistemáticos são a compo nente
centua l da conce ntração de H,o • é: do erro que permanece constante ou varia de maneira previsíve l.
10-3,oo mol dm- 3 -10- 3.50 mol dm-3
- - - -- -_- _
- -m-- _d_m__-3- - - x 100% = - 68,4%, o que significa 10.1 (A). O pH da água do rio diminui. Consequent emente, a
10 300 0 1 concentração e m H3O• aumenta, pelo que a concentração em
que diminuiu 68,4%. O quociente entre a concentração inicial de OH- diminui, pois IH, O•1 IOH-1= Kw. O HCC é um ácido forte, pelo
10-3,oo mol dm- 3 que a sua ionização em água é muito extensa (ionização co m-
H3O• e a da so lução diluída é _ _ mol dm_3 = 3,16. Como a
10 350 pleta), o que cont rib uiu para um aumento drástico da acidez da
quantidade não varia, diminuindo a concentração tem de aumen- águ a do rio , provocando a d estruição da vida aquática. A inj eção
tar o volume, sendo na solução final V soiuçào nna, = 3,16 x 100 cm 3 = de milhões de metros cúbicos de água apenas co ntribuiu para a
= 316 cm 3 = 0,316 dm 3 . diminuição da concentração (di luição).
6. (B) e (C) . As duas equações t raduzem reações ácido-base, 10-3 -2 mol dm-3
7,9 X 103 •
pois há t ransferência de iões hidrogénio, H', de um ácido (H 2 O e [H o •J 10- 1-1 mol dm-3
3 Inicial 4 X 1Q6
HNO,) para uma base, NH 3 e H2 O, respet ivamente.
10.2 M (HCt') = 36,46 g mo1- 1 ⇒ nHC, = g = 1,1 x 105 mol.
7.1 (D) HX < HZ < HY 36,46 g mo1-1
n.º de moléculas de ácido ionizado De acordo co m a equação química, 2 mol de HC € é estequiome-
7.2 % (ionização)= X 100% = tricamente equivalente a 1 mol de CaCO3 :
n.0 total de moléculas de ácido
4 1 mol caco3
=- X 100% = 50% n = (11 x 105 mol de HCC) x = 5 5 x 104 mol caco3
8 caco, ' 2 mol HCC '
7.3 (A). HY é o ácido mais forte (maior número de moléculas ion- M(CaCO,) = 100,09 g mo1- 1 ⇒ m cac = 5,5 x 104 mol x 100,09 g mo1- 1 =
03
izadas), pelo que é o que apresenta maior consta nte de acidez = 5 ,5 X 106 g = 5,5 t
e, consequentemente, a sua base conjugada apresenta menor 11. (O). O titulado (pH = 9,5) é uma base (pH > 7, a 25 ºC) e o tit u-
constante de basicidade (K,Kb = Kw). HX é o mais fraco (menor lante terá de ser um ácido, uma vez que a titulação ácido-base é
percentagem de moléculas ionizadas), logo, para iguais concen- uma técnica analítica que se baseia numa reação de neutraliza-
trações dos três ácidos, é o que apresenta maior valor de pH . ção. No ponto de equivalência nenhum dos reagentes (ácido e
8. Cálcu lo da concentração de Hp • (aq) na solução: base) se e ncontram em excesso, sendo a mistura resultante uma
solução aquosa do sal que se formo u na reação de neutraliza-
[H,O' ] = 10-pH= 10-2,4 mol dm-3 = 3,98 x 10-3 mol dm-3 •
ção. A extensão d as reações dos iões do sal com a água, com a
Cálculo da concentraçã o de F- (aq) na solução, de acordo com conseq uente formação de iões H, o • ou OH-, determina o ca ráte r
a est equiometria d a reação: [H 3o •i. = [Fl. = 3,98 x 10-3 mol dm-3. ácido ou básico da respetiva soluçã o. Neste caso, a sol ução final
Cálculo da concentração da espécie HF (aq): te m caráter ácido, porque tem pH = 4 ,5, que é inferior a 7. Sig-
IH 30 ·1. IF I. (3,98 x 10-3)2 nificando que foram origi nados iões H 3O• na hidrólise do cati ão
K = ⇒ 68 x 10-4 = ----- ⇒ IH FI =
a IHFI. , IHFI. e do sal obtido após a reação de n eut ralização. A ssim, pode pres-
su por-se que o catião do sa l é o ácido conjugado de uma base
(3,98 X 10 - 3)2
- - - -4- = 2 ,33 x 10-2 ⇒ [H F]. = 2,33 x 10- 2 mol dm-3. fraca. Como apenas um dos iões se hidrolisa, o anião é a base
6,8 X 10-
conjugada de um ácido forte, pelo que não se hidrol isa e por isso
A concentração da solução é [HF],"""' = [HF]. + [HF]"'""adº = 2,33 x
não contribui para alterar o valor do pH da sol uçã o.
x 10- 2 mol dm-3 + 3,98 x 10-3 mol dm-3 = 2.7 x 10- 2 mol dm-3 •

373
12.1 HI (aq) + NaOH (aq) ➔ Nal (aq) + H,0 (e) 16.2 NaOH (aq) + HCf (aq) ➔ Na' (aq) + OH· (aq) + H' (aq) + ce- (aq}
12.2 O vol ume de titulante gasto até ao ponto de equivalência ➔ H,O (e)+ NaC f (aq)
é 15,30 ml. v ,n~lal = (23,30 ± 0,05) ml e v.na, = (38,60 ± 0,05) ml, 16.3 a) v,.u,an1enop.e = VNaOH(aq) = 50 ml; CNaQH = 0,025 mol dm· 3
tN = (38,60 - 23,30) ml = 15,30 mL.
nNaoH = e V = 0,025 mol dm· 3 x 0,050 dm 3= 1,25 x 10-3 mol
12.3 Volume de titulante (solução de NaOH) adicionado até ao De acordo com a equação química: 1 mol de HCf é estequlome-
ponto de equivalê ncia: Vsoi.NaoH = 15,30 ml. tricamente equivalente a 1 mol de NaOH, logo, 1,25 x 10- 3 mol de
Cálculo da quantidade de NaOH que reagiu: NaOH neutralizaram 1,25 x 10-3 mol de HCf.
nNaOH = CNaOH VSOI.NaOH = 1,00 X 10-2 mol dm·3 X 15,30 X 10-3 dm3 = e = 1,25 x 10-3 mol = 010 mol dm..a
= 1,530 x 10-< mol. HCt 0,0125 dm· 3 '

Cálculo da quantidade de HI que existia na solução titulada: de b) (HCf (aq)] = [H,0' (aq}] ⇒ pH = -log (0,10) = 1
acordo com a equação química, 1 mol de HI é estequlometrlca- e} nHCt1n1C1a1 = 0,10 mol dm· 3 x 0,0125 dm 3= 1,25 x 10- 3 mol
mente equivalente a 1 mol de NaOH, logo, 1,530 x 10·• mol de nNaoHad~lonado = 0 ,025 mol dm· 3 x 0,010 dm3 = 2,50 x 10-< mol
NaOH neutralizaram 1,530 x 10-• molde HI.
De acordo com a estequiometria da reação: 2,50 x 10-• mol de
Cálculo da concentração da solução de ácido Iodídrico:
NaOH neutralizam 2,50 x 10-< mol de HCf
nH, 1,530 x 10-< mol
e = - - = - - - -- - = 765 x 10-3 mol dm· 3 nHCtquenãoreagtt> = nHCtln~lal - nHCt quereaglu=
HI VSOIHI 20,0 x 10-3 dm 3 ' ·
= (1,25 x 10-3 - 2,50 x 10-<) mol = 1,00 x 10-3 mol ⇒ nH , =
V
_ (19,10 + 19,10 + 19,20) cm3 30
13.1 = 19,13 cm3. 100 x 10- 3 mol
3 = 100 x 10- 3 mol ⇒ (H3O']= - - ' - - -- - -
, (0,0125 + 0,010) dm 3
13.2 Cálcu lo do módulo do desvio de cada valor medido (em
relação ao valor mais provável): ld1I = 119,10 - 19,131 = 0,03 cm3; = 0,0444 mol dm· 3 => pH = -log 0,0444 = 1,4
ld 21= 119,10 - 19,131= 0,03 cm 3; ld31= 119,20 - 19,131= 0,07 cm3. 16.4 O ponto de equivalência atinge-se quando o ácido e a base
A incerteza absoluta de observação é dada pelo módulo do maior reagiram completamente, não havendo excesso nem d e ácido
desvio, ou seja, 0,07 cm3. nem de base em solução. Neste caso restam em solução os iões
13.3 Cálculo da quantidade de KOH (aq) adicionada até ao ponto Na' e ce-
que não reagem com a água e os iões provenientes
de equivalência da titulação: da autoionização da água, a 25 ·e. Assim, (H,O'l = [OH· ] =
Vso1.KoH = 19,13 cm 3; n.0H = c.0H VSOIKOH = 0,150 mol dm· 3 x 19,13 x
= 1,0 x 10-1 mol dm· 3 ⇒ pH = 7.
x 10- 3 dm3 = 2,870 x 10-3 mol. 16.5 Quer o vermelho de metllo quer a fenolftaleína mudam de cor
Cálculo da massa molar do ácido monoprótico em solução: na proximidade do ponto de equivalência, pois a zona de viragem
1 mol de ácido é estequiometricamente equivalente a 1 mol de do indicador está contida na região de variação brusca de pH.
KOH, uma vez que o ácido é monoprótico; assim, no ponto de 17. (D}. O caráter das soluções de sais é interpretado com base
equivalência, n"""'º = nKOH = 2,870 x 10- 3 mol. na extensão da rea ção desses iões com a água (reação de
m 0,181 g hidrólise). A dissociação do fluoreto de potássio em água pode
m = n M <=> M = - = - - - - ~- - = 63,1 g moI· 1. HO
n 2,870 x 10-3 mol ser traduzida por: KF (s) ~ K' (aq} + F (aq}. O ião K', catião
14. Cálcu lo da quantidade de HCf neutralizada: de um metal alcalino não sofre hidrólise (se o catião reagisse
com a água, o pH da solução seria inferior a 7), enquanto o
nHC1 "''ª' = cHct VS04.HCt = 0,22 mol dm·3 x 75 x 10- 3dm3 = 1,65 x 10-2 mol. anião F- reage com a água de acordo com a equação química
nHCt neutrallzaoo = 0,90 X 1,65 X 10- 2 mol = 1,49 X 10-2 mol F- (aq) + H,O (e)~ HF (aq) + OH· (aq), já que é a base conjugada
Cálculo do número de comprimidos: de um ácido fraco; os iões OH· formados são os responsáveis
de acordo com a equação química, 2 mol de HCf é estequiome- pelo caráter básico, pH > 7, da solução de fluoreto de potássio.
trlcamente equivalente a 1 mol de CaCO3, 18. A - Vermelho. Como o HCf é um ácido forte ioniza-se com-
1 mol caco ncace:, pletamente e a concentração hidrogeniónica em solução vai ser
- - -- - " -3- = - - - - - - ⇒ n = 745 x 10- 3 mol
2 mol HCf 1,49 x 10- 2 mol cace:, ' · elevada, consequentemente, terá um valor de pH baixo.
m cace:, = ncace:, M(CaCO:,) = 7,45 x 10- 3 mol x (40,08 + 12,01 + 3 x B - Amarelo. Como o NaOH se dissocia completamente, a con-
x 16,00) g moI·1= 0,746 g. centração de OH· (base forte) em solução vai ser elevada e, con-
0 ,746 g sequentemente, a concentração de H3O' vai ser pequena. Assim,
N.º de comprimidos = 1,5. o valor de pH será alto.
0 ' 500 g
C - Verde. O amoníaco é uma base fraca que se ioniza parcial-
15.1 LIOH (aq} + HCf (aq) ➔ uce (aq} + H2O (e) mente em solução aquosa. A concentração de OH· presente em
pHuoH(aq) = 12,20; [Hp •J = 10· PH= 10-12-20 mol dm· 3 = 6,310 x solução vai ser superior à da água quimicamente pura, conferin-
K 1 O x 10· 14 do-lhe um pH ligeiramen te superior a 7.
x 10· 13 mol dm-3· (OH·]= _ _ w_ = ' O 01585 mo l dm· 3
' [H30' ] 6,310 X 10· 13 ' D - Lavando. O Nace é um sal muito solúvel em água, disso-
nHct qumag,u = e V = 0,100 mol dm· 3 x 0,0264 dm3 = 2,64 x 10- 3 mol ciando-se completamente. Os Iões Na' são muito estáveis (Iões
1 mol de LIOH é estequiometricamente equivalente a 1 mol de espectadores) e não reagem com a água. Os iões ce-
são uma
HCf, logo, a quantidade de LiOH neutralizado foi 2,64 x 10·3 mol. base conjugada de um ácido forte, não tê m tendência a reagir
n 00H = n 0H. = 2,64 x 10- 3 mol, porque o LiOH está totalmente dis- com a água, assim, pH = 7.
sociado em solução aquosa. E - Cor-de-rosa. O NH 4 Cf é um sal muito solúvel em água, disso-
n1..,H 2 ,64 x 10- 3 mol
ciando-se completamente. Os iões ce-
não têm tendência para
V = - - = - ~- - - - - = O167 dm3 = 167 cm3 reagir com a água. O NH; é um ácido conjugado de uma base
LIOHlaqJ c,.,H 0,01585 mol dm· 3 '
fraca (NH3), tendo tendência para reagir com a água. Assim , a
15.2 (OH·] = 0 ,01585 mol dm· 3; M(LiOH) = 23,95 g moI· 1 solução deverá apresentar um pH Inferior a 7.
n0H. = e V = 0,01585 mol dm· 3 x 0,200 dm3 = 3,17 x 10- 3 mol 19. (C).
notr = nllOH = 3,17 x 10-3 mol ⇒ mllOH = 3,17 x 10..a mol x 23,95 g moI· 1= 20.1 Um aumento da concentração de CO 2 atmosférico aumenta
= 0,0759 g = 75,9 mg a quantidade de dióxido de carbono que se dissolve na água e,
consequentemente, aumenta a p rodução de ácido carbónico,
16.1 titulante ➔ NaOH; titu lado ➔ HCf
H2CO3. O ácido carbónico é um ácido fraco e reage com a água:

374
H2 CO3 (aq) + H2 O (t') a=' HCO; (aq) + H,O' (aq). Se aumentar a Cu (s). Assim, a concentração de catiões Cu 2• na solução diminui,
concentração de H2 CO3, altera-se o equilíbrio e o sistema reage tornando-se mais clara.
favorecendo a reação no sentido direto, produzindo H,O' . O aumen- 24.2 Semirreação de oxidação: Sn {s) -+ Sn 2 • (aq) + 2 e-
to da concentração de H,O' faz diminuir o pH da água do mar. Semirreação de redução: Cu 2 • (aq) + 2 e- -+ Cu (s)
20.2 (Hp•J.,••, = 10-"·º5 mol dm-3 = 8,91 x 10-• mol dm- 3 Equação de oxidação-redução: Sn (s) + Cu 2• (aq) -+ Sn2• (aq) + Cu (s)

(H3O' ]2100 = 10-1-1 mol dm-3 = 2,00 x 10-" mol dm- 3 24.3 Quantidade de cu 2• existente na solução inicial:
ncusa = nc02+ = C V= 0,10 mol dm- 3 x 0,250 dm 3 = 0,0250 mol
%(t.[H o ·J)= 2,00 x 10-" - 8,91 x 10-• x 100 = 124% 4
3 8,91 X 10- 9 Quantidade de cobre metálico formada:
m 0325 g .
nc = - = ' 0,00511 mol = nc0 2+ que reagiu
" M 63,55 g moI- 1
2.2 Reações de oxidação-redução (QP. pág. 324) Quantidade de iões cobre na solução final:
21.l nc 2+ nna, = 0,0250 mol - 0,00511 mol = 0,0199 mol
0

1. 2 Ca3(PO4) 2 (s) + 6 SiO2 (s) + 10 c (s) .... P4(f) + 10 co (g) + 6 CaSiO3 (s) Concentração da solução finai:
n.o. +2 +5 - 2 +4 - 2 o o +2 - 2 +2 +4 - 2

J J
c = nona, = 0,0199 mol = 0,080 mol dm_3
V 0,250 dm3
o~dação 25. (D). A corrosão de um metal consiste na sua oxidação espon-
redução
tânea em determinadas condições. Os metais com maior facili-
t.n.o. (C) = (2 - O)= +2 = ⇒ oxidação (aumenta o número de oxi- dade de oxidação, mais reativos, Zn e Fe, aparecem na natureza
dação, cede eletrões). na forma de óxidos (para o Fe) ou sulfuretos (para o Zn), ou seja,
t.n.o. (P) = (O - 5) = -5 = ⇒ redução (diminui o número de oxi- como substâncias compostas.
dação, ganha eletrões). 26.1 Forma e tamanho das barras metálicas, inexistência de oxi-
A variação dos números de oxidação Implica transferência de dação prévia nas barras metálicas, concentração e volume das
eletrões entre as espécies envolvidas, logo, a reação é de oxidação- soluções e tempo de reação.
-redução. 26.2 Zn> Pb> Cu
li, P. (t) + 5 o, (g) + 6 H,O (e) .... 4 H3Po. (C) 26.3 De acordo com os resultados da atividade, conclui-se que o
n.o. 0 o +1 -2 +1 +5 -2 zinco tem maior poder redutor do que o chumbo e que o chum-
bo tem maior poder redutor do que o cobre, pois o zinco sofreu
oxidaçao
redução
fJ' oxidação na solução de nitrato de chumbo e o chumbo oxidou-se
na solução de nitrato de cobre. Assim, o zinco sofre corrosão em
contacto com soluções que contenham iões Pb 2• ou cu 2•, pelo
t.n.o. (P) = (5 - O) = +5 oxidação (aumenta o número de oxidação,
que um recipiente de zinco não pode armazenar solu ções de
cede eletrões).
nitrato de chumbo. Como o chumbo tem maior poder redutor do
t.n.o. (O) = (-2 - O) = -2 redução {diminui o número de oxidação,
que o cobre, significa que os iões Pb2 • (menor poder oxidante do
ganha eletrões).
que os iões Cu 2• ) não têm capacidade para oxidar o cobre, pelo
A variação dos números de oxidação Implica transferência de
que soluções de nitrato de chumbo podem ser armazenadas em
eletrões entre as espécies envolvidas, logo, a reação é de oxi-
recipientes de cobre.
dação-redução.
27.1 O níquel tem maior poder redutor do que o hidrogénio, logo,
Ili. H3Po. (C) +3 NH3 (e) .... (NH4)3Po. (s)
este metal sofre oxidação, cedendo eletrões aos iões H', formando
n.o. +1 +5 - 2 -3 +1 - 3 +1 +S -2
H2 , que se liberta na forma de bolhas gasosas. O níquel, ao sofrer
A reação não é de oxidação-redução, pois não há variação dos oxidação, passa para a solução na forma de Ni2•(aq), sendo este
números de oxidação, ou seja, não há transferências de eletrões ião responsável pela cor esverdeada que a solução adquire. O
entre as espécies envolvidas. cobre, como tem menor poder redutor do que o hidrogénio, não
21.2 a) 1. Espécie oxidada: C; espécie reduzida: PO;-. li. Espécie sofre alteração.
oxidada: P4; espécie reduzida: 0 2. 27.2 Semirreação de redução: 2H' (aq) + 2 e--+ H 2 (g)
b) 1. Agente redutor: C (cede eletrões); agente oxidante: PO;- Semirreação de oxidação: NI (s) -+ Ni2 • (aq) + 2e-
(recebe eletrões). li. Agente redutor: P4 (cede eletrões); agente Equação da reação de oxidação-redução:
oxidante: 0 2 (recebe eletrões). Ni (s) + 2 H' (aq) -+ Ni2 • (aq) + H2 (g)
22.1 (C). O número de oxidação do Ae passa de O para +3, logo,
cede eletrões para o Br, cujo número de oxidação passa de O
para -1. 2.3 Soluções e equilíbrio de solubilidade (QP, pág. 327)
22.2 AC .... At ' + 3 e- semirreação de oxidação.
3
28.1 (B).
Br2 + 2e- .... 2 sr- semirreação de redução. n = 19,22 g
cr 35,45 g moI- 1
º· º
1 7 g
0,5422 mol; n""+ = - -- ~ - = o 4654 mol
22,99 g moI-1 '
23.1 Cd + NiO 2 + 2H,0 -+ Cd{OH)2 + Ni(OH)2 A quantidade d e c e- presente na água do mar é diferente da
O +4 +2 +2
quantidade de Na', o que significa que a contribuição para a pre-

~1- -+-___ o_xi_d a_ç_ã o~ j redução J sença de iões cloreto na água do mar não é apenas resultante da
dissolução de Nace.
%(mim) = mca2• x 100%; 0,40 g x 100% = 1,15%
23.2 O processo de carga corresponde à reação inversa. Neste m,_,os.,.. 34,65 g
processo, o hidróxido de cádmio reduz-se (o número de oxidação 34 65
do Cd diminui), logo, é o agente oxidante, enquanto o hidróxido m =e v= · g x 10dm3= 347g
totai ioes m
1 dm3
de níquel se oxida (o número de oxidação do Nl aumenta), logo, é A mineralização da água do mar resulta da dissolução de sais e
o agente redutor. da dissolução de CO 2•
24.1 (C). O Sn (s) tem maior poder redutor do que o cobre, sofre 28.2 CO 2 (g) + 2 H,0 (C) a=' H 2 CO3{aq) + H,0 (e) a=' HCO; (aq) +
oxidação ao ceder eletrões ao catião cu 2 • (aq), que se reduz a + H 30 + {aq)

375
29.1 A 80 ºC, 5 = 9,0 g de sal / 100 ml de H2O Prova-modelo 1 (pág. 330)
A 20 ºC, 5 = 6,0 g de sal / 100 ml de H,O
GRUPOI
m = 40 ml x (9 ,0 - 5 ,0) g = 1,2 g
sólldo que- precipita 100 ml 1. (C) . A variação de energia associada à transição eletrónica
29.2 (D) assinalada pela letra E é a diferença entre a energia do nível
30. (C). n = 1 e a energia do nível n = 4: [(-2,179 x 10-1• - (-0,136 x 10-'8 ))J] =
= 2,043 X 10-ts J.
Ks = IAg+I.,2IsO;-1. = (25)2 X 10- 5 =45 2 X 5 <=} 5 =0,016 mol dm-3
5 ⇒ 1,7 X

Na solução de sulfato de cobre a presença de um ião comum, 2. (B). Na trans ição F, a energia do eletrão aumenta, pelo que cor-
so:-,diminui a solubilidade do sal, Ag 2SO4 • responde a absorção de energia pelo átomo de hidrogénio. A
A concentração do ião prata é o dobro da solubilidade: [Ag'J. = 25. energia do fotão absorvido é igual à diferença de energia entre os
dois estados em que ocorre a transição, logo, maior diferença de
31. (A). As soluções aquosas saturadas de NaHCO 3 e Nace, à
energia significa que o fotão absorvido tem maior energia e, por-
temperatura de 40 ºC, contêm a mesma massa de sais dissolvi-
tanto, maior frequência.
dos. O sal NH4Ce é o que apresenta maior solubilidade para a
mesma temperatura. A dissolução dos sais é um processo endo- 3. (C). As transições B e E resu ltam de transições eletrónicas de ní-
térmico, pois é favorecida pelo aumento da temperatura. veis superiores de energia para o mesmo nível de energia (n = 1),
por isso, pertencem à mesma série. Estas duas transições são de
32.1 Cálculo da solubilidade do MgF2:
maior energia do que as transições G (infravermelho) e H (visível),
K, = IMg 2•I. IF-I.,2 = 5 x (25)2 ⇒ 6 ,4 x 10-9 =5 x 452 <=}
ocorrendo na região do ultravioleta.
3
<=} 5 = 1,17 x 10- mol dm-
3
Cálculo da concentração do ião F-: GRUPO li
[F-J. = 25 = 2 x 1,17 x 10-3 mol dm- 3 = 2,3 x 10- 3 mol dm-3
1. (A). A percentagem em volume de oxigénio na mistura é
32.2 (A). A adição de fluoreto de potáss io contribui para o 19,2
100%- 80,8% = 19,2%, ou seja, a proporção em volume de O 2é - -,
au mento da concentração dos iões F- na solução, alterando o 19 2 100
equ ilíbrio de solubilidade no sentido da precipitação de MgF, - - ' - x 106
100 1 92 X 105
(efeito do ião comum). A reação inversa é favorecida, pelo que a logo num milhão é ' isto é, 1,92 x 10 5 ppm.
106 106
concentração dos iões Mg 2• e F- diminui até se atingir um novo
equilíbrio. No entanto, a diminuição da concentração de F- é infe- 2. (C). Do gráfico conclui-se que em 3,0 dm 3 a quantidade de ma-
rior ao aumento provocado pela adição de fluoreto de potássio. téria total é 0,25 mol. Assim, naquele volume há, no total, 0,25 mol x
x 6 ,02 x 1023 moI-' moléculas. Como todas as moléculas são diató-
32.3 Cálculo da concentração de Mg 2+ na mistura:
micas, o número de átomos é 0,25 x 6 ,02 x 1023 x 2.
Mg(NO3)2 (s) ➔ Mg 2' (aq) + 2 NO; (aq)
nM 2, = nMg(NOJii = e V= 3,0 x 10- 3 mol dm-3 x 200 x 10-3 dm3 = 3. Como o volume é diretamente proporcional à quantidade de
9
matéria (a pressão e a temperatura são constantes) e a compos i-
= 6 00 x 10- 4 mol
', _ 6,00 x 10-4 mol _ x _ _3 ção da mistura é bem determinada, conc lui-se que a massa volú-
[M g 2 1sol çâo mistura - 3
3
3 - 2,00 10 mol dm mica não depende do volume. Para 6,0 dm 3, n,0,a1 = 0,50 mol.
u 300,0 x 10- dm
Cálculo da concentração de F- na solução mistura: Cálculo da quantidade de hidrogénio em 6 ,0 dm 3 da mistura ga-
NaF (s) ➔ Na' (aq) + F- (aq) sosa: dada a proporcionalidade com o volume,
n, =n_ =e V= 2,0 x 10-3 mol dm-3 x 100 x 10-3dm3 =2,00 x 10-4 mol n"2 = 0,808 x 0,50 mol = 0,404 mol.
2,00 x 10-4 mol Cálculo da quantidade de oxigénio em 6,0 dm3 da mistura gasosa:
[F-J,oluç,o mistura = 3 3 = 6,67 X 10-• mol dm-3 n02 = (0,50 - 0,404) mol = 0,096 mol.
300,0 x 10- dm
Cálculo da massa volúmica da mistura gasosa, nas cond ições de
Cálculo do quociente da reação:
pressão e tempe ratura consideradas:
o, = IMg2•I IF-I2 = 2,00 X 10- 3 X (6,67 X 10-4)2 = 1,3 X 10-11
o,< K, ⇒ a solução é insaturada, pelo que não ocorrerá precipi- p =
m
~ =
n"2 M"2 + no2 Mo2
tação do fluoreto de magnésio. mlStura Vmistura Vmistura
32.4 K, (18 ºC) = IMg 2•I.IF-I; = 1,21 X 10- 3 X (2 X 1,21 X 10- 3)2 = 0,404 mol x 2,02 g moI- 1 + 0,096 mol x 32,00 g moI-1
= 7,1 x 10- 9 > K, (25 ºC). A constante de equilíbrio diminui com o 6 ,0 dm3 = 0,65 g dm-3.

aumento da temperatura, o que significa que com o aumento de 4. (B). A energia libertada na formação de 2 moles de H,O cor-
temperatura o equilíbrio se desloca no sentido inverso (o da pre- responde, aproximadamente, à diferença entre a energia absorvi-
cipitação), pelo que, de acordo com o Princípio de Le Châtelier, a da na quebra de ligações nos reagentes (dissociar 2 moles de H 2
solubilização do sal é um processo exotérmico. e 1 mole de 0 2) e a energia cedida na formação de ligações nos
33.1 Ni(OH)2 (s) ,==>. Ni2' (aq) + 2 OH- (aq) produtos (o que para 2 moles de moléculas de H2O corresponde
33.2 K, = INi 2'I.IO H-l.,2 = 5,8 X 10-• X (2 X 5,8 X 10-6)2 = 7,8 X 10-t6 à formação de 4 moles de ligações O-H).
33.3 a) A adição de hidróxido de sódio contribui para o aumento GRUPO Ili
da concentração dos iões hidróxido na solução, alterando o equi-
líbrio de solubilidade no sentido da precipitação do hidróxido de
1.1 Cálculo das massas de iões cf-e Na+em 1 kg de água do mar:
1,94 1,08
níquel (efeito do ião comum) e assim diminuir a concentração dos mct_ = x 1000 g = 18,7 g; mNa' =- - - x 1000 g = 10,4 g.
iões níquel na solução; b) Cálculo da concentração de OH - adicio- 103 ,5 103,5
nado (despreza-se a contribuição dos iões hidróxido resu ltantes Cálculo das quantidades de cf-e Na+e dos restantes iões em 1 kg
do equilíbrio de solubilidade): 18,7 g
de água do mar: ncr = 0,5275 mol;
0,50 mol dm-3 x 10 dm3 35,45 g moI- 1
3 3
[OH-Jao1eionado = ( + ) dm3 - 5,00 x 10- mol dm- . 10,4 g N
990 10 n = - - - ~ - - 0,4524 mo l; n,estanteslÕeS =
Na' 22,99 g moI-l
= N
Cálculo da concentração de Ni2' : K, = INi2'I. IOH-I.,2 ⇒ 7,8 x 10- 1• = A

6,23 X 1022
= INi 2'I. x (5,00 x 10-3)2 ⇒ [Ni 21 = 3,1 x 10- 11 mol dm-3 • 6,02 x 1023 mol-' 0,1035 mol.
Devido ao efeito do ião comum , conseguiu -se red uzir substan-
cialmente a concentração dos iões níquel nos efluentes da referi- Cálculo da fração molar dos iões cf-:
da indústria. x = .!ls:L_ = 0 ,5275 mol
cc- n, ,,, 0,52
75
mol + 0 ,4524 mol + 0,1035 mol
= 0,487.
0

376
1.2 ,,Na: 1s2 2s2 2p6 3s 1; 17Cf: 1s2 2s 2 2p6 3s2 3p 5 . Os eletrões de 1.2 (C). A soma dos trabalhos real izados pela força gravítica e
valê ncia dos átomos de sódio e de cloro no estado fundamental pela força de resistênc ia do ar é igual à variação de energia ciné-
encontram-se no mesmo nível de energia (n = 3). Sendo a carga tica do sistema: W Fg
, + WF,.
, = !>.Ee ⇒ -t-.Epg + WFIH
, = t-.Ee ⇒ WFN
, =
nuclear do átomo de sódio (+11) inferior à do átomo de cloro (+17), a
força atrativa exercida pelo núcleo do átomo d e sódio sobre o seu = t-.Ee + t-.Epg ⇒ w, = [(_!.2_ x 50 x 7.5' -
Fa1
o) + (o - 50 x 10 x 80)] J =
eletrão de valência é menor do que a força atrativa exercida pelo
= 4,6 X 104 J.
núcleo do átomo de cloro sobre os seus eletrões de valê ncia, pelo
que o raio ató mico do sódio é maior do que o do cloro.
2.1 (D). A velocidade, v,
tem a direção e o sentido do movimento,
de baixo para cima (no inst ante considerado, a bola está a subir).
2. (C). 50 g de Na2SO4 (aq) por 150 g de água corresponde a
A única força que atua sobre a bola é a força gravítica (vertical e
100 g
50 g x - - - = 33 g de Na2SO4 (aq) por 100 g de água, como a sentido de cima para baixo).
150 g
solubilidade de Na2SO 4 (aq), a 80 ºC, é superior a esse valor, 2.2 (8). Como a aceleração, â, é consta nte, o módulo da velocida-
a solução está insaturada. 36 g de KNO3 (aq) por 60 g de água de, v, varia linearmente com o tempo, I, na subida e na descida:
100 g diminuindo na subida e aumentando na descida. Como a energia
corresponde a 36 g x - - - = 60 g de KNO 3 (aq) por 100 g de cinética, E,. é diretamente propo rcional ao q uadrado do módulo
60 g
água, como a solubilidade a 40 ºC é inferior a esse valor, a solução 1 2
está sobressaturada. A d issolução do Na2SO4 10H2O (s) é endotér-
da velocidade, E, =
2 mv , conclui-se que a energia cinética va riará
mica, uma vez que a sua solubilidade aumenta com a temperatura, com o quadrado do tempo, 12. O gráfico de E,(1) não é uma reta
enquanto a dissolução do Na 2SO4 (s) é exotérmica, uma vez que a 1
(neste caso, é uma parábola): E, = + al)2.
sua solubilidade diminui com a tempe ratura. 2 m(-v 0

3. (8). O produto de solubilidade é uma constante de equilíbrio 2.3 (8). Como o vaso cai, a sua altura , h , diminui com o tempo, 1.
que a uma mesma temperatura se mantém constante. A acidifi- Logo, a energia potencial gravítica, Epg = mgh, do sistema vaso +
cação do meio significa aumento da concentração de H3 O' (aq), + Terra , também diminui com o tempo, 1. A altura depende do qua-
portanto, a uma diminuição de pH, resu ltando num aumento da drado do tempo, pois o movimento é uniformemente acelerado,
concentração de Pb2' (aq). A concentração em s 2- (aq) é muito logo a Epg também irá varia r com o quadrado do tempo:
pequena, o que significa uma reação muito extensa no sentido da Epg = mg(h0 - 512) (o gráfico não é linear). Como a velocidade do
formação de HS- (aq), o sentido da reação inversa. vaso aumenta na queda, a taxa de variação temporal da altura au-
menta co m o tempo, logo, a taxa de variação tempo ral d a energia
4. A concentração de H2S (aq) não ionizado na solução é
potencial gravítica, módulo do declive do gráfico Epg(I), também
[H25 lnao 1<>n1Zado = [H2Sl,nK1a1 - [HS-J = [H2Sl,nK~1 = 0,10 mol dm-3 • aumenta com o tempo.
Cálcu lo da concentração de H3 O' (aq) na solução: de acordo com
IHs-I. IH,0'I0 2.4 A componente escalar da posição do vaso, Yvaso' em relação a
a estequiometria da reação [HS-] = [H,O'], logo, K. = ⇒ 1
IH 0 '12 1H2S1e Oy, em função do tempo, 1, é dada pela equação Yvaso = 2 (a
⇒ 1 3 x 10- = ~ ⇒ [H 0 1 = 114 x 10-4 mol dm- .
1 3 2 x 101
' 0j0 3 '
posição e a velocidade inicial do vaso são nulas). Ao atingir o solo,
Cálculo da concentração de OH- (aq) na solução: Kw= IH,O'I IOH-I ⇒
2,0 s depois de ter iniciado a queda, o vaso terá percorrido uma
⇒ 1,0 x 10- 1• = 1,14 x 10-• x IO H-I ⇒ [OH-J = 8,77 x 10- 11 mol dm- 3•
1
Em cada dm3 , a proporção entre o número de iões H3O' (aq) e o distância igual à sua altu ra inicial: Yvaso (2,0) = h ⇒ x 10 x 2,0 2 = h ⇒
número de iões OH- (aq) é dada pelo quociente das correspon-
2
⇒ h = 20,0 m. A componente escalar da posição, ybo,a' da bola em
NH o• nH o• 114 x 10-4
dentes quantidades: ____:z__ = ___:x:_ = ' 1,3 x 106 . Assim, 1
Now n ow 8,77 x 10-11 função do tempo, I , ao atingir o solo é ybo,a = -6,01 + x 1012
por cada ião o H- (aq) existem 1,3 milhões iões H,O' (aq).
2
(a componente escalar da velocidade inicial da bola é negativa,
5. (8). Como a autoionização é endotérmica, o aumento da tem- pois a bola é atirada para ci ma, e a componente escalar da acele-
peratura favorece a ionização, aumentando, simultaneamente, as ração é positiva , pois o sentido da aceleração é o da força g ravíti-
concentrações de H,O' (aq) e de O H- (aq). A um aumento da con-
ca, d e ci~a para baixo). Ao atingir o solo ybo,a = 20,0 m: 20,0 =
centração de H,O' (aq) corresponde uma diminuição do pH. Na
água quimicamente pura, a concentração de H,O' (aq) é sempre = -6,01 + X 1012 ⇒ 512 - 6,01- 20,0 = 0 ⇒ 1 = -1,49 5 O U 1= 2,69 5,
2
igual à concentração de O H- (aq), uma vez que sempre que se for- sendo 1;,, O, segue-se que a bola chega ao solo 2,69 s depois de
ma um ião H,O' (aq) forma-se também um ião OH- (aq). ter sido lançada, portanto , (2,69 - 2,0) s = 0,7 s depois do vaso.
6 . (8). No sulfato de sódio, Na 2SO4 , por cada ião sulfato, so;-. exis-
tem dois iões sódio, Na', de modo a que a carga tota l seja nula. GRUPO V
1. (8). O sistema corpo suspenso+ Terra cede energia ao gerador
O=O por trabalho , este, por sua vez, t ransfere-a para a resistência.
:o - H
1 2. O traba lho realizado pela força gravítica que atua no corpo nas
O= C = O H
30 quedas sucessivas é:
W = 30 x F d cos Oº= 30 x mgd cos Oº = 30 x 2,0 x 10 x 1,2 J = 720 J.
9
GRUPO IV A va riação de energia interna da água é: E = me!>. T = 0,080 x 4,18 x
1.1 Sobre o sistema atuam duas forças com a mesma direção e x 10 3 x (15,9 -15,0) = 3,0 x 10 2J. Portanto, o rendimento do processo
sentido oposto: a força gravítica, Fg, e a força de resistê ncia do ar,
3 0 X 10 2 j
f!.,.Quando o sistema se move a velocidade constante, a resultan- de aquecimento da água é ' J x 100% = 42%.
720
te das forças que nele atuam é nula: F• = O ⇒ F - F., = O ⇒ F., =
9
mg 60 kg x 10 m s-2 3. (D). A potência, P, dissipada numa resistência R é P = RI' =
= F ⇒ bv = mg ⇒ b = - - = - - - - ' ' - - - - - = 80 kg s- 1• Quando 2
g V 7,5 m s- 1 =R( ~ ) = ~
. Logo, se R for constante, P va ria com U'-: o gráfico
20 km 20 x 103 m
o sistema se move a - -h- = 5,56 m s- 1• o módulo da
de P(U) é uma parábola e o de P(U2} é uma reta que passa na
~
1

sua aceleração é a = m = -~m~~


80 X 5,56 )
3600 5
F0 - Far mg-bv
g--=
m
bv
m
origem ( ~, = + = co nstante)-

= 10 - - -- - - m s- 2 = 2.6 m s- 2 •
( 60

377
GRUPO VI Cálculo do volume molar: admitindo que o ar se comporta como
1.1 (A). Sendo constantes B e o ângulo entre o campo magnético e um gás ideal, segue-se que o volume molar de um gás nas condi-
a normal ao plano do anel (Oº), o fluxo do campo magnético é pro- ções de pressão e temperatura consideradas é:
3
porcional à área da superfície delimitada pelo anel em que o cam- V ; __!:'.'._ 0 ,5 00 dm 24,5 dm3 moI- 1.
po magnético não é nulo (a área em R é o dobro da área em Q). m n 2,041 x 10-2mo!
53 33
1.2 (B). A corrente elétrica induzida varia proporcionalmente à for- 4.1 (A). Em 100 g do composto há • g 3,33 mo! de O,
16,00 g moI- 1
ça eletromotriz induzida que, em módulo, é igual à taxa de varia-
40,00 g 6 ,67 g
ção temporal do fluxo do campo magnético através da superfície , ; 3,33 mo! de C e ; 6,60 mo! de H.
12,01 g mo 1- 1,01 g moI- 1
delimitada pelo anel: em Q e em S essa taxa é máxima (o anel está
A proporção em que os átomos se combinam no composto é
a entrar e a sair, respetivamente, da reg ião em que há um campo
3 ,33 3 ,33 6,60
magnético); em P, R e T não há variação do fluxo do campo mag- , ; 1 O, , ; 1C e , ; 2 H, ou múltiplos desta proporção.
nético, sendo, por isso, nula a força eletromotriz induzida. 3 33 3 33 3 33

1.3 (A). O fl uxo magnético é nulo fora da região sombreada visto 4.2 (D). Os compostos orgânicos são normalmente compostos mo-
que 8; Õ e é constante enquanto o anel está todo dentro dessa leculares em que os átomos de carbono estabelecem, entre si,
região, aumentando enquanto entra naquela região e d iminuindo ligações covalentes, ou sej a, ligações por partilha localizada de
ao sair. eletrões de valência. O número de eletrões partilhados por cada
3 átomo numa ligação carbono-carbono pode ser 1 (ligação sim-
2.1 Sabemos que v2 ; - v, e que ex, ; 20°. A amplitude do ângulo
2 ples), 2 ou 3 (ligações múltiplas). Nas ligações múltiplas (duplas ou
de refração, ex2, obtém-se da Lei de Snell-Descartes: n 2 sin a.2; triplas) entre átomos de carbono as forças atrativas são mais inten-
c c v sas, aproximando mais os núcleos dos átomos ligados, pelo que
; n, si n ex, <cc> - sin ex2 ; - sin ex <cc> sin ex ; ....:.2.. sin ex <cc> sin ex ; apresentam menores comprime ntos de ligação. À medida que o
3 v2 v1 1 2 v1 1 2
número de pares de eletrões ligantes aumenta a ligação fica mais
;
2
v, v, sin 20· ⇒ ex
2
; arcsin ( ~ sin 20·) ; 30,9º.
forte, pelo que a energia de ligação aumenta. Assim , a energia
de uma ligação dupla é menor do que a de uma ligação tripla.
O ângulo de refração é o ângulo entre o feixe refratado e a normal Nas moléculas de metano, CH4 , e de clorometa no, CH 3CC, existem
à superfície de separação dos dois meios, no ponto de incidência, 4 ligações cova lentes simples, pelo que a repulsão mínima entre
logo, a amplitude do ângulo entre esse feixe e a superfície de se- os 4 pares de eletrões pressupõe uma geometria tetraédrica. Mas
paração é (90º - 30,9º) ; 59º. a presença do átomo de cloro, ce,
gera uma assimetria de carga
na molécula do clorometano, pelo que a molécula é polar.
2.2 Na situação B, a luz ao incidir na fronteira dos dois meios não
é refratada para o meio 2, o que sugere ter ocorrido reflexão total. Metano: Clorometano:
Poderá ocorrer reflexão total se o ângulo de incidência for menor H H
1 ••
do que o ângulo de refração. Assim, quando aumenta o ângulo de 1
H-C-Cf :
H-C-H
incidência ocorrerá reflexão total se o feixe de luz que incida na 1 1
H H
fronteira segundo um ângulo de incidência, ex3 , for maior que o ân-
gulo de incidência que daria o rigem a um fe ixe refratado paralelo
GRUPO li
a essa fronteira, pois, nesse caso, o ângulo de refração atingiria
a amplitude máxima, 90°. Para que o ângulo de refração (meio 2) 1.1 (B). A reação é exotérmica (/1,.H < O), pelo que a energia liberta-
seja maior do que o ângulo de incidência (meio 1) é necessário da na formação das ligações nos produtos é maior do que a ener-
que o índice de refração do meio 2 seja menor do que o índice de gia absorvida na quebra das ligações dos reagentes. Se a reação
refração do meio 1, o que é equivalente à veloc idade de propaga- ocorrer em sistema isolado não há transferência de energia para o
ção da luz no meio 2 ser maior do que no meio 1. exterior. A energia cinética interna do sistema aumenta à custa da
diminuição da energia potencial interna (energia associada às liga-
Prova-modelo 2 (pág. 336) ções entre os átomos), mantendo-se constante a energia interna
do sistema. O aumento da energia cinética interna representa um
GRUPO! aumento da temperatura do sistema, uma vez que este é isolado.
1. (B). Se o teor de CO2 na atmosfera terrestre é 0,041% em vol ume,
x 4,0 mo! ; 3,40 mol ⇒ nNOno eq,lllb<lo ;
1.2 (D). nNOq,e ,eag'" ; 0 ,85
o mesmo teor expresso em partes por milhão, em volume, pode
; (4,0 - 3,40) mo! ; 0,600 mo!. De acordo com a estequiometria
ser obtido co nsiderando:
da reação, 2 mol de CO reagem com 2 mo! de NO para formar
0,041 dm 3 x 4,1 x 10- 2 x 106
100 dm3 ; 106 dm 3 ⇒ x 102 2 mo! de CO2 e 1 mo! de N2. Então, reagiram 3,40 mo! de NO com
3,40 mo! de CO e foram originadas 3,40 molde CO2e 1,70 mo! de N2.
2. (B). A percentagem, em volume, de N 2 no ar é 78%. Assim, ovo-
n co no eq,ulbno ; (6,0 - 3,40) mo! ; 2,60 mo!.
lume de N2 em 10 ,0 dm3 de ar, em condições PTN, seria
ntotaldegasesnoeqWllbílo ; (2,60 + 0,600 + 3,40 + 1,70) mo! ; 8 ,3 mo!.
VN 2 ; (
1~~ x 10,0 ) dm 3 ; 7,8 dm3. A quantidade de moléculas de 1.3 (A). N.º de oxidação do carbono na espécie CO: x + (- 2); o ⇒
⇒ x; +2. N.º de oxidação do carbono na espécie co2: x + 2 x (- 2) ;
, ~ 7,8dm3
N2 e nN2 ; Vm ; ,4 dm3 mo!-' ; 0,35 mo!, pelo que a quanti- ; O ⇒ x ; +4. Variação do número de oxidação do ca rbono:
22 +4 - (+2); +2 . OCO oxida-se, logo o NO atua como oxidante.
dade de átomos de nitrogénio é nN; 2nN2; 2 x 0,35 mo! ; 0,70 mo!.
2. Cálculo da quantidade de NO existe nte na amostra de ar:
3. Cálculo da quantidade de matéria de oxigénio em 0,500 dm 3: n ; ~ 50,0 L x (30,0 x 10-3) g L-1
2 58 X 1021 No MNo 30,01 g mo1-1 ;::; 0,0500 mol.
no2 ' ; 4,286 x 10-3 mo!.
6 •02 x 1023 moI-1 Cálculo da quantidade de 0 2:
Cálculo da quantidade total de moléculas no volume de ar inspi- ~ 1,8 dm3
rado : como a quantidade de matéria é, nas mesmas condições no2 ; V d _ ; 0,0804 mo!.
m 22 ,4 m3 mol 1
de pressão e temperatu ra, diretamente proporcional ao vol ume, a
Identificação do reagente limitante: de acordo com a estequiometria
quantidade total de moléculas, n,010,. obtém-se da proporção:
2 mol NO 0,0500 mo! NO
~_ 1 _ ~ _ 4,286 x 10-3mol da reação (2 mo! NO : 1 mo! 0 2) - - - - ------- ⇒
- - - , logo n, ia, -'------ 2,041 x 10- 2mo!. 1 molO2 X
no2 0,21 ° 0 ,21 0,21 ⇒ x ; 0,0250 mo! o,.

378
Como a quantidade de 0 2 utilizada (0,0804 mol) é superior à A intensidade da resultante das forças, F. , que atuam sobre
quantidade necessária para fazer reagir completamente 0,0500 o esquiador 2 é menor do que aquela que atua sobre o esquiador 1,
mol de NO, conclui-se que o oxigénio é o reagente em excesso. pois, F• = dLlE, (no esquiador 2 é menor o aumento da energia
Cálculo da quantidade de NO2 obtido:
0,112 dm3 cinética e é maior o módulo do deslocamento para o mesmo des-
nNo 0011do = - - - - - - = 0,00500 mol. nível .'lh). Sobre a Intensidade da resultante das forças de atrito, F0 ,
2 22,4 dm' moI- 1
0,00500 mol nada se pode concluir, pois, para o esquiador 2 é maior, em mó-
Cálculo do re ndimento da reação: 17= nºº""ª =0,10.
n preVlsta 0,0500 mol dulo, o trabalho realizado por essas forças, mas também é maior o
-W ·
GRUPO Ili deslocamento: F0 = --f'-·
1.1 Cálculo das quantidades de 0 2 e SO3 no equilíbrio: 4. A Segunda Lei de Newton para aquele troço do movimento é:
N+ P + if, = m ã. Como o movimento é retilíneo, a resultante das
EII forças que atuam na direção perpendicular ao movimento é nula:
Início / mol 0 ,32 0,17 N - P cos 30º = O <=) N = mg cos 0 ⇒ N = m x 10 x cos 30º = 8,66m.
F = 0,12N = 0,12 x 8,66m = 1,04m.
Variação / mol -2x -X +2x 0
Aplicando a Segunda Lei de Newton na direção do movimento,
Equilíbrio / mol 0,062 0 ,17 - X= 0,17 - 0 ,258 = 0,041 0 ,258 obtém-se: P sin 30º - F0 = ma <=) P sin 30º -1,04m =ma<=) m x 10 x
2 x sin 30º - 1,04m = m a <=) a = 4,0 m s- 2 .

0,32 mol - 2x = 0,062 mol => 2x = 0,258 mol. 5. {D). Sendo constante a componente tangencial da resultante
Cálculo da constante de equilíbrio da reação considerada, a 700 ·e: das forças , é também constante a componente tangencial da ace-
como o volume do recipiente é 1,00 L, as concentrações, em mol L-1, leração do esquiador. Assim, a distância percorrida será dada por
são numericamente iguais às quantidades de matéria. 1 1
uma expressão do tipo d = Vi + at2 = at2, dado que o es-
K = Iso3I; o,2532 = 4 2 x 102. 2 2
C Iso2 I; X 10 2 10 0,0622 X 0,041 ' quiador parte do repouso (v0 = O). Como o esquiador não está em
queda livre, a < 10 m s- 2, logo, d < 5,01 2.
1.2 Se a concentração de 0 2 {g) aumentar, o quociente da reação
6. A energia mecânica do sistema esquiador 1 + Terra na posi-
ISO 12
será menor do que a constante de equilíbrio, Oc = ISO,12 x IO,I < K,. ção A é E m A= mgh = m x 10 x 24. Em C a energia mecânica será
E mc = 0,90 x m x 10 x 24, o que permite determinar o módulo da
O sistema deixa de estar em equilíbrio, evoluindo de forma que o velocidade em C, pois para o nível de C a energia potencial é nula:
quociente da reação irá aumentar até igualar o valor da constante
de equilíbrio à temperatura de 700 ·c, sendo a reação direta favo-
~ mv2 = o 90 X m X 10 X 24 <=) v 2 = 2 X o 90 X 10 X 24 m2 s-2 =>
2 e ' e •
recida até se atingir um novo estado de equilíbrio. ⇒ vc = 21 m s-1.
2 . {D). A partir dos valores da tabela, à medida que a temperatura
GRUPO V
diminui a constante de equilíbrio, K,, da reação aumenta, o que
1.1 {A). As linhas de campo divergem das cargas positivas e con-
permite concluir que a reação direta é favorecida com a diminui-
vergem para as cargas negativas. O campo elétrico é tão mais ln-
ção da temperatura. Consequentemente a quantidade de produto
tenso quanto maior for a densidade de linhas de campo.
aumenta, logo o rendimento da reação deverá aumentar. De acor-
do com o Pri ncípio de Le Châtelier, uma diminuição da temperatu- 1.2 (C). A força elétrica tem a direção do campo elétrico {direção
ra favorece a reação exotérmica, pelo que a reação de formação tangen te à linha de campo elétrico), neste caso, a direção do eixo
de SO3 {g) {reação direta) será exotérmica. Ox. Como a carga é negativa, o sentido da força é o sentido opos-
3.1 (B). A força de um ácido, a uma determinada temperatura, está to ao da linha de campo, portanto, da direita para a esquerda (sen-
relacionada com a extensão da respetiva reação de Ionização, ou tido negativo do eixo dos xx).
seja, da capacidade de originar iões H3 O', podendo ser medida
2.1 {A). No instante tA a perpendicular ao plano das espiras é pa-
K {H SO) 103
pelo valor da constante de acidez. ª 2 4 = - - = 105. ralela ao campo magnético, logo, o módulo do fluxo do campo
K0{H 2 SO3) 10- 2 magnético é máximo, portanto, tA poderia corresponder a um dos
3.2 {D). A força de um ácido e da respetiva base conjugada estão seguintes Instantes: 25 ms, 75 ms, 125 ms, 175 ms. No instante 18
relacionadas pela expressão: K. x K0 = Kw, sendo que, a uma dada a perpendicular ao plano das espiras é perpendicular ao campo
temperatura, o produto iónico da água é constante. Assim, o ácido magnético, assim, o módulo do fluxo do campo magnético é nulo,
que tem maior constante de acidez {H 2SO4 ) terá uma base con- portanto, poderia corresponder a um dos seguintes instantes:
jugada mais fraca, ou seja, com menor constante de basicidade. O ms, 50 ms, 100 ms, 150 ms, 200 ms.

GRUPO IV 2.2 O módulo do fluxo magnético máximo que atravessa as super-


1. (D). Na descida a altura vai diminuindo {M < O), logo, a energia fícies delimitadas pelas espiras da bobina é 14>mima, = NBA cos o·
potencial gravítica também diminui, (.'lEpg = mgllh < O). O trabalho da (situação em que o plano das espiras é perpendicular às linhas
força gravítica, como é o simétrico da variação de energia potencial, de campo magnético), o que permite determinar a intensidade do
é Igual porque as massas e as variações na altura são Iguais. l<I> 1 0,200 Wb
campo magnético: B = --'Il.lllilL = - - - -- -2- = 8,0 x 10-3 T.
2. (B). A energia mecânica diminui na descida, ou seja, é maior
NA 800 x n x o,10 m2
para maiores alturas (h maior), o que exclui as opções {C) e {D).
GRUPO VI
Para o esquiador 2 a diminuição de energia mecânica é mais
acentuada {o esquiador 2 dissipa 20% da energia mecânica, en- 1.1 {B) . O comprimento de onda, À, é a distância mínima entre dois
quanto o esquiador 1 apenas 10%). pontos na mesma fase de vibração: À = ÃE = Ei = CH. A distân-
cia entre as posições A e I corresponde a dois comprimentos de
3. (D). A dissipação de energia mecânica é maior para o esquiador
- 2À <=) À=-.
onda: AI= Ai
2, logo, também o é o módulo da soma dos trabalhos realizados
2
pelas forças de atrito (E0 ~~pad• = - LlEm = - W,,;)- Quanto maior for a 3T
1.2 (D). No instante t = a onda deslocou-se no sentido de A
energia dissipada, menor será a soma dos traba lhos realizados 4
pelas forças que atuam no esquiador (LW= W;;, + W,. + W,,; = w,, + 3
para Ide uma distância d = -À.Comparando o padrão no instante
+ O - E0 tss,pa0al• uma vez que o trabalho rea lizado pela força gravíti- 4
ca, que depende do desnível Llh, é o mesmo (Wi", = LlEpg = -mgllh). t = O com os padrões das alternativas pode concluir-se que:

379
- em (A) o padrão é idêntico, logo deslocou-se de um múltiplo in- 2.2 F0 = 20F ⇒ ma=
20m g ⇒ a = 20g = 20 x 10 m s-2 = 200 m s-2 ;
9
teiro do comp rimento de onda e o instante poderá corresponder 200
f = 200 r.p.m . = s = 3,33 Hz; w = 2 1t f= 20,9 rad s-1; a = w2 r ç;
a um instante múltiplo inteiro do período; 60
ç=; 200 m s- = (20,9 rad s-1) 2 r ç; r = 0,46 m.
2
- em (B) o padrão está deslocado para a direita, aproximadamente
À T 2.3 (B). O módulo da veloc idade angular, w, é o mesmo para am-
de
4, logo poderá corresponder a um instante t = ou múlti-
4 bos os sensores, logo, o de trajetória com maior raio, U, tem tam-
p los inteiros desse instante; a r
bém maior aceleração (a = w2 r): _u = ___'!_ = 1,5. Sendo o quociente
- em (C) o padrão está deslocado de..?:_, logo poderá correspon- e ªo rp
T 2 dos raios das trajetórias inverso do quociente das massas, as in-
der a um instante t = - e aos seus múltip los inteiros; Fu muau m x 1,5a0
2 tensidades das forças são iguais: - = - - = - - - ~ = 1.
3À F0 m0a0 1,5m x a0
- em (D) o padrão está deslocado para a direita, de - , logo po-
4 e 3 x 108 m s-1
3T 3. 0,693 m; À= f = x Hz 0,693 m.
derá corresponde r a um instante t = - ou aos seus múltiplos 433 106
4
inteiros.
2.1 (A). Após se r emitida, a radiação sofre refração ao passar do ar GRUPO li
para o vidro, reflexão total na superfície ext erior do para-brisas e , 1. (C). A potência incidente no painel é
novamente, refração ao passar do vidro para ar, antes de atingir P,nc = E, X A = 170 w m- 2 X 34 X 10-• m 2 = 0,578 w = 578 mW
o detetor. , P 80 mW
e o rendimento e IJ = - - x 100% = - - - - x 100% = 14%.
2.2 Para que o sistema funcione adequadamente , é necessário P,nc 578 mW
que a luz sofra reflexão total na superfície exterior do para-brisas
2. Associação em série. Um painel fornece uma potência máxima
quando está seco. Assim , o ângulo de incidência na superfície de
de 80 mW para uma tensão de 1,20 V, ou sej a, a corrente elétrica é
separação vidro-ar deve ser superior a um ângulo limite 1, ª um i P 80 mW
. . 90º ⇒ C(um, = arCSln n., ) = arCSln. (~
. ( -n- 1,000 ) =
I = U = ,
1 20
V = 67 mA. Na associação em paralelo, a tensão
n ~dro Sln C(um, = n., Sln
vidro ' máxima é igual, mas a potência aumenta para o dobro, aumentan-
= 42,1°. Por outro lado, quando o para-brisas está molhado, a luz não do também a corrente. Na associação em série, a tensão máxima
deve sofrer reflexão total, sendo refratada do vidro para a água. aumenta para o dobro, mantendo-se a corrente elétri ca.
Para que não sofra reflexão total, o ângulo de incidência na superfí-
3. No satélite, a energia incidente num segundo na célu la aumenta
cie de separação vidro-ág ua deve ser inferior a um ângulo limite 2 , 1400 W m- 2
de um fator igual ao do aumento da irradiância: 8,24 =
ª um 2 : nvld(r~:; )ª um 2 = n"""" sin 90º ⇒ ª um 2 = arcsin ( ~:::) =
W m-2 •
170
Assim, a potência útil máxima aumentará também de um fator
= arcsin : = 63,2º. Conclui-se que para que o sistema funcio- igual P0111 = 8,24 x 80 x 10-3 W = 0,659 W. O número de células ne-
1 49 10 W
ne, a amplitude do ângulo de incidência deverá estar contida no cessárias é - - - - 15,2 ; dever-se-á optar por 15 células.
0,659 W
intervalo [42,1º, 63,2°].
GRUPO Ili
1. (B). O Efeito Doppler consiste na va riação da freq uência devida
Prova-modelo 3 (pág. 342)
ao movimento relativo entre emissor e recetor. Neste caso, as on-
GRUPOI das são refletidas nas camadas de ar e a frequência detetada será
l.l (D). No gráfico do módulo da velocidade em função do tempo, diferente devido ao movimento relativo dessas camadas de ar re-
v(t), verifica-se que, no intervalo de tempo [O, 4] s, a velocidade au- lativamente ao satélite.
menta, logo, trata-se de um movimento acelerado. Como o aumen- 2. (B). O com primento de onda é diretamente proporcional à velo-
to da velocidade não é o mesmo para iguais intervalos de tempo c idade de propagação e o índice de refração é inversamente pro-
(a linha no gráfico não é uma reta), a aceleração não é constante.
porcional à velocidade (_'.'.i_ = ~ ).
1.2 Na descida do cansat, entre aproximadamente 17 s e 122 s, o n2 v1
gráfico h{t) apresenta uma reta , o que significa uma veloc idade de 3 . (D). Se uma mesma massa receber a mesma energia, a variação
descida constante (o declive da tangente ao gráfico é sempre o de temperatura será inversamente proporcional à capacidade tér-
mesmo), e ig ual à velocidade média. Admitindo que um referencia l E
mica mássica: t, T = - -.
Ox, de sentido positivo de baixo para cima, a componente escalar me
tih (120 - 920) m
da veloc idade média, segundo Ox, é vm = =M ( _
110 35
)s GRUPO IV

= -10,7 m s- 1. O módulo da velocidade, 10,7 m s-1, encontra-se in-


1. Cálculo da massa de Fe,03 (s) que existe em 100 toneladas de
hematite: 100 toneladas de hematite contêm 30% de impurezas,
cluído no intervalo recomendado.
logo contêm (100% - 30%) = 70% de Fe2 O 3 (s); m,.203 = 1,0 x 108 g x
1.3 No instante 60 s, a velocidade é constante, logo a aceleração X 0,70 = 7,00 X 10
7
g, m
é nula. As forças que atuam são o peso e a força de tensã o do fio.
Como a resu ltante é nula , elas são simétricas . A intensidade da
Cálculo da quantidade de Fe,0 3 (s) que reage: 2
0, = M = n,.
7,00 X 107 g
tensão do fio é igual a mg = 0,350 kg x 10 m s- 2 = 3,5 N. ------ = 4 383 x 105 mo!
159,70 g moI-1 ' •

1.4 (A). Na descida a v elocidade é consta nte, logo, també m a Cálculo da massa de ferro q ue é produzida: de acordo com a es-
1 tequiometria da reação, por reação de 1 mo! de Fe2O 3 obtém-se
energia ciné tica , Ec = mv2. Assim, a energia mecânica aumen-
2 1 mo! Fe O 4,383 x 105 mo! Fe O
ta com a energia potencial gravít ica (Epg = m g h}: Em= Ec + m g h 2 mo! de Fe, pelo que - - -- - - - - - - - -- - ⇒
2 mo! Fe n,e
(a energia mecânica aumenta linearmente com a altura; ao atingir
⇒ n,e = 8 ,766 x 105 mo! ⇒ m,. = 55,85 g moI- 1 x 8 ,766 x 105 mo! =
o solo, h = O, a energia mecânica é igual à energia cinét ica com
= 4 ,90 X 107 g = 49,0 (.
que o cansat chega ao solo}.
2. (C). Um aumento de pH implica a diminuição da concentração
2.1 (A). No movimento circular uniforme a resu ltante das forças é
de H,O' . A reação direta é favorecida, pelo que a concentração de
perpendicular à circunferência descrita e aponta para o centro da
CO 2 diminui e a concent ração de HCO; aumenta.
circunferência.

380
3. Cálculo da quantidade de CO2 que reagiu em 1,0 dm3 de solu- 3. (A). As afirmações (B), (C) e (D} são recomendações de prudência.
0,05
ção: nco = 2,0 mol x = 0,0010 mol.
2 100 Prova-modelo 4 (pág. 348)
Cálculo da quantidade de H3 O• que se formou, em 1,0 dm 3 de so-
lução, e do pH: da estequiometria da reação, 1 mol de CO2 origina GRUPOI
1 mol de H3O+, n H • = 0,0010 mol ⇒ [H 3O•J = 1,0 x 10- 3 mol dm- 3 ⇒ 1. (D} . E = E, A !'.t = 1 kW m-2 x 100 x 10-4 m2 x 5 h = 0,050 kW h.
1 30 1
⇒ pH = 3.
2. O rendimento estabelece-se pelo quociente entre a potência
GRUPO V útil, P" = U /, e a potência incidente na célula, P,nc = E, A. Do grá-
fico, verifica-se que as potências máximas úteis ocorrem ambas
1. (D). Verifica-se, a partir do gráfico, que o Fe(OH)3 (s) é muito solúvel
para tensões de 0,40 V, quando as correntes e létricas são 2,10 A e
em água para va lores de pH inferiores a 2, enquanto o AC(O H)3 (s)
0,40 A, respetivamente, para a maior e a menor irradiância. Assim,
é muito solúvel em água para valores de pH inferiores a 4. Assim,
PU 0,40 X 2,10 W
para va lores de pH entre 2 e 3 apenas precipitará o Fe(OH)3 • os rendimentos (17 = P,nc x 100) são: 7)1000 = x x _. W x
1000 100 10
2. A água quimicamente pura a 25 ·c tem pH = 7. Verifica-se, a 4
x 100% = 8,4% e 7) = 0,40 x 0, 0 W x 100% = 8 0%. A cé-
partir do gráfico, que para este pH, ambos os sais se tornam inso- 200 200 X 100 X 10-4 W '
lúveis. Conclui-se, assim, que não se verificará a solubilização de
lula apresenta um rendimento máximo praticamente igual para as
nenhuma das substâncias.
duas irradiâncias. A pequena diferença registada pode justificar-
-se pelas incertezas de leitura.
GRUPO VI
1.1 (A). A abundância Y é 100 - (90,48 + 0,27) = 9,25%. Se os isó- GRUPO li
topos Ne-20 e Ne-22 (os dois isótopos mais abundantes) tives-
1.1 (A). A corrente elétrica diminui quando aumenta a resistência
sem abundâncias semelhantes, a massa atómica re lativa média do
néon seria próxima de 21,0. Como o isótopo Ne-20 é muito mais elétrica, não se relacionando linearmente

(1 = _€_)·
R +r
A corrente
abundante do que o Ne-22, prevê-se que a massa atómica re lativa 1
tende para /=-,quando a resistência R, é muito grande, e para
média esteja mais próxima de 20 do que de 21. R,
1.2 (B). As energias presentes no espetro são as necessárias para I= 7€ quando a resistência R, se aproxima de zero.
remover 1,0 mol de eletrões do néon. Os eletrões da orbital 1s são
os que pertencem ao subnível de menor energia, sendo, por isso, 1.2.1 (B) . A diferença de potencial aumenta com a resistência e com
necessário mais energia para a sua remoção. a corrente elétrica. Como a corrente no ramo principal é igual à
2. (D) . Os espetros A e B co rrespondem a átomos do mesmo ele- soma das correntes nos ramos da derivação, a corrente elétrica
I em R, é maior do que em qualquer outra das duas resistências.
mento químico, pois as riscas de absorção, no A, aparecem nos
mesmos valores de frequência do espetro de emissão B. A risca (1) A diferença de potencial entre FG é a diferença de potencial nos
tem a cor azul e a risca (2) é cor de laranja. A energia associada à extremos da resistência R2= R,: u,G = R/2 = R,12< u., = R,J, porque a
emissão de fotões de radiação azul é superior à de fotões de ra- corrente elétrica / que atravessa R, é maior do que a corrente elé-
diação cor de laranja. O espetro C é um espetro de emissão (riscas trica /2 que atravessa R2 •
coloridas) e o espetro D é de absorção (riscas negras). As riscas U U 8,4 V €- U
1.2 .2 (D} .17=- ⇒ 1õ=-=-- = 9,0V.ComoU=€-r/ ⇒ r =--=
coloridas correspondem a transições eletrónicas de níveis supe- € T) 0,93 /
riores para níveis inferiores, por emissão de radiação. = (9,0 - 8,4) V = Q.
25
3.1 (D). As configurações eletrónicas são F - 1s2 2s2 2p5 ; Na - 0,24 A '
1s2 2s2 2p6 3s'; Mg - 1s2 2s2 2p6 3s 2 ; ce -
1s2 2s 2 2p63s2 3p5 • Os elemen- 2. (C). O módulo da força eletromotriz induzida é igual ao módulo
tos F e ce,
não-metais, pertencem ao grupo 17 e ao bloco p, pois, da variação do fluxo magnético por unidade de tempo. Quando o
no estado fundamental , os eletrões de valência mais energéticos íma n se aproxima da bobina aumenta o fluxo do campo magné-
estão em orbitais p, enquanto o Na (grupo 1) e o Mg (grupo 2) per- tico através da área das espiras, e quando se afasta ocorre uma
tencem ao terceiro período e ao blocos, pois, no estado fundamen- diminuição. Como o íman em queda aumenta a sua velocidade,
tal, os eletrões de valência mais energéticos estão em orbitais s. aquelas variações ocorrem mais depressa à medida que o íman
3.2 (B}. Fé do grupo 17 (sete eletrões de valência) e Mg é do grupo vai descendo, ou sej a, para valores maiores do tempo.
2 (dois eletrões de valência). F estabelece ligação com Mg forman- GRUPO Ili
do o composto iónico MgF 2, pelo que as unidades estruturais são
conjuntos de iões F- e Mg 2 • na proporção de 2:1.
1. (C). O gerador fornece sinais elétricos e as ondas na água são
mecânicas.
3.3 (B}. Os eletrões de valência de um átomo de cloro encontram-se
no nível n = 3, enquanto os eletrões de va lência de um átomo de 2. Tomando 5 ,5 períodos tem-se 5,5 T = ( 7 + ~ ) div
5
x 25
d1v
= ~
flúor encontram-se no nível n = 2. Os eletrões de valência do flúor
= 195 ms ➔ T = 35,5 ms. Tomando duas posições, por exemplo
são menos energéticos: é necessária mais energia para os remover.
1,00 cm e 3,00 cm, o espaço entre elas corresponde a 2,5 À, então
O raio atómico do cloro é superior ao do flúor, pois os eletrões dos
átomos de cloro distribuem-se por três níveis de energia, enquanto 1
2,00 cm À 0,80 x 10- 2 m
,-.= --- 080cm v=- = - - - - - 0,23ms- 1.
os dos átomos de flúor distribuem-se por dois níveis de energia. Con- 2,5 ' . T 35,5 x 10- 3 s
sequentemente, a nuvem eletrónica dos átomos de cloro é maior. 3. (D). Alterações apenas nos coma ndos do osciloscópio só pro-
duzem efeitos na visua lização dos sinais e não nas características
GRUPO VII físicas das ondas.

1. (C} f= vVf(soluçàodllulda) -,.__,_ r-- -


500 ml cl{soluçàolnlClaQ
- - =2;f= ~ = = ~ 2 ⇒
4. (B). A velocidade da onda é tanto maior quanto maior for o com-
/{solução lnlelal) 250 ml cf(soluç:lodllufda) primento de onda. Por medição dos ângulos, o ângulo de incidên-
⇒ C l{SOIUÇàOIOlClal) =2 X C f(SOIUÇãôdllUlda) cia tem uma amplitude de 30º e o de refração 24º.

2. A concentração da solução preparada é inferior ao valor pre- GRUPO IV


tend ido, pois ao retirar solução com o conta-gotas perdeu-se
soluto. A atitude a tomar numa situação destas é preparar uma 1. (D). A energia dissipada é simétrica da variação de energia me-
nova solução. cânica e como o movimento se dá na horizontal não há variação

381
de energia potencial, pelo que também é simétrica da variação de 3.1 (B). m0 = (2,572 - 2,552) g = 0,020 g, a que corresponde a
Mcuo
energia cinética: -1';.E, = 0,5 x 1000 kg x ( :.~ m s-')2 = 2,47 x 10-s J. seguinte massa de óxido de cobre(II): mcuo = 0,020 x -----;;;,- =
o
1
-1';.E 2,47 x 10-5 J 79,55 g moI- mcuo
A massa de gelo que fundiria seria m = ~ = 3,34 x 10 s J kg-' = o 020 g x ----- = 0,099 g. %(CuO) = - - - x 100 =
' 16,00 g mol-l m ~ mlna

99
= 0,74 kg.
80 80
º•º
2,572 g
g X 100 = 3,8%.
2 X = v0 t-0 5at2 ➔ 186 = - - t-0,5at2 e v= v0 -at ➔ O =- - -at.
• ' 3,6 3,6 3.2 A equação química da reação de restauro do brilho da lâmina
Resolvendo o sistema das duas equações obtém-se a= 1,33 m s- 2 . e os números de oxidação dos diferentes átomos são
A res ultante das forças é a resultante das forças de atrito,
CuO (s) + H2 (g) ⇒ H,0 (g) + Cu (s)
F = F0 =ma= 1000 kg x 1,33 m s- 2 = 1,33 x 103 N ➔ 1,3 x 10 3 N . +2 - 2 O +1 - 2 O
3. Em ambos os casos, a soma dos trabalhos realizados pelas l';.n.o.(Cu) = O - (+2) = -2 e t';.n.o.(H) = +1 - O = +1. Verifica-se que o
forças que atuam no carro é a mesma, dado que a variação de
número de oxidação do cobre diminui, o que traduz a redução da
energia cinética é a mesma, pois, em ambos os casos, o carro
espécie CuO, enquanto o número de oxidação do hidrogénio au-
acaba por se imobilizar. Na subida do plano inclinado, para além
menta, o que traduz a oxidação da espécie H2 • Conclui-se, assim,
do traba lho das forças de atrito, a força gravítica também realiza
que o processo de restauro do brilho da lâmina traduz uma reação
trabalho , ambos do mesmo sinal (negativos). Ass im, o traba lho rea-
de oxidação-redução, pois há variação dos números de oxidação,
lizado pela resultante das forças de atrito seria menor, em módulo,
ou seja, há transferência de eletrões entre as espécies envolvidas.
no plano inclinado. Como o trabalho realizado pela resulta nte das
forças de atrito é diretamente proporcional ao deslocamento, a GRUPO VIII
distância percorrida no plano inclinado seria também menor.
1. (D). As soluções I e li estão saturadas, ou seja, a quantidade de
4. (C). Se as forças de atrito fossem nulas também seria nula a re- soluto dissolvida por unidade de volume é a mesma, pelo que a
sultante das forças, pelo que não haveria variação da ve locidade. concentração das duas soluções é igual. O fluoreto de chumbo
Assim, a velocidade seria constante. (soluto) adicionado à solução I dissolve-se e precipita ao mesmo
ritmo, atingindo-se assim, o equilíbrio entre o soluto d issolvido e
GRUPO V o soluto por dissolver, mantendo-se, por isso, a concentração da
1. (A). As concentrações iniciais de A e de 8 , respetivamente solução j á saturada.
2,0 mol dm-3 e 3,0 mol dm-3 , passam no equilíbrio para 1,5 mol dm-3
2. (C). K, = IPb2 ' I. F I; ~ K, = s x (2s) 2 = 4s 3 ⇒
e 0,5 mol dm-3 . Assim , por cada dm 3 , as quantidades das espécies
3 7
A e 8 diminuem - 0,5 mole -2,5 mol, respetivamente, o que per- ~ 171 X 10-
⇒5 =✓ = ' = 5,62 x 10-3 mol dm- 3
mite conclui r que a proporção em que as espécies A e 8 reagem 4 4
;

entre si é 1 mol A : 5 mol 8. [F-] = 2s = 2 x 5,62 x 10- 3 mol dm-3 = 1,1 x 10- 2 mol dm-3 .
2. Uma vez que a variação de entalpia do sistema é positiva, a rea- 3. O Pb(NO,)2 é um sal muito solúvel, pelo que se prevê que a
ção de formação das espécies C e D, ou seja, a reação direta, é concentração do ião Pb 2' (aq) sej a muito maior do que a solubili-
endotérmica, pelo que a reação inversa é exotérmica. De acordo dade de PbF2 • Assim , quando se adiciona PbF 2 a uma solução de
com o Princípio de Le Châtelier, uma diminuição da temperatura Pb(NO3) 2 (aq), a solubilidade do PbF2 será menor do que em água
favorece a reação exotérmica, que, neste caso, é a reação inversa. devido à presença em solução de iões Pb2 ' (aq), que, de acordo
Deste modo, se a temperatura diminuir as concentrações de C e D com o Princípio de Le Châtelier, irão favorecer a reação de preci-
irão diminuir e as concentrações de A e 8 irão aumentar. pitação.
3 . (A). O valor da constante de equilíbrio varia com a temperatura,
4. Cálculo da co ncentração de Ião F- (aq): K, = IPb2 •I. IF-I; ~
não dependendo da composição inicial do sistema.
7 1 X 10- 7
' mol dm- 3 =
GRUPO VI 1,50 X 10- 3
1. (B). A densidade relativa do estanho constituinte da amostra = 2,17 x 10 -2 mol dm- 3•
pode ser determinada pelo quociente entre a massa da amostra Cálculo da concentração hidrogeniónica e do pH da solução ne-
do metal de estanho (m.) e a massa de água de volume igual ao cessário para que o fluoreto de chumbo possa precipitar:
IF-I IH 0 ·1 2,17 x 10-2 x IH 0 ·1 •
volume daquela amostra. A massa de água de volume igual ao vo- K = e 3 e ~ 6,8 x 10-4 = - - - - - - - ⇒ [H O ] =
3
lume da amostra do metal (ou a massa de água deslocada) é dada • IHFI. 0,10
por [(m. + m8 ) - mel, = 3,13 x 10-3 mol dm- 3; pH = -loglH,O'I = - log (3,13 x 10- 3 ) = 2,5.

2. (D). Uma vez que o erro percentual é negativo, o va lor experi-


mental da densidade relativa do metal é inferior ao valor usado
como referência. Como aquele erro é muito pequeno, pode consi-
derar-se que o resultado obtido tem grande exatidão (maior exati-
dão significa maior proximidade relativa entre o valor experimental
e o va lor de referência).
3 . (A). Dado que se trata de um aparelho digital, a incerteza de lei-
tura é a menor diferença entre leituras, neste caso é 0,01 g.

GRUPO VII
1. (A). Apenas a lâmina de chumbo cede eletrões ao Cu 2• (aq), logo,
o chumbo é o metal que apresenta maior poder redutor, e, conse-
quentemente, os iões Pb 2' (aq) têm menor poder oxidante, ou seja,
têm menor tendência para captar eletrões.
2. (C). Ocorre a redução dos iões Cu2• (aq) e forma-se um depósi-
to de cobre.

382
Anexos

Tabela de constantes
Capacidade térmica mássica da água líquida

Constante de Avogadro

Constante de gravitação universal G = 6,67 x 10-n N m 2 kg-2

Índice de refração do ar n = 1,000

Módulo da aceleração gravítica de um corpo junto à superfície da Terra g = 10 m s-2

Módulo da velocidade de propagação da luz no vácuo c = 3,00 x 108 m s-'

Produto iónico da água (a 25 ºC) Kw= 1,00 x 10-14

Volume molar de um gás (PTN)

Formulário

• Quantidade, massa e volumes

M = _!!!_ V=~ p = _!!!_


n m n V

• Soluções
n
c=- X
A
=
V

• Energia e sua conservação

1
E = - m v2 Epg =mgh Em = Ee + Ep
e 2

W= F d cosa Wf" =-t:,E


' pg

U= RI p = R 12 U =e -rl

E = me t:,T t:,U = W+ O E = .E_


' A

• Mecânica

x=x o +vo t+_l_at2 v=v0 +at


2
v2 21T
a= - w= - - v= wr
e r T

F =m Õ F = G m1 m2
g r2

• Ondas e eletromagnetismo
t:, <P
1 1
<Pm = B A cosa lc.l = - ~m
~
' M
e
n= -
v

383
w
00
~

TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS QUÍMICOS

1 18
1 2
H He
1,01 2 13 14 15 16 17 4,00

3 4 Número atómico 5 6 7 8 9 10
Li Be Elemento B c N o F Ne
6,94 9,01 Massa atómica relativa 10,81 12,01 14,01 16,00 19,00 20,18

11 12 13 14 15 16 17 18
Na Mg
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
AI Si p s CI Ar
22,99 24,31 26,98 28,09 30,97 32,06 35,45 39,95

19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
K Ca Se Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
39,10 40,08 44,96 47,87 50,94 52,00 54,94 55,85 58,93 58,69 63,55 65,38 69, 72 72,63 74,92 78,97 79,90 83,80

37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
Rb Sr V Zr Nb Mo Te Ru Rh Pd Ag Cd ln Sn Sb Te 1 Xe
85,47 87,62 88,91 91,22 92,91 95,95 101,07 102,91 106,42 107,87 112,41 114,82 118,71 121,76 127,60 126,90 131,29

55 56 57-71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
Cs Ba Lantanídeos Hf Ta w Re Os Ir Pt Au Hg TI Pb Bi Po At Rn
132,91 137,33 178,49 180,95 183,84 186,21 190,23 192,22 195,08 196,97 200,59 204,38 207,2 208,98

87 88 89-103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118
Fr Ra Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg Cn Nh FI Me Lv Ts Og
Act inideos

57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71
La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
138,91 140,12 140,91 144,24 150,36 151,96 157,25 158,93 162,50 164,93 167,26 168,93 173,05 174,97

89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103


Ae Th Pa u Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr
232,04 231,04 238,03
exame
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11.ºano 12. ano


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