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Lev Vygotsky
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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30/10/2020 Lev Vygotsky – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Sobre Vygotsky
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Ligações externas
Biografia
Filho de uma próspera família judia, formou-se em Direito pela
Universidade de Moscou em 1918. Durante o seu período acadêmico
estudou simultaneamente Literatura e História na Universidade
Popular de Shanyavskii.[4]
Tendo vivido a Revolução Russa de 1917, bem como estudado as obras de Karl Marx e Friedrich Engels, a
partir das proposições teóricas do materialismo histórico propôs a reorganização da Psicologia,
antevendo a tendência de unificação das Ciências Humanas no que denominou como "psicologia
cultural-histórica".
Entre os seus trabalhos de campo incluem-se: às populações camponesas isoladas de seu país, fazendo
testes neuropsicológicos entre as aldeias nômades do Uzbequistão e do Quirguistão (Ásia Central), antes
e depois do realinhamento cultural e sócio-econômico da revolução socialista, que incluía alfabetização,
cursos rápidos de novas tecnologias, organização de brigadas, fazendas coletivas e outros, como descreve
Alexander Luria em seu ensaio sobre diferenças culturais e o pensamento[6].
Graças a uma conferência proferida no "II Congresso de Psicologia" em Lenigrado, foi convidado a
trabalhar no Instituto de Psicologia de Moscou. Seu interesse simultâneo pelas funções mentais
superiores, cultura, linguagem e processos orgânicos cerebrais pesquisados por neurofisiologistas russos
com quem conviveu, especialmente Luria e Leotiev, em diversas contribuições no "Instituto de
Deficiências de Moscou", na direção do departamento de Educação (especial) do Narkompros, entre
outros institutos, além das publicações sobre o tema, encontram-se reunidos em "A Formação Social da
Mente", onde aborda os problemas da gênese dos processos psicológicos tipicamente humanos,
analisando-os desde a infância à luz do seu contexto histórico-cultural.
Após sua morte, suas ideias foram repudiadas pelo governo soviético. No entanto, seus alunos as
preservaram para a posteridade.[4]
Apesar da vida curta, foi autor duma obra muito importante, junto com Alexander Luria e Alexei
Leontiev – responsáveis pela disseminação dos textos de Vygotsky, muitos deles destruídos com a
ascensão de Stálin ao Kremlin. Devido à censura soviética, seus trabalhos ganharam dimensão há pouco
tempo, inclusive dentro da Rússia. No Ocidente, a primeira tradução de um livro seu, Pensamento e
Linguagem, foi lançada em 1962 nos Estados Unidos.
Os seus primeiros estudos foram voltados para a psicologia da arte. Extremamente culto, tinha entre
seus amigos o grande cineasta Sergei Eisenstein, admirador de seu trabalho. Suas proposições para
análise da obra de arte fazem um contraponto com a teoria psicanalítica e estudos da mitologia (fábulas),
linguística e poética dos formalistas russos (1915-1920), sendo considerado pioneiro no que se refere ao
moderno estudo da arte literária. É possível que as restrições à suas obras, pelo governo stalinista
estejam associadas à censura da psicanálise naquele país, a exemplo da perseguição e fechamento, em
1926, da clínica psicanalítica para crianças de Sabina Spielrein (1885-1942), uma psicanalista formada
por C. G. Jung.
Para Rego 2007 a proibição da edição das suas obras na União Soviética, entre 1936 e 1956, iniciou-se
com a identificação deste como idealista, a partir das suas críticas à utilização das teorias de Pavlov
quanto às potencialidades de condicionamento ambiental. Vygotskiy, apesar de concordar com a ideia da
plasticidade do homem face a cultura, argumentava com a cúpula do regime estalinista sobre a
capacidade humana de criar seu ambiente dando origem a novas formas de consciência e (ou)
organização. Somente com o fim da censura do totalitário regime stalinista que começou a ser
redescoberto iniciando-se pela publicação de seu clássico Pensamento e linguagem.
O contexto em que viveu Vygotsky ajuda a explicar o rumo que seu trabalho iria tomar. As suas ideias
foram desenvolvidas na União Soviética criada pela Revolução Russa de 1917 e refletem o desejo de
reescrever a psicologia, com base no materialismo marxista. O projeto ambicioso e a constante ameaça
da morte (a tuberculose manifestou-se desde os 19 anos de idade e foi responsável por sua morte
prematura) deram ao seu trabalho, abrangente e profundo caráter de urgência.
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Hoje sabemos quanto foi fundamental para o desenvolvimento da psicologia, em especial na União
Soviética, o diálogo que esse pensador estabeleceu com a teoria marxista da sociedade. As concepções de
Engels sobre o trabalho humano e uso de instrumentos como os meios pelos quais o homem transforma
a natureza, transformando a si mesmo numa perspectiva da evolução das espécies. Somada às
contribuições de Karl Marx sobre as influências das mudanças históricas da sociedade e da vida material
na consciência e comportamento humano que são retomados e utilizados na compreensão de um dos
principais problemas propostos por Wilhelm Wundt (1832-1920) para a psicologia: o estudo da
consciência incluindo a percepção de estímulos e os comportamentos complexos descritos na sua
Psicologia dos povos (Volkerpsychologie).
É a partir do conceito marxista de ideologia que faz uma de suas principais críticas às proposições de
Wundt para o estudo da linguagem, mitologia, arte, religião, costumes e leis, que para ele é o estudo da
ideologia e não do psiquismo social – ou capacidade de vida social do ser humano, esse animal político
(zoon politicon) da proposição aristotélica citada por Marx. Para Vygostky, porém, não se pode reduzir
esse estudo à gênese das ideologias a partir da economia política (o que foi entendido como críticas ao
marxismo) nem propor uma oposição entre o social e individual, como se fazia para diferenciar a
psicologia das demais ciências sociais. A psique é sempre efetivamente social e efetivamente construída.
A oposição social × individual deve ser substituída por individual e coletiva, entendendo por coletivo as
contribuições do indivíduo à coletividade (histórica, cultural, institucional), como pode ser visto na
história da arte, o seu caráter intersubjetivo (interpessoal), entendendo a psicologia social como
psicologia diferencial, cuja meta é identificar as diferenças individuais em indivíduos particulares,
concordando com Biékhtieriev quanto a reflexologia do indivíduo particular e a reflexologia coletiva,
onde obtêm-se os produtos sociais da atividade correlata de tais indivíduos.[7]
Por outro lado, a defectologia, com sua análise das diversas causas das deficiências mentais e sensoriais,
a especial contribuição que trouxe com a noção de sistema funcional para localização cerebral das
atividades no sistema nervoso, revelam seu interesse na neurociência e continuidade da obra de Ivan
Petrovich Pavlov (1849-1929), prêmio Nobel (1904) de neurofisiologia, com o início da teoria dos
reflexos condicionados, inibições e atividade nervosa superior. O que a escola de Vygotsky dera
continuidade. Alexander Luria, em um artigo sobre seu mestre e amigo Vygotsky, referindo-se ao
interesse comum de ambos pela neurologia e ao curso que realizavam na faculdade de medicina, lamenta
perder o amigo nesse caminho de médico que o tempo não lhe permitira trilhar.[8] Vygotsky morreu de
tuberculose antes de completar 38 anos, deixando uma extensa e complexa obra, contudo inacabada,
especialmente quanto aos aspectos neuropsicológicos, incluindo a produção conjunta com Alexander
Luria.
Instrumentos simbólicos
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Para Vygotsky, os signos, a linguagem simbólica desenvolvida pela espécie humana, têm um papel
similar ao dos instrumentos, pois tanto os instrumentos de trabalho quanto os signos são construções da
mente humana, que estabelecem uma relação de mediação entre o homem e sua realidade. Por esta
similaridade, Vygotsky denominava os signos de instrumentos simbólicos, com especial atenção à
linguagem, que para ele configurava-se num sistema simbólico fundamental em todos os grupos
humanos e elaborado no curso da evolução da espécie e de sua história social.
Um de seus derradeiros trabalhos, História do desenvolvimento das funções nervosas superiores, 1960,
estuda os remanescentes de antigas formas de comportamento que o homem moderno conservou,
incluindo-as no sistema de outras formas (superiores) de comportamento.
Linguagem
A linguagem é uma espécie de ferramenta (sendo que, aqui, ferramenta é entendida como uma
construção social), capaz de transformar decisivamente os rumos de nossa atividade, e a organização das
funções psicológicas superiores (memória, atenção, pensamento). Assim, o indivíduo, ao apropriar-se da
linguagem da cultura em que está inserido, altera qualitativamente seu modo de pensar, de perceber o
mundo, de memorizá-lo, etc. Por isso, a linguagem tem um ponto central na teoria de Vygotsky, uma vez
que, sem ela, o desenvolvimento propriamente humano não ocorreria.
Na área educacional, a influência de Vygotsky também vem crescendo cada vez mais, dando origem a
experiências mais diversas. Não existe um método Vygotsky. Como Piaget, o psicólogo bielorrusso é mais
uma fonte de inspiração do que um guia para os pedagogos.
Aprendizagem
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Outra contribuição vygotskiana de grande importância foi a relação que estabelece entre pensamento e
linguagem, desenvolvida no seu livro "Pensamento e Linguagem". Entre suas contribuições a esse tema
destaca-se a formação de conceitos, ao qual dedica dois capítulos do referido livro, e a compreensão das
funções mentais enquanto sistemas funcionais, sem localização específica no cérebro, órgão de grande
plasticidade e dinâmica, variando ao longo da história da humanidade e do desenvolvimento individual.
Esta concepção foi posteriormente bem-desenvolvida e bem-demonstrada do ponto de vista
neuropsicológico por seu discípulo e colaborador A. R. Luria.
Como bom marxista que domina os princípios da lógica e da dialética pós Hegel (1770-1831), o conceito
de síntese também pode ser encontrado largamente na sua obra. O autor define a síntese não apenas
como a soma ou a justaposição de dois ou mais elementos, e sim como a emergência de um produto
totalmente novo gerado a partir da interação entre elementos anteriores.
Ver também
Alexander Luria A Wikipédia tem o portal:
Deficiência mental
Portal de educação
Frank Laubach
Jean Piaget
Materialismo histórico
Neurociência
Neuropsicologia
Psicologia cultural-histórica
Psicologia social
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Reuven Feuerstein
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30/10/2020 Lev Vygotsky – Wikipédia, a enciclopédia livre
chive.org/web/20061205225638/http://webpages.charter.net/schmolze1/vygotsky/#).
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inglês), NZ: Massey.
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cópia arquivada em 30 de junho de 2007 (https://web.archive.org/web/20070630144214/http://wik.e
d.uiuc.edu/index.php/Sociocultural_Theory#) Texto "type wiki" ignorado (ajuda).
Vygotsky no Brasil (http://www.vigotski.net/).
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