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Wilhelm Wundt

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Wilhelm Maximilian Wundt (Neckarau, 16 de agosto


de 1832 — Großbothen, 31 de agosto de 1920) foi um Wilhelm Wundt
médico, filósofo e psicólogo alemão. É considerado um
dos fundadores da psicologia experimental junto com
Ernst Heinrich Weber (1795-1878) e Gustav Theodor
Fechner (1801-1889). Aos 13 anos de idade Wundt
mudou-se para a casa de uma tia em Heidelberg para
frequentar o liceu.[1]

Entre as contribuições que o fazem merecedor desse


reconhecimento histórico está a criação do primeiro
laboratório de psicologia no Instituto Experimental de
Psicologia da Universidade de Leipzig (Lipsia) na
Alemanha em 1879 e a publicação de Principles of
Physiological Psychology / Princípios de Psicologia Nascimento 16 de agosto de 1832
Fisiológica em 1873 onde afirmava textualmente seu Neckarau
propósito, com o livro, de demarcar um novo domínio Morte 31 de agosto de 1920 (88 anos)
da ciência. Großbothen
Residência Alemanha
Indo mais a fundo, talvez mais importante do que o fato
da criação do laboratório em Leipzig, seja o que ele Nacionalidade Alemão
passou a representar após este momento. Durante o Alma mater Universidade de Heidelberg
último quarto do século XIX, o laboratório criado por Orientador(es) Hermann von Helmholtz
Wundt atraiu estudantes de várias partes do planeta
Orientado(s) Wladimir Bechterew,
(EUA, Canadá, Inglaterra, entre outros), tornando-se James McKeen Cattell,
assim o primeiro e maior centro de formação de Stanley Hall, Oswald Külpe,
psicólogos até então. Estes estudantes após se Gottlob Friedrich Lipps,
Hugo Münsterberg,
formarem, retornavam a seus países fundando novos Edward Titchener,
laboratórios e formando novos psicólogos tendo a Lightner Witmer
ciência como ponto fundamental.[2] Instituições Universidade de Leipzig
Campo(s) Medicina, filosofia e psicologia
Tese 1856: Untersuchungen über
Índice das Verhalten der Nerven in
entzündeten und degenerirten
Formação Organen
Carreira de Trabalho
Estudos e Publicações
Vida e Obra
O estudo da consciência
Psicologia social
Referências
Ligações externas

Formação
Filho de pastores luteranos alemães, com aprendizado na área de humanidades ao encargo de um vigário
com quem residiu na juventude. Formado pela Universidade de Heidelberg em 1855 vindo transferido da
Universidade de Universidade de Tubinga (Tübingen) em 1851. Após um curso de fisiologia com Johannes
Müller (1801-1858), o criador da teoria vitalista das energias nervosas sensoriais específicas, no mesmo ano
de sua formatura em Berlim retorna para Heidelberg em 1856, onde doutora-se em filosofia e começa a
lecionar fisiologia como Privatdozent. Somente 19 anos mais tarde iria lecionar na Universidade de Leipzig.
Porém é importante salientar que ele começou estudar medicina em Tubinga e se transferiu para a
universidade de Heidelbergg, onde estudou fisologia, anatomia, física e química. Porém ao longo do curso,
ficou evidente para Wundt que ele não tinha inclinação alguma para medicina e especializou-se em
fisiologia.

Wundt também teve um importante envolvimento com a política. Foi convidado para ministrar conferências
populares na Associação Educativa dos Operários, ele se engajou não só no movimento para a educação dos
operários, mas foi envolvido cada vez mais nas discussões políticas, o que levou a se eleger pelo Partido
Progressista, 1866 como membro do Parlamento de Baden. Dois anos depois se afastou da política para se
dedicar exclusivamente à vida acadêmica.[3]

Carreira de Trabalho
Privatdozent de Fisiologia (1857-1864).
Professor adjunto da Universidade de Heidelberg (1871-1874).
Professor de Filosofia indutiva na Universidade de Zurique (1874).
Professor de Filosofia indutiva na Universidade de Leipzig (1875-1917).
Fundou o primeiro laboratório experimental de Psicologia do Mundo, das Wundt-Laboratorium
(1879).
Aposentou-se em 1917 na Universidade de Leipzig.

Estudos e Publicações
Em 1855 defende tese na Universidade de Heidelberg sobre Sensibilidade táctil de pacientes histéricos
utilizando o método de Weber de discriminação limiar entre dois pontos.

A partir de 1858 Wundt publicou fragmentariamente vários estudos sobre psicofísica, sensação e percepção
organizados em livros: Contribuições para a teoria da percepção sensorial / Outlines of Psychology (http://ps
ychclassics.yorku.ca/Wundt/Outlines/index.htm)publicado em 1862, ainda não considerado psicologia.

Em 1863 publica as Lições de psicologia humana e animal ("Lectures on human and animal psychology",
um dos primeiros estudos de psicologia comparada. Charles Darwin (1809-1882) o autor da teoria da
evolução publicada em 1859 (A origem das espécies) só viria a publicar seu clássico da psicologia
comparada, "A expressão das emoções nos homens e nos animais", em 1872.

Em 1873 – 1874, publica os Fundamentos da psicologia fisiológica / Principles of Physiological Psychology


(http://psychclassics.yorku.ca/Wundt/Physio/) , (2 volumes) com 6 reedições até 1910, sendo a edição de
1896 mais resumida e onde inclui pela primeira vez sua teoria tridimensional das emoções é o livro que situa
a psicologia no domínio das ciências naturais.
1879 é o ano de fundação do primeiro laboratório de pesquisas psicologia que recebe o nome de
Psychologische Institut na Universidade Leipzig.

Em 1881 Funda a primeira revista científica de psicologia, a Philosophische Studien.

Entre 1900 e 1920 publica Volkerpsychologie (Psicologia popular ou cultural) em 10 volumes

Morreu com 88 anos de idade no mesmo ano em que publica sua autobiografia em 1920.

Vida e Obra
A família de Wundt era inteira de pessoas dotadas intelectualmente, porem todos indagavam se Wundt
poderia continuar esse legado intelectual, quando ele então foi reprovado ainda em seu primeiro ano do
gynasium essa indagação foi confirmada. Enquanto criança Wundt tinha o sonho de ser um grande escritor
famoso.

No sistema de ensino alemão, é disponível aos Privatdozent a oportunidade de fazer cursos particulares,
Wundt o fez, porém, sem obter sucesso segundo consta no seu primeiro curso de fisiologia matricularam-se
apenas 4 alunos. Contudo com a progressão de seus estudos e publicações (um universo de 53.736 páginas)
recebeu várias propostas de universidades e criou o laboratório que, vinte e quatro anos depois, deu origem
instituto de psicologia em 1903 (Psychologische Studien) e concomitante reconhecimento da psicologia
como ciência.

Ainda em Heidelberg, trabalhou como assistente de Hermann von Helmholtz (1821-1894) entre 1858 e
1864. Helmholtz, praticamente iniciou os estudos do tempo de reação e conseguiu estabelecer a velocidade
do impulso nervoso através desse método em torno de 90 pés por segundo (95 km por hora). Possui também
grandes contribuições ao estudo da fisiologia da visão e audição, entre as quais o invento do oftalmoscópio e
contribuições a teoria da cor.

Wundt discordava da teoria das cores, hoje conhecida como de Young-Helmholtz que explicava a visão das
cores apoiando-se no esquema tricromático, propôs um número ilimitado baseado nas teorias da variação
contínua da qualidade cromática com o comprimento de onda. (Pieron, 1969) Entre seus estudos da
percepção visual inclui-se as ilusões de óptica.

Ainda na faculdade pesquisou sobre os nervos cranianos e respiração com o


método da ablação em cães auxiliando a identificar as funções do ramo
torácico do nervo vago (X par craniano).

Entre suas contribuições à fisiologia está o reconhecimento é método do


tempo de reação e o equacionamento do problema da subjetividade desta na
espécie humana. Dando continuidade aos estudos de psicofísica de sua época
propôs uma modificação na relação, simultaneamente proposta por Exner
(1868), entre os tempos de reação e a intensidade do estímulo estabelecendo o
que hoje é conhecido como lei de Wundt com o seguinte enunciado: O tempo
de reação cresce em sentido inverso ao da intensidade estimuladora e tanto
mais rapidamente quanto mais se aproxima do limiar. (1880)

Os seus críticos o classificam como "elementista" e atualmente os


cognitivistas têm se identificado com suas proposições. Também pode ser
ilusão de Wundt
classificado como um empirista, em oposição ao nativismo. Acreditava que a
vida mental era fruto da experiência e não de idéias inatas e que os fenômenos
mentais do presente se baseavam em experiências passadas, antecipando, de certa forma, o construtivismo.
O seu laboratório foi palco de muitas experiências. Os estudos das sensações e da percepção, onde foram
medidas e classificadas as sensações no seu aspecto visual, tátil, olfativo e cinestésico. Foram pesquisados
os sentimentos, a vontade e a emoção, registrando-se as variações físicas, tais como, da alteração da
respiração e da pulsação, dentre outros.

Entre os célebres frequentadores do seu laboratório


experimental podemos destacar Kraepelin criador do conceito
de Demência Precoce, hoje Esquizofrenia; Oswald Külpe; o
psicometrita James McKeen Cattell; Granvillle Stanley Hall e
Edward Titchener fundadores da Associação Americana de
Psicologia Charles Spearman que demonstrou a presença de um
elemento comum em todas as habilidades e fatores da
inteligência humana o fator G entre outros.

Os estudos feitos por Wundt foram férteis e abundantes. À


medida que a ciência se desenvolvia o laboratório e as
Wilhelm Wundt com pesquisadores no
publicações de seus integrantes tornava-se mais produtivo.
laboratório da universidade.
E com isso surgiram várias ramificações, dando assim origem a
novas tendências que se estruturaram ao longo do século XX, as quais foram: O Estruturalismo, O
Funcionalismo, O Behaviorismo, a Gestalt e a Psicanálise. Cada uma dessas escolas caracterizou-se pela sua
definição de psicologia, pelos seus conteúdos e pelos métodos que empregavam no decorrer de suas
atividades.

Obras de wundt :

Principles of Physiological Psychology (1893)

An Introduction To Psychology (1912)

Elements of Folk Psychology (1863)

Lectures on human and animal psychology (1863)

Outhines of psychology (1897)

The language of gestures

Principles of psychology

Ethics: the facts of moral live

The principles of morality and the Departments of the moral live

Ethics: on investigation of the facts and lows of the moral live [4]

O estudo da consciência
Wundt definia a psicologia como uma ciência da mente, seu objeto a experiência imediata tal como é dada
direta e fenomenalmente ao observador.
Analisava os compostos e complexos conscientes a partir dos elementos ou unidades: sensação (conteúdo
objetivo da experiência imediata) e sentimentos ou afetos. As sensações podem ser classificadas de acordo
com a modalidade sensorial em que são recebidas; além disso, possuem qualidade e intensidade.

Para Wundt, a mente executa uma síntese química mental que se processa através da associação e que se
realiza de três formas: pela fusão, onde os elementos combinados aparecem sempre juntos, como é o caso
da nota musical; Pela assimilação, que é também uma combinação de elementos em que nem todos estão
presentes do consciente. Quando se vê uma casa por exemplo, podem não estar presentes na consciência, as
figuras que compõem aquela casa (triângulo, retângulo, quadrado). Como na fusão, essa combinação gera
um produto novo que não é o resultado da simples soma dos elementos; A terceira forma é chamada
complicação, em que se reúnem elementos de diferentes modalidades e sentidos: a noção do sabor e da
temperatura. É possível que o autor tenha considerado as proposições de Aristóteles sobre: contingência,
semelhança e contraste.

Os afetos ou sentimentos acompanham as sensações e suas combinações entre os modelos de classificação


dos sentimentos que utilizou o mais influente foi o referente à sua teoria tridimensional das emoções, que
estabelecia três pares dicotômicos: agradável – desagradável; tenso – descontraído; excitado – calmo. Wundt
acreditava também que as sensações e os sentimentos são dois elementos básicos da experiência, isso porque
esses elementos agem simultaneamente na experiência imediata, e possui qualidade e intensidade! [5]

A conscientização ou voluntarismo segundo Wundt é uma combinação de complexos que envolvem as


sensações e os aspectos subjetivos: emoções, volições, intelecções. O principal processo de conscientização
é a atenção: o que torna o campo consciente mais nítido que o fundo no processo denominado apercepção.
Utiliza esse termo na mesma acepção de Leibnitz – perceber claramente mediante o reconhecimento ou
identificação do material percebido com o pré–existente na memória.

O materialismo científico também esteve com Wundt, buscando a relação entre os fenómenos psíquicos e
fisiológicos, entre a mente e o corpo. Os processos mentais e os processos corporais e fisiológicos decorrem
paralelamente, sem interferência mútua.

Psicologia social
Para esse autor o método experimental é o adequado à investigação dos processos básicos como a sensação
e associação, mas somente a observação deve ser usada para compreender os processos mentais superiores.
Esta por sua vez,deve ser realizada através do estudo dos produtos ou artefatos culturais da vida social: arte,
linguagem, hábitos culturais ética, etc.

O aspecto social de seus trabalhos, a contragosto seu, foi relegado a um segundo plano mas a sua obra
Volkerpsychologie / Psicologia popular (10 volumes) contém análises detalhadas da linguagem humana
(hoje psicolinguística) em 2 volumes; três volumes sobre cultura intitulados Psicologia dos mitos e religião;
um volume sobre cultura e história intitulado Antropologia; um sobre Ética e Lei o que hoje corresponderia
aos estudos da psicologia forense e um volume sobre a psicologia da arte, verdadeiro (manual de
procedimentos dessa observação.

Segundo Farr, uma moderna revisão dessa obra identifica sua influência na também emergente ciência social
da época cientistas como Durkheim (1858-1917); Franz Boas (1858-1942). Consta que Sigmund Freud
(1856-1939) escreveu Totem e Tabu como uma resposta a Wundt. Ainda segundo Farr é relevante para
compreensão da psicologia moderna a compreensão dos motivos de Wundt para separação da da psicologia
social da experimental e o seguimentos que estas proposições constituíram.

Referências
ARAUJO, Saulo de Freitas. Uma visão panorâmica da psicologia científica de Wilhelm Wundt.
Sci. stud., São Paulo , v. 7, n. 2, p. 209-220, June 2009.
Cabral, Álvaro; Oliveira, Eduardo P. Uma breve história da psicologia. RJ, Zahar, Ed. 1972.
Farr, Robert M. As raízes da psicologia social moderna. RJ, Petrópolis, Vozes, 2008.
Goodwin, C.James. História da psicologia moderna. 8ª ed. São Paulo, Cultrix, 2007.
Piaget J.; Fraise, P. (org.). Tratado de psicologia experimental v.2 (10 v.) Sensação e
motricidade. SP, Forense, 1969.
Pieron, H. Dicionário de Psicologia, RGS, Globo 1969.
Schultz, Duane P; Schultz, Sydney Ellen. História da Psicologia Moderna. 10ª ed. São Paulo:
Cengage Learning, 2016.
Jacó-Vilela,A.M;Ferreira,L,A,A;Portugual,T,F.Historia da Psicologia;Rumos e
percursos.NAU.Rio de Janeiro,2011.
ARAÚJO, S.F. Uma visão panorâmica da psicologia científica de Wilhelm Wundt. Scielo:
São Paulo, 2009.

Ligações externas
Wilhelm Wundt (https://www.genealogy.math.ndsu.nodak.edu/id.php?id=46065&fChrono=1)
(em inglês) no Mathematics Genealogy Project
Biografia, Bibliografia, Linha do Tempo e Links sobre Wilhelm Wundt em site de Psicologia. (ht
tps://web.archive.org/web/20161203060555/http://blogpsicologos.com.br/psicologia/historia-da
-psicologia/item/11-wilhelm-wundt-o-pai-da-psicologia-moderna)
University of Leipzig (German: Universität Leipzig (https://web.archive.org/web/200903051049
38/http://www.uni-leipzig.de/english/) (em inglês)
American Psychological Association (http://www.apa.org/) (em inglês)
1. ARAUJO, SAULO (2009). «Uma visão panorâmica da psicologia científica de Wilhelm Wundt»
(http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-31662009000200003&script=sci_arttext). Uma
visão panorâmica da psicologia científica de Wilhelm Wundt. Consultado em 6 de maio de
2019
2. Jacó, Ana Maria; Et All (2006). História da psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: Nau
Editora. pp. 101 e 102
3. ARAUJO, SAULO (2009). «Uma visão panorâmica da psicologia científica de Wilhelm Wundt»
(http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-31662009000200003&script=sci_arttext). Uma
visão panorâmica da psicologia científica de Wilhelm Wundt. Consultado em 6 de maio de
2019
4. «wilhelm wundt elements of folk psychology - Pesquisa Google» (https://www.google.com.br/s
earch?ei=kr_QXImoJNK65OUPs6KT2A4&q=wilhelm+wundt+elements+of+folk+psychology&o
q=wilhelm+wundt+eleme&gs_l=psy-ab.1.0.0i22i30l2.6146.7663..9673...0.0..0.139.680.2j4......
0....1..gws-wiz.......0.brK9WJ6Jvk0). www.google.com.br. Consultado em 6 de maio de 2019
5. ARAUJO, SAULO (2009). «Uma visão panorâmica da psicologia científica de Wilhelm Wundt»
(http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-31662009000200003&script=sci_arttext). Uma
visão panorâmica da psicologia científica de Wilhelm Wundt. Consultado em 6 de maio de
2019

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