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Processo: 0010442-66.2020.8.09.

0044

Usuário: PEDRO IVO DE MOURA TELLES - Data: 22/10/2020 11:49:36


FORMOSA - 1ª VARA CRIMINAL
Ação Penal de Competência do Júri ( CPP )
Valor: R$ | Classificador: Manifestar no 422 - rol de testemunhas
Comarca de Formosa
1ª Vara Criminal
Gabinete da Juíza

Processo n.° 10442.66

Acusado: Adão Pereira dos Santos

Vítimas: Andreia da Silva Prado, Larissa da Silva Prado dos Santos e Pedro Vinícius da Silva

SENTENÇA

O Ministério Público do Estado de Goiás, por seu Promotor de Justiça, no uso de

suas atribuições constitucionais e legais, ofereceu denúncia, aos 05/02/2020, em desfavor de Adão

Pereira dos Santos, vulgo Cigano, qualificado, imputando-lhe a prática das condutas tipificadas no

art. 121, § 2º, inciso I (motivo torpe), IV (recurso que dificultou a defesa a vítima) e VI (contra a

mulher por razões das condições do sexo feminino) c/c art. 14, inciso II, com relação à vítima

Andreia da Silva Prado, art. 121, inciso IV (recurso que dificultou a defesa a vítima) c/c art. 14,

inciso II, com relação à vítima Larissa da Silva Prado dos Santos e art. 121, inciso IV (recurso que

dificultou a defesa a vítima) c/c art. 14, inciso II e art. 61, alínea h, todos do Código Penal, quanto à

vítima Pedro Vinícius da Silva.

A denúncia está às fls. 02/05.

A prisão preventiva foi decretada na cautelar apensa n.º 1925.72, cumprida aos

25/01/2020 (fl. 64).

Fotos às fls. 18/24 e 63/68.

Guia de Atendimento de Emergência e Relatório Médico da vítima Andreia às fls.

25/33 e da vítima Larissa às fls. 37/40.

Certidão de nascimento da vítima Pedro à fl. 42.

Relatório Psicológico da vítima Andreia às fls. 69/70.

Laudo de Exame de Corpo de Delito – Lesões Corporais da vítima Andreia às fls.

71/74.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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Documentos médicos da vítima Larissa às fls. 80/89 e 98/99.

Relatório Psicológico da vítima Pedro às fls. 106/107.

Laudo de Local de Crime às fls. 113/120.

A denúncia foi recebida às fls. 131/132.

Laudo de Exame de Corpo de Delito – Lesões Corporais da vítima Larissa às fls.

164/166.

O acusado foi citado à fl. 170 e apresentou resposta à acusação às fls. 181/183.

Às fls. 225/226 foi afastada a possibilidade de absolvição sumária e designada

audiência de instrução e julgamento.

Informações em habeas corpus às fls. 227/228.

Às fls. 253/256 foi realizada a audiência de instrução e julgamento, ocasião em que

foram ouvidas as vítimas Andreia, Pedro e Larissa.

Às fls. 273/275 o pedido de prisão domiciliar do acusado foi indeferido.

Às fls. 279/287 foi realizada audiência de instrução e julgamento em continuação,

oportunidade em que foram ouvidas as testemunhas Maria, Roque, Leandro, Waldir, Marina, José

Humberto e o réu foi qualificado e interrogado. As partes apresentaram alegações finais orais. O

MP requereu a pronúncia do acusado por todos os crimes, tendo em vista que são suficientes as

provas da materialidade e os indícios de autoria.

Por sua vez, a defesa requereu a absolvição e a impronúncia do acusado em razão da

sua incapacidade de responder por seus atos, causada pela embriaguez.

Novas informações em habeas corpus às fls. 303/305.

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Certidão de antecedentes criminais às fls. 307/311.

É o relatório. FUNDAMENTO E DECIDO.

Presentes os pressupostos de constituição e desenvolvimento válido e regular da

relação processual e as condições para o exercício da ação penal, ausentes irregularidades ou

nulidades e observados os princípios inerentes ao devido processo legal (art. 5º, incisos LIV e LV,

da CF/88). Assim, de rigor a análise da acusação aqui ventilada.

Por isso, passo ao exame do meritum causae.

Da detida análise destes autos, entendo ser o caso de pronunciar o réu por todos os

delitos imputados.

Na esteira da orientação doutrinária e jurisprudencial já consolidada, conforme o

disposto no art. 413, caput, do Código de Processo Penal, no momento de pronunciar o acusado é

defeso ao magistrado adentrar no mérito da questão, por ser esta atribuição do Júri Popular, por

força do art. 5º, inciso XXXVIII, alínea c, da CF/88.

Somente cabe ao magistrado, pois, realizar um juízo de admissibilidade das provas

sobre a materialidade delitiva e suficientes indícios de autoria ou participação, sem produzir

argumentação que indique pré-julgamento da causa e influencie o Conselho de Sentença.

Sobre o tema, oportuno destacar os ensinamentos de Eugênio Pacelli de Oliveira,

segundo o qual, in litteris:

“Na decisão de pronúncia, o que o juiz afirma, com efeito, é a existência de provas no
sentido da materialidade e da autoria. Em relação à materialidade, a prova há de ser
segura quanto ao fato. Já em relação à autoria, bastará a presença de elementos
indicativos, devendo o juiz, tanto quanto possível, abster-se de revelar um
convencimento absoluto quanto a ela. É preciso considerar que a decisão de pronúncia
somente deve revelar um juízo de probabilidade, e não o de certeza.” (Curso de
Processo Penal, 10 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, p. 575).

De modo que, se diante das provas colhidas até então, o magistrado se convencer da

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materialidade do fato e de indícios suficientes de autoria ou participação, pronunciará o acusado,

submetendo-o, pois, ao julgamento perante o Tribunal do Júri. Este é o caso destes autos.

Passo, então, à análise dos elementos probatórios contidos neste feito.

DA MATERIALIDADE

No que toca à materialidade dos três delitos imputados ao acusado, entendo que não

pairam dúvidas quanto à existência das práticas criminosas narradas na inicial acusatória.

Ora, a existência material dos crimes tentados ficou comprovada pelos seguintes

documentos e perícias: Guia de Atendimento de Emergência e Relatório Médico da vítima Andreia

às fls. 25/33 e da vítima Larissa às fls. 37/40; Laudo de Exame de Corpo de Delito – Lesões

Corporais da vítima Andreia às fls. 71/74 e da vítima Larissa às fls. 164/166; documentos médicos

da vítima Larissa às fls. 80/89; e Laudo de Local de Crime às fls. 113/120. Todas essas provas

documentais e periciais apontam que as vítimas Andreia e Larissa foram atingidas por disparos de

arma de fogo.

Os Laudos de Exame de Corpo de Delito concluíram que as vítimas Andreia e Larissa

sofreram ofensa à integridade corporal causada por instrumento perfurocontundente.

Com relação à vítima Pedro, não houve lesões, todavia, ficou comprovada a existência

material da tentativa branca pelos depoimentos testemunhais colhidos na fase instrutória,

inclusive o dele próprio.

Nesse contexto, destaco que as oitivas produzidas na fase judicial, em especial os

depoimentos das próprias vítimas, consubstanciam provas da ocorrência material dos delitos.

DOS SUFICIENTES INDÍCIOS DE AUTORIA

Por sua vez, os indícios suficientes de autoria encontram-se também presentes, com

relação a todos os crimes (três tentativas de homicídio) e a todas as vítimas (Andreia, Larissa e

Pedro), conforme se constata pelo Inquérito Policial, pelos documentos e perícias acostados ao

caderno processual e pelas oitivas produzidas na fase judicial.

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O réu, em seu interrogatório judicial, relatou que não se recordava dos fatos,

entretanto, informou que tinha uma arma velha em sua casa, embora não tenha se lembrado o que

aconteceu com a arma. Ainda, relatou que a vítima Andreia contou o que ele havia feito, no dia

seguinte, mas o acusado voltou a repetir que não se recordava de nada.

Interrogatório judicial:

“Estava de 03 a 04 dias bebendo, virado; tinha uma arma velha em casa; não
lembra de nada; ficou esses 03/04 cheirando cocaína também; o relacionamento
dele estava bom, normal, nunca discutiu com ela (Andreia); nunca bateu nela,
ou ameaçou os filhos; quando for solto pretende voltar com ela; não sabe o que
foi feito com a arma; a arma era um revólver, era velha e estava lá, era do seu
bisavô; não é verdade que ele já a agrediu antes; não chegaram a casar, nesse
período não morava junto com ela; se dava bem com todos os filhos dela
(Andreia) e a mãe dela; mesmo usando álcool nunca discutiu com ela; ela
(Andreia) foi para Ribeirão Preto com ele para internação dos vícios da cocaína
e álcool; não sabe dizer se foi ele que deu os disparos; foi preso na casa de um
amigo; antes de ser preso conversou com Andreia, não acreditou que tinha
feito aquilo; seu problema de saúde é água no pulmão; antes de ser preso já
tinha problema no pulmão, estava fazendo tratamento; relacionou com a
Andreia por 05 anos; não confirma que tinha ciúmes, vivia muito bem com a
Andreia; estava fazendo o tratamento de saúde em novembro, antes de ser
preso; perdeu um pulmão, só tem um; os médicos falaram que era para voltar
para ver a água do pulmão; sente dor nas costas falta de ar, não consegue ficar
em pé no banho de sol; foi ao hospital 01/02 vezes depois de preso; pediu
outras vezes para ir ao hospital, mas falaram para esperar; fez exames esses
dias; está com uma coceira na pele; depois da bebida usava drogas; há 02 (dois)
anos usa álcool e drogas; nas duas vezes que fez tratamento Andreia estava
com ele; usa bombinha para asma e bronquite.”

A vítima Andreia relatou como os fatos ocorreram. Ainda, informou sobre o seu

interesse de retomar o relacionamento com o réu e que não havia sofrido nenhum tipo de

agressão anterior a esse fato. Ela negou o que havia sido relatado por ela própria na fase policial

(fls. 60/62). A vítima não explicou a motivação do crime, mas explicou ter pedido um tempo em

seu relacionamento com o acusado.

Depoimento judicial da vítima ANDREIA:

“foi amigada com Adão por 05 (cinco) anos; começaram a ter problema
quando ele começou a beber, ele usava droga, cocaína; quando ele (acusado)
estava sóbrio era uma ótima pessoa; estavam na casa ela, sua filha e o Pedro;

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Pedro fez 12 anos e a Larissa tem 19 anos; aconteceu na madrugada; foi


surpreendida com a chegada do Adão; escutou um barulho muito forte e
quando foi ver o portão estava afastado, acha que chegou a bater o carro no
portão; sua filha assustou e elas foram ver, sua filha foi na sua frente e ele veio;
viram que ele estava armado e elas correram; quando saíram foi a hora que ele
deu os tiros; ele (acusado) pediu para sua filha sair da frente dela, mas sua
filha não saiu e pegou pau e foi a hora que ele atirou; tinha 03 (três) dias que
ele (acusado) estava usando droga e bebendo; acha que os vizinhos chamaram
a polícia; sua filha e ela foram atingidas pelos disparos; sua filha foi atingida
perto do peito e ela foi atingida no cotovelo e na barriga; ficou internada de
um dia para o outro e sua filha uns 15/16 dias; a arma era um revólver, nunca
tinha visto ele com essa arma; antes nunca tinha tido violência doméstica; não
sabe porque ele (acusado) fez isso; ele (acusado) estava fora de si, estava muito
doido; acha que nem ele (acusado) não sabe porque ele fez isso; só falou com
ele (acusado) antes dele ser preso; eles estavam juntos na época, mas no dia
que aconteceu ela disse que ia dar um tempo; não tinha outro relacionamento
e que sabe ele também não; ele (acusado) não tinha muito contato com seus
filhos porque eles não moram com ela; ele (acusado) tinha problema com
álcool e com drogas, já o acompanhou nos tratamentos; ele (acusado) teve que
ser internado às pressas por um problema no pulmão e ainda estava fazendo
tratamento, ele ficou com líquido no pulmão; acha que ele (acusado) não
lembra o que aconteceu pelo estado que ele estava; se ele sair da cadeia
pretende conviver com ele novamente, sem medo e sem preocupação; não tem
convivência boa com a Larissa, não estão se falando; acredita que Larissa tenha
um pouco de mágoa do Adão; depois falou com Adão só pelo telefone; ele
(acusado) tratava o Pedro normal; não tem nada contra prisão domiciliar dele
(acusado) até porque ele tem que terminar o tratamento dele porque ele não
está bem, com falta de ar; não confirma que já tinha sofrido agressão física, só
foi verbal; não sabe o motivo dele dar os disparos; foi surpreendida, não
esperava aquilo; foram para o banheiro ela o Pedro e a Larissa e depois saíram
de uma vez; depois que sua filha levou o tiro ela se escondeu no banheiro
sozinha; depois que ele (acusado) deu os tiros ele saiu; não é verdade o que
disse na Delegacia que já foi agredida fisicamente; sabia que ele (acusado)
tinha arma de fogo, mas nunca tinha visto; perdeu o contato com sua mãe
porque ela sempre intrometeu na sua vida querendo saber se sua filha estava
viva ou morta e falou que se a neta morresse ela mandaria matá-la; Adão
estava fazendo tratamento para álcool e drogas; o problema de saúde dele
(acusado) é no pulmão; não precisa de medidas protetivas”.

Na fase policial (fls. 60/62) Andreia prestou depoimento diferente e, em razão disso,

suas palavras deverão ser analisadas pelos jurados.

De sua vez, os depoimentos prestados pelas vítimas Larissa e Pedro, filhos de

Andreia, evidenciam detalhes dos fatos, inclusive, ambos informaram que sua genitora sofreu sim

agressões físicas e ameaças ao longo do relacionamento, o que era contado pela própria Andreia

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para os filhos. Além disto, a vítima Larissa relatou que, no momento em que o acusado entrou

armado na residência, Andreia gritou que ele foi até lá para pegá-la.

A vítima Larissa descreveu o momento em que foi atingida pelos disparos de arma

de fogo e, também, conseguiu visualizar o momento em que o acusado efetuou os disparos em

sua genitora e, em seguida, a tentativa em desfavor de seu irmão Pedro. Larissa também contou

sobre o relacionamento de sua mãe com o réu e que ele a agredia e ameaçava anteriormente.

Depoimento judicial da vítima LARISSA:

“Mora com sua avó há 06 (seis) anos; sua mãe e Adão nunca moraram juntos;
no dia tinha chegado para visitar a sua mãe; estava dormindo na cama com
Pedro e sua mãe no tapete na sala; ouviu um barulho muito forte no portão e
já acordou com sua mãe gritando e falando que ele (acusado) tinha ido lá para
pegar ela, ele já entrou armado; o barulho foi porque ele tinha passado o carro
por cima do portão; ele (acusado) já chegou armado e falando que queria ela e
sua mãe se trancou no banheiro e Pedro correu para o quarto; ela foi conversar
com ele (acusado) para ela não fazer nada e disse que não o deixaria passar ele
(acusado) deu um tiro no seu peito; estava tipo ‘peitada’ com ele na hora do
tiro, estava muito próximo; ele (acusado) atirou e logo foi atrás da sua mãe; ele
(acusado) deu um tiro na trinca do banheiro e depois deu mais 02 (dois) nela;
depois ele saiu, foi no quarto atrás do Pedro mandou ele ajoelhar e rezar,
colocou a mão na cabeça do Pedro e quando ele (acusado) foi atirar ‘mascou’;
quando levou o disparo caiu, mas estava consciente vendo tudo que ele estava
fazendo; teve uma hora que fingiu de morta, quando ele passou por ela para ir
para o quarto; quando ele foi no quarto ela ouviu ele (acusado) falando com o
Pedro; ele saiu, sua mãe saiu correndo e ela ficou lá dentro; não viu ele saindo;
até a cirurgia estava consciente, fez a cirurgia em Brasília, ficou 15/16 dias
hospitalizada; passou por 02 (duas) cirurgias, a bala ainda está no seu corpo,
explicaram que não tem como tirar; deformou sua barriga, teve que retirar
parte do seu intestino; cortou a sua barriga abaixo do peito até o umbigo; ficou
uns 02 (dois) meses para se recuperar, não conseguia andar direito, ia ter que
fazer fisioterapia; sua mãe saiu no outro dia do hospital, o tiro acertou na
barriga e saiu do outro lado e no cotovelo; depois disso voltou a ter contato
com ela, depois disso não tem boa convivência com ela; fez isso para salvar a
vida dela e é assim que ela recompensa, entrando em contato com ele na
cadeia e ligou para ela e falou que ficaria do lado dele na audiência; é uma
falta de consideração da própria mãe porque ela iria perder uma filha e um
filho de 11 (onze) anos por causa desse homem e ela ainda está se
comunicando com ele na cadeia; sua mãe quer retomar o relacionamento com
ele (acusado); ela não visita ele (acusado) porque ele não pode, mas ele tem
um celular lá e fala com ela (Andreia); ela (Andreia) ligava chorando e
contava, teve um dia que ele (acusado) trancou ela no quarto e bateu nela com
uma faca, espancou ela; sabia disso porque ela mesma contava; ele (acusado)
sempre ameaçou ela; ele (acusado) avisava que ele ia fazer e ela (Andreia)
desacreditou; hoje não tem medo dele, mas depois que aconteceu isso não é

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mais a mesma pessoa; ela (Andreia) falou que se ela contasse que ela estava se
comunicando (em audiência) com ele (acusado) ia mandar uma pessoa para
matar ela e sua família; ela (Andreia) quer voltar com ele porque ela tem um
amor doentio por ele, igual ele por ela; depois que aconteceu isso, elas
começaram a se comunicar mais e ela mostrou até foto dele (acusado) dentro
da cadeia; ela (Andreia) pegou auxílio do governo e comprou biscoito e papel
higiênico e deixou na casa da mãe dele (acusado) para levar para a cadeia; no
dia pegou um rodo para defender sua mãe, mas não chegou a usar, estava
frente a frente com ele e com o pedaço de pau; ele (acusado) falou para ela sair
da frente que ele queria sua mãe, mas ela se recusou e falou para conversarem;
ele (acusado) estava drogado e bêbado; ele estava drogado, ele não estava
normal, estava muito ruim; tem ódio dele (acusado) pelo que ele fez; não
consegue perdoar pelo que ele fez com ela e com seu irmão; ele (acusado) não
tinha feito nada com ela antes, não a tratava mal, não convivia com ele; ele
(acusado) tratava sua mãe muito mal; sua mãe já apareceu na casa da sua avó
com o olho roxo e a boca, e ela disse que havia sido ele (acusado); a sua mãe
está negando tudo porque ela disse que ficaria do lado dele até o final, mas vai
falar a verdade, esse homem não pode sair, ele (acusado) vai fazer uma
‘merda’ se ele sair”.

Da mesma forma foi o depoimento judicial da vítima PEDRO, que esclareceu que o

acusado também disparou contra ele, mas não o atingiu, pois não havia mais balas:

“Tem 12 (doze) anos; estava dormindo com sua irmã no quarto e sua mãe na
sala; ele (acusado) chegou dando a ré no carro e derrubou o portão; sua mãe se
trancou no banheiro, sua irmã ficou na frente e ele foi para o quarto; ele
(acusado) falou para sua irmã sair da frente porque ele queria pegar sua mãe,
sua irmã falou que ele não iria fazer nada com ela não; ele (acusado) deu um
tiro no peito da sua irmã; sua irmã caiu no chão e ele (acusado) começou a dar
chute na porta e dar tiro e pegou na barriga da sua mãe e no braço; ele
(acusado) foi lá no quarto e apontou a arma para ele, mas não tinha mais bala ;
acha que ele (acusado) apertou o gatilho, viu que ele não tinha mais bala e foi
embora; ele (acusado) o tratava ele mais ou menos bem; não gostava dele,
ninguém da sua família gosta dele, só sua mãe; antes do ocorrido ele (acusado)
não tinha feito nada de mal com ele não, só xingava; ele (acusado) fez um
buraco e pelo buraco deu 02 (dois) tiros nela; a porta não chegou a abrir, ele
deu tiro na fechadura, mas não abriu; ele (acusado) estava bebendo; o que
falou na Delegacia é verdade; ele (acusado) já tinha agredido sua mãe, ele já
quebrou o nariz da sua mãe; toda vez que ele (acusado) batia nela ninguém
estava perto, sua mãe que contava; ele (acusado) já agrediu sua mãe outras
vezes; fez tratamento com psicólogo, mas não gostou, já parou de ir”.

Os depoimentos judiciais das duas vítimas acima (Larissa e Pedro) são harmônicos,

inclusive com aqueles prestados na fase policial (fls. 75/76 e 101/104), e demonstram a existência

de indícios suficientes de autoria delitiva para o acusado com relação aos três delitos e são

suficientes, por si sós, para levarem Adão a julgamento pelo Tribunal do Júri desta Comarca.

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Diferentemente do relato da vítima Andreia, que tem envolvimento emocional e

amoroso com o réu e até o defendeu em audiência, Larissa e Pedro relataram os fatos de modo

objetivo, sendo imperioso que as versões apresentadas por todos sejam levadas ao crivo dos

jurados, por serem estes os juízes da causa.

No mesmo sentido, foi o depoimento da informante Maria, mãe de Andreia e avó de

Larissa e Pedro. Maria ratificou o depoimento dos netos e questionou muitos fatos afirmados por

Andreia, o que deverá ser levado à apreciação dos jurados.

Depoimento judicial da informante MARIA:

“Mãe e avó das vítimas; sua filha e o Adão tiveram envolvimento por 04
(quatro) anos; o relacionamento deles era difícil, um dia ele estava bom, outro
dia ele (acusado) surtava, batia muito nela; ela corria para sua casa e ela ficava
na sua casa 03/04 dias, ele (acusado) ligava para ela e ameaçava, ouviu os
áudios ela (Andreia) a colocava para ouvir; soube do fato quando a vizinha
ligou para ela umas 02h da manhã; quando chegou foi direto no hospital de
Formosa, ela falou para que ela voltasse no hospital de Planaltina porque a
Larissa estava em estado grave; quando chegou lá Larissa estava no centro
cirúrgico; ela (Andreia) falou que estava dormindo quando ele (acusado)
começou a bater no portão dela até fazer um buraco e já entrou atirando nas
portas, nos portais; ele (acusado) quebrou a porta do banheiro, queria pegar
ela (Andreia) dentro do banheiro; a verdade é que ele (acusado) queria pegar
ela (Andreia), mas sua neta atravessou na frente para socorrer ela; sua neta
estava meio tonta porque a mãe tinha dado um remédio para alergia e ela
falou para ele (acusado) ‘não mata minha mãe, não mata minha mãe’; ele
(acusado) gritava na porta do banheiro ‘Larissa, eu não quero você, quero a
sua mãe’; ela atravessou na frente e ele deu logo um tiro no peito dela (Larissa)
e ela caiu, depois ele colocou seu neto de joelho e falou para ele colocar as
mãos para o céu e engatilhou a arma na cabeça dele, só que não tinha mais
bala; isso ela ouviu do seu neto e da sua neta; ouviu da sua neta que fingiu de
morta, que viu tudo que ele fez com o seu neto; ele (acusado) estava batendo
com o carro no portão, quando ele entrou no portão ele já entrou atirando na
porta; a vizinha falou que o portão chegou a cair; o primeiro tiro pegou na sua
neta, porque a mãe dela correu para o banheiro e se trancou; ele (acusado)
atirou na porta do banheiro para pegar ele; ele (acusado) batia muito nela, não
chegou a presenciar, mas ela chegava em casa muito machucada e ela falava
que ele quase matava ela; a mãe dele já presenciou ele batendo nela; ele
(acusado) cheirava muito pó; ela falava que ele cheirava no prato, ele saía de
si, virava outra pessoa; ela levou ele na sua casa e estava bom, mas ele surtou
na sua casa e gritava com ela, muito ciumento, não deixava ela (Andreia) ir no
salão; nunca teve um bom relacionamento porque ele judiava muito dos seus
netos, ele (acusado) falou que queria ela (Andreia) sozinha; nunca gostou com
ele, devido a ele judiar dos seus netos nunca deu certo; não tem ódio dele

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Usuário: PEDRO IVO DE MOURA TELLES - Data: 22/10/2020 11:49:36


FORMOSA - 1ª VARA CRIMINAL
Ação Penal de Competência do Júri ( CPP )
Valor: R$ | Classificador: Manifestar no 422 - rol de testemunhas
Comarca de Formosa
1ª Vara Criminal
Gabinete da Juíza

(acusado), ele já está pagando; nunca ouviu falar que ele (acusado) tinha
problema de saúde; soube só que ela viajou com ele para São Paulo fazendo
tratamento com ele de droga; antes dela ter ele (acusado) o relacionamento
delas duas era bom; confirma que ela (Andreia) disse que ele prendeu ela no
quarto com várias armas e facão e estava com medo dele agredir ela com o
facão, mas ela conseguiu correr para rua e escondeu no mato; o nome que
conheceu ele foi por Rodrigo, depois que aconteceu isso que descobriram que
o nome dele era Adão; essas coisas aconteceram antes desse fato, não sabe
como ela (Andreia) não morreu ainda; ela (Andreia) ameaça elas, ela fala que
vai mandar a família dele ir matar eles; ela (Andreia) se afastou delas, falou
que elas não são mais da família porque elas falam a verdade; as fotos
juntadas foi ela mesma que tirou da casa; ele (acusado) tinha ciúmes da família
dela, até do Pedro; ele (acusado) fazia ameaçar os meninos de morte, eles
foram morar com o pai por causa disso”.

Desse modo, o depoimento da informante mãe/avó das vítimas confirma a existência

de indícios suficientes de que Adão tenha efetuado disparos de arma de fogo contra Andreia,

Larissa e Pedro, não sendo possível afastar, neste momento, o dolo de matar, que não foi

alcançado por circunstâncias alheias à vontade dele.

Os demais depoimentos prestados pelas testemunhas Roque e Leandro (policiais

militares) e Waldir (perito criminal) são técnicos e esclarecedores, capazes de ratificar os

depoimentos acima mencionados.

Depoimento judicial da testemunha WALDIR:

“Perito criminal; recorda-se do caso que a pessoa derrubou o portão com o


carro, depois arrombou a porta da sala; a vítima foi baleada dentro do
banheiro, ou seja, essa vítima estava correndo para se esconder do agressor e
dificilmente estava com alguma coisa para se defender; no Laudo indicou que
a arma poderia ser um revólver porque quando se utiliza pistola quando
efetua disparo ela ejeta o estojo da munição ou a pessoa tem sangue frio para
recolher a munição e ir embora ou trata-se de um revólver; ele (acusado)
atirou por fora do banheiro; em um dos disparos ele já tinha a visualização da
vítima; a perícia levou menos de 02 (duas) horas para chegar ao local, no
máximo entre a ocorrência do fato e a perícia levou 04 (quatro) horas”.

Depoimento judicial da testemunha ROQUE:

“PM; acompanhou a Dra. Fernanda no hospital, conversando com a vítima; no


hospital ela falou que o ex-marido tinha chegado com um veículo Monza e
quebrou a cerca e o portão e adentrou a casa e efetuou disparos de fogo

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atingindo ela e a filha dela; a filha dela estava internada em Brasília; foram no
hospital na parte da manhã, era dia; a Andreia estava sendo medicada dentro
da UTI; ela (Andreia) estava bem acordada”.

Depoimento judicial da testemunha LEANDRO:

“PM; deram apoio a outra equipe; quando chegaram o SAMU estava


atendendo a vítima Andreia; conversaram com os outros policiais sobre o fato
e falaram que o marido dela tinha efetuado disparos contra ela e tinha se
evadido do local, passaram o nome dele e que ele estava em um astra
vermelho e saíram em patrulhamento”.

Também destaco os depoimentos prestados pelas testemunhas arroladas pela defesa

para que os jurados tenham acesso a eles. As oitivas esclareceram quanto à personalidade do

acusado, sendo explanado o seu comportamento com uso de drogas. Nenhuma delas presenciou

os fatos.

Depoimento judicial da testemunha JOSÉ HUMBERTO:

“Amigo do acusado; o relacionamento dele (acusado) com a Andreia era um


pouco conturbado; Andreia ia muito atrás dele (acusado); às vezes eles viviam
bem, mas as vezes ele (acusado) usava droga; não soube de nenhuma agressão;
quando ele (acusado) usava droga mudava completamente o comportamento
dele; no outro dia ele (acusado) não lembrava das ações dele; não sabe porque
ele cometeu esse delito; ele (acusado) já fez tratamento para o alcoolismo, uma
época até correu atrás pesquisando preços; conseguiram uma clínica para ele
(acusado) em São Paulo; acompanhou o problema de saúde que ele (acusado)
teve, ele (acusado) não concluiu o tratamento por causa do uso de droga e
álcool; nunca presenciou ele (acusado) brigar na rua, mesmo sob o efeito de
drogas; quando ele (acusado) usava mais droga ele costumava ficar em casa
isolado”.

Depoimento judicial da testemunha MARINA:

“Conhece Adão há 02 (dois) anos; nunca ouviu falar de problema dele


(acusado) com Andreia; ele (acusado) usa cocaína, já presenciou; quando ele
(acusado) usa droga fica outra pessoa; quando ele (acusado) costuma usar
droga era a noite toda; ele (acusado) comentou com ela que já foi internado;
depois do ocorrido não conversou com ele (acusado); ele (acusado) nunca
comentou que ele tinha a intenção de matar Andreia, só uma vez que ele
comentou que ela enciumava dele e que ela batia nele; ele (acusado) para eles
não comentarem com ela quando saíam; ele nunca achou confusão na rua,
mesmo bebendo; morou um tempo do lado da casa dele, mas fazia um tempo
eles não moravam mais perto um do outro.”

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Os dois relatos acima, porque nada dizem a respeito dos fatos imputados, não são

capazes de impedirem a pronúncia.

Portanto, sinto-me convencida da existência de suficientes indícios de que Adão é o

autor dos três delitos (vítimas Andreia, Larissa e Pedro) contra a vida tentados que lhe foram

atribuídos, posto que as provas carreadas aos autos são suficientes para tanto.

É por isso que as condutas descritas na denúncia devem ser submetidas ao crivo dos

jurados, com a submissão do acusado a julgamento pelo Tribunal do Júri.

DAS QUALIFICADORAS

Cumpre, ainda, ao juiz da pronúncia analisar as circunstâncias elementares do tipo

descrito na inicial acusatória.

Com relação à qualificadora prevista no inciso I do § 2º do art. 121 do Código Penal

(MOTIVO TORPE), com relação à vítima Andreia, a partir da prova produzida mostra-se

plausível a tese acusatória de que a conduta do acusado tenha sido motivada diante de seu

inconformismo com a decisão da vítima de dar um tempo no relacionamento amoroso.

Apesar de a vítima Andreia não informar a motivação do crime em sua oitiva judicial,

em seu depoimento na fase policial relatou que o acusado não aceitou o término do

relacionamento (fl. 60). Em seu depoimento em Juízo a vítima apenas explicou que havia pedido

um tempo em seu relacionamento com Adão.

Destaco parte do depoimento judicial de Andreia: “eles estavam juntos na época, mas no

dia que aconteceu ela disse que ia dar um tempo; não tinha outro relacionamento e que sabe ele também

não.”. Já no depoimento policial (fl. 60): “(...) resolveu se separar de Adão no dia 26.12.2019, pois estava

cansada de sofrer ameaças e agressões; que não satisfeito com a separação, Adão passou a enviar áudios para

a declarante dizendo: ‘onde eu te ver, vou te dar seis tiros na nuca (...)”.

De modo que, estaria caracterizada a qualificadora imputada do motivo torpe,

demonstrada a possibilidade de que o réu tenha agido por motivo repugnante, imoral e abjeto,

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sendo viável sua manutenção.

Quanto à qualificadora tipificada no inciso IV do § 2º do art. 121 do Código Penal

(RECURSO QUE DIFICULTOU A DEFESA DAS VÍTIMA), com relação às vítimas Andreia,

Larissa e Pedro, dos relatos prestados ao longo da instrução probatória infere-se a possibilidade de

que as vítimas tenham sido atacadas de surpresa e de forma repentina, sem qualquer chance de se

defenderem.

Os relatos demonstram que as vítimas dormiam no momento em que o acusado

chegou, derrubou o portão e entrou na residência armado. Era de madrugada.

Destaco o depoimento judicial da vítima Andreia: “foi surpreendida com a chegada do

Adão; escutou um barulho muito forte e quando foi ver o portão estava afastado acha que chegou a bater o

carro no portão”.

Do mesmo modo foi o depoimento da vítima Larissa: “estava dormindo na cama com

Pedro e sua mãe no tapete na sala; ouviu um barulho muito forte no portão e já acordou com sua mãe

gritando e falando que ele (acusado) tinha ido lá para pegar ela, ele já entrou armado”.

No mesmo sentido o Laudo de Local de Crime (fls. 118/120), o qual concluiu que o

portão da casa foi colidido por um veículo e havia sinais de arrombamento nas portas da sala e do

banheiro, o que mostra que o réu entrou na residência sem conhecimento/consentimento das

vítimas. Ainda, no item E o laudo aponta que uma vítima foi atingida dentro do banheiro. Ainda,

o item G assim conclui: “A ausência de sinais de luta corporal, bem como o arrombamento da porta do

banheiro, apontam que a(s) vítima(s) tentou/tentaram proteção/fuga e não esboçaram reação contra o(s)

agressor(es), este(s) por sua vez perseguiu/perseguiram a(s) vítima(s) até o banheiro, o que sugere que o(s)

autor(es) tinha(m) segurança de que a(s) vítima(s) no interior do cômodo não ofereciam risco”.

Por fim, encerra o aludido laudo: “Após o Levantamento Pericial em Local de crime contra

a vida, o Perito Criminal que subscreve esta peça conclui que ao menos uma pessoa esteve ferida naquele

local e apresentou sangramento abundante e que não havia sinais que indicassem que a(s) vítima(s)

tivesse(m) chance de defesa”.

Diante de tal cenário é possível que as vítimas tenham sido atacadas de forma

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inesperada e não tenham tido qualquer oportunidade de defesa.

No que se refere à qualificadora tipificada no inciso VI do § 2º do art. 121 do Código

Penal (CONTRA A MULHER POR RAZÕES DA CONDIÇÃO DO SEXO FEMININO ) com

relação à vítima Andreia, relativa ao feminicídio, também deve ser levada a julgamento pelos

jurados, pois está nos autos como fato incontroverso que vítima e réu mantinham relacionamento

amoroso por alguns anos e estavam, segundo a própria vítima, com a relação rompida. Além

disso, segundo os familiares da vítima Andreia, o relacionamento com o réu era conturbado e ele a

agredia e ameaçava. A informante Maria citou em depoimento judicial que Adão era muito

ciumento, o que também já havia sido dito por Andreia no inquérito policial (fl. 60). Desse modo,

há elementos que demonstram a possibilidade de a conduta ter sido praticada no contexto de

violência doméstica e familiar.

Repito que foi narrado pelas outras vítimas e pela informante Maria que a vítima

Andreia sofreu diversas agressões e ameaças no decorrer de seu relacionamento, inclusive, em seu

depoimento policial a própria Andreia relata que sofreu agressões verbais e físicas, embora tenha

negado em Juízo tais fatos. De qualquer forma, ficou demonstrada a possibilidade de sua situação

de submissão e vulnerabilidade em razão de seu gênero feminino, o que se conclui até mesmo pela

defesa que fez do acusado em Juízo.

Por conseguinte, as provas coletadas até o momento são capazes de sustentar as

qualificadoras veiculadas na denúncia, ao menos em sede de cognição meramente superficial de

admissibilidade, que ora é feita, sem adentrar em seu mérito.

Ora, é certo que as qualificadoras só podem ser suprimidas à apreciação do Júri

quando totalmente descabidas e dissociadas do acervo probatório, o que não é o caso destes autos.

Por isso, diante de sua possibilidade, compete aos jurados decidir sobre sua efetiva

ocorrência.

A jurisprudência caminha nesse sentido, in verbis:

“RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. HOMICÍDIO. PRONÚNCIA.


QUALIFICADORAS. MANUTENÇÃO. (...) 3 - As qualificadoras somente
podem ser afastadas se manifestamente improcedentes. Recurso desprovido.”

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(TJGO, RESE 277936-61.2017.8.09.0175, Rel. Des. Ivo Favaro, 1ª CC, DJe 2907 de
13/01/2020)

“(...) QUALIFICADORAS. EXCLUSÃO INVIÁVEL. O afastamento das


qualificadoras (CP, art. 121, § 2º, II e IV) na fase de pronúncia somente é cabível
quando manifestamente improcedentes ou estiverem totalmente dissociadas
do acervo probatório, o que não é o caso. Deve, pois, serem submetidas ao
Conselho de Sentença, sob pena de afronta à soberania do Tribunal de Júri.
(...)” (TJGO, RESE 98625-13.2013.8.09.0091, Rel. Des. João Waldeck Felix de
Sousa, 2ª CC, DJe 2889 de 06/12/2019)

“(...) 2- O afastamento de qualificadoras, na decisão de pronúncia, somente


pode ocorrer quando restar totalmente dissociadas da prova produzida na
instrução, por ser matéria reservada à competência do Júri. (...)” (TJGO, RESE
34331-15.2018.8.09.0175, Rel. Des. J. Paganucci Jr. 1ª CC, DJe 2881 de
02/12/2019)

Não vislumbro, assim, motivos suficientes e evidentes para afastar de maneira

definitiva tais circunstâncias, cabendo aos jurados decidir sobre sua efetiva ocorrência.

DAS TESES DEFENSIVAS

Diante da existência de provas da materialidade delitiva e indícios suficientes de

autoria quanto aos três delitos, de rigor seja o acusado Adão pronunciado.

Sua versão defensiva de que tenha agido sob estado de embriaguez avançado, que

possivelmente impediu o seu raciocínio completo, não encontra guarida nos demais elementos de

prova produzidos, em especial a oitivas prestadas na fase judicial, haja vista os relatos de que a

vítima sofria constantes ameaças e a demonstração da dinâmica dos fatos.

Ademais, sabe-se que a ingestão de álcool e/ou drogas, quando voluntária ou

culposa, como neste caso, não exclui a imputabilidade. Não consta nos autos que o acusado tenha

sido colocado nessa situação de forma fortuita, e nem se a embriaguez era completa, pelo

contrário, já que está comprovado que ele tinha vício em álcool e droga (cocaína).

Isso demonstra a fragilidade da versão defensiva apresentada pela defesa técnica. No

mais, o réu disse que não se lembrava dos fatos.

Por tudo isso, as teses defensivas deverão ser apresentadas aos jurados para que eles

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decidam sobre seu acerto.

Repito que a defesa não trouxe argumentos suficientes para afastar a improcedência

da denúncia ou a impronúncia do acusado.

Novamente consigno que, para a pronúncia, a legislação vigente contenta-se apenas

com a presença da materialidade delitiva e indícios suficientes de autoria/participação, não

necessitando para essa decisão interlocutória que o juiz tenha a mesma certeza necessária para a

condenação.

Cabe asseverar, igualmente, que, para a desclassificação, absolvição sumária ou

impronúncia, necessário que a situação não deixe margem para qualquer controvérsia, diante de

prova estreme de dúvida, o que não acontece neste caso in concreto, não merecendo prosperar,

pois, as teses levantadas pela defesa.

Assim é a jurisprudência:

“RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. HOMICÍDIO SIMPLES.


IMPRONÚNCIA. NEGATIVA DE AUTORIA. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA.
LEGÍTIMA DEFESA. 1- Comprovada a materialidade do crime e havendo
indícios suficientes de autoria, revelados pelos elementos de convicção
colhidos nos autos, são inviáveis a absolvição sumária e a despronúncia. 2- Na
fase da pronúncia, para que o Magistrado reconheça a excludente de ilicitude
da legítima defesa, deve o processado comprovar, de forma incontestável, a
configuração da causa justificadora, situação inocorrente. 3- Recurso conhecido
e desprovido.” (TJGO, RESE 37669-94.2018.8.09.0175, Rel. Des. J. Paganucci Jr.,
1ª CC, DJe 2881 de 02/12/2019)

“RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. HOMICÍDIO QUALIFICADO.


TENTATIVA DE HOMICÍDIO QUALIFICADO E CORRUPÇÃO DE
MENORES. DESPRONÚNCIA. IMPOSSIBILIDADE. MATERIALIDADE
COMPROVADA. EXISTÊNCIA DE INDÍCIOS SUFICIENTES DE AUTORIA.
PRONÚNCIA MANTIDA. Presentes os elementos mínimos do juízo de
admissibilidade da acusação, quais sejam, prova da materialidade delitiva e
indícios suficientes de autoria e não havendo comprovação, de plano, da não
participação do recorrente no delito, impossível a despronúncia, devendo ser
mantida a decisão que determinou a submissão deste a julgamento perante o
Tribunal do Júri. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.” (TJGO, RESE
101314-11.2017.8.09.0149, Rel. Des. Itaney Francisco Campos, 1ª CC, DJe 2878
de 27/11/2019)

“RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. HOMICÍDIO QUALIFICADO. MOTIVO

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FÚTIL. MEIO CRUEL. MEDIANTE DISSIMULAÇÃO. DESPRONÚNCIA. 1-


Comprovada a materialidade do crime e havendo indícios suficientes de
autoria, revelados pelos elementos de convicção colhidos em juízo, mostra-se
inviável a despronúncia. 2- Recurso conhecido e desprovido.” (TJGO, RESE
34968-85.2018.8.09.0006, Rel. Dr. Fernando de Castro Mesquita, 1ª CC, DJe 2876
de 25/11/2019)

Cabe, então, ao Egrégio Tribunal do Júri a análise de teses defensivas.

DISPOSITIVO

Ante o exposto, e por tudo o que consta dos autos deste processo, com fundamento

no art. 413 do Código de Processo Penal, diante de prova da materialidade dos crimes, bem como

em virtude da existência de indícios suficientes de autoria delitiva, inexistindo excludente de

ilicitude ou dirimente de culpabilidade e/ou conduta que descaracterize a imputação de forma

clara e evidente, ACOLHO a pretensão contida na inicial acusatória e PRONUNCIO Adão Pereira

dos Santos, qualificado, submetendo-o a julgamento pelo Egrégio Tribunal do Júri desta

Comarca, como incurso nas penas dos:

a)- art. 121, § 2º, incisos I (motivo torpe), IV (recurso que dificultou a defesa a vítima)

e VI (contra a mulher por razões das condições do sexo feminino) c/c art. 14, inciso II, ambos do

CP (vítima ANDREIA);

b)- art. 121, inciso IV (recurso que dificultou a defesa a vítima) c/c art. 14, inciso II,

ambos do CP (vítima LARISSA);

c)- art. 121, inciso IV (recurso que dificultou a defesa a vítima) c/c art. 14, inciso II,

ambos do Código Penal (vítima PEDRO).

De acordo com o que preceitua o art. 413, § 3º, do Código de Processo Penal, tenho

por bem MANTER a prisão preventiva do réu, vez que ainda constato a presença dos requisitos

que legitimaram sua decretação, nos termos do art. 312 do CPP, notadamente a necessidade de

garantia da ordem pública (em especial para garantir a integridade da mulher vítima Andreia,

presente evidente situação de vulnerabilidade, e também para evitar a prática de novos crimes

contra ela - diante dos relatos de que ele praticou agressões e ameaças anteriores em desfavor dela,

e contra seus filhos), sendo inviável a sua liberdade, ainda mais depois de pronunciado pela

prática de delitos graves, todos hediondos. Ademais, o acusado tem outras passagens criminais

(fls. 307/311).

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Gabinete da Juíza

Intimem-se o acusado, pessoalmente (encaminhe cópia desta decisão à unidade

prisional), seu defensor constituído e o órgão de acusação, nos termos do disposto no art. 420 do

CPP.

Uma vez certificado pela Escrivania o trânsito em julgado, em atenção ao disposto no

art. 422 do CPP, desde já determino a intimação das partes para, no prazo de 05 (cinco) dias,

apresentarem o rol de testemunhas que irão depor em Plenário, até o máximo de 5 (cinco),

oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Formosa, 03 de agosto de 2020.

Christiana Aparecida Nasser Saad

Juíza de Direito

Assinado eletronicamente

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