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Os Sentinelas da Gevari Perry Rhodan
Título original:
Hans Kneifel
Tradução:
ProjetoTraduções
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Os Sentinelas da Gevari Perry Rhodan
Índice
Capítulo 1!.....................................................................................5
Capítulo 2!...................................................................................12
Capítulo 3!...................................................................................19
Capítulo 4!...................................................................................26
Capítulo 5!...................................................................................33
Capítulo 6!...................................................................................46
Capítulo 7!...................................................................................52
Capítulo 8!...................................................................................59
Capítulo 9!...................................................................................66
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Os Sentinelas da Gevari Perry Rhodan
De Hans Kneifel
Na Terra e em outros mundos da humanidade, registra-se o começo de julho
do ano 3442.
Na luta contra o caos da imbecilização que domina a galáxia e contra o poder
do Enxame, Perry Rhodan e seus poucos imunes já haviam obtido sucessos
consideráveis, e mesmo na Terra havia alguns avanços a serem assinalados. Lá, a
maioria dos homens já havia recuperado parcialmente sua antiga inteligência e a
colocado em uso de maneira útil. Isso valia especialmente para os homens e
mulheres da Marco Polo. Eles voltaram a bordo da nave capitânia e conseguiram,
ao penetrarem no Enxame, recuperar sua inteligência toda de volta.
Com a Marco Polo, completamente tripulada e pronta para a batalha, e suas
naves auxiliares robotizadas, Perry Rhodan possui uma considerável força armada,
com a qual ele poderia atrapalhar os outros planos dos Senhores do Enxame de
maneira sensível.
Com o projeto “Infectar”, os terranos da Marco Polo conseguiram causar
confusão e pânico nas fileiras dos oponentes. Mas logo se mostraria que os
controladores do Enxame estão em condições de pagar na mesma moeda.
Os membros da Gevari, sob o comando de Atlan, enviados em uma missão de
reconhecimento, foram os primeiros a sentirem isso. Eles incorreram em grande risco,
apesar da ação da “Cavalaria Espacial”, e agora esperam por ajuda de Perry
Rhodan.
Mas ele também havia se encontrado em uma situação extremamente crítica e
agora faz tudo em seu poder para conseguir salvar OS SENTINELAS DA GEVARI.
Personagens Principais
• Atlan
Chefe da Expedição Gevari.
• Sandal Tolk
O vingador de Exota Alfa.
• Mentro Kosum
Piloto da Gevari.
• Takvorian
A “Cavalaria Espacial Solar”.
• Y’Xantramon
Um deus é localizado.
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Capítulo 1
Quando Takvorian virou sua cabeça, ele viu o gelo cheio de fissuras do
desfiladeiro. Um pálido crepúsculo apagava os contornos. Takvorian estava
exausto... esgotado. Ele respirava com dificuldade e tentava alinhar seus
movimentos com o lento tempo que se passava no campo de inibição do
fragmento de planeta. Aqui, um movimento que ele concluiria em um segundo
durava um minuto. Nós temos que encontrar um caminho para nos livrarmos
desse campo!, pensou ele decidido.
No momento, Takvorian também se encontrava nesse campo que os
estrambólicos emitiam para afetar os prisioneiros em seu fragmento de planeta.
Takvorian refletiu...
Provavelmente a Marco Polo se aproximava de seu posicionamento, ou
seja, do esconderijo do grupo do Lorde-Almirante Atlan. Mas isso não era
certo...
Ele olhou para o gelo novamente.
Há alguns segundos, ele, Takvorian, o amigo dos Ganjo e um estranho
nessa galáxia, havia colocado o arcônida em seu Campo-Rothyer. Atlan havia
procedido às máquinas do jato, não a todas, pois a capacidade de Takvorian era
limitada! – e pilotado o disco pelo desfiladeiro com pedaços de estalactites de
gelo. Agora o jato se encontrava em um ângulo louco entre as paredes de gelo: a
cobertura era ainda melhor. As superfícies de gelo ascendiam a mais de
duzentos metros de altura à esquerda e à direita do objeto voador, e eram
permeadas por longas colunas. O jato estava inclinado em cerca de quarenta e
cinco graus. Ele tocava com uma parte de seus cantos afiados o ângulo entre o
chão e a parede, e com os outros ela jazia sobre o gelo, derretendo-o e formando
um grande rastro. A estrutura inteira estava inclinada e permanecia quieta ali.
Apenas ocasionalmente havia um repuxão quase imperceptível na massa de
metal – então mais um pedaço de gelo derretido, e o jato se afundava de
maneira infinitamente lenta.
O que podemos fazer?, Takvorian se perguntava.
Durante algum tempo, apenas reinava um silêncio de rádio. Somente
poucas máquinas funcionavam, as quais supriam o interior do jato e os seus
onze tripulantes com o ar necessário à sobrevivência. A situação chegava ao
cúmulo do intolerável. Seres tão diversos apenas poderiam aguentar essa
pressão por um tempo limitado. E Takvorian não estava em condições de
neutralizar o campo inimigo de tal maneira que até os propulsores do jato
obedecessem à dinâmica temporal normal. Assim, uma decolagem era
impossível no momento.
Eles tinham que achar a fonte de radiação e desativá-la.
Takvorian olhou novamente para fora, entre as altas paredes de gelo e no
“céu” sobre o fragmento de planeta, o qual possuía a forma de um machado de
mão pré-histórico. Todo o “lado diurno” desse corpo cósmico inacreditável
estava coberto pelo campo. Longas rachaduras de gelo mostravam a estreita
abertura entre os penhascos de gelo brancos como leite. Um pedaço se soltou do
topo e caiu. Takvorian observou o fragmento girar como em câmera lenta e, por
fim, tombar, rompendo pequenas lascas de gelo que colidiram contra as
paredes. Isso ocasionou uma chuva de granizo de outros cristais. Todos os
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“Assim é. Sua expressão facial não me agrada, Sandal. Em que você está
pensando?”
Sandal falou baixo e furioso:
“Não podemos contar com esses seres levantando voluntariamente o
campo de desaceleração.”
“Dificilmente!”, falou Atlan. Seu sentido extra sussurrava intensamente:
Sandal quer mudar a situação pela força – e eu acredito que ele tenha chances
de fazê-lo, se começarmos da maneira certa.
Sandal esclareceu:
“Meu arco e eu, e Takvorian. Nós somos as armas com as quais nós
podemos obrigar os estranhos a desistir do mal.”
Sua mão apontou para o poderoso arco e as duas aljavas cheias de flechas
especiais.
“Eu vou perguntar de novo: o que você tem em mente?”, falou o arcônida
com uma face imóvel.
Ele sabia, assim como todos, que esse estado não poderia continuar por
muito tempo mais. Eles tinham que voltar para a proteção da Marco Polo.
“Eu penso da seguinte forma: os estrambólicos usam determinadas
máquinas para fortalecer suas radiações. Certo?”
Takvorian respondeu baixo:
“Certo.”
Ele baixou a cabeça, levantou os braços. Atlan, Sandal viram que os
dedos do mutante tremiam, e que também os joelhos de seu corpo de centauro
tremiam. Sob a pele lisa também tremiam os músculos do corpo de cavalo. Seu
rabo também tiritava.
“Se nós conseguirmos estrangular a energia das máquinas ou desligá-las,
então teremos a chance de que precisamos!”, falou Sandal apressadamente.
“Você tem razão, amigo Sandal!”, falou Atlan. “Mas...”
Sandal afastou todos os argumentos um único e rápido movimento de
mão e continuou insistentemente:
“Apenas nós dois, Takvorian e eu!”
“Entendido!”, falou o mutante-cavalo. “Nós avançamos e procuramos
atingir os estrambólicos?”
“Foi assim que planejei. Se nós abrirmos mão de algumas armas de
energia...”
Atlan interveio:
“E o arco não é uma arma de energia...”
Sandal concordou decidido.
“Certo. Se nós abrirmos mão delas, nós teremos excelentes
possibilidades. Nós nos movimentaremos no Campo-Rothyer através de uma
paisagem de movimentos congelados e obrigaremos os seres a suspender o
bloqueio dos raios de inibição.”
Atlan se lembrou de que algumas localizações eram conhecidas; cidades
que eram acordadas da longa hibernação da noite planetária e novamente
abertas.
“Estou de acordo!”, falou ele. “Quando?”
Sandal retrucou furioso:
“Eu estou pronto – mas tudo depende de Takvorian.”
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Capítulo 2
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Ele galopou com suas últimas forças pelos arbustos, deixando uma
estreita trajetória, demarcada por ramos quebrados e partidos e por um fundo
rastro no solo charcoso que descongelava. Então terminou o cinturão verde,
ligando-se a um muro baixo. Ele envolvia os quatro blocos da estação de
energia. Como uma rápida sombra, Takvorian galopou com Sandal em suas
costas ao longo do muro e parou quando eles já se encontravam na parede
traseira do grande prédio.
Sandal disse:
“É mais fácil para você se eu descer e você ficar aqui?”
Takvorian não precisou ponderar por muito tempo. Ele respondeu
arquejante:
“Sim. Eu vou gerar um campo no qual você poderá se movimentar sem
inibição. Também vou colocar suas flechas em meu contracampo. Seja rápido,
amigo Sandal, minhas forças claramente têm limites. Nós já estamos andando
há duas horas e meia.”
Sandal pulou para o chão e pegou a aljava. Ele tirou as grossas luvas e
afivelou a aljava nas costas. Hoje ele não precisaria poupar fechas, havia
reabastecimento suficiente.
“Espere por mim aqui!”, disse ele. “Eu sou razoavelmente rápido. Mas
não me perca de vista.”
“Eu sei do que depende nossa missão!”, frisou Takvorian e tirou a
máscara do rosto. Durante alguns segundos, Sandal pôde reconhecer os
vestígios do cansaço.
Por um curto período de tempo, os estrambólicos concentraram seu
campo em outra parte do planeta. Aqui passou a vigorar a dinâmica normal por
alguns segundos. Takvorian pôde relaxar. Sandal esperava; lentamente, ele
colocou as luvas novamente e regulou a alimentação de oxigênio de seu
aparelho de respiração. Quando ele expirava, pela primeira vez não aparecia
uma nuvem de vapor diante de seu rosto. A corda do arco tridulava quando ele a
dedilhava.
Ali havia uma cúpula como uma abertura pequena, na qual Sandal viu
uma grande quantidade de estrambólicos.
Não longe dali, as estações de energia jaziam nas sombras da cidade.
Atrás de vidros, Sandal via grandes e faulhentas máquinas. Provavelmente elas
tinham algo a ver com o campo.
Na proximidade imediata levantava-se uma construção que ligava todas
as partes da cidade. Era um cruzamento de ligamentos, escadas e rampas, de
superfícies retas e curvas. De lá, ele teria um campo de fogo livre em todas as
direções, até mesmo nas janelas mais baixas da cidade-pirâmide.
Ele tinha que ir para lá.
Mas ele certamente seria visto lá em cima. Ele confiava em sua rapidez e
no efeito surpresa.
Ele se inclinou para Takvorian, e então disse:
“Eu vou me movimentar para lá, atirando constantemente, e
permanecerei lá, desde que não seja descoberto. Daqui você pode ver tudo, sem
ser visto. Eu preciso de cerca de trinta minutos. Entendido?”
O mutante o olhou com olhos vermelhos e cansados e acenou
afirmativamente. Então disse baixo:
“Boa sorte, Sandal... para nós todos.”
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Sandal tirou as duas luvas, colocou-as na bolsa e retirou uma flecha com
uma plumagem vermelha da aljava. Então ele pegou o arco de dois metros e
meio, colocou a flecha ali e apoiou-se no muro.
“Obrigado!”, falou ele.
Iniciaram-se trinta minutos difíceis. Os primeiros tiros deveriam
desencadear tamanha perturbação, de modo que no final fosse possível a
decolagem da Gevari. Em trinta minutos, que Sandal Tolk dava a si mesmo, ele
podia atirar duzentas flechas mortais.
Ele levantou a mão, afastou-se três metros do muro e colocou-se a
caminho.
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Capítulo 3
A nuvem sobre a cidade tornava-se maior e mais alta. Ela se arqueava contra o
céu. Os raios de sol arrancavam reflexos rutilantes de todas as superfícies
vítreas ou lisas. Em toda parte, uma névoa pairava no ar. Em toda parte,
mexiam-se as plantas. O sol era uma grande vidraça amarelo-avermelhada,
aumentada opticamente pelo vapor de água da atmosfera artificial de Porteiro.
Ele se encontrava a três palmos sobre o horizonte. Sandal aterrissou com as
duas pernas sobre um lamaçal e parou. Entre ele e o começo da primeira rampa
arqueada havia árvores que descongelavam e plantas decorativas; e estava em
um pequeno parque.
Ele já tinha seu alvo em vista.
Sandal colocou seus pés na posição correta, retirou seu arco e sentiu a
tensão da corda em sua bochecha. Ele mirou cuidadosamente por dois
segundos, e então alinhou os três dedos. A flecha saiu ululante da corda.
Sandal lançou-se para frente.
Ao mesmo tempo em que movimentava seus pés, ele agarrou mais uma
flecha da aljava, em um movimento fluente. Quando a ponta pesada do projétil
de cento e cinquenta centímetros tocou o arco, ocorreu a primeira detonação.
Ela lançou uma das gigantescas vidraças em pedaços e ocasionou uma branca
nuvem de explosão para todos os lados. Sandal havia se movimentado vinte
metros para frente e agora estava inerte entre dois troncos de árvore.
O segundo tiro deixou a corda, que bateu forte contra o antebraço de
Sandal.
A flecha assoviou entre a nova abertura feita, atravessou ululante a
nuvem de fumaça e detonou quando sua ponta encontrou resistência. A carga de
explosão atômica transformou a sala em que os estrambólicos se encontravam
em um inferno.
Sandal apressou-se e continuou.
Ele deixou o parque e correu cerca de quinze metros subindo a rampa.
Atrás dele, saíam chamas e fumaça da pequena construção. Um barulho agudo
soou no ar. Cheirava a material queimado.
Sandal agora estava sem cobertura. Ele respirou fundo e se concentrou
em sua guerra privada contra esse povo do Enxame que havia devastado seu
planeta natal.
Ele pegou rapidamente uma flecha com plumagem azul, a colocou no
arco e retesou-o até que a corda se encontrasse atrás da orelha. Um tiro de longa
distância assoviou, descreveu uma curva balística e bateu, a mais de trezentos
metros de distância, através de uma abertura no flanco da cidade alcantilada.
Sandal não viu mais a explosão, apenas viu as chamas pelo canto do olho. A
cena se passava novamente em seu olho interno, quando seu avô sucumbiu sob
o fogo dos pequenos purpurinos e morreu, quando os bloqueios dos muros do
Castelo Crater explodiram. Outra flecha – novamente um tiro de longa
distância.
E então veio um tiro especialmente difícil.
“O projetor!”, murmurou Sandal cheio de ódio. Um frio gélido o
percorreu. Lentamente, ele se virou trezentos graus, e seus olhos fizeram uma
busca pelas proximidades. Ninguém o havia descoberto ainda.
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Ele pensava:
Atlan é de alguma maneira como meu avô. Ele é astuto e um lutador, que
é melhor do que eu. Ele sabe exatamente quando agir. E quando ele age, ele o
faz de maneira rápida e certa. Eu o admiro. Ele percebeu a chance no momento
certo.
Cada vez mais o jato se afastava do planeta dos perigos. Atlan temia os
raios de inibição, mas não as naves adversárias, apesar de que ele sabia que elas
também dominavam a técnica do espaço linear – uma das descobertas mais
espantosas dos últimos tempos.
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Ele se sentou e pegou uma bandeja sobre a qual havia parte de uma
refeição preparada rapidamente. Ele estava com muita fome e comeu
silenciosamente e rápido.
Os mistérios continuavam.
Claramente, a hierarquia do Enxame era construída como uma pirâmide.
Havia uma certa quantidade de povos escravos, que, por sua vez, eram
controlados e vigiados. Aqueles que faziam isso pareciam ser apenas grupos
executantes.
Era importante para os terranos encontrar o grupo ou o indivíduo no
topo. Eles tinham que determinar quem eram os senhores ou príncipes do
enxame e forçá-los a afastar o desastre dos numerosos planetas dessa galáxia.
Mas no momento não havia nenhuma opção para tanto. Talvez eles
estivessem mais espertos depois de haver atingido Gepla-I...?
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Capítulo 5
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resistir. Eles são um novo povo de inimigos que se colocaram entre os deuses e
eu.
Nós sabemos agora dos lacoons, cujo olhar é como de basiliscos e nos
paralisa. Eles são verdadeiros adversários para minhas flechas silenciosas. Se
algum dia eu tiver filhos e netos, poderei contar mais coisas do que o avô Sandal
a mim, e coisas piores. Eles são verdadeiros adversários para um guerreiro.
Muitos desses grupos são controlados e monitorados pelos “demônios
negros”. O Enxame ou a caravana cósmica era um aglutinador para vários
povos. Será que eles foram roubados junto com seus mundos de origem e
escravizados? Nós não sabemos ao certo.
Eu suspeito que daremos um passo decisivo nesse planeta. É apenas uma
suspeita de um jovem guerreiro, que eles já chamaram de “Sandal, o Selvagem”
ou “Bárbaro”.
Talvez eu seja apenas um bárbaro quando eu luto.
Por que eu luto?
Pela vingança? Não mais, isso eu sei. Antes para que todos os povos da
Via Láctea obtenham sua liberdade de volta, que lhes foi tomada pelo Enxame.
Isso não é, eu acredito, uma razão ruim para lutar.
Eu concluo agora. Em poucas horas saberemos mais. O teleportador nos
trouxe imagens seguras das imediações, de forma que nós não tenhamos que
tropeçar como cegos por um matagal.
Sandal colocou a tampa na caneta, enrolou o pergaminho novamente e
prendeu-o na haste do arco. E então ele retesou a arma, apertando a ponta
esquerda do arco contra a canela da perna esquerda, afastando a haste para trás
do joelho direito e arqueando a ponta direita com os braços, para então
conseguir colocar a corda.
Ele ainda tinha mil flechas em cem aljavas.
A cor de suas plumagens mostrava qual efeito os projéteis possuíam.
Nos próximos dias, rapidez sozinha não era importante. Todos eles
deviam não apenas ser rápidos, mas também invisíveis. Altan, Tahonka-No e
ele... seria um bom grupo.
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muito bem como é vital desviar as naves do Enxame de nós. No final das contas,
trata-se da vida do grupo Atlan.”
“Trata-se disso!”, respondeu Sandal gesticulando. “Mais alguma
informação?”
“Sim. Recebemos ordens da Marco Polo. Rhodan é da opinião de que
seria a hora de colocar o adversário numa posição em que ele tenha que reagir.
Talvez nós consigamos, com força concentrada suficiente, desviar o enxame.”
Sandal bateu levemente nos ombros de Ras e disse:
“E aqui... em Gepla I?”
“Nós fizemos um reconhecimento das redondezas”, assegurou Ras e
enrugou a testa. “Nós realizamos algumas dúzias de saltos, parcialmente na
zona diurna. E nas últimas horas a cidade da planície, à luz da manhã. Você já
viu a caverna?”
“Ainda não. Vale a pena ver?”, perguntou Sandal, que já começava a
sentir fome.
“Bizarro. Tahonka está te esperando.”
“Onde?”
“Ao lado da pequena cozinha.”
Sandal se despediu e foi até à cozinha. A maior parte da tripulação já
havia comido. Icho Tolot se encontrava fora da nave. Uma tela mostrava Sandal,
enquanto ele andava, a vista na caverna de calcário com suas imagens
maravilhosas.
A luz entrava pelas numerosas aberturas e brilhava fracamente pela
caverna. Já era o final da manhã. Um mundo fantástico de formas fugazes
paralisadas como gelo se mostrava ao jovem guerreiro. Ele nunca havia visto
uma caverna assim em sua vida, ou essas cortinas que pareciam de material
efervescente e eram rochas duras. A água corria de uma bacia para outra. Uma
fileira inteira dessas bacias formadas por calcário e de diferentes cores e
tamanho seguiam em um declive até o ponto central do lado de trás da caverna
gigante, a qual poderia ter espaço para um cruzador ou a metade do Castelo
Crater. Uma abertura onde a água virava e se encontrava diretamente entre dois
pilares do jato. Sandal decidiu observar melhor as maravilhas da caverna depois
de comer e antes de o grupo discutir sobre a missão.
Tahonka-No agarrou o braço de Sandal e o sentou em uma poltrona.
Entre o ósseo e Sandal um rico café da manhã preparado pelos robôs da cozinha
com os ingredientes a bordo. “Nós iremos explorar a cidade na superfície”, disse
Tahonka. “Atlan, você e eu. Com a ajuda de Ras Tschubai.”
Ele colocou, enquanto Sandal comia com grande apetite, algumas
ampliações de fotos tridimensionais entre os pratos e copos. Sandal as estudou.
“Uma poderosa cidade!”, disse ele.
“Você deve só ver a cidade na península – no outro lado do mar interior”,
esclareceu No. “Um sistema similar àquele sob a cúpula em que lutamos depois
do voo nas costas dos dinossauros.”
Sandal observou as fotos e comeu calado.
A cidade na superfície seria então o primeiro objetivo. No declive
localizado a norte do maciço montanhoso, dentro da zona subtropical desse
planeta, espalhavam-se suavemente encostas vegetadas. Elas formavam,
misturadas com florestas e um rio que corria em forma de arco, três quartos de
um círculo. Dentro dessa formação, havia uma planície completamente plana.
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“Nós temos que permanecer invisíveis. Nenhum de nós pode ser visto de
maneira alguma. O teleportador que nos levará também deverá nos buscar.”
Sandal acenou assentindo.
“Isso mesmo!”
A cidade na planície estava disposta quase na forma de um círculo. No
centro estavam os prédios mais altos; o centro sobressalente era aquela
pirâmide curiosa com numerosas aberturas. A partir dela, declinava a altura dos
prédios e instalações de conexões até atingirem o solo. Entre os prédios
achavam-se extensas zonas verdes que pareciam velhos parques nas fotos.
Sandal sabia que isso significava uma boa quantidade de esconderijos ideais.
“Quando começamos?”, perguntou ele ansioso.
“Em algumas horas. Nós precisamos primeiramente esperar o retorno de
Gucky e, em segundo lugar, fazer um plano mais preciso.”
“Entendido!”, responderam Sandal e o ósseo como de uma só boca.
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lançou sua segunda faca. Ras segurava sua arma na mão e avançava. Ele tinha
que impedir os purpurinos de manusear o aparelho de rádio. Os impactos das
armas da unidade de guarda detonavam à direita e à esquerda de Sandal
enquanto ele atirava.
Tahonka-No aterrissou na grama, rolou e pulou lateralmente ao redor do
planador. Seu caminho era marcado por feixes de chama que saíam da arma de
um purpurino e iam de encontro a ele. Apenas dois purpurinos ainda viviam.
Eles haviam procurado se proteger atrás do planador.
Sandal esperou um pouco, trouxe o arco até o queixo e atirou.
A flecha bateu estalejante na parede oposta do planador aberto. Ela
passou pelo buraco que havia feito e furou o corpo do purpurino que se escondia
ali.
“Aqui!”
Enquanto Ras corria ao redor do planador, Tahonka-No executava uma
série de movimentos interligados. Ele correu, abaixou-se e retirou a faca do
peito do purpurino. Então ele deu um grande salto, pulou sobre o planador e se
jogou sobre o último sobrevivente. Sua mão com a faca afundou-se; o feixe de
fogo da arma do pequeno purpurino se apagou.
“Nós temos que esconder os corpos e o planador!”, disse Ras Tschubai e
guardou a arma novamente.
“Claro!”, Sandal se aproximou e olhou atentamente em volta. Não se via
nenhum planador, apenas os vestígios de fogo e as marcas das botas na grama.
Tahonka murmurou enquanto ele levantava um purpurino e o deixava
cair no planador:
“O planeta é grande e não muito povoado. Se nós tomarmos o controle do
planador...”
“Entendo.”
Eles trabalhavam rapidamente e com movimentos precisos e
controlados. Os seis seres mortos foram colocados nos assentos junto com as
armas. Ras prendeu uma carga explosiva com cronômetro sob o painel.
“Você conhece a direção, No! Ao trabalho!”, disse Sandal. O ósseo ligava e
girava botões e colocou a arma de um dos purpurinos no pedal do controlador
de velocidade. No deu um passo atrás, com a mão no interruptor principal, e
disse:
“Nessa direção, Ras?”
“Sim”, disse o africano depois de uma olhadela nas árvores do parque. “O
planador voava na direção da montanha. E o aparelho de rádio...”
Tahonka fez sinal que não.
“Desligado!”, murmurou ele.
E então ele soltou a arma e pulou para trás.
A concha branca do planador ascendeu flutuando, a cerca de vinte
metros. Ao mesmo tempo, ela ganhava velocidade. Ela passava pelas coroas das
árvores, subia sem parar e se distanciava em linha reta. Os três homens a
observaram por poucos segundos, e então Ras falou:
“Esse foi um o primeiro obstáculo. Outros incidentes desse tipo
certamente se seguirão.”
“Provavelmente. Nós precisamos continuar, Ras!”, disse Sandal.
Ras se concentrou no próximo alvo. Eles o alcançaram e agora estavam
atrás de um parapeito que contornava a terça parte superior de um edifício
colunar. Eles não sabiam a que propósito ele servia. Lentamente, eles se
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“Desinteressante!”, disse Ras Tschubai. Seu olhar virou-se pra cima, para
o flanco do prédio piramidal, que possuía uma semelhança distante com um
formigueiro.
“Tentamos?”
“Por mim tudo bem. O ponto de fuga é aqui?”, perguntou o ósseo e
agarrou mais firmemente sua arma.
“Sim!”, disse Sandal alto.
Eles se aproximaram de Ras Tschubai, tocaram seus braços e em uma
fração de segundo, eles se rematerializaram logo abaixo do topo do edifício. Eles
estavam no centro da cidade na planície.
E agora eles viam um grupo de instaladores do Enxame, que estavam em
um terraço a três níveis abaixo deles e conversavam. Sandal reconheceu as vozes
altas e estridentes instantaneamente.
Nesse mesmo momento, decolou uma densa formação de naves. O
barulho dos propulsores se misturou com o de um agrupamento de cerca de
uma dúzia de naves de carga que se preparavam para aterrissar.
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Atlan andava inquieto de um lado para o outro pela cabine de direção da Gevari.
“Nada mudou”, disse ele. “A maioria dos mutantes está fora da nave e
continuam o reconhecimento. Se nós pudéssemos arriscar uma comunicação de
rádio, nós saberíamos se eles encontraram alguma coisa ou se estão em perigo.”
Ele estava sozinho no momento.
Ele havia ouvido várias vezes as fitas nas quais estava gravado o que os
teleportadores haviam constatado. O arcônida havia visto as fotos inúmeras
vezes e procurava angariar inteligência a respeito delas. A preocupação com a
vida dos amigos o martirizava. Essa procura em águas escuras dentro desse
meio estranho... essa tentativa de desviar o Enxame de seu caminho assassino
pela Via Láctea, agindo por dentro dele e usando os recursos do inimigo... não
era seu jeito de lidar com as coisas.
Já não foi seu jeito várias vezes, arcônida!, falou o sentido extra. O tempo
deve ser aproveitado! Quanto mais se souber a respeito do Enxame, vocês
poderão agir com mais propriedade. Você e Rhodan!
“Eu sei!”, murmurou Atlan.
Ele pensou nos lacoons, aqueles seres com as cabeças de serpente que
pareciam ter se originado das sagas terranas: naquela época eles eram
chamados de basiliscos ou Gorogo Medusa, cujo olhar paralisava os homens ou
mesmo os petrificava. Contra essas armas silenciosas, as habilidades dos
mutantes foram tão ineficazes quanto as flechas de Sandal.
O que aconteceria se os sentinelas fossem surpreendidos por esses seres
na cidade estrangeira ou em suas redondezas, nas centrais de energia e
instalações de controle? Então o plano seria inviável. Os Senhores do Enxame se
vingariam terrivelmente dos invasores paralisados.
Para os príncipes da caravana cósmica, os terranos deviam ser um tipo de
“adversário invisível”, dos quais se conheciam quase exclusivamente as naves. E
as ações que foram levadas a cabo em vários pontos.
O arcônida olhou o relógio.
“Mais trinta horas!”, murmurou ele. Ele ansiava pelo momento em que
deixaria esse sistema, enriquecido com muitas experiências. Ele não suspeitava
que as coisas poderiam se passar de maneira diferente...
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“Eu sugiro que nós visitemos os espaçoportos e vejamos o que há por lá.
Talvez descubramos algo que nos proporcione ainda mais conhecimentos acerca
dos mecanismos dentro do Enxame.”
“A escuridão vai nos proteger!”, prometeu o jovem guerreiro.
Ras Tschubai conhecia a localização do espaçoporto pelas fotos. Ele
esperou que os outros dois homens tivessem arrumado seus equipamentos, e
então se concentrou e pulou com eles no nível do espaçoporto. Quando eles
pousaram em uma grama alta do outro lado de um muro delimitador, uma nave
decolou com um barulho trovejante. Certamente ela carregava tubos
hexagonais.
E ao mesmo tempo soou uma sirene.
Os três sentinelas pareciam formigas aos pés de um prédio que não era
de seu mundo. Grama quase do tamanho de um homem os circundava; um
esconderijo de primeira, e ao mesmo tempo uma armadilha, se fossem
descobertos. O ressoar da sirene desapareceu, mas agora eles ouviam os
barulhos de muitos planadores pesados.
Longe deles, na borda oposta do espaçoporto, havia uma fileira de
pequenas naves de carga. Tahonka-No contou suas extremidades; eram em
torno de cinquenta.
“O que significa a sirene?”, murmurou Ras Tschubai, virou-se várias
vezes e abaixou a grama com seus pés.
“Não faço ideia. Talvez seja o anúncio da aterrissagem de uma ou mais
naves”, disse o ósseo.
Sandal apontou para cima.
“Nave dos estrambólicos!”, disse ele.
Uma frota de dez naves preparava-se para aterrissar, elas pareciam ter
pressa, pois os barulhos do outro lado do muro de grama, que agora se
movimentava com a pressão do vento noturno, aumentaram agitadamente.
“Nós temos que ver isso!”, disse Sandal.
Ras levantou a mão e apontou para as construções de gruas gigantes que
se levantavam à direita deles, rodeadas por grandes e rasos galpões e pavilhões.
“Nós saltaremos para lá. Lá, veremos mais.”
“Entendido”, falou Sandal. “Isso se aplica a vocês. Eu vou até a borda do
espaçoporto e farei uma pequena ronda lá. Dessa maneira, eu verei coisas
diferentes de vocês, e até agora nós tivemos muita sorte!”
Ras tinha dúvidas. O risco parecia muito grande para ele. Mas ele se
calou e marcou um ponto de encontro com o jovem guerreiro. Dentro de meia
hora, eles iriam se encontrar debaixo de uma grande árvore, a qual se podia ver
de onde estavam.
“Bom. Ficamos assim então!”, disse Sandal. “Boa sorte. Tentem descobrir
o que eles estão carregando.”
Eles tinham que conversar gritando, pois as naves haviam acabado de
pousar, uma depois da outra. Elas afundaram nas proximidades das pequenas
naves que esperavam no solo. Em dez intervalos, o barulho esvaneceu quando
as naves desligaram seus propulsores. Sandal suspeitava, ao andar pela grama,
que as tripulações nas cabines de direção não eram estrambólicos, pois esses
reconhecidamente não se davam bem com o movimento rápido das coisas. Ras e
Tahonka sumiram. Sandal estava sozinho.
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Capítulo 7
Com três pequenos saltos, Ras e Tahonka haviam deixado a parte gramada,
haviam pousado em uma cabine de uma grua não utilizada equipada
roboticamente e se encontravam agora em um esconderijo seguro pelo
momento.
“Mais dois minutos... não mais que isso!”, murmurou Tahonka.
Eles estavam um do lado do outro perto da carga de um planador pesado.
A carga retirada era de uma nave do planeta dos estrambólicos que havia
pousado. Atentamente, o ósseo estudava o texto nas grandes e pesadas
bagagens. O planador de carregamento se movimentava ao longo de duas zonas
de luz. Em alguns segundos, ele alcançaria as baterias dos holofotes ao redor de
um dos pequenos transportadores.
“São radiadores de inibição!”, constatou No. “Eles vêm de Porteiro e
serão enviados para todas as partes do Enxame. Isso é certo.”
Ras tateou buscando o braço de Tahonka, agarrou-o e, quando a luz
atingiu a borda do planador, os dois homens se rematerializaram em um canto
escuro do espaçoporto. Eles se olharam; um vago feixe de luz caiu em seus
rostos.
“Nós descobrimos uma central decisiva nesse planeta!”, constatou
Tschubai sorrindo. Ele olhou para as zonas de luzes frias e brancas nas quais se
passava um constante intercâmbio de radiadores de inibição.
“Sim. Uma plataforma na qual começam todas as linhas de comunicação
na forma de radiação em todas as partes importantes do Enxame. Basta olhar
para a incrível velocidade com a qual esses aparelhos são carregados!”
A resposta ficou perdida no barulho dos motores. A primeira das
cinquenta naves decolou com as salas de carregamento cheias para seu objetivo
ainda desconhecido. Mas lá os radiadores seriam utilizados para reduzir a
velocidade da explosão populacional em sessenta vezes.
Tubos de favo...
Equipamentos de peças de naves espaciais...
Alimento para os conquistadores amarelos...
“O deus Y’Xantramon então é responsável por essas três coisas. Essa
descoberta abre perspectivas incríveis, Tahonka!”, murmurou Ras e olhou para
os números digitais luzindo em seu relógio.
“Assim é. Y’Xamthymr é um, Y’Xantramon é outro... e nós conhecemos
apenas poucos homens e, assim, poucos deuses. É assim. Nós ainda temos que
fazer algo aqui?”
Ras disse baixo:
“Não. Nós vimos o que é importante. Vamos procurar Sandal e voltar
para a nave na caverna de estalactites.”
“Mas ainda parece ser muito cedo”, retrucou Tahonka.
“Vamos procurar Sandal.”
Eles permaneceram parados e ainda lançaram um último e longo olhar
sobre o espaçoporto. Como esperado, Ras constatou uma grande semelhança
com portos terranos. Mas havia uma diferença decisiva entre a estrutura que
reinava dentro do Enxame e aquela de planetas povoados por homens.
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“Vocês chegam na hora certa!”, trovejou sua voz. Isso ocasionou um forte
eco na caverna.
Sandal se soltou de Ras.
“Por quê?”
“A inquietação do chefe chegou a um excesso. Ele queria mandar Gucky
para encontrá-los.”
Icho Tolot riu bem humorado. Isso significava que não havia problemas;
nenhum grande problema pelo menos. E o eco de suas palavras se transformou
em um barulho infernal na caverna.
Pouco depois, eles estavam diante de Atlan. Podia-se ver claramente
como o arcônida estava contente de vê-los relativamente seguros de novo.
Dentro de poucos minutos, o resto da pequena tripulação se reuniu na
sala de direção da Gevari.
Merkosh e Balton Wyt, Gucky e Ras Tschubai relatavam o que haviam
descoberto. As câmeras foram descarregadas e as imagens reveladas e
ampliadas em fotos tridimensionais.
Eles se concentraram em dois pontos:
Na cidade da planície e na outra cidade que se encontrava no final da
península. A última era três vezes maior. E muito mais interessante.
Atlan disse:
“Vocês chegaram dezenove horas mais cedo. Vocês viram o que nós
precisamos? Quais são as informações?”
Sandal pegou o cubo sob seu casaco e o colocou sobre um console
dobradiço.
“Entre outras coisas, isso!”, disse ele.
Ele ligou o cubo.
Como se estivessem encantados, os outros membros da tripulação
olharam para as cinco superfícies visíveis. Elas mostravam, sem exceção, a
mesma imagem, mas com algum retardamento. Uma depois da outra, as
superfícies se iluminavam.
A face de um dos deuses amarelos apareceu: assim haviam Tahonka-No e
Sandal o visto na saída daquela fatídica batalha em que se encontraram. E então
a imagem mudou e passou a mostrar uma torre piramidal gigantesca.
Gucky gritou:
“Essa é a torre no centro da península! Eu a reconheço bem. São dali as
fotos que eu tirei.”
“Calma!”, advertiu Sandal.
A imagem foi ampliada. A câmera se aproximava da terça parte superior
dessa torre habitada e filmou um recorte. Mudança de imagens. Via-se dentro
um enorme quadro no qual uma surpreendente figura estava sentada. Apenas
podia-se ver a metade, nomeadamente a parte superior de seu corpo.
O ertrusiano Toronar Kasom disse:
“Deve ser um dos deuses!”
“Correto!”, disse Sandal. Agora saíam sons do cubo. Uma música
barbárica ressoava. Apenas por algum tempo. E então ela se silenciou, e o deus
falou algumas frases alto. Tahonka-No acenou afirmativamente, e traduziu alto:
“Aqui fala Y’Xantramon”, disse ele. “O Senhor sobre esse planeta.
Chegaram informações alarmantes, meus amigos.”
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Capítulo 8
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“Você fica aqui. Essa é uma ordem irrevogável”, disse Atlan. Sua voz
estava áspera; expressava sua preocupação. Dez dos onze membros estavam
vestidos com seus trajes de combate, até os emocionautas.
“Eu vou recapitular”, disse o piloto do jato espacial a meia-voz.
Ele ouviu o eco na caverna, e então continuou:
“Eu deixarei o jato pronto para decolagem, o trarei até a entrada e
partiremos assim que o último membro do nosso pequeno time estiver a bordo.
O objetivo é conhecido. Silêncio de rádio – a não ser que a caverna seja
descoberta e atacada. Eu sou responsável para que a Gevari chegue ao ponto de
encontro a salvo. Ok?”
O arcônida concordou. Podia-se ler a preocupação com a missão em seu
rosto. Icho Tolot trazia Gucky sobre os ombros.
“Certo”, disse Atlan. “Volte para a cabine de direção, arrume as coisas por
aqui e espere por nós. Eu confio em você.”
Uma tensão nervosa tomou conta de todos os homens, sem exceção.
“Você pode confiar!”, disse o piloto e acenou.
Ele sabia que o tempo de espera seria terrível para ele.
Inatividade faria dessas horas uma tortura ainda maior.
Mas não era possível ser de maneira diferente. O emocionauta se sentou
em uma pedra calcárea.
Atlan continuou:
“Tudo já foi conversado. Nós não recebemos nenhuma ligação de rádio
que se relacione aos acontecimentos da cidade na planície.”
Ras Tschubai olhou para o relógio e disse:
“Em uma hora, minhas cargas explosivas irão detonar e destruir uma
parte dos aparelhos eletrônicos e dos dispositivos de controle. Então a atenção
vai se voltar para lá.”
“Bom. Os teleportadores começarão agora – nós temos nosso objetivo.”
O rato-castor e Ras Tschubai desapareceram de um golpe. Com eles,
foram Sandal, Tahonka-No, Icho Tolot e Takvorian.
Vinte segundos se passaram silenciosa e monotonamente.
E então Gucky apareceu novamente e cantou satisfeito:
“Eles foram deixados – os próximos, por favor!”
Ele levou Merkosh, o vítreo, com Balton Wyt.
Ras Tschubai, que apareceu logo depois, levou Atlan e o ertrusiano
consigo.
A entrada da caverna estava vazia.
Mentro Kosum, o emocionauta, deu de ombros e começou a recolher os
aparelhos de rádio, a enrolar os cabos de antena e a acondicionar tudo na nave.
Ele fez uma ronda em volta do jato, arrumando a desordem aqui e ali, fechou os
aparelhos e fiscalizou tudo. Então, ele ligou o jato e o colocou na entrada da
caverna, pouco antes da zona verde do enorme desfiladeiro rochoso. Ele
desligou as máquinas novamente, olhou para o relógio e procurou lutar contra a
inquietação.
E então ele esperou...
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“O poço com várias conduções de energia!”, disse seu sentido extra. “Um
esconderijo perfeito – até novo aviso!”
“Sim. Vamos!”
Gucky ligou a luz forte em seu traje de combate, visou a portinhola que
desaparecia por trás dos tubos e cabos, e teleportou. Segundos depois, ele estava
novamente sobre os ombros de Tolot e disse:
“Ela continua por quase duzentos metros para cima. Vocês podem seguir.
Há nichos embutidos a alguns intervalos. Nós podemos nos esconder lá. Eu vou
dar um sinal com meu holofote. E porque ele é o maior – primeiro Icho Tolot!”
Eles desapareceram.
Um depois do outro, os teleportadores levaram os dez homens para o
poço. Pouco tempo depois, eles estavam sobre uma pequena plataforma,
segurando as armas nas mãos, e viam ferramentas e robôs de manutenção.
Atlan murmurou:
“Cada um sabe sua tarefa. Gucky: procure o príncipe do Enxame.”
Enquanto o rato-castor executava a ação mais perigosa, Sandal agarrava
mais fortemente seu arco e olhava para o relógio. Ele sabia que teria poucas
oportunidades de atirar suas flechas mortais nas salas – mas ele ainda o
tentaria. Os minutos se passaram lentamente. Gucky procurava. A escuridão e
seu pequeno tamanho eram sua proteção pessoal.
Pensamentos... lembranças...
A radiação parapsíquica veio da terça parte superior do “Forte”. De
alguma forma, essa designação havia sido introduzida nas discussões. A
pirâmide com suas numerosas aberturas, rampas e antenas havia recebido esse
nome. As edificações mais baixas ao redor dessa construção havia sido chamada
de “Cidade Templo”, apesar de agora ser certo de que os prédios não eram
templos, mas sim fábricas e centros de dados. E armazéns.
“Essa espera”, murmurou Tahonka-No. “Insuportável!”
A quatrocentos metros de altura, com um comprimento de aresta de
cerca de seiscentos metros, coroada por uma poderosa antena parecida a uma
agulha, estava a residência do deus. Só faltava encontrá-lo. No poço, ficava cada
vez mais quente. Além disso, o ar estava empoeirado e pouco oxigenado.
“Onde está esse Gucky”, Atlan se perguntava alto.
Até agora, ele sempre havia encontrado o que procurava, acalmava seu
sentido extra.
Surpreendente, achou Sandal, que esses seres não pensavam em utilizar
aparelhos que mostrassem a presença de forasteiros.
Ou eles achavam estar seguros com uma certa quantidade de campos
defensivos?
De repente, Gucky estava de volta.
“Eu o achei!”, disse ele. “Ele parece estar trabalhando. É um grande e alto
salão. Quem se atreve primeiro?”
A voz de Atlan tornou-se mais ríspida:
“Ras! Vá com Gucky! Orientem-se. E, em seguida, transporte-nos o mais
rápido possível para lá. E com todo cuidado!”
“Entendido.”
Ras e Gucky desapareceram, alguns segundos se passaram e eles
apareceram novamente.
Ras disse baixo:
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Capítulo 9
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Icho Tolot se apartou; seu escudo brilhava sob a fúria dos raios de
projetores escondidos que iam de encontro ao dele. Além disso, ele sentia a
influência de um campo de inibição.
Takvorian também o sentia, e ele lutava com toda força contra uma
desaceleração de quinhentas vezes.
Gucky e Balton Wyt colocaram suas forças telecinéticas em ação,
levantaram o enorme príncipe e o arremessaram contra uma das paredes. Ele
acabou por danificar um projetor ao aterrissar sobre ele no meio de um raio de
fogo.
Sandal atacava.
Nos portais, tropas de guarda emergiam da fumaça, do vapor e das
chamas. Elas possuíam equipamentos e armas pesadas. Elas atiravam nos
terranos, mas não em Sandal, pois ele se encontrava entre duas instalações de
controle e estava relativamente discreto. Apenas suas flechas, que ele atirava em
intervalos de segundos, traziam a morte e a desgraça para as fileiras do inimigo.
Quando as aberturas se transformaram novamente em quadrados de
calor abrasador, quando as radiações nucleares atingiram os campos defensivos
dos terranos, Sandal viu novamente o deus de maneira mais precisa.
Novos raios de fogo chamejavam de nove armas em seu campo defensivo.
A cabeça era enorme. E ela parecia diferente nas pinturas, esculturas e
imagens gigantes que Sandal conhecia. Lá, as faces eram todas estilizadas –
aqui ele via a realidade.
Media cerca de setenta centímetros de diâmetro, com dois grandes olhos
semelhantes a olhos de vespa, facetados, quadro extensões sensoriais que
tinham quase o comprimento de uma mão e cujas extremidades se dividiam
múltiplas vezes. Uma boca sem lábios, com a mandíbula semelhante à de um
inseto, triangular e bem aberta. Dessa boca vinha um sibilar como de uma
grande cobra. A cor da pele, como se podia ver nas mãos e na cabeça, vermelho
vivo.
Takvorian ameaçava ser derrotado.
Mas o campo inibidor que Y’Xantramon irradiava apenas era direcionado
a um dos homens. Os teleportadores o confundiam ao levantá-lo e ao
arremessá-lo ao chão. O campo vinha, desaparecia, e vagava sem rumo.
Icho Tolot e o ertrusiano estavam ocupados com seus raios de proteção.
O campo defensivo do gigante ainda resistia.
Finalmente, o halutense gritou tão alto quanto pôde:
“Todos os mutantes trabalhando juntos... AGORA!”
Alguns segundos se passaram.
Eles se estenderam como pequenas eternidades. Sandal Tolk permaneceu
de guarda – ele não podia contribuir em nada para essa tentativa, a não ser com
sua vigilância e com suas flechas, que pareciam funcionar como brinquedos em
face das energias desencadeadas. Ele observava alternadamente o gigante em
vestimentas amarelas e as portas. Ninguém havia conseguido ainda atravessar
as paredes de chamas.
Finalmente, gritou o halutense:
“O campo... um rasgo na proteção.”
Uma pequena lacuna parecia ter surgido, pois as vestimentas amarelas
do príncipe agora queimavam sob os múltiplos campos.
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FIM
Um Senhor do Enxame que possuía uma importante função havia
sido morto, e os homens da Gevari foram salvos.
Logo depois haverá um confronto com um Poderoso do Enxame,
no qual Alaska Saedelaere possui o papel principal.
O MENSAGEIRO MASCARADO
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