Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
De Clark Darlton
Personagens Principais
Capítulo 1
Para cada conquistador amarelo que tinha deixado o Enxame com a frota
parideira, sete recém-nascidos retornavam.
Quando ele entrou no corredor que levava à s cabines, veio contra ele um
jovem oficial que Balton conhecia de vista. No entanto, nã o conseguia se lembrar
do nome - nenhuma surpresa, pois a tripulaçã o da MARCO POLO tinha oito mil
membros.
"Nã o quero atrasá -lo, mas com certeza o senhor sabe melhor que nó s. Nã o
me tome por intrometido ou curioso, mas eu falo simultaneamente também a
cargo de uma parte da equipe. Para encurtar: vagamos há um mês e meio neste
setor do Enxame - quanto tempo isto ainda vai durar? Nada acontece, nos
colocamos sob o risco de sermos descobertos, embora já tenhamos tido por mais
de uma vez a oportunidade de abandonar o Enxame. Por que isto nã o acontece?"
Balton Wyt observou o tenente da mesma forma que uma serpente olha
para a presa logo antes de dar o bote. Naturalmente ele sabia as intençõ es e os
planos de Rhodan, ao menos na maior parte e em linhas gerais, mas nã o sabia se
podia falar sobre o assunto. Por um lado, teria impressionado aquele aquele jovem
de bom grado com o seu conhecimento, por outro, no entanto, nã o queria fazer
nada errado de jeito nenhum.
"Exagerei de propó sito, Sr. Wyt. Na verdade, só quis dizer que talvez haja
coisas mais importantes para fazer. Mas nó s ficamos aqui e esperamos até que nos
descubram. E o que acontece aí, podemos imaginar certamente."
"E é para isto que esperamos tanto?", o tenente sacudiu a cabeça. "É isto que
o senhor nã o consegue me dizer!"
"Mas eu disse", disse Balton Wyt dando à s suas pernas a ordem de iniciar o
movimento. "Eu lamento, mas mais nã o posso dizer. Comunique-o aos seus amigos.
Pelo intercomunicador, vocês sã o informados diariamente sobre a situaçã o, e se
algo novo suceder, vocês ficarã o sabendo a tempo. A frota parideira deixou o
Enxame, e encontrou três planetas apropriados, onde aconteceu a divisã o. Logo ela
retornará em breve, e esperaremos por ela. A MARCO POLO se encontra no
momento sob a proteçã o de um sol gigante azul e nã o pode ser descoberta." Ele
acenou a cabeça amigavelmente para o tenente. "E agora o senhor me desculpe.
Estou sendo aguardado."
Quando Balton chegou à porta da cabine, esta se abriu sozinha para a sua
surpresa - antes que ele pudesse se identificar. Hesitante, ele entrou. O rato-castor
estava, como esperado, debaixo das cobertas e o recebeu com um sorriso
triunfante.
Balton Wyt engoliu seco e entrou na cabine. Atrá s dele, a porta se fechou
novamente.
"O que é que vocês têm? Eu acho esta pausa de recuperaçã o magnífica.
Entã o vocês homens precisam sempre fazer alguma coisa? Nã o podem uma vez
sequer ficar de pernas pro ar e aproveitar a vida como eu?"
"Sim, sim, eu sei! Mas isto você também pode ter na MARCO POLO, se nã o
fosse tã o preguiçoso e olhasse um pouco em seu redor. Além disto há cinemas,
feiras, bares, uma piscina, as á reas de lazer..."
"Talvez você esteja apenas resfriado", interrompeu Balton. "De toda forma,
a equipe nã o está tã o calma e esclarecida quanto você e eu. Está sem paciência e
fazendo perguntas. Você mesmo já ouviu."
"O tenente tem de perguntar o tanto que quiser. Você tem ideia das
conferências que dei nos ú ltimos dias? Há sempre quem peça esclarecimentos
justamente a mim. Coitados!"
"Hihi!", piou Gucky, alegre. "É uma ideia excelente! Talvez eu ainda encontre
alguém que arranque isto de mim."
"Ah, e com isto você quer dizer que o seu presente iria mudar?" O rato-
castor deu um sorriso irô nico para variar. "Vou dormir por umas horas, se você
permitir. Fique aí quieto, mas nã o me olhe assim. Tenho um filme interessante no
microprojetor. Assista, se quiser."
"Filmes eu posso ver lá na minha cabine."
Balton Wyt percebeu que nã o havia o que fazer com Gucky. O rato-castor
era preguiçoso e mole. Nã o diria nenhuma palavra razoá vel, justamente para nã o
render assunto. Era melhor deixá -lo em paz. Que dormisse até que o pelo
encrespasse!
"Tomara que você ache o que fazer com eles", disse Gucky, como se nã o
fosse com ele, e o deixou partir.
Naturalmente, Balton Wyt ficou um pouco ofendido, mas sabia que Gucky
nã o tinha tido a intençã o. Aquilo nã o lhe fez mal, e a ideia de que talvez encontraria
a Dra. Myrna Sharrock na feira fez com que ele esquecesse o desgosto
rapidamente...
Uma das observaçõ es de Gucky ficou latente: isto você também pode ter na
MARCO POLO!
Ele deu azar. O ú nico visitante no bar de sucos de fruta era o Professor
Henry Kattelbeck, o cosmomineró logo. Tinha acabado de fazer seu pedido ao robô
quando notou Balton Wyt chegando. Foi até ele com os braços estendidos.
"Caro amigo, como estou contente por vê-lo! Desde que estamos neste
supostamente tã o emocionante Enxame, nada mais acontece. Nã o recebi nem
mesmo uma pedrinha para examinar! À s vezes me pergunto de verdade se nã o
estou na nave errada."
O professor - biologicamente ele era vinte anos mais velho que Balton, nã o
incluída a estranha aventura do telecineta no Planeta da Cidade Automá tica - fez
um gesto negando.
"O descanso faz bem a todos nó s... isto é uma tremenda bobagem! O
descanso nã o nos faz bem! Ele nos deixa nervosos, mal humorados e insatisfeitos.
Dá nos nossos nervos. Nos seus também, Balton Wyt. E com força, mas você nã o
admite, nã o é?"
"Na nave, nã o percebemos muitas destas supostas agitaçõ es, meu jovem.
Especialmente no laborató rio, nã o. E com certeza nã o na feira." Ele se lembrou do
pedido. "Quer que eu peça algo para o senhor?"
Para a sua tristeza, sua esperança secreta nã o foi realizada. A ideia de fazer
uma visita ao bar nã o passou pela cabeça de Myrna Sharrock. Perguntar por ela ao
professor lhe parecia incorreto.
"Houve uma porçã o de coisas nos ú ltimos dias", ele retomou a linha.
"Nossos emocionautas tiveram de entrar em açã o vá rias vezes para colocar a
MARCO POLO a salvo dos perseguidores. Nã o está nos planos de Rhodan trocar
tiros. Ele quer só observar, mais nada. Precisamos saber se nossas suposiçõ es vã o
se confirmar. Precisamos saber porque os desconhecidos senhores do Enxame
cuidam dos aparentemente inú teis conquistadores amarelos com tanto zelo. Eles
providenciam planetas para que eles deem a luz, põ e naves à sua disposiçã o, muito
provavelmente trazem os recém-nascidos de volta para o Enxame... tudo muito
bonito, mas para quê? Por puro amor ao pró ximo?" Ele sacudiu a cabeça.
"Seguramente nã o, professor!"
"A quem o senhor diz isto?", perguntou Balton Wyt, melindrado. "Eu
trabalho também com o espírito quando pratico a telecinésia. Também artistas
freelancers o fazem quando apertam um botã o para pô r suas ideias no papel. Mas
estes caracó is amarelos como força de trabalho...? Nã o me leve a mal, mas
simplesmente nã o consigo imaginar."
"Mesmo assim, o senhor verá que tenho razã o", Kattelbeck respondeu com
admirá vel segurança. "Sou um ser humano com pensamento ló gico, e ninguém
pode me dizer que um ser vivo inteligente seria tã o altruísta quando estes
dominantes parecem ser. Ainda teremos todas as nossas surpresas."
A bió loga devia ter trinta e muitos anos, tinha boa aparência e era
considerada extremamente inteligente. Este era provavelmente o motivo pelo qual
ela tinha poucos amigos.
Ela sorriu ao reconhecer Balton Wyt. Sem hesitar, veio à mesa e se sentou
com os dois homens.
"Incomodo, senhores?"
"Oh, nã o, por favor...", Balton balbuciou confuso e viu o sorriso irô nico do
professor. "Muito pelo contrá rio, eu diria."
"Ó timo!", disse Myrna, esperando até que o robô lhe trouxesse o suco
pedido. "Entã o foi mesmo uma boa ideia vir aqui. Já estamos quase morrendo de
tédio."
"Por sorte nã o, pois eu tenho algo inofensivo como antídoto contra o tédio.
Vamos nadar?"
Empolgado, Balton confirmou com a cabeça, e depois olhou com receio para
Kattelbeck.
Balton Wyt logo viu Myrna. Ela vestia um biquíni vermelho-fogo - discreto, e
combinado com uma camiseta, obviamente - e rodava em torno do centro da esfera
d'á gua, a deixou com velocidade bastante alta e brotou da esfera para a parede
acolchoada do salã o de nado. Caiu de pé a um metro de Balton.
Foi uma hora prazerosa, na qual Balton, no que diz respeito à mobilidade
num espaço sem gravidade, aprendeu muito. Mas aprendeu também mais sobre
Myrna.
Balton se virou, deu uma volta e fez um loop completo. Ele se portou de
forma impressionante, e segundos depois ninguém na piscina queria perder a
performance ú nica do telecineta.
Contra todas as leis da natureza, Balton Wyt mudou a direçã o do voo vá rias
vezes, disparou num voo longo pela esfera d'á gua, como um torpedo, foi até a curva
entrou de novo na á gua fria, que só assim espirrou.
"Seu hipó crita!", começou a cientista com uma indignaçã o teatral. "Fica
fingindo de iniciante, depois se revela um mestre que nos engana! O senhor é sim
um nadador..."
"Em quê devo acreditar? Que você aprendeu isto tudo em uma hora. Pois
nã o me venha com contos da carochinha."
Gucky!
"Ali, Myrna, a senhorita pode ver a explicaçã o do fenô meno. Foi o Gucky. Ele
me fez voar, como já havia feito inú meras vezes, mesmo em outras circunstâ ncias.
Com a telecinésia se pode fazer muito. Quando os outros estã o por trá s, fico
envergonhado."
Ela riu.
"O que a senhorita acha, Myrna", perguntou Gucky e pediu um segundo copo
de suco de cenoura, sem olhar para o robô de serviço, que quase enlouqueceu ao
programar o pedido, "nã o devemos oferecer Balton à central de artilharia como
uma bomba controlada de longo alcance?"
"Gucky, estou pasma!", respondeu Myrna. "Já ouvi sugestõ es melhores. Mas
eu confesso: a longa espera está dando nos nervos. Aí se chega a ideias esquisitas.
Eu por minha parte consigo aguentar bem. Tenho meu trabalho, meus problemas e
minhas pró prias preocupaçõ es. Entã o nã o há tempo para o tédio - portanto
também nã o para pensamentos idiotas."
Eles ainda conversaram por um tempo, depois Gucky falou de repente, sem
a devida transiçã o:
"Ah, quase me esqueci, Balton: Rhodan está nos esperando na central de
comando." Ele olhou para o reló gio. "Em exatos vinte e oito minutos."
"E só agora te deu no miolo?" Balton olhou para si. "Eu ainda tenho que me
trocar..."
Antes que Myrna pudesse dar uma resposta, o rato-castor havia segurado a
mã o de Balton e desaparecido com ele.
"Pare agora com esta bobagem!", aconselhou o baixinho. "Nã o temos tempo
para isto." Mas ele viu que precisava tirar Balton da total dú vida e acrescentou: "de
qualquer forma, ela gosta de você - como telepata dá para saber. Nã o fique
relaxado, meu caro, e terá uma chance de verdade." Ele se concentrou no salto para
a sua cabine. "Venho te buscar em vinte e cinco minutos."
Balton olhou com o pensamento perdido para o lugar em que Gucky estava.
"Ó timo", disse Atlan e se sentou. "Entã o podemos tirar uma folga." Ele sorriu
ao notar o espanto de Kosum. "É , menos o senhor naturalmente, Mentro. Sem suas
reaçõ es super rá pidas e o capacete SERT nã o teríamos conseguido, nas ú ltimas
semanas, evitar os perseguidores."
"No entanto é de se notar que eles nos deixaram em paz nos ú ltimos dias. Eu
nã o acredito que tenham abandonado a busca. De toda forma, penetramos no
Enxame - e eles sabem disso. Sabem também que ainda estamos aqui. Sabem o
perigo que representamos - uma nave com dois quilô metros e meio de diâ metro,
adicionados quarenta e nove cruzadores, cinquenta corvetas e quinhentos caças.
Na verdade, uma frota inteira, concentrada numa ú nica nave. Nossa fuga sempre
bem sucedida lhes indica ainda que dispomos de possibilidades técnicas
aprimoradas. Eles nos classificaram como oponente digno de atençã o e nã o nos
subestimarã o. Nã o há motivo, portanto, para nos ignorarem. Se, apesar disto, é o
que eles estã o aparentemente fazendo, há alguma intençã o aí. Qual?"
Atlan disse:
"Quero fazer esta alusã o, Perry. Calmaria antes da tempestade! O que seria
esta tempestade? Talvez um acontecimento que nã o vá tardar muito, embora
nosso estado atual pareça perturbador e talvez tenha impedido o ataque até
agora?"
"Você quer dizer...?"
"Como você diz isto, Perry? Nã o estamos há seis semanas preparados para o
acontecimento? O que mais você quer?"
"Até que enfim se faz alguma coisa. Depois vamos avisar aos participantes
sobre a operaçã o iminente e - esperar. O retorno da frota parideira vai se anunciar
por uma violenta sacudida na estrutura. Entã o devemos estar prontos. Ras, dê
plantã o na central de localizaçã o e espere na sua cabine. Vou informar a Balton e
Gucky. De agora em diante estamos em constante estado de prontidã o."
Balton Wyt pegou o pedaço de papel com a relaçã o, o levou até Gucky, que
soltou algo como "empacotadores có smicos", mas nã o fez nenhuma outra objeçã o.
"Entã o teleportem duas vezes, uma com Balton e comigo, outra com a carga.
Numa fuga rá pida, o equipamento fica por ú ltimo, de forma que um ú nico salto seja
suficiente."
"Por todos os nabos do universo! Isto é um armazém inteiro! Isto vai alegrar
muito o nosso mané lá da administraçã o, quando passarmos a lista para ele. Por
sorte, Perry assinou, senã o teríamos que perder nosso valioso tempo com longas
explicaçõ es."
Mentro Kosum, que havia tempo tinha assumido seu posto como piloto,
acenou com a cabeça amigavelmente para o Capitã o.
"Agora, Rynka, comece com a hora de instruçõ es. Pelo que eu vejo, há
algumas boas diferenças em relaçã o aos instrumentos costumeiros. Por que, por
exemplo, nã o há lá embaixo da mesa de controle de navegaçã o nenhum
computador de correçã o com dispositivo de controle correspondente...?"
"A KMP-36 é totalmente automá tica. Qualquer correçã o é supérflua, seria
até mesmo impossível. Uma vez iniciado, um processo de voo pode no má ximo ser
completamente cancelado e reprogamado. Eu explico para o senhor. Olhe aqui,
Mentro..."
"A frota parideira está retornando, como esperá vamos. Por isto nã o podem
se preocupar tanto conosco. Com isto se inicia a decisã o. Sabemos de onde vêm os
conquistadores amarelos e sabemos também que sã o apoiados pelos
desconhecidos senhores do Enxame em seu estranho processo de divisã o. O que
temos que identificar é simples: por que eles sã o apoiados? Para chegarmos a um
resultado neste aspecto devemos saber o que acontece com os recém-nascidos."
Atlan suspirou.
Em seguida, se teleportou com Atlan para a KMP-36, que estava pronta para
partir.
Ele falou isto como se se tratasse de um passeio de dois ou três quilô metros.
PROJETO TRADUÇÕES
Quer saber o final desta história? Então não perca tempo, pois este livro já
foi traduzido e distribuído para os integrantes do projeto. Faça parte agora
mesmo do Projeto Traduções! Este projeto foi criado com o objetivo de
conseguirmos continuar lendo histórias inéditas de Perry Rhodan em nossa
língua. Para isso o valor da tradução é dividido pelos integrantes do projeto
e dessa forma o valor da cota para cada um é menor na medida em que
tivermos mais integrantes.
Se você não tiver acesso ao Orkut pode também solicitar a entrada direto
no grupo fechado de participantes que recebem mensagens sobre o projeto
diretamente em seu email, para isso acesse o link:
http://br.groups.yahoo.com/group/PRBR-ProjetoTraducoes e clique no
botão entrar neste grupo.
Delgado delgadojr@msn.com
Sergio Luis Pereira de Carvalho sergioluis62@hotmail.com